Abrasca levará discussão "às últimas conseqüências"
Valor Econômico - 12/6/2008
A Associação Brasileira das Companhias Abertas pretende ir "às últimas conseqüências" para evitar o efeito fiscal sobre as novas regras contábeis, em vigor neste ano. "Não levaremos isso na maciota", afirmou Alfred Plöger, vice-presidente da (Abrasca). Mais do que posição da Receita no Rio Grande do Sul, que interpretou há aumento de impostos, Plöger mostrou-se preocupado com a idéia de que há dificuldade de se garantir a ausência de impacto tributário sobre as mudanças inseridas pela Lei 11.638. Essa interpretação vem ganhando força nas discussões da questão. Plöger disse que irá à Justiça, se preciso. A interpretação da delegacia gaúcha a respeito dos incentivos fiscais contribui para o já tumultuado contexto em que a reforma da legislação contábil brasileira está inserida. A aprovação da lei no apagar das luzes de 2007, para garantir vigência a partir deste ano, trouxe muita complicação ao processo de convergência das regras.
O prazo para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) normatizarem as diretrizes fornecidas pela lei ficou apertado. Além disso, não houve tempo para a Receita Federal se posicionar previamente. Para o tributarista Gustavo Haddad, do Lefosse Advogados, o ideal seria que a nova lei contábil surtisse efeitos somente a partir de 2009. "Dessa forma, tanto auditorias, empresas e Receita teriam tempo para analisar o texto e se preparar." Como não houve esse período para estudar a legislação, as empresas ficaram sujeitas a surpresas.
Reina, portanto, um clima de incerteza e temor de que o Fisco consiga morder uma fatia maior dos ganhos das companhias, já que diversas alterações na contabilidade têm efeito potencialmente positivo sobre o lucro. Caso haja reflexos fiscais da aplicação da nova lei, é possível que algumas empresas também paguem menos impostos, se os lucros forem reduzidos pelos ajustes às novas normas. "Não queremos isso. O combinado era nem aumentar, nem diminuir", ressaltou Plöger.
Haroldo Levy, vice-coordenador de relações institucionais do CPC, afirmou que, de fato, os debates com a Receita Federal vêm mostrando que o tema é mais complexo do que se imaginava. "Há uma certa decepção por essa falha da análise legal prévia."
Ele disse que somente o órgão federal poderá responder em definitivo sobre o assunto. No entanto, contou que aumentam as chances de que neste ano ocorram alguns efeitos da troca de legislação sobre o pagamento de impostos. Levy disse que parece haver necessidade de procedimentos legais para garantir a tão aguardada neutralidade fiscal, para os quais não há tempo hábil em 2008. "Não é o que a gente queria, mas esperamos que seja conjuntural."
Ele enfatizou, porém, que há sinais de que a Receita Federal continua trabalhando para minimizar os efeitos da nova lei.O texto da Lei 11.638 afirma que não haverá tributação sobre os chamados "ajustes de harmonização" com as regras internacionais. Porém, não deixa claro se tal tratamento é para todas as alterações necessárias e abre espaço para questionamentos. Além disso, o emaranhado de regras e leis tributárias dificultam um consenso simples para o tema.
Antônio Carlos Santana, superintende de normas contábeis da CVM, afirmou que a decisão da delegacia gaúcha e mesmo a ausência de uma posição da Receita não interferem no processo de normatização. A autarquia continua trabalhando para cumprir o cronograma, estabelecido em conjunto com o CPC, de regular as mudanças inseridas pela lei ainda durante este ano. Plöger disse que uma conseqüência possível, caso não haja garantia de ausência de impacto fiscal, é que as companhias optem por não ajustar alguns números do balanço, temendo pagar mais impostos. Essas empresas teriam ressalva nos balanços, feitas pelos auditores independentes. No entanto, caso haja uma grande quantidade de casos iguais, a ressalva ficará banalizada. "Não terá nenhum valor."O ambiente de incerteza gerado pela falta de uma posição da Receita já trouxe efeitos para os balanços do primeiro trimestre. Houve companhias que, já temendo esse cenário, acabaram por levar uma canetada dos auditores.
