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23 maio 2014

Futuro do pré-sal


As perspectivas do pré-sal

19 de maio de 2014 | 2h 07
José Goldemberg* - O Estado de S.Paulo

Os problemas financeiros e administrativos da Petrobrás, com indícios de irregularidades em investigação pela Polícia Federal e o Ministério Público Federal, têm sido amplamente discutidos recentemente e não vou repeti-los aqui.

Frequentemente, investimentos equivocados dão prejuízos maiores do que os resultantes da corrupção. No caso da Refinaria de Pasadena, por exemplo, seria o caso de perguntar por que comprá-la, mesmo que se tratasse de "um bom negócio". A Petrobrás teria sido criada para realizar esse tipo de atividade?
O que vamos fazer é analisar a estratégia adotada pela Petrobrás e pelo governo federal de concentrar todos os esforços da empresa na exploração do petróleo em grandes profundidades no oceano, já que as reservas de petróleo "convencional" estão se esgotando, como já aconteceu em muitos países e ocorre agora, na Bacia de Campos.

Para enfrentar esse problema, as empresas petrolíferas procuram desenvolver técnicas para retirar petróleo de reservas "não tradicionais", como areia asfáltica no Canadá ou exploração em grandes profundidades nos oceanos. O petróleo "não convencional" é mais difícil de produzir e, consequentemente, o seu custo é mais elevado. Sucede que as empresas de petróleo acreditam que a demanda por petróleo vai continuar crescendo e que os preços do produto vão aumentar, o que justificaria a exploração em áreas mais difíceis e problemáticas.

No Brasil, a Petrobrás concentra seus esforços nos depósitos chamados de pré-sal, situados no oceano a grandes profundidades (mais de 5 quilômetros), abaixo de uma camada de sal de cerca de 2 quilômetros de espessura. Essa estratégia enfrenta três desafios: problemas técnicos e econômicos; problemas ambientais; e as alternativas ao uso do petróleo.

Localizar petróleo nas profundezas do oceano é uma coisa, trazê-lo para a superfície e leva-lo até uma refinaria é outra. O otimismo permanente da Petrobrás, de que todos esses problemas vão ser resolvidos, não ajuda muito - nem a falta de transparência sobre os custos do petróleo produzido. Estimativas não oficiais são de que eles seriam superiores a US$ 50,00 por barril produzido. Em comparação, o petróleo "convencional" custa menos de US$ 10,00 por barril para ser produzido, e o fato de ser vendido a mais de US$ 100,00 por barril é consequência de acordos políticos e comerciais dos principais produtores.
Os problemas ambientais da exploração de petróleo em grandes profundezas são, na realidade, "terra incógnita". Não há muita experiência prévia das companhias internacionais nesta área e a liderança da Petrobrás em exploração em águas profundas traz consigo problemas novos. Prudência e humildade seriam uma boa estratégia a seguir nessa área.

Quanto a acidentes na produção de petróleo, é útil comparar as experiências de Estados Unidos, Noruega, Inglaterra e Brasil.
As empresas de petróleo classificam acidentes em várias categorias: segurança ocupacional, colisões, pequenos incêndios e perda total de poços de petróleo. Os Estados Unidos, por causa do acidente da British Petroleum no Golfo do México, têm o pior desempenho em todas as categorias. O Brasil, no entanto, é o pior em colisões e pequenos incêndios. E a Noruega é o líder em segurança.
Os custos elevados na produção de petróleo "não convencional" são o calcanhar de aquiles da estratégia de explorar esse petróleo e pode justamente inviabilizá-la, porque tornam mais competitivas as alternativas ao petróleo.

E quais são essas alternativas?

A primeira delas - e a mais simples - é o aumento da eficiência dos motores usados na indústria automobilística. Tanto a União Europeia quanto os Estados Unidos fixam de tempos em tempos, desde 1980, a quilometragem média por litro de combustível que os veículos automotores devem atingir. Por exemplo, nos Estados Unidos, ela foi fixada em 10,6 quilômetros por litro em 1975; deveria atingir 16,6 quilômetros por litro em 2016; e deverá atingir 23 quilômetros por litro em 2025. Com isso, se a frota não aumentar muito, o consumo de derivados de petróleo diminui.

A segunda é a produção de biocombustíveis como o etanol da cana-de-açúcar, no Brasil, e de milho, nos Estados Unidos. Atualmente, eles substituem 3% do petróleo que é consumido no mundo, mas essa porcentagem poderá facilmente atingir 10%. Há, aqui, uma grande oportunidade para o Brasil exportar sua tecnologia de produção de cana-de-açúcar e de produção de etanol, que já atingiu elevado nível de produtividade.

Grandes empreendimentos em produção de petróleo "não convencional", como o pré-sal, têm grandes riscos. Alternativas existem e elas deveriam ser implementadas com a mesma energia e determinação com que a Petrobrás procura retirar petróleo de grandes profundidades do oceano. O que a prudência recomenda é que a Petrobrás deveria tentar reduzir os seus custos e dividir os riscos com outras empresas petrolíferas mundiais com experiência nessa área.

Contudo, o que estamos presenciando nas políticas adotadas pelo governo brasileiro na área de petróleo desde 2008 é exatamente o oposto. A Petrobrás ficou praticamente sozinha na exploração do pré-sal, endividando-se enormemente a ponto de suas ações terem perdido cerca de 80% do seu valor. Contribuiu para isso o congelamento dos preços de derivados de petróleo, o que levou a empresa a vender gasolina com prejuízo e, nesse processo, asfixiando o Programa do Álcool de cana-de-açúcar.
Esse não é o caminho a seguir e uma correção de rumos torna-se cada vez mais urgente.
*José Goldemberg é professor emérito da Universidade de São Paulo, foi secretário de Ciência e Tecnologia da Presidência da República.

Pagode, Brasil 2014, Natal 2014



Pronto... (olhando de forma suspeita para os lados). Falei!

Leiam o texto de Flávia Oliveira:

O pagode da Dona Fifa
Palavra que dá nome ao gênero de samba pertence à entidade do futebol até o fim do ano. Natal 2014 também está registrado

É espaçosa a tal da Fifa. Esqueça a dúzia de cidades-sede e estádios. Ignore os benefícios tributários. Releve o tratamento de chefe de Estado que o presidente da entidade, Joseph Blatter, recebe quando circula pelo Brasil. Desconsidere tudo isso, e a poderosa Federação Internacional de Futebol ainda é a dona do jogo, da festa, da bola. E do ritmo. Na lista de quase duas centenas de nomes e figuras registradas para a Copa 2014, açambarcou o pagode. Perdeu, Zeca Pagodinho. Dançou, Jorge Aragão. Já era, Almir Guineto. Até o fim deste ano, a palavra que batiza um gênero do samba e virou sinônimo de reunião de bambas é marca de alto renome da Dona Fifa. Não pode designar atividade alguma. “Se não, ela chora e diz que vai embora”, como no refrão de Noca da Portela e Tião de Miracema.


A culpa é da Lei da Copa. O texto, abençoado pelo governo federal e pelo Congresso Nacional, deu à Fifa direito à tramitação acelerada dos pedidos de registro de marcas no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). Sem falar na isenção de taxas. Em condições normais, os processos dificilmente chegam ao fim em menos de três anos. Os da Fifa não completaram 12 meses. Desde a promulgação da Lei 12.663, de 5 de junho de 2012, a entidade fez 236 solicitações. Há 188 aprovadas e sete a caminho. Restam 39 em análise ou recurso. Apenas duas foram definitivamente indeferidas.

O pagode entrou na roda porque dá nome à fonte tipográfica da marca do Mundial 2014, aquela das letras gorduchinhas. Como tipologia, pertence para sempre à Fifa. Até 31 de dezembro, integra o grupo de palavras, expressões e imagens que não podem ser usadas em nenhuma atividade comercial. Pagode da Boa, caro Arlindo Cruz, não deve rolar. A diretoria que está mandando é outra. Quem desobedecer pode enfrentar a Justiça.

