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12 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Ciclistas




Nova Bolha?

O gráfico acima mostra a relação P/L para o mercado acionário dos EUA. Abaixo, o gráfico com o Q de Tobin, também para o mesmo mercado.
Em ambos casos, um mercado aquecido.

Johnson & Johnson é condenada por suborno

Por Pedro Correia



A Securities and Exchange Commission condenou a Johnson & Johnson (J & J) por ter subornado médicos públicos em vários países europeus e por ter pago propina ao Iraque para obter negócios ilícitos. A conpanhia concordou em pagar 70 milhões de dólares para arqueivar todas as acusações.


Mais detalhes aqui.

Links

Por Pedro Correia


A gigante de commodities ,Glencore, deve fazer esta semana o maior IPO da história da bolsa de Londres


Por que os judeus alcançaram o sucesso?


Se você quer ser bem sucedido nos negócios não faça um MBA em Administração. Estude Filosofia


Polônia irá adotar o euro


A Polônia se tornará uma potência europeia?


Má distribuição de renda também nos salários de executivos brasileiros


Imperialismo chinês


A maneira mais fácil de investir na China.


Homem vs Máquina em Wall Street: Como os computadores vencem o mercado?


Inflação na Argentina é quase igual à da Venezuela


Segundo estudo da London School, o compartilhamento de música não afeta o rendimento dos autores.


Os CEO's americanos estão cada vez mais ricos.

11 abril 2011

Rir é o melhor remédio


A charge é de janeiro, mas ainda é atual. O movimento democrático nos países arábes é acompanhado com simpatia até o momento que se chega na bomba de combustível.

Como gostar de Métodos Quantitativos?

Nos dias de hoje é cada vez mais comum a utilização de métodos quantitativos. Na área acadêmica quase todos os trabalhos, a partir do mestrado, usam métodos quantitativos. Mesmo em algumas áreas onde a parte discursiva é substancial, como história, administração ou direito, é cada vez mais comum o uso de fórmulas, pesquisas quantitativas, etc. Parece inevitável, portanto, a expansão dos métodos quantitativos. Entretanto, existem pessoas que tem bloqueio dos métodos quantitativos. Este bloqueio é decorrente das notas baixas em matemática no ensino médio ou por ter encontrado um professor que teve o prazer que fazer mais uma pessoa detestar qualquer coisa que tem um número ou uma fórmula. Eis alguns conselhos para resolver seu problema:

 1. Pense que você não está sozinho – Muitas pessoas possuem a mesma dificuldade. É muito mais comum encontrar alguém que seja ruim em números do que uma pessoa que seja analfabeta. Mesmo aquela pessoa que parece saber muito sobre o assunto, provavelmente não conhece tudo, tem dificuldades e já teve barreiras. Saber que você não está sozinho é importante para sua autoestima.

 2. Tente vencer o obstáculo aos poucos – Você não conseguirá aprender métodos quantitativos de uma vez. Esqueça isto. Então comece com um passo de cada vez.

 3. Comece com um bom livro ou um bom filme – Métodos quantitativos podem ser interessantes. É verdade, acreditem. Para que você possa ter a mesma opinião, comece com lendo um livro que seja acessível ou assista a um bom filme.

 4. Em geral aulas da pós-graduação tende a ser mais focada do que aulas de graduação (esta dica eu li no Marginal Revolution) e a qualidade depende do instrutor. Por isto, procure o professor que irá ensinar da forma como você gosta. Em métodos quantitativos existem dois tipos de métodos de ensino: os professores que dedicam a ensinar a essência do método, enfatizando deduções teóricas pesadas; e os professores que ensinam a usar um software estatístico ou matemático. (Na realidade, a maior parte dos professores está num meio termo, apesar do segundo tipo ser muito criticado na academia.) Escolha seu professor conforme o estilo dele e seu gosto.

 5. Tente não parar de estudar – Continue o aprendizado. Depois de aprender sobre regressão, você pode estudar programação linear, por exemplo. Continue estudando sempre.

 6. Tenha um bom companheiro de estudo – O seu companheiro poderá dar um incentivo adicional: o material didático. Já existem no mercado excelentes livros. Se você está estudando regressão múltipla e não entendeu os ensinamentos do Hair (um dos bons livros da área), tente o Field ou Stevenson ou outro qualquer. Às vezes a forma de exposição da idéia por parte de um autor pode ser mais clara do que outro.

 7. A melhor forma de vencer o obstáculo é saber que você tem uma necessidade. Lembre-se de que você precisa de métodos quantitativos. Isto pode ser uma motivação adicional para vencer.

 Para quem quer começar a gostar de métodos quantitativos, recomendo o seguinte:

 a) Numb3rs – Trata-se de uma série de investigação que passou na televisão a cabo brasileira e foi lançada no mercado de vídeo. Em cada episódio, o FBI estava diante de um problema e um grande matemático ajudava o Bureau. Em cada episódio, pelo menos um novo método. Nos Estados Unidos a série era acompanhada de um material didático, com aplicações e exercícios. Mas mesmo sem esta ajuda, é muito interessante acompanhar os irmãos Eppes nas aventuras da série.

 b) Último Teorema de Fermat – Este livro, de Simon Singh, conta a história da prova, feita por um inglês, do último teorema de Fermat.

 c) O Teorema do Papagaio – É um livro de ficção, de Denis Guedj, também sobre o Teorema de Fermat. É um pouco longo, mas também é didático.

 d) Uma Senhora Toma Chá – Também um livro didático, sobre a história da estatística.

 e) O Andar do Bêbado – Achei que este livro não deu o devido destaque aos fatos mais recentes. Mesmo assim, é bem escrito e didático

 f) O Homem que Calculava – Já estava cometendo uma injustiça, esquecendo de citar Malba Tahan. O homem que calculava é um livro mais juvenil, mas muito interessante. Quem já leu este livro e não gostou?

Basileia e Crise Financeira

A atual crise financeira começou com dívidas hipotecárias ruins, se espalhou para a dívida bancária ruim e agora engloba a dívida soberana ruim. Cada uma destas categorias foi dada ponderação capital preferencial ao abrigo dos Acordos de Basileia, e agora todos são hemorragias, feridas abertas no sistema financeiro e à estabilidade dos governos excessivamente endividados.
Não só os coeficientes de Basileia promoveram a avaliação de risco pobres, contribuiu diretamente para a capitalização inadequada dos bancos para os riscos que assumiram.
Fonte: aqui

Balanços de 2011

Tomando por base as cem maiores empresas brasileiras, o Valor Econômico (Balanços Globalizados, 11 de abr de 2011) encontrou os seguintes dados:

 = ) As normas internacionais provocaram efeitos sobre o lucro, que variou de empresa a empresa. Em alguns casos, por exemplo a Oi, o prejuízo transformou-se em lucro (de 435 milhões de reais para lucro de 4,27 bilhões)

 = ) O lucro das cem maiores foi de 129 bilhões em 2010, com um crescimento de 37% em relação a 2009, pela regra antiga, ou 28% pela IFRS

 = ) Das cem empresas, 54 melhoraram o lucro e 42 registraram redução

 = ) A receita líquida cresceu 23%, para 990 bilhões de reais

 = ) Entre as regras que foram adotadas, a que causou mais impacto foi a que trata de fusões de aquisições. Neste caso, o conceito de “valor justo”

 = ) “O sistema brasileiro de contabilidade antigo era mais conservador, assim como as normas usadas em países da Europa continental antes do IFRS”

 = ) A rentabilidade, medida pela margem líquida, ficou estável: 13% em 2010 versus 12,5% em 2009

Revisão da SEC

Por Pedro Correia

As empresas americanas que adotarem as normas internacionais pela primeira vez terão suas demonstrações contábeis revisadas pela SEC.Segue a lista com os IFRS que serão revisados neste ano:

1. Instrumentos Financeiros – IAS 39, 32 e IFRS 7

2. Impairment de Ativos – IAS 36

3. Apresentação de demonstrações financeiras -- IAS 1 & 7

4. Segmentos Operacionais – IFRS 8

5. Receita -- IAS 18

6. Impostos sobre renda – IAS 12

7. Terenos, instalações e equipamentos – IAS 16

8. Benefício aos empregados – IAS 19

9. Provisões e passivos contingentes – IAS 37

10. Demonstrações financeiras consolidadas -- IAS 27


Fonte:AICPA National Conference on Current SEC and PCAOB Developments.