Além disso, as empresas mostram desconforto em falar de um possível aumento de sua lucratividade - justamente por temerem chamar atenção do Fisco. Mesmo as empresas que estimaram, em nota explicativa, possível aumento no lucro, preferiram não dar publicidade ao assunto. A maioria, entretanto, não apresentou nenhum tipo de cálculo prévio.
12 junho 2008
Lei 11.638 e Tributação
Peso e preço da gasolina
Cada vez que você acredita que um pesquisador foi longe, sempre surge uma nova pesquisa para desmentir sua crença. Desde 1960 os estadunidenses engordaram 24 pounds (1 pound = 0.45359237 kg). Esse aumento de peso provocou, como conseqüência, uma aumento no consumo da gasolina. Segundo uma pesquisa, 1 bilhão de galão (1 galão = 3.785411784 litros) a mais por ano, além do que as companhias aéreas estão consumindo. Maior demanda significa maior preço, é a velha lei da economia. (Talvez aqui esteja a razão do preço do barril a 130$). A revista Business Weeek traz uma entrevista (Popcorn and Other Pricing Puzzles) com o autor desse descoberta. Clique aqui para ler
Livro de Teoria Lançado no CFC
Aqui o link (grato Alexandre Alcantara)
Livro Teoria da Contabilidade é lançado no CFC
Assessoria de Comunicação
Os professores da Universidade de Brasília (UnB) e do Programa Multiinstitucional em Contabilidade (UnB, Universidade Federal da Paraíba e Universidade Federal do Rio Grande do Norte) Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva lançaram, no dia 29 de maio, no auditório do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o livro Teoria da Contabilidade. Ao lado do vice-presidente de Desenvolvimento Profissional do CFC, José Martonio Alves Coelho, e do gerente da Editora Atlas, Silvério Corrêa dos Santos, os autores apresentaram a obra a cerca de cem pessoas presentes, incluindo-se conselheiros do CFC, professores, estudantes e profissionais da Contabilidade.
Segundo os professores, o estudo da teoria contábil está passando por um momento de transição, uma mudança que significa uma revolução na forma como se pensa a teoria contábil, hoje não mais um assunto meramente filosófico, longe da realidade, focado apenas em terminologias e correntes de pensamento. Para eles, o livro é um trabalho inovador por incorporar mudanças estruturais ocorridas no cenário internacional, como a atual tendência mundial de convergência às normas internacionais de contabilidade; o desenvolvimento do mercado de capitais; o fortalecimento de pesquisas acadêmicas; a aprovação das mudanças na Lei no 6.404/76; e a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), entre outros temas.
Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva destacaram que não se trata somente um livro de teoria contábil, mas de teoria aplicada à sua realidade prática, incluindo aspectos de normatização contábil, sob o enfoque das normas internacionais e norte-americanas, além de tópicos específicos sobre contabilidade de leasing, contabilidade pública e do terceiro setor.
O livro é indicado para a disciplina de Teoria de Contabilidade dos cursos de graduação em Ciências Contábeis, além de cursos de curta duração e de especialização. Também pode ser usado como ponto inicial de discussão em cursos de mestrado. É leitura complementar para as disciplinas Contabilidade Avançada, Contabilidade Internacional, Tópicos Contemporâneos em Contabilidade, Contabilidade Pública e Auditoria.
UnB Contábil
A UnB Contábil passa a ser online, conforme comunicado divulgado ontem:
Informamos que a Revista UnB Contábil está migrando para versão online, deixando de ser impressa a partir do volume 11, número 1. Diante disso, pedimos a gentileza de que se cadastrarem no novo site da revista: www.unbcontabil.com . Após acessar o site, clique em “cadastro” na parte superior da página. Caso haja alguma dúvida, podem acessar o link de “ajuda” ou enviar um e-mail para unbcontabil@unb.br .