E que a rede carioca de supermercados fique esperta. Mundial com 2014 do lado é coisa da Fifa. Melhor tirar do calendário. O Natal 2014 também está sub judice. Quem mandou fazer da capital do Rio Grande Norte sede do torneio de futebol? De Porto Alegre a Manaus, todas as capitais da Copa estão registradas no INPI. Brasil 2014, idem.

É tudo, Dona Fifa explica, para garantir seus próprios direitos e dos patrocinadores sobre uma competição que, em 2010, foi acompanhada por 3,2 bilhões de pessoas no planeta. De cada dólar de receita, 70 centavos vêm das explorações comerciais. Duas dezenas de empresas pagaram caro para relacionar suas marcas à Copa. E a entidade que manda no futebol sua a camisa para coibir o uso indevido de nomes e imagens.

Desde 2010, foram 500 casos de violação de direitos. Na maioria, a Fifa notificou extrajudicialmente, e o infrator recuou. Em 2013, na Copa das Confederações, houve cem episódios. Há escritórios de advocacia escalados país afora. Até em portos e aeroportos são feitas ações para impedir liberação de mercadorias piratas.

O arsenal da Fifa tem exigido criatividade dos executivos de marketing e dos publicitários. Basta dar uma olhada nas promoções e nos anúncios de quem não entrou no time de patrocinadores. É um tal de seleção de prêmios, goleada de carros, arena, torcida campeã, Brasil em festa. Não é acaso. São palavras não registradas.

A bandeira nacional e suas cores estão livres. Escrita sozinha, a copa também não é da Fifa. Pode denominar outras competições, o cômodo vizinho à cozinha ou um tipo de embutido. Deu mais sorte que o pagode. Mas ninguém ousa.

22 maio 2014

Rir é o melhor remédio

Como ser feliz. Seja um cachorro.

Cotas em concursos


Entenda o impacto da reserva de 20% das vagas para negros em concursos
Lorena Pacheco – Do CorreioWeb

O projeto de lei que reserva 20% das vagas dos concursos federais a negros, aprovado ontem pelo Senado [20/05/2014] e rumo à sanção da presidente Dilma, levanta cada vez mais dúvidas entre os concurseiros. Em meio a tantos questionamentos acerca do impacto das cotas raciais no funcionalismo público, a certeza é que o número de vagas gerais vai diminuir. Mas até que ponto essa redução afeta a participação das pessoas nas seleções?

Para compreender melhor o quadro, é preciso adaptar os certames atuais ou finalizados recentemente à nova legislação e analisar a oferta de vagas – lembrando que as cotas não se aplicarão às seleções que já têm editais publicados. Mas, antes de fazer as contas, é preciso considerar que só estão sujeitos às cotas raciais os concursos públicos com pelo menos três vagas abertas.

Em um concurso com grande oferta de vagas, como o último realizado pelo Ministério da Fazenda, das 1.026 chances, 205 seriam reservadas a pessoas que se autodeclarassem negras – o que deixa para oferta geral 821 vagas. Mas se o concurso não chegar a oferecer nem 100 oportunidades, como a última seleção para diplomatas do Itamaraty, das 18 chances em aberto, quatro seriam para cotas, e apenas 14 para a oferta geral. Compare a seguir o cálculo dos 20% em outros certames:


Para a coordenadora pedagógica do IMP Concursos Ranil Aguiar, a implementação da lei preocupa. “A quantidade de vagas, assim como o valor dos salários, são fatores decisivos para que um concurseiro se inscreva em certa seleção. Mas acredito que não vai haver redução na demanda de participações, porque os candidatos já estão acostumados à concorrência dos concursos. É sim mais uma dificuldade, mas os concurseiros não vão deixar de concorrer e alcançar o sonho de um emprego ideal”, explica Aguiar. A especialista ainda lembra que quando a presidente Dilma anunciou uma recessão temporária nos concursos federais em 2011, as pessoas continuaram estudando mesmo sem perspectiva de lançamento de edital.
Além das cotas raciais, os concursos já têm reserva de vagas para deficientes, o que diminui ainda mais a oferta de vagas gerais nos certames - segundo o Decreto 3.298/99, a porcentagem mínima de vagas poupadas para pessoas com deficiência é 5%; e a Lei 8.112/90 (regime jurídico dos servidores federais) estabelece que o percentual poderá alcançar até 20% das chances.

Também vale ressaltar que os candidatos negros concorrerão simultaneamente à totalidade das vagas e às reservadas pelas cotas raciais. E no caso da conta dar um número fracionado de chances, a lei prevê que o quantitativo será aumentado para o primeiro número inteiro subsequente, se a fração for igual ou maior a 0,5; ou diminuído para o número inteiro inferior, se a fração der menos que 0,5.

***Agora vamos lançar a campanha de cotas para as eleições? Que tal???

Curso de Contabilidade Básica: Contas a Receber

Existem vários instrumentos que o usuário pode dispor para acompanhar uma política de crédito no longo prazo. Uma alternativa simples é acompanhar o comportamento do volume de contas a receber da empresa ao longo dos anos. Outra é verificar o DVR (Dias de Vendas a Receber), que é um índice bastante útil. Com o DVR é possível determinar se a variação no volume de contas a receber da empresa decorreu da variação das vendas ou da mudança na política de cobrança.

Voltamos ao caso da Hering, que fornece para o usuário uma série histórica bastante longa do seu balanço e DRE. Inicialmente nós plotamos os valores de contas a receber da empresa, desde 2007:

É possível observar que a empresa tem apresentado valores cada vez maiores de contas a receber. Outro aspecto interessante é o fato do comportamento não seguir uma linha reta, mas uma linha “dentada”. Ou seja, quando o valor aumenta num trimestre ele reduz no período seguinte.

Uma forma de verificar isto é calcular o Dia de Vendas a Receber ou DVR. O DVR é obtido pela divisão de Contas a Receber pelas Vendas Diárias. Para evitar a sazonalidade, calculamos o DVR usando a receita de vendas, anualizada, dividida por 360. (Assim, no segundo trimestre de 2008 somamos as vendas do terceiro e quatro trimestre de 2007 e primeiro e segundo trimestre de 2008 e dividimos por 360).

É possível observar que no início da série a empresa tinha DVR variando entre 100 e 120 dias. A partir de 2009 o DVR ficou entre 80 a 100 dias, mas com algumas variações significativas. Por exemplo, no terceiro trimestre de 2012 o DVR era de 81 dias; no quarto trimestre foi para 104 dias.

Uma forma de analisar a política de crédito é calcular a razão para variação do volume de contas a receber da empresa, através de três fórmulas simples:

Variação do Contas a Receber = Variação de Vendas + Variação de Cobrança
Variação de Vendas = (Vendas diárias do período t – Vendas diárias do período anterior) x DVR do período anterior
Variação de Cobrança = (DVR do período t – DVR do período anterior) x Vendas diárias do período t

Este cálculo permite que seja atribuído a variação do “contas a receber” ao crescimento das vendas ao a mudança na política de crédito e cobrança. Observe no gráfico o que foi obtido:

A variação do “contas a receber” está de verde. Já a variação na cobrança está de vermelho e praticamente acompanha a variação da conta. Já a variação decorrente das vendas parece não ter nenhuma influencia sobre o “contas a receber” da empresa. Com efeito, a correlação entre “variação de cobrança” e “soma” é de 0,99, enquanto a correlação da soma com “variação de vendas” é de 0,20.

Isto ocorreu pelo fato das vendas estarem em valores anuais. Ao retirar o peso da sazonalidade, a influencia da cobrança apresentou-se muito clara na série. O gráfico abaixo é o mesmo do anterior, apenas os valores não estão anualizados. Os valores da correlação se alteram: 0,96 a correlação entre “variação de vendas” e soma e -0,70 entre “variação de cobrança” e soma.


