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13 outubro 2008

IFRS e auditores

Próximos passos na direção do IFRS
Gazeta Mercantil - 13/10/2008

A Lei número 11.638, aprovada no final do ano passado, é o primeiro e importante passo para o Brasil convergir com as Normas Internacionais de Contabilidade, denominadas IFRS, a partir de 2010. Essa decisão trará enormes ganhos para as empresas brasileiras, pois o Brasil se alinhará a vários países que usam as normas internacionais de contabilidade, fazendo com que qualquer investidor, seja da Europa, da Ásia ou dos Estados Unidos, que adotará o mesmo padrão a partir de 2014, possa entender as informações constantes das demonstrações contábeis das nossas companhias. Isso significa o favorecimento da entrada de mais capital estrangeiro.

A adoção do IFRS, no entanto, não vai exigir mudanças apenas nas empresas e nas suas demonstrações contábeis. As auditorias também deverão se adaptar. Serão necessários mais profissionais com conhecimento nesta área, pois, hoje, o Brasil ainda não tem especialistas suficientes. As auditorias, por sua vez, terão de aumentar os investimentos em cursos e treinamentos para manter seus auditores atualizados sobre o tema. No futuro, auditores e contabilistas deixarão de trabalhar apenas com o registro numérico para participar ativamente em decisões estratégicas das empresas.

A necessidade de profissionais bem treinados será ainda maior quando se sabe que pequenas e médias empresas, em especial as familiares, devem implementar melhorias em sua governança. Este é o passo mais importante para que estas empresas possam buscar capital, utilizando private equity, investment funds ou venture capital, e expandir seus negócios, atraindo investidores ou mesmo para oferecer aos sócios e herdeiros números mais confiáveis. As grandes empresas já estão se profissionalizando, seja para entrar na Bolsa ou no mercado globalizado. As menores entenderam que somente se seguirem os mesmos passos terão mais credibilidade, fortalecendo o seu crescimento e facilitando uma futura fusão, aquisição ou abertura de capital. Essas mudanças de comportamento das empresas estão modificando também os canais de comunicação com os investidores. Atualmente é preciso informar mais e definir, de fato, qual é o papel e responsabilidade do Conselho de Administração e de todos os escalões. Comitês de auditoria e de administração. A tendência para os próximos anos é que estes comitês tornem o canal de comunicação com os auditores cada vez mais abertos. Com isto, a responsabilidade do auditor estará cada vez mais evidente, pois, além da empresa que o contratou, ele também presta informações aos investidores, às instituições reguladoras e, conseqüentemente, à sociedade em geral. A uniformidade de normas de independência também é pauta para discussão mundial. Atualmente, temos diversos órgãos reguladores, cujas normas emitidas por eles podem ser similares; porém existem pontos conflitantes, que podem dificultar a análise. Outro tema importante é o caso do rodízio de auditorias, que ocorre após cinco anos de trabalho para cada instituição. No início de setembro, o BC extinguiu a necessidade de rodízio para as instituições financeiras. A Susep, por sua vez, emitiu um comunicado mantendo a exigência dele para as instituições securitárias. Já a CVM emitiu parecer suspendendo a necessidade de rodízio até 2011. O objetivo dessas decisões é regular o mercado com normas que reflitam as melhoras práticas internacionais. Mas elas podem dar início a discussões mais profundas sobre este tema.

É consenso que a decisão do BC, acabando com a necessidade do rodízio, alertando apenas para a necessidade de troca da equipe de auditoria a cada cinco anos, é a mais acertada. Obrigatório apenas no Brasil e na Itália, o rodízio não está em conformidade com a tendência mundial. Precisamos estar alinhados com o que é realizado na maioria dos países. Com o IFRS demos o primeiro passo, é fato. Agora precisamos caminhar na direção da tendência mundial.

Finanças & Mercados - Pág. 4 - Rogério Villa - Sócio da área de auditoria da Terco Grant Thornton

12 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

O Blog GraphJam apresenta gráficos criativos sobre diferentes situações (obviamente, os gráficos não são baseados em dados reais). A seguir dois desses gráficos postados recentemente. O primeiro mostra o uso o iPhone. O principal uso é ver vídeos do YouTube e o menor uso é fazer ligações.



O segundo gráfico mostra como é distribuído o tempo de um programa de televisão denominado American Idol (uma espécie de programa de calouros). Segundo o gráfico, 78% são propagandas e 10% promoção de outros programas da Fox.

Antes da Chrysler, a Ford

Ontem postamos a notícia que a GM está tentando uma fusão com a Chrysler. O New York Times de hoje afirma que anteriormente a GM tentou o mesmo com a Ford e a empresa recusou a proposta.

Quem ganhou e quem perdeu com a crise


O gráfico mostra os investimentos que ganharam (ouro e dólar) e os que perderam com a crise. As ações (em especial das empresas européias e dos emergentes) sofreram perdas expressivas. Mas o preço do petróleo também caiu.

11 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Protesto dos empregados na sede da Lehman Bros, com bloqueio da entrada da sede do banco.

Ginástica e Decepção


Hoje, um setor inteiro da economia norte-americana - filiação à ginástica - parece baseada na auto-decepção. Muitas pessoas superestimam quanto elas irão visitar uma academia de ginástica. (...) Um estudo com 7752 membros de academia de ginástica, feito com 3 clubes e 3 anos, confirmou como nós superestimamos nossa propensão ao exercício físico. Sob um contrato, o cliente paga um cliente paga uma taxa fixa mensal de 70 dólares. As pessoas com este acordo vão a academia cerca de 4,3 vezes ao mês, em média. Isto significa um preço médio por visita de $17.

Essa mesma pessoa poderia compra um passe com dez ingressos, que custaria exatamente $10 por visita, um preço muito menor. A despesa média seria $43 em lugar de $70 (existe também um ingresso único por $12, que seria mais barato ainda).

As pessoas gastam [mais] porque elas não estão dispostas a enfrentar as suas ilusões sobre o quanto - ou o pouco - elas adoram exercício. Ou elas podem pensar, erradamente, que a taxa fixa vai incentivá-las a ir a academia com mais freqüência. (...)

Este estudo produziu outro resultado. As pessoas que não visitam a academia tomam muito tempo para cancelar seus contratos. Elas não gostam de admitir que são lesmas preguiçosas.


Tyler Cowen, Discover your inner Economist, Dutton, 2007, p. 118-119, sobre pesquisa de Stefano DellaVigna e Ulrike Malmendier, Paying not to Go to the Gym, American Economic Review, June, 2006.

GM + Chrysler


O New York Times anuncia a possibilidade de uma junção das duas empresas de automóveis. A conversa já existe há um mês e aparentemente as chances são boas. Além disso, a Cerberus, acionista controladora da Chrysler, também tenta um acordo com a Renault.

A GM possui uma ação cotada em 4.89 dólares, versus 43 há um ano (gráfico). Apesar de ter algo em torno de 21 bilhões de dólares em caixa, a GM está "queimando" aproximadamente 1 bilhão por mês.

A nova empresa teria 33% do mercado dos EUA.

Loucura

Mas os dois grandes vírus [o segundo é o dólar fraco] permanecem sem tratamento. O mais imediato é o mark-to-market, ou a chamada contabilidade a valor justo. A idéia de baixar o valor dos ativos financeiros, quando o mercado está ruim ou não existe é pura loucura.