Contador do Pan fala

Tenho evitado postar reportagens completas e longas. Mas o texto a seguir é importante pois trata do depoimento do contador do Panamericano:

SÃO PAULO - Relato do contador do Panamericano aponta a rotina do banco nos anos que antecederam o rombo bilionário e revela como ruiu a instituição financeira de Silvio Santos. Marco Antonio Pereira da Silva, que trabalhou 31 anos no grupo, assumiu o papel de colaborador da Polícia Federal. Ele atribui diretamente ao ex-diretor financeiro, Wilson de Aro, a responsabilidade pelo malogro da política de captação e pelas operações que afundaram o banco. 
 O depoimento do contador foi filmado e gravado pela PF em 15 de dezembro. Ocupa dois DVDs. As revelações, transcritas, preenchem 87 páginas. Representam a mais importante prova da PF no inquérito que rastreia um capítulo de desvios no Panamericano. Gestão fraudulenta, crimes financeiros, ocultação de recursos e evasão de divisas são o alvo dos federais. 
 O relato do contador deu base à Justiça para decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal de toda a cúpula do banco e autorizar buscas nos endereços residenciais e comerciais dos investigados. Silva decidiu espontaneamente delatar o que viveu e os procedimentos a que teria sido obrigado a seguir. 
 No auge da crise, quando o Banco Central fez uma devassa nas contas do Panamericano, Aro o teria orientado a resistir. "Tudo que eu passava para o Banco Central tinha de mostrar para ele (Aro). Tinha coisa que ele falava: ‘Não Marco, não mostra isso’. Aí eu falava: ‘Mas vou mudar?’ Ele falava: ‘Não, não muda. Só não passa, é diferente’." 
 Ele não imputa práticas ilícitas a Rafael Palladino, mas cita o ex-presidente do banco. "Parece que eles (diretores) tiveram comissões, bônus altíssimos. O Wilson parece que recebeu R$ 7,5 milhões em 2009. O presidente? Aí tinha lá R$ 10 milhões que eu não sei se era do Sandoval ou se era do Rafael, eu não vi, porque era uma relação que uma pessoa tava falando comigo. Fora o salário deles. Só bonificação." 
 Sandoval, a que se refere o contador, é Luís Sandoval, do conselho de administração. Ele não era diretor executivo do banco, mas presidente da holding. Nessa condição, segundo avalia a PF, era normal receber tais gratificações. Quando eclodiu o escândalo, Sandoval deixou o grupo e 40 anos de parceria com Silvio. No momento mais tenso da demanda, segundo o contador, Sandoval foi para cima de Aro: "Você é um irresponsável". 
 Na casa de Silvio. 
O contador narra como foi a reunião na casa de Silvio Santos. "O Silvio me chamou. Me recebeu muito educadamente e falou: ‘Marco, eu não quero saber quem foi e como foi, eu quero saber qual a proposta de solução, eu preciso saber qual caminho tomar’. Eu dei algumas ideias. A primeira, vender o banco. Aí a ideia era o Bradesco comprar, porque o Bradesco sempre quis comprar o Panamericano e o Silvio nunca quis vender." 
 Sobre as causas do rombo, o Silva diz: "Em 2008, veio essa crise e o banco começou a dar prejuízo. O Wilson, no desespero, falava: ‘Marco, o banco sem caixa não funciona, sem resultado ainda anda, mas sem caixa não. Mas para eu ter caixa eu preciso de resultados. Quem vai botar dinheiro em um banco que não tá dando resultado? Então, você vai fazer o seguinte, você antecipa algumas receitas de cessões de crédito, que lá na frente eu faço e você amortiza depois’". 
 Silva disse a Aro que não sabia fazer esse tipo de operação. "Ele (Wilson) falou: ‘Recompra o contrato, pega na condição de cedido, faz uma recompra e aí você vai ter ativo’. Aí já virou uma prática. A intenção dele era antecipar receita de cessão e recomprar contratos. Só que em 2009 a situação piorou, o banco não produziu. A entrada de caixa continuou dificultosa, começou a criar uma dependência de ficar recomprando contrato e gerando receita, antecipando receita. 2009 foi o pior ano, essa conta do passivo tinha sido usada para outra finalidade. Quando começou a cair o fluxo de pagamento de cessão a outros bancos, eu não tinha mais passivo." 
 O rombo: "R$ 1,4 bi mais R$ 670 milhões, R$ 700 milhões, dessa situação que eu fui usando o passivo para liquidar compromisso da administradora. Aí deu R$ 2,1 bi, R$ 2,7 bi, um negócio assim. Essa foi a diferença do Banco Central. Dos R$ 2,1 bi para os R$ 2,5 bi. A negociação com o fundo garantidor que o Silvio fez foi de pegar um recurso maior para poder também ajustar a situação da administradora". (No final, o rombo do Panamericano chegou a R$ 4,5 bilhões.) 
 Silva reclama de "pressão muito forte". Se diz isolado e teme retaliações. "Tenho preocupação de jogarem isso em cima de mim. Sou fraco perante eles, nem recursos financeiros eu tenho. Nunca trabalhei em outra instituição. De repente, não sei o que aconteceu."

10 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado: Daqui

Neurocontabilidade

Por Pedro Correia

O título deste artigo é interessante:Is Neuroaccounting Waiting in the Wings? .


De acordo com o resumo, o working paper disserta sobre a utilização da neuroeconomia e amplia a discussão para as razões pelas quais esta disciplina emergente, deve ser de interesse para pesquisadores da contabilidade comportamental.


Os autores avaliaram a contribuição e potencial da neuroeconomia para o estudo do comportamento econômico humano. Outrossim, examinaram o que os contadores comportamentais podem aprender com neuroeconomia[1] e se devemos esperar que um sub-campo semelhante surja dentro da contabilidade comportamental num futuro próximo.


No entanto,os autores concluíram que um sub-campo separado dentro da contabilidade comportamental, não é provável num futuro próximo,principalmente, por razões práticas. Assim, os autores sugerem que os pesquisadores da contabilidade comportamental sigam de perto a neuroeconomia, que é ramo da medicina e economia que procura determinar como as decisões são tomadas no cérebro das pessoas.


Em verdade, sugerem uma integração entre contadores comportamentais e neuroeconomistas de modo a examinar questões de interesse mútuo.


[1] George Lowenstein fez um comentário interessante sobre neuroeconomia:


Neuroeconomics is still in its infancy, and many of the existing findings are speculative or contradictory. (…) I believe that there is a danger that the field has been oversold, and perhaps “over-bought,” leading to inevitable disappointment and disillusionment.


Postagens sobre neuroeconomia.

Fractais e Análise gráfica

Por Pedro Correia

"...Em meados de 2005, passei a considerar fortemente a possibilidade de uma ruptura no mercado imobiliário americano, o que poderia gerar uma crise de confiança e afetar as bolsas de valores negativamente. Com receio do que pudesse vir a ocorrer, adicionado ao estigma que muitos me imputam de ser um “pessimista de carteirinha”, procurei estudar teses que pudessem justificar comportamentos de “manada” dos mercados, sobretudo para os momentos de pânico, quando a hipótese de Fama pouco funcionaria. Foi quando descobri a teoria das finanças fractais[1].


De forma resumida, essa teoria contrapõe-se à hipótese de mercado eficiente, ao advogar a tese de que os preços e a experiência passada influem de forma decisiva o comportamento do investidor hoje, exercendo influência também sobre as expectativas futuras. Outro ponto importante a se ressaltar diz respeito ao horizonte temporal do investidor, o que influencia na liquidez. Alguns “operam” com viés de curtíssimo prazo, outros a médio prazo, enquanto os institucionais objetivam mais o longo prazo (cada qual com um interesse distinto). Assim sendo, não teremos necessariamente os preços negociando aos seus valores justos, sem contar que a liquidez, nos momentos de crise sistêmica, “seca”, derrubando os preços de forma dramática.


Sob essa ótica não seria errôneo considerar que a análise gráfica incorpora conceitos dos fractais. Ao tentar antecipar os movimentos de alta ou baixa das cotações, o analista gráfico avalia comportamentos passados (inclusive sob aspectos psicológicos) que tendem a se replicar, através de linhas de tendências, suportes, resistências, que “desenham” figuras geométricas, como triângulos, retângulos, cunhas, ombro-cabeçaombro e tantas mais. Muitos investidores, sobretudo os mais jovens, vêm investindo em cursos de análise técnica para aumentar sua eficiência no mercado..."