Aproveitamos a oportunidade para informar que a versão impressa da Revista UnB Contábil referente ao volume 10, número 1, será enviada ao seu endereço assim que o cadastro seja feito, assim como serão enviadas as declarações de avaliação ainda pendentes. Para tanto, é necessário que nos informem no cadastro citado acima os dados atualizados, no campo “endereço postal”.
Agradecemos a sua contribuição para o sucesso do periódico.
Atenciosamente,
Brunna Sena
Assistente da Revista UnB Contábil
O que é melhor para o sono?
Segundo pesquisadores da Loughborough University. (ver aqui, em Naps vs. caffeine vs. more night sleep e aqui) a soneca de alguns poucos minutos é a melhor forma de passar o sono. O estudo comparou cafeína, sono pela manhã e um soneca de 20 minutos para verificar quanto tempo o voluntário demorava a dormir. Quem tinha optado pela "soneca" levou o dobro de tempo para conseguir dormir.
11 junho 2008
Links
1. Reduzindo a complexidade da contabilidade de instrumentos financeiros
2. Powerpoint e a estupidez humana
3. Álcool e tabaco são produtos complementares. Ou seja, menos fumo = menos álcool
4. Efeito da televisão: influencia do CSI nos julgamentos
5,. Como a Apple conseguiu cortar os custos do iphone
2. Powerpoint e a estupidez humana
3. Álcool e tabaco são produtos complementares. Ou seja, menos fumo = menos álcool
4. Efeito da televisão: influencia do CSI nos julgamentos
5,. Como a Apple conseguiu cortar os custos do iphone
Artigos científicos e ranqueados
Uma das características da nossa sociedade é a popularização de sistemas de opinião pública sobre um determinado assunto ou determinada obra. As pessoas podem opinar sobre um disco, um livro ou um filme. Até os recentes testes que coloquei no blog também podem ser classificados.
Agora o sistema está chegando na academia, através da adoção do sistema de pontuação no Social Science Research Network, um endereço que possui mais de 150 mil textos para download da área acadêmica. O SSRN possui mais de 550 mil usuários registrados que agora podem também classificados.
“We are interested in creating a site that would allow authors and papers to get a reputation and give information to readers on what to devote their scarce time to,” diz Michael Jensen (aquele economista, da Teoria da Agência), para uma reportagem no New York Times (Now Professors get Their Star Rankings, too, 9/6/2008,
Mas até que ponto isso será útil para ciência? Até que ponto isso não irá influenciar a forma como os cientistas escrevem? Será que esse sistema não poderá ser manipulável?
Talvez isso não seja tão preocupante, na medida em que existia uma classificação informal dos artigos, pelo número de downloads.
Agora o sistema está chegando na academia, através da adoção do sistema de pontuação no Social Science Research Network, um endereço que possui mais de 150 mil textos para download da área acadêmica. O SSRN possui mais de 550 mil usuários registrados que agora podem também classificados.
“We are interested in creating a site that would allow authors and papers to get a reputation and give information to readers on what to devote their scarce time to,” diz Michael Jensen (aquele economista, da Teoria da Agência), para uma reportagem no New York Times (Now Professors get Their Star Rankings, too, 9/6/2008,
Mas até que ponto isso será útil para ciência? Até que ponto isso não irá influenciar a forma como os cientistas escrevem? Será que esse sistema não poderá ser manipulável?
Talvez isso não seja tão preocupante, na medida em que existia uma classificação informal dos artigos, pelo número de downloads.
Custo da Olimpiada
Em 1908 os Estados Unidos gastaram 325 dólares para enviar cada atleta para as olimpíadas de Londres, segundo o New York Times de 9 de junho de 1908 (The cost of an Olympian c. 1908). A preços de 2006 isso representa 7345 dólares.