Steve Forbes, Two Biggest Things Still To Do; Says two big viruses in our economy remain untreated, Forbes, 13/10/2008

10 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

Casamento: antes e depois

Casamento Antes

Ele: sim. Até que enfim. Foi tão difícil esperar.
Ela: Você quer que eu saia?
Ele: NÃO! Nem sequer penso nisso.
Ela: Você me ama?
Ele: Claro!
Ela: Alguma vez você já me traiu?
Ele: NÃO! Porque você ainda pergunta?
Ela: Você vai me beijar?
Ele: Sim!
Ela: Vai me bater?
Ele: De jeito nenhum! Eu não sou este tipo de pessoa!
Ela: Posso confiar em você?

Para Casamento Depois, leia no sentido contrário.

(Adaptado)

Uma Fotografia vale mais do que mil palavras

Uma Cartoon vale mais do que mil palavras

Links

1) Alfabeto criativo

2) Wells Fargo vence a batalha pelo Wachovia (versus Citigroup)

3) A nova edicção da Concise Encyclopedia of Economics com Armen Alchian, Gary Becker, Avinash Dixit, Greg Mankiw e outros

4) Imagem da Terra durante a noite

5) Cartões pessoais criativos

Publicação e Economia

Na teoria econômica a maldição do vencedor (winners curse) remete à idéia de que alguém que coloca o lance vencedor em um leilão pode ter pago demasia. Considere, por exemplo, os lances de desenvolver um campo petrolífero. A maioria das ofertas estão próximas do verdadeiro valor dos recurso, então a proposta mais elevada, provavelmente pagou demais.

A mesma coisa pode estar acontecendo na publicação científica, de acordo com uma nova análise. Com tantos trabalhos científicos perseguindo tão poucas páginas nas mais prestigiadas publicações, os vencedores poderiam ser os mais prováveis para a promover resultados dramáticos importantes que mais tarde podem-se revelar falsos.

Isso produz uma imagem distorcida da investigação científica conhecimento, com resultados menos dramáticos (mas mais exato) relegados para obscuros periódicos ou inéditos sem publicação.

Em Public Library of Science (PloS) Medicine, um periódico on-line, John Ioannidis, um epidemiologista da Faculdade de Medicina em Ioannina, na Grécia, e os seus colegas, sugerem que uma variedade de condições econômicas, tais como oligopólios, escassez artificial e maldição do vencedor, podem ter analogias na publicação científica.

Publish and be wrong - Oct 9th 2008 - The Economist

Um ano após ABN Amro

Segundo o WS Journal (Where Are They Now? Winners & Losers in ABN Amro Deal, a Year Later) um ano após a vitória do Royal Bank of Scotland, Fortis e Santander em assegurar o controle do ABN Amro, derrotando o Barclays, num acordo de 101 bilhões de dólares, existe pouco motivo para celebração.

Eis o que ocorreu com cada dos envolvidos na operação:

Royal Bank of Scotland – perdeu 81% do valor da ação
Fortis – perda de 76%
Banco Santander – só perdeu 19%
Bank of America – perdeu 55%
Barclays – perdeu 56%

Fonte: aqui

09 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Na década de 80, protesto contra a presença do governo. Hoje, onde está o governo? Aqui
Na reunião realizada hoje em Pequim, os Curadores da Fundação IASC anunciou seu apoio unânime à abordagem que o International Accounting Standards Board (IASB) estabeleceu na última sexta-feira para acelerar a sua resposta à crise de crédito. Sob esta perspectiva, o IASB irá procurar uma linguagem adequada para eliminar eventuais diferenças no modo como o International Financial Reporting Standards (IFRS) e os princípios contábeis geralmente aceitos dos EUA (GAAP) aborda a questão da reclassificação dos instrumentos financeiros. (Fonte: aqui)

Faz parte deste grupo o brasileiro Pedro Malan.

Links

1) Islândia: PIB de 14 bilhões, passivo de 100 bilhões e taxa de juros de 15,5%

2) O futuro da contabilidade discutido na SEC

3) Um carro feito exclusivamente para mulheres no Irã

Imposto e presente

Imposto embutido nos presentes mais procurados para o Dia das Crianças, comemorado em 12 de outubro, pode chegar a 72% do valor do produto, revela estudo divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).


Fonte: Agência Estado via Moises Avila

Shyam Sunder, crítico da IFRS

David Albrecht, no seu blog, se propõe a analisar 6 críticos da adoção da IFRS nos EUA: Sunder, Niemeier, Ball, Selling, Jensen e o próprio. O primeiro a ser analisado é o PhD Shyam Sunder, professor de Yale, com seis livros publicados (tenho na minha pequena biblioteca pessoal um deles) e 150 artigos. Foi presidente da American Accounting Association, grupo de professors dos EUA de contabilidade.

A análise é feita com três obras de Sunder. Este blog já publicou alguns artigos de Sunder (aqui) sendo que um destes artigos é analisado por Albrecht.
A análise é muito longa, mas recomendo fortemente que leiam o texto aqui

Valor Justo

A Goldman Sachs diz que os ativos classificados como nível 3 (vide aqui) cairam 13% em agosto, de 78,1 bilhões para 67,9 bilhões.

Mais uma da AIG

Depois dos gastos num resort (aqui), descobriu-se que a AIG tinha um acordo para pagar o ex-executivo Casano, por consultoria externa, um valor de 1 milhão de dólares por mês (Chief of failed unit retained as $9m consultant, Stephanie Kirchgaessner e Francesco Guerrera, 8/10/2008, Financial Times, USA Ed2, 03)

Legado de Greenspan


Não só as instituições financeiras individuais tornaram-se menos vulneráveis a choques de fatores de risco subjacentes, mas também o sistema financeiro como um todo tornou-se mais resistente.

Alan Greenspan em 2004

Quando Greenspan deixou o seu posto no governo dos EUA elogios foram publicados a sua gestão frente ao sistema financeiro. Agora, o New York Times e o Herald Tribune(Taking hard look at a Greenspan legacy, Peter S. Goodman, 9/10/2008) analisam o papel de Greenspan na atual crise.

Falta de informação

Escassez de informações alimenta boatos e aumenta nervosismo do mercado
Valor Econômico - 9/10/2008

Há outra escassez no mercado, além de crédito: a de informações. Desde que Sadia e Aracruz divulgaram perdas gigantescas com operações de derivativos de dólar, persiste o mal-estar e as especulações correm soltas, na ausência de dados seguros sobre a situação. O assunto ganhou grandes proporções, a ponto de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentá-lo no fim de semana. Na terça-feira, foi a vez dos congressistas tratarem do tema durante a sabatina de Eliseu Martins, professor da Fipecafi, para a diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Especialista em contabilidade, Martins foi questionado pelo senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA) sobre quais medidas poderiam ser adotadas pelo órgão para obrigar as empresas a divulgarem com maior transparência suas operações financeiras, evitando operações especulativas. A resposta do professor foi que isso não se resolve somente com mais exigências de informações ao mercado. A questão é muito mais de "governança corporativa".

(...) Passada uma semana do fechamento do trimestre, parece que os investidores terão de buscar esses dados nos balanços trimestrais, que serão observados com lupa. Até mesmo de Aracruz e Sadia faltam dados relevantes. A companhia de papel e celulose não deixou claro por que optou por manter aberta a posição de derivativos. Já a empresa de alimentos ignorou ao questionamento dos analistas e não explicou quais operações especificamente foram tão danosas ao negócio. (...)