[1]Definição do ramo da matemática criado por Mandelbrot :"A geometria fractal é o ramo da matemática que estuda as propriedades e comportamento dos fractais. Descreve muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela geometria clássica". Recentemente foi lançado um livro intitulado:“Finanças e Mercado de Capitais. Mercados fractais: a nova fronteira das finanças.


Aqui mais postagens sobre os fractais e seu criador: o genial Mandelbrot.

Bolsa de Minas Gerais

Por Pedro Correia

"Quando comecei a trabalhar no mercado, em meados dos anos 1980, havia uma carinhosa história sobre a fama de desconfiado dos mineiros. Rezava a lenda que, na bolsa de Minas Gerais, quando um investidor apregoava acompra de uma ação, um outro, com pé atrás, pensava: Uai, se ele quer comprar por que eu vou vender? Se outro apregoasse a venda, o raciocínio seria: Uai, se ele quer vender por que eu vou comprar?


Brincadeiras à parte, é o que sempre digo aos meus alunos: “Sem opiniões contrárias não existe negócio em bolsa”.


09 abril 2011

Rir é o melhor remédioF

Fonte: aqui

Proteção do setor financeiro em excesso é ruim

Por Pedro Correia


Arcand, Berkes e Panizza autores do paper: Has finance gone too far?mostraram que sistemas financeiros excessivamente protegidos se tornam grandes demais para falir, mas acabam falindo de qualquer maneira. O que implica que, a proteção do sistema financeiro em excesso é ruim.


Segue alguns trechos:


We build a simple model finding that, even in the presence of credit rationing, the expectation of a bailout may lead to a financial sector that is too large with respect to the social optimum...


Our results show that the marginal effect of financial development on output growth becomes negative when credit to the private sector surpasses 110% of GDP. This result is surprisingly consistent across different types of estimators...


All the advanced economies that are now facing serious problems are located above our “too much” finance threshold.

08 abril 2011

Rir é o melhor remédioA

Adaptado, daqui

Teste 459

O congresso brasileiro deve julgar as contas dos membros do executivo. Da listagem abaixo, você seria capaz de dizer qual ainda não foi julgada pelos nossos congressistas?

O último ano do Fernando Henrique Cardoso
O ano de 1992 do Fernando Collor de Mello e de Itamar Franco
Os últimos oito anos do governo Lula

Como deve ser o título do meu trabalho?

Se você pretende fazer uma pesquisa para ser publicada no Brasil a resposta é simples: faça um bom resumo do seu trabalho, com o menor número de palavras possíveis. Assim, escreva algo como “O Valor Justo e a Influência sobre os Resultados das Empresas de Capital Aberto no Brasil: uma análise de 2007 a 2010”. Em diversos periódicos e fichas de análise para congressos somos solicitados a responder se “o título do artigo é adequado e representa o menor resumo do seu conteúdo” (retirei esta frase de uma ficha de um periódico da nossa área). E se o parecerista não concorda, solicita-se que o mesmo apresente uma sugestão de título. 

Entretanto, caso você queira publicar no exterior a sugestão acima talvez não seja a melhor. Pelo contrário: parece que os periódicos estrangeiros gostam de títulos menores como “Valor Justo e Resultados das Empresas”. Observe que o título não faz referência a uma possível relação causal, nem a amostra (isto é sempre uma limitação da pesquisa e deve ser discutido num pequeno trecho do artigo) ou no período de tempo (idem). O fato de o título ser reduzido faz com que lembremos mais rapidamente do conteúdo do artigo.

 Em alguns artigos, os autores fazem a pergunta da pesquisa, tentando despertar a curiosidade do leitor: “O Valor Justo influencia o Resultado?”. O artigo tentará responder isto. Mas não tenho encontrado muito isto no Brasil. E já escutei pessoas não recomendando esta prática, mas confesso que não entendi. Alguns tentam despertar curiosidade, usando trocadilhos, frases interessantes ou outros. Lembro aqui de um artigo do professor Paulo Lustosa sobre valor justo: “A (In?) Justiça do Valor Justo: SFAS 157, Irving Fisher e Gecon”. Fantástico e provocante ao mesmo tempo. Black escreveu um artigo famoso para o Journal of Finance, um pouco antes de sua morte, com o nome “Noise”. Extremamente criativo, mas que não passaria no crivo dos nossos pareceristas.

Alguns tentam ser espirituosos no título. Aqui o título tem a função de despertar a atenção e atrair um pesquisador mais de bem com a vida. Pelo que sabemos, geralmente não funciona pois os leitores dos artigos científicos são geralmente sérios demais e não gostam de piadas. Evitem isto, inclusive em artigos escritos em outra língua.

Para aqueles que sonham com a popularidade através de uma pesquisa científica na área contábil, o título não deve ter: letras cedilhas, acentos de qualquer tipo, pontuação e outros itens. A explicação tem sua origem nos mecanismos de busca: em geral estes mecanismos foram desenvolvidos em outros países que não possuem estes caracteres. Isto pode prejudicar a colocação do seu artigo quando outro pesquisador digitar aquilo que procura.

Custos das Eleições

Em termos absolutos, as eleições brasileiras são apenas a segunda da América em termos de custos, e em relação à renda nacional pode excedê-las por uma larga margem. Em 1996, Clinton gastou US $ 43 milhões para assumir a Casa Branca; em 1994, a previsão de [Fernando Henrique] Cardoso foi de 41 milhões dólares para chegar ao Palácio do Planalto, em um país com um PIB per capita inferior a um sexto do que os EUA.
Fonte: Marginal Revolution. Veja os comentários, com algumas justificativas.

Professor do Ensino Superior

De maneira geral, temos quatro estágios na docência: o início da carreira (até os 3 primeiros anos de docência), o crescimento (de 3 a 12 anos de docência), a estabilidade (de 12 a 20 anos de docência) e a aposentadoria (após 20 anos de docência).
Dilemas de um Professor de Ensino Superior, por Jorge Scarpin. Continue a leitura no link.

Pra que serve algoritmos em finanças?

Por Pedro Correia


O artigo que abre a edição do Journal of Finance de feveireiro de 2011 é Does Algorithmic Trading Improve Liquidity?, de Hendershott, Jones e Menkveld. Eles procuraram observar se o uso de algoritmos no mercado de capitais influenciou a liquidez e a melhora das transações, entre outros fatores.Um das conclusões é que de fato houve uma melhora na liquidez do mercado.


Uma excelente reportagem do Valor disserta sobre o assunto.O jornal afirma que as operações automatizadas têm crescido bastante - nos EUA, em 2009, as operações de alta frequência representaram 73% do volume negociado. Na Bovespa, estas ainda estão engatinhando, representam cerca de 6% do volume transacionado.


Segue o abstract:


Algorithmic trading (AT) has increased sharply over the past decade. Does it improve market quality, and should it be encouraged? We provide the first analysis of this question. The New York Stock Exchange automated quote dissemination in 2003, and we use this change in market structure that increases AT as an exogenous instrument to measure the causal effect of AT on liquidity. For large stocks in particular, AT narrows spreads, reduces adverse selection, and reduces trade-related price discovery. The findings indicate that AT improves liquidity.

Equivalência Ricardiana para alunos que não suavizam o estudo ao longo dos meses e deixam a matéria acumular

Por Pedro Correia


Excelente texto do Shikida:


Seja um aluno convexo, racional (bem, quase) e que deve fazer duas provas de 40 pontos no semestre. Suponha que o aluno não estuda como deveria e, portanto, não conseguirá mais de x pontos no total, sendo x < 80. Assim, enuncia-se a Equivalência Ricardiana do Aluno: “Os pontos ganhos (perdidos) na primeira prova serão perdidos (ganhos) na segunda prova”.


Obviamente, a Equivalência pode não valer. Por exemplo, quando o aluno não estuda nada, pode perder tudo e ficar com zero. Quando estuda muito, aí pode conseguir 80 pontos porque quebrou-se a hipótese de “SDE (Síndrome de Déficit de Estudo, também conhecida como SSF – Síndrome de Superávit de Frescura) suposta inicialmente.

Livre Mercado

Por Pedro Correia

O Brasil é o segundo país (de uma amostra de 25) em que os entrevistados mais concordam com a noção de que um sistema de livres mercados é o melhor. Nós somos os primeiros se considerarmos somente os que "concordam fortemente". Inacreditável,né? Por estas e por outras não acredito muito em pesquisas de opiniões.

