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07 novembro 2010

Escolhendo o Contador

Saiba como selecionar bons profissionais e o que fazer após sua contratação

NA SELEÇÃO

1-Verifique se o ramo em que o contador costuma trabalhar corresponde ao da sua empresa. Quanto mais especializado ele for no seu setor de atuação, melhor será

2-Avalie o grau de confiança que você temno profissional. Ele terá toda a informação fiscal de sua empresa

3-Observe a disponibilidade do profissional. Você precisará dele com frequência, e a demora no atendimento pode significar perda de prazos, multas e até dificuldade de participação em licitações públicas

4-Desconfie de valores muito baixos de serviços de contabilidade e verifique os valores de mercado

5-Procure indicações de contadores com pessoas de sua confiança

ANTES DA CONTRATAÇÃO

1-Consulte o registro do contador ou do escritório de contabilidade no Conselho Regional de Contabilidade

2-Faça um levantamento sobre o contador ou o escritório, extraindo as certidões de idoneidade

3-Solicite referências e entre em contato com pelo menos outros dois empresários

ACOMPANHAMENTO DO TRABALHO DO PROFISSIONAL

1-Solicite, ao menos a cada seis meses, o "check-list"de todas as principais obrigações tributárias (pagamento de tributos) e acessórias (entrega de declarações diversas), comprazo de cumprimento de cada uma delas; mantenha o controle da documentação fornecida pelo contador

2-Arquive sempre o balanço da empresa, as declarações jurídicas e outras obrigações. Assim, se surgirem suspeitas de irregularidades, você terá controle do que de fato foi executado. Lembre-se de que a irregularidade pode ser apenas um equívoco da própria Receita Federal e, assim, você estará protegido

3-Sempre pague diretamente os impostos. Não entregue o dinheiro para que o profissional pague suas guias de tributos. Ao quitálas, guarde os comprovantes. Ficando responsável pelo pagamento e pela manutenção dos documentos, você evita que terceiros se apropriem do dinheiro e mantém controle dos débitos

"CHECK-LIST" DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS

A necessidade de cada documento varia de acordo coma complexidade da empresa. Verifique quais certidões são exigidas para a sua empresa e solicite-as ao contador periodicamente. Entre as mais comuns estão

Certidão Negativa de Débito de Tributos Federais, emitida pelo site da Receita Federal

Certidão Negativa de Débito do INSS, emitida pelo site da Receita Federal Y Certidão Negativa de Débito do FGTS, emitida pelo site da Caixa Econômica Federal

comprovante de inscrição do CNPJ, emitido pelo site da Receita Federal

Certidão de Distribuição de Ações na Justiça Federal, emitida pelo site da Justiça Federal

Certidão de Distribuição de Ações Cíveis e de Família, emitida pelo site do Tribunal de Justiça de São Paulo*

Certidão de Distribuição de Executivos Fiscais, emitida no site do Tribunal de Justiça de São Paulo*

Certidão de Distribuição de Ações Trabalhistas, emitida no site do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo Em caso de falência

Certidão de Distribuição de Pedidos de Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial, emitida no site do Tribunal de Justiça de São Paulo*

Em caso de falência

Certidão de Distribuição de Pedidos de Falência e Recuperação Judicial e Extrajudicial, emitida no site do Tribunal de Justiça de São Paulo*

Sites para consultas

www.receita.fazenda.gov.br [http://www.receita.fazenda.gov.br]

www.caixa.gov.br [http://www.caixa.gov.br]

www.jfsp.jus.br [http://www.jfsp.jus.br]

www.tj.sp.gov.br [http://www.tj.sp.gov.br]

www.tst.jus.br [http://www.tst.jus.br]

*Nesses casos, o site fornece uma pesquisa não oficial. Caso seja positiva, é recomendável a emissão da certidão Fontes: André Camargo, professor e coordenador do curso de direito para executivos do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa); Tales Andreassi, professor e coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV; Regina Sevilha, advogada tributarista especializada em contabilidade da Sevilha, Andrade, Arruda Advogados; CRC-SP e empresários


PASSO A PASSO DA ESCOLHA DO CONTADOR - 7 Nov 2010 - Folha de São Paulo

Contador III

Problemas contábeis devem ser reduzidos com as mudanças na legislação que regulamenta a profissão, afirmam especialistas consultados pela Folha.

A lei complementar nº 12.249, sancionada pelo presidente Lula em junho deste ano, determina que o profissional da contabilidade precisa ser aprovado em um exame de suficiência para obter o registro no conselho.

"Se o exame for sério, certamente selecionará melhor e reduzirá os casos de má prestação de serviço", opina Márcio Bonirelli, professor de contabilidade da USP.

A lei também possibilita a cassação por até dois anos dos registros de profissionais que foram condenados pelo conselho de contabilidade.

Atualmente, as penalidades existentes vão de multas a advertências e suspensões. A lei passa a valer a partir de janeiro do ano que vem.


Lei institui exame de suficiência para obter registro profissional - 7 Nov 2010 - Folha de São Paulo

IFRS e US GAAP


A figura acima mostra a diferença, em euros e em 31 de dezembro de 2008, dos ativos do Deutsche Bank, banco alemão, que preparou suas demonstrações segundo as normas da IFRS e as normas contábeis dos Estados Unidos. A grande diferença no total (2.202 bilhões de euros versus 1.030 bilhões) deve-se ao tratamento dos derivativos (1.224 versus 128) nas duas normas.

Segundo Felix Salmon, da Reuters, isto impede de fazer comparações e rankings sobre os maiores bancos do mundo.

Contador II

Confiar todo o controle tributário ao contador, sem fiscalizar, é muitas vezes pedir para ter dor de cabeça. Isso porque, apontam empresários, delegar sem controle pode levar o contador a não entregar os documentos ou comprovantes de quitação aos órgãos responsáveis nos prazos. Há riscos também de ele não inserir a empresa no regime adequado e, em vez de pagar os impostos, se apropriar dos valores que pertencem ao seu cliente. Alguns casos ocorrem por má-fé do profissional. Como relata a empresária Márcia Choinski, 41, que, em 2005, abriu uma agência de projetos de marketing e consultoria de negócios em Curitiba. Ao final de dois anos, recebeu uma notificação da Receita Federal que apontava irregularidades encontradas em sua microempresa. "O contador havia afirmado que minha empresa estava enquadrada no [regime tributário do] Simples Nacional, mas era mentira. Quando fui questioná-lo, ele nem sequer me respondeu, apenas suas assistentes me atenderam", conta a empresária. Choinski descobriu que deveria pagar uma carga tributária muito maior do que aquela que vinha pagando. "Antes de contratá-lo, pedi indicações. Mas não foi o bastante, ele não era um profissional confiável", ressalta a empresária, que preferiu não identificar o contador.

ESPECIALIZAÇÃO

Casos de má-fé, porém, são minoria e alguns cuidados podem minimizar a possibilidade de o empresário ter problemas com o contador, salientam especialistas (leia quadro na pág. 3). Um deles é exigir do contratado atualização constante no ramo de atuação, diz Márcio Borinelli, da USP. Acompanhar a complexidade do negócio é essencial para essa classe profissional -e, se não o fizer, o contador deverá ser trocado-, reitera Tales Andreassi, coordenador do Centro de Empreendedorismo da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas). Nem os 40 anos de trabalho conjunto com a empresa convenceram F.D., 39, que não autorizou sua identificação, do ramo de reciclagem, a permanecer com um contador amigo da família. "Ele é muito correto, mas não se atualizou. E isso prejudicou o crescimento da empresa. Identificamos erros em nossa contabilidade e sei que é porque ele já não acompanha [as mudanças na] legislação", explica.


Delegar sem controle é prejudicial à empresa - 7 Nov 2010 - Folha de São Paulo

Contador

Retenção de documentos, irregularidades na função e na escritura contábil e apropriação indevida de valores são as principais dores de cabeça dos empresários em relação aos contadores.

É o que aponta levantamento sobre as queixas registradas no CRC-SP (Conselho Regional de Contabilidade de São Paulo) desde 2007 e realizado a pedido da Folha.

A retenção soma 330 casos; as irregularidades no exercício profissional, 190; as relacionadas à escritura contábil, 177; e a apropriação de valores, 160 queixas.

De acordo com o órgão, foram cadastradas 292 denúncias de irregularidades de profissionais em 2009, ante 305 em 2008. Até outubro deste ano, foram 244.

Empresários afirmam que muitos deles não denunciam porque temem represálias, já que o contador conhece toda sua estrutura fiscal.

"Com 18 mil profissionais no Estado, o índice de denúncia é pequeno", pondera Márcio Bonarelli, vice-coordenador do curso de ciências contábeis e atuárias da USP (Universidade de São Paulo).

Dono de uma empresa há 25 anos no ramo de treinamento, O.S., 59, que pediu para não se identificar, afirma ter descoberto há alguns meses que seu contador não pagou parte dos impostos nos últimos sete anos.

Com faturamento que varia entre R$ 150 mil e R$ 300 mil ao mês, a empresa acumula uma dívida de R$ 2 milhões com a Receita Federal.

"Quando eu analisava os pagamentos e o questionava, a resposta sempre era que estava tudo certo. Percebi os problemas muito tarde. [Ele] forjava recibos e até minha conta bancária violou", conta o empreendedor.

É a segunda vez que o empresário tem problemas com contador. Na primeira ocasião, denunciou o profissional, que foi obrigado a prestar serviços à sociedade.

"Foi frustrante a denúncia, pois o ônus financeiro cai sobre os donos da empresa. E, dessa vez, não poderei pagar toda a dívida. Estou vendendo meu único imóvel, minha casa", afirma.


