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16 novembro 2011

Fraudes

Quase 40% das empresas que participou do estudo da consultoria Kroll apontou a complexidade da TI como principal causa da falsificação de dados.

As fraudes custaram às empresas 2,1% dos ganhos nos últimos 12 meses, o que em um ano equivale a uma semana de receita, de acordo com uma pesquisa mundial anual sobre fraudes, realizada pela consultoria Kroll, que envolveu mais de 1.220 executivos sêniores ao redor do mundo.

Essa pesquisa também traz dados positivos: o número de fraudes diminuiu no último ano. Entre os entrevistados, 75% relataram algum tipo de golpe, em contraste com os 88% em 2010.

Entretanto, as fraudes continuam sendo trabalhos internos e essa prática tem aumentado, segundo o estudo. Os dados deste ano mostram que 60% dos casos foram cometidos por funcionários das empresas, contra 55% na última pesquisa.

“É importante lembrar que esse número traz apenas os casos em que o responsável foi descoberto”, afirmou o diretor sênior de Bussiness Intelligence e Investigações da Kroll, Richard Plansky. “Acho que é justo dizer que a porcentagem é significativamente alta quando levamos em conta todos os casos. Pelo que temos observado nos últimos anos, esse número é um reflexo de uma economia que é cada vez mais baseada em informação.”

No geral, a preocupação com fraudes subiu 15% entre os executivos em todo o mundo, liderada pelo roubo de informações, corrupção e suborno. Metade das empresas entrevistadas disse que tem vulnerabilidade média ou alta ao roubo de informações, contra 38% em 2010. A complexidade da TI é a principal causa da exposição crescente das fraudes, citada por 36% dos entrevistados em comparação com 28% no ano passado.

“Em comparação com 10 anos atrás, cada vez mais o valor de uma empresa passa de coisas tangíveis para idéias, e elas tendem a viver em sistemas na forma de dados digitais”, declarou Plansky. “É aí que está o valor das companhias e os funcionários têm um acesso tremendo a essas informações. Este é um caso em que a tecnologia é verdadeiramente uma faca de dois gumes. Estes maravilhosos e sofisticados sistemas de TI dão fácil acesso a dados sensíveis a uma ampla gama de empregados. Isso é o lado positivo e também o negativo”.

De fato, as empresas relataram maior incidência de roubo de informações e dados eletrônicos, incluindo serviços financeiros (29%), tecnologia de mídia e telecomunicações (29%), saúde, produtos farmacêuticos e biotecnologia (22%) e serviços profissionais (23%).

Cerca de uma em cada quatro empresas reportaram ter sofrido roubos físicos de caixa (ativos e inventários ou roubo de informações), porcentagem menor que em 2010. Gestão de conflitos de interesse (21%); fraude de vendedor, fornecedor ou aquisição (20%) e fraude financeira interna (19%), todos apresentaram aumentos notáveis em relação ao ano passado. A incidência de corrupção e suborno quase dobrou, passando de 10% para 19%.


Fonte: Joan Goodchild, CSO (US

PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões

O PanAmericano precisa de um aporte de R$ 600 milhões porque está em um nível considerado “baixíssimo” de capital próprio para manter seu ritmo de concessão de novos financiamentos.

O banco, que pertencia ao apresentador Silvio Santos, quase quebrou no fim de 2010 devido a um esquema de fraudes que o levaram a um rombo de R$ 4,3 bilhões. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar as responsabilidades dos dirigentes, que foram afastados pelos controladores. Hoje, o comando é do BTG Pactual -que comprou a parte de Silvio Santos- e da Caixa Econômica Federal, que tem 36%.

Pelas regras do mercado, uma instituição financeira precisa de, pelo menos, 11% de capital próprio para fazer operações de crédito. O PanAmericano está com 11,99% e, por isso, o Banco Central exige um aporte dos sócios.Esse aumento de capital teria de ser feito ainda neste ano, mas há um problema.