O custo da beleza
Eu estudei o mercado de empréstimo online em que 7321 devedores solicitaram 11957 pedidos de empréstimos que incluía informações financeiras verificáveis, fotos e taxas de juros. Devedores com uma aparência acima da média eram 1,41% mais provável de obter o empréstimo e, dado o empréstimo, pagar 0,81% menos que a média. (...)
Entretanto não é por que aqueles de boa aparência possuem menor risco de crédito. Exatamente o oposto, os belos são três vezes mais prováveis de serem maus pagadores.
Isso mostra, claramente, uma discriminação. (Fonte: The cost of beauty, 11/03/2008)
Siglas
A sopa de letrinhas das finanças e dos investimentos
Alexandre E. Santo – Valor
29/05/2008
(...)
- Alfa: medida usada para avaliar a eficiência do gestor de uma carteira de investimentos ou fundo. De forma simples, o quanto sua gestão contribui além do retorno esperado. O ideal é que a carteira tenha um alfa elevado, com risco baixo, maximizando a relação entre esses dois. Em determinados tipos de produtos, como os fundos long/short, por exemplo, existe o chamado duplo-alfa, uma espécie de duplicação do retorno, via posições compradas e vendidas.
- Beta: é a correlação entre a variação do preço da ação e o retorno de mercado. Pode-se dizer que é a parcela de risco não diversificável que uma ação carrega consigo. O beta indica o perfil de comportamento da ação em comparação a um indicador de referência (Ibovespa, IBrX, etc.). Se o beta é superior à unidade, esse ativo será considerado agressivo, pois terá um desempenho melhor do que o índice. Se for inferior, diz-se que o ativo tem perfil conservador ou defensivo e ,caso seja igual à unidade, será um ativo neutro. A analogia é total em relação ao beta de uma carteira/fundo calculado por média ponderada. Há diversos softwares no mercado que disponibilizam o beta histórico das ações.
- Delta: é a mudança no preço da opção em relação à mudança no preço do ativo objeto. Por exemplo, se o preço de uma ação sobe R$ 1 e a opção valoriza-se R$ 0,4, então o delta da opção será de 40% (R$ 0,4/R$ 1). O delta, entretanto, não é um número estático. Ele oscila dependendo de variações nos preços do ativo. Para essa variação destacamos outra letra grega, o Gama;
- EV/EBITDA: múltiplo que relaciona o valor da empresa, incluindo sua dívida líquida (EV), com seu resultado operacional (EBITDA). É um indicador do tempo de retorno (anual) para se reaver o investimento feito na ação. Em minha opinião, é o múltiplo mais interessante de se analisar, pois possui a qualidade de se estar com um número mais adequado no denominador.
- P/L: múltiplo que relaciona preço em bolsa com o lucro da empresa. Tal qual o EV/EBITDA, é o tempo de retorno que se leva para reaver o investimento na ação, só que em termos de lucro. É o indicador mais usado pelos analistas;
- Rô: mede a variação no prêmio da opção em relação à taxa de juros. Se os juros aumentam ou diminuem, isso causa impacto sobre o prêmio, para cima ou para baixo, supondo demais variáveis constantes.
- Theta: mensura o quanto variará o prêmio da opção ao se aproximar o exercício da mesma. Suponha uma opção com preço de exercício de R$ 50 e que seu ativo objeto esteja negociado no mercado à vista por R$ 52. Se seu prêmio estiver negociando em bolsa por R$ 3, o valor temporal da mesma será R$ 1.
- VaR: o Value at Risk é o máximo valor possível de perda para uma carteira de investimentos, dado um nível de significância estatístico estipulado (em geral 95%), em condições de não estresse. São nos outros 5% que podem ocorrer prejuízos superiores, originados, por exemplo, das crises sistêmicas.
- Vega: um ativo oscila ao longo do tempo. Esse sobe e desce influi no prêmio da opção, que deriva daquele ativo. O vega é justamente essa mudança no preço da opção em função da mudança na volatilidade.