Contabilidade fora de foco - 7 Nov 2010 - Folha de São Paulo - BRUNA BORGES

06 novembro 2010

Rir é o melhor remédio



Aqui, o ator John Travolta. Aqui, Cage. Fonte: aqui

Horóscopo

CAPRICÓRNIO (22 dez. a 20 jan.)

Quando Mercúrio e Netuno estão como hoje no céu, a fantasia, a poesia e as quimeras ganham vida na cabeça de todo mundo. Pensamento pragmático e contabilidade saem prejudicados. Especialmente para você, em relação aos amigos.


(Folha de São Paulo, 6 de novembro de 2010)

Lucro, Ebitda e Receita

Um leitor, Marlon, manda a seguinte notícia:

Lucro da Fras-le recua 16% com alta de preços do aço

A Fras-le, fabricante de autopeças, informou nesta quarta-feira (3/11) que obteve lucro líquido de R$ 9,8 milhões no terceiro trimestre, queda de 16,4% ante o mesmo período do ano passado.

A receita líquida avançou 11,7% na mesma base de comparação, para R$ 174,2 milhões. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) teve alta de 4,1%, para R$ 15,2 milhões.

Segundo a Fras-le, apesar do aumento das vendas, a queda no lucro refletiu a alta nos preços do aço e mão de obra. A empresa afirmou que também aumentou a provisão para impostos e dívidas judiciais.

De acordo com a empresa, o resultado foi sustentado pelo desempenho das exportações. No trimestre, a empresa obteve exportações de US$ 26 milhões, avanço de 17,6% ante o mesmo período de 2009.

O maior mercado da empresa são os países do Nafta (Canadá, EUA e México), representando 64,2% das exportações.

No ano, a receita acumula alta de 21,2%, com R$ 376,7 milhões, enquanto o lucro tem avanço de 42,4%, em R$ 39,3 milhões.


A questão é: é possível que o aumento da receita líquida em 11,7% e em 4,1% no Ebtida, a queda de 16,4% no lucro líquido, se deva ao aumento dos insumos?

O aumento dos insumos pode justificar parte do crescimento menor do Ebitda em relação a receita líquida. Pela teoria de custo, um crescimento de 11,7% deveria conduzir a um crescimento mais que proporcional no Ebitda em razão da alavancagem operacional. Entretanto, isto não ocorreu pois, segundo a notícia, os insumos aumentaram. Entretanto, a queda no lucro líquido, em relação ao aumento do Ebitda, não pode ser justificado pelo insumo, mas talvez pelo aumento na provisão para imposto de renda.

05 novembro 2010

Teste #377

Dia 10 de novembro é considerado, em alguns países, como o Dia da Contabilidade. Esta data corresponde:

ao dia em que foi publicado o segundo volume do Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita, de Luca Pacioli
ao dia que nasceu Luca Pacioli, o pai da contabilidade
ao dia que foi criado o Iasb

Resposta do anterior: Taxi mais barato está em Deli; o mais caro em Zurique. Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

A seguir, um manual de etiquetas para as mulheres: sente-se direito, não converse enquanto dance, não use o espelho do carro, não seja familiar, não seja sentimental, não beba muito ...







Links

De finanças pessoais:

Aprenda a investir na Bolsa de Valores

Comprar ou alugar um imóvel?

Investindo num imóvel: as dicas

Investindo em imóvel

Onde o taxi é mais barato

Quanto custa um animal de estimação? Ter uma cacatua equivale a um automóvel de médio porte

Auditoria

O Financial Times, em Counting the auditors (3 de novembro de 2010) discute a enorme concentração na área de auditoria. Para o jornal, o fato de existirem somente quatro empresas, quando em 1989 eram oito, é preocupante pela facilidade de falhas. O texto lembra que a Andersen não sobreviveu a um golpe na sua reputação dado por uma empresa, a Enron. Uma ressalva aqui, isto não foi bem verdade: a Andersen teve uma série de problemas, sendo a Enron o caso mais famoso.

A Inglaterra está agora investigando uma década de auditoria da KPMG na BAE. Apesar de o caso estar restrito ao mercado inglês, e o fato da KPMG negar qualquer delito, a existência de somente quatro empresas dominando o mercado seria preocupante. Para o jornal, quatro grandes empresas é o limite para o mercado pela seguinte lógica: algumas empresas usam uma auditoria para os processos internos, outra para auditoria externa e uma terceira para consultorias; a quarta empresa seria a reserva quando fosse necessária uma alteração.

Lavagem de dinheiro no Vaticano

Uma investigação na Sicília sobre uma suspeita de fraude e lavagem de dinheiro envolvendo um padre da Igreja Católica e possivelmente a máfia, vem contribuindo para as pressões para que o Vaticano alinhe suas operações bancárias, às vezes sigilosas, aos padrões globais.

(...) Esses funcionários chamam atenção para uma troca recente de cartas entre Gotti Tedeschi e a Financial Action Task Force de Paris, com a qual o Banco do Vaticano se comprometeu a adotar medidas contra a lavagem de dinheiro estabelecidas pela força tarefa. (...)


Fonte: Guy Dinmore, Financial Times, Valor Economico (via blog do Marcos Assi)

NF-e no setor público

A utilização de Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) nas vendas para a administração pública será obrigatória a partir de 1° de dezembro, de acordo determinação da cláusula segunda do Protocolo ICMS 42, de 3 de julho de 2009. A medida engloba todos os órgãos da administração direta ou indireta, inclusive empresas e sociedades de economia mista, da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. O convênio entra em vigor depois de mais de um ano de sua publicação para possibilitar a adaptação das empresas à nova regra.


Nota Fiscal Eletrônica será obrigatória para setor público a partir de dezembro (Blog do Vladmir Almeida)

Tributos

O prazo para que o contribuinte possa pedir a devolução de tributos indevidos lançados de ofício pela Fazenda Pública é de cinco anos contado a partir da data do pagamento. Já no caso da ação para anular o lançamento feito de ofício, o mesmo prazo é contado a partir da notificação do contribuinte acerca do crédito tributário.

(...) O dispositivo determina que qualquer ação contra a Fazenda Pública prescreve em cinco anos, “contados da data do ato ou fato do qual se originarem”. O termo inicial da prescrição, na visão do município, deveria ser o fato gerador do tributo. O ministro Luiz Fux, relator do recurso, entendeu que o direito de ação anulatória, no caso de um crédito tributário constituído por lançamento de ofício, “decorre da notificação desse lançamento, sendo esse o termo inicial para a contagem da prescrição”.


STJ define datas prescricionais em ações tributárias (Blog do Alexandre Alcantâra)

04 novembro 2010

Rir é o melhor remédio



Um penalti marcado que só o juiz viu. Jogo do campeonato da Colômbia, de 2008. Fonte: aqui

Teste #376

A seguir três cidades que fazem parte de uma lista de 72 que participaram de uma pesquisa para saber quanto custa um taxi. Uma delas ficou com o título de taxi mais barato (entre 0,90 a 1,58 dólares); outra, com o taxi mais caro do mundo (18,18 e 24,24) e um terceira, com um preço próximo ao cobrado no Rio de Janeiro (entre 3,53 e 5,88 dólares para uma corrida de três quilômetros). Eis as cidades

Deli, India
Hong Kong, China
Zurique, Suiça

Resposta do anterior: Liverpool

Contabilistas

Há cinco anos, o grupo de contabilistas formado em 1954 pela Escola Técnica de Contabilidade da UFRGS se reúne em almoços para celebrar e compartilhar histórias. Desde a formatura, são 56 anos em que carreiras de sucesso e famílias foram construídas. Hoje, parte da turma – com idades entre 70 e 90 anos – está aposentada, e 20 integrantes já morreram. Mas, mesmo depois de tanto tempo, o unido grupo ainda tem lacunas a preencher: dos 59 da turma de 1954, 11 permanecem “desaparecidos” para os colegas.

Foi em mais um esforço na tentativa de reencontrá-los que o aposentado Olegário Silva de Vargas, 76 anos, entrou em contato com ZH. Em um e-mail, anexou uma foto da formatura e pediu “a colaboração de quem possa ajudar a localizá-los”. Com auxílio da ex-colega Bertha Rotemberg, 76 anos, Vargas tentou identificar, na foto acima, os 11 sumidos, mas o tempo foi inimigo da memória.

– Às vezes, sabemos quem são, mas não lembramos o nome. Ou sabemos o nome, mas não lembramos o rosto – conta Bertha.

Organizador dos encontros do grupo, Vargas teme que alguns dos contabilistas não encontrados também tenham morrido. Outros, acredita ele, podem ter viajado para outros Estados ou países. Qualquer informação que possa ajudar na busca é bem-vinda, diz ele.

O primeiro grande encontro, em 2005, foi muito emocionante, relata Bertha. Cerca de 26 formandos contaram o que havia acontecido em suas vidas desde 1954. Bertha lembra que reencontrou o colega que a incentivou a se formar, o que ela não queria por ter se casado a poucos meses do fim do curso. O reencontro de outros dois formandos foi ainda mais curioso: à época, um deles, integralista, denunciou um colega comunista que acabou preso.

– No reencontro, o (então) comunista agradeceu ao (então) integralista por ter sido denunciado, porque, hoje, ganha um dinheiro bom de indenização – diverte-se Bertha.


BLOG DAS FORMATURAS - 3 Nov 2010 - Zero Hora

Preço da auditoria

O texto a seguir mostra um exemplo de Winner´s curse. Este é um conceito estudado em finanças comportamentais que poderia ser traduzido como a "maldição do vencedor". Para se ter uma idéia da relevância do conceito, o grande economista Richard Thaler escreveu um livro sobre este assunto (muito bom, por sinal). Na maldição do vencedor, as disputas em leilão revelam que o ganhador na realidade foi o "perdedor". No caso a seguir, o vencedor irá receber muito menos do que o adequado. Eis o texto:

A KPMG e a Ernst & Young Terco levaram às últimas consequências a disputa pelo contrato de auditoria do Banco do Brasil, que foi objeto de pregão eletrônico na sexta-feira. No fim, a KPMG apresentou o menor preço da licitação. Aceitou valor de R$ 95 mil para auditar os R$ 755 bilhões em ativos do BB no exercício de 2011.