A Caixa também é alvo da investigação da PF. O que se apura é se ela teria comprado os 36% do PanAmericano ciente do rombo, cedendo a supostas pressões políticas. O negócio foi fechado em dezembro de 2009 por R$ 740 milhões, um ano antes de o escândalo vir a público.


SAIA JUSTA

Há ainda outra “saia justa”. Márcio Percival, que comanda a CaixaPar -empresa criada em 2009 pela Caixa para compra e venda de ativos-, seria amigo de Rafael Palladino, ex-presidente do PanAmericano, já indiciado pela PF sob a acusação de seis crimes.

A Folha apurou que esses fatores dificultam a liberação de um aporte rápido.

Inicialmente, o BC queria que fosse injetado R$ 1 bilhão no banco, mas, diante da repercussão do caso, os atuais dirigentes do PanAmericano optaram por um aumento mais modesto, de R$ 600 milhões. Isso exigiria da Caixa menos de R$ 250 milhões.

O novo presidente do PanAmericano, José Luiz Acar Pedro, disse que o assunto não é tão urgente e é possível esperar mais algum tempo. Mas ele reconheceu que o tema é “olhado a todo o momento”. “Não podemos descuidar disso”, afirmou.

Para capitalizar o banco, os executivos estudam fazer uma oferta pública de ações no início de 2012. Acredita-se que, até lá, a PF já terá concluído o relatório final das investigações e a Caixa estará livre das atuais pressões internas. Além disso, aposta-se que a crise global vai ceder um pouco no próximo ano.

Apesar da necessidade de enquadramento às exigências de capital próprio, o PanAmericano é considerado uma “máquina de fazer empréstimos” -motivo que justifica a injeção de recursos.

Antes de as fraudes serem descobertas, ele gerava, em média, R$ 80 milhões em negócios por dia, somente com operações de crédito. Agora, são R$ 32 milhões.

Essa habilidade e a aquisição do controle pelo BTG Pactual fizeram as ações do banco subirem 77,3% em 2010, alta suficiente para colocar os papéis de volta ao patamar anterior ao estouro do escândalo. “Já recuperamos tudo”, disse Willy Jordan, diretor de Relações com Investidores.A Caixa Econômica Federal nega que tenha adquirido o PanAmericano ciente do rombo de R$ 4,3 bilhões e não comentou sobre o aporte.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o banco afirmou que a compra dos 36% do PanAmericano foi feita com base na capacidade de geração de negócios do banco. “A Caixa reafirma sua convicção na capacidade de o Banco PanAmericano obter retornos financeiros e competitivos por meio da geração de sinergias entre as duas instituições”, diz a nota.

“O PanAmericano expressa parceria entre a Caixa e o BTG Pactual no sentido de garantir a ampliação de seus produtos, serviços e canais à disposição de seus clientes e de toda a sociedade brasileira, contribuindo cada vez mais para a democratização dos serviços bancários.”

Consultado, o diretor-presidente da CaixaPar, Márcio Percival, nega que seja amigo ou que tenha “qualquer ligação profissional ou pessoal” com o ex-presidente do PanAmericano Rafael Palladino.

Fonte: Toni Sciarretta, Julio Wiziack e Flávio Ferreira, Folha de S.Paulo

Contabilidade de bancos

Na Inglaterra cresce a pressão para uma norma mais rígida para os bancos.  Um texto do The Telegraph informa que as normas internacionais do Iasb para bancos (em particular o IAS 39) tem sido criticado até por instituições financeiras: agora o diretor financeiro do Barclays também pede alteração nas normas.

Dois problemas são apontados pelos críticos: o impairment, que permite que os bancos só reconheçam as dívidas podres no último caso, e o valor justo. O atraso do Iasb em discutir tais problemas não contribui para tranquilizar o mercado. Já se fala em adotar a norma anterior do ASB sobre o assunto.

