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01 fevereiro 2022

Valor da Coca-Cola e a Sustentabilidade

Rajgopal, em um artigo para Forbes, faz um cálculo importante sobre qual o valor do acionista da Coca-Cola. Com um valor de mercado de 235 bilhões de dólares no momento do cálculo, pode-se somar a este valor as empresas privadas associadas à Coca-Cola. Assim, a empresa teria um valor total de mercado em torno de 300 bilhões.

Em um mundo com uma longa preocupação com a sustentabilidade, a empresa de consumo não é um bom exemplo e recomendação para investir. Além de contribuir com a poluição, em razão dos restos de produtos que são lançados na natureza, a Coca-Cola também é responsável pela redução da qualidade de vida dos consumidores, já que seus produtos não são realmente saudáveis. Assim, o impacto da Coca-Cola não entra neste valor de mercado e Rajgopal tenta fazer uma estimativa.

Para isto é necessário identificar as externalidades negativas da empresa, o seu custo social. O autor foca na emissão de carbono, no uso de água, nos produtos não reciclados e nos custos incrementais pelo consumo dos seus produtos. Todos estes itens precisam ser mensurados.

Carbono – usando uma estimativa de US$100 por tonelada de carbono emitido e considerando 53 milhões de toneladas anuais, uma taxa de desconto de 5%, tem-se um valor de US$106 bilhões: (53 x 100 / 0.05).

Água – usando as estimativas de uso de água nas terras agrícolas que fabricam açúcar para as bebidas da empresa e novamente uma taxa de 5%, o autor chega a um valor de 60 bilhões.

Garrafas plásticas – isto é bem difícil e a estimativa do autor é de um custo social de 50 bilhões

Custo de saúde – que inclui os custos incrementais em razão da diabete, provocada pelo consumo dos produtos da Coca-Cola, com um valor de 168 bilhões.

Somando temos 384 bilhões, que o autor acrescentou um gasto pelo lobby da empresa de 2 bilhões (o valor é tão pequeno que não aparece no gráfico abaixo), totalizando 386 bilhões.

Recomendo a leitura das notas do texto para uma explicação mais detalhada do cálculo. Um ponto importante é que o autor obteve os valores a partir dos relatos que são divulgados.



Previsão do futuro e Café


Para os amantes do café, eis um aplicativo interessante, que usa uma tradição oriental de leitura do futuro a partir da borra do produto. Eis um resumo do que se trata:

Todos os dias, mais de um milhão de usuários do Faladdin enviam fotos de suas moagens de xícaras de café, e a equipe de Taşdelen fornece "leituras" personalizadas em 15 minutos. Dessas leituras, 700.000 estão em turco, 200.000 em árabe e 100.000 em inglês. Com sua publicidade extravagante e reivindicações bombásticas, o aplicativo certamente está pronto para zombaria. No entanto, desde o seu lançamento no início de 2017, mais de 20 milhões de pessoas, principalmente da Turquia e do Golfo Pérsico, baixaram Faladdin.

Parece brincadeira, mas não é. Um milhão de leituras por dia é bastante razoável, não? A empresa possui uma receita com anúncios, que ajuda a bancar 30 funcionários, com planos de expansão. 

Será que um contador pode usar os serviços da empresa para fazer seu teste de impairment? Chute por chute, o do café parece mais razoável ...

Rir é o melhor remédio

 

Só tem uma forma do pedido ser realizado

31 janeiro 2022

Cinco Motivos para ter Orgulho da Contabilidade

Em uma roda de amigos, você precisa de argumentos para vangloriar da profissão que escolheu. Ou então, você comunica aos seus pais a escolha da profissão e eles não entendem. Em um encontro, você diz o que faz e precisa mostrar que isto pode ser importante. Bom, depois de alguns poucos anos na profissão (afinal, nem todo mundo me conhece) eu fiz uma lista de argumentos para que você possa se orgulhar de trabalhar com contabilidade. 

Eis a minha lista dos CINCO MOTIVOS PARA TER ORGULHO DE TRABALHAR COM CONTABILIDADE:

1. O primeiro nome que os historiadores conhecem, ou seja, o nome que está no registro mais antigo já encontrado, é de um contador. Apareceu em uma relíquia arqueológica, encontrada na cidade de Uruk. Há uma registro de cevada recebido por Kushim, que é o primeiro nome da história que conhecemos. Não é um general ou um rei. Mas é um contador. Aproveite e cite que isto está no livro Sapiens, de Hariri. 