Para efeito de comparação, o Itaú Unibanco e o Bradesco, que são auditados pela PricewaterhouseCoopers (PwC), pagaram R$ 38,5 milhões e R$ 31 milhões, respectivamente, pela auditoria dos demonstrativos financeiros de 2009. Sem ser companhia aberta durante parte do ano, o Santander pagou R$ 6,2 milhões à Deloitte.

A própria KPMG, que detém a conta do Banco do Brasil atualmente, recebeu R$ 6,5 milhões para checar o balanço do maior banco brasileiro no ano passado.

Pelos dados de custo de auditoria, nota-se que empresas estatais costumam pagar menos que as concorrentes privadas pelo serviço de auditoria. Mas a discrepância não é tão grande como no resultado dessa disputa.

No leilão da tarde de sexta-feira, três auditorias independentes apresentaram propostas. Nos lances iniciais, a KPMG ofereceu R$ 19,6 milhões, a PwC, R$ 12,5 milhões e a Ernst & Young, mais agressiva que as rivais naquele momento, R$ 6,0 milhões.

A Ernst & Young é a única entre as chamadas quatro grandes do setor que não audita nenhum grande banco que seja companhia aberta no momento e, pelo lance inicial, se mostrava disposta a conseguir a conta do banco federal.

A partir do lance inicial, a KPMG reduziu sua proposta para um valor próximo do apresentado pela E&Y e, em seguida, começou uma acirrada disputa entre as duas que durou cerca de 45 minutos. A PwC não apresentou novos lances.

O último lance foi dado pela KPMG, no valor de R$ 95 mil, em contraposição ao preço de R$ 96 mil apresentado pela E&Y.

O preço final ficou 99,5% abaixo da proposta inicial da KPMG. No caso da Ernst & Young, a redução de valor entre o primeiro e o último lance foi de 98,4%.

As duas firmas foram procuradas pelo Valor, mas não se pronunciaram até o fechamento desta edição, às 16h do domingo.

O Banco do Brasil disse que não poderia comentar o caso porque o processo de licitação ainda não terminou, uma vez que a documentação a ser apresentada pela KPMG ainda terá que ser avaliada. Um dos pontos previstos no edital é a prova da "exequibilidade" do serviço.

Segundo uma fonte do setor ouvida pelo Valor, os R$ 95 mil não cobrem nem as despesas operacionais, que incluem, por exemplo, o deslocamento dos profissionais para que se faça a auditoria da instituição.

Ao se observar os gastos com auditoria das 200 maiores companhias abertas brasileiras por ativos, o mais comum é que apenas holdings não operacionais cobrem menos de R$ 100 mil pela auditoria dos balanços. Esses são os casos de Suzano Holding (R$ 60 mil) e LF Tel (R$ 39 mil), por exemplo. Entram nessa faixa de preço também estatais como Banpará (R$ 82 mil) e Casan (R$ 79 mil), cujos ativos totais são inferiores a R$ 2 bilhões.

O preço pago pelos serviços de auditoria das companhias abertas se tornou público no Brasil neste ano, após a criação do Formulário de Referência pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).


Disputa derruba preço de auditoria do BB - Por Fernando Torres (Colaborou Nelson Niero) - De São Paulo - 01/11/2010 - Fonte: Valor Econômico (via blogabilidade)

Basileia 3

A última versão integral do Acordo de Basileia data de 2006 (Basileia 2). Hoje há um conjunto de documentos denominado de Basileia 3, disponível no sítio do Banco para Compensações Internacionais (BIS). O processo de revisão das regras prudenciais começou, a rigor, em julho de 2008, quando, como resultado dos desdobramentos da crise americana do subprime, o Comitê da Basileia lançou alguns documentos para discussão. Como é a regra, esses documentos se transformaram em propostas para consulta pública e, por fim, em um pacote de medidas em julho de 2009.

Os primeiros documentos do pós-crise pareciam ser, em grande medida, apenas uma ampliação do que hoje existe. As mudanças propostas se concentravam em criar novas regras para a carteira de negociação, incluindo produtos "complexos e ilíquidos de crédito". Para risco de mercado, entre outras mudanças, passou-se a exigir uma parcela a mais de capital para fazer face ao "default" e migração de risco ("incremental risk capital charge") e um colchão de capital para perdas na crise (VaR estressado). Houve também alteração no tratamento do risco de concentração, além da inclusão de uma discussão sobre o risco de reputação (até então excluído de Basileia).

Em suma, houve um aumento de capital significativo, aprimoramento no tratamento de instrumentos mais complexos, mas não uma revisão mais substancial do arcabouço. No discurso, foi reforçada a importância do pilar 3 de Basileia - transparência e "disclosure".

Já em 2009, se percebe uma (ainda que não alardeada) mudança no discurso. Em primeiro lugar, anuncia-se que as reformas pretendem não apenas fortalecer aspectos de "regulação microprudencial", como introduzir uma "visão macroprudencial", que inclui a construção de "colchões de capital contracíclicos, como mecanismos para evitar o risco sistêmico" (BIS, press release, 2009). Em segundo, propõe-se um padrão global mínimo de capital para risco de liquidez suficiente para cobrir: a) uma avaliação em situações de estresse; e b) a fixação de uma taxa estrutural de liquidez para longo prazo.

Aparentemente, há uma sinalização de que a regulação financeira deve, no futuro, agregar alguns de seus princípios históricos (pré-1980): a preocupação direta com as consequências macroeconômicas da atuação bancária e o foco no risco de liquidez. Em Basileia 1 e 2, ao contrário, a ênfase era na saúde do banco per se (microeconômica) - como uma espécie de medicina preventiva. Ademais, o pressuposto era de que o risco de liquidez seria combatido indiretamente, por meio do controle dos demais riscos.
Há também inovações em pauta: limitações para pagamento de dividendos, bônus etc. a executivos e estabelecimento de provisões para perdas esperadas de forma prospectiva ("forward looking"). Nesses dois casos, não se trata de recuperar lições do passado, mas sim de elementos novos, que incorporam lições da crise contemporânea.

Mais recentemente, em julho, veio ao público uma definição mais precisa da taxa de alavancagem ("leverage ratio"), aplicável a todos os ativos, sem ponderá-los pelo risco (diferente, portanto, do Índice de Basileia); do índice de cobertura de liquidez ("liquidity coverage ratio"); e da taxa de financiamento líquido estável ("net stable funding ratio"), de caráter mais estrutural. Essas novas medidas são elementos complementares ao Índice de Basileia.

Finalmente, em 12 de setembro, foram anunciadas as novas exigências de capital, com incrementos graduais no tempo, que deverão ser calibrados pelas autoridades monetárias nacionais. A nova ênfase pode ser percebida pela observação de que "a implementação das novas regras deve ter o cuidado de não impedir a recuperação da economia real".

De forma sintética, as novas regras ampliam a importância do capital de "elevada qualidade", que, no Brasil, equivale ao capital social dos bancos. Além disso, aumenta-se a participação do capital de nível 1, reduzindo o capital de nível 2, mas mantendo em 8% o somatório dos dois (índice de Basileia). Por fim, há a inclusão de dois colchões: o colchão de segurança ("conservation buffer"), estipulado em 2,5%, e o colchão contracíclico, que pode variar entre zero e 2,5%. Ambos podem ser reduzidos, em momentos de baixa do ciclo econômico.

Não há nada definido para o Brasil, mas algumas especulações são possíveis. É razoável que o Brasil mantenha em 11% o índice, tal qual o Comitê manteve os 8%. Qual seria a justificativa para aumentar tendo o Brasil se saído relativamente bem na crise? É também bem provável que se aumente a participação do capital de Nivel 1, reduzindo a de Nível 2, na composição do que se considera capital regulatório. Quanto aos colchões, parece haver grande flexibilidade no uso do colchão contracíclico, mas não no de segurança. Se assim for, o Brasil poderia caminhar dos atuais 11% para 13,5% de exigência regulamentar, podendo esta chegar, no limite, em 16% (13,5% + 2,5%), em momentos de grande expansão de crédito.

A novidade mais relevante em Basileia 3, não está tanto no aumento de capital nem na importância de sua qualidade, mas sim no retorno a ênfase da estabilidade macro; e na necessidade de controlar o risco de liquidez. Entretanto, o enrijecimento das regras para os bancos, sem contrapartida no restante do sistema financeiro, não elimina o que parece estar na raiz da crise recente: o risco de arbitragem regulatória. O que impedirá que Basileia 3 não induza (como Basileia 2 o fez) o crescimento de um sistema financeiro-sombra?


Valor Econômico - O velho e o novo em Basileia 3 - Lavinia Barros de Castro - 03/11/2010 (via Vladimir Almeida

Títulos

Pessoa Superior
Sol do Futuro Comunista
Amado e respeitado General
Comandante Invencível e de vontade férrea
Líder mundial do século 21
General Glorioso, que desceu do céu


Quem? Kim Jong-il

03 novembro 2010

Congresso

O Departamento de Ciencias Contábeis e Atuariais da Univesidade de Brasilia-UnB em parceria com o Conselho Federal de Contabilidade, Banco do Brasil e Caixa Economica FEderal tem a satisfação de convidar alunos, professores e demais estudiosos da área a participarem do II CONECT - Congresso de Contabilidade e Tributos de Instituições Financeiras, a realizar-se noo Centro de Convenções ULISSES GUIMARÃES no período de 25 a 26 de novembro de 2010.