- WACC: custo médio ponderado do capital. Uma empresa pode captar recursos de duas fontes: de seus acionistas e/ou via empréstimos. Cada uma dessas fontes possui um custo associado a ela. Chega-se ao WACC da empresa ponderando o custo do capital próprio e o capital de terceiros, considerando o benefício fiscal sobre esse último. Serve, dentre outras coisas, como taxa de desconto para cálculo do preço justo de uma empresa.
Enviado por Ricardo Viana (grato)
Canadá, IFRS e uma defesa dos padrões nacionais
Em Unaccountable accounting standards; Investors need protection of a national regulator, National Post de 11/6/2008, FP11, Al Rosen defende a necessidade do Canadá (que recentemente optou pelo IFRS) ter um conjunto de normas contábeis do próprio país:
IFRS is deficient compared with current Canadian standards on numerous fronts. IFRS contains loopholes not present in Canadian standards. IFRS is silent on specific prohibitions that have been built into Canadian accounting over the years. IFRS does not address specific industries critical to our economy. And IFRS opens up our accounting standards to political influence from abroad.
10 junho 2008
Links
1. Aqui um comentário sobre a pesquisa de políticos brasileiros (aqui postagem anterior)
2. Behavioural targeting – usando o conhecimento do cliente para fornecer o que ele quer – “Not necessarily a bad idea – behavioural targeting – The Economist, 7/6/2008
3. Recentemente a área desmatada do Brasil foi manchete de jornais. Entretanto, por trás dos números, existem sérios problemas de mensuração – Spot the rancher – Measuring deforestation – The Economist 7/6/2008
4. Problemas com celulares? Uma nova pesquisa mostra que os sinais emitidos por celulares podem alterar as ondas celebrais. E também podem afetar o comportamento humano. Entretanto, o efeito – em especial sobre o sono – equivale a uma xícara de café. Fonte: aqui
5. 64 = 65? Uma curiosidade matemática
6. Você conhece a Lei 11638? Um teste sobre esse assunto.
7. Um teste sobre a contabilidade do Vasco
8. Origamis (aqui e aqui) (fotos)

2. Behavioural targeting – usando o conhecimento do cliente para fornecer o que ele quer – “Not necessarily a bad idea – behavioural targeting – The Economist, 7/6/2008
3. Recentemente a área desmatada do Brasil foi manchete de jornais. Entretanto, por trás dos números, existem sérios problemas de mensuração – Spot the rancher – Measuring deforestation – The Economist 7/6/2008
4. Problemas com celulares? Uma nova pesquisa mostra que os sinais emitidos por celulares podem alterar as ondas celebrais. E também podem afetar o comportamento humano. Entretanto, o efeito – em especial sobre o sono – equivale a uma xícara de café. Fonte: aqui
5. 64 = 65? Uma curiosidade matemática
6. Você conhece a Lei 11638? Um teste sobre esse assunto.
7. Um teste sobre a contabilidade do Vasco
8. Origamis (aqui e aqui) (fotos)

Custo do combustível
Combustível consome mais de 50% da receita de passagens aéreas nos EUA
Scott McCartney, The Wall Street Journal - 10/6/2008 - The Wall Street Journal Americas - 1
Pode-se voar entre Nova York e Los Angeles, uma viagem de cinco horas, por meros US$ 400, ida-e-volta, mais impostos e tarifas de governo. Desses US$ 400, quanto você acha que a companhia aérea vai gastar em combustível?
Quase US$ 300 por passageiro, aos preços atuais. Só o aumento de US$ 10,75 no preço do barril de petróleo na sexta-feira elevaria os custos para a aérea JetBlue em quase US$ 24.
Embora a maioria das pessoas saiba quanto custa para abastecer seus carros, poucos têm idéia de quanto pagam pelo combustível quando pegam o avião de uma companhia aérea. E é um valor chocantemente alto aos preços atuais — nos Estados Unidos, bem mais que 50% do preço médio das passagens em muitas rotas.