2. Se você tivesse que citar os dois maiores escritores da língua portuguesa, quem você citaria? A lista pode ser controversa, mas provavelmente Machado de Assis e Fernando Pessoa seriam lembrados. Sabe o que eles possuem em comum? Ambos trabalharam com contabilidade. Machado de Assis trabalhou no Ministério de Obras e Viação e foi responsável pelas contas públicas da repartição. Há trabalhos que mostram este fato. Fernando Pessoa chegou a ser editor de um periódico de contabilidade. 

3. Já que estamos falando de pessoas conhecidas, durante muito tempo a contabilidade foi um porto seguro para artistas que não sabiam o que desejavam da vida. No Brasil há uma extensa relação de pessoas que estudaram contabilidade, inclusive fizeram o curso de técnico em contabilidade: Milton Nascimento, Paulinho da Viola e Zico. Está bom, pois a lista é grande. Lá fora também temos artistas como Mick Jagger, Kenny G ou John Grisham. 

4. A contabilidade foi um dos fatores responsáveis pela expansão do capitalismo. No livro A Mensuração da Realidade, Crosby aponta três fatores responsáveis pela quantificação da sociedade ocidental, no período anterior à revolução industrial: a pintura, a música e a contabilidade. O economista político Sombart, que viveu entre 1863 e 1941 destacou o papel da contabilidade no processo do surgimento e consolidação do capitalismo. E Sombart não foi o único a fazer esta ligação. 

5. Há uma ligação entre a boa contabilidade e o desenvolvimento de um país. Segundo as palavras de Soll, no livro The Reckoning, "se há alguma lição histórica a ser aprendida aqui, é que as sociedades que conseguiram aproveitar a contabilidade como parte da sua cultura geral, floresceram". As evidências mostram que levar a contabilidade a sério permitiu que a Grécia, Roma, as cidades italianas, Holanda, entre outras civilizações, pudessem aproveitar melhor seus recursos e desenvolver. Quando não fizeram, a ruína chegou rápido. 

Com estes cinco argumentos é impossível que as pessoas não respeitem sua escolha. E certamente irão entender o motivo do seu orgulho. Use e abuse. Eis a cola:



Mais um capítulo na fraude HP Autonomy


A distância temporal entre as notícias de um escândalo contábil e o seu término parece muito longa. Na última semana, um destes casos ter mais um capítulo adicionado: o caso HP Autonomy. 

Recapitulando em poucas palavras: a empresa HP resolveu adquirir a empresa de software Autonomy diante dos números que foram apresentados. Após o processo, a HP descobriu que muitos valores eram manipulados. A HP entrou na justiça, processando o empresário Mike Lynch (foto). Isto ocorreu em 2011. 

As notícias de agora dizem respeito ao processo de fraude que a HP moveu contra Lynch. O empresário perdeu a ação, segundo o julgamento de um Tribunal britânico. A HP queria um valor de 5 bilhões de dólares por danos, mas obteve um valor menor. Em 2011, Lynch ganhou 800 milhões pela venda e alegava que a HP geriu de maneira inadequada a Autonomy. Mas a justiça entendeu que realmente ocorreu manipulação nos números passados da receita da empresa, incluíndo resultado negativo na venda de software.

Links

Telefones que menos perdem valor de mercado após um ano de uso: iPhone, cerca de 1/3 do valor

Tesla aumentou a receita e obteve um lucro - mais ainda sob desconfiança (gráfico)

A censura do algoritmo - Vale do Silício acabou admitindo que estava de fato censurando ativamente as vozes que estão fora do consenso convencional


Transição energética - para emissão zero - precisará de 9 trilhões de investimentos anuais ou 1/10 do valor do PIB, segundo estimativa da McKinsey - o texto tem uma crítica para estimativa e para o objetivo de emissão zero. 

Rir é o melhor remédio

 

Na loja de produtos mágicos, uma venda ruim. 

30 janeiro 2022

Crises Financeiras são Previsíveis

 Pesquisadores de Harvard mostram que crises financeiras são previsíveis, o que contraria o senso comum. Eles mostraram que , em dois setores distintos da economia,  a combinação de rápido crescimento do crédito e de ganhos nos preços dos ativos durante os três anos anteriores está associada a uma probabilidade de 40% de entrar numa crise financeira nos próximos três anos. Isso é importante, pois motiva a adoção de políticas macro-prudenciais que evitem esses ciclos de expansão e crise.