Curso de Contabilidade Básica - Editora Atlas - César Augusto Tibúrcio Silva e Fernanda Fernandes Rodrigues (prelo)

STF e o tempo


STF leva, em média, cinco anos para julgar ações que ferem a Constituição
O Globo, 19/05/2014

O Supremo Tribunal Federal (STF) levou 24 anos para, ao decidir sobre um processo, dizer que o assunto não era com ele. O caso faz parte do cenário de morosidade que foi constatado na mais alta Corte do país por um levantamento inédito da FGV Direito Rio, obtido com exclusividade pelo GLOBO. Ao analisar a duração de processos e liminares no Supremo de 1988 a 2013, o estudo viu que o STF leva, em média, cinco anos para julgar de forma definitiva Ações Diretas de Inconstitucionalidade (Adins) — mas há Adins que ficaram mais de 20 anos até transitar em julgado, ou seja, terem decisão definitiva da Corte, sem possibilidade de recurso.

Entre as liminares concedidas pelo STF e que tiveram mérito analisado, o levantamento mostrou que as de Adins duraram, em média, seis anos, o tempo que a Corte levou para julgar as ações. O estudo será lançado nos próximos meses dentro da 3ª edição do projeto Supremo em Números, intitulada “O Supremo e o Tempo” e de autoria dos professores Joaquim Falcão, Ivar A. Hartmann e Vitor Chaves.
Também segundo a análise, o tempo médio até o trânsito em julgado é de cerca de um ano para habeas corpus, por exemplo; e de um ano e meio para mandados de segurança e reclamações.
Uma delas, a 271, foi feita por Miguel Rinaldi em 1988. Na ação, ele reclamava da não execução de decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, que havia determinado garantia policial para a reintegração de posse de uma fazenda que tinha sido invadida. A decisão só chegaria em 2012 — para dizer que ocorrera perda do objeto da ação, pois a decisão do TJ-GO que foi motivo da reclamação no STF já tinha perdido efeito.

— Ganhamos a reintegração. No governo Sarney! E daí? Não recuperamos a fazenda. Faltou a polícia, o Estado — diz a mulher de Rinaldi, que não quis dar seu nome, pois “não gostamos de falar disso”.
Esse processo é o segundo mais lento na lista dos 10 mais demorados apontados pelo estudo. No pior caso, que durou de 1989 a 2013, a Corte levou 24 anos para, ao decidir, ver que o assunto nem era constitucional, isto é, nem era de sua competência. Trata-se da Adin 73, em que a Procuradoria Geral da República questionava lei de SP sobre obras em parques estaduais.

Em outro caso desse ranking, o governo da Espanha pediu em 1989 a extradição de um espanhol acusado de ser cúmplice em um homicídio em seu país. Duas décadas depois, em 2009, o STF ainda não tinha analisado o caso. Naquele ano, o crime prescreveu, disse a embaixada da Espanha no Brasil. Por isso, em 2011, o governo espanhol desistiria do pedido — e o STF seguiria sem analisá-lo. Foi fazê-lo só em 2012, quando constatou a perda do objeto da ação, pela desistência da Espanha.

— Dez, 20 anos para julgar uma ação não é razoável. Não é compatível com a lógica elementar das coisas. No caso dos habeas corpus, um ano é tempo muito longo para aquilo que socorre a primeira das liberdades, a de ir e vir — diz o ex-presidente do STF Ayres Britto, lembrando que a emenda 45/2004 incluiu na Constituição o direito à “razoável duração do processo”.

Entre os motivos para o quadro de lentidão, o grande volume de recursos que tomam o tempo do STF é apontado como o principal. A chamada repercussão geral foi um dos instrumentos criados pela emenda 45 para diminuir esse volume, diz Ayres Britto. Com ele, o STF só aceita recursos extraordinários de temas “que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.

Mas esse instrumento poderia ser mais usado pela Corte. Até 9 de maio, dos casos com repercussão geral reconhecida, mais da metade (65,7%) estava com julgamento do mérito pendente. E, dos casos com julgamento pendente, só 14,07% foram incluídos em pauta; 83,53% estão conclusos ao relator; e há 2,4% “iniciados”.

Outra tentativa de diminuir o número de recursos foi feita pelo ex-ministro Cezar Peluso, autor da PEC 15/2011, que dizia que decisões de segunda instância seriam definitivas. Mas foi alterada em comissão do Senado em 2013. Agora, aguarda votação.

— A PEC perdeu o propósito. Agora, afeta só recursos em processos criminais, ínfima minoria no STF, e deixa de fora os recursos em processos cíveis, os que abarrotam o Supremo — diz Ivar A. Hartmann, da FGV.

Ayres Britto lembra outra medida adotada contra a morosidade:
— A informatização, que precisa avançar, mas que caminha. Um exemplo é a Ação Penal 470 (o mensalão): com mais de 50 mil páginas, foi toda digitalizada para facilitar a análise. Desde 2010, todos os processos que chegam ao STF, com exceção dos habeas corpus, são digitalizados.
Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça, Flávio Crocce Caetano afirma que um processo no Brasil dura, em média, dez anos:

— Precisamos de uma cultura da mediação, onde o tempo médio de resolução é três meses. A lei 7.169/2014, aprovada no Senado e que agora está na Câmara, permite que o poder público, litigante em 51% dos casos, faça mediações. Outra frente é valorizar a primeira instância nas reformas dos códigos de Processo Penal e Civil. E é preciso investir na gestão: consolidar o processo eletrônico e criar a carreira de administrador judiciário, existente em muitos países. Ele organizaria dados, pauta, audiências. Deixaria para o juiz só a função de julgar.

Procurado terça-feira à tarde pelo GLOBO, o STF não havia respondido até o fechamento desta edição.

Listas: Os maiores jogadores de xadrez

1. Carlsen - Noruega - 2889,2 - Abril de 2014
2. Kasparov - Rússia - 2856,7 = Março de 2000
3. Aronian - Armênia - 2835,5 - fev 2014
4. Anand - Índia - 2820,7 - janeiro de 2011
5. Topalov - Bulgária - 2816,9 - Abril de 2010
6. Karmnik - Rússia - 2812,5 - março de 2013
7. Caruana - Itália - julho de 2013
8. Radjabov - Azerbaijão - 2799,6 - Set 2012
9. Morozevich - Rússia - 2798,9 - Agosto de 2008
10. Nakamura - EUA - 2794,4 - Outubro de 2013
11. Grischuk - Rússia - 2792,1 - julho de 2013
12. Ivanchuk - Ucrânia - 2791,5 - julho de 2008
13. Fischer - EUA - 2789,7 - agosto de 1972

Fonte: Aqui

21 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Curso de Contabilidade Básica: Resultado Negativo

Quando uma empresa tem prejuízo, isto terá reflexo sobre o patrimônio líquido.  Se o valor do resultado negativo for elevado ou se o prejuízo perdurar por muitos exercícios, o patrimônio líquido poderá se tornar negativo.

Veja o caso da Têxtil RenaultView que nos últimos anos tem apresentado prejuízos líquidos. Com efeito, desde 2010 o prejuízo da empresa alcançou a R$93 milhões. Estes valores fizeram com que o patrimônio líquido da empresa tornasse cada vez mais negativo. Em 2012 a empresa fez uma cisão, o que reduziu sua receita anual de R$142 milhões para 75 milhões. Mas o prejuízo aumentou de 15 milhões para 42 milhões, de 2011 para 2012. Em 2013 o resultado melhorou, mas continua negativo: 20 milhões de reais.
 

Isto reflete diretamente no patrimônio líquido. Usando as informações de diversos anos, montamos uma demonstração das mutações do patrimônio líquido da empresa, onde os efeitos deste resultado estão claros.