Reconhecimento da Receita

O Iasb (International Accounting Standards Board) e o Fasb (Financial Accounting Standards Board) divulgaram um rascunho sobre as normas internacionais (e dos Estados Unidos) para receita. Segundo o comunicado, o rascunho procura dar uma maior robustez no reconhecimento da receita, eliminar incoerências, melhorar a comparabilidade, melhorar as informações apresentadas aos usuários e simplificar o volume de normas contábeis.

Segundo o comunicado conjunto, o rascunho segue a mesma proposta apresentada em 2010: a entidade deve reconhecer a receita de contratos com clientes quando transfere os bens.

Desde 2010 estas duas entidades receberam mais de mil sugestões e observações, sendo que o projeto original foi alterado, simplificando as questões sobre garantias e a determinação do preço de transação, incluindo o valor do dinheiro no tempo.

O rascunho apresentado pode ser discutido até 13 de março de 2012 e não deve entrar em vigor antes de 2015.

A KPMG, através de um dos seus executivos, afirmou que para algumas empresas a proposta não representa nenhuma novidade. Mas para alguns setores, como telecomunicações, software e engenharia, poderão sofrer alterações, sendo difícil precisar se o reconhecimento da receita será antecipado ou não.

A proposta possui 221 páginas e 26 exemplos.

Estatística

O texto acima, com a fota da Marilyn Monroe, comenta que a mulher é mensurada por coisas que não pode controlar, como idade. Por isto, se uma mulher está sendo medida, que seja por coisas que ela possa controlar. E finaliza, "como toda mulher sabe, as medições são apenas estatísticas e estatística mente"

Olympus

Um banqueiro do setor de investimentos despertou preocupações com a contabilidade dúbia da japonesa Olympus desde os anos 1990, após descobrir que a empresa usava fundos sediados nas Bermudas para "inventar" ativos e maquiar seu balanço fiscal, disse ele à Reuters. (...)


"O regimento contábil japonês naquele tempo era muito estranho", declarou o banqueiro, explicando ter feito questionamentos porque a Olympus explorava uma brecha nas regras contábeis que ludibriava investidores sobre sua verdadeira saúde financeira. (...)


A Olympus, outrora orgulhosa fabricante de câmeras e equipamentos médicos, admitiu na semana passada ter ocultado perdas desde os anos 1990 e usado parte de US$ 1,3 bilhão em pagamentos incomuns em fusões e aquisições para ajudar a acobertá-las. Mas a empresa ainda não disse o quanto escondeu ou como conseguiu fazê-lo durante tanto tempo.


Desde que o escândalo irrompeu um mês atrás, a empresa perdeu 80% de seu valor de mercado por conta das preocupações com seu futuro. A polícia e os órgãos reguladores do Japão estão investigando o caso ao lado do FBI norte-americano.

Fonte: Folha de S Paulo

Buffett

A figura mostra as principais empresas onde o bilionário Warren Buffett faz seus investimentos e o ano de fundação.  A empresa mais recente, a Wal-Mart, foi fundada em 1962, há quase 50 anos. A mais antiga, a Procter-Gamble, é de 1837.

15 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

- Na minha cabeça, apenas 30% de vocês, contadores, são um tanto quanto bons.
- E quanto aos outros 60%?

Melhor local para estudar



Pode parecer irrelevante, mas a definição do local de estudos tem um papel fundamental na preparação de um estudante. Primeiramente, é importante que o aluno já tenha esta definição estabelecida de forma prévia, o que é determinante para a garantia de disciplina.

O candidato que sabe aonde vai estudar a cada dia, ao chegar o momento de estudo, já tem um destino a seguir, sendo que aquele que não conta com um local definido estará mais vulnerável ao furo.

Para definir o local de estudos geralmente existem duas opções, as quais correspondem à residência ou à biblioteca, ainda que seja possível a identificação de locais alternativos, como o ambiente de trabalho em horário no qual não exista expediente.

Considerando as duas principais opções existe uma lógica de custo-benefício a ser considerada. Em tese, a biblioteca consiste num local naturalmente adequado ao estudo, contando com diversos fatores que contribuem com a concentração, tal como a adequação do ambiente e o fato de outras pessoas estarem estudando, o que acaba por se traduzir num estímulo externo.

