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29 setembro 2020

Uma preocupação relevante


Os reguladores estão sempre preocupados em preencher a qualidade questionável de algumas normas pedindo que as empresas apresentem mais informações. É raro ver uma preocupação com o excesso de informação. Mas um documento do Securities and Markets Stakeholder Group, de 14 de setembro deste ano, chama a atenção para explorar a sinergia (nunca gostei desta palavra) entre diferentes peças da legislação. Isto inclui os relatórios de evidenciação sustentável. Em um determinado trecho o SMSG diz que uma grande preocupação é com a "sobrecarga de informação". 

A frase In der Beschränkung zeigt sich der Meister foi usada no documento. 

Doação e sua contabilização: novas regras do Fasb


O Fasb, entidade que emite normas contábeis nos Estados Unidos, está atualizando a forma de evidenciar uma doação não financeira:

A atualização exige que uma organização sem fins lucrativos mostre os ativos não financeiros doados como um item de linha separado na demonstração de atividades, à parte das contribuições em dinheiro ou outros ativos financeiros.

As organizações sem fins lucrativos também precisarão divulgar os ativos não financeiros doados reconhecidos na demonstração de atividades desagregada por categoria que descreve o tipo de ativos não financeiros doados.

Para cada categoria reconhecida dos ativos não financeiros doados, as organizações sem fins lucrativos também precisam divulgar informações qualitativas sobre se os ativos não financeiros contribuídos foram monetizados ou usados ​​durante o período de relatório. Se tiver sido usado, eles precisam fornecer uma descrição dos programas ou outras atividades em que esses ativos foram usados. As organizações sem fins lucrativos também precisam fornecer sua política (se houver) sobre monetização, em oposição à utilização de ativos não financeiros contribuídos. Eles também precisam incluir uma descrição de quaisquer restrições impostas pelo doador associadas aos ativos não financeiros contribuídos.

Rir é o melhor remédio

 

Professor

28 setembro 2020

Os truques usados por Trump



Ainda sobre Trump, a postagem do Dnyuz faz uma análise bem interessante sobre as revelações dos registros fiscais do presidente dos Estados Unidos. Enquanto Obama e Bush pagaram mais de 100 mil dólares por ano de tributos, Trump dirige um governo que ele contribuiu muito menos com a receita do imposto de renda. 

O site esclarece como Trump conseguiu isto. Com mais de 500 empresas, Trump não consegue gerar lucro em muitos dos empreendimentos. O prejuízo obtido em vários deles permite descontar o valor a ser pago de imposto de renda. O Hotel em Washington teve prejuízos de 55 milhões desde 2016. Os campos de golfe geraram perdas de mais de 300 milhões desde 2000. Algumas das perdas são reais, mas parece que em alguns momentos a vida do empresário foi salva pelo O Aprendiz, programa de televisão comandado por ele, e pela presidência, que gerou ganhos. 

Mas esta não é a única estratégia de Trump. Outra é considerar gastos pessoais como despesas operacionais de suas empresas. É o caso dos 70 mil dólares pagos para o cabelo no O Aprendiz. Ou as despesas de sua propriedade nem Westchester. 

Há casos estranhos que estão sob investigação e que podem ser glosados. Sua filha, Ivanka, recebeu como consultora da Trump Organization, onde é executiva. Uma elevada restituição de tributos obtida por ele ainda está em discussão. 

Para finalizar, as informações parecem indicar que Trump talvez ainda não tenha a sua vida financeira resolvida. Há diversas hipotecas não pagas de imóveis. Somente na Trump Tower isto significa 100 milhões que devem vencer em 2022. Alguns dos negócios que renderam dinheiro com ele na previdência, como o resort, não estão bem. E a briga com a receita tem um valor de 100 milhões. Apesar de ser ainda bilionário, as suas dívidas seriam de 421 milhões de dólares, com vencimento em quatro anos. 