No início de 2010 a conta de lucros e prejuízos acumulados tinha um saldo negativo de 160 milhões de reais. Como o prejuízo permaneceu nos anos seguintes, este valor passou para menos 220 milhões de reais. O patrimônio líquido, que era de 88 milhões negativo, chegou a quase 200 milhões, também negativo.
  

Crise nas universidades


A crise nas universidades

18 de maio de 2014 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo

Numa iniciativa que surpreendeu a comunidade acadêmica, o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) decidiu não reajustar os salários dos professores e servidores em 2014. Esta será a primeira vez, nos últimos dez anos, que o funcionalismo da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp) ficará sem a correção da inflação.


A medida é drástica e foi a única saída encontrada pelas três instituições para contornar a crise financeira que estão enfrentando, por terem comprometido quase todas as suas receitas com a folha de pagamento. A situação mais grave é a da USP. Ela gasta 105,14% de seu orçamento com salários - e essa despesa pode crescer ainda mais por causa da progressão de carreira dos servidores técnico-administrativos e dos professores. Isso a obrigou a consumir R$ 250 milhões de suas reservas financeiras só nos três primeiros meses do ano. Desde 2012, a USP já gastou R$ 1,3 bilhão dessas reservas - o equivalente a 40% do total. Na Unicamp e na Unesp, a folha de pagamento consome 96,52% e 94,47% de seus orçamentos, respectivamente.

Há três semanas, o reitor da USP, Marco Antonio Zago, já havia comunicado à comunidade acadêmica que, por falta de recursos, fora obrigado a suspender as contratações de novos professores, a adiar a construção de novas obras e a estudar a redução da frota e dos contratos de terceirização dos serviços de segurança, limpeza e manutenção predial.

As unidades da maior universidade brasileira estão economizando até papel. Viagens para seminários nacionais e internacionais foram canceladas. O financiamento de linhas de pesquisa está sendo revisto. Somente os restaurantes universitários, os serviços de utilidade pública e a política de apoio estudantil não foram cortados. Com essas medidas, a USP quer reduzir em 30% as despesas de 2014 com custeio e investimento. A Unicamp e a Unesp também adotaram medidas semelhantes, porém menos drásticas do que a USP, para conter a crise financeira. A receita básica da USP, da Unicamp e da Unesp equivale a 9,75% do ICMS. Seus dirigentes alegam que a receita desse tributo tem sido afetada pelo baixo crescimento da economia, reduzindo o valor dos repasses.

A decisão do Cruesp ocorreu no momento em que as entidades de professores e servidores das três universidades estaduais paulistas estavam começando a se mobilizar para a campanha salarial de 2014, exigindo um reajuste de 9,78%.

Para aumentar as verbas orçamentárias das três instituições, as entidades de professores exigem que o porcentual da receita do Estado destinado às universidades seja aplicado não apenas sobre o ICMS, mas sobre as demais receitas do governo paulista - inclusive as transferências federais, a dívida ativa e o que é arrecadado pelos programas de combate à sonegação. Já os sindicatos de servidores querem que as três universidades paulistas simplesmente utilizem o que resta de suas reservas estratégicas para financiar o reajuste dos salários. No caso da USP, as entidades de docentes e servidores também pedem a realização de uma auditoria sobre a gestão do ex-reitor João Grandino Rodas, a quem acusam de ter promovido gastos perdulários e financiado medidas de discutível utilidade, como a abertura de escritórios no exterior.

O problema das universidades estaduais paulistas, contudo, não é apenas financeiro. Cresceram de forma desordenada e enfrentam gargalos burocráticos e dificuldades para redistribuir funcionários entre as unidades. Sob a justificativa de desenvolver atividades de extensão, lançaram os mais variados programas sociais, perdendo o foco acadêmico. E, embora ofereçam centenas de cursos, muitos têm currículos defasados e estão desconectados com a realidade do trabalho. Reformar estruturas administrativas arcaicas, redefinir prioridades acadêmicas e buscar novas fontes de financiamento, inclusive discutindo com rigor a adoção do ensino pago - esses são os grandes desafios que a USP, a Unicamp e a Unesp têm de enfrentar.

Dividendos do BNDES

Dividendos do BNDES para cobrir as contas públicas
Editorial O Estado de S.Paulo


O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) transferiu R$ 12,9 bilhões em dividendos para o Tesouro Nacional, em 2012, mais R$ 7 bilhões, em 2013, e quase R$ 3,9 bilhões, apenas no primeiro trimestre deste ano. Neste ano, os recursos não vieram de lucros contabilizados, mas das reservas estatutárias do banco, destinadas a "assegurar a formação de patrimônio líquido compatível com a expectativa de crescimento dos ativos" e a "garantir margem operacional compatível com o desenvolvimento das operações" do banco.

O Tesouro depende crescentemente dos dividendos das empresas estatais federais - com destaque para o BNDES - para melhorar o resultado primário (ou seja, apresentar saldo positivo antes de incluir as despesas com juros). Incluídos juros, há déficit nominal. No primeiro trimestre, o déficit nominal das contas públicas consolidadas foi de R$ 33 bilhões, ou 2,73% do PIB.

O superávit primário de março, último mês com dados disponíveis, foi de R$ 3,6 bilhões, dos quais cerca da metade (R$ 1,85 bilhão) obtida com a transferência de recursos da reserva técnica do BNDES.

A operação, ressalte-se, não é proibida, mas sua necessidade não foi devidamente explicada. Afinal, a operação foi feita em "caráter de urgência", por solicitação do Tesouro Nacional à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em 26 de março, para liquidação até 31 de março, segundo o jornal Valor. O Tesouro informou que só "o BNDES é que se manifesta sobre o assunto". Mas, se o BNDES é um banco controlado pelo Tesouro - e partiu do Tesouro a ordem de transferência dos recursos da reserva estatutária, a operação deveria ser explicada pelo Tesouro.

O BNDES informou que a operação não causa impacto sobre o funcionamento do banco, "pois há margem para atendimento dos limites prudenciais antes da compensação". Pelo estatuto, a compensação deve ocorrer neste semestre.

Nos últimos anos, o BNDES recebeu vultosas transferências do Tesouro. Devia ao Tesouro, pelo balanço de 2013, R$ 400 bilhões, em valores corrigidos. Ou seja, grande parte dos lucros do banco - e das reservas acumuladas - só existe graças aos aportes do Tesouro, que agora quer dividendos do BNDES para ajudar o superávit primário. Mas será um pequeno alívio, pois não se acredita que a meta de superávit primário de R$ 99 bilhões (1,9% do PIB) em 2014 possa ser cumprida.

Resenha: Comunicação em prosa moderna

Admiro a língua portuguesa e em alguns momentos penso que, além de contabilidade, eu deveria ter cursado letras. Enquanto o momento não chega, ouso resenhar Othon Garcia com seu livro “comunicação em prosa moderna” que, ele gosta de ressaltar, não é uma gramática, mas um livro que preza pela comunicação, uma obra cujo objetivo principal é “ensinar a pensar, vale dizer, a encontrar ideias, a coordena-las, a concatena-las e a expressá-las de maneira eficaz, isto é, de maneira clara, coerente e enfática”.

Sei que muitos passaram por situações semelhantes: desde a minha época de graduanda vejo erros brutais de português. Meus, inclusive. Quem nos acompanha sabe que a prosa é imperfeita - o forte do contador passa longe da correção gramatical. E exatamente por isso vejo a importância de postar vídeos, buscar livros e, da forma que for possível, ajudar a nossa classe a se expressar melhor. O título do blog é Contabilidade Financeira, mas a intenção é que todos nós, das finanças e afins, nos aprimoremos não só quanto à teria da contabilidade, como em tudo o que for importante.