Além do clima de desconfiança, há um sentimento de indignação com a decisão das empresas de especular com o caixa, fugindo de sua atividade principal. Há uma aposta generalizada de que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) irá investigar os casos. Apesar do sentimento de inconformismo, o tema é complexo. Jairo Saddi, professor do Ibmec São Paulo, ressaltou que uma decisão errada da administração não significa, necessariamente, algo irregular. Mesmo fazendo todas as quanto a delicadeza do assunto, Saddi explicou que quando os controles internos todos das empresas falham acaba sobrando para a CVM investigar. "Se não for a CVM, não tem quem seja." Marcos Pinto, diretor da autarquia, explicou que não é possível comentar casos específicos. Assim, a CVM não informa se pretende investigar as problemas nas companhias. A despeito disso, o diretor explica que o regulador pode, por decisão própria, abrir investigações, ou seja, não há necessidade de um questionamento externo. A CVM pode avaliar em que medida os riscos aos quais as companhias se expõe estão adequadamente apresentados ao mercado. Além disso, é possível verificar se a atuação no mercado financeiro fugiu ao objeto social da companhia e, por fim, se os administradores foram negligentes na gestão.

Dez países menos afetados pela Crise

10. China
9. Brasil
8. Romênia
7. Tailândia
6. Coréia do Norte
5. Irã
4. Malásia
3. Marrocos
2. Armênia
1. Emirados Árabes Unidos

No caso do Brasil, a má notícia é o fato dos EUA serem o principal parceiro comercial. A boa notícia é a possibilidade de explorar mais a relação comercial com Índia e China.
Fonte: Aqui
Tenho dúvidas.

Minha vida


A figura mostra a relação entre trabalho e reuniões. Fonte: aqui

08 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

Links

1) IFRS 05 – Ativos não correntes detidos para venda e unidades operacionais descontinuadas (ainda não regulamentado pelo cpc)

2) Resistência internacional ao fim do valor justo

3) Estudo dos efeitos do valor justo

Nobel de Economia: apostas


Segundo as apostasy em Pinnacle Sports (via Greg Mankiw) o mais provável vencedor do Nobel de Economia é Martin Feldstein, seguido de Thomas Sargent, Robert Barro, Paul Romer e Bhagwati.

Mercado de capitais

Em In Defence of Stock Markets discute-se a importância do mercado acionário. Este mercado:

a) incentiva empreendedores
b) é um lugar para colocar nossas economias
c) é um laboratório do comportamento humano
d) e tem valor cômico

Reação ao Ignóbil


A reação de Dan Ariely ao receber o prêmio Ignobil pelo trabalho em finanças comportamentais:

"I've won quite a lot of academic awards; I can't think of one that makes me happier than this one," said Dan Ariely, a Duke University economist and author of the book "Predictably Irrational: The Hidden Forces that Shape our Decisions," who said his deserving work has been passed over year after year.


Foto: Cerimônia do prêmio

Padrão nas crises?

Olhe as duas figures. Você consegue enxergar algum padrão?



Uma pesquisa mostrou que quando uma pessoa sente que não possui controle sobre sua vida, tem-se mais probabilidade de ver padrões onde não existe. (A imagem da esquerda não tem nada; da direita, o planeta Saturno e seus anéis) Pessoas com tendencia a acreditar em conspirações e supertições possuem este tipo de sentimento.

Esta pesquisa foi usada aqui para tentar entender os políticos que enxergam padrões onde não existe.

Quem tem medo do XBRL?

O Blog IFRS Canadá pergunta, usando o conto dos três porquinhos, “quem tem medo do XBRL”. Usando como base uma conferência ocorrida em setembro onde o assunto foi discutido, o blog repassa o que é o XBRL e seus benefícios e custos. Vale a pensa uma leitura.

Krugman afirmar que “eles” são brasileiros agora


O economista Paul Krugman analisou a crise financeira dos EUA e comparou com situações parecidas que ocorreram com o Brasil e Rússia no passado. Isto inclui contágio, crise de liquidez, fragilidade financeira entre outras. Ele conclui dizendo: “Today, we are all Brazilians”.

Usando um modelo de contágio, para Krugman, o problema é capital, não liquidez.
Clique aqui para ler o texto. Este blog acredita que Krugman foi injusto com os brasileiros, que conseguiram o investment-grade em abril. “Mas espere. Quem deu a nota da dívida externa brasileira? Standard & Poor, a mesma empresa que classificava os créditos do mercado de subprime?”

Banqueiros britânicos e a crise

Um texto do The Times (Bankers view new approach to valuing assets as potential turning point in crisis, Christine Seib e Suzy Jagger, 6/10/2008, p. 43) mostra a reação dos banqueiros britânicos a crise interncional. Isto inclui os efeitos das medidas adotadas na Inglaterra (aumento de liquidez e, também, parte da linha de crédito do tesouro dos EUA) e a esperança de alteração das normas de tratamento de instrumentos financeiros no próximo encontro do Iasb, de 13 a 17 de outubro.

Entretanto a Associação dos Bancos Britânicos considera que o Iasb “está-se movendo lentamente em relação a sua contraparte dos Estados Unidos. Esta associação já escreveu ao Iasb pressionando por mudanças nas regras contábeis, informa o The Times. Além disto, líderes europeus também se posicionaram a favor das mudanças e exercem pressão para que o Iasb responda o mais rápido possível. Entre esses líderes, destaca-se o presidente francês, que está preocupado com a “desvantagem das instituições financeiras européias em relação aos competidores internacionais em termos das regras contábeis e suas interpretações”.

Na semana em que a SEC e o Fasb publicaram um informativo esclarecendo pontos sobre avaliação de ativos, o que trouxe acusação sobre o relaxamento das normas, “deixando em desvantagem o resto do mundo”. O Iasb insistiu que o Fasb permanece na linha das normas internacionais.

AIG mostra recuperação


Menos de uma semana depois da ajuda do governo, executivos da AIG gastaram 442 mil dólares numa conferência num resort na Califonia. O resort chama-se St. Regis Monarch Beach. e é exclusivo. O aluguel de um apartamento começa por 425 dólares a diária.

Do total gasto pela AIG, 200 mil dólares foram para as diárias e 23 mil para spa.

Fonte: Aqui, aqui, aqui, aqui e aqui

Aqui a página do hotel. A foto é do campo de golfe.

Manipulação de estudos científicos

A empresa Pfizer está sendo acusada de manipular a publicação de estudos científicos referente ao uso da droga Neurontin. Este medicamente é usado para tratamento de epilepsia e outras doenças.

Uma das táticas usadas pela empresa é atrasar a publicação de estudos que não encontraram evidências entre o uso do medicamento e a melhoria no tratamento da doença.

Esta questão lembra o Vioxx e Merck, relatado no livro de Teoria da Contabilidade, p. 169.

Mais sobre este caso, aqui

Causa ou consequência?


Um texto do National Post (A bad time to loosen accounting standards; Deregulation like treating a patient with poison, de Al Rosen, 8/10/2008, FP11) comenta a relação entre crise e contabilidade no Canadá. Este sentimento que a contabilidade foi uma das responsáveis pela crise parece predominar em diversos países do mundo. Rosen enfatiza que contabilidade refere-se na verdade as regras do valor justo.

Rosen acredita que existem muitas causas para crise, inclusive a desregulamentação. Neste sentido, atacar valor justo corresponde a tratar os sintomas e não a causa.

