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18 outubro 2011

Lei Benford


Este blog já comentou diversas vezes sobre a Lei de Benford (aqui na eleição, aqui em WWW , aqui no programa R e aqui na JBS). Como professor, orientei um aluno que aplicou a lei em entidades do terceiro setor (prof. Rubens Foster, um grande amigo e excelente profissional na área de perícia).
A Lei de Benford fala sobre padrão de números. O interessante da lei é que sua proposição é contrária a intuição do ser humano comum. E por este motivo, é ideal para ser usada quando se deseja verificar a existência de fraudes.
Quando um fraudador deseja manipular as informações, ele geralmente escolhe os números de maneira aleatória, escolhendo de maneira proporcional os valores entre 1 a 9.
A lei de Benford mostra que os números não aparecem de forma aleatória: em geral, no primeiro dígito dos números, o “1” tem mais probabilidade de aparecer que os demais; o “2” tem mais chance de aparecer que os outros, exceto o número “1”; e assim por diante. Isto parece estranho e, como já dito, contra-intuitivo.
A lei de Benford aparece em várias situações reais, desde as fraudes contábeis até na população dos municípios. Por esta lei, é muito mais provável existirem localidades onde a população começa com o dígito 1 do que com o dígito 9.
A razão é fácil de explicar. Suponha que a população cresça a uma taxa de 10% a cada cinco anos. Assim, uma cidade que tenha 10 mil habitantes deverá ter, no próximo censo, 11 mil habitantes (10 mil mais 10% de 10 mil). No censo seguinte sua população será de 12,1 mil habitantes (11 mil mais 10% de 11 mil). Seguindo nesta proporção, a população da cidade aumentará para 13310; 14641; 16105; 17716; e 19487. Ou seja, serão necessários oito qüinqüênios para que a população da cidade tenha o dígito “2” no início.
Se você tiver uma calculadora poderá verificar que a população desta cidade passará quatro censos iniciando com o dígito “2”.
Agora imagine uma cidade com 90 mil habitantes e um crescimento de 10% a cada cinco anos. No primeiro censo sua população será de 99 mil habitantes (90 mil mais 10% de 90 mil). No censo seguinte, a população será de 108,9 mil habitantes, que é um número de começa com o dígito “1”. Assim, provamos que a lei funciona na prática. (continua)

Lei Benford 2


Jialan Wang fez uma experiência interessante. Ele baixou todas as empresas do Compustat, o que significa mais de vinte mil empresas. Selecionou 43 variáveis, como receita, despesas, ativos, entre outras. A conclusão é que a lei funciona. Veja o gráfico para ativo total e receita total:


Observe que o número 1 aparece como primeiro dígito quase 30% dos casos, enquanto o número 2 é primeiro dígito em menos de 20% das situações. O ponto no gráfico é a previsão da lei e a barra é o valor encontrado.

O que torna a experiência de Wang mais interessante (e que foi noticiada em diferentes blogs da área financeira, econômica e contábil) é que ele também calculou o desvio da Lei. Ou seja, qual a diferença entre o valor previsto na lei e o valor observado. A fórmula usada é a seguinte:

Onde o segundo valor da expressão corresponde a distribuição teórica da lei de Benford.

O que Wang encontrou foi fantástico e assustador. Apesar dos números contábeis estarem seguindo a lei de Benford, a diferença entre a distribuição teórica e a distribuição prática tem aumentado!! O gráfico mostra isto:

Este gráfico representa a história recente da contabilidade. Se for observar bem, note que o desviou aumentou muito no início da década de oitenta, quando ocorreram muitas medidas de desregulamentação na economia dos Estados Unidos. Volta a aumentar também no período de 1998 a 2002, quando ocorreu a bolha da internet. Com a Sarbox, em 2002, ocorre uma redução, que volta a crescer atingindo o máximo em 2009.

Segundo Wang:

De acordo com a Lei de Benford, as demonstrações contábeis estão cada vez menos representativas do que se passa nas empresas.

Wang também observou a lei em três setores: finanças, tecnologia e indústria. O gráfico é o seguinte:


Observe que o desvio para finanças aumentou significativamente na década de oitenta, quando iniciou a crise conhecida como Savings and Loan. Para tecnologia, o grande salto ocorre com a bolha.

Veja mais aquiaquiaquiaqui e aqui.

Compensação


O artigo 368 do Novo Código Civil diz que “se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem”. A obviedade dessa afirmação salta à vista de qualquer pessoa com um mínimo de discernimento. E o legislador foi sucinto e direto devido ao fato de não haver absolutamente nada a acrescentar ou especular. O estado de lucidez que permitiu a elaboração desse artigo só foi possível porque ele é destinado às relações que não envolvem o poder público. Quando o mesmíssimo assunto abrange as entidades fazendárias a coisa muda completamente de figura. O artigo 374, vizinho do 368, que tratava da compensação de dívidas fiscais e parafiscais, foi revogado pela lei de um artigo só e meia dúzia de palavras, a de número 10.677/2003. A exposição de motivos para tal revogação está na E.M. 26, de 09/01/2003, que menciona o comprometimento da estabilidade fiscal e graves prejuízos ao erário. (...)

PAPO DO MALANDRO - Reginaldo de Oliveira - Publicado no Jornal do Commercio em 11/10/2011

Frase

Sobre a razão de poucos contadores blogarem:

Existe uma diferença entre contabilidade e outras disciplinas acadêmicas que pode explicar a diferença significativa no padrão de blogar: o mercado de trabalho para os (melhores) estudantes é dominado pelas Big Four.


Fonte: aqui

Graduação-sanduíche

Estudantes de graduação brasileiros que pretendem fazer parte dos estudos em instituições norte-americanas têm prazo de inscrição até a próxima quinta-feira, 20. A chamada pública, aberta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), na internet, oferece bolsas de estudos na modalidade graduação-sanduíche, que permite ao selecionado estudar por até um ano nos Estados Unidos.

Para se inscrever, os candidatos devem ser de nacionalidade brasileira e, entre outros requisitos, apresentar bom rendimento acadêmico, além de ter concluído no mínimo 40% e no máximo 80% do currículo previsto para o curso de graduação no momento de início da viagem de estudos. Por fim, comprovar nota mínima de 79 pontos no exame
Toefl-Ibet Test.

Os participantes terão auxílio financeiro pelo período de 12 meses, pagamento das taxas escolares norte-americanas, nos casos em que couber, além de passagens aéreas para o percurso entre o Brasil e os Estados Unidos, de ida e volta.

A primeira chamada pública da Capes permitirá a instituições de ensino superior nacionais selecionar estudantes brasileiros de graduação, em áreas de interesse para o país, para cursos ou estágio em instituições norte-americanas. O documento determina que as instituições brasileiras firmem acordo de adesão com a Capes, por meio do qual se habilitarão a selecionar e a indicar os alunos.

Outra forma de pleitear a vaga é individual. Nesse caso, é necessário observar alguns requisitos, como estar matriculado em curso de bacharelado em
áreas consideradas prioritárias pelo programa. É preciso ainda que o candidato tenha ingressado na instituição de ensino por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) ou do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), com nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) superior a 600 pontos. Outra opção é ter sido premiado em categorias dos prêmios Jovem Cientista e Iniciação Científica e em olimpíadas de matemática ou de ciências. O candidato pode comprovar ainda ser detentor de premiações de mérito acadêmico ou estar usufruindo de benefício do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ou do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (Pibid) da Capes.

Mais informações na coordenação da graduação da instituição na qual o estudante estiver matriculado e nas páginas eletrônicas da
chamada pública e da Capes. Os primeiros atendidos embarcarão em janeiro de 2012.

(...)

Fonte: Aqui.

Google e Finanças



Uma pesquisa publicada no Journal of Finance mostrou que a busca no Google pode ser usada para medir a atenção dos investidores por uma ação. Mais ainda, este método é melhor e mais direto do que os tradicionais, como notícias ou despesa de publicidade.