A temática principal é a convergência das normas contánbeis brasileiras às internacionais do IASB e seus aspectos tributários, no âmbito de instituições financeiras e contará com a presença do único representante brasileiro e da America Latina ( e o segundo do Hemisfério Sul) naquele Conselho, o senhor AMARO LUIZ DE OLIVEIRA GOMES. O ilustre palestrante é graduado em ciências contábeis pela Universidade de Brasília e mestre em contabilidade por LANCASTER UNIVERSITY, Inglaterra.

Os professores da casa, Paulo Roberto Barbosa Lustosa e Jorge Katsumi Niyama participam do evento com as palestgras " A JUSTIÇA DO VALOR JUSTO " e " A CONVERGENCIA INTERNACIONAL E OS IMPACTOS PARA A ACADEMIA E PROFISSÃO CONTÁBIL".

No evento contaremos com a presença de representantes do Banco Central do Brasil, do Conselho FEderal de Contabilidade, de empresas de auditoria independente entre outros.

Trata-se de evento de extensão que proporcionará ao participante o respectivo certificado de aproveitamento sujeito ao cumprimento mínimo de 75% de presença e é inteiramente gratuito..

Para se inscrever, cadastre-se inicialmente no site do Congresso e utilize o site do Conselho Federal de Contabilidade, conforme abaixo e garanta já sua vaga. As iinscrições se encerram no dia 19.11.2010.

Rir é o melhor remédio






Fonte: New Yorker (aqui, aqui e aqui)

GM Privatizada

O governo americano vai reduzir sua participação na General Motors Co. para menos do simbolicamente importante patamar de 50% quando a montadora reabrir seu capital este mês, segundo dados divulgados pela companhia, mas vai ser difícil para os Estados Unidos saírem do investimento no azul.

A abertura de capital deve reduzir a fatia do governo para 35%. A GM prevê que seu valor de mercado ficará, a princípio, entre US$ 50 bilhões — mais ou menos igual ao da Ford Motor Co., que tem sido solidamente lucrativa — e US$ 60 bilhões, previram pessoas a par do assunto.

Os detalhes do plano ainda não haviam sido divulgado pela montadora até o fechamento desta edição. Também segundo pessoas a par do assunto, a GM tem cerca de US$ 50 bilhões em créditos fiscais derivados de prejuízos passados e que podem ser usados pela montadora para evitar pagar imposto de renda nos EUA, possivelmente por vários anos.

Esse tipo de crédito é muito usado por empresas.

Antes de a GM passar por uma recuperação judicial, ela acumulou os créditos porque estava contabilizando prejuízos enormes. Em geral, os créditos não sobrevivem a concordatas, mas as empresas que receberam dinheiro do governo americano na crise recente podem lançar mão deles.

Isso pode ser mais um atrativo para os investidores. E, para o governo americano, é bom que eles estejam bem animados quando a GM voltar a ser negociada em bolsa.

Para o governo sair do investimento sem perdas, a ação tem de subir mais de 60% em relação a seu nível inicial, para cerca de US$ 50 cada. O plano para a oferta pública inicial antevê que as ações sejam cotadas entre US$ 26 e US$ 29 cada, disseram pessoas familiarizadas com o plano.

Sob o plano, o Tesouro americano venderia US$ 7 bilhões das ações em seu poder, reduzindo sua fatia de 61% para 35% — uma redução maior do que vários observadores esperavam. O fundo do sindicato de metalúrgicos UAW, que paga pela assistência médica a aposentados, venderia US$ 2 bilhões de suas ações, enquanto Canadá e Ontário despejariam cerca de US$ 1 bilhão de suas ações.

O plano inclui um desmembramento que iria triplicar, para 1,5 bilhão, o número de ações ordinárias da GM disponíveis. "Warrants", ou derivativos que dão o direito de comprar ações a um preço e prazo específicos, elevam o total para 1,8 bilhão.

Detalhes da oferta estavam para ser entregues à SEC, a comissão de valores mobiliários americana, ontem no fim da tarde. Hoje, a GM deve lançar um "road show" para promover a operação a possíveis investidores.

Executivos da GM vão se dividir em dois grupos para vender a emissão. Um grupo vai passar dois dias em Nova York esta semana, enquanto o outro vai para Toronto, segundo pessoas a par do plano. No road show, a GM provavelmente terá de responder a questões difíceis sobre a inexperiência de sua diretoria, liderada por Dan Akerson, buracos em seus planos de produtos e o papel que o governo americano terá em suas operações — questões vistas como os principais riscos para o sucesso da GM no longo prazo.

O governo Barack Obama pretende recuperar os US$ 49,5 bilhões em verbas públicas que despejou na montadora. Críticos se referem à montadora como "Government Motors", e a participação estatal tem prejudicado a companhia aos olhos de compradores de carros.

Na semana passada, a GM retornou US$ 2,1 bilhões ao governo dos EUA, levando a US$ 9,5 bilhões o total que já devolveu, segundo o Tesouro.

O Tesouro está sob pressão para satisfazer as expectativas de que começaria a vender sua participação em 2010, embora as condições do mercado e da indústria automobilística sejam menos do que ideais para uma grande abertura de capital.


GM prepara volta à bolsa com redução da fatia do governo - 2 Nov 2010 - The Wall Street Journal Americas - Sharon Terlep e Randall Smith

02 novembro 2010

Rir é o melhor remédio


Jogo de palavras entre contabilidade (accounting) e dever de prestação de contas ("accountability"). Da New Yorker

Contabilidade e as eleições

Como o resultado das eleições irá alterar a contabilidade brasileira nos próximos anos?

Este blog não faz comentários políticos. O objetivo da postagem é relacionar a eleição de 31 de outubro com a contabilidade. Talvez a melhor resposta para isto seja verificar o que ocorreu nos últimos anos em termos da nossa contabilidade. Dois fatos se destacam: o processo de convergência das normas internacionais e a pretensão de adotar o regime de competência no setor público. Dois aspectos contribuíram para este fato.

Em ambos os casos, existiu a necessidade de apoio por parte do atual presidente da república. Em geral não se espera que um presidente conheça contabilidade, mas alguns de seus assessores talvez sim. Nos últimos anos, pela primeira vez tivemos um contador próximo ao presidente da república, que pode influenciar na decisão destas duas políticas. Trata-se do ex-ministro, atualmente secretário do Ministério da Fazenda, e doutor em contabilidade pela Universidade de São Paulo, Nelson Machado. A tese de doutorado de Machado é sobre custos no setor público e sua proximidade com o atual presidente favoreceu o trâmite da Lei 11.638, que mudou trechos da Lei 6.404, e a pretensão de adotar o regime de competência na área pública.

O segundo fato é a crescente profissionalização da área contábil, incluindo aqui a expansão de uma tecnocracia no governo (ajudada pelos concursos públicos), internacionalização do mercado de capitais e expansão da economia brasileira.

O futuro governo pode influenciar a contabilidade em ambos os casos. A manutenção de Nelson Machado no governo pode facilitar algumas demandas da área. A manutenção de uma iniciativa privada forte é crucial para a melhoria da profissão contábil e ajudaria no segundo aspecto.

Concentração em Auditoria

As grandes empresas de auditoria dominaram 74% do mercado brasileiro entre 1997 e 2008, mostra um estudo de mestrado da Universidade de São Paulo (USP). Em termos de ativos auditados, o índice é de 80%, em média.

O levantamento de Simone Povia Silva, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, teve como base as demonstrações financeiras das mil maiores empresas em cada um dos anos pesquisados.

O grupo das maiores firmas mundiais de auditoria, chamado "Big Four", é formado por PwC, Deloitte, Ernst & Young e KPMG. Até 2002, havia a Arthur Andersen, que quebrou na esteira do escândalo Enron.

Em média, no período estudado, 26,5% das empresas são de capital aberto e 73,3%, de capital fechado. Entre as de capital fechado, somente 42% não foram auditadas pelas grandes.

O estudo mostra que ao longo dos 12 anos, houve uma tendência de migração para as grandes auditorias.

Com relação ao controle acionário, as grandes são responsáveis por 71,5% das empresas nacionais, 91% das estrangeiras e 48,4% das estatais; segundo o levantamento, a representatividade não se alterou ao longo dos 12 anos.

Entre as estrangeiras, há nítida preferência pelas grandes, destaca a autora, um reflexo da decisão tomada pela matriz.

Entre as estatais, a Trevisan (atualmente BDO) destaca-se como a mais requisitada, com participação média de 14,8%, seguida pela Deloitte, com 10,3%. É onde há menos concentração, já que 51,6% das estatais da amostra, em média, são auditadas por empresas de auditoria menores.

A autora cita um trabalho de autores chineses, de 2008, mostrando que estatais daquele país eram mais propensas a escolher empresas de auditoria menores, porque, segundo os autores, "além das instituições legais, instituições políticas e econômicas também afetam a demanda por auditores".

Simone também recorre a um artigo do "Journal of Accounting and Economics", de 2009, para lembrar que, embora existam evidências de que auditores da "Big Four" forneçam melhores serviços, "acionistas governamentais que protegem seus interesses políticos podem preferir designar auditores que sejam mais propensos a aceitar demonstrações menos informativas sobre o desempenho da empresa".

O estudo também mostrou que o nível de endividamento elevado não é fator relevante que leve empresas a contratar grandes firmas de auditoria para validar suas informações contábeis e, dessa forma, facilitar acesso a crédito.


Com informações Valor Econômico - Grandes firmas mundiais dominam 74% do mercado; estatais são exceção - 1 de Novembro de 2010

Normas internacionais

Adotado obrigatoriamente no Brasil a partir deste ano, o padrão contábil internacional, conhecido como IFRS, está ganhando mais adeptos pelo mundo. Em entrevista feita em Nova York, com transmissão via teleconferência para o Brasil na manhã de sexta-feira, o presidente do Conselho de Normas Internacional de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), David Tweedie, disse que nos próximos dois anos o padrão IFRS deverá estar em vigor em 140 países. Atualmente, 120 jurisdições usam o modelo internacional.