Isso não deixa muito dinheiro para cobrir todos os outros custos de uma companhia aérea — mão-de-obra, aviões, manutenção, seguro, tarifas de uso do aeroporto, instalações e administração. E ajuda a explicar por que voar virou um tal sofrimento, com companhias aéreas cortando serviços, aumentando preços, cobrando uma pilha de tarifas e regulando várias outras coisas.
Antes da invenção da turbina a jato, o combustível era a grande despesa das companhias aéreas. Mas os jatos eram muito mais econômicos e a mão-de-obra passou a ocupar a posição de maior despesa. Agora o setor deu meia-volta, com o combustível de novo como maior despesa, diz Andrew Watterson, sócio da consultoria Oliver Wyman Group, uma divisão da Marsh & McLennan Cos.
“Se esta situação perdurar, a viagem de avião vai se tornar uma empreitada bem mais cara”, diz Watterson. As companhias aéreas, observa, cortaram os custos o suficiente para lucrar no ano passado, quando os preços do petróleo estavam em torno de US$ 70 por barril. Mas a US$ 135 ou mais por barril a situação “está drasticamente diferente”.
A Oliver Wyman analisou números das companhias aéreas americanas e encontrou uma média de custo do combustível por passageiro, considerando o que seria um vôo ida-e- volta médio num avião médio, de US$ 137,60 para o petróleo a US$ 135 por barril. A média de passagem ida-e-volta para os vôos domésticos nos EUA é estimada em US$ 263, sem incluir impostos e outras tarifas do governo. Na média das aéreas americanas, mais de metade do preço da passagem é gasto para comprar combustível.
É uma quantia impressionante quando se considera que apenas quatro anos atrás as despesas com combustível consumiam só 10% a 20% das passagens. Para cobrir a alta dos preços do combustível este ano, as empresas precisam conseguir cerca de US$ 60 a mais em média por passageiro — daí a enxurrada de tarifas de bagagem, alta no custo da passagem e outras tentativas de arrancar mais dinheiro dos clientes.
Um vôo como o de Nova York a Los Angeles, que é a rota longa de maior tráfego nos EUA, mostra o impacto do combustível por passageiro de maneira bem clara.
As companhias aéreas não divulgam publicamente a rentabilidade de rotas específicas, mas têm de informar vários dados operacionais ao governo americano. A JetBlue, por exemplo, informou em seus relatórios ao governo que seus A320 queimam em média 2.919 litros de combustível por hora, de modo que a conta total para uma viagem de ida e volta entre os aeroportos de Nova York e Long Beach, na região de Los Angeles, chega a mais de US$ 35.000 se o querosene de aviação estiver a US$ 1,06 por litro, o preço quando o barril de petróleo está em torno de US$ 135. Divida isso pelo número médio de passageiros da JetBlue, e o custo de combustível por passageiro fica em US$ 290.
Considere-se que a tarifa média da JetBlue nessa rota, no quarto trimestre, era de US$ 376, sem impostos. As passagens subiram este ano, mas não o suficiente para compensar a alta de US$ 140 na conta de combustível por passageiro desde o ano passado.
As estimativas não levam em conta outras receitas que as empresas recebem, de carga, venda de milhas e sobretaxas por bagagem ou multas por troca de passagem, por exemplo, e não incluem os hedges (coberturas no mercado futuro) de combustível que podem reduzir quanto uma aérea realmente paga pelo querosene de aviação. Mas um porta- voz da JetBlue confirma que aqueles números estão próximos das contas atuais da empresa.
A American, que opera jatos Boeing 767-200 entre os aeroportos de Nova York e Los Angeles, consegue uma receita média maior por passageiros que a JetBlue porque transporta mais viajantes a negócios e oferece assentos de executiva e primeira classe nessa rota. No quarto trimestre, seu preço médio na rota era de US$ 610.
Mas, se as passagens são mais caras, a conta de combustível também é. Um 767-200 da American queima em média 60.498 litros de querosene de aviação numa viagem ida-e- volta entre as duas cidades, segundo informes da empresa ao governo. Isso representa uma conta por passageiro de US$ 484, presumindo que os vôos tenham ocupação de 79%, a média da empresa.