Imposto de Renda de Trump


Há anos, o presidente dos Estados Unidos, Trump, nega a cumprir uma tradição dos políticos dos Estados Unidos: evidenciar o seu imposto de renda (aqui, aqui e aqui, por exemplo). Este dilema dura anos. Mas ontem o jornal New York Times divulgou o que seria a declaração do presidente Trump. A reportagem foi publicada no Brasil pelo Estado de S Paulo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pagou apenas US$ 750 em impostos federais em 2016, ano em que ganhou as eleições presidenciais, e não fez contribuição nenhuma em 10 dos 15 anos anteriores, diz uma investigação do jornal The New York Times publicada neste domingo, 27, sobre mais de 20 anos de declarações fiscais do mandatário. Trump negou as acusações.

Este tem sido o destaque dos sites de negócios nesta segunda. Uma das histórias ocorreu quando Trump, ainda não candidato ou presidente, criticou Obama por pagar só 20% de imposto. Há especulação de que Trump estaria quebrado, o que seria um golpe na sua fama de empresário de sucesso. Até celebridades apareceram para especular sobre o assunto.

Uma das razões para Trump pagar uma quantia irrisória de imposto seria os prejuízos que teve em certos negócios. Não deixa de ser irônico que a notícia do jornal saiu junto com uma pesquisa eleitoral, realizada junto aos contadores, que mostra que este profissional estaria apoiando o atual presidente. 

Discute se isto teria algum impacto político nas eleições. Talvez não, mas explorar que Trump gastou 70 mil dólares com seu cabelereiro quando estava no programa The Apprentice pode gerar desconforto. 

Rir é o melhor remédio

 

Relógio do Supermercado

27 setembro 2020

Limites

 Gosto muito dos quadrinhos de Grant Snider. O último é Limites:


Bom domingo para todos.

Como o comportamento é moldado pelo que esperamos


Tim Harford escreveu recentemente alguns textos interessantes sobre os nossos tempos. Um deles, uma coluna sobre estatística e mentira, começa com Harford falando de 1954, um ano considerado emblemático para ele. Neste ano foi publicado o livro How to Lie with Statitics, de Huff (muito bom, vale a pena sua leitura), onde o autor mostra como podemos usar a estatística para enganar os outros. Mas também foi ano em que Richard Doll e Austin Bradford Hill publicaram um artigo sobre as primeiras evidências da existência de associação entre o câncer do pulmão e o hábito de fumar. 

Se Huff desbanca a estatística, Doll e Hill usaram para uma pesquisa sobre a saúde do ser humano. Harford afirma que (1) os números são importantes (2) não considere os números como uma garantia (questione sempre sua origem) (3) mesmo os especialistas, veem o que eles querem ver (4) o melhor é combinar estatística com experiência pessoal e (5) tudo pode ser polarizado (a indústria do fumo mostrou isto, mesmo após as pesquisas científicas mostrarem o contrário). 

Tudo isto é válido para o cenário atual. Eis um trecho que mostra como o comportamento é relevante:

Jonas Olofsson, um psicólogo que estuda nossas percepções do olfato, uma vez me contou sobre um experimento clássico no campo. Os pesquisadores deram às pessoas um cheiro e perguntaram como reagiam a ele. Em alguns casos, os sujeitos  do experimento foram informados: “Este é o aroma de um queijo gourmet”. Outros foram informados: “Este é o cheiro do sovaco”. Na verdade, o perfume era ambos: uma molécula aromática presente tanto no queijo líquido quanto nas partes do corpo. Mas as reações de deleite ou repulsa foram moldadas dramaticamente pelo que as pessoas esperavam.