Resumo:

Using  historical  data on  post-war  financial  crises around  the world,  we show  that  crises are substantially  predictable.  The  combination of  rapid credit  and asset  price  growth over  the  prior three  years,  whether  in the  nonfinancial  business  or  the  household  sector,  is associated  with  about a  40%  probability of  entering a  financial  crisis  within the  next  three  years.  This  compares  with  a roughly 7%  probability  in normal  times, when  neither  credit  nor  asset  price  growth has  been elevated.  Our  evidence cuts against  the view  that  financial  crises are unpredictable  “bolts from  the sky”  and points  toward the  Kindleberger-Minsky  view  that  crises are the byproduct  of  predictable, boom-bust  credit  cycles.  The  predictability we  document  favors  macro-financial policies  that  “lean against  the  wind”  of  credit  market  booms. 


Greenwood, Robin, Samuel G. Hanson, Andrei Shleifer, and Jakob Ahm Sørensen. "Predictable Financial Crises."  Journal of Finance.2022





História da Contabilidade: Registro Profissional nos anos 40 mostra o domínio da profissão

O curso de contabilidade é um dos mais procurados nos dias de hoje no Brasil. Mas há oitenta anos o profissional com diploma de contador também era bastante demandado. Eis uma estatística de registro de diploma no Ministério da Educação e Saúde:

Fonte: Anuário Estatístico do Distrito Federal, ano 1941, edição 9

Quando a estatística é apresentada de forma mais detalhada temos 1.343 como contador e 140 como guarda-livro, sendo que estes números estão relacionados somente com o ensino comercial. Era uma profissão tipicamente masculina, já que 87% dos diplomas registrados do ensino comercial eram homens. Existia também uma concentração regional, com 44% dos números originários de São Paulo, 24% do Distrito Federal (a cidade do Rio de Janeiro), 8,3% do Rio Grande do Sul e 5,7% em Minas Gerais. 

O predomínio do registro de contador no Ministério é tamanho que alguns anos depois, entre 1949 e 1953, a profissão ainda detinha o título de maior número de registro. O Anuário - que a Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional registra como sendo de 1949 (1) - traz a seguinte estatística:

Os dados dizem respeito ao ano de 1949, 1950, 1951, 1952 e 1953, nesta ordem. 

Para fins comparativos, o total destes anos: 11.259, 11.825, 16.409, 16.886 e 18.915. Veja que o percentual de registro de guarda-livros e técnico evoluiu da seguinte forma: 33% em 1949 e 40% em 1953. Isto mesmo: quarenta por cento dos registros eram de guarda-livros e técnico. Éramos um país do técnico em contabilidade.     


29 janeiro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Muita diversão para fazer esta mensagem fake. (1) notem que a bateria está acabando e o sinal da rede está baixo (2) a fotografia é de Ponzi, um picareta famoso (3) Espoir Inutile é francês ou "esperança inútil" (4) o empresário, quando falou em "segunda opinião" obviamente pensava em contratar outro auditor e não ter mais esta notícia ruim. 

Livremente inspirado em:



28 janeiro 2022

Custo do voo espacial


(Clique na imagem para ver melhor)

Em 21 de dezembro de 2021, o foguete Falcon 9 da SpaceX lançou uma cápsula de carga para entregar suprimentos e presentes de Natal aos astronautas na Estação Espacial Internacional.

Apenas oito minutos após a decolagem, o primeiro estágio do foguete retornou à Terra, aterrissando em um dos navios drones da SpaceX no Oceano Atlântico. Isso marcou o 100o pouso bem-sucedido da empresa.

Como outras empresas, como a Blue Origin de Jeff Bezos e a Ball Aerospace, a SpaceX está projetando e construindo naves espaciais inovadoras que estão acelerando o transporte espacial, tornando-o mais rotineiro e acessível. Mas quanto custa lançar um foguete de carga no espaço e como esse custo mudou ao longo dos anos?

No gráfico acima, examinamos o custo por quilograma para lançamentos espacial em todo o mundo desde 1960, com base em dados do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

A corrida espacial

O século 20 foi marcado pela competição entre dois adversários da Guerra Fria, a União Soviética (URSS) e os Estados Unidos, para alcançar uma capacidade superior de voo espacial.