Como disse o diplomata Paulo Roberto de Almeida:


"Os brasileiros adoram o capitalismo, ou pelo menos pensam que adoram.Provavelmente, tanto quanto adoram o Estado e as políticas públicas."



Fonte: The Economist

Expansão monetária e a genialidade chinesa

Por Pedro Correia

Six Lufthansa employees, including four flight attendants, have been arrested after sneaking in more than 63,000 pounds of out-of-circulation, €1 and €2 coins from China back to Germany over the last four years.


Euro coins have two color tones, gold and silver, and when the German Central Bank takes the coins out of circulation, the two colors (see picture to the left) are separated then sent to China to be melted down into scrap metal.


A wily group in China reassembled the coins rather melting them, then sent them back to Germany with four LH flight attendants serving as “mules.”…


Fonte:Upgrade

Tudo o que voce sempre quis saber e nunca teve a quem perguntar...

Por Pedro Correia


Agora tem: http://www.answers.com/


Fiz a seguinte pergunta sobre contabilidade :Define accounting and principles of accounting


A resposta obtida foi esta:


Accounting is the process of communicating financial information about a business entity to users such as shareholders and managers.


Accounting is defined by the American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) as, "the art of recording, classifying, and summarizing in a significant manner and in terms of money, transactions and events, which are, in part at least, of financial character, and interpreting the results thereof."


The principles of accounting are basically the rules and regulation set by a committee, in the U.S.A. these rules are set by the Financial Accounting Standards Board (FASB) and are referred to as Generally Accepted Accounting Principles (GAAP).


In short the GAAP is a codification of how a business prepare and present their business income and expenses, assets, and liabilities on their financial statements.


Read more: http://wiki.answers.com/Q/Define_accounting_and_principles_of_accounting&src=ansTT


Existe uma infinidade de assuntos ,perguntas e respostas interessantes.Um espaço incrível. É bom conferir as perguntas sobre Finanças. Algumas dúvidas podem ser facilmente esclarecidas.Confira.

Qui dit crédit dit créance

Por Pedro Correia


A música Alors on danse é um sucesso internacional. Por isso, tive a curiosidade ver sua tradução.Pra minha surpresa encotrei isto:


Alors on danse


Qui dit étude dit travail;


Qui dit taf te dit les thunes;


Qui dit argent dit dépenses;


Qui dit crédit dit créance;


Qui dit dette te dit huissier;


Então, vamos dançar; Quem diz estudo; diz trabalho; Quem diz moeda; diz nota; Quem diz dinheiro;diz despesa ;Quem diz crédito, diz débito Quem diz dívida, diz fiscal


Ouça aqui.

Andar de carro é mais barato do que de taxi?

Por Pedro Correia


Para começar é possível saber algo mais sobre o custo de uma corrida de Taxi. Então de posse desses valores podemos chegar a alguns números interessantes.


No caso de Brasília, ao entrar no Taxi você paga R$ 3,30 e para cada quilômetro rodado paga-se R$ 1,80 (Bandeira 1) e R$ 2,28 (Bandeira 2). Se supormos um trajeto do tipo Casa-Trabalho-Casa todos os dias (os finais de semana poderia ser (Casa-Diversão-Casa), então temos R$ 6,60/dia somente para entrar no Taxi. No meu caso, isto corresponde a um custo de 2 vezes R$ 24,57 (Bandeira 1) ou 2 vezes R$ 30,24 (Bandeira 2) por dia.


Para arredondar, vamos dizer que o gasto seria de R$ 50,00/dia. Ao longo de 365 dias isto daria R$ 18.250,00 por ano. Isto é quase o preço de um carro popular. Então carro é mais barato, certo? Não é tão simples.


O uso do carro envolve não só o preço de compra do veículo, mas custos adicionais (combustível, estacionamento, manutenção). Em contas simples, ao longo de 7 anos (neste blog tem alguns detalhes) o custo do carro é praticamente o dobro do valor de compra.


Então pode realmente ser um caso a se pensar. No meu caso, como não tenho pressa em trocar de carro, o custo ainda não compensa. Mas se começarem a cobrar estacionamento a história pode ser outra.


Texto de Leonardo de Menezes.

Time da casa é favorecido no futebol?

Por Pedro Correia

A economia pode ajudar a saber se os árbitros favorecem sistematicamente o time da casa. E é justamente isso que Sutter e Kocher estudaram no artigo:Favoritism of agents – The case of referees home bias


Tomando como base os jogos do campeonato alemão de 2000/ 2001, Sutter e Kocher estudaram dois aspectos da arbitragem: o tempo de acréscimo dado pelos juízes e a marcação de pênaltis.


Em relação aos acréscimos, viu-se que os árbitros tendem a dar mais tempo extra principalmente quando o time da casa está perdendo por um gol de diferença. Neste caso os acréscimos ficam em torno de 2,75 minutos.


Porém, se o time da casa está vencendo por um gol, a média de acréscimos fica abaixo dos dois minutos. Pode não parecer uma grande diferença, mas estes segundos a mais foram fundamentais para que o Internacional vencesse o Brasiliense no dia 20/11/2005.


A conclusão do paper, basicamente é que árbitros favorecem o time da casa. Eles dão mais acréscimos quando o time da casa está perdendo, e menos quanto está ganhando, além de acertar mais nas marcações de penaltys para o time da casa.



Fonte:Blog do Torero

07 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

O Problema é o imposto

Sobre o escândalo de suborno da Siemens, empresa alemã, e o julgamento do ex-executivo da empresa:
Também o acusam [Ganswindt ] de evasão de impostos, porque os subornos foram oficialmente considerados como custos de consultoria, que podiam ser deduzidos da cobrança tributária. A sentença máxima é de cinco anos de prisão. Nos últimos anos, investigações internas da Siemens e os promotores revelaram um sistema de caixa dois usado para pagar até € 1,3 bilhão em subornos. A revelação levou à saída de quase toda a principal equipe administrativa e custou à Siemens mais de € 2 bilhões em multas e pagamentos a consultores.
Ex-executivo da Siemens é julgado – Valor Econômico – 6 de abr de 2011

Estranho, muito estranho...

Eis uma notícia publicada ontem. Vejam os comentários abaixo:
De correntista, uma servidora pública se tornou a dona de parte de uma agência do Banco do Brasil (BB), graças a um lançamento indevido em seu cartão de crédito.
A procuradora federal [1] Alessandra Chaves Braga Guerra ganhou na Justiça o direito de comprar uma sala onde hoje funcionam os terminais de autoatendimento da instituição financeira no Gilberto Salomão, centro comercial mais tradicional do Lago Sul. (...)
A disputa começou com a cobrança de uma dívida de R$ 983 [2] , valor correspondente a três compras não realizadas por Alessandra e lançadas incorretamente na fatura pela BB Administradora de Cartões de Crédito, em julho de 2000. Ao detectar o extravio de seu cartão de crédito Mastercard, ela comunicou ao banco a perda e o possível uso por terceiros. Também registrou a ocorrência por meio de 14 cartas.
Alessandra conta no processo que ligou várias vezes para reclamar, sem sucesso. Ela pagou a conta, excluindo os valores errados. O Banco do Brasil, então, passou a enviar cobranças por telefone e correspondências, com inclusão de juros. O cartão de crédito foi cancelado e o nome de Alessandra foi incluído no Serasa. Ela reclama de ter sido submetida a constrangimentos.
A procuradora, então, ajuizou ação para declarar a inexistência do débito cobrado pelo Banco do Brasil. Ela pediu também uma indenização por dano moral. O processo transitou em julgado em 2006, com ganho de causa para ela. O Tribunal de Justiça do DF não só reconheceu que a servidora não devia nada ao cartão de crédito como também considerou que a cobrança lhe causou dano.
A Justiça determinou como compensação o pagamento de indenização de R$ 22 mil [3]. O Banco do Brasil não pagou a dívida, tampouco propôs acordo judicial na fase de execução [4]. Com a demora no desfecho do caso, a servidora pública entrou na Justiça com pedido de penhora de patrimônio da instituição financeira, como forma de obter o recebimento da vantagem que a Justiça lhe concedeu.
Penhora
Partiu de Alessandra a escolha da sala em que funciona parte da agência do Banco do Brasil para a penhora. O imóvel foi aceito em juízo e nem desta vez o Banco do Brasil teria apresentado alguma contestação [4]. Em seguida, os advogados de Alessandra pediram a avaliação da área. Um oficial de Justiça cuidou da estimativa do valor do imóvel que, segundo os representantes da servidora pública, levou em conta o mercado do Distrito Federal e o fato de a área estar ocupada pelo Banco do Brasil, o que reduziria o interesse pela sala.
O imóvel deveria ir a leilão em que qualquer pessoa poderia arrematá-lo pelo melhor lance. O preço de venda seria transferido para o banco, abatido o valor de R$ 22 mil devido a Alessandra. A Justiça [5], no entanto, acatou pedido de adjudicação feito pelos advogados de Alessandra, ou seja, deu a ela o direito de comprar a sala pelo preço avaliado durante o processo.
Alessandra e o marido, Alan Guerra, pediram empréstimos com amigos e fizeram financiamentos bancários para arrematar o bem, que hoje já está escriturado em nome da procuradora. Ou seja, ela já se tornou dona de parte da agência do Banco do Brasil no Lago Sul. Os advogados sustentam que o casal está disposto a alugar a área para o próprio Banco do Brasil, pelo preço que a instituição vizinha, o Bradesco, paga pela permanência no Gilberto Salomão. O casal aceitou dar apenas uma declaração sobre o episódio: “Foi uma vitória da Justiça. Uma servidora pública e o maior banco da América Latina foram tratados com igualdade”. [6]
Jacques Veloso, advogado de Alessandra, afirma que já não cabem mais recursos, uma vez que a ação de indenização transitou em julgado e a escritura do imóvel já está em nome da servidora. “Isso só aconteceu porque o banco sempre protelou uma solução para o caso [4]. Foi intimado e não pagou a indenização, não contestou a penhora e não questionou a avaliação do imóvel [4]. O direito não socorre a quem dorme”, afirmou o advogado.
A assessoria de imprensa do Banco do Brasil informou ontem que a equipe jurídica está envolvida no caso e vai recorrer da decisão porque não se conforma com a medida. Vai lançar mão de todos os meios jurídicos para contestar a transferência do bem para a procuradora federal. Em nota enviada à noite ao Correio, o BB informa que reconhece uma dívida de “pouco mais de R$ 20 mil” com a procuradora. No entanto, a instituição contesta a avaliação de R$ 300 mil porque sustenta que, em valores no mercado imobiliário, o bem valeria em torno de R$ 1,5 milhão. Por isso, alega o banco, a procuradora será alvo de uma representação na Corregedoria da Procuradoria da Fazenda Nacional “em face de suposto enriquecimento sem causa”.
Cobrada indevidamente, servidora fica com agência de banco no Lago Sul - Ana Maria Campos

