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18 maio 2012

Petrópolis

A suspeita, segundo a Secretaria da Fazenda, é de que a companhia teria simulando a transferência de bebidas de unidades paulistas para filiais suas no estado do Rio de Janeiro, onde o ICMS é menor. Assim, evitaria pagar antecipadamente o imposto nas etapas de venda ao atacado e ao varejo, como prevê o sistema de substituição tributária ao qual o segmento de bebidas está sujeito. Em tese, o ICMS seria pago no estado de destino dos produtos, no caso o Rio de Janeiro.

Com a operação Czar, os agentes esperam levantar evidência que possam provar a irregularidade. A investigação foi iniciada em 2011. (...)

O grupo Petrópolis já foi investigado durante a Operação Cevada, realizada em 2005, pela Receita Federal, para apurar suspeita de sonegação de R$ 1 bilhão em impostos. Naquela ação, o alvo principal foi a cervejaria Schincariol, de Itu, na época o segundo maior grupo cervejeiro do País. A operação, em conjunto com a Polícia Federal, resultou na prisão de 20 pessoas, entre elas os três proprietários - Adriano, Alexandre e Gilberto Schincariol - e executivos da cervejaria de Itu, além de pessoas ligadas à cervejaria Itaipava - todos acabaram libertados. Em 2011, a Schincariol foi vendida para o grupo japonês Kirin.


Petrópolis é investigada por suspeita de sonegar R$ 600 milhões

Mudando o discurso


Um artigo sobre a saída da Grécia da zona do Euro (Nunca diga nunca, URI, FRIEDMAN, FOREIGN POLICY - O Estado de S.Paulo, 17 de maio de 2012, B11) mostra a mudança no discurso sobre o assunto. Fiz uma breve compilação das frases:

Luc Coene, membro do conselho do Banco Central Europeu e governador do Banco Nacional da Bélgica.
Antes: “[a Europa] se mostraria totalmente unida na defesa do sistema [caso a Grécia deixasse a zona do euro. tal cenário lhe parecia] completamente inconcebível".
Agora: "um divórcio amigável - caso um dia se torne necessário - seria possível" (...)"O ideal seria que todos os países-membros continuassem no clube - isso seria melhor para todos, até para os gregos", destacou ele. "Mas é claro que, se um membro decidir que não tem mais interesses em comum com o restante do grupo, temos de permitir a saída deste - trata-se de algo inerente à democracia."


Wolfgang Schaeuble, ministro alemão de Finanças.


Antes: (...)os representantes europeus "não pretendem jogar dinheiro num buraco sem fundo"
Agora: "Queremos que a Grécia fique na zona do euro. Mas o país também precisa desejá-lo e aceitar os compromissos exigidos. Não podemos obrigar ninguém a fazê-lo. A Europa não vai afundar tão rapidamente." 


Olli Rehn, comissário da UE para Assuntos Econômicos e Monetários.
Antes: Em maio do ano passado, Rehn disse ao Der Spiegel que não considerava a saída da Grécia da zona do euro uma "opção séria". Tal curso "prejudicaria a economia grega e representaria um retrocesso para a integração europeia", explicou ele. "O euro é mais do que uma moeda; é o principal projeto político da nossa comunidade. Esse é mais um motivo pelo qual não aceitaríamos uma saída da Grécia." Em setembro, ele reiterou que os governantes europeus não permitiriam que a Grécia deixasse o euro porque isso "provocaria um imenso estrago econômico e social, não apenas à Grécia mas à União Europeia como um todo, trazendo consequências para toda a economia mundial".
Agora: "A bola está agora com os gregos, é a sua vez de jogar. Para a Grécia e os cidadãos gregos, principalmente os mais pobres, o resultado de uma saída do euro seria muito pior do que para a Europa"


Jens Weidmann, membro do conselho do Banco Central Europeu e presidente do Deutsche Bundesbank.
Antes: "Este não é um debate do qual eu gostaria de participar".
Agora:  "essa será uma decisão democrática", mas uma decisão que obrigaria os países doadores a interromper a ajuda financeira à Grécia.
Além de "não ter precedentes históricos e estar associada a grande dose de incerteza", uma saída seria também "mais grave" para a Grécia do que para os demais países da zona do euro, acrescentou ele.


Pia Ahrenkilde Hansen, porta-voz da Comissão Europeia.
Antes: "Não podemos permitir que a zona do euro se fragmente, nem a UE, porque isso contrariaria o interesse geral do povo europeu como um todo". 
Agora: "desejamos que a Grécia permaneça na zona do euro e esperamos que ela permaneça na zona do euro". "São realmente muitas as questões sendo levantadas e há muito que continua em aberto em relação à Grécia; a maioria das respostas deve ser dada pelos gregos e cabe a nós respeitar o processo político que se desenvolve no país"

IR do Cachoeira


Ao analisar as declarações de Imposto de Renda do bicheiro, os parlamentares descobriram que Cachoeira tomava empréstimos milionários de uma empresa de que é sócio, com sede na Coréia do Norte.

Se Carlinhos Cachoeira vai mesmo à CPI, na semana que vem, ainda não se sabe. A comissão liberou o acesso aos documentos para os advogados, mas o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, que havia suspendido a ida do contraventor, ainda não esclareceu se o bicheiro já pode prestar depoimento. Enquanto esperam, parlamentares analisam a declaração de Imposto de Renda de Cachoeira e se surpreendem com o que encontram.

“Em 2003 e 2004, ele declara 0 de rendimento. O Imposto de Renda é zerado. A declaração mais recente, de 2010, apresenta rendimentos tributáveis de R$ 60 mil, o que em uma conta rápida aponta para R$ 5 mil mensais, o que é incompatível com a movimentação que ele fazia, sobretudo, no cartão de crédito”, declara o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB).

Parlamentares também se assustaram com empréstimos milionários feitos por Cachoeira na empresa BET Capital de que ele era sócio. Foram R$ 10,1 milhões de 2005 a 2009, segundo as declarações anuais de Imposto de Renda do bicheiro.

“Ao todo, 51% da composição societária dessa empresa era de uma empresa chamada BET Company, que tem sede, pelo menos nos dados que nós vimos, na Coreia do Norte. A sede dessa empresa é algo que chama atenção”, afirma o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Blog

No dia 18 de abril de 2012 este blog fez seis anos de vida. Até agora, 11878 postagens. São 2189 dias, o que representa uma média de 5,4 postagens por dia.

Este blog nasceu da continuidade do meu antigo endereço (cesartiburcio.com.br). Abandonei o endereço e passei a blogar: muito mais ágil e não tinha custo. A estatística de visitas hoje está marcando quase 700 mil acessos (muito obrigado!!), muito embora esta contagem tenha começado em julho de 2009. Nos últimos meses (para ser exato, de 1o. de junho de 2011 até 30 de abril de 2012, ou 329 dias)  foram quase 360 mil acessos, o que dá uma média de mil acessos por dia. Novamente obrigado.

Durante este período tenho recebido algum retorno de leitores, que informam, geralmente numa conversa casual: "acompanho seu blog". Fico muito feliz por isto. E isto tem acontecido até quando saio da cidade onde moro. Em geral os leitores são carinhosos e atenciosos, embora não participem com comentários tanto quanto gostaria.

Nos últimos meses o blog  passou a contar com a colaboração do Pedro e da Isabel. Ambos sempre mandavam contribuições interessantes. Decidi convidá-los para serem co-autores. A participação de ambos tem dinamizado o blog, com alteração no layout e incorporação de redes sociais (facebook e twitter).