26 setembro 2020

Corrida por um padrão de sustentabilidade

 


Recentemente postamos que existe um grande número de propostas sendo estudadas para produzir um padrão que traduza a "sustentabilidade". Eis uma notícia publicada no IasbPlus, da empresa de auditoria Deloitte (IFAC calls for IASB sister board for setting global sustainability standards, 11 set 2020):

A IFAC pede que a Fundação IFRS crie um International Sustainability Standards Board (ISSB). Este novo Conselho poderia alavancar a independência e o sucesso da governança IFRS para desenvolver padrões globais e racionalizar o ecossistema fragmentado atual. Tal como acontece com o IASB, o apoio claro de instituições globais como a IOSCO e o financiamento adequado seriam essenciais para o sucesso. De acordo com a estrutura que a IFAC prevê, o IASB permaneceria focado nos padrões de relatórios financeiros e se combinaria com o ISSB para evitar sobreposições e lacunas.

Imagem: aqui

Guia para contabilidade em tempos do Covid


 Aqui um guia para fazer a contabilidade em tempos do Covid-19, produzido pelo CPA da Austrália em conjunto com o Chartered Accountants Australia and New Zeland e o AICD. Como dito no início do documento:

Este guia fornece um resumo das principais considerações ao avaliar a melhor forma de divulgar os efeitos da pandemia COVID-19 ao preparar relatórios anuais para a temporada de 30 de junho de 2020 e em períodos futuros impactados pelo COVID-19.

O guia possui 7 seções e cinco apêndices. A seção seis trata da preparação e comenta sobre continuidade, materialidade, estimativas, políticas contábeis e eventos subsequentes. Há aspectos específicos para o terceiro setor no apêndice A e estudos de casos.

Para aqueles que estão na linha de frente da contabilidade, vale a pena uma leitura. (Apesar de alguns aspectos serem específicos para a Austrália). 

Rir é o melhor remédio

 


25 setembro 2020

Docência em contabilidade

A Universidade Estadual de Goiás está oferecendo um seminário on-line. O debate de hoje é sobre docência com o professor doutor Ednilto Pereira Tavares Júnior e o professor doutor César Augusto Tibúrcio Silva.


Lavando mais branco


Um investigação realizada por um pool de órgãos de imprensa trouxe alguns casos sobre a lavagem de dinheiro no mundo. No Brasil, o resultado foi publicado na Piauí. Eis uma amostra:

No fim de 2014, os Schahin, tradicional família da elite paulistana, intuíam o pior para os negócios do clã. Ainda em seus primórdios, a Operação Lava Jato já apontava suas armas para o que considerava indícios de propinas milionárias nos contratos do grupo Schahin com a Petrobras. Na Câmara, os deputados se articulavam para criar uma CPI que investigasse desvios na estatal – a comissão começaria os trabalhos no início do ano seguinte. Enquanto isso, a Polícia Federal e o Banco Central investigavam irregularidades contábeis no banco da família, incluindo o sumiço de 90 milhões de dólares de uma conta na Suíça.

O grupo Schahin, que reunia todos os ramos de negócios do clã, da construção civil à exploração de poços petrolíferos, vivia uma crise sem precedentes. Foi nesse contexto que, em 13 de novembro de 2014, a South Empire International, uma subsidiária do grupo Schahin no estado norte-americano de Delaware, transferiu de sua conta no Deustche Bank a quantia de 6,2 milhões de dólares para uma conta no JPMorgan Chase & Co., em Nova York, controlada pela empresa canadense Ribas do Rio Pardo S.A.. Outros três depósitos seriam feitos entre essas mesmas contas nas semanas seguintes: 2,5 milhões de dólares em 2 de dezembro, 10 milhões de dólares no dia 17 daquele mês e 11,15 milhões de dólares em 20 de janeiro de 2015. Um total de 29,9 milhões de dólares, ou 158 milhões de reais no câmbio atual.

(...) A dívida atual do grupo é de 10 bilhões de reais, segundo a KPMG, administradora da massa falida. Mas, passados cinco anos do pedido de recuperação judicial pelos Schahin, apenas 36 milhões de reais em bens leiloados do grupo foram recuperados para os credores. Uma investigação conduzida pela KPMG constatou desvios milionários de patrimônio do clã Schahin por meio de offshores e de empresas de fachada, como a própria Ribas. 