 [1] Observem o cargo...
[2] Observem o valor...
[3] Observem o valor ...
[4] Observem a atitude do BB ...
[5] Justiça = do latim justitìa,ae '; justeza, exatidão (do peso); bondade, benignidade' (Houaiss)
[6] Existem servidores e servidores.

 Veja mais sobre a notícia na próxima postagem.

Estranho, muito estranho 2 ...

Sobre a postagem "Estranho, muito estranho..."

a) Considerando a dívida inicial de 983 reais em julho de 2000 e usando uma taxa de desconto de 1% ao mês, o valor hoje seria R$3.583. Se a taxa utilizada for de 2% ao mês, o valor seria R$12,899, muito abaixo do valor inicial.

b) Supondo que a indenização da justiça, de R$22 mil, tenha sido julgada em julho de 2006, a 1% de taxa de desconto tem-se um valor atual de 80 mil reais. Se a taxa for de 2% ao mês, o valor será de 289 mil reais.

c) Supondo o valor de mercado de R$1,5 milhão do imóvel, em relação a dívida, de R$983, o ganho da procuradora será de 5,8% ao mês. No período não existiu investimento com este retorno.

Marketing

Para os países e empresas que estão por trás desses aviões e armas, não há melhor instrumento de vendas do que o combate real. Para forças aéreas às voltas com cortes de orçamento, trata-se de uma briga pelo próprio valor do poder aéreo. "Quando um avião ou arma é empregado em mobilização operacional, isso se torna instantaneamente uma operação de marketing. Ele se torna "testado em combate"", diz um ex-alto funcionário de exportações de equipamentos bélicos de um país da Otan, falando sob condição de anonimato sobre o tema delicado.
Ação militar na Líbia se torna vitrine para mercado de armas - Autor(es): Tim Hepher e Karen Jacobs | Reuters, de Paris - Valor Econômico - 05/04/2011, via clipping do Ministério do Planejamento

Moral da história


De todas as histórias surgidas dos colapsos, em 2008, da Fannie Mae e da Freddie Mac, esta pode ser a mais incrível: até hoje, nenhuma das duas empresas admitiu que quaisquer dos números em suas demonstrações financeiras daquele ano estavam errados.

Parece também que a Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC) nada fará para contestar essa pretensão, e isso pode ser intencional. Durante anos, a SEC vem evitando acusar as principais instituições financeiras de cozinhar seus balanços, mesmo quando é óbvio que o fizeram. Isso é que é assegurar integridade financeira.

Na semana passada, a agência fiscalizadora notificou Daniel Mudd, ex-presidente da Fannie Mae, de que poderá dar entrada com um processo cível contra ele. Mas as acusações não teriam relação com a contabilidade da Fannie Mae. Elas iriam concentrar-se em se a financiadora habitacional garantida pelo governo divulgou aos investidores quanto de seus empréstimos eram de quitação incerta ("subprime").

"A divulgação de informações e procedimentos que constituem objeto da investigação são precisas e completas", disse Mudd em comunicado na semana passada. Ele disse que apresentará uma resposta por escrito "que deixará claro por que a equipe da SEC não deve prosseguir com nenhuma ação nessa questão".

(...) É indiscutível que os balanços da Fannie e da Freddie eram uma farsa. À época em que foram colocadas sob um interventor, ambas as empresas tinham supervalorizado seus ativos tributários diferidos em bilhões de dólares. Quanto maiores ficaram os prejuízos, mais seus ativos tributários cresceram, com base na ridícula alegação das empresas de que eles iriam usar todos esses créditos para compensar encargos tributários futuros, porque eles seriam enormemente lucrativos nas décadas seguintes.

As duas "blindaram" seus lucros e seu capital regulamentar contra bilhões de dólares de prejuízos financeiros com títulos lastreados em hipotecas, rotulando as perdas de "temporárias", quando era óbvio que as quedas eram tudo, menos isso. Elas também alegaram, falsamente, estarem adequadamente capitalizadas.

E fizeram tudo isso em plena luz do dia e com conhecimento e aprovação do sua fiscalizadora, a Federal Housing Finance Agency. Isso ajuda a explicar por que a SEC está tentando encontrar alguma coisa diferente de erros contábeis, ao tentar montar processos contra ex-executivos da Fannie e Freddie. O maior problema, para a SEC, será apurar irregularidades sobre as quais o governo não tinha conhecimento.

As maiores beneficiárias da abordagem do tipo "não queremos ver males contábeis" da SEC são as quatro grandes firmas de contabilidade. A Freddie Mac é auditada pela PricewaterhouseCoopers. A Deloitte auditou a Fannie Mae. A KPMG auditou a Countrywide. A Ernst & Young auditou a IndyMac.

Enquanto a SEC se apega à posição de que inexistiram erros nas demonstrações financeiras dessas empresas, não poderá alegar ter havido algo de errado nas auditorias das empresas. Isso ajuda a proteger os auditores de responsabilização potencialmente devastadora em litígios legais. (...)

Moral para os executivos: escolham bem a sua fraude - Jonathan Weil - Bloomberg - (Tradução de Sergio Blum.) - Publicado no Valor Econômico, 4 de abr de 2011 (via aqui)

Prêmios

A tabela mostra os maiores prêmios pagos, em percentuais, em processos de aquisição nos Estados Unidos. O interessante é que o setor de saúde é responsável pela metade das operações . Fonte: aqui

Lucro da CBF

A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) registrou um lucro líquido de R$ 83 milhões ao longo do ano passado. O resultado positivo é recorde na história da entidade. 


De 2008 para 2009, o lucro havia subido 126%: de R$ 32 mi para R$ 72,4 milhões. O novo balanço foi divulgado na manhã desta quarta-feira pelo presidente Ricardo Teixeira, durante assembleia geral da confederação, no Rio. 


A reunião controu com a presença dos presidentes das 27 federações estaduais. 


No início de março, foi a vez de a Fifa divulgar com pompa um lucro de US$ 631 milhões (cerca de R$ 1 bi) no período 2007-2010, que engloba a Copa da África do Sul. 