O blog está em constante mudança. Opine sobre elas.

Boa leitura.

17 maio 2012

Novidades no blog: companhia e parceria

Queridos leitores do blog,

Bom dia. O meio do ano está chegando e com ele resolvemos alterar mais alguns aspectos do blog para que 2012 seja um ano excepcional. O que você tem achado? Quer incluir sugestões ou impressões? Continue participando ativamente nos comentários!

Além de mudarmos um pouco o visual, criarmos uma página com as “séries de postagens”, incluirmos contribuições de convidados, estamos implementando uma parceria com a livraria Cultura, com a loja norte-americana Amazon e provavelmente com o iTunes, da Apple. O que isso significa? Inicialmente denota que somos legais, descolados e inteligentes porque eles avaliam os sites antes de permitir as parcerias. Brincadeiras a parte, ressalta o nosso comprometimento com vocês pois as parcerias são mesmo pré-avaliadas.

Significa também que agora, quando indicarmos livros e conteúdos, teremos um referencial de confiança para que vocês saibam onde adquirir o que é comentado nas postagens. Por exemplo, um livro legal sobre capital de giro. Já leram? ;)

Ainda, se vocês clicarem no link e adquirirem livros, ganharemos um pequeno, pequeno, PEQUENO percentual. Não será possível custearmos um encontro anual de blogs ou algo similar, mas esperamos que a verba nos ajude a por em prática outras surpresas que temos guardadas em nossas mangas.

Bom fim de semana a todos e boa leitura!

Rir é o melhor remédio

O dilema da Grécia: cortar orçamento ou deixar o Euro

Auditor ou cliente?

Recentemente postamos sobre o fato de que grandes empresas de auditoria estavam sendo contratadas para fazer a função de lobistas para seus clientes. Isto configurava, a princípio, uma fronteira perigosa ultrapassada pelo auditor, que passa a defender os interesses da empresa onde realizava seu trabalho de auditoria.

Um texto da Forbes (How Zynga, Facebook and Groupon's Go-To Auditor Rewrites Accounting Rules, Francine McKenna, 23 de abril de 2012) mostrava que algo mais estava acontecendo: as empresas de auditoria estavam ditando a forma como as auditadas deveriam contabilizar suas receitas. Mais especificamente, a Ernest & Young chegou a escrever um texto com regras para reconhecimento da receita para produtos virtuais.

Uma empresa como a Zynga possui parte de suas receitas provenientes das vendas de produtos virtuais. Quando um dos participantes dos seus jogos, como o Farmville por exemplo, decide comprar um trator virtual, isto representa uma receita para a empresa. Na realidade, a maior parte da receita da Zynga. Este tipo de receita, apesar de já ser conhecido da teoria (vide o livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, capítulo 5, exercício 10), ainda não foi regulado pelo Fasb ou Iasb. A Sarbox restringiu a prestação de consultoria por parte do auditor.

McKenna informa que a E&Y propõe que uma empresa de comércio virtual, como a Zynga, vende um "trator" o reconhecimento da receita possa ser feito de três formas: (a) ao longo da vida no jogo (o que depende de várias estimativas); (b) baseado no usuário, que geralmente é mais rápido que a primeira alternativa; (c) assim que recebe os recursos. A flexibilidade das alternativas e a diferença dos resultados chama a atenção e, logicamente, permite que a empresa possa "escolher" a receita que achar conveniente.

Teste 556

Eis um texto da Isto É Dinheiro de 5 de maio de 2012:

Em 2011, o entulho dos canteiros de suas 32 obras [da Camargo Corrêa] atingiu 22,8 mil toneladas. O descarte desse lixo, que à primeira vista pode parecer um problema, no entanto, passou a ser mais uma fonte de renda para a empresa. Desde agosto do ano passado, a Camargo Corrêa vem desenvolvendo um projeto-piloto que gerencia a oferta e a demanda do entulho gerado nesses empreendimentos. O sistema denominado Bolsa de Resíduos funciona como um canal direto entre a construtora e os possíveis compradores do material.

Qual o conceito contábil para os “resíduos”? Em que disciplina isto recebe uma análise detalhada?

Resposta do Anterior: Ponto de Equilíbrio. Em 2011 tinha prejuízo, pois era necessário ocupar 66% e a empresa ocupou 65%. Em 2006 e 2010 não é possível afirmar com base no texto.

Morte ao VaR

O VaR é um modelo de mensuração de risco que ficou bastante popular no final do século passado e início deste. Livros e artigos foram escritos sobre o assunto, inclusive a obra mais famosa, o livro de Jorion, traduzido para língua portuguesa em 2004.

Este modelo trabalha com algumas suposições, sendo que a mais criticada delas é o fato de usar a curva normal. A crise financeira de 2007/2008, assim como as críticas feitas ao modelo, em especial de Taleb em Cisne Negro, contribuíram para perda de prestígio. O principal ponto é que o VaR, ao assumir a curva normal (gaussiana do cartoon ao lado), subestimava os efeitos da crise (fat tails)

Agora o Financial Times, em Killing VaR (Joseph Cotterill, 3 de maio de 2012) informa que o Comitê da Basileia está sugerindo sua troca na determinação do capital das instituições financeiras. Segundo o Comitê

Um certo número de deficiências foram identificadas com o uso de valor em risco (VaR) para determinar os requisitos de capital regulamentar, incluindo a sua incapacidade de captar o "risco de cauda". Por esta razão, o Comitê considerou medidas de risco alternativas, em especial déficit esperado (ES). ES mede o grau de risco de uma posição, considerando tanto o tamanho quanto a probabilidade de perdas acima de um determinado nível de confiança. Em outras palavras, é o valor esperado de essas perdas para além de um determinado nível de confiança. O Comité reconhece que a mudança para ES poderia acarretar certos desafios operacionais; no entanto ele acredita que estes são compensados ​​pelos benefícios da substituição de VaR com uma medida que o risco de melhor captura os fat tails (caudas longas). Assim, o Comité propõe o uso de ES para a abordagem baseada em modelos internos e também pretende determinar as ponderações de risco para a abordagem padronizada através de uma metodologia ES.


Em termos práticos isto pode significar o seguinte: aumento no capital regulamentar exigido para as instituições financeiras.

Delta e o Capitalismo de Laços


Sergio Lazzarini, autor do livro Capitalismo de Laços, analisa o caso Delta:

(...)A Delta, uma das mais importantes financiadoras de partidos políticos, cresceu sobremaneira nos últimos anos graças a inúmeros contratos com o setor público. Nos grampos telefônicos da Polícia Federal, aparece ligada a Carlinhos Cachoeira que, por sua vez, cultiva uma impressionante teia de contatos com políticos influentes.


(...)Se a aquisição realmente se concretizar, a JBS herdará contratos da Delta com o governo; a Delta e seus acionistas terão uma interessante porta de saída para seus investimentos; o governo conseguirá salvar algumas obras em curso com seu novo sócio estratégico; e a JBS implementará uma curiosa estratégia de diversificação: de frigorífico para construção civil.

Trocam-se os atores, fica o script: capitalismo de laços, na sua mais pura forma. Empresas fazem doações de campanha, e com isso se ligam ao sistema político e ao governo em exercício. Em troca, recebem capital estatal e acesso diferenciado a projetos públicos. Com o capital estatal disseminado em diversas empresas, o governo direciona o setor privado de acordo com suas estratégias. Um ciclo muito azeitado e que tem espantosamente sobrevivido, firme e forte, a ondas de abertura econômica, privatização, e eventuais “faxinas” dos mais diversos governos.