Durante o período de 2004 a 2008 os autores mostraram que a quantidade de pesquisa no Google está relacionada com outras proxies de atenção dos investidores. Mais importante, um aumento na quantidade de pesquisa antecede em duas semanas um aumento no preço da ação. Aqui a relação causal funcionaria da seguinte forma: um investidor interessado numa determinada empresa usa o Google para saber notícias sobre a mesma.

Mais aqui

Prêmio Nemmers


O prêmio Nemmers foi criado para ser distribuído a cada dois anos a pesquisadores de destaque em Economia e Matemática.

Eis os vencedores em economia

2010: Elhanan Helpman - Comércio internacional
2008: Paul R. Milgrom - da teoria dos jogos
2006: Lars Peter Hansen - Econometrista
2004: Ariel Rubinstein - Teoria dos Jogos
2002: Edward C. Prescott (Nobel em 2004)
2000: Daniel L. McFadden (Nobel em 2000)
1998: Robert J. Aumann (Nobel em 2005)
1996: Thomas J. Sargent (Nobel em 2011)
1994: Peter A. Diamond (Nobel em 2010)

Pode-se observar que o prêmio reconheceu a contribuição de 5 dos ganhadores do Nobel, antes que este prêmio o fizesse.

Leia mais aqui

17 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Links



Listas:


Os melhores locais para um vida balanceada Dinamarca em primeiro e Portugal entre os 10 


As empresas mais detestadas dos EUA: Pepsico (empresa de energia) em 1o.

Crise





Ciência



Operações descontinuadas

Earnings Management Using Discountinued Operations
Autores: Abhijit Barua; Steve Lin; Andrew M. Sbaraglia
Periódico: The Accounting Review, v. 5, 2010.

(Nota: Core earnings é definido como os lucros operacionais antes da depreciação e dos itens especiais)


Este estudo investiga se os gerentes utilizam a mudança de classificação (classification shifting) para gerenciar os lucros quando estão reportando operações descontinuadas. Utilizando uma metodologia similar a de McVay (2006), os autores encontraram evidências consistentes com a hipótese de que as empresas alteram as despesas operacionais para operações descontinuadas, que diminuem o lucro para aumentar os core earnings. Os resultados também indicam que os gerentes adotam a mudança de classificação para alcançar ou superar as precisões dos analistas. Finalmente, os autores demonstram que, desde a introdução do SFAS 144, a freqüência de relato de operações descontinuadas tem aumentado; contudo, a magnitude da mudança de classificação tem diminuído.

Duas são as explicações potenciais para o fato de que os resultados mostram que a magnitude da alteração de classificações utilizando operações descontinuadas diminuiu desde a introdução do SFAS 144:

1. O SFAS 144 ampliou a definição de operações descontinuadas ao substituir os requerimentos para segmento de negócios sobre o APB 30 pelo conceito do componente de uma entidade. Essa alteração permitiu menores ativos disponíveis serem reportados como operações descontinuadas, aumentando a freqüência de divulgação. Ademais, permitir menores ativos disponíveis para qualificar as operações descontinuadas reduziu potencialmente o montante de despesas operacionais que poderia ser realocado aos disponíveis.

2. A Sox foi legalizada na mesma época em que o SFAS 144 e poderia ter levado ao decréscimo de alterações de classificações devido ao aumento da regulamentação e supervisão.

Acredita-se que os resultados desta pesquisa podem ter implicações para o projeto de convergência de operações descontinuadas entre o FASB e o IASB. Os autores também julgam que o estudo beneficiará os investidores ao alertá-los de potenciais utilizações das operações descontinuadas que diminuem o lucro para propósitos de gerenciamento do lucro.

Indicado pelo professor Paulo Lustosa, a quem agradeço.

Provisão


O texto a seguir comenta sobre a constituição de provisão para liquidação de créditos duvidosos, que o texto chama de "calote", nos dois tipos de instituição financeira:

Dados do Banco Central mostram que, no último trimestre, bancos particulares separaram R$ 1 em provisão para cada R$ 9,10 emprestados. Já os públicos reservaram R$ 1 para cada R$ 34,90 em novos financiamentos.


Bancos públicos e privados chegam ao atual estágio da crise - considerado o mais grave até agora - com estratégias bem diferentes para se preparar contra uma eventual piora da saúde financeira dos clientes. Desde o início do ano, instituições privadas têm aumentado as provisões em ritmo mais forte que as operações de crédito. Nos públicos, acontece exatamente o contrário: empréstimos crescem mais que as provisões contra calote.


Enquanto as operações de crédito dos bancos particulares cresceram 3,6% de junho a agosto, a provisão aumentou 6,5%. No mesmo período, empréstimos em instituições como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES avançaram 5,8%, ritmo mais forte que a alta de 3,7% da reserva contra a inadimplência. A diferença se repete em outras comparações desde o início de 2011. (...)


Essa mudança, porém, ainda não provoca desconforto no mercado. Analistas que acompanham o setor bancário dizem que o fenômeno pode ser explicado pela natureza dos empréstimos. Bancos privados podem ter ficado mais conservadores graças ao aumento de empréstimos considerados mais "arriscados", como cartões de crédito e financiamento de veículos.


Nos públicos, por sua vez, a necessidade de provisão pode ter caído porque ganharam peso financiamentos mais seguros, como o crédito imobiliário (?) e o financiamento a grandes empresas. Realmente, instituições como a Caixa e BNDES atuaram agressivamente para ganhar mercado nesses segmentos. (...)

Bancos públicos ignoram efeitos da crise e reduzem reservas contra calote - Fernando Nakagawa, de O Estado de S.Paulo. (Imagem: The Guardian)

A redução da provisão nos bancos públicos pode ser em:

a) decorrência do perfil de empréstimo diferenciado - entretanto isto não justifica completamente, já que o risco sistêmico é maior;
b) em razão da maior utilização da conta de provisão nas instituição privadas como uma forma de gerenciamento de resultado; ou
c) em decorrência do não uso da conta de provisão nas instituições públicas, como uma maneira de continuar garantindo crédito na economia. Neste caso, os problemas de inadimplência irão aparecer no futuro, nas próximas gestões destas instituições. 

Provisão 2

Os bancos públicos argumentam que o perfil dos empréstimos realizados por essas instituições é diferente do observado nos concorrentes privados.


Por isso, explicam, a provisão dessas casas pode ser, proporcionalmente, menor que nos particulares. As instituições afirmam que têm monitorado os calotes e, se preciso, estão prontas para reagir.

Tudo parece lógico, mas vejam a seguinte afirmação:

O diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Malieni, diz que é preciso observar a carteira de cada banco para relativizar o nível de provisão. Cada operação, explica, gera necessidade diferente de reserva contra eventual inadimplência.


"Enquanto empréstimos mais curtos podem exigir mais, operações longas requerem menos. Além disso, a provisão para financiamento de veículo é diferente de um consignado", diz. Malieni argumenta que, no caso do Banco do Brasil, o banco é beneficiado por ser forte em empréstimos considerados seguros, como o consignado.

Dois aspectos prejudicam o raciocínio de Malieni. Em primeiro lugar, operações de curto prazo deveria exigir menos provisão que operações de longo prazo, pois apresentam um risco menor. Esta é uma lógica da teoria de finanças, já que uma dívida de curto prazo teria mais chance de ser paga que uma dívida de longo prazo. Em segundo lugar, e não menos importante, o risco sistêmico aumento para todas as operações, inclusive consignado.

Mas parece que o tema não preocupa os bancos estatais:

No BNDES, prevalece o entendimento de que a situação atual não gera "preocupação relevante" com a inadimplência. Por isso, a o tema é encarado com "normalidade e tranquilidade" no banco.


Um dos argumentos é que o banco é bastante focado em projetos de grandes empresas, clientes com menor risco. Além disso, financiamentos oferecidos aos pequenos e médios empresários são feitos via bancos "repassadores". Nessas operações, o risco de calote fica com a instituição financeira parceira.

O argumento do BNDES tem um problema: a concentração desta instituição é maior, dependendo da saúde financeira dos grandes tomadores de empréstimos (frigoríficos, por exemplo, que foram beneficiados com linhas de crédito elevadas e onde o risco, hoje, não é baixo).