07 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


O Cigarro
Enviado por Marcos César (grato)

Links


1. Um jeito diferente de economizar água FOTO

2. Descoberta pirâmide no Peru

3. Como ensinar a diversificaçao numa aula de finanças

4. Arte com fumaça e cigarro

Os escritores mais bem pagos

1. JK Rowling - $300m (£170m)
2. James Patterson - $50m (£28m)
3. Stephen King - $45m (£25m)
4. Tom Clancy - $35m (£20m)
5. Danielle Steel - $30m (£17m)
6. John Grisham - $25m (£14m)
6. Dean Koontz - $25m (£14m)
8. Ken Follett - $20m (£11m)
9. Janet Evanovich - $17m (£10m)
10. Nicholas Sparks - $16m (£9m)

Fonte: Aqui

Criatividade no ponto de ônibus




Mais fotos aqui

Erro


Depois que o ator Crowe fez uma conta maluca (aqui, postagem anterior), agora um jornal da Austrália anuncia que a ajuda do governo dos EUA será de 840 milhões (foto), já convertidos para dólares australianos. Fonte: Aqui

Será?

Nova lei contábil teria reduzido perdas
A possibilidade de perdas financeiras provocadas por operações envolvendo instrumentos financeiros, como ocorreu com a Aracruz, poderia ter sido detectada com antecedência. Especialistas em contabilidade e auditoria ouvidos pela Gazeta Mercantil afirmam que isso ocorreria caso as empresas brasileiras já divulgassem seus balanços pelo modelo International Financial Reporting Standards (IFRS), cujo conteúdo tem de trazer um nível muito mais detalhado de notas explicativas. Com sua adoção, até 2010, será possível saber quais os níveis de alavancagem a que as companhias estão expostas em operações que envolvem instrumentos financeiros.

A norma IFRS 7, uma das novas ferramentas que deverão ser reguladas para o mercado brasileiro, obriga, por exemplo, as companhias a divulgar a que riscos estão mais submetidas. "Essa norma poderia ter alertado o mercado caso as empresas já a tivessem incorporado. Se elas fizessem isso, o investidor poderia vislumbrar com que cenários a companhia trabalhava. É uma forma de alinhar as informações dos investidores com aquelas que a administração da empresa possui", define o sócio da PricewaterhouseCoopers , Tadeu Cendon. "Claro que as empresas trabalham com alguma margem e, certamente, não poderiam prever que a situação econômica mundial estaria péssima como a atual", afirma.

Desde 2002, os bancos brasileiros praticam a marcação de seus títulos e derivativos ao valor de mercado. Significa que, a cada fim de exercício, como um mês, é possível estimar a posição daqueles ativos dentro dos balanços.

A mesma ferramenta, prática das normas internacionais, será incorporada aos balanços das empresas, o que deve dar mais transparência aos números. "A chegada do IFRS também trará um nível muito maior de detalhamento às políticas de uso de instrumentos derivativos", diz o sócio da Ernst & Young, Flávio Peppe. "Os acionistas passarão a ter a percepção mais adequada de se a empresas utilizam esse recurso apenas para proteger sua operação ou se também estão praticando algum tipo de especulação com esses mecanismos. Investidores não gostam de surpresas e punem as ações das empresas", diz Peppe.

MELHOR GOVERNANÇA
Empresas cujas ações são listadas no mercado norte-americano fornecem à Securities and Exchange Commission (SEC) um relatório que contém uma análise de sensibilidade de cenários. "Pelo documento, as empresas fazem uma projeção qualitativa e quantitativa, que traz detalhes do gerenciamento de riscos das companhias", explica o sócio da Deloitte, Luciano Cunha.

As empresas listadas que não fizeram divulgações adequadas sobre sua política de uso de derivativos assumiram altos riscos por terceiros. "O problema é de postura, e não de lei", diz Clóvis Madeira, da Directa Auditores.
Fonte: Gazeta Mercantil
06/10/2008


Enviado por Marcos César (grato)

Causa ou efeito?


Propor a suspensão da marcação a mercado e as regras de valor justo deve ser apoiada, não porque as regras foram a causa do acidente, mas porque elas eram a causa da bolha que o precederam. (...) Sabemos que os preços dos mercados são muito variáveis e a norma contábil deve agora reconhecer que o papel do contador não é para imitar os preços do mercado, mas para fornecer uma alternativa mais confiável.


Michael Page, Professor of Accounting, University of Portsmouth,Enron was an omen of dangers of fair value rules, 6/10/2008, Financial Times, Asia Ed1, 10 (grifo do blog)

Pelo Fluxo de Caixa


Os membros da Corporate Reporting Users Forum encaminharam uma carta do Financial Times em defesa da evidenciação do fluxo de caixa das empresas. Em razão da crise financeira, observar o caixa (e a capacidade de honrar os compromissos) torna-se vital. Entre os membros deste Forum encontram-se analistas e investidores do JPMorgan, Deutsche Bank, UBS, Insight Investment, Barclays Capital, Hermes Investment Management e Citigroup. A reportagem do Financial Times afirma

Nick Anderson, head of equity research at Insight Investment, said: "Most numbers in the income statement are subjective, as is the balance sheet. But actual cash flows are absolutely solid and yet the cash flow statement is the worst of the three."


Business urged to improve cash reporting
Jennifer Hughes - 6/10/2008 - Financial Times - London Ed2 - 28

Prisão na Parmalat


Promotores pedem 13 anos de prisão para ex-presidente
Reuters - 7/10/2008
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Promotores italianos pediram pena de prisão por 13 anos para o antigo presidente da companhia de alimentos Parmalat ontem, depois do colapso da companhia em 2003, em um dos maiores escândalos financeiros da Europa.

O executivo Calisto Tanzi está entre oito antigos executivos e banqueiros envolvidos no processo em Milão. A promotoria afirmou que Tanzi era "o centro, que cobriu a todos" no caso.

Os promotores pedem penas que vão de três anos e seis meses a seis anos de detenção para os outros acusados, incluindo três antigos executivos do Bank of America. Eles pedem multa de 300 mil euros (408 mil dólares) e o confisco de 600 mil euros da auditoria Italaudit, cujo nome anterior era Grant Thornton. Esta é a primeira vez que os promotores desse processo recomendam a prisão de Tanzi. Veredito ao caso não é esperado em meses. A Parmalat sucumbiu em 2003 com rombo de 14 bilhões de euros em sua contabilidade.

A análise do executivo


(...) El director ejecutivo de Lehman Brothers, Richard Fuld, dijo que se preguntará “hasta el día de su muerte” por qué el gobierno de Estados Unidos no rescató a la firma de Wall Street, y aseguró que los reguladores conocían la extensión del problema mucho antes de su colapso.

(...) Fuld culpó a “una letanía de factores desestabilizadores” por el derrumbe de Lehman, incluyendo los mayores costos de los préstamos, reglas de contabilidad que obligan a escribir el valor de los activos a precios extremadamente bajos y la caída en la calificación de los créditos. (...)


Fuld culpa a rumores por la caída de Lehman Brothers
7/10/2008 - Diario Financiero

Aqui a questão do risco moral fica mais clara:

No obstante, Fuld afirmó que instituciones como el FMI o la propia Reserva Federal también habían errado en su diagnóstico sobre los riesgos de unos mercados que finalmente causaron la quiebra del banco y la actual situación de las Bolsas. El directivo aseguró que el banco, para el que ha trabajado durante 42 años, no fue solamente víctima de sus errores, sino también de los rumores, de una "tormenta de miedo que está envolviendo al área de banca de inversión y a otras instituciones financieras en general" y de una regulación sin actualizar. En este sentido, arremetió contra las normas de contabilidad de los activos a precio de mercado, y criticó la permisividad con la que han operado los invesores que han vendido a corto (short sellers). Fuld dijo que el fin de semana previo a su solicitud de quiebra ante el juez pensaba que su banco podría haber sido salvado, igual que lo fue Merrill Lynch. (...)