A concentração corresponde a uma função cognitiva primária, a qual se sujeita à lógica de seletividade de estímulos. Assim, se concentrar nos estudos significa ignorar todos os outros estímulos que não sejam os conteúdos estudados. Existem os fatores de desconcentração que se relacionam com o ambiente de estudo.

Neste sentido, teoricamente, a residência pode contar com diversos fatores de desconcentração, como o telefone, a perturbação de vizinhos ou familiares, a geladeira ou mesmo a cama.

No entanto, essa opção exigirá um custo de deslocamento, o que se traduz em tempo e possivelmente custo financeiro. Cada estudante se sente mais adaptado a determinado local, por isso, outro aspecto relevante a ser avaliado, ainda que a escolha se trate da residência, consiste na organização do ambiente.

No caso da biblioteca, teoricamente, isto não exigiria nenhuma intervenção ou cuidado do aluno, pois se trata de ambiente, por definição, voltado aos estudos.

Fonte: Aqui, com adaptações.

14 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Alugar ou comprar filmes?

Aqui no Brasil a gente já tem o serviço do Netflix, que nos permite alugar filmes e séries virtualmente. Você paga uma mensalidade e, assim, tem acesso ao conteúdo deles. Apesar do serviço por aqui ainda não ser dos melhores (filmes antigos e opções escassas de áudio/legenda), nos Estados Unidos já despertou o interesse dos Hollywoodianos. Não em alugar, óbvio, mas sim em fazer com que fique mais atrativo para você, meu caro leitor, comprar o original. E mais ainda: se você não quiser aqueles disquinhos prateados, não há problema! Adquira, para ser sempre seu (legalmente, isso é importante) o conteúdo digital!

[Ah! O bacana é que agora os aparelhos de Blu-Ray vêm com um esqueminha configurado pro NetFlix já viram!? E o Xbox também. Mas a conexão com a internet é mandatória. Para quem tem filhos eu até recomendo porque há vários episódios do Barney e uns outros bichinhos que viram uma ótima babá. Super hipnotizam o meu sobrinho. (Ok. Não sigam os conselhos de uma contadora para a criação dos seus filhos.)]

A Warner, dizem por aí, investiu suas esperanças compre-não-alugue no Flixster, uma pequena rede social para aficionados por filmes, que será a base para um novo serviço de armazenamento intitulado Ultra Violet. Acredita-se que a ideia irá superar o custo-benefício do aluguel. O serviço é grátis (de armazenagem, claro). A estratégia é fazer com que a portabilidade digital dessa compra seja mais atraente que o aluguel. Adicionalmente há tratamentos anti-pirataria.

Foi uma atitute inovadora? Será que a Warner teve escolha?

- A compra gera ao estúdio uma margem três vezes maior que o aluguel.

- O aparecimento de sites que alugam filmes (Netflix, Redbox) impactou seriamente a quantidade de aquisições.

- Em 2006, auge da era DVDs nos Estados Unidos, houve um total de US$ 17,7 bilhões de dólares em vendas. Em 2010... tchan tchan tchan... Houve uma queda de 43%. As vendas foram míseros US$ 7,8 bilhões de dólares. Triste, han!?

Eu, como uma das tais aficionadas, acrescento o seguinte: quando o filme é bom, eu compro. Se o preço estiver razoável. Também não adianta querer me cobrar caro por um disquinho! Não Warner, eu não me compadeço com os seus problemas. Ou eu espero o dia em que o filme (ou série) ficará menos glamoroso para comprar mais barato... ou... né... você aí sabe! Entretanto, quando eu acho o preço compatível com o que é ofertado, como toda boa moça, adquiro e deixo ali, na minha linda estante. E não, eu não empresto. ;)


Eu ainda preciso “ver com as mãos” a minha coleção de DVDs e Blu-Rays. Especialmente os de séries. Mas conheço muita gente que vai amar! O que você acha?