Mas, segundo estimativa feita por ela em 2007, o lucro esperado seria de US$ 807 mi. O organismo que controla o futebol mundial ganhou no período o total de US$ 4,189 bilhões (R$ 6,9 bilhões), mas desembolsou US$ 3,558 bilhões (R$ 5,8 bilhões). 


Com esse dinheiro gasto pela Fifa, daria para erguer todos os estádios previstos para a Copa do Mundo de 2014 --o custo das arenas, que inicialmente seria de R$ 2 bilhões, segundo a CBF, já supera a cifra de R$ 5 bilhões. 

CBF registra lucro de R$ 83 mi em 2010, recorde da entidade - SÉRGIO RANGEL – Folha de São Paulo

06 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: New Yorker

Teste 458

Em “O golpe VIP que derrubou milionários” (Bruno Paes Manso - O Estado de S.Paulo, 3 de abr 2010, p. C5) temos a descrição de uma fraude interessante.

 O dono de uma empresa foi procurado, em 2007, com uma proposta interessante: um fundo de pensão estrangeiro oferecia empréstimo de longo prazo, com cinco anos de carência e 20 para pagar. Mas para receber o aporte, o empresário deveria apresentar um projeto de expansão; caso fosse aprovado, receberia 35 milhões de reais para investimento. Seria necessário oferecer garantias financeiras, através da aquisição de debêntures no valor de R$175 mil.

 Entusiasmado com o dinheiro, o empresário compra caminhões financiados, expandindo a empresa.
Mas o dinheiro, que deveria chegar em 2007, não veio. O meliante sumia por longos períodos e reaparecia dizendo que o aporte não ocorria por entraves burocráticos. No final do ano passado, depois de quatro anos, esgotado, Augusto percebeu que se tratava de um golpe. "A quadrilha oferece debêntures sem valor de mercado e fica com o dinheiro. 
 O teste de hoje é o seguinte:

a) Faça a contabilização dos eventos que ocorreram em 2007;
b) Faça os lançamentos contábeis após o empresário ter descoberto a fraude.

  Resposta do Anterior: 86,5 / 16,1 = 5,4 anos. Observe que esta conta só levou em consideração uma instância. Caso uma das partes recorra, seria maior.

Acredite, se quiser

A empresa Satyam representa, para contabilidade, um daqueles escândalos famosos. O caso ocorreu na Índia, em 2009, e envolveu a filial daquele país da PwC.

Agora, um texto de Floyd Norris (Indian Accounting Firm Is Fined $7.5 Million Over Fraud at Satyam, 5 de abril de 2011) mostra alguns detalhes dos problemas contábeis da empresa indiana prestadora de serviços. O relato de Norris é assustador, em razão das falhas grotescas cometidas pelos auditores. Em razão disto, os auditores foram multados em 7,5 milhões de dólares, o maior valor já pago por uma empresa estrangeira.

A fraude da Satyam não foi descoberta; foi revelada pelo presidente da empresa. O principal ponto foi o saldo das contas bancárias, que a empresa informava atingir 1 bilhão de dólares, quando era 66 milhões. Mas como isto passou pelos auditores?

Os auditores não verificaram, ou o fizeram de maneira inadequada, os valores existentes nas contas bancárias da empresa. É isto mesmo. Norris informa que o BNP Paribas informou aos auditores que empresa tinha um saldo em 31 de março de 2007, de US $ 11,2 milhões; a empresa afirmava que o valor era de 108,6 milhões. Em 2008 o Citibank afirmava que a conta corrente da empresa era de 330.172 dólares, 2% do valor que a empresa afirmar ter: 152,9 milhões de dólares.

Norris também comenta sobre quem é responsável pela auditoria da empresa: “embora as empresas de auditoria em todo o mundo usam nomes semelhantes e fazem parte de uma rede global, as empresas dizem que são juridicamente independentes”.

Links

Empresas que pagam pouco imposto
Os melhores salários dos EUA (tem atuário, mas não contador)
As melhores histórias do primeiro de abril
  Lendas urbanas em finanças
 As grandes empresas de auditoria e a Inglaterra
 A explicação da AIG Grécia é a Argentina amanhã
  Piadas Nerds, o livro
 Inglaterra aprova lei da Corrupção
 A história mundial da dívida
 O PCAOB, a KPMG na Bermudas e problemas significativos
 Químico da Unicamp é acusado de fraudar artigos científicos
 Aqui a reação do CNPq
 O mito dos salários de gay e lésbicas
 Clubes grandes pagam pelos custos dos pequenos
 Momentos cruciais: fotografias de animais alimentando Os melhores aeroportos do mundo

Você acha que faz parte da classe média?

Por Pedro Correia


Pois é, então dê uma olhadinha nos dados abaixo. Se o seu rendimento familiar per capita mensal é maior do que R$2000, então você está entre os 5% mais ricos do Brasil. E se ganha mais do que R$4650, você está entre os 1% mais rico. Inacreditável, né?




Enfim, apesar do que você tem ouvido, o Brasil é muito pobre e desigual.





Fonte:Blog do Leo Monastério-Economista do IPEA.


Dados:PNUD/IBGE-2009




Comentário: O que se fala sobre a melhoria da renda familiar é quando a análise é feita usando os dados familiar per capita.Com esses dados apresentados perbe-se que, talvez a melhora esteja superestimada.

A mudança para um padrão global foi atrasada pela crise

Por Pedro Correia

A pior crise financeira desde a Grande Depressão pode ter retardado a adoção de um único padrão contábil global "por alguns anos ", disse James Quigley, CEO da Deloitte. "A crise financeira pode ter retardado o processo ", afirmou Quigley. "Os reguladores nacionais devem estar pensando "Como posso proteger meus investidores no meu país?" Você, então, começar a trilhar uma estrada de normas nacionais e da regulamentação nacional e, a dinâmica que tinha em relação a globalização e os padrões globais para apoiar os mercados globais de capital tem sido um retrocesso. "


O Financial Accounting Standards Board está trabalhando para conciliar os padrões de contabilidade globais com o International Accounting Standards Board. Mesmo que isso não aconteça, a Securities Exchange Commission dos EUA poderá aprovar, este ano a utilização das Normas Internacionais do IASB Financial Reporting Standards, conhecido como IFRS.


Alinhando os dois sistemas os investidores e reguladores poderão melhor comparar demonstrações financeiras das empresas ao redor do mundo. Membros dos dois órgãos de contabilidade têm realizado mensalmente, e, às vezes semanalmente, reuniões sobre o assunto desde 2006.


A mudança para um padrão global, provavelmente, não irá ocorrer antes de 2015, assim as empresas e os auditores têm tempo para se adaptarem às mudanças, Quigley disse em entrevista na sede da Bloomberg em Nova York. Os executivos dos EUA têm posicionamento contrário à adoção de padrões de contabilidade globais por causa do custo para implementá-las, disse ele.


"Eu tenho a visão que temos mercados de capital capitais e mercados de capitais globais precisam de padrões globais, e a mudança para o IFRS é uma estrada que eu gostaria de ver a gente viajar", disse Quigley, que está deixando o cargo em junho. "Há alguns que acreditam que nunca vamos chegar lá."


Fonte: Bloomberg

"Ganha" e perde

Por Pedro Correia


No ano passado, 25 de hedge funds ganharam US $ 22 bilhões. No entanto, foi um ganho paradoxal. Segue um exemplo:


David Shaw of D. E. Shaw, a firm that uses complex algorithms to determine its investments, made the list with income of $275 million, even though his biggest fund returned a paltry 2.45 percent and over all the firm lost 40 percent of its assets, the magazine said. AR Magazine said Mr. Shaw, who gave up day-to-day oversight of the funds in 2002, made the list because the firm charged a 3 percent management fee and took 30 percent of the investment gains.


Fonte: The New York Times

Como descobrir erros

Apesar da contabilidade dos dias de hoje ser informatizada, existem algumas ocasiões onde o processo de cálculo ainda é manual. Uma dessas situações são os exercícios, e provas, que os alunos fazem em sala de aula.