A corrida espacial levou a grandes avanços tecnológicos, mas essas inovações tiveram um custo alto. Por exemplo, durante a década de 1960, a NASA gastou US $ 28 bilhões para levar os astronautas na lua, um custo hoje equivalente a cerca de US $ 288 bilhões em dólares ajustados pela inflação.

Nas últimas duas décadas, as empresas de startups espaciais demonstraram que podem competir contra empreiteiros aeroespaciais pesados como Boeing e Lockheed Martin. Hoje, o lançamento de um foguete SpaceX pode ser 97% mais barato que o custo de uma viagem russa na Soyuz nos anos 60.

A chave para aumentar a eficiência de custos?

Os reforços de foguetes SpaceX geralmente retornam à Terra em boas condições para poderem ser reformados, o que economiza dinheiro e ajuda a empresa a reduzir os preços dos concorrentes.

Turismo espacial

Embora a concorrência tenha reduzido os preços dos voos de carga, o transporte espacial humano ainda é caro.

Nos últimos 60 anos, cerca de 600 pessoas voaram para o espaço, e a grande maioria delas foi astronauta do governo.

Para uma viagem suborbital no SpaceShipTwo da Virgin Galactic e no New Shepard da Blue Origin, os assentos normalmente custam de US $ 250.000 a US $ 500.000. Voos além disso para órbita real - uma altitude muito maior - são muito mais caro, alcançando mais de US $ 50 milhões por assento.

O futuro do vôo espacial

Em um folheto da SpaceX, o diretor, Benji Reed, disse: “Queremos tornar a vida multi-planetária, e isso significa colocar milhões de pessoas no espaço."

Isso ainda pode parecer um exagero para a maioria das pessoas. Mas, dado o custo decrescente dos vôos espaciais nas últimas duas décadas, talvez o céu não vai seja o limite em um futuro próximo.

Fonte: Visual Capitalist

Amigo secreto dos blogueiros


Finalmente a brincadeira anual do amigo secreto aconteceu. O livro digital foi a escolha preferida, embora tenhamos tido livros físicos. O resultado final foi o seguinte:

Cláudia => Sandro => Vladmir => César => Alexandre => Poliana => Felipe => Orleans => Cláudia. 

No meu caso, recebi o livro digital The Family Firm, de Emily Oster. O meu amigo solicitou Ruído. 

O interessante é que o livro digital pode ser encaminhado de forma anônima, o que torna a brincadeira mais misteriosa. Na foto, no sentido horário: Poliana, Sandro, eu, Orleans, Felipe, Alexandre e Cláudia. 

Rir é o melhor remédio

 

senha óbvia

27 janeiro 2022

Novos membros do ISSB

Após a nomeação do chairman do ISSB, o francês Emmanuel Faber, a Fundação IFRS anunciou a nomeação de Sue Lloyd (foto) para ocupar o cargo de vice-presidente na nova entidade. 

Lloyd é uma figura muito conhecida na área contábil, atuando na Fundação desde 2014. Atualmente é vice-presidente do Iasb e presidente do comitê de interpretações. Além dela, a Fundação anunciou Janine Guillot como assessora especial da presidência da ISSB. Guillot é originária da VRF, uma entidade que atua na área de sustentabilidade e que será absolvida pela ISSB. 

O mandato de Lloyd será de quatro anos. Naturalmente que ainda faltam os demais membros 

Steinhoff luta para sobreviver

A empresa Steinhoff, com sede na África do Sul, está lutando para sobreviver. No centro de um escândalo contábil, que tratamos no blog diversas vezes (aqui) ou como estudo de caso no livro Curso Prático de Contabilidade (co-autoria com Fernanda Fernandes Rodrigues), a empresa fez aquisições erradas, provavelmente vítima de executivos que tomaram decisões contrárias ao interesse dos acionistas. 

Em 2021 a empresa conseguiu recursos de seguros, pouco para o tamanho do problema. Mas ano novo, vida nova e a empresa começou a pagar investidores que foram lesionados com o escândalo contábil. A conta é de 1,4 bilhão de euros. Parece muito, mas o total de solicitações de indenizações chega a 8 bilhões. 

Transcrevo a seguir uma postagem que resume os problemas da empresa:

Steinhoff International talvez seja uma empresa desconhecida de muitos brasileiros. Mas com mais de 90 mil empregados, segundo dados de 2015, a empresa atua no ramo de comércio de mobiliário e produtos para casa, com operação na Europa, África, Ásia, Estados Unidos e Nova Zelândia.