Questionário sobre percepção da inflação

Prezados leitores do blog,

Somos alunas do Mestrado do Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis UnB/UFPB/UFRN e estamos realizando, por meio de um questionário, uma pesquisa para a disciplina de Teoria dos Ajustamentos Contábeis do Lucro sobre contabilidade ao nível geral de preços.

O questionário elaborado foi estruturado com questões simples e objetivas, de forma que seu total preenchimento dure menos de um minuto, em média. As respostas serão tabuladas e tratadas em conjunto, de forma com que não haverá, em hipótese alguma, identificação dos respondentes.

Assim, solicitamos a gentileza de sua participação, preenchendo o questionário disponível no link abaixo:

https://www.surveymonkey.com/s/inflacao

Enfatizamos que ao finalizar o preenchimento do questionário, é importante clicar sobre o comando “CONCLUÍDO”, visualizado ao final do documento, para o devido armazenamento das respostas.

Caso não queira seguir diretamente o link, basta colar o endereço acima no local apropriado do seu navegador de internet. O referido questionário é preenchido on line não sendo necessário envio via correios ou impressão de documentos.

Sua participação é imprescindível para a realização e antecipadamente agradecemos a sua colaboração, bem como nos colocamos a disposição para eventuais dúvidas e sugestões.

Atenciosamente,

Flávia Siqueira de Carvalho (flscarvalho@hotmail.com)
Lucíola Aor Vasconcelos Barbosa (luaor@yahoo.com.br)
Simone de Mesquita Teixeira Chaves (simonetex@brturbo.com.br)

13 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Entrevista para emprego

Custo do Kindle

Uma análise recente da IHS iSuppli determinou que o modelo mais barato do Kindle, da Amazon, vendido por US$ 79, custa US$ 84,25 para ser produzido.


No resultado, a iSuppli concluiu que o custo de materiais do Kindle é de US 78,59, incluindo a tela de 6 polegadas com tecnologia e-ink, com preço de US$ 30,50. A empresa de pesquisas estima que os custos de produção ficam na casa dos US$ 5,66 por aparelho.
Para ler mais sobre o assunto, recomendo uma postagem anterior sobre o assunto aqui.

Delação premiada para casos de sonegação fiscal

Os Estados de São Paulo, Mato Grosso e Espírito Santo podem instituir a delação premiada para casos de sonegação fiscal. Três projetos de lei idênticos que tramitam nas Assembleias Legislativas desses Estados determinam o pagamento de um prêmio em dinheiro ou isenção de impostos para aqueles que denunciarem empresas suspeitas de cometerem crimes contra a ordem tributária. Pelas propostas, o valor da remuneração seria de 1.000 unidades padrões fiscais (UPFs), o que em SP e ES representa cerca de R$ 17,5 mil. No MT, R$ 36 mil. O delator forneceria as informações sigilosamente para um disque-denúncia, a ser disponibilizado pelas Secretarias Estaduais da Fazenda.


Em São Paulo, o projeto já tem parecer favorável do relator na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp), deputado André Soares (DEM). A votação da proposta pode ocorrer na sessão de amanhã. A Procuradoria-Geral do Espírito Santos já aprovou a proposta, seguindo uma norma do regimento interno. Agora, o texto passa a tramitar no legislativo capixaba. No Mato Grosso, a proposta ainda será analisada pela Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária.


Pelas propostas, as despesas com as recompensas seriam custeadas com o dinheiro arrecadado a partir da execução fiscal originada pela denúncia. "O valor só seria repassado ao denunciante quando o Estado receber o imposto devido", diz o autor do projeto de lei em São Paulo, deputado Cauê Macris (PSDB). Ele afirma que apresentará, nesta semana, uma proposta de emenda para deixar a condição clara no texto e para propor uma mudança quanto ao valor do prêmio: ao invés de 1.000 UPFs, 25% do valor da dívida descoberta pela denúncia. "No momento de apresentar a proposição não me atentei que poderiam existir débitos inferiores ao valor da recompensa previamente estabelecido", diz Macris.