Na origem do problema, os financiamentos privados a políticos. No Brasil, as campanhas eleitorais são muito caras, pois a competição entre partidos é acirrada e os políticos têm que cobrir grandes extensões territoriais. Os candidatos dependem das empresas para as suas campanhas, e as empresas dependem dos candidatos eleitos para novas oportunidades com o setor público. Delta, Carlinhos Cachoeira e os políticos envolvidos são apenas casos particulares de um problema mais amplo. E nem adianta proibir o financiamento privado de campanhas eleitorais, pois o “caixa dois” continuará correndo solto.

Além disso, em um contexto onde financiar políticos e conectar-se ao governo faz grande diferença, não é difícil entender a estratégia de diversificação de grupos como o JBS e vários outros no Brasil. Esses grupos passam a ter incentivo a entrar em negócios que tem pouca relação além da sua grande interface com o setor público. Afinal, um político de confiança capaz de resolver pendengas nos setores de energia ou construção civil pode fazer o mesmo em outros negócios regulados como transporte, telefonia ou mineração.

Complicando o cenário, o governo, que já mantinha extensa penetração na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão, passa cada vez mais a sinalizar interesse em influenciar mais diretamente as estratégias e os investimentos privados.

Uma simbiose produtiva para fortalecer o empresariado nacional, dirão alguns. Mas a realidade é que, no Brasil, a palavra de ordem cada vez mais é dançar a música do governo. Os mais conectados continuarão com mais espaço na pista de dança. E o escurinho do salão continuará abrigando as mais diversas conversas ao pé do ouvido.

Sérgio Lazzarini é Professor Titular de Estratégia do Insper e autor de “Capitalismo de Laços: os Donos do Brasil e suas Conexões”.

Delta

O procurador da República Edson Abdon abriu inquérito civil público para investigar a venda da empreiteira Delta Construções ao Grupo J&F Participações, proprietária do JBS, frigorífico que tem 31,4% de suas ações sob controle do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).


O objetivo da investigação, pedida na semana passada pelo procurador regional da República no Rio de Janeiro, Nivio de Freitas Silva Filho, é evitar que os controladores da construtora - mais de 80% propriedade do empresário Fernando Cavendish - fujam ao pagamento de eventuais prejuízos causados por supostas irregularidades cometidas pela empresa. A Delta é suspeita de envolvimento com o suposto esquema do contraventor Carlos Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para corromper agentes públicos e superfaturar obras, entre outros crimes.


A venda da Delta, anunciada na semana passada, foi recebida com estranheza pelo mercado. Não houve, segundo anunciado, desembolso de dinheiro. Os novos controladores terão dois meses para administrar a empreiteira e examinar sua contabilidade e compromissos, para então anunciar se vão realmente comprá-la. Cavendish, que se afastara do Conselho de Administração da empreiteira, não teria alternativa a isso - a outra seria aceitar a falência, já que a perda de credibilidade lhe fechou portas de financiamentos pelos bancos.

Procurador abre inquérito para investigar venda da Delta - Por Wilson Tosta - Agência Estado

Futuro do Euro


Algumas considerações do professor de economia Miguel Leon Ledesma sobre a crise da dívida soberana na Europa:

Do you think the euro is a viable project? Will it survive?

The Euro is not viable in its current form and it will only survive if politicians design a credible strategy for its survival in the very short run. The fiscal compact as a survival strategy, with its reminiscence of the old stability pact rules, is almost ludicrous. It is not credible, and that is already a reality. If the stability pact was violated by the key players for years without any consequences and during less difficult times, does anyone believe that the pact is achievable or even beneficial to some member states during the deepest and longest recession for 70 years? Obviously not. The euro cannot survive unless there is a move towards more fiscal union pertaining debt and fiscal transfers. The union can be limited, there is no need for a grand transfer scheme and there are imaginative proposals out there about designing an efficient system for backing weaker states’ new sovereign debt issues. There is also a need for a true banking union with common regulatory rules. But the short run is much shorter than many like to believe. The state of denial cannot continue. Whether the euro can survive, thus, is a question that will be answered in the next few months.

16 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Entregando pizza

Teste 555

Eis um trecho de uma reportagem de um jornal

Atualmente, estima-se que a Gol precise preencher 66% dos assentos de cada voo para não perder dinheiro. Em 2006, bastava ocupar 52% dos lugares. A má notícia é que, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil, a taxa de ocupação da Gol em março ficou em 65% no mercado doméstico, ante 70% um ano atrás. (A rota mudou para a Gol. De novo. Exame, 3 de maio de 2012)

a) Qual conceito o texto está se referindo?
b) Com base somente nas informações, deduza se a empresa teve lucro ou prejuízo.

Resposta do Anterior: O texto é confuso, mas tudo indica que seria alternativa (a)

Débito e Crédito

O Fleury, empresa de medicina diagnóstica, conseguiu manter no primeiro trimestre sua margem operacional mesmo com uma provisão de R$ 10 milhões para devedores duvidosos. A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 22%, empatada com os 21,9% do mesmo período do ano passado. O mercado previa uma queda maior na margem por conta desse débito, informado pela companhia na divulgação do último balanço. Desconsiderando essa provisão, a margem Ebitda da empresa aumentaria para 24,1%.

Fleury faz provisão de R$ 10 milhões, mas mantém margem - 4 de Maio de 2012 - Valor Econômico - Beth Koike

Observe o leitor o uso da palavra débito no texto. Refere-se a provisão para devedores duvidosos.

Estoques e manipulação

Uma análise interessante foi realizada pelo blog White Collar Fraud sobre a empresa Green Mountain Coffee. Há algum tempo o blog acompanha a evolução do estoque de café da empresa.

Basicamente a análise do blog mostra que a receita realizada da empresa é quase sempre maior que a receita prevista, o que deveria levar a uma redução nos estoques existentes. No ultimo resultado ocorreu uma receita menor que prevista, mas o volume de estoque aumentou mais do que seria o esperado.

O comportamento do estoque pode ter duas explicações. A primeira é que a empresa não está gerindo bem este ativo. O aumento no estoque (e do prazo de estocagem) seria em decorrência de erros de compra dos fornecedores. Uma explicação alternativa é o uso do estoque para melhorar os resultados da empresa. A conferir.

Influência do Meio

O blog Freakonomics relata uma pesquisa onde três cientistas mostraram que as pessoas preferem opções localizadas no meio. Assim, num conjunto de figuras, a do meio é a mais escolhida que os extremos. Esta conclusão é interessante e pode mostrar que a posição de um item podem influenciar decisões diárias, inclusive decisões de consumo.

E na contabilidade. Entre três alternativas existentes, o contador irá escolher aquela que fica no meio? A pesquisar. Quem se habilita?

Receita Federal

Um mendigo atrás de milhões de dólares desviados dos cofres públicos faz ponto em uma rua do centro de São Paulo observando a movimentação dos sonegadores em plena luz do dia. Pode parecer roteiro de filme de ação, daqueles dignos de James Bond, mas é vida real. O disfarce é apenas um dos expedientes usados pela equipe de 160 funcionários da Inteligência da Receita Federal, que, em 85 missões realizadas em todo o país, de 2008 até o ano passado, recuperou R$ 20 bilhões em tributos sonegados.