O livro da Garcia me parece perfeito para tudo isso. Como as orientações seriam mais fáceis se os alunos o acrescentassem às suas fontes consultadas! O sumário, por si, já me deixa com os olhinhos brilhando:

Primeira parte: a frase. Terceira parte: o parágrafo. Oitava parte: Redação técnica.

Ah se esta fosse uma leitura obrigatória nos cursos de contabilidade! Mas essa é uma história para outro tipo de postagem...

Não acho justo realmente resenhar este livro por ser uma obra de gigantes, no entanto a intenção é válida por ser uma indicação de leitura imprescindível.

Vale a pena: Sim, e muito. Você não sentará e lerá tudo de uma só vez. Também não precisará de caderno, se não quiser... isso porque a intenção não é o nazismo gramatical, mas a melhoria contínua.

Kaizen!

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Correlação espúria

A correlação espúria é um grande inimigo da pesquisa científica. Ela surge de maneira inesperada, sem qualquer explicação plausível. Aqui um link para um sítio com diversos exemplos de correlação espúria. Na figura abaixo, a relação entre a taxa de divórcio no Maine e o consumo per capita de margarina nos Estados Unidos. O comportamento das duas variáveis é quase perfeito: uma correlação de 0,9926, sendo 1 o valor máximo. Mas não existe, aparentemente, nenhuma relação entre as duas variáveis, o que indica ser este um caso de correlação espúria.

Quando a correlação espúria aparece na pesquisa, a tendência é tentar criar uma teoria para explicar a existência de relação entre as duas variáveis. E que não possui explicação: a relação estatística deve-se ao acaso.

Listas: Os 20 melhores filmes

Segundo o ImdB (com ano e nota)

1. Um Sonho de Liberdade (1994) 9,2
2. O Poderoso Chefão (1972) 9,2
3. O Poderoso Chefão II (1974) 9,0
4. Batman - O Cavaleiro das Trevas (2008) 8,9
5. Pulp Fiction: Tempo de Violência (1994) 8,9
6. Três Homens em Conflito (1966) 8,9
7. A Lista de Schindler (1993) 8,9
8. 12 Homens e uma Sentença (1957) 8,9
9. O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei (2003) 8,9
10. Clube da Luta (1999) 8,8
11. O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel (2001) 8,8
12. Star Wars: Episódio V - O Império Contra-Ataca (1980) 8,8
13. A Origem (2010) 8,7
14. Forrest Gump, o Contador de Histórias (1994) 8,7
15. Um Estranho no Ninho (1975) 8,7
16. Os Bons Companheiros (1990) 8,7
17. O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) 8,7
18. Guerra nas Estrelas (1977) 8,7
19. Matrix (1999) 8,7
20. Os Sete Samurais (1954) 8,7

Ah, sim, o 21o. lugar

21. A Cidade de Deus (2002) 8,7

Queda na fiscalização

O Ministério Público Federal abriu inquérito civil para investigar a redução, pelo governo Dilma Rousseff, do número de fiscalizações da Controladoria-Geral da União (CGU) em municípios que recebem verbas federais. A Procuradoria da República no Distrito Federal apura o porquê do corte de recursos para as auditorias em 2013, ano pré-eleitoral, medida que impacta as ações de controle e combate à corrupção. (...)

O ápice foi 2004, quando 400 municípios receberam a fiscalização da CGU. Nos dois últimos anos, 60, a cada ano, foram (serão) fiscalizados.

Melhor investimento

Esqueça os títulos do governo, arte e até mesmo selos: vinho tinto superou [estes investimentos] por todo o século 20.

Pelo menos é o que uma pesquisa realizada por uma equipe de acadêmicos da Universidade de Cambridge, HEC Paris e Universidade de Vanderbilt, Nashville e Tennessee mostra.

O Warren Buffett do mundo vinhos finos poderia ter obtido retornos reais anualizados de 4.1 % entre 1900-2012, batendo títulos do governo, arte e selos, embora as ações britânicas teriam dado retornos anualizados de 5,2%.


Mas vinho é investimento? Não é um bem de consumo?

Manipulação

A Comunidade Europeia acusou o JPMorgan Chase, o HSBC e o Crédit Agricole de manipulação da taxa de juros. Como esta taxa de juros era usada para determinar os custos dos empréstimos bancários, o prejuízo pode ter sido de trilhões de dólares. Em dezembro a União Européia já tinha multado um grupo de instituições financeiras no valor de 2,3 bilhões de dólares.

Os bancos que reconheceram a participação na manipulação tiveram um desconto nas multas em 10%. E outros bancos já tinham feito um acordo prévio: Barclays, Deutsche Bank, Royal Bank of Scotland e Société Générale.

20 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Fonte: Mentirinhas

Bancos Governamentais e Eleições

Sabemos que o governo, quando próximo às eleições, tende a expandir seus gastos, sendo seletivos para aquelas obras que possuem influencia política. Além dos gastos públicos, o governo no Brasil tem-se utilizado dos bancos governamentais para expandir o crédito de tal forma que influencia as decisões das próprias empresas.

Uma interessante pesquisa de Daniel Carvalho, publicada no último número do The Journal of Finance, mostra que este controle do governo brasileiro sobre os bancos afeta as decisões das empresas, em particular de alguns setores considerados “prioritários” (produtos químicos, máquinas e equipamentos, papel e celulose, metalurgia, automobilística e alimentos). O governo usa os bancos para expandir empréstimos, principalmente nas regiões onde as eleições se mostram mais competitivas.

A análise sugere que os políticos no Brasil utilizam empréstimos bancários para mudar de emprego para as regiões politicamente atraentes e longe de regiões pouco atraentes.

É importante destacar que a pesquisa de Carvalho abrange um período relativamente longo, de 1995 a 2006, e abrange todas as empresas industriais com mais de 50 empregados.


Leia Mais: CARVALHO, Daniel. The Real Effects of Goernment-owned banks. The Journal of Finance, vol. LXIX, n. 2, abr 2014. (uma cópia pode ser lida aqui)

Curso de Contabilidade Básica: Capital de Giro

Algumas empresas disponibilizam para o usuário uma série histórica das suas demonstrações. Isto reduz o trabalho do usuário de procurar pelas informações. Além disto, a utilização de um longo conjunto de dados permite melhores conclusões sobre as tendências do desempenho da empresa.

O gráfico a seguir foi construído a partir de informações disponibilizadas, numa planilha, pela Cia Hering no seu sítio. Dos valores do curto prazo da empresa, retiramos o capital circulante líquido, que corresponde a diferença entre as contas do ativo circulante menos o passivo circulante. Esta é a linha vermelha do gráfico, que mostra os valores trimestrais desde 2007 para esta empresa.

É possível perceber que ao longo dos últimos anos este valor apresentou crescimento, até 2012. A partir do primeiro trimestre de 2012 os valores apresentaram um comportamento mais instável, com crescimento e redução. Mas desde o segundo trimestre de 2013 o valor do capital circulante líquido da empresa, em unidades monetárias, tem apresentado valores crescentes.

O valor do investimento em giro corresponde às contas de curto prazo com relação com o ciclo operacional e financeiro da empresa. No caso da Cia Hering são as contas a receber de curto prazo, os estoques, fornecedores e salários e encargos. Este valor está de azul no gráfico e possui um comportamento próximo ao CCL. Finalmente a tesouraria refere-se à diferença entre as disponibilidades e os empréstimos e financiamentos de curto prazo. É a folga financeira. Indica se a reserva de recursos é suficiente para quitar as dívidas de curto prazo. No caso da Hering, isto foi verdadeiro em quase todo período.

A análise usando um longo período de tempo pode ser bastante rica. No caso da Hering, a existência das informações disponíveis ao usuário permite concluir que em termos da gestão do curto prazo (liquidez) a empresa apresenta um bom desempenho.