Segundo os autores dos projetos, que apresentaram justificativas iguais nas proposições, a medida é um incentivo para o cidadão ajudar os órgãos fiscalizadores na apuração de crimes tributários, além de contribuir para a "valorização dos bons contribuintes em detrimento dos aproveitadores". Para o deputado Marcelo Santos (PMDB), autor da proposta no Espírito Santo, atualmente há incentivo ao ato ilícito a partir da disseminação de uma "cultura da sonegação". "Há a ideia de que pagando os impostos em dia o empresário não consegue o lucro necessário para manter seu estabelecimento. Isso é uma inverdade", diz.


Para os deputados, a delação premiada ainda poderia ajudar a reduzir a taxa de sonegação de impostos nos Estados. De acordo com o último estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) sobre a sonegação fiscal nas empresas brasileiras, R$ 200 bilhões deixaram de ser recolhidos, em 2008, principalmente em contribuições previdenciárias, ICMS e Imposto de Renda (IR). Segundo o IBPT, a indústria lidera a lista do setor devedor de impostos.


Na opinião de advogados, no entanto, a gratificação aos denunciantes não teria efeitos na arrecadação ou melhorias na educação fiscal dos contribuintes. Para Rodrigo Rigo Pinheiro, do Braga & Moreno Advogados & Consultores, a proposta geraria uma "guerra" para a obtenção de isenções tributárias. "A empresa denunciante também pode ser devedora. Seria um verdadeiro canibalismo", diz.

Para o tributarista Jorge Henrique Zaninetti, do Siqueira Castro Advogados, o crescimento do número de denúncias não implicará aumento da fiscalização, já que a estrutura de agentes fiscais permanecerá a mesma. "Haverá perda de foco da fiscalização. Por mais que temam a concorrência desleal, as empresas não vão aderir porque o mundo corporativo sabe que denúncias sem provas podem gerar ações judiciais", diz.

Algumas Secretarias de Fazenda e a Receita Federal possuem canais abertos para receber denúncias sem, entretanto, conceder incentivos. A ouvidoria da Receita Federal em São Paulo (8ª região fiscal) contabilizou, até 31 de outubro, 829 denúncias de irregularidades. A Secretaria da Fazenda do Espírito Santo recebeu, neste ano, cerca de 290. Os órgãos, porém, não souberam informar quantas denúncias geraram fiscalizações.


Fonte:Bárbara Pombo, de São Paulo,
Jornal “Valor Econômico”, 08/11/2011

12 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Olympus, ainda

Hoje os dois principais colunistas internacionais que tratam de contabilidade criticaram pesadamente o que está sendo produzido. Inicialmente o texto do Jonatham Weil (Financial Scandal Fans Never Had It So Good), que trata do mais recente escândalo contábil, da Olympus.

Em linhas gerais, a empresa escondia perdas, considerando-as como ativos, desde a década de noventa. Tudo ficaria escondido se um executivo externo, recentemente contratado, não insistisse em questionar algumas operações estranhas. Woodford, o executivo, foi demitido, mas falou que algo de estranho estava ocorrendo na empresa.

No seu texto Weil pergunta pelos auditores. A empresa era auditada na década de noventa por uma filial da finada Arthur Andersen. Com a falência da Andersen, a KPMG assumiu a auditoria da empresa e ficou lá até 2009, quando a Ernst & Young assumiu. Recentemente foi informado que a KPMG teria feito a sua parte (veja aqui a postagem do blog), mas as divergências só tornaram públicas após o escândalo.

No último parecer, assinado em 29 de junho pela E&Y foi sem ressalva, mas destacando que os anos de 2009 foram auditados por outra empresa, "sem ressalva", informa Weil.

Weil lembra que recentemente a Price cometeu falhas com a MF Global (veja aqui postagem sobre o assunto) e que a Dexia, auditada pela Deloitte, também teve problemas.