Perfil de empréstimos é diferente, dizem bancos - Estado de S Paulo - 16 out 2011

Contabilidade e Economia

Veja que interessante a relação entre contabilidade e economia. Ao tentar argumentar que o crescimento chinês está com problemas (Crescimento Chinês começa a ter rachaduras, Claudia Trevisan, Estado de S Paulo, 16 out 2011) um artigo de um jornal afirma

Os sinais de esgotamento são a inflação e o quase certo aumento no volume de créditos irrecuperáveis no balanço dos bancos, que precisarão passar por um nova onda de recapitalização, afirma [Patrick Chovanec, professor da Universidade Tsinghua]


No gráfico, a taxa de crescimento da economia de 1961 até hoje.

Você e o horário de verão 2011




E lá vamos nós mais uma vez: ontem começou o horário de verão no DF e em 11 estados [neste ano a Bahia também entrou na “economia”]. Com isso, há impactos no nosso corpo, relógio biológico descompassado, os dias rendem menos até nos acostumarmos. Ao menos para alguns de nós [leia-se: para mim]. Quando eu tenho que acordar uma hora mais cedo que o normal, meu raciocínio fica super lento pela manhã! E quem está na pós-graduação sabe que não há muito tempo para se permitir certas regalias, tipo: dormir um pouco mais [ou mais cedo].

Mas tenhamos paciência! A ciência diz que nesses primeiros dias é normal estarmos irritadiços e mal humorados. Também ficamos mais cansaço e sonolentos. A boa notícia é que em média isso se altera com uma semana. E a partir daí só há espaço para melhorias. Serão 133 dias com o ajuste no relógio. Quando o desânimo estiver intenso, lembrem-se ao menos como será maravilhoso quando esse horário acabar e pudermos ficar uma hora a mais dormindo! [Suspiro!]

Algumas dicas:

Segundo o médico Arnaldo Lichtenstein, do Hospital das Clínicas, o melhor sono ocorre duas a três horas depois de escurecer e por conta da alteração do horário, o hormônio regulador do sono "melatonina", acionado pela falta de luz, é alterado.

"Para se adaptar ao novo horário, o ideal é evitar situações estimulantes no final da tarde ou na parte da noite", afirma, explicando que quanto mais estímulo maior a dificuldade do organismo em relaxar. Ele observa que outros hormônios, como o cortisol e o hormônio do crescimento, também sofrem variações durante o dia.

Evitar o consumo de café ou chá preto é uma das dicas dadas pelo médico do HC. "Exercícios físicos muito extenuantes também devem ser evitados", observa, citando ainda outras atitudes que podem prejudicar o descanso, tais como se alimentar demais no jantar, ir dormir sem comer, tomar banho muito frio ou muito quente, e ler livros ou ver filmes muito estimulantes nas horas que antecedem o sono.

Segundo o médico, outra dúvida comum é em relação aos horários das medicações. "A orientação é seguir o horário do relógio", diz. E complementa com outra dica: "aproveite o final de tarde e início de noite mais claros para fazer atividades prazerosas e caminhadas".

Leia também:

Horário de verão
O horário de verão representa uma economia de custo?

Petrobras


Sobre a relação entre o preço do petróleo interno e o preço praticado no Brasil:

A Petrobras deixou de ganhar R$ 9 bilhões nos últimos oito anos por causa da defasagem dos preços da gasolina e do diesel em relação às cotações do mercado internacional, conforme cálculos do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "Quando o preço do petróleo sobe muito, a Petrobras subsidia o custo no mercado interno; quando cai, quem subsidia é o consumidor e o acionista", afirma o diretor do CBIE, Adriano Pires.

Esta é uma afirmação estranha: o correto é que quando o preço do petróleo sobe muito, o acionista subsidia; quando cai, o consumidor subsidia o acionista. Assim, uma notícia de aumento externo do preço do petróleo deveria fazer com que as ações da Petrobras perdessem valor. Entretanto, vejam este gráfico:

Este é o comportamento do preço da ação da empresa nos últimos dez anos. Compare com este:
Trata-se do comportamento do preço do petróleo também nos últimos dez anos. A princípio os dois gráficos guardam uma elevada relação, indicando que quando o preço do insumo aumenta a cotação da ação da empresa também aumenta.
Imagem: aqui

16 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Quatro imbecis e um brilhante engenheiro

A história não oficial da contabilidade no Brasil - 2

Ontem comentei que uma de minhas postagens preferidas fala sobre a história não oficial da contabilidade no Brasil. (Infelizmente não posso dizer que o livro de Jorge Caldeira é, também, um de meus preferidos, pois vergonhosamente ainda não o li. Ou adquiri.).

Pois bem. A postagem escrita pelo professor César fala sobre o controverso livro “História do Brasil com Empreendedores” (Jorge Caldeira, ed. Mamuleco). Controverso? Sim! Por isso a postagem foi intitulada como “A História Não Oficial da Contabilidade no Brasil”!

Mona Dorf explica a polêmica: “[...] os livros de história sempre ensinaram que a economia colonial era baseada no latifúndio que exportava a riqueza para fora do país. Caldeira, no entanto, traz novos dados para mostrar que a economia era tão dinâmica, que bem antes da chegada da Corte, em 1800, era bem maior do que a de Portugal, graças à figura do empreendedor”.

O professor César acrescenta: “Sabe-se que antes da criação de escolas formais de contabilidade, a mesma era ensinada nas famílias. E no Brasil, como isso ocorreu? Talvez fosse necessário alguém investigar a história não oficial da contabilidade para descobrir a frequência que isto ocorria [Alguém sentiu um cheirinho de tese de livre docência por aí? A gente torce, né?!]. O livro de Caldeira já é relevante por revelar outra visão da história brasileira: existia um intenso mercado interno no Brasil colônia, a economia não dependia da exportação e os trabalhadores eram em sua maioria pessoas livres.”.

A Lisandra Gehrke, que acompanha o blog, acrescentou um comentário super pertinente, que merece ser destacado:

Estou lendo o livro do jornalista Jorge Caldeira - Mauá Empresário do Império [Companhia das Letras], que conta a saga do menino Irineu Evangelista de Sousa, que por meio da contabilidade se transformou no grande Visconde de Mauá. O pequeno Irineu, aos nove anos de idade iniciou sua vida como caixeiro, e, depois de muito esforço, oportunidade e dedicação aos estudos, chegou ao posto de guarda-livros chefe. Uma leitura maravilhosa para nós contadores. Uma narrativa clara da história do Brasil e da contabilidade no Brasil.”.

Você já leu algum desses livros? Duas dicas de leitura pra rechear a sua semana! Que tal?




Leia também:

História


A história da economia

Aprender a ensinar ou ensinar a aprender?

Texto do blog do excelente Rodolfo Araújo:

"Educação tem sido um tema recorrente aqui no blog [Não Posso Evitar]. Algumas vezes é o meu lado ogro falando da falta dela. Outras, é dentro de um dos meus esportes favoritos: dar pitaco sobre o que não sei. Este texto encaixa-se na segunda categoria, tomando Educação no sentido puramente pedagógico.

O ponto de partida é o excelente
Disrupting Class: How Disruptive Innovation Will Change the Way the World Learns (McGraw-Hill, 2008), de Clayton Christensen e Michael Horn. Na obra, os autores fazem uma profunda análise do sistema educacional adotado atualmente, destacando seus prós e contras e, principalmente, sugerem uma radical solução de transformação.

Os autores valem-se, basicamente, a teoria de Inovação Disruptiva do próprio Christensen para fundamentar suas ideias que, embora espelhem o modelo americano, servem à maioria dos países, por adotarem metodologias semelhantes.

Grosso modo, o estudo parte do conceito de Inteligências Múltiplas de Howard Gardner, que sustenta a tese de que cada pessoa tem um tipo particular de inteligência predominante, da qual desenvolve suas habilidades características. Gardner identificou ao menos sete diferentes características.

Um atleta ou bailarino, por exemplo, tem a Inteligência Cinética mais desenvolvida, que alia a coordenação dos seus movimentos a uma percepção espacial mais desenvolvida. Do mesmo modo, um artista terá como habilidade principal a Inteligência Estética ou a Inteligência Sonora, conforme o caso.