Dilma desconfia do mercado

Dilma desconfia do mercado como regulador de preços
VALDO CRUZ DE BRASÍLIA
Folha de S. Paulo, 19/05/2014


No início de seu mandato, em 2011, Dilma Rousseff fez uma cobrança dura à equipe: na sua opinião, eles não estavam fazendo nada para segurar o aumento, considerado por ela "exagerado", das passagens aéreas.
Ao ouvir de assessores que os preços do setor são livres, a presidente, irritada, gritou: "Isso é coisa de tucano". Foi então lembrada que a última normatização sobre a área havia sido feita em 2006 –no governo Lula, portanto. 

O episódio ilustra bem o que passa na cabeça da presidente quando o assunto é o sistema de preços. Dilma tem uma visão ideológica do mercado, o que desperta nela uma tendência intervencionista, de conter preços administrados como gasolina. 

A avaliação é partilhada por assessores presidenciais e por conselheiros do ex-presidente Lula. O primeiro grupo enxerga no estilo presidencial uma virtude, na linha de quem busca segurar o apetite de lucro dos empresários e proteger o consumidor.



O segundo grupo considera a estratégia uma política equivocada, que provoca distorções e trará custos pesados para ser desmontada. O debate sobre preços administrados gerou polêmica na semana passada depois que o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) admitiu à Folha que o governo dosa os reajustes de preços públicos para não prejudicar o consumidor e garantir o cumprimento da meta de inflação.
Sua fala foi criticada pela oposição e acabou sendo contestada por Guido Mantega (Fazenda), que não quis admitir o que o governo tem feito nos últimos anos ao conter o aumento da gasolina e empurrar para 2015 o das tarifas de energia elétrica. 

Criticado, o discurso de Mercadante reflete o que vem sendo debatido pela cúpula da campanha da reeleição. Em reuniões no Alvorada, Dilma e sua equipe buscam uma vacina contra a tática da oposição de acusar o governo de segurar artificialmente o aumento de preços e jogar a conta para 2015.
A estratégia, definida nas reuniões no Alvorada, vai na linha da fala de Mercadante, que participa dos encontros. O governo e a candidata vão sustentar que o governo adota esta política para poupar o bolso do consumidor em períodos desfavoráveis da economia e não fazer um tarifaço no ano que vem, diluindo os aumentos ao longo dos próximos anos.


DESCONFIANÇA 

Segundo interlocutores, Dilma tem uma "desconfiança do empresariado" e acredita que o governo tem de enfrentá-lo para evitar "lucros excessivos". Foi isso, diz um assessor, que fez o governo fixar uma taxa de retorno muito baixa para as concessões de rodovias -depois foi obrigado a recuar para garantir a realização dos leilões. 

Como, no final, as taxas ficaram próximas do que o governo defendia, Dilma disse que sua visão de apertar o lucro estava na linha correta.
No caso da gasolina, ela é contra repassar para o preço toda a variação cambial, como quer a Petrobras. Para Dilma, o consumidor não pode pagar tudo e a estatal tem de absorver parte do custo. Além disso, ela adotou essa política para conter artificialmente a inflação e evitar que estoure o teto de 6,5%.

Credit Suisse multado por fraude fiscal

Credit Suisse se convirtió en el primer gran banco en dos décadas demandado por el Departamento de Justicia de Estados Unidos, por haber dado asesoramiento financiero a clientes estadounidenses para poder evadir el pago de impuestos bajo la protección del secreto bancario. El segundo grupo financiero del país admitió unas horas después su culpabilidad y es sancionada con más de 2.500 millones de dólares (unos 1.800 millones de euros).

(...) La investigación de Credit Suisse puede servir a partir de ahora como modelo para perseguir el fraude financiero en EE UU. En el punto de mira de los reguladores está también BNP Paribas, el banco más grande de Francia. Como en la entidad suiza, su expediente no está relacionado con la pasada crisis financiera sino por haber permitido sortear el embargo impuesto a países como Irán y Sudán.

"No importa el tamaño de la entidad, será perseguida", concluyó Holder en rueda de prensa, esperando que la reprimenda contra Credit Suisse sirva de aviso para los otros grupos financieros. "Pagarán las consecuencias", remachó, dejando claro que no se hace distinciones tampoco respecto al origen de la entidad. Es la mayor multa impuesta hasta la fecha por un fraude tipo fiscal. También se admite que se están adoptando pasos para modificar su estructura y reforzar los controles internos.


Fonte: El País

Listas: Campeonato com maior número de jogadores na Copa

A relação dos campeonatos nacionais pelo número de jogadores que estarão participando da Copa:

1. Inglaterra = 130 jogadores irão disputar a Copa
2. Alemanha = 100
3. Itália = 96
4. Espanha = 78
5. França = 63
6. Rússia = 43
7. México = 37
8. Estados Unidos/Canadá = 31
9. Holanda = 28
10. Portugal = 27
11. Turquia = 26
12. Japão = 25
13. Irã = 20
14. Brasil = Bélgica = 17

Fonte: aqui

19 maio 2014

Rir é o melhor remédio


História da Contabilidade: Cronologia

Esta é uma atualização da cronologia publicada anteriormente

1519 – Publicação da primeira “tradução” do livro de Pacioli em língua portuguesa: Tratado da Prática de Arismética, de Nicolas Gaspar. Entretanto o autor não “traduziu” o capítulo de Pacioli sobre as partidas dobradas.

1624 a 1654 – Invasão holandesa e possibilidade de utilização das partidas dobradas pela primeira vez no Brasil.

1757 –Diccionario do commercio, de Alberto Jacqueri de Sales. É uma adaptação do Dictionnaire universel de commerce, de Jacques Savary des Bruslons (1657-1716). Primeira obra em português sobre as partidas dobradas, mas este fato é altamente controverso.

1758 – Publicação de Mercado Exacto (...) de autoria de João Baptista Bonavie. Neste período, criação das Aulas de Comércio pelo Marquês de Pombal.

Século XVIII  – Ricos contratam professores para ensinar contabilidade para seus filhos e filhas.

1808 – Legislação introduz as partidas dobradas na contabilidade pública

1809 – Primeiro classificado procurando um profissional que entenda de contabilidade

1812  – Primeiro balanço publicado no Brasil. Do Theatro de S João

1831 - Lei 4 de Outubro de 1831 – Organizava o tesouro e adotava as partidas dobradas no setor público. Este item não foi implantado na prática.

1835 -Relatório Ministério do Império insistia na necessidade do país ter um código comercial para disciplinar a economia e impulsionar a criação de indústrias

1850  – Código Comercial - Reconhecimento do profissional contábil. Traz a primeira definição de ativo

Meados do século XIX  – a contabilidade é ensinada junto com as primeiras noções de álgebra.

1860 – “primeira lei das SA” e diversas normas sobre o assunto. O mais importante era o Decreto 2679, a primeira norma mais detalhada sobre a contabilidade no Brasil.

1876  – Criada a Associação de Guarda-Livros

1891 – Criação do primeiro curso técnico no Brasil, na Academia de Commercio, localizada em Juiz de Fora, Minas Gerais

1892 - Decreto 1166 organizava o ministério da Fazenda

Final do século XIX  – a existência de conselho fiscal impulsiona a atividade de auditoria, inicialmente com empresas nacionais e, no ínicio do século XX com internacionais

Inicio dos anos 1900  – chegada das empresas de auditoria estrangeiras

1906  – Adoção das partidas dobradas na contabilidade pública no Paraná. Logo depois foi abandonado. A seguir, o estado de São Paulo também adotaria o método, quase cem anos depois do primeiro decreto imperial.
1911  – Criação da Revista Brasileira de Contabilidade

1914 – Governo federal adotada as partidas dobradas

1915 – primeiro balanço publicado com parecer de auditoria

1916 – Instituto Brasileiro de Contabilidade  que irá organizar os congresso de contabilidade no futuro

Final dos anos 1910 e 1920 - Primeiro grande escândalo da história contábil

1920  – começa discussão sobre a regularização da profissão de guarda-livros e contadores

1922 – Código da Contabilidade pública

1922  – Imposto sobre lucro (lei 4.625)

1924  – Primeiro congresso de contabilidade

1925 -  instituição do Registro Geral dos Contabilistas Brasileiros

1925 - Instituto Brasileiro de Contabilidade inaugurou o Curso Superior de Contabilidade

1931  – Decreto 20158 ou Lei Francisco Campos que tentava organizar o ensino comercial e regular a profissão. Gerou uma grande reação, que levou ao Decreto 21033.