A American afirma não divulgar números específicos por questões de concorrência, mas informa que essas estimativas estão “decididamente próximas” dos números naquela rota.
Goodwill
(...) Rulemakers' attention has recently focused on so-called "identifiable intangibles" - things such as customer lists and brands that can be valued. Acquirers are now required to report "qualitative descriptions" of these. For example, the value of its brands does not appear in Coca-Cola's books but any buyer would have to put a number on them.
The net effect, as more of goodwill is explained, should be its shrinking, but it is proving a tough asset to break up. According to research by the Intangible Business consultancy, almost half the value of deals done by top European and US companies in recent years is still accounted for under goodwill.
Its point is that more could be explained, some intangibles can be reliably valued, and companies should be making the effort to do just that. Mumblings about expected synergies is no longer enough.
But do investors really care? The answer seems to be: "Not that much."
"Acquirers don't look at businesses as a bucket of assets and liabilities," said Peter Elwin of Cazenove. "The value of the deal is about future activity: cash flows from combining what you have with what you're buying, and access to new markets."
Mr Elwin is a member of the Corporate Reporting Users' Forum, a group of accounting analysts. "We're really not that keen on getting goodwill as small as possible if it simply results in new intangible assets that then get amortised."
Analysts usually add back amortisations (gradual write-offs that cover the depreciating value of assets over time) as an accounting adjustment that means nothing in the real world. Adding more of these only complicates that task. (...)
Little value in making goodwill even more intangible.
By JENNIFER HUGHES - 8 May 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - Page 20
Pfizer e dividendos
A Pfizer Inc., já às voltas com a estagnação de vendas e lucros e a dificuldade para encontrar novas drogas, tem agora mais uma dor de cabeça: como manter seus generosos dividendos. (...)
À primeira vista, caixa não deveria ser um problema para a Pfizer. No fim do ano passado, ela tinha US$ 25 milhões em dinheiro e investimentos de curto prazo. Mas a maior parte disso está fora dos EUA e a Pfizer teria uma grande despesa tributária para repatriá-la, o que poderia prejudicar o lucro, diz David Risinger, um analista da Merrill Lynch. (...)
Farmacêuticas como a Pfizer há muito exploram as leis tributárias que lhes permitem registrar propriedade intelectual de remédios em outros países com alíquotas de imposto menores, diz Gary McGill, um especialista em tributação da Universidade da Flórida. Isso lhes permite evitar o imposto de pessoa jurídica de 35% sobre a maior parte de suas receitas. No ano passado, a alíquota ajustada da Pfizer foi de 21%.
O problema é que seus dividendos têm de ser pagos em dólares que estão nos EUA. A analista Jami Rubin, do Morgan Stanley, estima que mais de três quartos do caixa da Pfizer estão fora dos EUA, número que a empresa não confirma.
Lucro maior fora dos EUA põe em xeque dividendos da Pfizer
Avery Johnson e Joann S. Lublin, The Wall Street Journal - 3 June 2008
The Wall Street Journal Americas - 1
Prejuízo no setor financeiro dos EUA
Em Wall Street, o prejuízo inesperadamente grande da Lehman ressaltou a encruzilhada existencial em que se encontram a Lehman e seus concorrentes, à medida que eles reduzem acentuadamente a sua dependência de dinheiro emprestado, que ajudou a alimentar lucros recordes quando o mercado estava em alta, mas também levou à aceitação de riscos excessivos que depois voltaram para assombrá-los. À medida que a Lehman e outras corretoras diminuírem o uso da alavancagem, ficará muito mais difícil para elas gerar o tipo de crescimento a que os investidores tinham se acostumado antes que os problemas começassem a surgir, no meio do ano passado.
Para tornar a situação ainda mais desafiadora, a turbulência do mercado praticamente dizimou certos negócios que eram minas de ouro para Wall Street, como a agregação de hipotecas em títulos e o fornecimento de grandes empréstimos para empresas. Isso deve fazer com que se leve ainda mais tempo do que se pensava para o mercado se recuperar totalmente da presente bagunça. (...)