Pela primeira vez desde que foi fundada, há exatos 12 anos, a coordenação de pesquisa e investigação da Receita revela como monta as grandes operações que ganham as manchetes do país, detalhando alguns golpes recorrentes aplicados por sonegadores, fraudadores de impostos e contrabandistas. Esses funcionários, no dia a dia, evitam a mídia como podem, desconversam sobre novas operações e detestam falar ao telefone. Têm todas as cismas dos espiões.

Esse grupo restrito de funcionários especializados, que em nada se parece com o resto da burocracia do serviço público, precisa usar a criatividade para não perder o rastro dos suspeitos. Seguem o noticiário com lupa atrás de sinais externos de enriquecimento, frequentam restaurantes e outros estabelecimentos usados por seus alvos para chegar ao resto da cadeia.

Por questão de segurança, detalhes ou rotas não podem ser revelados para não comprometer as investigações em curso. Mas o fato é que um punhado desses agentes teve de fazer até curso de artes cênicas para tornar verossímil os vários disfarces que utilizam na caça aos sonegadores. Um agente acompanhou de perto uma das operações com um disfarce que exibia sintomas de uma doença contagiosa.
— Ninguém olhou para ele — orgulha-se um colega.


Leão com disfarce de James Bond - 6 de Maio de 2012 - O Globo - Vivian Oswald

Tim

A avaliação relativa é bastante usada para negócios com pequenas e médias empresas. Mas também em grandes empresas tem-se usado a avaliação relativa como um teste confirmatório de valor obtido pelo fluxo de caixa descontado. Sua facilidade de cálculo é tanta que a tentação de trabalhar com este método é substancial.

Entretanto este método alguns problemas. Um deles é o fato de depender substancialmente de um número. Isto naturalmente cria a tentação, por parte da empresa avaliada, de manipular este número.

De certa forma é o que ocorreu com a Tim recentemente. Notícias divulgadas na imprensa comentavam que o ex-presidente da empresa no Brasil estava sendo acusado de manipular o número de clientes. Este executivo já estava sendo investigado na Itália por adotar esta prática, ao manter na base de assinantes clientes que já não trabalhavam com a empresa. Estes clientes eram considerados como "ativos", melhorando a participação de mercado da empresa.

Além disto, a avaliação relativa para empresa de telecomunicações é realizada usando o número de clientes. Anunciando um maior número de clientes do que realmente contava a empresa, isto tenderia a influenciar os avaliadores que acreditam fielmente na avaliação relativa.

15 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Uma propaganda clássica do fusca: ninguém é perfeito!

E se...

Do blog de Polyana:

A revista Superinteressante, esse mês, em sua coluna “E se...”, em um texto de Salvador Nogueira, aborda o que seria de algumas profissões se os computadores jamais tivessem sido inventados.
“Profissões em alta. Viver num mundo sem computadores já seria difícil. Sem esses trabalhadores, seria impossível.”
As profissões operador de tráfego, bancário, operador de telecomunicações, biomédico, intermediário comercial são levantadas. Veja o ponto de vista para a profissão contábil:
“Para fazer contas, o contador terá ajuda do milenar ábaco ou de um tipo de calculadora mecânica comum até os anos 1960. E recuperaria o status que perdeu com a proliferação de softwares de planejamento e gestão financeira. Sem arquivos digitais, o acesso à contabilidade das empresas seria mais restrito. Seu papel no planejamento de ações, não só no controle, seria maior. Isso porque a cotação de preços (feita em segundos na internet) vira uma tarefa muito mais complicada.”

Abaixo, o ponto de vista da Polyana

Sem o computador, o contador teria que voltar a fazer o lançamento das contas de forma maquinizada (Se bem me lembro, a Audit 1503). Acredito que isso não afetaria de forma significante o trabalho do contador. As fichas razão voltariam, além do barulho incômodo das máquinas que faziam o trabalho dos computadores. Os cálculos seriam feitos em uma máquina de calcular ou até mesmo no ábaco. As guias para pagamentos dos impostos voltariam a ser datilografadas. No entanto, a função gerencial do contador não seria afetada. A contabilidade possui como finalidade a geração de informações que possam aperfeiçoar o processo de tomada de decisões gerenciais, auxiliando o planejamento das empresas e dos usuários da informação contábil. Além do quê, acredito que a cotação de preços não é função do contador.


Meu ponto de vista:

Nunca gostei desta seção da revista. É muito "chute" o pensamento. De qualquer forma, o texto parte do suposto que o contador perdeu status com o computador. Será? Neste ponto, a visão de Polyana parece mais adequada. Ela também notou o fora da revista (natural, já que se trata da Superinteressante) de falar da cotação de preços.

Congresso

La Asociación Uruguaya de Costos é o prazer de informar que o VI CONGRESSO DE CUSTOS DO MERCOSUL será realizado nos dias 6 e 7 de agosto, em Montevidéu, Uruguai. A página do congresso é www.aurco.org.uy

Conduta Científica

Clique na imagem para visualizar melhor. Dica de Enilton (Grato)

Gasolina

O gráfico mostra o preço da gasolina premium por galão. Países europeus possuem a gasolina mais cara. Produtores de petróleo, a mais barata. Adaptado daqui

Auditor-chefe

Romildo destaca uma nova medida do governo federal (MP 568) onde temos:


Da Carreira de Finanças e Controle 
Art. 22.  A Lei nº 11.890, de 24 de dezembro de 2008, passa a vigorar com as seguintes alterações: 
"Art.18. .......................................................................
...........................................................................................
VII - exercício de cargo de auditor-chefe ou equivalentede empresa pública ou sociedade de economia mista federalexclusivamente para servidor da Carreira de Finanças e Controle." 

Observe que deve ser servidor, mas não necessariamente contador.

14 maio 2012

Rir é o melhor remédio

O retorno da estatua da Liberdade para a França. Uma capa da New Yorker, rejeitada, de 1993. Fonte: Aqui

Teste 554

O Banco Santander decidiu provisionar 2,7 bilhões de euros. No comunicado o banco afirma:

"Esta nova provisão se soma à de fevereiro, totalizando 5 bilhões de euros antes de impostos, que será integralmente absorvido pelos resultados de 2012"

O que significa “integralmente absorvido pelos resultados”?

a) que a provisão será realizada ainda em 2012
b) que o valor da provisão não irá ultrapassar a projeção do lucro do ano
c) que a provisão será realizada tendo como contrapartida uma conta de resultado

Resposta do Anterior: 2002. Fonte: aqui

Marca

A revista Isto É Dinheiro apresenta a relação das marcas mais valiosas do Brasil (As marcas mais valiosas do Brasil em 2012, 28 de abril de 2012, Ralphe MANZONI Jr.). Segundo o texto, o desempenho de 2012 mostra:

 O valor das maiores marcas brasileiras caiu em 23% em 2012 em razão dos problemas externos e do comportamento da bolsa.

 A valorização em dólar é de 35% desde 2009.

 A maior empresa brasileira também foi considerada, pela terceira vez, a marca mais valiosa do Brasil, com um valor de 10,5 bilhões de dólares em 2011. A segunda marca é do Bradesco (6,7 bilhões), seguido do Itaú (6,6 bilhões), Skol (4,7 bilhões) e Banco do Brasil (4,6 bilhões).

 Pela primeira vez foi realizada uma análise por produtos, sendo que três delas estão entre as mais bem classificadas (Skol, Brahma e Antarctica).

