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12 novembro 2013

História da Contabilidade – O primeiro livro em língua portuguesa sobre o método das partidas dobradas

Apesar do livro de Paccioli ter surgido no século XV em Veneza e rapidamente ter sido traduzido (ou copiado) para diversas línguas, o aparecimento de uma obra sobre este assunto em língua portuguesa foi tardio (1). Tradicional considera-se que Mercado Exacto nos seus livros de contas ou Methodo Facil para qualquer mercador, e outros arrumarem as fuas contas com a clareza neceffaria, com feu Diario, pelos princípios das Partidas dobradas, fegundo a determinação de Sua Mageftade, de autoria de João Baptista Bonavie, seria a primeira obra. Esta obra é datada de 1758 e foi publicada em Lisboa.

Entretanto existe uma possibilidade da existência de um livro publicado antes do Bonavie (2). Segundo Esteve, existiria o livro de Gabriel de Souza Brito Norte mercantil y crisol de cuentas. Brito era um judeu português, mas aparentemente escreveu este livro em língua espanhola e o publicou em Amsterdam em1706. Mas mesmo esta informação é questionável, já que não se encontrou, até os dias de hoje, uma cópia da primeira edição. A segunda edição foi realizada pelo seu filho.

Assim, parece que a primeira obra em língua portuguesa tenha sido o livro de Bonavie.

Referências
(1) Já comentamos sobre este assunto no blog. Recomendamos a excelente revisão do livro de Pacioli. O livro O Tratado da Prática de Arismética, de Nicolas Gaspar, de 1519, fez uma “tradução” limitada da obra de Pacioli, mas não o capítulo sobre as partidas dobradas. O Diccionario do commercio, de Alberto Jacqueri de Sales, pode ter sido publicado em 1757. Gostaria de agradecer ao Alexandre Alcantara pela dica do texto.
(2) GUIMARÃES, Joaquim F. da Cunha. Os Primeiros Livros Portugueses sobre Contabilidade – Comentários ao artigo do Professor Doutor Esteban Hernandez Esteve sob o título “Um Tratado Espanhol de 1706 sobre a Contabilidade por Partidas Dobradas: Norte Mercantil y Crisol de Cuentas” por Gabriel de Souza Brito”. Revista Electrónica INFOCONTAB n.º 21, de Junho de 2007, pp. 27.

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