Os textos mostram como instituições "sérias", como o Deustche, o JP Morgan e outros, ajudaram traficantes, ditadores, assassinos e outros a lavar o dinheiro de origem escusa. Vários casos relatados no texto já foram objeto de postagem no blog: 1MDB é um exemplo. 

Imagem aqui

24 setembro 2020

Análise de Balanço via Machine Learning

 Resumo:

This paper explores the application of machine learning methods to financial statement analysis. We investigate whether a range of models in the machine learning repertoire  are capable of forecasting the sign and magnitude of abnormal stock returns around earnings announcements based on financial statement data alone. We find random forests and recurrent neural networks to outperform deep neural networks and linear models such as OLS and Lasso. Using the models’ predictions in an investment strategy we find that random forests dominate all other models and that non-linear methods perform relatively better for predictions of extreme market reactions, while the linear methods are relatively better in predicting moderate market reactions. Analysing the underlying economic drivers of the performance of the random forests, we find that the models select as most important predictors accounting variables commonly used to forecast free cash flows and firm characteristics that are known cross-sectional predictors of stock returns.


Fonte: Amel-Zadeh, Amir and Calliess, Jan-Peter and Kaiser, Daniel and Roberts, Stephen, Machine Learning-Based Financial Statement Analysis (January 15, 2020). Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=3520684 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.3520684




Rir é o melhor remédio

 

Café e produtividade. 

23 setembro 2020

Oportunidade de publicação de pesquisa


CHAMADA DE ARTIGOS 2021 - REVISTA ELETRÔNICA GESTÃO E SAÚDE(ISSN 1982 - 4785) 

“O papel da saúde no desenvolvimento econômico após pandemia” 

Os fascículos da Revista Gestão & Saúde para 2021 serão dedicados ao “papel da saúde no desenvolvimento econômico após pandemia”. 

Em 2021, o periódico dedicará às discussões sobre os reflexões que a Pandemia COVID-19 e seus impactos, desta vez na perspectiva do desenvolvimento econômico.

Serão muito bem-vindos trabalhos, no formato de artigos originais e ensaios teóricos, em português e ou/inglês, com foco na mais grave crise econômica que assola todo o mundo como consequência da maior emergência sanitária da história contemporânea. 

Nesse cenário, convidamos ao questionamento sobre as seguintes discussões, como eixos temáticos:

Impacto econômico a diversos níveis da pandemia;

Impacto financeiro da crise económica e consequências para as diversas políticas públicas;

Impacto especificamente no investimento e na manutenção dos sistemas vigentes de saúde;

Sugestões para a saída da crise;

Papel da desmaterialização na prestação de serviços de saúde;

Aceitação e recusa da inovação em saúde;

Como inovar o núcleo central e não apenas as esferas periféricas dos sistemas em saúde?

A burocracia dominante na organização e administração dos sistemas de saúde e criação de ambiente propício à experimentação/inovação;

A “destruição criativa” de Schumpeter presente nos grandes momentos de expansão e retração poderá ter algum uso na atualidade?

A Revista Gestão & Saúde  ressalta a importância do fortalecimento dos laços de solidariedade neste momento difícil de pandemia sanitária e econômica e conta com as valorosas contribuições dos pesquisadores nessa agenda de pesquisa, conectando atores no compartilhamento de informações qualificadas e em respeito aos preceitos científicos. Data limite submissões: 30 novembro, 2020 Os trabalhos deverão ser submetidos exclusivamente pelo portal do Periódico Gestão & Saúde (www.gestaoesaude.unb.br)Para preparar o seu manuscrito, acesse o link https://periodicos.unb.br/index.php/rgs/about/submissions

Relação de Jornais

 Uma relação de jornais de diversas partes do mundo pode ser encontrada aqui

VI Congresso

A sexta edição do CCGUnB e terceira edição do CCGUnBIC tem como tema: Informação Contábil para Decisões de Investimentos e será realizada nos dias 25, 26 e 27 de novembro de 2020, em formato totalmente virtual. 