Fuld asume sus errores al frente de Lehman Brothers
Cinco Días - 7/10/2008

Observe como a contabilidade, que mostraria os problemas da entidade, entra como culpada. A estimativa do Cinco Dias é que Fuld embolsou 480 milhões de dólares desde 2000.

06 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

“Se você comprou uma ação da Delta Air Lines a 1.000 dólares há um ano, você terá hoje $49. Com a Fannie Mae um investimento neste valor resultaria em 2,50. Com AIG seria de 15 dólares. Mas comprando 1.000 em cerveja, bebendo tudo e reciclando as embalagens de aluminio você teria 214 em dinheiro. Ou seja, o melhor investimento é beber e reciclar." Aqui

Links

1. Deve-se usar o julgamento em mercado ilíquido

2. Comparando as manchetes dos jornais dos EUA sobre a crise

3. IFRS 04 – Contratos de seguros (ainda não regulamentado pelo cpc)

4. Falácia do custo perdido em finanças pessoais

5. Gráfico mostrando o tamanho da crise

6. Câmara avalia mudanças no período da licença-paternidade

7. A aquisição do Wachovia ainda não terminou. Citi x Wells Fargo lutam

8. Um endereço especializado na crise que começou em 2007

9. Chairman do Fasb escreve uma carta ao congresso

IFRS responde a Crise

O International Accounting Standards Board (IASB) anunciou hoje o estado atual sua resposta à crise de crédito e os seus próximos passos.
(...)A FSF identificou três áreas de ação no domínio das normas contábeis:
1. Elementos fora do balanço: o IASB deveria melhorar a contabilização e divulgação de normas sobre itens fora do balanço numa base acelerada e trabalhar com outros normatizadores na direção da convergência internacional.
2. Valor justo nos mercados ilíquidos: O IASB deve intensificar suas orientações em matéria de valorização dos instrumentos financeiros em mercados não estão mais ativos. Para este fim, o IASB criado um painel consultivo perito em 2008.
3. Evidenciação: O IASB vai reforçar as suas normas para atingir melhores evidenciações sobre valorizações, metodologias e as incertezas associadas com avaliações.


Fonte: Aqui

Aids: aumenta ou diminui a riqueza?

Alguns argumentam que uma epidemia como AIDS num país pobre pode aumentar a riqueza por reduzir a população. Aqui um estudo sobre o efeito da Aids na fertilidade da mulher africana.

Custo e benefício da adoção da IFRS pelos Estados Unidos


Fonte: Aqui

Análise da crise

A transparência é crucial para a conquista da confiança dos investidores nos mercados. (...) No entanto, os banqueiros estão mais uma vez pedindo uma suspensão das regras contábeis que os obrigam a informar o que vale os seus ativos, incluindo os declínios nos valores quando eles ocorrem. Isto surge num momento em que o Fundo Monetário Internacional e Bridgewater Associates relataram que as perdas relacionadas com hipotecas entre US $ 945 bilhões e US $ 1600 bilhões. Mas, com instituições relatando um pouco mais de U $ 500 bilhões em prejuízos até à data, mais perdas serão informadas se Bancos são confiáveis. (...)

A realidade é que os banqueiros estão tentando atirar ao mensageiro. Eles emprestaram mais dinheiro do que eles se estão a recebendo. Se você fizer um empréstimo no valor de US $ 100, mas só tiver de volta $ 60 é um problema. Mas quando você faz isso repetida vezes, usando dinheiro emprestado em primeiro lugar, tornam-se uma crise para bancos, esgotando o dinheiro. É a mesma coisa que acontece em casa quando mês após mês, você gasta mais do que você receber em seu salário.

(...) Só irá surgir compradores quando os bens são colocados à venda a um preço que irá gerar um retorno razoável, dado o risco envolvido. Infelizmente, isto significa os bancos terão de assumir as perdas adicionais (...)

A verdadeira crise é que os bancos tinham esgotado a seu caixa para permanecerem líquidos, saldar os depositantes e outros projetos. Mesmo se o valor justo for suspenso, a crise continuará. (...) Se o problema foi apenas o valor justo contábil - como os bancos alegam -, então eles não precisariam de $ 700 bilhões (...) No entanto, mesmo com a suspensão da contabilidade a valor justo, eles ainda estão pedindo todo o dinheiro - esperando que sua conversa irá desviar as atenções do verdadeiro problema.


Banks want to shoot the messenger over fair value rules - Lynn Turner - 02/10/2008
Financial Times - Asia Ed1 - 15

Extintor ou gasolina?

Norris, em Mistakes Of the Past Live Again, The New York Times, 3/10/2008, questiona uma das medidas adotadas pelo governo Bush:

O aumento da garantia de depósitos em 1980 para 100 mil dólares, de 40 mil, fez os depositantes menos preocupados com a saúde de suas instituições (...) Aumentar para 250 mil dólares agora pode ter o mesmo efeito.

05 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Profecia

Quando liquidez desempenha um papel importante como nos tempos de crise financeira, os preços dos ativos em alguns mercados podem refletir a quantidade de liquidez disponível no mercado, em vez do potencial de ganho futuro do ativo. Contabilidade com marcação a mercado não é uma desejável forma de avaliar a solvência de uma instituição financeira em tais circunstâncias. Mostramos que um choque no setor dos seguros pode fazer com que o valor atual dos ativos dos bancos ser menor que o valor atual dos seus passivos então os bancos serão insolventes. Em contrapartida, caso seja utilizada a contabilidade a custo histórico, os bancos estão autorizados e podem continuar a responder pelo passivo futuro. Contabilidade a marcação de mercado pode, assim, levar ao contágio que não iria ocorrer com a contabilidade a custo histórico.

Franklin Allen e Elena Carletti, Mark-to-Market Accounting and Liquidity Pricing, 20 de Julho de 2006. Haresh Sapra, aqui, faz uma discussão sobre o assunto. Dica do Marginal Revolution

04 outubro 2008

Atlas do mundo real

A seguir um Atlas que representa a proporção de cada país do mundo:

1. Consumo de Álcool


2. Destino de Turistas



3. HIV



4. Imigrantes




5. Morte com Guerras de 1945 a 2002



6. Poder nuclear




7. Preço da residência ajustado pelo poder de compra



8. Riqueza per capita em 1900



9. Riqueza per capita em 2015



10. Ferrovias

03 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

O ator Russell Crowe (que fez o papel de Nash no cinema) teve uma idéia brilhante. Em lugar de gastar 700 bilhões de dólares, o governo dos Estados Unidos deveria dividir este valor entre os 300 milhões de habitantes. Isto daria para cada pessoa, segundo Crowe, 1 milhão de dólares.

“I was thinking,” Crowe said. Aqui Crowe has novel plan to cure financial crisis via NakedShorts

Rir é o melhor remédio

Observe a propaganda apelativa deste Fundo Hedge (via Bigpicture New Hedge Fund: Strategery Capital)

(Clique na figura para ver melhor)

SEC e Auditorias

Presidente da SEC reúne-se hoje com chefes de auditoria
Valor Econômico - 3/10/2008

O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais americano que vem sendo pressionado por bancos e legisladores para que afrouxe as normas contábeis tidas como responsáveis pelo agravamento da crise financeira, vai reunir-se com os presidentes das maiores firmas de auditoria. Duas pessoas a par do assunto disseram ontem que executivos da PricewaterhouseCoopers (PwC), KPMG, Deloitte & Touche e Ernst & Young vão reunir-se hoje com Christopher Cox. A discussão será concentrada numa exigência, apoiada pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, dos bancos reverem suas posições a cada trimestre e reportarem perdas se os valores caírem. A regra contábil do valor justo tornou-se um impasse enquanto o congresso americano avalia um plano de socorro de US$ 700 bilhões para as instituições financeiras americanas.