Perdas da Lehman reacendem temores sobre setor financeiro
Susanne Craig e Tom Lauricella, The Wall Street Journal - 10/6/2008
The Wall Street Journal Americas - 1
Defesa do Valor Justo
Mr Knight also thinks that the use of fair-value accounting has delivered some unexpected, medium-term benefits, too. For while it may have exacerbated the pain in the short term, it has also accelerated the adjustment - and deleveraging - process.
"While fair-value accounting can lead to over-depreciating assets in distressed market conditions, it also has the advantage of focusing everyone's attention on the impact of the deleveraging prices on asset values," said Mr Knight.
The 'D' word that still haunts central bankers - Gilian Tett - 9 June 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - 02
Caixa versus Competência
Muito interessante a matéria do Valor Econômico sobre a questão contábil da empresa João Fortes.
Lucro da João Fortes em 2006 vira prejuízo
Valor Econômico - 10/6/2008
A João Fortes Engenharia, que não divulga balanços desde meados do ano passado, informou ontem que vai refazer as demonstrações financeiras de 2006 e que o lucro de R$ 9,5 milhões que havia sido divulgado poderá se converter num prejuízo da ordem de R$ 10 milhões, de acordo com estimativas em fase final de verificação. A companhia também informou que as estimativas das demonstrações financeiras de 2007 apontam para um prejuízo de cerca de R$ 25 milhões.
As últimas demonstrações financeiras divulgadas pela companhia são relativas ao segundo trimestre do ano passado. No comunicado divulgado no início da noite de ontem, a companhia informa que decidiu mudar o critério contábil do balanço "do regime de caixa para o regime de competência". A nota não dá mais detalhes. O regime de competência - receitas e despesas devem ser incluídas no período em que aconteceram, mesmo que o dinheiro não tenha entrado ou saído - é um dos princípios fundamentais da contabilidade.
A empresa não explica por que vinha utilizando o regime de caixa. Em meados de 2007, o controle que pertencia a família Fortes, foi comprado pelo ex-banqueiro Antônio José Carneiro, conhecido como "Bode" no mercado. Logo depois da mudança societária, a João Fortes comunicou ao mercado a troca da auditoria independente Tag pela PricewaterhouseCoopers, que estaria avaliando as mudanças contábeis.
A demonstração financeira de 2006 auditada pela Tag traz uma ressalva - nota do auditor que indica erro no balanço - referente ao "diferimento do lucro das obras de incorporação imobiliária, apropriados no grupamento contábil 'resultados de exercícios futuros'". O procedimento, diz o auditor, está em conformidade com o regulamento da Receita Federal, mas contra as regras da Comissão de Valores Mobiliários, que manda que esse dinheiro passe pelo resultado do exercício. Ainda de acordo com a nota do auditor, a CVM acatou recurso interposto pela João Fortes "a fim de manter o mencionado critério de contabilização nos moldes da legislação tributária".
De acordo com as informações divulgadas ontem, as demonstrações financeiras de 2006 e 2007 serão finalizadas nos próximos dias e serão publicadas assim que houver o parecer do novo auditor independente, o que está estimado para até o fim deste mês. A diretoria propôs ao conselho da João Fortes que os dados de 2006 e dos dois primeiros trimestres fossem refeitos, já que os estudos da área de controladoria da companhia indicaram "inconsistências naquelas demonstrações e nos lançamentos contábeis que as embasaram".
O comunicado informa que o conselho, reunido ontem, também determinou a divulgação imediata ao mercado das projeções relativas as revisões que serão feitas nas demonstrações financeiras, em virtude da relevância das mesmas, "em linha com as melhores práticas de governança". A João Fortes também informou que vai deve fazer um novo aumento de capital privado, com a emissão de 20 milhões de novas ações, com direito de preferência para os acionistas. (...)
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