Um dos problemas nestas situações são os erros ocorridos no processo de fechamento do balanço. Ou seja, o total dos débitos não é igual ao total dos créditos. Existem algumas dicas que podem ajudar a encontrar facilmente esses erros. Vamos explicar isto através de um exemplo simples. Observe o balancente de verificação abaixo:

O balancete apresentado mostra um total de débito de 74 mil e um total de crédito de 65 mil. O primeiro passo para achar onde foi cometido o erro é calcular a diferença. Neste caso, o valor é de R$9 mil. Se esta diferença for um número divisível por nove, existe grande chance de o erro ser de transposição. Em outras palavras, ao copiarmos o valor dos razonetes para o balancete de verificação trocamos os valores. Assim, em lugar de R$12 mil, colocamos R$21 mil, por exemplo. Mas neste caso, se o erro tivesse sido cometido na conta Bancos, isto aumentaria o total de débitos; então, podemos descartar o erro de transposição na conta Bancos. Mas se aconteceu em Terrenos, ou seja, em lugar de escrever R$45 mil escrevemos R$54 mil, a diferença é de R$9 mil. Ou seja, o erro pode ter sido cometido nesta conta.

Outra dica é olhar atentamente o valor da diferença entre o total do débito e o total do crédito. Observe que no exemplo este montante é de R$9 mil. Como a diferença corresponde a um número divisível por mil, a troca ocorreu em números consecutivos. No exemplo, entre 5 e 4. Mas imagine agora que o balancete seja o seguinte:

(Propositalmente corrigimos o erro em terrenos e acrescentamos um erro em receitas). A diferença entre o total de débitos e o total de créditos é de R$36 mil. Como este valor é divisível por nove, o erro foi de transposição. Observe que 36 dividido por 9 é igual a 4. Matemática elementar. Mas o “4” indica que a transposição ocorreu entre dois números cuja diferença aritmética é “4”: 1 e 5; 2 e 6; 3 e 7; 4 e 8; e 5 e 9. Neste caso, entre 1 e 5; isto significa dizer que o erro de transposição ocorreu em receitas.

Um segundo tipo de erro é considerar uma conta devedora como credora e vice-versa. Observe a figura abaixo:

A diferença é de 42 mil. Como este valor não é divisível por nove, não temos um erro de transposição. A próxima etapa é dividir esta diferença por dois: chegamos a um valor de R$21 mil. Observe que na figura existe uma conta com este valor: fornecedores. Olhando com mais atenção notamos que o valor está na coluna do débito, quando deveria estar no crédito. Basta fazer a correção.

Outro erro é esquecer alguma conta. Veja a nova figura:

A diferença é de doze mil reais. Este valor não é divisível por nove e portanto não existe um erro de transposição. Dividindo o valor por dois, encontramos seis mil. Como não existe nenhuma conta com este valor, podemos concluir que não existiu uma troca de coluna. A explicação seria a falta de um item no balancete: no exemplo, a conta Bancos.

Estas dicas funcionam razoavelmente bem quando não cometemos muitos erros. Caso o nosso balancete possua muitos problemas, recomendamos que estude novamente, para que da próxima vez seja cometido, no máximo, um erro.

Empresa cai em golpe do e-mail

De acordo com documentos de um tribunal norte-americano, a Condé Nast, editora das revistas "Wired", "Vanity Fair", "Vogue", entre outras, foi vítima de uma fraude no valor de quase US$ 8 milhões. Em novembro de 2010, o criminoso enviou um e-mail para a empresa se passando pela gráfica e informando novos dados da conta bancária para o pagamento das impressões. O e-mail era falso e o problema só foi descoberto quando a gráfica verdadeira questionou por que não estava sendo paga.
Para realizar o ataque, o golpista registrou uma empresa com o nome de Quad Graph, enquanto a empresa que realiza as impressões para a Condé Nast é a Quad Graphics. A conta que recebeu os pagamentos pertence a Andy Surface, um residente do Texas de 57 anos. Ele transferiu cerca de U$ 84 mil para uma conta pessoal.
No final de dezembro de 2010, um mês e meio após o início da fraude, a Quad Graphics questionou por que não havia recebido o pagamento referente aos serviços de impressão. A Condé Nast realizou uma investigação interna e a gráfica negou que suas informações bancárias tivessem sofrido qualquer alteração, comprovando a fraude. Nesse ponto, o dinheiro já havia sido transferido para a conta falsa.
Fonte: G1

05 abril 2011

Rir é o melhor remédio

Dexter, a série, e Dexter, o desenho animado

Efeito Hathaway

Anne Hathaway é uma conhecida atriz de Hollywood. Fez filmes como Amor e Outras Drogras, O Casamento de Rachel, O Diário da Princesa e O Diabo Veste Prada.
Berkshire Hathaway é o nome da empresa do bilionário Warren Buffett, um dos homens mais ricos do mundo.

Em comum, o sobrenome Hathaway.

Mas para aqueles que acreditam que o mercado não é tão inteligente (veja aqui um exemplo, da confusão entre Níger e Nigéria) existe uma relação adicional entre Warren e Anne (fotomontagem daqui, baseado na capa do filme Amor e Outras Drogras): o Efeito Hathaway. Este efeito é bem simples: toda vez que o nome de Anne, a atriz, aparece nas notícias, as ações da Berkshire, a empresa, aumentam.
Eis os fatos: na sexta-feira, antes da premiação do Oscar, onde Anne estaria presente e apresentaria a cerimônia, as ações da Berkshire aumentaram em 2,02%. A tabela a seguir mostra as datas dos lançamentos dos filmes de Anne Hathaway, o nome do filme e a variação da ação da empresa, no mesmo dia. Observe que nos setes eventos, as ações da empresa sempre aumentaram.

Mais sobre o efeito, aqui, aqui e aqui

Teste 457

Recentemente a imprensa (Judiciário estoura meta, eleva gastos e acumula quase 1 milhão de processos, Marta Salomon, Estado de S Paulo, 31 de março de 2011) informou que o judiciário tinha 86,5 milhões de casos, no final de 2010, não julgados. O texto também informa que durante o ano entraram 17,1 milhões de processos, sendo 16,1 milhões de processos foram julgados. Usando o conhecimento de prazo de estocagem, qual o prazo médio de duração do julgamento do processo na justiça brasileira?

Resposta do Anterior: novo sistema de pontuação no xadrez. Fonte: aqui

Pirataria e o Custo

(...) o DVD pirata no Brasil, ajustado ao poder de compra da população, custa US$ 20, próximo do DVD original nos EUA (US$ 24). Já o original, aqui, é mais do que três vezes superior ao mesmo original no mercado norte-americano, considerado o poder de compra em cada país. 

(...) “Apesar de tantos os esforços públicos, o impacto para a redução efetiva da pirataria tem sido pequeno. A razão para isso é explicada no estudo, que demonstra como a pirataria é essencialmente um problema econômico e somente será efetivamente resolvida quando sua causa principal for combatida: um regime de preços que faça sentido para o poder de compra local. 

Estudo: pirataria sobrevive à repressão; causa está no poder de compra - 4 de março de 2011 | Sílvio Guedes Crespo - Estado de S Paulo

Desempenho da Justiça

Mesmo gastando mais do que previsto, o Poder Judiciário gerou um estoque de quase um milhão (exatos 989.321) de novos processos sem julgamento em 2010, quando a meta definida era não acumular nenhum processo proposto à Justiça durante o ano. Assim, o número de casos não julgados deve passar dos 86,5 milhões registrados em 2010. (...)
Entre as metas fixadas em 2010 pelo CNJ estava a redução de 2% do consumo de energia elétrica, telefone, água, papel e combustível. A realidade ficou bem distante da meta. Os custos do Judiciário com esse tipo de insumo cresceram 17%. O CNJ atribui o aumento de gastos a atividades típicas do ano de eleições. (...)
Em 2010, os tribunais deveriam julgar todos os processos distribuídos no ano, além de parcela do estoque de atrasados: os processos apresentados até 2006, ou até 2007 no caso dos tribunais especializados, como causas trabalhistas e eleitorais. O resultado apurado pelo CNJ ficou aquém do esperado. Dos 17,1 milhões de processos que deram entrada em 2010, 16,1 milhões (94,2%) foram julgados. Isso significa que acumulou-se um novo estoque de 989 mil peças não julgados no ano. Para 2011, a meta fixada em março, após passar votação de presidentes de tribunais, é ainda mais ambiciosa: julgar mais do que o número de processos apresentados.
Fonte: Judiciário estoura meta, eleva gastos e acumula quase 1 milhão de processos - Marta Salomon, Estado de São Paulo, 31 de mar de 2011, p. A4

É interessante que a melhoria da Justiça tende a gerar mais processo ainda. Aqueles que antes não procuravam o judiciário para resolver seus problemas, passam a usá-lo, gerando mais processo.