Uma carta enviada a Cox em 30 de setembro e assinada por 65 legisladores pede que ele suspenda a exigência "imediatamente", alegando que ela desencadeou remarcações para baixo que não refletem o valor dos ativos em estão nos balanços. "Em períodos de turbulência no mercado, as instituições financeiras são forçadas a reduzir o valor de ativos de longo prazo não negociados abaixo de seus verdadeiros valores econômicos", afirma a carta, assinada por 58 legisladores republicanos e sete democratas. As regras estão "enfraquecendo a capacidade dos bancos de fazer empréstimos aos consumidores e empresas", segundo a carta. O colapso do mercado hipotecário "subprime" levou a perdas e baixas contábeis de mais de US$ 587 bilhões para as instituições financeiras, segundo dados compilados pela Bloomberg. O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, está tentando conseguir junto ao congresso autoridade para aliviar a crise, comprando títulos lastreados em hipotecas e outros ativos problemáticos dos bancos. O senado americano aprovou ontem um plano de resgate que exigirá que a SEC analise se a regra contábil do valor justo desencadeou as falências bancárias. A medida por pouco não suspendeu as regras, reiterando que as autoridades reguladoras têm poder para fazer isso. A câmara dos representantes poderá votar a medida hoje. Os legisladores estão "tentando cobrir seus flancos sem destruir o sistema financeiro", disse ontem William Black, professor associado de economia e legislação da Universidade do Missouri em Kansas City, que apóia o uso da contabilidade do valor justo. "Eles estão tendo que adoçar algumas bocas para ampliar a coalizão e aprovar a lei." Bernanke disse no mês passado que conceder uma moratória à regra do valor justo tiraria do mercado a confiança de que as companhias estão confessando francamente suas dívidas. As firmas de contabilidade têm argumentos parecidos. Suspender as regras "vai apenas confundir o cenário econômico para os investidores e autoridades reguladoras, e poderá até mesmo plantar as sementes da próxima crise", diz Dennis Nally, presidente da PwC em uma carta que foi enviada na quarta-feira a todos os congressistas. A grande preocupação do setor de contabilidade "tem de ser a exposição ao litígio" , afirma Adam Pritchard, um ex-advogado da SEC que atualmente é professor da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan em Ann Arbor. "Quando eles aprovarem as avaliações a preços que não os de mercado, nos casos em que eles estiverem errados, os contadores serão processados porque seus clientes vão quebrar", disse ele. " Porta-vozes da PwC, KPMG, Ernst & Young e Deloitte não quiseram comentar ontem a reunião com Cox. Os presidentes da Grant Thornton, BDO Seidman, Crowe Horwath e McGladrey & Pullen também participarão do encontro. "A SEC continua reunindo-se com outras autoridades reguladoras, emissores, auditores e investidores para discutir o valor justo diante das condições atuais do mercado", disse na quarta-feira John Nester, porta-voz da SEC, que no entanto não quis fazer mais comentários. A contabilidade do valor justo exige que as companhias determinem o quando valem seus ativos com base no valor que elas poderiam vendê-los no mercado aberto. A SEC emitiu "esclarecimentos" em 30 de setembro que conclamam bancos e auditores a usar estimativas, como os fluxos de caixa projetado, para determinar o valor dos ativos quando a negociação no mercado ficar muito difícil. A SEC agiu depois que a American Bankers Association, uma associação de classe de Washington, manteve encontros com funcionários da SEC e fez lobby junto à agência para que ela dê mais flexibilidade às instituições financeiras na maneira como elas avaliam seus ativos. Gayle Hansen, um auditor da Erhardt Keefe Steiner and Hottman, de Denver, diz que a diretriz da SEC não estimula os contadores a esconder as baixas contábeis dos bancos porque o setor ainda carrega cicatrizes dos escândalos da Enron e da WorldCom, no começo da década. Investidores e legisladores "bateram muito nas firmas de contabilidade depois da Enron", diz Hansen. "Eles não querem se ver nessa posição novamente."

Links

1) IFRS 03 – Concentrações de atividades empresariais (ainda não regulamentado pelo cpc)

2) Um gráfico fantástico lembra a cronologia da crise

3) Finanças Pessoais: Quanto dinheiro necessitamos para viver?

4) A revista Life está de volta

5) Para comparar salários

Crise e Contabilidade

O número de textos sobre a contabilidade e a crise financeira é enorme. A seguir, um breve resumo de alguns destes textos:

Em termos contábeis, a crise financeira colocou a discussão do valor justo no foco das atenções. Em Pressure mounts for easing of fair value accounting standards, Jennifer Hughes, Ben Hall in Paris e Joanna Chung (1 October 2008 - Financial Times - USA Ed2 – 17) lembram que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, falou da possibilidade da Europa em flexibilizar as normas contábeis. David Cameron, lider da oposição conservadora da Inglaterra disse que as regras tornaram a crise pior. Robert Rubin, ex-secretário do tesouro dos Estados Unidos e atualmente do Citigroup diz que a contabilidade a valor justo piora os problemas do sistema financeiro e que não serve bem ao sistema.

Em outro texto, Sarkozy seeks more flexibility on accounting rules , Jennifer Hughes e Ben Hall (1 October 2008, Financial Times, London Ed1, 06) lembra que a posição de Sarkozy aparece depois da ajuda da França em evitar os problemas da Dexia, uma instituição belga-francesa. A França detém a liderança da comunidade européia até o final do ano. O texto cita Sam diPiazza, da PwC, empresa de auditoria, que afirmou que “os políticos estão acreditando numa resposta simples aqui e ela não existe”.

A posição de Sarkozy é detalhada em Sarkozy seeks EU-wide accounting rule change
(Ben Hall e Nikki Tait Brussels - 1 October 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - 04)

Justin Fox, da revista Time (aqui também) , destaca que a marcação a mercado tem suas raízes na revolução da eficiência do mercado na teoria de finanças na década de 1960. Acredita-se que os preços do mercado refletem a realidade econômica. Este pensamento é prevalecente na academia.

Em Clarification of accounting rule sparks debate ; At issue: Write-downs of asset values, Matt Krantz (do jornal popular USA Today - 1 October 2008 – FINAL - B.2) lembra que o valor justo representa o foco da crise financeira atual.

Anatole Kaletsky, 'Punish greedy bankers' is not a rescue plan (The Times, 1 October 2008 – 26) faz um apanhado interessante sobre a questão do resgate dos bancos em dificuldades. Ele lembra que o valor justo funciona bem em situações de bonança, mas com o mercado em crise, com elevada volatilidade, a marcação a mercado pode contribuir para o aumento dos problemas.

Williamson e Scannell, num texto para o Wall Street Journal , afirmam que críticos da proposta de mudança das regras contábeis lembram que as alterações são ilusórias e podem atrasar a resolução dos problemas que genuinamente causaram a crise. A vitória dos opositores a regra culminou com um “esclarecimento” da SEC e do FAsb quanto a questão contábil. Em situações onde o mercado não existe ou quando o ativo só será vendido em liquidação torna-se difícil aplicar o FAS 157

Jennifer Hughes em Fighting fit for fair value fray (1 October 2008 - Financial Times - London Ed1 – 22) faz um resumo da experiência profissional de Sir David Tweedie, o chairman do Iasb, considerado por um jornal como “o mais odiado contador da Inglaterra”.