O Congresso UnB de Contabilidade e Governança – CCGUnB tem por objetivo possibilitar a análise crítica, a produção científica e o debate de temas relacionados à contabilidade e governança junto à comunidade acadêmica, aos profissionais e à sociedade, considerando aspectos teóricos, metodológicos e empíricos.

Em 2020, o CCGUnB receberá quatro palestrantes internacionais:

Ana Maria Elorrieta – Contabilidade e Auditoria. Foi Diretora de Qualidade e Risco na PwC na América do Sul e Brasil. Membro de conselhos e Comitês de Auditoria em cias abertas e fechadas no Brasil. Reconhecida como uma das 50 pessoas mais influentes da profissão contábil.

Beatriz García Osma – Professora de Contabilidade da Universidade Carlos III de Madrid. Doutora em Contabilidade – Universidade de Lancaster. Pesquisas em Governança Corporativa, Contabilidade Financeira e Mercados de Capital.

Christopher Nobes - Professor de Contabilidade na Royal Holloway e na University of Sydney, e professor adjunto da Norwegian School of Business. Foi membro do Comitê de Normas de Contabilidade do Reino Unido e Irlanda (1987-90) e do Conselho do Comitê de Normas de Contabilidade Internacional (1993-2001) e é consultor da PwC desde 1987.

Ian Carruthers - Diretor Técnico e Institucional do “Chartered Institute of Public Finance and Accountancy”. Pesquisas sobre relatórios internacionais de entidades sem fins lucrativos e de Normas Contábeis. Presidente do Conselho Internacional de Normas Contábeis do Setor Público (IPSASB) desde 2016.

As inscrições estarão abertas a partir do dia 10/10/2020 no endereço https://bit.ly/3iTyfXl.

Contamos com sua participação!

Saudações Acadêmicas!

A Comissão Organizadora

22 setembro 2020

Estrutura a termo das expectativas dos lucros

 Resumo:

We use machine learning to construct a statistically optimal and unbiased benchmark for firms' earnings expectations. We show that analyst expectations are on average biased upwards, and that this bias exhibits substantial time-series and cross-sectional variation. On average, the bias increases in the forecast horizon, and analysts revise their expectations downwards as earnings announcement dates approach. We find that analysts' biases are associated with negative crosssectional return predictability, and the short legs of many anomalies consist of firms for which the analysts' forecasts are excessively optimistic relative to our benchmark. Managers of companies with the greatest upward biased earnings forecasts are more likely to issue stocks.

Fonte: Man vs. Machine Learning: The Term Structure of Earnings Expectations and ConditionalBiasesJules H. van Binsbergen, Xiao Han, and Alejandro Lopez-LiraNBER Working Paper No. 27843September 2020




21 setembro 2020

Pandemias, vacinas e lucro das empresas

 Resumo:

We estimate a model of damage to corporate earnings from COVID-19. An unexpected pandemic lowers current earnings due to costly mitigation and reduces growth rates. Damage depends on the expected arrival of a vaccine that reverts earnings to normal. Using this model, we infer from analysts' earnings forecasts that, as of mid-May 2020, an effective vaccine is expected in 0.96 years (95% bootstrap CI [0.72,1.72]). Growth rates are on average 25% lower in the interim. Levered and face-to-face industries would benefit the most from a vaccine arrival. Analysts' expectations imply that the vaccine expected for the middle of 2021 is a silver bullet for corporate earnings. 

Pandemics, Vaccines and Corporate EarningsHarrison Hong, Jeffrey Kubik, Neng Wang, Xiao Xu, and Jinqiang YangNBER Working Paper No. 27829September 2020