Originalmente é uma empresa alemã, fundada em 1964. Em 1997, a Steinhoff comprou parte de uma empresa da África do Sul e terminou por mudar sua sede, atraída pelos baixos custos de produção. Também tornou-se uma empresa com ações negociadas na bolsa de Joanesburgo. Na década seguinte, a empresa comprou a empresa Conforama, com atuação em diversos países da Europa e mais de 200 lojas. Em dezembro de 2015 passou a ter ações negociadas na bolsa de Frankfurt, embora a gestão continuasse na África.

Sua atuação cobre mais de 30 países, 40 marcas, com uma forte presença na Europa. No dia 8 de dezembro a empresa informou que estava cancelando uma reunião anual com banqueiros em Londres, originalmente marcada para esta segunda, reprogramando para o dia 19 de dezembro. Dois dias antes, no dia 6 de dezembro, seu principal executivo tinha renunciado ao cargo depois que a empresa anunciou irregularidades contábeis. Além disto, a empresa informou que estava adiando a divulgação dos relatórios contábeis.

Na quinta, a empresa também anunciou que estaria vendendo algumas unidades, o mais rápido possível, para manter sua liquidez, em um comunicado dúbio. O mercado acionário reagiu a falta de transparência e a possibilidade de grandes perdas em razão das irregularidades contábeis. Em junho as ações da empresa eram negociadas a 5 euros. Em agosto, diante da notícia que promotores alemães estariam investigando a empresa por inflar receitas de suas subsidiárias, a ações começaram a cair, chegando a 3 euros no início da semana passada. Na quarta, diante da confirmação das irregularidades contábeis, as ações caíram para 1 euro, chegando a 0,47 euros na sexta. Em termos de valor de mercado, a queda foi de 18 bilhões de euros para 2 bilhões de euros entre junho e agora.

A figura abaixo mostra o comportamento dos bônus da empresa.


Os problemas da empresa parecem envolver empresas de executivos e certas parcerias que o grupo assumiu que comprometeu o fluxo de caixa para os acionistas. A empresa de auditoria responsável pelas contas da Steinhoff é a Deloitte e as autoridades da África do Sul já solicitaram uma investigação para entender a responsabilidade da Big Four.

Regulador na mídia social


Parece que a relação entre regulação e mídia social começa a ser objeto de interesse para a contabilidade. Eis uma pesquisa: 

This paper presents the first evidence of the effect of financial regulators’ social media use on corporate and individual behavior. Using the staggered launch of U.S. Securities and Exchange Commission (SEC) regional offices’ Twitter accounts, I find that financial regulators’ presence on social media reduces opportunistic insider trading, customer complaints against investment advisers, and financial misreporting. Additional tests suggest that the salience and dissemination of regional offices’ enforcement activities via Twitter play a role. The deterrence effect of SEC regional offices’ Twitter use is concentrated among offices with more followers, firms with more retail investors, and advisers with more retail clients. I also show that investors react more strongly to enforcement actions after the enforced firm’s regional office initiates Twitter use. Taken together, the results suggest that financial regulators’ use of social media helps deter misconduct. 


Outro texto, analisa o caso específico de Musk

Rir é o melhor remédio

 

Criatividade, com um velho tema

26 janeiro 2022

Bandeira como ativo - parte 2


Em 2020, em postagem no blog, comentamos sobre a possibilidade de uma bandeira ser um ativo. 

A bandeira de um país ou de um povo pode ser considerada um ativo? Talvez falte aqui a característica da geração de riqueza. Se eu uso uma bandeira, não irei pagar royalties pelos lucros obtidos. Bem, há uma exceção, pelo menos: a bandeira dos aborígines da Austrália. 

Esta bandeira foi criada por Harold Thomas, em 1971, e tornou-se o símbolo dos povos aborígenes. Mas Thomas registrou sua criação e cobra royalties pelo seu uso (cerca de 20% [de quê, o texto não diz]). Assim, para Thomas, a bandeira pode ser considerada uma ativo.

Agora a notícia que o governo da Austrália negociou com Harold Thomas a aquisição dos direitos da bandeira e irá permitir que as pessoas utilizem a mesma sem a necessidade de efetuar nenhum pagamento.