O reflexo disso no aprendizado é que cada uma destas predisposições influencia no modo como cada pessoa aprende. Se uma pessoa tem uma Inteligência Visual diferenciada, aprenderá melhor através de estímulos visuais - o mesmo se aplicando para as demais.

Ocorre que o sistema educacional ocidental foi desenvolvido com o objetivo de atender ao maior número possível de pessoas, numa época em que ainda não havia estudos mostrando as diferentes formas de aprendizado. Noutras palavras, as escolas hoje buscam a melhor maneira de ensinar - que não necessariamente coincide com a melhor maneira de aprender.

Esta padronização - que serviu muito bem ao objetivo da inclusão - deixa sérias lacunas no quesito efetividade. Enquanto alguns alunos se destacam por se adaptarem bem ao atual modelo, a maioria fica para trás, passando de ano aos trancos e barrancos. Em
Drive: The Surprising Truth About What Motivates Us, Daniel Pink deixa claro que passar na prova de Francês é uma coisa e aprender o idioma é outra, completamente diferente.

A solução apontada por Christensen e Horn apoia-se no aprendizado individualizado, possível através da informatização das salas de aula. Eles alertam, no entanto, que entupir as escolas de computadores está longe de ser a solução. Até porque a maioria das experiências neste sentido falhou em melhorar o nível do ensino, uma vez que continuavam reproduzindo o atual modelo de ensino.

Na proposta dos autores, softwares específicos preparariam os planos de aulas mais adequados à forma como cada aluno melhor aprende, a partir de bancos de conteúdos preparados pelos professores - e até pelos próprios alunos ou seus pais.

(...)

Mas talvez a maior contribuição destes exemplos seja mostrar, no sentido mais amplo da palavra, como temas desinteressantes nas aulas com a tradicional combinação cuspe e giz (ou mesmo datashow), podem se tornar interessantes e estimulantes dependendo do formato. E, mais do que isso: alguns destes formatos já estão disponíveis por aí.

A pergunta passa a ser, então: por que não experimentar?"

Fim das concessões da CTEEP




O fim das concessões da Companhia de Transmissão Paulista (Cteep) em 2015 está limitando o alongamento da dívida da empresa usada para reforços em seu sistema de transmissão. Cerca de 90% da dívida da empresa, ou R$ 1,2 bilhão, está limitada a este prazo em função de o governo federal ainda não ter se decidido se vai permitir ou não a prorrogação das concessões. Todo esse financiamento é proveniente do BNDES.

Cerca de 80% da receita da empresa diz respeito hoje a linhas e subestações que têm a concessão vencendo em 2015. O presidente da empresa, Cesar Augusto Ramirez Rojas, disse hoje em reunião com investidores promovida pela Apimec, que a empresa tem expectativa de que as concessões sejam renovadas, mas que mesmo que o governo se decidida pela relicitação a companhia estará preparada para disputar os leilões.

(...)




Ainda neste ano, a Cteep planeja emitir notas promissórias em torno de R$ 150 milhões e também se prepara para uma emissão de debêntures de R$ 500 milhões no próximo ano. A Cteep foi privatizada pelo governo de São Paulo em 2006 e adquirida pelo grupo estatal colombiano ISA. A atividade brasileira representa 53% da receita toral da companhia.

Fonte texto: Josette Goulart Valor




Leia também:












15 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Esta será a sua iniciação


O propósito principal do blog é postar assuntos relacionados à contabilidade financeira. É o nosso foco, o nosso principal interesse e o nosso compromisso. Também publicamos assuntos relacionados à academia, tal como pesquisa e pós-graduação. Gostamos ainda de economia, administração e comportamento. Vez ou outra, achamos interessante repassar um texto que nada tem a ver com esses assuntos, mas que são divertidos e merecem ser divulgados. Postamos testes (participem deles nos comentários. Assim ficará mais divertido!), quadrinhos e diversão (“Rir e o melhor remédio”), além de uma postagem intitulada “links” que muitas vezes agrega tanto a contabilidade, quanto aqueles tópicos que comentamos nada ter a ver com o mundo das finanças, no entanto que são ótimos.

Enfim, o nosso propósito aqui é informar e educar, mas também divertir e descontrair. Naveguem conosco pelo blog. Comentem. Utilizem exageradamente os campos de busca. Muitas postagens não se desatualizam com o tempo, como por exemplo:


O patrimônio é o objeto da contabilidade?

3 mitos sobre o capitalismo

Dicas para não afundar em dívidas


Correlação espúria


Como achar um tema para pesquisa

Como ler um artigo acadêmico

Como escolher um tema para a monografia

Como melhorar o seu referencial teórico

Doze dicas para maximizar o seu potencial


Para tomar decisões melhores

Efeito beleza

Por que você deve manter em segredo os seus objetivos?


Aguardamos você por aqui!

Derivativos mordem?





Leia este trecho de uma reportagem do Valor Econômico de 14/10/2011:




As operações que envolvem os contratos derivativos costumam fascinar muitos investidores, já que podem resultar em ganhos fenomenais num curto período. Mas o investidor deve ter em mente que risco e retorno andam de mãos dadas quando o assunto é investimento. Assim como é possível obter ganhos astronômicos, o aplicador também pode ter perdas nas mesmas proporções, alerta Ricardo Torres, professor de finanças da BBS Business School. “Não existe mágica; a possibilidade de ganhos é enorme, mas esse é também um mercado muito difícil, além de bastante arriscado.”
A venda a descoberto, por exemplo, é uma operação perigosa até mesmo para os profissionais de mercado. “São poucos os que conhecem realmente o mercado de derivativos e sabem atuar nele”, afirma Torres, especializado nesse segmento após chefiar mesas de operações na França e Inglaterra. “Se isso é difícil para os profissionais de mercado, imagine só para a pessoa física? Poucos conseguem quantificar os riscos dessas operações.”

Mesmo com as limitações impostas pelas corretoras aos investidores a fim de restringir as perdas, Torres avalia que os riscos são muito grandes, já que o aplicador pode perder metade do patrimônio num piscar de olhos. “O problema é que, até o investidor se assustar com o prejuízo e parar, ele vai tentar recuperar as perdas”, afirma.


Dá impressão que o público, inclusive especializado em finanças, acredita que os derivativos mordem. Veja a interessante história contada por Cássio Casseb publicado na revista Citipress, nº48, de 1º de outubro de 1996 e comentada por Araújo Neto:

Segundo ele se chegasse a Terra um marciano e nos oferesse uma máquina que trouxesse desenvolvimento incrível, facilitasse nossa vida, criasse emprego, aproximasse as pessoas, entre várias maravilhas, ficaríamos maravilhados. Só haveria um problema: o combustível dessa maravilhosa máquina seria 100.000 humanos por ano. Aceitaríamos?

"É claro que não. E não toparíamos porque a questão nos foi colocada frontalmente. Mas a verdade é que todos nós estamos topando, pois esta invenção se chama automóvel, que melhora nossas vidas, mas mata 100.000 pessoas por ano..."

Podemos culpar um carro por matar pessoas? É claro que não: podemos culpar os motoristas, ou até mesmo os fabricantes, que colocaram uma peça que não funcionou como deveria. Entretanto nunca o carro.

Por incrível que pareça, ocorre o mesmo com os derivativos. Se uma pessoa sem habilitação para dirigir, e que efetivamente não saiba, pegar um carro e sair pelas ruas de São Paulo inevitavelmente causará estragos. Este é o caso dos derivativos: se uma pessoas que não está habilitada para usar estes instrumentos é dada a liberdade de operar, algo ruim poderá ocorrer.

Entretanto, a habilitação não basta para evitar perdas mostruosas; se bastasse não teríamos guardas nas ruas. O controle e acompanhamento é fundamental paraq ue o instrumento não se torne uma arma. Este é o objetivo da gestão de risco.

Imagem:aqui

Feliz dia do professor!

Frase via Claudia Cruz.