Apesar da abrangência crescente do modelo internacional, Tweedie admite que a adesão mais importante ainda está por vir. “A decisão da Securities and Exchange Commission (SEC) no ano que vem será fundamental para que se tenha de fato um único padrão contábil global”, afirmou o presidente do Iasb, que fez as declarações em evento organizado pela Deloitte.

Na visão de Tweedie, se houver uma negativa dos Estados Unidos, até mesmo países que já caminham para o IFRS, como Japão e Índia, além da China, podem voltar atrás em suas decisões.

Bem-humorado, o escocês que comanda o Iasb sabe das responsabilidades do órgão, que emite normas que precisam ser aplicadas em dezenas de países e que tem de ser aceitas. Mas ele avalia que os governos dos países, empresários e investidores perceberam a importância de se ter um único padrão contábil global.

Ele menciona, por exemplo, que a crise da Ásia, em 1997, teve entre os seus motivos a falta de confiança dos investidores externos nos balanços das companhias daquela região.

Dentro do processo de convergência de normas entre o IFRS e o padrão americano, conhecido por US Gaap, Tweedie reafirmou que o plano do Iasb e do Fasb, órgão que emite as normas contábeis nos Estados Unidos, é concluir a revisão dos pronunciamentos contábeis mais relevantes até 30 de junho de 2011.

Isso inclui a norma de instrumentos financeiros, em que os dois órgãos até agora mostram uma visão diferente. Enquanto no IFRS o novo pronunciamento já publicado permite a contabilização de alguns instrumentos pelo custo amortizado – ou curva do papel -, a proposta do Fasb sugere a adoção de valor justo em todos casos, até mesmo para empréstimos e financiamentos.

De acordo com Tweedie, quando a norma do Iasb foi colocada em audiência pública, os analistas de investimento manifestaram que tinham interesse em ter a informação do custo amortizado sobre determinados instrumentos financeiros, ao mesmo tempo em que disseram que seria bom evitar “barulho” desnecessário nos balanços em momentos de crise.

Ao comentar esse aspecto, o presidente do Iasb também aproveitou para criticar as normas atuais do próprio IFRS sobre instrumentos financeiros e derivativos. Ele questionou o que seria o conceito de “disponível para venda” (categoria que fica entre a carteira de negociação e aquela mantida até o vencimento) e também ironizou o IAS 39, que trata de derivativos, dizendo que somente três pessoas do mundo o entenderam, sendo que um morreu e o outro esqueceu. (FT)


IFRS ganha espaço e estará em vigor em 140 países num prazo de dois anos 1 nov, 2010 - Valor Econômico (do Financial Times)

01 novembro 2010

Rir é o melhor remédio

Hora de Aposentar



Enviado por Nelma Tibúrcio, grato.

Transparência no orçamento público

O Brasil é o nono país do mundo com maior transparência na divulgação de informações sobre seu Orçamento.

É o que mostra relatório da International Budget Partnership, organização que trabalha com análise de orçamentos e tem como meta assegurar maior acesso da população e transparência em relação às contas públicas.

A medição do ranking é feita por meio de um questionário de 123 questões sobre a disponibilidade ao público e abrangência dos relatórios orçamentários de um país.
Dos 94 países pesquisados, 74 não atingiram os princípios básicos de transparência. Em primeiro lugar do ranking ficou a África do Sul, seguida pela Nova Zelândia.
Em geral, países mal posicionados no ranking têm baixos níveis de renda e de democracia, e estão localizados na África e no Oriente Médio.

O índice é publicado uma vez a cada dois anos, desde 2006. Nas três edições, considerou-se que o Brasil disponibiliza informações orçamentárias significativas a seus cidadãos.

Segundo o estudo, a transparência também pode trazer vantagens financeiras, uma vez que melhora o acesso aos mercados financeiros internacionais e diminui o custo de empréstimos.


Orçamento do país é transparente, aponta estudo - 30 Out 2010 - Folha de São Paulo

Persistência

Os caminhos da contadora Helenita Lima até a estabilidade foram bastante tortuosos. Ela sofreu, perdeu três escritórios (por causa de problemas com uma sócia, um assalto e um incêndio), mas conseguiu dar a volta por cima. Hoje, a Eficácia Contabilidade, de sua propriedade, atende a quase cem clientes em Realengo.

— Posso dizer que já enfrentei vários contratempos. Sempre que começava a me levantar, acontecia algo que me jogava novamente ao chão. Porém, nunca abaixei a cabeça e consegui sair de cada dificuldade ainda mais forte — conta Helenita.

Desde o início de sua trajetória profissional, a contadora sonha alto. Ela começou a trabalhar assim que concluiu o ensino médio. Fez curso técnico de contabilidade e ingressou em um faculdade de Ciências Contábeis. Ainda estudante, sonhava abrir seu próprio negócio.

— Em todas as empresas pelas quais passei, nunca me limitei a fazer somente o trabalho para o qual havia sido contratada. Por isso, aprendi muito e pude crescer rapidamente. Mas sempre soube que, nesse segmento, se eu não tivesse ensino superior, passaria o resto da minha vida como funcionária. Não era isso que queria para minha vida — diz a contadora.

Helenita se formou em 1994, mesmo ano em que abriu seu primeiro escritório, no Centro. Desde então, dá duro. Afirma que não esquece os tempos de tormenta, nos quais aprendeu a superar problemas.

Em 2000, por causa dos filhos pequenos, a contadora voltou a trabalhar em Realengo. Queria gastar menos tempo com locomoção. A opção se mostrou acertada, pois acabou ganhando muitos clientes na Zona Oeste.

— Meu maior desafio é conciliar as tarefas de casa e do trabalho. Mas estou conseguindo — afirma, rindo.

Hoje, Helenita colhe os frutos de seu empenho. Foi chamada para ser consultora do Sebrae, abriu uma outra empresa de assessoria contábil, é diretora da Associação Comercial de Bangu e está investindo no ramo de administração de condomínios.
— Mas, se me perguntarem como dou conta de tudo, não sei responder — diz, rindo.


Jornais de Bairro - Sacode a poeira e dá a volta por cima - 30 Out 2010 - O Globo
Por Simone Avellar

Mas não adotamos as normas internacionais de contabilidade?

"Una vez más, hubo mucha confusión en torno a los resultados de Santander debido a diferencias en la contabilidad [entre las normas GAAP brasileñas y las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF)]", escribió Mario Pierry de Deutsche Bank (NYSE: DB) en un informe, y mencionó su preferencia por la norma local, que está ajustada por amortización de plusvalía mercantil y que arrojó una ganancia de 1.550mn de reales (US$906mn) en el trimestre.

Esta fue prácticamente plana comparado con el segundo trimestre del 2010, que es la referencia general, dado que el 2009 no es una comparación justa, escribió el analista quien tiene una recomendación Hold para las acciones, y destacó los sólidos controles de costos del banco, aunque abogó por un mayor crecimiento de los ingresos.

Diferencias contables provocan sentimientos encontrados ante resultados de Santander Brasil - 29 Out 2010 - Business News Americas

31 outubro 2010

Rir é o melhor remédio

O turco Salim chega ao banco e fala para o gerente:

- Eu quer faze uma embréstimo!!!

Surpreso, o gerente pergunta para Salim:

- Você, Salim, querendo um empréstimo? De quanto?

- Uma real.

- Um real? Ah, isso eu mesmo te dou.

- Não, não! Eu querer embrestado da banco mesmo! Uma real!

- Bem, são 12% de juros, para 30 dias...

- Zem broblema! Vai dar uma real e doze zentavos. Onde eu assina?

- Um momento, Salim. O banco precisa de uma garantia. Sabe como é, são as normas.

- Bode begar meu Mercedes zerinha, que tá lá fora e deixai guardado no garagem da banco, até eu bagar a embréstimo. Tão bom azim?

- Feito!!!

Chegando em casa, Salim diz para Jamile:

- Bronto, nóis já bode viajar bra Turquia zem breogubazon. Conzegui dexar a Mercedes num garagem do Banco do Brasil bor 30 dias, e eu só vai bagar doze zentavos de estacionamento.

(Enviado por Caio Tibúrcio, grato, no dia do seu aniversário)

Tempestividade na auditoria

[as auditoria das demonstrações financeiras auditadas nos municípios] levam cerca de cinco meses para ser concluído e, muitas vezes um mês inteiro para limpar os obstáculos burocráticos antes de ser liberada para o público.


Brasil? Não. Muni Issuers Are Slow on Audits, Study Finds. Kelly Nolan, The Wall Street Journal, 29 out 2010.

A desculpa é a complexidade da legislação. Mas a cidade de Nova Iorque completa uma auditoria em 115 dias. Já Harrisburg levou 357 dias.

Paris ou Nova Iorque

Um blog francês simpático, que mostra a diferença entre as duas cidades. Abaixo, duas figuras interessantes:


Derivativos

BRASÍLIA e RIO. O Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) fecharam parceria de cooperação operacional e de troca de informações para melhorar a regulamentação e a supervisão dos mercados financeiros e de valores mobiliários. Em comunicado divulgado ontem, as autarquias informaram que tanto BC quanto CVM avaliarão modelos de contratos de derivativos usados nas negociações na BM&F Bovespa, com referência em ouro, moedas, juros, entre outros. Além disso, o BC passará a ter acesso a dados sobre as carteiras de fundos, operações com derivativos e outras exposições relevantes.