A mesma Hughes, num texto opinativo denominado Mark to market (1 October 2008 - Financial Times - London Ed1 – 20) afirma que “argumentar que este sistema é responsável pela crise de falencias nos bancos é absurda”. Mas Hughes reconhece que talvez o valor justo possa ter exacerbado o problema.

A The Economist, em Fair Cop (aqui) lembra que a situação do valor justo é mais complexa na Europa e em outros territórios governados pelo Iasb. A SEC responde ao Congresso dos Estados Unidos. Mas e os países que adotam o Iasb? A revista lembra a posição de Sarkozy, de defende a proposta de suspender o valor justo. Seria o capítulo final do valor justo? A revista acredita que não e cita o exemplo da Wachovia, instituição financeira dos Estados Unidos, cujos problemas dos empréstimos são refletidos mesmos quando avaliados ao custo histórico.

Em Loosening of “Mark-to-Market” Accounting Rules Debated, o Riskmetrics lembra que o Center for Audit Quality, o Council of Institutional Investors e o CFA Institute—que representa os auditors, os investidores institucionais e os analistas financeiros – dizem contrários a alteração das regras. “Suspender o valor justo durante estes tempos de mudanças economicas pode retirar dos investidores informações críticas necessárias. Investidores tem o direito de conhecer o valor corrente de um investimento (…)”

Este texto do Seeking Alpha (SFAS 157: Accounting Rules Do Not Affect Cash Flows) lembra que contabilidade não afeta o fluxo de caixa. Ou seja, a questão do SFAS 157 talvez não seja relevante como se parece.

O Iasb, em IASB staff position on SEC-FASB clarification on fair value accounting (2 de outubro de 2008) não considera que a “clarification” promovida pela SEC/FASB não presenta uma emenda ao SFAS 157, mas um guia para situações de mercados inativos. O Iasb considerou isto consistente com o IAS 39.

David Leonhardt, em The Battle Over Mark-to-Market, confronta a posição de Bob McTeer, ex-presidente do Fed de Dallas, que defendeu a suspensao da marcação a mercado, e Barry Ritholz, do Big Picture.

O mesmo Leonhardt, em Some Mark-to-Market for Your Morning, faz um rápido apanhado de posições favoráveis e contrárias.

Marie Leone, da publicação CFO (Coming Very Soon: Fair Value Illustrated
e aqui , 1/10/2008) destaca a mudança do SFAS 157 para ativos ilíquidos. Neste texto, um membro do FASB afirma que a alteração não poderia enfatizar demais que os objetivos da norma foram alterados.

A questão da alteração do SFAS 157 está bastante detalhada em Strange Bedfellows: Fair Value and the Bailout Plan (aqui o mesmo texto) de David Katz e Tim Reason, da CFO. O texto não acrescenta muito ao que já foi dito sobre a alteração.

Mas é interessante notar que a página de notícias da AICPA e IFRS não apresenta atualização desde 26 de setembro de 2008. Falta de notícias ou medo de comprometer sobre o assunto? Vide a figura abaixo.

Impacto da Crise

Crise varre meio trilhão da Bolsa em 2008
Toni Sciarretta
FolhaNews - 2/10/2008

A crise nos mercados já levou R$ 513 bilhões em valor de mercado das empresas brasileiras na Bolsa em 2008, segundo estudo da consultoria Economática. Só a Vale e a Petrobras encolheram R$ 85 bilhões cada uma na Bolsa neste ano.

O estudo mostra ainda que o setor financeiro, que está no epicentro da crise global, perdeu R$ 95,8 bilhões em valor de mercado. Na pesquisa, a Economática avaliou os valores das ações de 326 empresas abertas.

Considerado um "retrato momentâneo do preço" de uma empresa caso fosse vendida, o valor de mercado resulta basicamente de duas forças que têm a ver com a expectativa de lucros futuros e com o quanto alguém está disposto a pagar por ela. Segundo Fernando Exel, presidente da Economática, a crise deu um golpe nesses dois vetores: diminui a expectativa de lucros e reduziu o dinheiro disponível do investidor. "O lucro das empresas vai cair porque espera-se um desaquecimento geral. E esse futuro mais magro aparece nas ações."

Para Armando Castelar, economista da Gávea Investimentos, a crise de crédito retirou um "combustível importante" para mover os preços na economia. A isso, afirmou Castelar, somou-se uma incerteza sobre o que de fato vai acontecer com a economia, o que aumenta uma espécie de "taxa de desconto" em que os lucros futuros das empresas são trazidos hoje a valor presente. "Com maior incerteza, a taxa de desconto desse lucro futuro também aumentou. As ações estão refletindo essas duas coisas: perspectivas negativas de lucro e a incerteza que significa descontar mais desse futuro", disse.

Para Álvaro Bandeira, presidente nacional da Apimec (Associação dos Analistas), as empresas brasileiras valem menos na Bolsa porque a conjuntura mudou para pior desde o ano passado. "Perdeu mesmo. Não estamos discutindo se esse é o valor real da companhia ou não. Esse é o valor que o mercado paga hoje. A gente pode discutir se a Petrobras vale mesmo R$ 344 bilhões, que o mercado está precificando, ou se tem um valor econômico que pode ser o dobro. Empiricamente, só com as novas reservas provadas [de petróleo] neste ano, a empresa vale mais. O mercado perde parâmetros nesses momentos."

Professor de contabilidade da Fipecafi, Alexandre Assaf Neto afirma que a crise provocou um "descolamento" ainda maior entre os valores econômicos -que representa o quanto a empresa gera de riqueza- e o de mercado das empresas.

Assaf lembra que esse descolamento sempre foi maior no Brasil porque a maioria das empresas não têm suas ações completamente pulverizadas, como nos EUA. Essa distorção faz o mercado embutir um desconto pelo prêmio de controle, que é a capacidade de o acionista interferir na gestão estratégica da empresa. Como exemplo, cita o caso da GM, que tem 94% de suas ações no mercado, e os papéis são muito negociados. "Quando o capital é mais diluído e o volume de negociação das ações é maior, esses valores tendem a se aproximar", disse.

Ricardo Martins, analista da Planner, não vê com alarde a perda de valor na Bolsa e lembra que, em 2007, os coordenadores dos IPOs [aberturas de capital] exploraram condições opostas de mercado para vender as ações pelo maior valor possível. "O mercado aceitou sem critério preços irreais. Hoje, a história é diferente."

Finanças Comportamentais é premiada no Ignobil

Lista completa:

Nutrição
Massimiliano Zampini da Universidade de Trento, Itália, e Charles Spence da Universidade Oxford, Reino Unido, por modificar eletronicamente o ruído de uma batata frita a fim de fazer com que a pessoa que a mastiga pensar que ela é mais crocante e fresca do que realmente é.

Paz
O Comitê Federal Suíço de Ética para Biotecnologia Não-Humana e os cidadãos suíços, por adotar o princípio legal de que plantas têm dignidade.

Arqueologia
Astolfo G. Mello Araujo e José Carlos Marcelino,da Universidade de São Paulo, por medir como o curso da história, ou pelo menos o conteúdo da escavação de um sítio arqueológico, pode ser remexido pelas ações de um tatu vivo.