 A pesquisa também mediu a contribuição da marca para o desempenho das vendas. Ou seja, quanto uma empresa perde de vendas se não tivesse uma grife conhecida. A marca mais poderosa neste quesito é a Omo, seguido da Coca-Cola, Trident, Johnie Walker e Bohemia.

A metodologia apresenta pela revista mostra que o valor final depende, e muito, do comportamento do mercado acionário. Assim, se uma empresa apresenta grande variação na cotação das suas ações, isto representaria uma aproximação de valoração da marca.

Toda metodologia de mensuração de valor de marca é bastante questionável. Em geral as marcas não são negociadas de maneira separada da empresa. Somente quando isto acontece é possível estabelecer uma base adequada para mensuração deste valor. Além disto, a própria redação da metodologia é imprecisa e confusa o suficiente para evitar uma crítica mais profunda. (o texto da metodologia fala em valor de mercado das ações e compara com os intangíveis da empresa. Provavelmente o foco é o valor do empreendimento, somando o valor da dívida também)

Outro aspecto que seria importante verificar e confrontar o valor da marca com o gasto com publicidade. A marca Petrobras possui um valor de 10 bilhões e a empresa gasta 400 milhões de reais em publicidade.

Espanha e provisões

A Espanha aceitou nesta sexta-feira submeter o sistema financeiro do país a uma auditoria independente (1), tentando dissipar preocupações no mercado de que o resgate bancário que o governo está prestes a aprovar deixará as contas públicas a um passo do colapso (2).


O governo espanhol está perto de adotar um plano para obrigar os bancos a destinar a venda de ativos imobiliários tóxicos a outras companhias, uma decisão que pode aumentar os prejuízos dessas instituições financeiras (3).


Também deve ser exigido que os bancos reservem mais € 35 bilhões (€ 45 bilhões) (4) para cobrir financiamentos imobiliários em aberto, após já terem sido obrigados a destinar € 54 bilhões em provisões.


Governo espanhol impõe reforma para sanear bancos - Por Julien Toyer e Jesús Aguado/ Reuters - Brasil Econômico

(1) se as instituições financeiras já são submetidas a uma auditoria, faz sentido submeter o sistema financeira como um todo?
(2) aqui fica a ideia de que o problema é com as contas públicas, não com as instituições financeiras. De qualquer forma, é uma sinalização ao mercado de que o governo "confia" na situação financeira do país. Mas será que o mercado confiará na auditoria?
(3) Mesmo que as instituições já tenham reconhecido o prejuízo ao usar o valor justo, a obrigatoriedade de vender os ativos irá fazer com que o preço caia no mercado (lei da oferta-procura).
(4) É isto mesmo. A notícia não esclarece o valor "reservado" para cobrir estes financiamentos.

Frase

O estudo da evolução histórica da Contabilidade Pública brasileira mostra a forte influência de seus personagens, sejam eles funcionários públicos de carreira ou políticos com mandato.

Lino Martins - A NOVA CONTABILIDADE PÚBLICA: DESPESAS SEM ORÇAMENTO

Dívida

Veja a seguinte notícia:

A dependência das empresas brasileiras do financiamento dos bancos -inclusive do crédito proveniente de instituições públicas- é preocupante, diz relatório divulgado pela agência de classificação de risco Moody's.

A consultoria também vê riscos para as companhias com empréstimos que variam com o dólar, por causa da volatilidade do câmbio, devido às intervenções do Banco Central para valorizar o real.

De acordo com os analistas da Moody's, as dívidas com bancos representam 43% do endividamento das empresas. O percentual sobe para 59% quando o BNDES (Banco Nacionalde Desenvolvimento Econômico e Social) é considerado.

A dependência ocorre porque faltam outros meios de financiamento, como um mercado secundário desenvolvido para debêntures locais. Outra causa é o custo de se financiar no exterior.


Algo estranho nisto tudo. As empresas brasileiras seriam mais (ou menos) dependentes do financiamento dos bancos quando se compara com um parâmetro. Qual parâmetro é este? Outros países? A "aparente" solução seria usar outras formas de financiamento, como debêntures, que podem necessitar de uma nota de avaliação de crédito.

13 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Feliz dia das mães!!!! S2

Hoje: para você


Se você passou a semana estudando a hipótese de eficiência de mercado, as melhores práticas de governança corporativa, o melhor da teoria da contabilidade. Se você bravamente conseguiu mil respostas para um questionário que a princípio esperava apenas dezena de participantes e esteve organizando os dados, as referências, os detalhes para finalizar a sua pesquisa. Se você está meio a uma graduação, pós, mestrado, doutorado e adoeceu... ficou gripado, pegou dengue: essa postagem é para você!

Do livro: 500 prazeres simples da vida, de Fábio Lamachia

Escutar as pessoas: lembre-se muitas vezes, o que a princípio parece perda de tempo pode se tornar, na verdade, uma grande oportunidade para que nos encontremos. Porque ao escutar alguém que nos fala de suas angústias ou compartilha conosco suas alegrias, encontramos soluções ou uma luz para clarear alguma situação pela qual estamos passando ou a possibilidade de compartilhar o sentimento com a outra pessoa.

Entregar-se à preguiça: Em francês preguiça (paresse) rima com sabedoria (sagesse) e também confere a quem a ela se entrega uma sensação incomparável de bem estar.

Plante uma árvore: o que antes era uma brincadeira, agora é uma responsabilidade social.

Escrever um livro, sentar-se no chão, fazer terapia (buscar o equilíbrio), ver a inocência no olhar de uma criança, roubar um beijo, receber um elogio, elogiar, fazer acupuntura, ninar um bebê, não se cobrar demais, dar um abraço apertado em quem se ama, apreciar o silêncio, fazer uma boa ação, passar perfume, sorrir para uma criança, viajar sozinho, jantar sozinho, assistir a um bom filme...

Que nós, cientistas contábeis, apreciemos esse fim de semana e presenteemos as nossas mães com, além do que já foi planejado, um bocado de auto carinho.

11 maio 2012

Louco por contabilidade + fractais

Eu ganhei um presente de uma super leitora do blog (a.k.a. my mom) e fiz questão de dividir - olha que sensacional:



LOUCA POR CONTABILIDADE!

Também ganhei de outro leitor assíduo (a.k.a. daddy) um colar magnífico.... reconhecem a imagem?

Ë um fractal do Mandelbrot!


Já postamos bastante sobre isso (relembre: aqui ou aqui).

Ser blogueira é realmente muito gratificante ;)

Bom fim de semana a todos os loucos por contabilidade! o/

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui. Sobre o princípio da incerteza, leia aqui e aqui

Amazon e Caixa


A livraria virtual Amazon divulgou recentemente suas demonstrações contábeis para o primeiro trimestre de 2012. Tradicionalmente esta empresa destaca as informações da DFC (Demonstração dos Fluxos de Caixa) em detrimento do resultado apurado pelo regime de competência.

Entretanto, uma análise interessante foi realizada por Sankrant Sanu (Amazon cash is down by $3 billion) sobre os resultados da empresa. Inicialmente, observe a tabela abaixo.

A empresa tem apresentado lucro nos dois últimos exercícios, conforme pode ser notado na terceira linha da tabela. Mas observe o desempenho do fluxo em termos trimestrais, ou seja, a primeira e segunda coluna. No trimestre encerrado em março, a empresa teve um fluxo das operações negativo em 2,4 bilhões de dólares, acima dos 1,6 bilhão do primeiro trimestre de 2011. Ou seja, no primeiro trimestre dos dois anos a empresa não gerou caixa das operações. Como a Amazon teve desembolso líquido com financiamento, de 3 bilhões de 1,1 bilhão, no primeiro trimestre de 2012 e 2011, isto significa dizer que nos dois períodos a empresa reduziu a reserva financeira existente no caixa e equivalentes. Em outras palavras, a empresa queimou caixa.