O governo vem fechando o cerco a operações com derivativos. Neste mercado, os investidores fecham contratos apostando numa determinada cotação do dólar ou taxa de juros, por exemplo, uma data futura, quando o contrato vencerá. Os negócios com câmbio vêm sendo apontados como um fator de pressão para a queda do dólar. Este mês, foi elevado de 0,38% para 6% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre a margem de segurança — recursos que os estrangeiros são obrigados a depositar quando fecham contratos de dólar no mercado futuro. O objetivo é reduzir a entrada de moeda para investimentos especulativos.

Ex-presidente da Light paga R$150 mil para encerrar processo

O acordo prevê ainda a manifestação recíproca e prévia sobre projetos de normas que possam ter impacto na condução das políticas monetária, cambial e de crédito. Para o presidente do BC, Henrique Meirelles, o convênio permitirá um melhor monitoramento da estabilidade e dos riscos do sistema.

A CVM também divulgou ontem que aceitou proposta do ex-presidente da Light José Luiz Alquéres e do ex-vice-presidente Ronnie Vaz Moreira de pagar R$150 mil, cada um. A autarquia vai suspender um processo a que os dois respondiam por terem vendido ações da companhia enquanto a Light comprava seus papéis no mercado.

A CVM informou que nos pregões de 30 de novembro a 30 de dezembro de 2009 foram feitas operações simultâneas de recompra de ações, pela companhia, e de venda, por Alquéres e Moreira. Alquéres vendeu R$63,84 milhões, e Vaz Moreira, R$42,56 milhões, sendo que a Light adquiriu 21% do total.

A atuação sugeria infração à instrução que fixa que “antes da divulgação ao mercado de ato ou fato relevante ocorrido nos negócios da companhia, é vedada a negociação com valores mobiliários de sua emissão, ou a eles referenciados, pela própria companhia aberta, pelos acionistas controladores, diretos ou indiretos, diretores, membros do conselho de administração (...)”.

A CVM concluiu que não houve prejuízos à Light e irregularidade nos ganhos por eles obtidos. Procurados, Alquéres e Moreira não foram encontrados para comentar o assunto.


BC terá acesso a dados de operações com derivativos - 30 Out 2010 - O Globo
Patrícia Duarte e Emanuel Alencar

30 outubro 2010

Rir é o melhor remédio

O funcionário da seleção holandesa de futebol não pode ver a sua seleção em 74 (contra o Brasil), em 78 (contra a Argentina) e em outras Copas. Ele sofre pois precisa ficar olhando a torcida (mas não o jogo). Em 2010, na África do Sul, ele está feliz olhando a torcida da Holanda (Lembram das transmissões na televisão, quando a câmera focalizava a torcida e ...)

Fonte: Funnyplace

29 outubro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #375

Este grande time inglês, com vários títulos conquistados, está passando por sérios problemas financeiros. O efeito está passando para o campo, já que a equipe está na zona do rebaixamento:

Chelsea
Liverpool
Manchester United

Resposta do Anterior: Res = gastos públicos; Kitab = algarismos indianos; Summa = 27 páginas. Fonte: Wikipedia

Custo das Refinarias

Polêmicas desde o anúncio do projeto, as novas refinarias da Petrobrás estão entre as mais caras do mundo, revela levantamento do banco Credit Suisse. A ampliação do parque de refino - necessária ante o aumento da produção nos próximos anos - voltou a ser criticada pelo mercado como um dos fatores que devem segurar a cotação das ações da estatal.

O argumento é que o refino, ao contrário da área de exploração, traz margens pequenas de ganho, enquanto exige um volume extraordinário de recursos. Os custos das unidades programadas e a sua localização são os principais alvos de críticas.

Estudo preparado pelo analista Emerson Leite, do Credit Suisse, aponta que as refinarias previstas para o Nordeste - Abreu e Lima (PE), Premiuns I (MA) e II (CE) - apresentam maior custo por barril, se comparadas a outras refinarias em construção no mundo no momento, especialmente na Índia e na China.

Infraestrutura. Enquanto a média de investimentos mundial gira em torno de US$ 18/barril, no Brasil a média é de US$ 40/barril. O investimento previsto na Abreu e Lima, por exemplo, deve exceder US$ 12 bilhões para produção de 230 mil barris por dia. Para uma unidade semelhante na China, a estatal CNOOC investiu US$ 3 bilhões, indica o relatório.

“A principal razão para o aumento dos custos, a nosso ver, é a falta de infraestrutura nos locais escolhidos pela Petrobrás para instalar suas refinarias, ou seja, os Estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão. Os três localizados em uma área relativamente pouco desenvolvida, com um pequeno mercado de produtos petrolíferos em relação ao Sul e Sudeste, e praticamente sem produção de petróleo”, considera o analista em seu relatório.

O diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, sustenta que uma parte considerável dos custos de uma refinaria no Brasil refere-se a “fatores extramuros”, ligados a questões de infraestrutura, o que dificulta comparações. E argumenta que isso ocorre independentemente de regiões, citando como exemplo o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), na Região Sudeste.

“Além da refinaria propriamente dita, os projetos envolvem obras de porto, estradas, geração de energia. São fatores extramuros que não há como comparar, por exemplo, com um investimento no Texas, onde a infraestrutura é muito diferente.” Segundo o diretor, mesmo a comparação com países menos desenvolvidos, como a Índia, fica prejudicada. “Temos avanços aqui dos quais não podemos abrir mão”, disse ele, referindo-se ao tratamento dispensado à mão de obra no Brasil e outros países, como China e Índia.

Custos altos. O executivo também citou boletim da Cambridge Energy Research Associates (Cera), deste ano, que diz que os custos com a construção de novas refinarias aumentaram 1,5% em relação ao ano passado e já estão a apenas 6,5% do pico de 2008.

“As atividade de construção (de refinarias) continuam a avançar em países em desenvolvimento, como China, Índia e Oriente Médio, por causa das perspectivas de maior demanda de produtos refinados e das políticas governamentais de apoio que estes investimentos recebem do governo”, diz.

Para Emerson Leite, outro ponto importante é que, apesar de estarem destinadas a produzir um diesel de melhor qualidade do que o de outras unidades de refino, a Petrobrás não poderá aumentar sua margem de ganho sobre este produto, pelo menos no mercado interno. Isso porque já cobra pelo diesel e pela gasolina um preço mais elevado do que o do mercado internacional.


Refinarias são as mais caras do mundo - Kelly Lima - 29 Out 2010 - O Estado de São Paulo

CVM e Vivendi

A francesa Vivendi apresentou proposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para tentar encerrar processo em que é acusada de irregularidades na compra da operadora brasileira de telefonia e banda larga GVT, segundo fontes ouvidas pelo ‘Estado’. O caso foi um dos que motivaram a CVM a reformular suas regras para ofertas públicas de aquisição, as chamadas OPAs.

Segundo a CVM, a revisão da regulamentação, que trará mudanças na Instrução 361 da autarquia, deve sair até o fim deste ano. O valor proposto no acordo, por meio de um termo de compromisso (instrumento que suspende o processo sem presunção de culpa), é sigiloso.

Especula-se no mercado que o processo, caso siga para julgamento, poderia, no limite, render multas de até R$ 3 bilhões, se comprovado que a operação foi fraudulenta. Outras acusações poderiam render multas de até R$ 700 milhões. O negócio foi fechado no fim de 2009 por R$ 7,5 bilhões, e a GVT deixou neste ano de ter ações negociadas em bolsa. (...)

Foi apresentada proposta de pagamento de R$ 30 mil para encerrar o processo com um termo de compromisso. Mas o comitê da CVM responsável pela avaliação negou a oferta, dizendo que um acordo seria inconveniente e inoportuno, considerando-se a “especial gravidade” das condutas. “A nosso juízo, não é possível, neste momento, mensurar uma proposta que se coadune com o escopo do instituto”, acrescentou o comitê responsável no parecer.

Entre as investigações relacionadas ao caso estão supostas infrações a dois artigos da Lei das S/A. Um deles (artigo 262) diz que é facultado ao primeiro ofertante - que interpreta-se ser a Telefônica - prorrogar o prazo de sua oferta até fazê-lo coincidir com o da oferta concorrente - no caso, da Vivendi. O outro (artigo 257) diz que o ofertante - que seria a Vivendi - deverá fazer prova, perante a CVM, das ações de sua propriedade. A suspeita mais espinhosa, no entanto, recai sobre a forma como a suposta aquisição do controle foi comunicada ao mercado.


Vivendi propõe acordo à CVM para encerrar processo - Sabrina Valle / RIO Renato Cruz / SÃO PAULO - 29 Out 2010 - O Estado de São Paulo

IFRS no Brasil

O texto a seguir fala sobre a evolução recente da contabilidade no Brasil. Meus comentários logo após.

Toda mudança gera alterações – sejam positivas ou negativas. Isso é óbvio, mas nem todas fazem uma revolução como está acontecendo na contabilidade brasileira desde o final de 2007. A entrada em vigor da Lei 11.638, para aprimoramento e atualização da Lei 6.404/76 mexeu não apenas com a essência contábil nacional, mas também com a forma de a colocar em prática.

As novidades foram múltiplas – desde as mais impactantes, como o IFRS (International Financial Report Standard), que fez com que os balanços contábeis de empresas brasileiras ficassem iguais aos padrões europeus, às mais subjetivas, como questões de valor futuro e aspectos intangíveis (como marcas), dentre outros, antes não tão aplicado pelas empresas sediadas no Brasil.

Demorou muito tempo para que a nossa contabilidade tivesse alterações. Foram mais de 30 anos de estagnação [1]. Isso fez com que o Brasil não evoluísse como outras nações, com visíveis impactos na economia [2]. Se avaliarmos pelo lado mais simples – os balanços das empresas nacionais tinham de ser “traduzidos” para uma linguagem universal (a americana USGAAP ou a europeia IFRS). Ou seja, a dificuldade para as companhias internacionais entenderem nossas informações contábeis era imensa, o que dificultava a nossa entrada em novos mercados [3].