E aqui copio um pedaço dos agradecimentos da minha dissertação:

Agradeço ao meu orientador, professor Otávio Ribeiro de Medeiros, Ph. D., por tudo a que se agradece a um ótimo mentor: pelos ensinamentos, paciência, didática, disponibilidade, disposição, mansidão. Por ter respondido minhas muitas perguntas, por ter me ensinado métodos quantitativos de uma forma que realmente me ajudou e por ter me oferecido todo o material e base que precisei para me desenvolver. Mas agradeço mais ainda pelo companheirismo quando eu tive que me afastar, por ter entendido os meus momentos de tribulações com sinceridade. E obrigada por ter se reunido comigo por vários e vários dias seguidos no auge desta pesquisa, por ter segurado a minha ansiedade e por ter sido sempre um super orientador.

Agradeço ainda a dois professores em especial: ao professor Dr. Jorge Katsumi Niyama por ser superexigente em sala de aula e ultra carismático em momentos não acadêmicos. Você é o exemplo que sigo ao lecionar. Ao professor Dr. César Augusto Tibúrcio Silva, o contador mais criativo que já conheci, agradeço pelas palavras que me fizeram aceitar o meu destino como professora, assim como a oportunidade de participar do blog Contabilidade Financeira. À medida que eu ia experimentado no mestrado, ia escrevendo para o blog e, não só foi terapêutico, como foi o trabalho mais divertido que já tive.

Tive a sorte de passar por um mestrado sendo ensinada por docentes que admiro e que me inspiram. Agradeço ao meu querido professor Dr. Paulo Roberto Barbosa Lustosa, que me acompanhou por um bom tempo na graduação e com quem voltei a conviver no Programa.

(...)

Agradeço ao professor Dr. Edilson Paulo, Dr. José Dionísio Gomes da Silva, Dr. Paulo Amilton Maia Leite Filho, M. Sc. Cláudio Moreira Santana e Dra. Fátima de Souza Freire pelos ensinamentos e pelo apoio. Aos professores Dr. Ivan Ricardo Gartner e Dr. Anderson Luiz Rezende Mól agradeço, ainda, as considerações tão construtivas feitas ao meu projeto de pesquisa.


Parabéns a todos vocês pelo dia do professor!

China: a ovelha mais cara do mundo custa mais do que 4 milhões de reais

Todo esse boom econômico da China está a tornando mais estranha a cada dia que passa. Para começar, os ricos do país estão pagando milhões de dólares por ovinos.

(...)

De acordo com criadores de ovelhas Dolan, os chineses ricos vêm em limousines de luxo, pagam quantias ridículas de dinheiro para animais de pedigree, as colocam no banco de trás e vão embora.

A maioria deles são uigures muçulmanos, que fizeram fortunas no negócio de ovelhas e agora estão interessados em ter uma Dolan como animal de estimação.

O preço é definido de acordo com as características de cada ovelha. “Quanto mais escuro o pelo, melhor. Quanto maior os ouvidos, melhor. Quanto mais curvo o rosto, melhor, como o bico de uma águia. As melhores têm um corpo escuro e uma cauda branca”, diz Liu, um criador de ovelhas de Aksu.

A raça é tão cara que os criadores muitas vezes fazem parcerias para poder comprar um único exemplar e depois dividir o custo da reprodução. A dose de sêmen da melhor ovelha Dolan pode custar até 300 mil yuans (cerca de 88 mil reais).

A ovelha Dolan mais cara do mundo é um macho de seis anos de idade, pertencente a Abdul Majid Reyim, um reprodutor em Kashgar. Ele afirma que recebeu uma oferta de 14 milhões de yuans (4,17 milhões de reais) por ela, mas recusou.

Considerando que ele é o avô de todas as ovelhas mais valorizadas da área pelas quais as pessoas estão pagando-lhe montantes ultrajantes, ele provavelmente está certo em não vender.

De acordo com Liu, o preço das ovelhas Dolan tem subido nos últimos anos; ele mesmo comprou duas em 2009 por 25 mil yuan (7 mil reais), e no ano seguinte o preço já estava no valor de 250 mil yuan (73 mil reais).


Fonte: aqui.

Pesquisa: Contabilidade comportamental

A CONTABILIDADE COMPORTAMENTAL E OS EFEITOS COGNITIVOS NO PROCESSO DECISÓRIO: UMA AMOSTRA COM OPERADORES DA CONTABILIDADE
Wenner Glaucio Lopes Lucena, Maria Sueli Arnoud Fernandes, José Dionísio Gomes da Silva

Resumo
O estudo tem como objetivo investigar os efeitos cognitivos direcionados aos Operadores da Contabilidade: Heurística da Representatividade, Excesso de Confiança, Efeito Disponibilidade e Heurística da Relatividade, com base na Contabilidade. Quanto aos procedimentos metodológicos empregados, realizou-se pesquisa de base descritiva e de levantamento, com abordagem indutiva. Um questionário com seis perguntas foi aplicado em duas etapas: via e-mail para os auditores do Cadastro Nacional dos Auditores Independentes (CNAI) e do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (IBRACON) (137 auditores) e para os contadores distribuídos por todo o Brasil (722 contadores); e in loco com os auditores internos das Contas Públicas do Estado da Paraíba (50 auditores). Os dados desse estudo foram tratados com o auxílio do Microsoft Office Excel® e do software Statiscical Package for the Social Sciences (SPSS). Os testes utilizados foram: o Teste Qui-Quadrado de Pearson para Independência, o Teste Exato de Fisher e o Teste de Phi e Cramer’s V, todos ao nível de significância de 5%. Os resultados mostraram que os Operadores da Contabilidade, dependendo das situações empregadas, são influenciados pelos efeitos cognitivos de excesso de confiança, heurística da relatividade (efeito ancoragem) e julgamentos probabilísticos.

Revista Universo Contábil

14 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Mudanças à vista

O blog está mudando. Agora somos três colaboradores: o César Augusto Tibúrcio Silva – professor, orientador, contador, administrador, blogueiro, salve-salve – e seus aprendizes: o Pedro Correia e eu, a Isabel Sales. Há tempos temos nos reunido e discutido formas de melhorar todos os aspectos possíveis. Para isso, contamos com a sua colaboração. Participem ativamente nos comentários (mesmo que de forma breve), sigam nosso perfil no Twitter e “curtam” a nossa página do Facebook. Compartilhe conosco as suas opiniões, sugestões, comentários, dúvidas. Estamos em busca de um ambiente amigável e interativo, que nos permita nos aproximar de vocês e apresentar um produto final da melhor qualidade possível.
Agradecemos a todos que nos enviam sugestões, elogios, críticas e dúvidas. A participação de vocês é o nosso principal motivador.

Equipe do Blog Contabilidade Financeira

Foto: Aqui.

Produção científica

A produção acadêmica contábil pode ser visualizada de maneira crítica, em um processo de análise que vai de sua concepção, passa pela realização da pesquisa e chega à divulgação dos resultados. O trabalho tem por objetivo analisar a natureza epistemológica de dissertações defendidas e aprovadas em dois dos programas de pós-graduação stricto sensu em ciências contábeis brasileiros. Na coleta de dados foram observadas as características epistemológicas relacionadas às abordagens de pesquisa e metodológica, e aos tipos de estudo, de problema e de causalidade de dissertações defendidas e aprovadas em dois programas de pós-graduação em ciências contábeis brasileiros no período de 2002 a 2008. Conforme achados de pesquisa, epistemologicamente, as pesquisas analisadas não apresentam variação significativa das variáveis pesquisadas, mantendo-se equilibradas quando comparadas a pesquisas do gênero realizadas anteriormente. Por outro lado, percebe-se a tendência preconizada em estudos anteriores de supremacia de estudos de natureza positiva sobre os de natureza normativa.

 PARADIGMAS NA PESQUISA CONTÁBIL NO BRASIL: UM ESTUDO EPISTEMOLÓGICO SOBRE A EVOLUÇÃO NOS TRABALHOS DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS - Jomar Miranda Rodrigues, Erivan Ferreira Borges, César Augusto Tibúrcio Silva, Cláudio Moreira Santana - Contexto

Auditoria em jornal


O tradicional jornal Wall Street Journal está sendo investigado por fraude nos números de circulação. Aparentemente o WSJ aumentou, de maneira pouco ortodoxa, os números de jornais vendidos na Europa. O problema já levou a renúncia do executivo responsável pelo WSJ na Europa.