Anos 30 – Chegada da Hollerich ao Brasil, que representou a automatização de muitas atividades contábeis no Brasil.

1939 – começa o processo de tratamento das demonstrações contábeis à inflação

1946 -O CFC foi criado em 27 de maio pelo decreto-lei 9295

1950 – Lei 1076 ou lei das SA

Década de 50 - A padronização chega ao Brasil, com destaque para a III Conferência Continental de Bolsa de Valores

1954  - III Conferencia Interamericana de Contabilidade. Primeiro evento contábil internacional que ocorreu no Brasil.

1958 – Lei 3470 determina a correção do imobilizado. Diversas normas posteriores tratam do assunto.

1960  - Criação da pós-graduação na Universidade de São Paulo

1962 - Lei de remessa de lucros

1964 - Reforma Administrativa através da aprovação da lei 6.430

1965 - Regulamento do imposto de renda

1967 - Padronização da contabilidade bancária: foi aprovada a Circular 93, da Inspetoria de Bancos

Final dos anos 60 - início do intercambio entre a Universidade de São Paulo e a Universidade de Illinois, dos Estados Unidos.

1972 – Ano da consolidação da auditoria no Brasil. Normas do Banco Central e do CFC estabelece forma de atuação deste profissional.

1976 – Lei 6404. Os computadores começam a se popularizar.

1980 – O Brasil começa a participar de discussões internacionais sobre contabilidade. Programa de mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo começam a titular os primeiros acadêmicos.

1985 – Criação do Siafi na área pública

1986 – Plano Cruzado de combate a inflação. Ao longo dos anos seguintes, diversos planos econômicos foram elaborados com a finalidade de combater a inflação. E a contabilidade cria instrumentos cada vez mais complexos para dar credibilidade, incluindo a correção integral (Instrução 64/87 da CVM).

1994 – Plano Real consegue reduzir a inflação. No período seguinte, o governo proíbe a correção monetária das demonstrações contábeis. A redução da inflação faz renascer a contabilidade de custos no Brasil.

Inicio dos anos 2000 – expande a pós-graduação no Brasil, inicialmente com a criação de diversos programas de mestrado. Em meados deste século é aprovado o segundo doutorado de contabilidade, que serão acompanhados de diversos outros nos anos seguintes.

2005 – Criação do CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis) através da Resolução 1055 do CFC.

2007 – Lei 11.638: começa a adoção das normas internacionais de contabilidade. O Brasil começa a participar do processo de convergência no Iasb.

Prezado leitor: Com esta cronologia estamos encerrando a série sobre a história da contabilidade no Brasil. Está faltando alguma data? Ajude-nos na atualização desta cronologia. Sugira temas de investigação.

18 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Eike punido?

Com a assembleia de credores da petroleira OGX, marcada pela Justiça para o dia 3 de junho, a derrocada do império X, do empresário Eike Batista, aproxima-se do fim. Ainda haverá outros desdobramentos como o plano de recuperação da empresa naval OSX, a negociação com os credores da holding EBX, ou os problemas operacionais que vem sendo enfrentados pela termelétrica Eneva (ex-MPX), mas é possível que o pior do turbilhão já tenha passado. Com cerca de R$ 15 bilhões de dívidas em recuperação judicial, o rombo deixado pelo homem que já foi o mais rico do Brasil é grande. Não houve quebradeira bancária, como os mais pessimistas chegaram a temer, mas o rastro de prejudicados inclui bancos, fundos estrangeiros, fornecedores e centenas de acionistas minoritários. Os que perderam querem que Eike seja punido. O empresário está sendo alvo de uma investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que o acusa de "insider trading" - venda de ações com informações privilegiadas. A multa pode superar os R$ 100 milhões, que seria o lucro obtido com as operações

Fonte: Folha de S Paulo

17 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana

Fato da Semana: Ação da Comissão de Valores Mobiliários.  Esta semana o xerife do mercado atuou contra o diretor financeiro da Petrobras, que divulgou informação sobre reajuste antes do prazo, e tem apertado os membros de conselhos indicados pelo governo.

Qual a Relevância disto?  O papel da CVM é fundamental para que o mercado acionário brasileiro seja encarado de forma mais séria. Punir faz parte deste papel, independente de quem seja. Não podem existir privilégios. A ação da CVM é uma sinalização para os demais participantes: ninguém está acima da lei. É também um sinal de que estamos mudando nosso país.

Positivo ou negativo? Positivo.


Desdobramentos: É um processo longo e demorado. Alguns casos que deveriam ser punidos não serão. Mas que seja feita a justiça no longo prazo. 

Teste da semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade:

1 Esta entidade conduziu muitas pesquisas nos últimos anos, mas algumas delas não tiveram nenhum download. Nenhum interessado nestas pesquisas.
Banco Mundial
Ipea
NBER

2 De 2008 a 2012 a entidade relacionada na questão anterior publicou cerca de
1500 pesquisas
50 pesquisas
500 pesquisas

3 A Comissão Eleitoral Federal do seguinte país está permitindo que políticos recebam Bitcoin
Brasil
Estados Unidos
India

4 O Iasb está promovendo alteração no IAS 16 e 38. O aspecto contábil envolvido refere-se a
Amortização e Depreciação
Instrumentos Financeiros
Recuperabilidade

5 O Financial Times divulgou as melhores escolas de negócios. Na 23ª posição está a escola brasileira:
Fundação Dom Cabral
Insper
USP

6 Miriam Belchior, Bendine, Swedenberger Barbosa e Márcio Zimmermann possuem algo em comum. Foram ou podem:
ser palestrantes do CBC
ser promovidos
ser punidos

7. Ainda com respeito a questão anterior, a entidade que está “reunindo” aquela turma é
CFC
CVM
Palácio do Planalto

8. Almir Barbassa, diretor financeiro de uma empresa estatal, está sendo processado pela CVM por:
Desvio de conduta
Recebimento de pagamento ilegal
Vazamento de informação

9. A empresa estatal na qual Barbassa trabalha é
Banco do Brasil
Correios
Petrobrás

10. O evento selecionado na questão 8 ocorreu no
Primeiro semestre de 2008
Primeiro semestre de 2014
Segundo semestre de 2013

Respostas: (1) Banco Mundial; (2) 1500 (3) Estados Unidos; (4) Amortização e Depreciação; (5) Fundação Dom Cabral; (6) ser punidos; (7) CVM; (8) Vazamento de informação; (9) Petrobrás; (10) Segundo semestre de 2013

Se acertou 9 ou 10 = bom leitor e boa memória; 7 ou 8 = sem muita preocupação com o que acontece de importante no mundo contábil; 6 ou 5 = sorte ou azar?

PwC cria prédio sustentável

Segundo o The Guardian, a PwC, uma das grandes empresas contábeis mundiais, está ocupando um edifício no Reino Unido considerado o "mais sustentável do mundo". Com 3716 metros quadrados, o espaço ocupado pela empresa possui eficiência energética e tecnologia de baixo carbono. Isto é surpreendente já que se trata de reocupação de um edifício antigo. A obra inclui jardins na cobertura, mictórios sem água (?), substituição de ar condicionado, gerando economia de energia elétrica (-221%), gás (-11%) e água (-33%).