Deixando de lado o desempenho trimestral e concentrando no desempenho em doze meses (as duas últimas colunas da tabela). O resultado é diferente: a empresa gerou caixa com as operações (3 bilhões de dólares em ambos os anos), fez investimentos (4,3 bilhões em dois anos) e o fluxo com os financiadores foi levemente negativo nos dozes meses que terminaram agora em março. Ou seja, tudo leva a crer que a empresa está numa situação adequada.

Qual a diferença entre  as duas situações? A resposta para as duas situações distintas está no ciclo financeiro. A Amazon possui uma grande concentração de vendas no final do ano. Isto justifica o seu desempenho em março. No primeiro trimestre a empresa precisa acertar as contas com os fornecedores referente a comercialização de produtos ocorrida no final do ano. Com efeito, no primeiro trimestre de 2012 a empresa teve uma variação de 4,3 bilhões no passivo circulante denominado “contas a pagar”.

Mas o efeito da sazonalidade do ciclo financeiro da empresa não aparece somente no fluxo de caixa. O resultado apurado pelo regime de competência também informa isto. Segundo Sanu, o lucro por ação foi de 0,28, 0,38, 0,14 e 0,44 centavos por ação.

De qualquer forma, o exemplo da Amazon mostra a relevância de analisar o ciclo financeiro de uma empresa. O estudo da importância da sazonalidade das vendas sobre o desempenho das empresas deve ser considerado a sério no momento de fazer a análise das informações contábeis.

Manguinhos

A figura abaixo apresenta o resultado da Manguinhos Refinaria
A empresa apresentou um prejuízo de 22,1 milhões. Entretanto, o prejuízo bruto foi de 92 milhões. Observe que a empresa teve receitas e despesas operacionais de 340 milhões, que ajudou a reduzir os efeitos da margem bruta e das despesas gerais de administrativas.

Em nota explicativa a empresa detalha este prejuízo:
O bom desempenho da empresa ocorre com "receitas operacionais" referente a reversão de custos e despesas (a empresa não informa o que é isto) e deságio na aquisição de títulos, que possui nota explicativa (vide na figura). Natalia Viri (Com Ajuda de Precatórios, Manguinhos reduz prejuízo em 2011, Valor Econômico, 28 de abril de 2012) já tinha notado o efeito dos precatórios, embora não tenha dado o devido destaque a reversão de custos e despesas (?) e a questão de classificação destes itens como operacionais.

10 maio 2012

Bolsa Família e Indicadores Sociais


Hoje eu parabenizo, com atraso, um querido amigo que aniversariou recentemente: Rods - também conhecido como Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda.

Tendo como orientadora a Professora Doutora Fátima de Souza Freire, esse orgulhoso membro da 19ª turma de mestrado do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN defendeu em novembro de 2011 a dissertação intitulada:

RELAÇÃO ENTRE INCONFORMIDADES NOS GASTOS PÚBLICOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E INDICADORES SOCIAIS DOS MUNICÍPIOS: Uma análise a partir das ações de controle realizadas pela CGU - disponível aqui.

A banca foi interessantíssima, com a presença dos professores Doutor José Matias Pereira (membro interno) e Doutor João Baptista da Costa Carvalho (membro externo - Universidade do Minho, Portugal). Assistir a defesas é sempre muito bom pela possibilidade de absorver as críticas e sugestões dos membros da banca. Mas ainda eu, como luso-brasileira, achei uma honra ouvir as considerações e contribuições tão excelentes com o toque do gracejo de Camões.

Parabéns, mestre Rods, pelo seu aniversário. Reverenciamos a sua vida! Que o seu caminho seja assim, repleto de estrelas, conquistas, sucesso e bons amigos. Parabéns, ainda, pela aprovação do artigo derivado da sua dissertação no Congresso "Interdisciplinary Insights on Fraud and Corruption", da Universidade do Porto. Acompanharemos a sua carreira!

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Avaliação e Governo


Damodaran escreveu três post sobre a influência do governo na avaliação de empresas. No primeiro, denominado Governments and Value: Part 1 - Nationalization Risk discute como tratar países onde existe o risco real de nacionalização. É o caso da recente encampação da YPF por parte da Argentina.

O primeiro aspecto é determinar o risco de nacionalização no valor de uma empresa. As alternativas são (a) usar uma taxa de desconto mais elevada; (b) reduzir o fluxo de caixa em razão do risco de nacionalização; (c) avaliar a empresa sem a existência do risco e agregar, de forma separada, este risco. Em razão das dificuldades dos dois primeiros métodos, o terceiro, incorporando de maneira separada o risco, parece ser uma solução natural.

Por este método o valor da empresa é dado pela seguinte expressão:

Valor = Valor pelo Fluxo de Caixa Descontado sem risco de nacionalização x (1 – Probabilidade de nacionalização) + Valor dos ativos com a nacionalização x probabilidade de nacionalização

O grande problema deste método é determinar a probabilidade de nacionalização. Esta estimativa será muito subjetiva.

Damodaran é um autor de valuation que declara seu amor pelos métodos relativos (vide seu último livro, por exemplo). Assim, ele propõe usar os relativos para fazer esta estimativa. Para Damodaran, valores reduzidos de P/L seria um sinal de maiores riscos de nacionalização: Venezuela e Rússia, assim como a Argentina, possuem valores reduzidos deste índice.

Se este índice diz muito sobre um país, talvez não seja suficiente para avaliar uma empresa de um setor específico. Em alguns países, o número de empresas de um setor talvez não seja suficiente para construir este índice em termos comparativos.

Uma solução que Damodaran não apresenta para o problema é usar um conjunto de índices, inclusive a opinião dos especialistas, para determinar as chances de nacionalização. E com isto usar o fluxo de caixa descontado.

Num segundo texto, denominado Governments and Value II: Subsidies and Value, Damodaran discute as vantagens do governo. Na postagem, Damodaran reconhece que a presença do Estado pode aumentar o valor de uma empresa. Isto pode ocorrer através de “ajudas”, como menor custo de financiamento (vide JBS), redução de impostos (montadoras em alguns estados do país), garantia de receitas pela compra dos produtos da empresa (Embraer para alguns produtos militares) e subsídios indiretos.

O tratamento da ajuda do governo pode ser através da taxa de desconto ou considerando o fluxo de caixa da empresa. É importante destacar que conforme a “ajuda” do governo. Uma alternativa é considerar uma empresa sem o incentivo do governo e com o incentivo. Devo notar que nesta postagem Damodaran não propõe usar um relativo para este problema.

A terceira postagem é muito interessante. Denomina-se Governments and Value III: Bribery, Corruption and other "Dark" Costs e trata dos custos nebulosos da presença do governo na economia, sob a forma de existência de corrupção e outros pagamentos ilegais para servidores públicos. As notícias recentes da empresa Delta Construtora mostra que isto é relevante para o processo de avaliação.

Para o avaliador, o grande problema é determinar o valor da corrupção. Existem medidas indiretas, como a da Transparência Internacional, que classifica os países em níveis de corrupção.

O gráfico abaixo mostra a série histórica para o Brasil. É possível perceber que nosso país não apresentou variação na corrupção percebida em uma década. Ou seja, continuamos corruptos.