Uma das formas de inflar a circulação do jornal era através de um acordo com “parceiros”, que compravam a edição por um valor reduzido (1 centavo de euro) para distribuição em universidades. Só com um dos “parceiros” doze mil cópias foram distribuídas. As denúncias afirmam que os “parceiros” eram citados de forma excessiva nos textos do WSJ.

Um auditor certificou a circulação de 74,8 mil exemplares no primeiro semestre, sendo 53 mil podem estar inflados pelos expedientes usados no WSJ. Um aspecto importante é que o WSJ é de propriedade da News Corp, recentemente envolvida num escândalo de espionagem de um dos seus jornais na Inglaterra.

A questão da circulação é importante para os jornais pois revela a penetração do veículo de comunicação, aumentando a receita de publicitária.

Fonte: Auditors Scrutinizing Wall Street Journal Europe's Circulation, NY Times,  ERIC PFANNER, 13 out de 2011

Externalidade positiva

Externalidade positiva em decorrência da contratação de Thomas Sargent, ganhador do Nobel de Economia em 2011, para a New York University:

Sargent deliberated for months before making a decision. Nonetheless, word had gotten out in the field that he was taking N.Y.U.'s offer seriously. Ennio Stacchetti, an old colleague of Sargent's, received a phone call from Sargent ''strongly hinting that he was on his way to N.Y.U.'' Stacchetti promptly accepted his own offer from N.Y.U. John Leahy at Boston University did likewise. For Gianluca Violante, a young macroeconomist, what transpired among the recruits was ''a critical-mass effect.

Economists like to think of it as a 'coordination equilibrium,' in which one person's independent decision is affected by the decisions of others around him. In other words, something big was going on.'' Violante, the only untenured academic among the eight new faculty members, turned down an offer of tenure at the London School of Economics for an office next to Sargent. Most of the new hires were already leaning heavily toward coming to N.Y.U. before Sargent made his interest apparent. Some were eager to live in New York; most said they felt that N.Y.U. was a step up from the departments they were leaving; one is said to have feuded with a dean at his former job. Still, Sargent's name was an enormous draw, the way that teaming with Michael Jordan at his peak would have been for basketball players in quest of a championship.

One economist after another told me that the most important factor in deciding to take a job -- far more important than salary, which tends not to vary much from one top program to another -- is the quality of colleagues. ''You can't just go out and buy people,'' Benhabib says. ''Productive people want to conquer the world. They want to make a mark in research, and they need to interact with others to do that.''

Auditoria

Floyd Norris (Shhh! Don’t Name That Auditor, NY Times, 13 de outubro de 2011) comenta um projeto do Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB): exigir que no parecer de auditoria conste o nome do profissional que fez o trabalho. Dois argumentos favoráveis a idéia: a) se no futuro for verificado que o trabalho não foi bem feito, saberemos o nome do profissional que cometeu a falha; b) será possível acompanhar a troca, a cada cinco anos, dos auditores (mas não das empresas de auditoria, já que o rodízio das empresas não existe nos Estados Unidos). A proposta vai mais além, ao exigir que sejam identificadas outras empresas, inclusive filiais estrangeiras, que trabalharam na auditoria e o que elas fizeram. Assim, uma auditoria de uma empresa com filial no Brasil, o auditor que fez o trabalho desta filial deve constar do parecer. A princípio as empresas de auditoria são contrárias, não entendendo o benefício da medida.

13 outubro 2011

Rir é o melhor remédio




Paul Kuczynski

Convenção


IFRS Foundation Conference, em São Paulo, Brasil.

Local: Tivoli Sao Paulo, Mofarrej, Brazil
Data: 27 e 28 outubro de 2011

Com
Arminio Fraga Neto, Chairman, Board of Directors, BMF Bovespa
Hans Hoogervorst, Chairman, IASB
Pedro Malan, Trustee, IFRS Foundation
Jan Engstrom, Member, IASB
Amaro Gomes, Member, IASB
Paul Pacter, Member, IASB

Além de reguladores:

Alexsandro Broedel, Commissioner, SEC (Brazil)
Juarez Domingues Carneiro, Chairman, Group of Latin American Standard setters (GLASS)
Domingos Figueiredo, CFO, Banco Bradesco
Andrea da Silva Santos, Accounting and Planning Consultant, Petrobras
Caio Ibrahim David, Executive Director and CFO, Itaú Unibanco
Andre Werner, Head of Market Risk, Vale S.A.
Rodrigo Rosa, CAO, Embraer
Luiz Murilo Strube Lima, Coordinator of Special Projects, Petrobras
Marcelo Rodrigues, Global Controller, Vale S.A.
Fabiano Placido Oliveira, Coordinator of International Accounting Practices, Petrobras
Vania Borgerth, Head of Accounting Department, BNDES
Ricardo Lopes Cardoso, Associate Professor, Brazilian School of Public and Business Administration, Getulio Vargas Foundation (EBAPE/FGV)

Mais informação: aqui (Dica de Flávia Carvalho, grato)

Informação privilegiada


Bisbilhotando conversas, emails, documentos e o Blackberry da namorada que trabalhava no departamento de estratégias corporativas da Disney, o norte-americano Toby Scammell, de 26 anos, lucrou 192.497 dólares com a aquisição da Marvel pela empresa, em 2009. 


Segundo acusação da SEC, órgão que atua como a CVM nos EUA, o lucro conseguido pelo jovem com o uso de informações privilegiadas chegou a 3.000% em menos de um mês. Para consegui-lo, Scammell adquiriu mais de 600 opções de compra das ações da Marvel em agosto de 2009. O montante acendeu o alarme da SEC por corresponder a mais de 90% do volume movimentado diariamente por estes ativos. (...) 


Fonte: aqui, dica de Ednilto (grato)

Contabilidade e Inflação

Um texto de 1977 da revista Time (Balance-Sheet Battle, 24 jan 1977, dica de Alexandre Alcantara. Imagem, fonte aqui) mostra o debate ocorrido naquele tempo sobre a adoção de ajuste nas informações contábeis para resolver o problema da inflação.

A segunda metade da década de setenta mostrou diversas economias desenvolvidas com um nível inflacionário superior ao dos anos anteriores. Nos Estados Unidos, a taxa de inflação alcançava os dois dígitos, graças, em parte, ao choque do preço do petróleo. Neste instante, o Fasb começa a discutir medidas para mensurar de maneira adequada o lucro das entidades. Surge então o Fas 33, que diz respeito ao tratamento da inflação na contabilidade. Em 1976, o Brasil já tinha adotado a Lei 6404, que permitia uma correção simplificada dos balanços.

No texto, a experiência brasileira é citada:

"A Contabilidade inflacionária tem sido adotada com sucesso no Brasil, onde as taxas de inflação têm estado em torno de 40%".

O texto logo a seguir informa que a Phillips da Holanda tem adotado o custo de reposição com sucesso. Mas discute a relação custo-benefício deste procedimento.

Restaurantes universitários

O objetivo do estudo é a análise dos recursos públicos aplicados no Restaurante Universitário de uma Instituição Federal de Ensino Superior e a verificação da opinião dos usuários do serviço de alimentação. É um estudo de caso, que envolveu a pesquisa documental de relatórios dos sistemas de informações da instituição e do Sistema de Informações da Administração Financeira do Governo Federal. Foi apurado e analisado o resultado financeiro, o custo unitário da refeição, a evolução do funcionamento do restaurante e a verificação da satisfação de seus usuários. Os resultados mostram uma atividade deficitária o que evidencia dependência financeira de recursos públicos federal, além dos gerados internamente pela instituição. No período analisado, foram aplicados R$ 42,1 milhões no restaurante, sendo que a receita gerada pelo restaurante foi de R$ 6,4 milhões.  A opinião dos usuários, verificada por meio de questionário, evidencia a satisfação da maioria em relação à “qualidade do alimento” e “preço da refeição”. O resultado do teste estatístico do qui-quadrado-χ2 ,considerando os respondentes que têm bolsa alimentação, denota-se a associação significativa (Р = 0,001) entre a “qualidade do alimento” e a “variedade do cardápio”.