A reforma deve se pagar em menos de quatro anos.

Prazo

Os credores da OSX, do empresário de Eike Batista, podem ter que aguardar pelo menos duas décadas para receber seu dinheiro de volta, apurou a Folha com executivos próximos às negociações. A empresa naval está em recuperação judicial desde novembro do ano passado, e suas dívidas somam R$ 4,5 bilhões.

Fonte: Aqui

16 maio 2014

Rir é o melhor remédio


Feldstein critica Piketty

Thomas Piketty has recently attracted widespread attention for his claim that capitalism will now lead inexorably to an increasing inequality of income and wealth unless there are radical changes in taxation. Although his book, "Capital in the Twenty-First Century," has been praised by those who advocate income redistribution, his thesis rests on a false theory of how wealth evolves in a market economy, a flawed interpretation of U.S. income-tax data, and a misunderstanding of the current nature of household wealth. Mr. Piketty's theoretical analysis starts with the correct fact that the rate of return on capital—the extra income that results from investing an additional dollar in plant and equipment—exceeds the rate of growth of the economy. He then jumps to the false conclusion that this difference between the rate of return and the rate of growth leads through time to an ever-increasing inequality of wealth and of income unless the process is interrupted by depression, war or confiscatory taxation. He advocates a top tax rate above 80% on very high salaries, combined with a global tax that increases with the amount of wealth to 2% or more.His conclusion about ever-increasing inequality could be correct if people lived forever. But they don't. Individuals save during their working years and spend most of their accumulated assets during retirement.

They pass on some of their wealth to the next generation. But the cumulative effect of such bequests is diluted by the combination of existing estate taxes and the number of children and grandchildren who share the bequests. The result is that total wealth grows over time roughly in proportion to total income. Since 1960, the Federal Reserve flow-of-funds data report that real total household wealth in the U.S. has grown at 3.2% a year while the real total personal income calculated by the Department of Commerce grew at 3.3%. The second problem with Mr. Piketty's conclusions about increasing inequality is his use of income-tax returns without recognizing the importance of the changes that have occurred in tax rules. Internal Revenue Service data, he notes, show that the income reported on tax returns by the top 10% of taxpayers was relatively constant as a share of national income from the end of World War II to 1980, but the ratio has risen significantly since then. Yet the income reported on tax returns is not the same as individuals' real total income. The changes in tax rules since 1980 create a false impression of rising inequality. In 1981 the top tax rate on interest, dividends and other investment income was reduced to 50% from 70%, nearly doubling the after-tax share that owners of taxable capital income could keep. That rate reduction thus provided a strong incentive to shift assets from low-yielding, tax-exempt investments like municipal bonds to higher yielding taxable investments. The tax data therefore signaled an increase in measured income inequality even though there was no change in real inequality. The Tax Reform Act of 1986 lowered the top rate on all income to 28% from 50%.

That reinforced the incentive to raise the taxable yield on portfolio investments. It also increased other forms of taxable income by encouraging more work, by causing more income to be paid as taxable salaries rather than as fringe benefits and deferred compensation, and by reducing the use of deductions and exclusions. The 1986 tax reform also repealed the General Utilities doctrine, a provision that had encouraged high-income individuals to run their business and professional activities as Subchapter C corporations, which were taxed at a lower rate than their personal income. This corporate income of professionals and small businesses did not appear in the income-tax data that Mr. Piketty studied. The repeal of the General Utilities doctrine and the decline in the top personal tax rate to less than the corporate rate caused high-income taxpayers to shift their business income out of taxable corporations and onto their personal tax returns. Some of this transformation was achieved by paying themselves interest, rent or salaries from their corporations. Alternatively, their entire corporation could be converted to a Subchapter S corporation whose profits are included with other personal taxable income.

 These changes in taxpayer behavior substantially increased the amount of income included on the returns of high-income individuals. This creates the false impression of a sharp rise in the incomes of high-income taxpayers even though there was only a change in the legal form of that income. This transformation occurred gradually over many years as taxpayers changed their behavior and their accounting practices to reflect the new rules. The business income of Subchapter S corporations alone rose from $500 billion in 1986 to $1.8 trillion by 1992. Mr. Piketty's practice of comparing the incomes of top earners with total national income has another flaw. National income excludes the value of government transfer payments including Social Security, health benefits and food stamps that are a large and growing part of the personal incomes of low- and middle-income households.

Comparing the incomes of the top 10% of the population with the total personal incomes of the rest of the population would show a much smaller rise in the relative size of incomes at the top. Finally, Mr. Piketty's use of estate-tax data to explore what he sees as the increasing inequality of wealth is problematic. In part, this is because of changes in estate and gift-tax rules, but more fundamentally because bequeathable assets are only a small part of the wealth that most individuals have for their retirement years. That wealth includes the present actuarial value of Social Security and retiree health benefits, and the income that will flow from employer-provided pensions. If this wealth were taken into account, the measured concentration of wealth would be much less than Mr. Piketty's numbers imply. The problem with the distribution of income in this country is not that some people earn high incomes because of skill, training or luck. The problem is the persistence of poverty. To reduce that persistent poverty we need stronger economic growth and a different approach to education and training, not the confiscatory taxes on income and wealth that Mr. Piketty recommends.

Fonte: aqui

Curso de Contabilidade Básica: Entendendo os empréstimos

Uma conta que sempre chama a atenção do usuário da demonstração contábil refere-se aos “empréstimos e financiamentos”. Por um lado, trata-se de uma importante fonte de recursos. Mas por geralmente serem valores de grande monta, podem indicar um risco para a sobrevivência de longo prazo da empresa. Por este motivo, muitos índices são construídos tentando captar a influencia sobre o desempenho da empresa.

Veja o exemplo da empresa Oderich . Em 31 de dezembro de 2013 o balanço patrimonial apresentava a seguinte configuração:
 

Ou seja, do passivo circulante de 140 milhões, 69 milhões de reais eram “empréstimos e financiamentos”. Isto corresponde a quase 50% do passivo de curto prazo. Do não circulante de 102 milhões, 59 milhões eram desta conta ou 58%. Do ativo da empresa, que no final de 2013 apresentava um valor de R$352 milhões, 36% foram financiados com recursos onerosos de terceiros.

A figura a seguir esclarece a origem destes recursos:
Chama a atenção a existência de muitos empréstimos sujeitos a variação cambial de curto prazo. Se você fizer a soma, representa 47 milhões de reais ou 37% dos empréstimos. Somando os empréstimos de longo prazo com variação cambial o valor é de 82 milhões. Se por um acaso existir uma desvalorização da moeda em 20%, os valores dos empréstimos atrelados a taxa cambial aumentarão para 99 milhões ou 16 milhões. Isto é mais do que o lucro da empresa em 2013, que foi de 14 milhões.
Eis o que a empresa afirma sobre os eventuais efeitos de um risco cambial:
Ou seja, a gestão da empresa considera que o risco é irrelevante dada as operações desta natureza. O analista aqui deve tomar as suas próprias conclusões sem se deixar influenciar pela redação das demonstrações contábeis. Será que um passivo atrelado a taxa cambial nos valores existentes pode ser pouco relevante? Qual a chance de ocorrer um movimento brusco na taxa de câmbio nos próximos dias/meses?


Listas: Os 10 países que gostam de beber

1. Belarus – 17.5 litros
2. Moldova – 16.8 litros
3. Lituânia - 15.4 litros
4. Rússia - 15.1 litros
5. România - 14.4 litros
6. Ucrânia - 13.9
7. Andorra – 13.8
8. Hungria – 13.3
9. República Tcheca e Eslováquia - 13 litros
10. Portugal - 12,9 litros


Fonte: Onu

O interessante que os primeiros são países da antiga URSS. Portugal já teve um consumo maior (14,4). A média brasileira é de 8,7 litros.