Segundo Weil, "muitas pessoas consideram letras auditor opinião como uma brincadeira. E o cliente paga o auditor, depois de tudo." Assim, Weil lembra da possibilidade de tornar a auditoria opcional para empresas com ações negociadas no mercado de capitais. Uma medida drástica, mas talvez necessária num mercado farto das falhas das auditorias.

Bancos

Floyd Norris escreveu um artigo (Distortions In Baffling Financial Statements) sobre os problemas da contabilidade de bancos. Mais uma crítica para a contabilidade atual.

Analisando os recentes balanços das instituições financeiras, que apresentaram resultados razoáveis, Norris afirma: "Contabilidade para as instituições financeiras é uma bagunçaE está ficando pior."


O principal ponto é a questão do valor e a possibilidade de duas instituições usarem o mesmo método e chegarem a valores diferentes. No caso dos bancos, neste ano, segundo Norris, estas entidades estão aumentando seus lucros "apenas porque as pessoas estão perdendo a fé na capacidade do banco para cumprir as suas obrigações". A questão está no valor justo dos passivos: quando o valor justo cai, produz receitas e lucros. (Isto está explicado no livro de Teoria Contábil, de minha autoria com o prof. Jorge Katsumi Niyama, editado pela Atlas, no capítulo de passivo).

Conclui Norris:

a contabilidade do banco pode parecer como os espelhos em uma casa de diversão. A realidade é refletida, mas as distorções podem ser enormes.

Olympus poderá ser excluída da Bolsa de Tóquio

Bolsa de Tóquio pode começar os procedimentos para excluir do pregão a Olympus Corp. já na próxima semana, uma perspectiva que ajudou a impulsionar um segundo dia consecutivo de fuga em massa das ações da empresa.

De acordo com as regras da bolsa de valores japonesa, a Olympus deve publicar os resultados para o trimestre encerrado em 30 de setembro, na próxima segunda-feira. O que pode ser difícil, dado que a Olympus precisa corrigir e republicar décadas de resultados contábeis. A fabricante de câmeras e equipamentos médicos informou na terça-feira que havia acobertado perdas em investimentos desde a década de 1990, e que, em seguida, tentou limpar os livros com quatro aquisições feitas entre 2006 e 2008.

Para a Olympus, corrigir e republicar seus rendimentos e para os auditores darem o sinal verde na segunda-feira “será impossível”, disse Kunio Chiyoda, um professor da Universidade Kumamoto Gakuen e especialista auditoria.

O não cumprimento do prazo colocaria a ação na “lista de observação” da bolsa e estabeleceria o prazo de 14 de dezembro para que a Olympus corrija os relatórios financeiros passados. Se a data limite de dezembro for desrespeitada, a ação deve ser excluída do pregão dentro de um mês, de acordo com as regras da bolsa.

A Olympus já perdeu três quartos de seu valor de mercado desde que o diretor-presidente Michael Woodford foi deposto no dia 14 de outubro, depois de levantar questões sobre as quatro aquisições.

A exclusão da empresa da bolsa de Tóquio acabaria com a participação de cerca de 22.000 acionistas. Entre seus maiores investidores estão a Nippon Life Insurance Co. e a empresa de investimentos com sede em Chicago, Harris Associates LP.

“Se os acionistas forem permanentemente prejudicados pelo fechamento do capital, isso não será um desenvolvimento positivo para os investimentos no Japão em geral”, disse Josh Shores, diretor da Southeastern Asset Management Inc., que tem sede em Memphis, no Estado do Tennessee, e é a segunda maior acionista da Olympus.

A ação da Olympus caiu ao seu limite mínimo diário nos dois últimos pregões, uma queda de 44%. Nesta quarta-feira, a ação registrou queda de 20%, chegando a valer 584 ienes (US$ 7,51). — Colaboraram Yoree Koh e Brad Frischkorn.

Fonte: Kana Inagaki, WSJ