Análise dos recursos públicos aplicados no restaurante universitário de uma instituição federal de ensino superior - Francisca Aparecida de Souza, César Augusto Tiburcio Silva - GUAL

Desvio de recursos na subsidiária brasileira da Siemens

A gigante alemã Siemens surpreendeu o mercado nesta terça-feira, 11, ao anunciar a demissão do presidente da subsidiária brasileira, Adilson Primo. Em comunicado mundial, a empresa nomeou Paulo Ricardo Stark para o comando da unidade do Brasil e escancarou o motivo do afastamento de Primo.

Segundo a multinacional, após investigação interna, foi descoberta uma “grave contravenção das diretrizes da Siemens” envolvendo diretamente o executivo, que iniciou a carreira como trainee da empresa na sede na Alemanha. No mesmo local, 34 anos depois, Primo recebeu a notícia de sua demissão do presidente mundial, Peter Löscher, e encerrou sua história na empresa.

O executivo estava em Munique desde domingo para participar de uma convenção anual da Siemens, mas apenas foi informado da decisão na manhã desta terça. Primo não foi encontrado para rebater as acusações de supostas irregularidades. Até mesmo diretores próximos a ele não conseguiram contactá-lo até o fim da tarde.

Segundo fontes ligadas à empresa no Brasil, a grave contravenção destacada no comunicado da Siemens se refere a desvio de dinheiro da subsidiária para uma conta pessoal do executivo na Europa. As operações teriam ocorrido entre 2005 e 2006 e envolveriam a cifra de 7 milhões.

Após a descoberta de escândalos de pagamento de suborno a consultores em várias partes do mundo, a tradicional multinacional alemã decidiu implementar um rígido programa de ações preventivas contra corrupção em suas unidades. “A Siemens aplica o princípio de tolerância zero para os casos de contravenção de compliance. A empresa defende com convicção os negócios honestos – sempre e sem exceções”, destacou a companhia no comunicado.

Foi nesse pente fino que a suposta operação feita por Primo teria sido detectada e mais tarde comprovada por auditoria do escritório Debevoise & Plimpton.

Apesar disso, a contravenção continua sob investigação, mas pela decisão de ontem já há certeza de que alguma prática ilegal foi cometida na unidade brasileira. A notícia sobre a demissão teve anúncio praticamente simultâneo no mundo todo. Em cerca de três horas, o comunicado estava concluído para ser divulgado.

Surpresa.

O afastamento de Primo e o suposto desvio de recursos da companhia pegou todo mundo de surpresa no mercado. Entre diretores de outras empresas que conheciam o executivo, a prática não condiz com a imagem criada por Primo durante sua carreira na Siemens. Nos últimos três anos, ele ganhou status no grupo por conseguir turbinar o desempenho da subsidiária brasileira acima do verificado por países como China e Índia.

Diante dos resultados positivos, foi fácil convencer o comando alemão a liberar recursos para novos investimentos no Brasil. Em cinco anos, Primo conseguiu abrir oito fábricas no País. “Tinha gente que achava que ele era tão bom a ponto de acreditar que poderia liderar a matriz na Alemanha”, afirmou uma fonte ligada à unidade nacional. No ano fiscal de 2010, a empresa alcançou faturamento de 1,8 bilhão e pedidos no total de 2,1 bilhões.

Depois de três décadas, Primo fazia planos para se aposentar. “Por isso mesmo foi espantoso saber dessa notícia”, disse o executivo de uma empresa do setor elétrico e eletrônico. Ele descreve o ex-presidente da Siemens como um homem extremamente educado, acima de qualquer suspeita. “Caí do cavalo.” Na unidade brasileira, ele era caracterizado pela liderança rígida e correta. Era firme e transparente. “Ia direto ao assunto sem ser deselegante.”

Segundo fontes, Paulo Ricardo Stark já estava sendo preparado para substituir Primo após sua aposentadoria. Com 42 anos de idade, ele iniciou sua trajetória na Siemens em 1988. Passou pela antiga Siemens Mobile e depois seguiu para o México e Alemanha, onde ocupou a diretoria de uma unidade de negócios do setor industrial. No ano passado, retornou ao Brasil, e agora assume o comando de cerca de 10 mil empregados.

Além de manter o desempenho positivo da subsidiária brasileira, Stark também terá a missão de apagar mais um escândalo que abala a imagem da companhia.


Fonte: Renée Pereira, de O Estado de S. Paulo

Outra reportagem no Valor:

Em outras palavras, a demissão de Primo, funcionário desde 1976 e presidente desde 2001, foi resultado de uma extensa investigação por suspeitas de desvio de dinheiro. Após a comprovação por auditoria interna, a Siemens contratou o escritório de advocacia Debevoise & Plimpton para fazer uma investigação independente. O desvio foi confirmado.

Segundo o Valor apurou com algumas fontes, foram 6,5 milhões de euros. O dinheiro foi transferido para uma conta de Primo na Europa. A empresa não informou qual divisão – e se foi apenas uma - prejudicada com o desfalque. A investigação ainda está em andamento.

Apesar de causar surpresa, a notícia foi recebida de forma positiva por muitos funcionários. Afinal, dizem eles, condiz com a recente linha de “tolerância zero” da Siemens ao não cumprimento das chamadas “compliances”, o jargão empresarial para condutas éticas e profissionais.

“Isso é positivo porque a tolerância zero é mais importante que qualquer pessoa dentro da empresa”, disse um pessoa familiarizada com a empresa. “Até o Löscher está sujeito a investigação constante”.

Primo teria feito as retiradas indevidas antes de 2007, quando estourou o maior escândalo de propinas da história da multinacional. O episódio foi escancarado por Peter Löscher, o austríaco com ampla experiência no setor farmacêutico e ex-GE (a arquirrival americana da Siemens), para por ordem na casa e conduzir a companhia para uma nova era de transparência e agilidade. Assim que assumiu a presidência global, Löscher demitiu cerca de 100 altos executivos e nomeou um diretor mundial de “compliance”, responsável por manter um gigante andando nos trilhos. O pente-fino nas contas da empresa foi vital para descobrir os problemas no Brasil.

Primo será substituído por Paulo Ricardo Stark, de 42 anos, um executivo considerado brilhante dentro da empresa, com passagens pela filial mexicana e pela matriz. Stark havia sido nomeado recentemente para assumir a direção do novo setor de negócios verdes criado pela Siemens, o Cidades e Infraestrutura.

Fonte: Bettina Barros Valor Economico

O rombo da educação

Há uns dois meses, quis descobrir o total de funcionários do setor da educação no Brasil. O número de professores é bem conhecido dos pesquisadores, pois está na casa dos 2 milhões há alguns anos, mas não sabia quantos seriam os funcionários do setor que não são docentes.

Tenho um verdadeiro arsenal de dados estatísticos sobre a educação brasileira e internacional. Procurei em todos, inclusive em algumas sinopses estatísticas da educação básica, que são arquivos com mais de 200 planilhas, que informam até quantas turmas do ensino fundamental com menos de 4 horas/aula por dia há no Acre. Mas o número de funcionários não aparece em nem um único documento. Não está disponível para consulta em lugar algum. Fiz então uma consulta direta ao Inep, órgão do MEC responsável por avaliações e estatísticas. A resposta solícita veio no mesmo dia: incluindo professores, são mais de 5 milhões de funcionários na área da educação no Brasil, pouco mais de 4 milhões deles na rede pública.

Fiquei embasbacado com esse dado. Não apenas pelo gigantismo do número total – seus 5 milhões de membros fazem com que essa seja a quarta maior categoria profissional do Brasil, atrás apenas dos agricultores, vendedores e domésticas –, mas especialmente pelo fato de termos 3 milhões de funcionários longe da sala de aula, um número 50% maior do que o de professores.