Com a aplicação do IFRS, os dados dos balanços brasileiros agora são entendidos na maior parte do mundo [4] – o que faz que a nossa entrada no mercado internacional cresça em paralelo com a nossa economia. Ainda há diversos pontos a serem atualizados, aplicados e entendidos, decorrendo daí o grande aumento de oferta e de procura de cursos de especialização em contabilidade.

Neste aspecto, também temos de lembrar do Exame de Suficiência, outra novidade no setor, que, a partir de 1° de novembro de 2010, será obrigatório, tanto para bachareis quanto para técnicos em contabilidade – de acordo com a publicação do Diário Oficial da União, de 28 de setembro de 2010. Começaremos 2011 com esta novidade, já que a primeira prova será aplicada em março.

Estamos saindo da contabilidade regional para a mundial, no formato europeu. É claro que não podemos apenas adotar um modelo eficaz de outra localidade e o aplicar aqui. Temos uma realidade completamente diferente em todos os aspectos – sociais, empresarias e econômicos.

Por isso, adaptações foram e terão de ser feitas. O mais importante é que a contabilidade brasileira evolui agora a passos largos. Com isso, nossas empresas poderão inserir-se na globalização com muito mais facilidade. Contudo, não podemos descuidar da atualização e do aprendizado contínuo.


Revolução contábil - 28 Out 2010 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

[1] Isto não é verdade. Nestes "trinta" anos a contabilidade brasileira produziu idéias novas, como a questão do tratamento da inflação nas demonstrações contábeis

[2] Não existe relação causa e efeito aqui. Outras nações também não adotaram (é algo novo). O problema da estagnação era estrutural: elevada inflação, contas públicas confusas, elevado endividamento, mercado fechado etc.

[3] Este não era o problema. A questão está vinculada a falta de competitividade das empresas brasileiras.

[4] Muito otimista. Existem dificuldades ainda.

Mercado de Trabalho

A poucos dias para a instituição de uma prova obrigatória para todos os contabilistas formados a partir deste ano, os profissionais da área nunca estiveram tão valorizados pelo mercado. Além de ser uma profissão que exige grande perícia técnica, o número de profissionais no mercado é insuficiente para atender a demanda. Contabilistas que se comunicam com fluência em inglês e estão atualizados em relação a mudanças na legislação que obriga empresas de pequeno e médio porte a realizar balanços de acordo com as Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS) são ainda mais valorizados.

Não por acaso, uma pesquisa da firma de recrutamento Robert Half aponta os executivos brasileiros da área financeira como os mais confiantes em relação a seu emprego e evolução dentro da empresa. Mais de 98% se consideraram entre um pouco a muito confiantes. Na mesma pesquisa, é apontado que o empregado tem hoje mais poder de barganha que o empregador.

De acordo com o diretor de operações da Robert Half, William Monteath, o principal fator para a situação atual é a alta taxa de internacionalização das empresas. "A demanda é combinação de dois fatores: internacionalização e o IFRS. A chegada de grandes multinacionais ao País também é um fator a ser levado em conta”.

Devido à falta de contabilistas, a retenção se torna uma preocupação real para as empresas. "Durante a crise, muitas companhias tiveram profissionais roubados." A pesquisa da Robert Half aponta que 38% dos entrevistados estariam dispostos a mudar de emprego caso recebessem uma proposta atraente. Dentre as empresas consultadas, 76% afirmaram estar preocupadas com o problema de retenção.

O executivo aponta que um profissional com as características desejadas pelo mercado, pode começar a carreira já recebendo R$ 6 mil, caso seja empregado por uma das chamadas "Big Four" (as grandes empresas de auditoria: Deloitte, KPMG, PricewaterhouseCoopers e Ernst & Young). Em grandes empresas, como Vale ou IBM, o contabilistas pode demorar mais para crescer, mas o avanço é rápido em setores específicos, como petróleo. "Temos casos de gerentes de contabilidade recebendo de R$ 10 mil a R$ 17 mil e que estão pouco acima dos 30 anos de idade", afirma Monteath.

Na análise do headhunter Rafael Meneses, diretor da Asap no Rio de Janeiro, empresa de recrutamento que atua nas principais capitais brasileiras, a carência por contabilistas com inglês e conhecimento de IFRS deve durar ainda de cinco a dez anos. Este será o tempo necessário para os que se encontram no mercado se atualizarem e outros já preparados se formarem. Segundo o executivo, a Asap tem tido dificuldades para colocar profissionais com este perfil dentro das companhias. "Se tornou uma gíria nossa dizer ‘mais um contador com inglês’ sempre que precisamos preencher uma vaga difícil."

salário. Outro estudo da Robert Half sobre o mercado de contabilistas mostra que mesmo nos níveis mais baixos, um profissional de contabilidade pode esperar hoje por um salário bem acima da média em relação a outras profissões. Um analista contábil de uma empresa de pequeno ou médio porte começa a carreira recebendo algo entre R$ 1,5 mil e 2,5 mil.

A projeção da Robert Half aponta que, após 15 anos no mercado, ele pode esperar receber até R$ 5,5 mil – isso caso o profissional não seja promovido em nenhum momento durante os 15 anos. Caso seja promovido a gerente contábil, por exemplo, pode chegar aos 15 anos de carreira com até R$ 17 mil por mês, trabalhando em uma empresa de grande porte. A pesquisa ignora bônus e participação nos lucros.

Meneses, da Asap, aponta que 50% dos contabilistas que são encaixados pela companhia dobram o salário logo na renegociação do contrato. O executivo afirma também que a instituição da prova obrigatória para exercer a profissão é outro fator que pode limitar a oferta de profissionais nos próximos anos. O perigo deste tipo de cenário, afirma o executivo, é que as empresas comecem a trazer contabilistas de fora do País para exercer funções aqui.


Contabilistas em alta com roximidade da avaliação - 29 Out 2010 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Transparência no mercado brasileiro

Os primeiros anos da década de 2000 foram marcados por escândalos financeiros que abalaram o mercado mundial de capitais. Dez anos depois, a avaliação das medidas adotadas para evitar problemas de fraudes fiscais e contábeis, como os que envolveram a Enron, a WorldCom, a Tyco Electronics e a Parmalat, é positiva e mostra que o Brasil, hoje com um mercado acionário mais aquecido do que naquela época, está à frente de muitos países em relação às boas práticas de governança corporativa [1]. Houve, efetivamente, um fortalecimento dos códigos de boa governança no mundo, em especial no Brasil, asseguram especialistas no assunto ouvidos pelo Valor.

Para Cristiana Pereira, diretora de desenvolvimento de empresas da BM&FBovespa, a mudança no panorama, no Brasil, não teve a ver com o caso da Enron; os movimentos foram paralelos. "Já existia um processo anterior, um projeto para mudança da Lei das S.A. tramitando há algum tempo. A partir de 2000, houve a criação do Novo Mercado, que é um divisor de águas, não só por ser um segmento na Bolsa, mas pelas transformações que vieram depois. Governança corporativa era um tema que não fazia parte das discussões do mercado de capitais, e hoje não se fala de abertura de capital sem falar de governança".

A percepção sobre os avanços nessa área gera otimismo no mercado. "Os investidores internacionais estão confortáveis em investir no mercado de ações brasileiro. Tão importante quanto isso são as companhias perceberem que governança é algo que agrega valor [2], que aumenta a demanda pelos papéis da empresa. Quando emitir um título de capital, os preços das suas ações serão maiores. Quando emitir título de dívida, pagará juros menores. Estudos empíricos demonstram que qualidade de informação e governança geram valor", acrescenta Marcos Barbosa Pinto, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Uma das transformações que o mercado de capitais sofreu nos últimos anos, segundo ele, é que se deixou de ter em todas as companhias um acionista controlador. "Hoje, em muitas empresas, o poder é exercido pelo mercado como um todo [3]. Nesse ambiente, é importante a regulação das ofertas públicas de aquisições, e a CVM tem uma norma que deve sair até o final do ano, buscando tratar a questão das ofertas públicas nas companhias sem um acionista controlador", informa Barbosa Pinto.

Foco do problema das fraudes financeiras e contábeis no início da década, foram os EUA que adotaram o primeiro e mais celebrado conjunto de medidas: a Lei Sarbanes-Oxley (SOX), aprovada pelo Congresso americano em julho de 2002, em resposta aos escândalos. A Enron, em 2001, foi acusada de manipular e inflar o seu balanço financeiro e esconder débitos. Quinta maior empresa americana, segundo a revista "Fortune", a gigante do setor de energia tinha sua contabilidade auditada pela Arthur Andersen, que, após os tropeços financeiros da cliente, fragmentou-se, perdeu clientes e funcionários. A WorldCom, segunda maior empresa de telefonia de longa distância dos EUA, foi à falência em 2002, depois de ter sido descoberta uma fraude contábil de US$ 11 bilhões. A Tyco Electronics teve seu presidente acusado de sonegar impostos e retirar da companhia US$ 600 milhões.

Apesar de a Sarbanes-Oxley ser uma legislação nacional, praticamente tornou-se obrigatória para as empresas que desejam atuar no mercado americano. Ela regulamenta a criação do órgão de supervisão do trabalho dos auditores independentes, a responsabilidade corporativa, o aumento do nível de divulgação de informações financeiras, o conflito de interesse de analistas, o aumento das penalidades para crimes de colarinho branco, as fraudes corporativas e a prestação de contas.
Em agosto de 2002, a Securities and Exchange Commission (SEC) editou normas complementares e a Bolsa de Valores de Nova York aprovou novos requisitos de governança corporativa como condição para listagem de empresas.