Mas como isto entraria na avaliação? Damodaran sugere três alternativas: tratar como despesa operacional; como um tipo de imposto ou como um aumento no custo de capital. Todas alternativas são complicadas.

Periódicos

Os periódicos científicos existentes na área de Administração, Contabilidade e Turismo são classificados para fins de produção na pós-graduação. A maior classificação é A1 e somente poucos periódicos são contemplados. A classificação C, a pior, não traz pontos para quem publica nestes periódicos e corresponde a maioria dos periódicos, conforme se pode notar no gráfico. O interessante é que seria de esperar que o número de periódicos aumentasse com a redução da classificação: poucos periódicos seriam A1, um número maior de publicações, mas reduzido em quantidade, seria A2 e assim por diante. Mas o número de periódicos classificados como B2 é muito menor que A1, por exemplo. Assim como a quantidade de publicações com a classificação B3 é maior que a quantidade como B4.

Fotografias criativas



Fonte: Aqui

09 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Enviado por Matias, grato!

Teste 553

Atualmente o Iasb e o Fasb estão juntos em três grandes projetos voltados para convergência. Um destes projetos é o do reconhecimento da receita, que parece estar em processo final de conclusão. Você saberia dizer quando começou a discussão deste tema na agenda das duas entidades?

2002
2006
2009

Resposta do Teste Anterior: A resposta correta deveria ser: 31 de dezembro de 2010 / contabilidade / avaliados. O texto do jornal mostrava: 2011 / auditoria / valorizados

Convergência

Sobre a convergência, Huw Jones, da Reuters, discute (Analysis - U.S. demands overshadow accounting prize) a questão do prazo para que a mesma esteja concluída. Jones lembra que os ministros do G20 deram um prazo até meados de 2013 para sua conclusão. Este prazo representa 30 meses além do prazo original.

A questão é que este prazo depende da posição dos Estados Unidos. Segundo um executivo da Grant Thornton, tudo indica que as eleições presidenciais de novembro pode influenciar na posição daquele país. Além disto, a decisão dos Estados Unidos depende da garantia de que terão liberdade para mudar as normas contábeis quando forem adotadas no país.

Esta também parece ser a posição da Índia, que também não adotou as normas internacionais. Ao mesmo tempo, parece existir um incentivo, por parte do Iasb, para formação de blocos de países regionais. É o caso de um grupo de países da Ásia e o pequeno grupo da América Latina. Como normas internacionais são feitas com poucas pessoas, o agrupamento de países teria assento no Iasb em lugar de lugares cativos, como ocorre hoje. Entretanto, isto enfrenta oposição de alguns países europeus.

Assim, talvez a posição do Brasil em adotar as normas antes tenha retirado seu poder de barganha junto ao Iasb. Ao mesmo tempo, o esforço em formar parceria com Argentina, Venezuela e outros países da América Latina, possa reduzir nossa influencia no Iasb, não aumentá-la.

Voltando a questão dos Estados Unidos, parece muito claro que a adoção das normas internacionais por parte daquele país deve ser feita no médio e longo prazo. Numa entrevista para Bloomberg, o contador da Microsoft afirmou acreditar que o processo deverá demorar de cinco a sete anos e que pode ser maior ainda. Isto decorre do profundo impacto que a adoção terá na empresas daquele país.

Currículo falso

O presidente do Yahoo, Scott Thompson (foto), enfrenta pedidos de sua saída apenas quatro meses após assumir a chefia da problemática companhia de internet, por informações falsas em suas credenciais acadêmicas.

(...) Desde que anunciou a contratação de Thompson, no começo de janeiro, o Yahoo incluiu dois diplomas - um de contabilidade e outro de ciência da computação - na biografia do executivo. A dupla graduação não entrou apenas no site do Yahoo, mas também consta de um documento legal encaminhado em 27 de abril à Securities and Exchange Comission (SEC, equivalente à CVM brasileira).

Após ser questionado na quinta-feira por Loeb, o Yahoo confirmou que Thompson se diplomou somente em contabilidade na Stonehill.



Fonte: Aqui

Custos de Menu


Quando os microecomistas discutem os custos de uma empresa, eles geralmente enfatizam mão-de-obra, o capital e as matérias-primas que são necessárias para gerar o produto da empresa. O custo da alteração de preços raramente é mencionado. Para muitos propósitos, essa omissão cosntitui uma simplificação aceitável. Contudo, o custo decorrente da alteração de preços não é zero, omo foi estabelecido por um estudo sobre variações nos preços em cinco grandes cadeias de supermercados.

Nesse estudo, um grupo de economistas examinou um conjunto específico de dados de uma loja de supermercado para determinar qual a dimensão real dos custos de menu. Eles descobriram que o ajuste de preços "é um porcesso complexo, quer requer dezenas de contratos e um monetante de recursos não-trivial". Esses recursos incluem o custo de mão-de-obra que modifica os preços nas prateleiras; os custos de imprimir e enviar novas etiquetas de preços; e o custo de supervisionar o processo. Os dados incluíam medições detalhadas desses custos; quando necessário foi utilizado um cronômetro para medir o insumo correspondente a mão-de-obra.


O estudo relatou que, para uma loja típica de uma cadeia de supermercados, os custos de menu totalizam USS 105.887 ao ano. Esse monatante equivale a 70% da receita de uma loja, ou 35% do lucro líquido. Se esse total é dividido pelo númeor de alterações nos preços que uma loja institui em um determinado ano sobre todos os seus produtos, o resultado é que cada alteração de preço custa 52 centavos de dólar.


(...) Esssas descobertas se aplicam somente a um único setor da economia, de modo que é necessário ter cautela a extrapolar os resultados para a economia como um todo. Ainda assim, os autores do estudo concluem que " a magnitude dos custos de menu que descobrimos é grande o suficiente para ser capaz de ter significância econômica"


Então, por que os preços não se ajustam imediatamente no curto prazo?

De acordo com Mankiw, segundo os neokeynesianos, "uma das razões pelas quais os preços não se ajustam imeditamente no curto prazo é o fato de existirem custos do ajuste dos preços. Para modificar seus preços, uma empresa pode precisar enviar novos catálogos aos clientes, distribuir novas listas de preços. Para modificar seus preços à equipe de vendas , ou, no caso de um restaurante, imprimir novos menus. Esses custos de ajuste de preços, chamados custos de menu, fazem com que as empresas ajustem seus preços de modo intermitente, e não de modo contínuo."

Ainda segundo Mankiw, "os economistas discordam em relação ao fato de os custos de menu explicarem a rigidez de preços no curto prazo. Os céticos enfatizam que os custos de menu são usualmente bastante pequenos. Como seria possível que pequenos custos de menu ajudassem a explcar recessões, que são tão oneraosos para a sociedade? Os defensores da hipótese dos custos de menu respondem que pequeno não significa isento de consequências: embora sejam pequenos para a empresa individual, os custos de menu podem exercer efeitos significativos sobre a economia como um todo."

A discusão sobre a rigidez dos preços no curto prazo é interessante. Eis alguns links: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e o famoso artigo de Mankiw sobre o assunto. Em 2007, este blog publicou um post sobre a rigidez no preço da Coca-Cola.

O Grito

Na semana passada o quadro O Grito foi vendido por um preço recorde. A seguir, uma reprodução, com lápis!

Prazo curto

A implantação do IFRS (International Financial Reporting Standards), conjunto de normas que padronizam os procedimentos contábeis em nível internacional, costuma ser bem avaliada pelas empresas do País. Contudo, nem todas parecem estar satisfeitas com o prazo estipulado para o início do novo sistema.