Sobre o acesso ao portal da Capes

Sobre o acesso ao portal da Capes – Por Isabel Sales

Na postagem “como melhorar seu referencial” eu ensinei como utilizar o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Capes para consultas na rede de sua biblioteca. Agora gostaria de acrescentar algumas observações:

- Para quem tem e-mail universitário, geralmente é possível acessar a rede “de casa”, sem ser necessário ir até a sua universidade ou biblioteca.

Na UnB, o Centro de Informática – CPD disponibiliza três tutoriais de configuração do navegador para que isso seja possível – disponível aqui. Recomenda-se que você deixe configurado em seu computador um navegador secundário, que você utilize apenas para o acesso a Capes. Assim você se poupa de uma reconfiguração constante.

Eu fiz uma pesquisa rápida e encontrei, no site da Universidade de Pernambuco a configuração que eles utilizam, aqui; na Universidade Federal do Pará, aqui; e na Universidade de São Paulo, aqui. Procure esse acesso em sua universidade. Assim será ainda mais fácil melhorar o seu referencial teórico.

China e o rápido crescimento econômico

Por Pedro Correia

No mais novo artigo de Barry Eichengreen:WHEN FAST GROWING ECONOMIES SLOW DOWN: INTERNATIONAL EVIDENCE AND IMPLICATIONS FOR CHINA. O autor mostra que economias com crescimento muito rápido entram em suave declínio.Quando o país atinge a renda per capita de 17 mil dólares a taxa de crescimento cai no mínimo em 2%.No caso chinês essa renda per capita será atingida por volta de 2015.Segue resumo:



Using international data starting in 1957, we construct a sample of cases where fast-growing economies slow down. The evidence suggests that rapidly growing economies slow down significantly, in the sense that the growth rate downshifts by at least 2 percentage points, when their per capita incomes reach around $17,000 US in year-2005 constant international prices, a level that China should achieve by or soon after 2015. Among our more provocative findings is that growth slowdowns are more likely in countries that maintain undervalued real exchange rates.

Economia Americana

Por Pedro Correia

Clique na imagem para ampliar
Fonte: Big Picture

Fraude

Investigadores alemães dizem ter descoberto um imenso escândalo envolvendo a reintrodução de moedas do euro que tinham sido tiradas de circulação e vendidas como sucata para a China. A fraude, que pode custar ao Banco Central alemão a soma de € 6 milhões, envolvia funcionários de empresas aéreas - entre eles, equipes de bordo da Lufthansa.
Na quarta-feira, as autoridades realizaram uma busca nos endereços dos funcionários da empresa aérea alemã. Seis pessoas foram detidas.
Todos os anos, toneladas de moedas danificadas do euro são tiradas de circulação e revendidas como sucata. Mas, com frequência, as moedas do euro são simplesmente separadas em duas partes principais - o núcleo e o anel externo - antes de serem entregues aos negociantes de sucata na China.
No país asiático, um grupo remontava as moedas. Os criminosos pagavam quatro funcionários de empresas aéreas para que transportassem o dinheiro de volta à Alemanha. Eles então levavam as moedas ao Bundesbank e as trocavam por dinheiro.
Segundo os promotores públicos de Frankfurt, o Bundesbank alemão é o único estabelecimento em toda a Europa que aceita trocar gratuitamente moedas danificadas. O banco aceita material desse tipo em sacos contendo até € 1 mil em moedas. Uma checagem mais rigorosa ocorre apenas periodicamente.
Os promotores dizem que nenhum funcionário do Bundesbank é considerado suspeito. As autoridades estimam que entre 2007 e 2010 o grupo tenha conseguido trocar 29 toneladas de moedas.
Com os chineses, foram apreendidos laptops, documentos e uma prensa que remontava as moedas. Segundo o tabloide alemão Bild, o esquema foi descoberto depois que um funcionário da alfândega reparou num membro da equipe de bordo que tinha dificuldades para arrastar as malas pesadas. Quando elas foram abertas, a alfândega encontrou milhares de moedas.
Fraude contra BC Alemão - DER SPIEGEL - Estado de São Paulo

Estatística

O blog de Andrew Gelman tenta responder a um leitor sobre um bom livro de estatística. Minha recomendação seria o livro de Andy Field, que aplica estatística com o SPSS. Tinha uma edição antiga. Recentemente uma orientanda apareceu com uma edição em língua portuguesa. No entusiasmo, decidi comprar uma edição mais nova do livro.

Novo presidente da Vale

Por Pedro Correia

Acionistas que compõem a Valepar, entidade que controla a mineradora Vale, indicaram na segunda-feira Murilo Ferreira para ser o novo presidente-executivo da companhia, em substituição a Roger Agnelli. O nome de Ferreira, de 58 anos, não deixa de ser uma surpresa no processo, já que além de Tito também se comentava a eventual indicação do diretor de Marketing e Estratégia, José Carlos Martins, ou ainda algum nome com ligação mais forte com o Planalto. A indicação ainda terá que ser aprovada pelo Conselho de Administração da Vale e, apesar de não ser esperada, possivelmente terá a chancela dos investidores e analistas pelo perfil técnico e a experiência no setor de mineração acumulada por Ferreira. Em seu período na Vale, o executivo também atuou no setor de alumínio, como diretor da antiga Aluvale (Vale do Rio Doce Alumínio). No novo posto, ele terá que lidar com os desejos do governo federal de uma atuação da companhia mais próxima das políticas de desenvolvimento industrial do Planalto, ponto em que Agnelli fracassou.


Governo corta investimentos e eleva gastos

Por Pedro Correia

Encerrado o primeiro trimestre do mandato da presidente Dilma Rousseff[1], o retrato das contas públicas contraria o discurso feito por ela desde a época da campanha eleitoral. Os gastos com investimentos, que deveriam ser preservados dos cortes, caíram. Já as despesas com salários, custeio da máquina pública e da rotina do governo subiram. É justo o oposto do pregado no discurso oficial[2] Com pessoal e custeio, o governo gastou R$ 10 bilhões a mais no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Se forem incluídos os gastos com juros, o aumento chega a R$ 13,2 bilhões. É praticamente um quarto do corte de R$ 50 bilhões feito no Orçamento deste ano e é dinheiro suficiente para bancar quase um ano do programa Bolsa Família.


No fim do mês passado, o Estado mostrou que haviam aumentado até gastos com diárias e passagens, supostos alvos de cortes.Os dados foram lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi), que registra gastos federais, e foram pesquisados pela ONG Contas Abertas. Dos R$ 8,2 bilhões despendidos em investimentos nos primeiros três meses deste ano, R$ 7,9 bilhões se referem a pagamentos de contas herdadas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Os programas incluídos no Orçamento de 2011 propriamente dito, aquele que seria preservado de cortes, praticamente não saíram do lugar.


Nos primeiros 90 dias de governo, apenas R$ 306 milhões foram pagos até o momento, o que significa que o projeto foi realizado e o governo quitou a conta. O volume de investimentos previstos para este ano, porém, chega a R$ 63,7 bilhões. Desse montante, apenas 6,19% passaram pela primeira etapa burocrática do gasto público, o chamado “empenho”, que é feito quando o governo compromete o dinheiro com o pagamento de alguma obra ou serviço ainda em execução.


Marta Salomon O Estado de São Paulo, 3/04/2011


[1]As primeiras dúvidas em relação à política econômica do governo Dilma começaram a surgir.Segue comentário de Mansueto Almeida: "A consultoria da Credit Suisse sugere que o cenário para a nova presidente pode piorar por três motivos: (1) redução do crescimento econômico (muito gente já estima que o crescimento este ano fique abaixo de 4%); (2) aumento da inflação, que vai corroer o poder de compra do trabalhador de mais baixa renda; e (3) o cenário fiscal pior de 2012, que já começa com um gasto extra de quase R$ 25 bilhões em virtude a regra atual de reajuste do salario mínimo e novas demandas fiscais que ficarão cada vez maiores em um governo com índices de popularidade caindo."




[2] É bom ler artigo de Keneth Rogoff sobre a criação de conselhos fiscais independentes, que atuam como fiscais dos gastos governo. A atuação desse conselho seria de forma semelhante à atuação de um banco central. O artigo detalha muito bem o funcionamento desses "órgãos", que já atuam na Suécia, Holanda, Inglaterra, Eslovênia e Canadá.

O FMI divulgou relatório em que ressalta que o equilíbrio fiscal brasileiro está mais mais fraco do que o previsto. Além disso, afirma que a deterioração das contas fiscais está "particularmente pronunciada".