No Brasil, em junho de 2002, a CVM lançou a cartilha "Recomendações da CVM sobre Governança Corporativa", voltada para as companhias abertas. Antes disso, em 2001, houve a reforma da Lei 6404, que aumentou a proteção dos acionistas minoritários e trouxe de volta o tag along (que obriga o controlador a assegurar aos minoritários o preço mínimo de 80% do valor pago por ação ou lote de ações em caso de venda da empresa), diz Marcos Barbosa Pinto. Além disso, na mesma época, foi reformada a Lei 6385, "que aumentou bastante os poderes da CVM para fiscalizar o mercado".

Esse movimento de regulação e de autorregulação ganhou força com o Novo Mercado, criado em dezembro de 2000 pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), e também com a atuação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que aumentou a transparência das ofertas públicas.

Desde os escândalos, "no Brasil, o Conselho de Administração das empresas passou a ter um papel de representar efetivamente os acionistas, enquanto que nos EUA esse problema persiste até agora", nota Heloisa Bedicks, superintendente do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC).

O que fez o Brasil avançar? Para o diretor da CVM, "foi uma grande atuação de consenso: a Bolsa fez o Novo Mercado, a Anbima criou a autorregulação de prospectos em ofertas públicas e a CVM atuou para mudar a lei, seja para proteger mais os interesses dos acionistas minoritários, seja para aumentar a transparência". Nessa área, criou "o famoso formulário de referência, que dá uma quantidade de informações gigantesca para o investidor".


Ganho de transparência - Dez anos após o escândalo da Enron, Brasil computa os avanços nas boas práticas de mercado. - Por Maria Helena Tachinardi - Valor, 25/10/2010

[1] Como é possível ser tão bom em governança com os nossos pobres direitos de propriedade. Isto é contraditório e revela que a afirmativa é muito otimista para ser verdadeira.

[2] Tenho dúvidas se [todas] as empresas perceberam isto.

[3] Ocorreu um avanço aqui. Mas ainda são poucas as empresas que permitem que o controle fique no mercado. Vide o caso recente da Petrobrás, onde o governo aumentou sua participação no capital votante.

Com este sócio...

A refinaria Abreu Lima, que está sendo construída pela Petrobras em Pernambuco, deverá custar em torno de 13 bilhões de dólares, mas os estudos sobre o valor final ainda estão em andamento, informou o diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto Costa.

Até agora a estatal brasileira já desembolsou 4 bilhões de reais no projeto.

Segundo ele, apesar de ainda não ter aportado recursos, a venezuelana PDVSA continua como sócia do projeto, com 40 por cento.

"A PDVSA só precisa acertar com o BNDES, porque precisa ter garantias para o empréstimo de 9 bilhões de reais que assumimos", disse o executivo.

"Ela não vai ter que começar a pagar agora por esse empréstimo, porque tem o prazo de carência", afirmou.

Ele observou, no entanto, que a estatal de petróleo venezuelana terá que pagar o que a Petrobras já investiu até o momento, ou cerca de 4 bilhões de reais.


(Petrobras já gastou R$4 bi na refinaria Abreu Lima; espera PDVSA - Por Denise Luna - Reuters)

Auditoria

Um texto sobre auditoria. No final, minhas observações:

Passada quase uma década do estouro dos primeiros escândalos financeiro-contábeis em importantes empresas norte-americanas, que culminou com a edição da Lei Sarbanes-Oxley (SOX) em 2002, muito se avançou no controle e na regulação das atividades dos diretores executivos e gerentes financeiros das companhias e, por conseguinte, da atuação das firmas de auditoria.

Nos Estados Unidos, além da "per review" [1] (revisão pelos pares), ou seja, aquela em que as auditorias examinam umas às outras, existe uma outra revisão realizada pelo Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB), que analisa todas as firmas de auditoria cujos clientes tenham papéis negociados no mercado daquele país.

Aqui no Brasil, a revisão pelos pares é feita desde 1º de janeiro de 2002 (Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 910, de 2001) e, de lá para cá, vem se tornando cada vez mais rigorosa. Se apenas 19 empresas foram revisadas sem ressalvas e recomendações, naquele primeiro ano, em 2008, nenhuma ficou isenta de pontos de recomendação. [2]

A atividade de auditoria ainda não alcançou o índice de excelência almejado
É um dado bastante sintomático, que evidencia a adoção de maior rigor nas empresas revisadas. Muito embora essa revisão seja extremamente proveitosa para a melhoria da qualidade de auditoria, alguns setores a vêem com ceticismo. Do ponto de vista conceitual, tem-se razão, pois uma das regras básicas de um bom sistema de controle interno é a que estabelece que "quem executa não pode conferir", algo completamente justificável, até pelo temor do corporativismo.

Ainda comparando os dois extremos do levantamento, enquanto em 2002 foram emitidos 186 pareceres sem ressalva com recomendações, que equivalem a 71% da amostra, em 2008 apenas 56% das empresas revisadas tiveram um parecer emitido sem ressalvas, mas com recomendações.

Esse alto índice de pareceres revela que os usuários externos não precisam, em princípio, ter receio de corporativismo na revisão pelos pares, face ao elevado índice de pareceres com ressalvas e adversos no ano de 2008, (42% e 2%, respectivamente) [3]. Isso, no entanto, demonstra que a profissão de auditoria ainda deve trilhar um longo caminho para alcançar a excelência pretendida.

Recentemente, a imprensa divulgou que três das maiores empresas de auditoria tiveram seus trabalhos ressalvados após a revisão de seus papéis de trabalho pelo PCAOB, evidenciando que a melhoria não deve ocorrer apenas nas empresas de menor porte.

Argumentou-se que as demonstrações contábeis, no final das contas, estavam adequadamente representadas. Ora, tal afirmação não é uma justificativa aceitável, pois os procedimentos de auditoria não foram suficientes, e se as demonstrações contábeis não estivessem dentro do padrão, o auditor não teria sido capaz de detectar o erro.

Dessa forma, quando o auditor é contratado ele deve estar ciente que os honorários exíguos [4] não podem ser limitadores na aplicação dos procedimentos de auditoria para dar a segurança necessária ao profissional.

A atividade de auditoria em nosso país, de uma forma geral, ainda não alcançou o índice de excelência almejado e isso ocorre por diversos motivos: contratação de profissionais que estão no início da universidade, prejudicando a educação formal e o seu crescimento profissional, e os treinamentos insuficientes após a conclusão da universidade. Neste item, o programa de educação continuada para os auditores tem propiciado grande melhoria na formação dos profissionais. [5]

Além disso, é possível dizer que a extrema concorrência e a inexistência de cartelização [6] propiciam honorários incompatíveis [4] com o exercício profissional do auditor. Honorários insuficientes trazem como consequência falta de retenção de talentos e sobrecarga de trabalho, na qual os auditores disputam com orgulho quem foi o auditor que debitou mais horas no mês. Isso prejudica o desenvolvimento profissional e pessoal, ainda mais em uma atividade que requer grande dose de atenção, desenvolvimento intelectual e relacionamento interpessoal.

A implantação das normas contábeis e de auditoria sem prazo suficiente para sua assimilação [7] é outro forte motivo a se enfatizar, paralelamente à falta de fiscalização por órgão semelhante ao PCAOB por parte da Comissão de Valores Mobiliário (CVM) e à falta de professores com dedicação exclusiva [8]. Ainda hoje grande parte dos profissionais que lecionam em universidades possui a atividade de professor como uma segunda função.

Sobre cada um dos motivos expostos é possível descrever suas causas e desenhar algumas soluções, como a contratação de graduandos em ciências contábeis apenas quando estes estiverem no último ano e em regime de estágio, além do fortalecimento do programa de educação continuada não só para os auditores, mas também para os contadores. A criação de um órgão privado para fiscalização do trabalho de auditoria e a fiscalização com base em métricas dos honorários contratados são também boas demandas.

A partir desse complexo diagnóstico crítico sobre a auditoria no Brasil, certamente a qualidade do trabalho do auditor melhorará paulatinamente, trazendo a clientes e investidores mais confiança no profissional que analisa todas as informações contábeis e financeiras da empresa. É um longo caminho a se trilhar, não tenham dúvida.


Regulação mais rígida para as auditorias - Outubro 27,2010 - Valor Econômico - Marco Antonio Papini

[1] peer review. Ver mais aqui
[2] Há uma confusão no argumento: o aumento no número não significa maior rigor. Em geral é verdade, mas nada garante que ocorreu neste caso.
[3] É verdade. Mas uma explicação alternativa é o receio de processo.
[4] O setor de auditoria é um mercado como outro qualquer. Não é válida esta lamentação.
[5] É uma afirmação sem comprovação. Veja esta postagem que mostra uma pesquisa onde não se encontrou esta relação.
[6] Falar que não existe "cartel" em auditoria é questionável. O nome "big four" diz muito sobre isto.
[7] Isto é verdadeiro. Parece claro que o processo de implantação foi tumultuado.
[8] É interessante esta posição. Em geral as pessoas nas universidades acreditam que para ser um professor de auditoria é necessário ser também profissional.

28 outubro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

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Teste #374

Um teste de história da contabilidade. A seguir três obras antigas e relevantes para entender o desenvolvimento da contabilidade. Logo após, o que o texto traz de notável. O teste consiste em juntar a obra com sua relevância para contabilidade. Eis as obras:

Res. Gestae Divi Augusti
Kitāb al-Jamʿ wa-l-tafrīq bi-ḥisāb al-Hind
Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità

Eis os conteúdos:

Livro responsável pela introdução dos algarismos indianos (conhecidos como arábicos)
Obra que inclui 27 páginas sobre a contabilização de eventos
Relato dos gastos públicos ocorridos durante o império romano

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