Segundo um levantamento da WK Sistemas, por exemplo, das 398 pessoas consultadas pela pesquisa, 65,1% defendem que as empresas precisam de mais tempo para se adaptar às novas regras. Já para outros 46% dos respondentes, o novo sistema deveria vir acompanhado de ações do governo. (...)

Continue lendo aqui. Realmente o prazo de implantação foi (é) muito curto. Observe na postagem de hoje que os EUA estão prevendo mais de cinco anos de prazo. Fizemos em menos tempo.

Custo dos seriados

Fonte: Aqui

08 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Groupon

A empresa Groupon perdeu metade do valor de mercado, desde sua oferta inicial de ações em novembro. A razão foi a sua contabilidade. Há alguns dias a empresa reconheceu problemas de controles internos, além de problemas com a complexa contabilidade da sua receita, que era destaque pelo elevado crescimento no primeiro ano de atividade da empresa: de uma receita de 1,5 bilhão, o valor real foi de 688 milhões de dólares. Além dos problemas contábeis, a empresa insistia em usar índices desvinculados dos princípios contábeis para avaliar seu desempenho.

Além disto, a empresa enfatizava a receita como medida de desempenho, justamente a principal alteração no refazimento da sua contabilidade. Conforme a Bloomberg:

A empresa também disse que está trabalhando há vários meses com uma empresa de contabilidade para remediar controles internos, e apresentará um relatório sobre a eficácia desses controles até o final do ano.

Diretor da CVM

Pelo visto, ainda irá demorar a nomeação do Diretor de Normas da CVM. O cargo era ocupado por Alexsandro Broedel. Segundo texto da agência Estado:

A quinta e última cadeira vaga só deverá ser preenchida na gestão do próximo presidente da CVM, que substituirá Maria Helena Santana a partir do segundo semestre.

A avaliação é de Eli Loria, membro da diretoria da CVM até dezembro do ano passado. Na segunda-feira, após 33 anos na comissão, ele passou o bastão para Tadeu Fernandes. Segundo Loria, não haveria mais tempo hábil para cumprir os trâmites que começam na indicação pelo Ministério da Fazenda, passam pela Casa Civil e a Presidência da República para, só então, ir à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, responsável por sabatinar o candidato.

O assento vago na diretoria é o que foi deixado no fim de 2012 por Alexsandro Broedel, professor de Contabilidade da USP, por razões pessoais. Quem assumir seu lugar terá mandato até dezembro de 2014.

Xadrez

Quinta-feira inicia a disputa do título de campeão mundial de xadrez. De um lado, o atual campeão, o indiano Anand. Do outro lado, o desafiante, o israelense Gelfand.

Atualmente não são os melhores jogadores do mundo e isto irá tirar um pouco da atenção para a disputa: no xadrez medimos a força de um jogador pelo seu rating. Um jogador forte possui um rating acima de 2600 pontos. Hoje 45 jogadores possuem mais de 2700 pontos, nenhum deles brasileiro e somente uma mulher.

O jogador mais forte hoje é o jovem norueguês Carlsen, com 2835 pontos. O segundo melhor, o armênio Aronian, com 2825 pontos. O russo Krammik tem 2801 e completa o trio dos jogadores com mais de 2800 pontos de rating. Anand já esteve neste grupo, mas seus últimos resultados não foram bons. Gelfand chegou no máximo entre os sete melhores do mundo, em 2009.

Na disputa para eleger o desafiante, Aronian e Krammik ficaram no caminho. Carlsen, por não concordar com a forma de escolha, não participou. Para quem pretende acompanhar, recomendo Chessbomb.com.

Dias das mães

A propaganda a seguir, da P&G, mistura o dias das mães com Olimpíadas. Inclui uma mãe brasileira, cujo filho joga ... (suspense. Assista ao vídeo para saber). Bastante emoção.

07 maio 2012

Rir é o melhor remédio




Fonte: Aqui

Efeito da baixa contábil sobre o Valor da Empresa


Quando uma empresa faz uma baixa contábil - como é o caso de um ágio ou após um teste de imparidade - é comum a argumentação de que ocorreu somente uma transação contábil, sem efeito sobre o caixa. Vamos discutir nesta postagem se uma baixa contábil provoca um efeito sobre o valor de uma empresa.

Considere um exemplo simples de uma empresa que adquiriu um terreno por $100 mil para fazer um estacionamento. Este empreendimento gera uma receita de R$20 mil e uma despesa de R$8 mil, em perpetuidade. Inexistindo imposto de renda e supondo uma taxa de desconto de 16% tem-se o seguinte valor:

Valor =(20.000-8.000)/0,16 = 75.000

Ao fazer o teste de impairment a entidade deve comparar o valor em uso com o valor de mercado. Nesta comparação, o maior valor será considerado o "valor recuperável". Vamos admitir que o valor em uso é maior que o valor de mercado. Assim, a empresa compara o valor de $75 mil com o valor registrado na contabilidade ($100 mil). Como o valor recuperável é menor, é necessário registrar uma baixa contábil no valor de $25 mil.

Suponha que não existe previsão de alteração no fluxo nem na taxa de desconto. No ano 1 o resultado da empresa será um prejuízo de R$13 mil.

Prejuízo = $20 mil - $8 mil - $25 mil = - $13 mil

O fluxo de caixa corresponde ao lucro do período mais ou menos a variação no investimento da empresa. Ou seja,

Fluxo de Caixa = -13 000 + [100.000 – 75.000] = 12.000

Ou seja, o fluxo de caixa não é afetado pela baixa contábil efetuada. Assim, o valor da empresa permanece o mesmo, também não sendo influenciado. Isto comprovaria a afirmação que ocorreu somente uma operação contábil, sem efeito sobre o valor. Mas existem dois problemas neste raciocínio: a questão das despesas que são apuradas pelo regime de competência e o custo de oportunidade do capital.

Despesas Apuradas pela Competência - Algumas despesas são mensuradas a partir do resultado contábil. É o caso do imposto de renda, em certo sentido, e de bonificações e participações no lucro. Assim, o fluxo de caixa será afetado, através da redução da redução do pagamento de despesas que são apuradas a partir do lucro contábil. Ou seja, o prejuízo da empresa resultará em menos imposto de renda. Haverá um aumento no valor em razão da redução das despesas apuradas pela competência.

Mas isto não faz muito sentido, já que as empresas evitam fazer baixas contábeis. O segundo item explica isto.

Custo de Oportunidade do Capital - O raciocínio anterior partiu da suposição que as demais variáveis permanecem constantes. Entretanto, um provável efeito de uma baixa contábil é o aumento do custo de capital, diante do aumento da variabilidade do resultado e do fato de que muitos investidores usam o lucro contábil para fins de análise do seu investimento. Ora, o aumento na taxa de desconto irá reduzir o valor da empresa. E isto pode ter consequências no longo prazo para uma empresa.

Conclusão: A baixa contábil AFETA o valor da empresa.

Frase 2

O grupo que é exemplo da política do BNDES de formar campeões nacionais mantém mais emprego nos Estados Unidos do que no Brasil e deu prejuízo em três dos últimos cinco anos.

Miriam Leitão - O globo - 22 de Abr 2012

Frase

Somos pressionados a relatar até 10 páginas de currículos dos diretores. É o ego dos executivos.


(Técnico de RI, não identificado, para o DCI, 20 de Abr 2012)