Biologia
Marie-Christine Cadiergues, Christel Joubert e Michel Franc da Escola Veterinária de Toulouse, França, por descobrir que as pulgas que vivem em um cão podem saltar mais alto que as que moram em um gato.

Medicina
Dan Ariely, da Universidade Duke, EUA, por demonstrar que remédios inúteis caros funcionam melhor que remédios inúteis baratos.


Ciências Cognitivas
Toshiyuki Nakagaki, da Universidade de Hokkaido, Hiroyasu Yamada, Ryo Kobayashi da Universidade de Hiroshima, Atsushi Tero, Akio Ishiguro da Universidade de Tohoku, and Ágotá Tóth da Universidade de Szeged, na Hungria, por descobrir que gosma pode resolver quebra-cabeças.

Economia
Geoffrey Miller, Joshua Tybur e Brent Jordan da Universidade do Novo México (EUA) por descobrir que o ciclo de ovulação de uma stripper afeta a gorjeta que recebe.

Física
Dorian Raymer da Iniciativa Observatórios Oceânicos da Scripps, e Douglas Smith, da Universidade da Califórnia, San Diego, por provar matematicamente que montes de barbantes, cabelo ou qualquer outra coisa acabarão, inevitavelmente, emaranhados em nós.

Química
Sharee A. Umpierre da Universidade de Porto Rico, Joseph A. Hill dos Centros de Fertilidade de da Nova Inglaterra, Deborah J. Anderson da Escola de Medicina de Boston e da Faculdade de Medicina de Harvard, por descobrir que a Coca-Cola é um espermicida eficiente; e para Chuang-Ye Hong da Universidade Médica de Taipé, C.C. Shieh, P. Wu, e B.N. Chiang (todos de Tawian) por descobrir que, na verdade, não é.

Literatura
David Sims da Escola de Administração de Negócios Cass, Inglaterra, por ter redigido o estudo You Bastard: A Narrative Exploration of the Experience of Indignation within Organizations (Seu Filho da Mãe: Uma Exploração Narrativa da Indignação Dentro das Organizações).

Brasil ganha o Ignobel: Estudo sobre tatus e sítios arqueológicos

Elo entre tatu e arqueologia dá IgNobel ao Brasil

Prêmio antecede Nobel e é concedido a estudos, como o de dupla paulista, ?que 1.º fazem rir e, depois, pensar?

Carlos Orsi

Um estudo sobre os danos provocados por tatus a sítios arqueológicos rendeu aos brasileiros Astolfo Mello Araujo e José Carlos Marcelino um prêmio IgNobel, uma paródia do Nobel concedida anualmente pela revista americana Annals of Improbable Research (Anais da Pesquisa Improvável) a trabalhos científicos "que primeiro fazem rir e, depois, pensar". "Creio que se trata do primeiro IgNobel do Brasil (o prêmio está na 18ª edição)", disse Marc Abrahams, editor da Annals e mestre-de-cerimônias da festa de premiação, realizada na noite de ontem na cidade de Cambridge, nos Estados Unidos. "Toda a nação vai sair às ruas em desfiles e festas por causa disso, certo?"

Abrahams provavelmente vai se decepcionar com a reação do povo brasileiro, mas Araujo, ao menos, gostaria de estar presente para receber o prêmio. "Pelo que me falaram é muito divertido. Você pode até mesmo dar uma curta palestra sobre o seu trabalho no MIT (Instituto Tecnológico de Massachusetts), o que, convenhamos, não é pouca coisa", afirma. "Infelizmente, já gastei todo o meu financiamento acadêmico deste ano indo para a Espanha e a Irlanda."

Em nota encaminhada à organização do IgNobel, os dois autores agradecem: "Já que não existe um Nobel para arqueologia, o IgNobel sempre é bem-vindo!", dizem.

Publicado em março de 2003 pela revista especializada Geoarchaeology, o estudo dos brasileiros foi realizado com tatus no Zoológico de São Paulo, quando Araujo era funcionário da Prefeitura. Lá, foi criado um falso sítio arqueológico. "Qualquer arqueólogo minimamente observador percebe, ao longo de sua carreira, que tatus são um problema real", diz Araujo. "Eu percebi isso ao trabalhar em várias partes do Brasil. Lembro-me especialmente de ter visto belos e grandes fragmentos de cerâmica indígena serem ejetados de um buraco de tatu, quando trabalhei no Xingu."

Entre outras coisas, os animais podem misturar artefatos, carregando peças de um nível do sítio para outro. "Não há números a respeito e, na verdade, nosso trabalho é único, por incrível que pareça", diz o arqueólogo, que atualmente trabalha em escavações em Minas e dá aulas na Universidade de São Paulo (USP). "Nenhum arqueólogo tinha se debruçado sobre o tema."

Araujo diz ter recebido a notícia de que ganhara um IgNobel com tranqüilidade: "O Marc Abrahams, que é o coordenador do prêmio, entrou em contato. Parecem ser pessoas bem legais. Sondam primeiro para ver se o laureado não vai se ofender. O processo é todo bem amigável." Ele não espera um impacto do IgNobel em sua carreira. "O prêmio foi uma coisa divertida. Achei uma pena não poder ter ido à festa, mas realmente não muda nada. Se ainda eles premiassem com dinheiro, como o Nobel", lamenta.

Previsão para o Nobel de Economia

A THONSOM Reuters fez uma pesquisa para saber quais os favoritos ao Nobel de Economia deste ano. Esperava o nome de Paul Krugman (pelos acertos em suas previsões) mas a preferência é a seguinte:
Em Econometria, Lars Hansen (Chicago), Sargent (NY University) e C. Sims (Princeton)
Em economia pública, Martin Feldstein, da Harvard.
Em direito de propriedade e teoria da firma, A. Alchian e Demsetz (Califórnia)
Outros citados em anos anteriores e que estariam no páreo:
ROBERT J. BARRO; EUGENE F. FAMA; KENNETH R. FRENCH; PAUL MICHEAL ROMER; RICHARD H. THALER; JAGDISH N. BHAGWATI; AVINASH K. DIXIT ; PAUL KRUGMAN; DALE W. JORGENSON; OLIVER D. HART; BENGT R. HOLMSTROM; OLIVER E. WILLIAMSON; ELHANAN HELPMAN; GENE M. GROSSMAN; JEAN TIROLE; ROBERT B. WILSON e PAUL R. MILGROM

Fonte: Aqui

Percepção da corrupção


O gráfico mostra a percepção de corrupção em diversos países do mundo. Países pequenos e ricos são menos corruptos, sendo a Transparência Internacional. O índice melhorou para Geórgia, Nigéria, Coréia do Sul e Turquia. Mas o Brasil continua na 80ª. posição.

Fonte: aqui

Previsão pelo Mercado

Atualmente o assunto de previsão através de mercado tem sido de meu interesse. Em Manipulation in Political Prediction Markets, JUSTIN WOLFERS comenta a notícia de que o mercado de previsão tem sido manipulado no que diz respeito a projeção do próximo presidente dos Estados Unidos. Mesmo com a manipulação, o uso do mercado, como instrumento de previsão, tem apresentado resultados surpreendentes, conforme Wolfers.

Gráfico Fantastico

O gráfico a seguir parece gráfico de torneio de tênis (clique na figura para visualizar melhor), onde os jogadores são eliminados a cada disputa, até sobrar os dois jogadores que irão fazer a final. Entretanto, em lugar de jogadores o gráfico mostra instituições financeiras que foram compradas por outras. Quem sobrará?


Fonte: Aqui