Imaginei que essa relação entre funcionários e professores seria menor em países com sistemas de educação mais eficientes. Dito e feito, até em um nível maior do que eu imaginara. Segundo os dados mais recentes do Education at a Glance, levantamento feito pela OCDE (disponível em twitter.com/gioschpe), a relação entre funcionários e professores em seus países-membros é de 0,43. No Brasil, falando apenas do setor público, essa relação é de 1,48. Ou seja, enquanto lá há um funcionário para cada dois professores, aqui a relação é quase três vezes e meia maior. Isso significa que, se o Brasil tivesse a mesma relação professor/funcionário dos países desenvolvidos, haveria 706000 funcionários públicos no setor, em vez dos 2,4 milhões que temos.

Como é difícil imaginar que precisemos de mais funcionários que as bem-sucedidas escolas dos países desenvolvidos, isso faz com que tenhamos 1,7 milhão de pessoas excedentes no sistema educacional, recebendo todo mês salários que vêm do nosso bolso. Se presumirmos que os funcionários recebem o mesmo salário médio que os professores (infelizmente não há dados oficiais a respeito do país todo, mas a conversa com alguns secretários da Educação me sugere que essa é uma hipótese válida), isso significa um desperdício de inacreditáveis 46 bilhões de reais, ou 1,3% do PIB, todo ano, o que certamente é mais do que todos os escândalos de corrupção da última década somados. É simples chegar a esse número: basta saber quanto o Brasil investe em educação por ano e que porcentagem disso é investida em folha salarial. Ambos os dados estão disponíveis no Education at a Glance, e o cálculo completo está disponível no meu Twitter.

A importância desse dado, porém, vai muito além da simples montanha de recursos que são desperdiçados. Ele ajuda a explicar algo ainda mais importante para o futuro do Brasil: a razão pela qual nossa educação vai tão mal.

O primeiro fator impactado por essa gastança é o salário do professor. Esse dado explica como o Brasil pode, ao mesmo tempo, investir tanto em educação e ter professores tão insatisfeitos com o seu rendimento. (A propósito, cruzando os dados da OCDE com o PIB brasileiro, o salário médio mensal do professor na rede pública é de 2262 reais. Cuidado com os discursos do pessoal que fala do "salário de fome".) Se se demitissem os funcionários excedentes e o salário deles fosse transferido aos professores, a remuneração destes aumentaria 73%, para 3906 reais mensais.

O segundo impacto é o poder político desse grupo. Se já seria difícil a algum político ir contra a vontade dos 2 milhões de professores, o que dizer então de um grupo que, na verdade, tem 5 milhões de membros, a grande maioria sindicalizada e politizada? Não é de espantar que os políticos dispostos a encarar a briga com a categoria tenham sido invariavelmente derrotados. Não é de espantar, também, que a categoria consiga fazer greves tão volumosas e barulhentas.

A terceira realidade claramente descortinada por esses dados é a utilização política do setor de educação. Não é possível chegar a esse nível sem que haja um esforço deliberado de contratações desnecessárias. Contratações que só ocorrem porque os profissionais da educação são frequentemente utilizados como instrumento político de seus padrinhos. Muitos viram simples massa de manobra e fonte de votos, outros – especialmente nos cargos de direção e supervisão regional – acabam se tornando verdadeiros cabos eleitorais de lideranças regionais.

A quarta conclusão é ainda mais séria. Ela diz respeito à relação entre gastos com educação e a qualidade do ensino ministrado. A maioria dos estudos sobre o tema demonstra não haver relação significativa entre o volume de recursos gastos em educação e a qualidade do ensino. No Brasil, onde a maior parte do gasto é canalizada para aumentar o número de profissionais na rede e dar melhor remuneração àqueles que já estão nela, não é de surpreender que o constante aumento de gastos no setor nos últimos dez anos tenha sido acompanhado de estagnação.

Os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) foram piores em 2007, último ano disponível, do que em 1997. Se já é difícil promover melhorias nos países em que o recurso é bem aplicado, imagine no Brasil, onde o dinheiro financia um gigantesco cabide de empregos. O mais desalentador é que, em meio a tão contundentes evidências de que o aumento dos investimentos não tem trazido resultados na melhoria do aprendizado dos alunos, testemunhamos a todo momento a patética pregação para aumentar o valor investido em educação dos atuais 5% do PIB para 7% (o que já seria um fenomenal aumento de 40%, ou 73 bilhões de reais por ano, em valores de 2010). Não ocorre a ninguém que custa pouco o que realmente melhora o ensino: reformular os cursos universitários de formação de professores, profissionalizar a gestão das escolas, adotar um currículo nacional, permitir a criação de novas modalidades no ensino médio, melhorar o material didático e cobrar a utilização de práticas de sala de aula comprovadamente eficazes.

É preciso disposição para encarar as tarefas que exigem trabalho e coragem para enfrentar as resistências corporativas. Mas sobre isso os bravos gastadores de plantão não querem nem ouvir falar. Não dá voto. Não sei exatamente como se sentiram os passageiros do Titanic que ouviam a orquestra a tocar enquanto o navio fazia água, mas suspeito que a minha estupefação e desalento sejam parecidos com o sentimento deles. Com a agravante de que, cada vez que compro algo ou pago impostos, estou financiando o iceberg.

Fonte:Gustavo Ioschpe -Veja - 10/10/2011

12 outubro 2011

Rir é o melhor remédio

Dica do Boing-Boing: um blog destinado a analisar o que está escrito no quadro em cenas de filmes pornográficos !! Atenção: as imagens não são pornográficas e o blog pode ser visitado sem constrangimento, trazendo os escritos do quadro e sua explicação. Na figura ao lado temos:

1. S=0 A=0
2. S=1/4 A=1/16
3. S=1/2 A=1/4
4. S=1 A=1
5. S=2 A=4
6. S=3 A=9


Ou seja, a função  y = x 2

Produtividade do trabalhador brasileiro

Por Pedro Correia


The Conference Board Total Economy Database™,(TED) é um completo banco de dados com dados anuais que cobrem PIB, população, emprego, horas de trabalho de qualidade, serviços, capital, produtividade do trabalho e produtividade total dos fatores por cerca de 123 países no mundo.

O relatório sobre a produtividade dos trabalhadores em diversos países mostra que o Brasil está em 68º lugar. O ranking foi calculado pela divisão do PIB do país por sua força de trabalho.O estudo demonstra que em 2010 o trabalhador médio brasileiro produziu 1/5 da riqueza de um trabalhador americano, 1 /3 de um sul-coreano e 1/2 de um argentino. Comparado com os outros BRICs, entre 2005 e 2010, a produtividade do trabalhador brasileiro aumentou em 2,1% ao ano, menos do que na China (9,8%), Índia (5,8%) e Rússia (3,2%).


Além disso, dados do US Bureau of Labor Statistics mostram que entre 2002 e 2008 os salários dos trabalhadores industriais brasileiros cresceu 174%, na China o salário do mesmo grupo cresceu 133%. Economistas afirmam que isso ajuda a explicar a perda de competitividade dos trabalhadores brasileiros e o aumento da inflação no Brasil. Quando os salários aumentam mais rapidamente do que a produtividade, os preços de bens e serviços se elevam.

O professor do Insper,Naercio Menezes, aponta o baixo nível de educação e inovação das empresas como fatores críticos da baixa produtividade dos trabalhadores. Ademais, o professor de economia da Universidade Brasília,Jorge Arbache, afirma que: "Metade da população chinesa ainda vive em áreas rurais, onde a produtividade é baixa. A produtividade do trabalhador industrial chinês é superior à brasileira, porque a indústria chinesa migrou de setores de baixa produtividade (como os têxteis) aos mais sofisticados produtos industriais, como automóveis e chips de computador " .

Mais informações aqui.

Redes Sociais

As redes sociais são um fenômeno global, mas isso não quer dizer que os reis do pedaço sejam sempre os mesmos. Embora redes como o Twitter e o Facebook se destaquem, às vezes, outro competidor conquista um bom espaço. Acompanhe mais no infográfico.