09 março 2021
08 março 2021
Confiança é Confiável
E já está no ar o Episódio #21 – A Confiança é Confiável? – da Série Ciência Aberta!
Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de dissertação de mestrado do PPGCont/UnB - A Confiança é Confiável? – da Pesquisadora Thais Mota Crabbi (UnB), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação do discente de graduação em Ciências Contábeis, Anderson Oliveira Menezes (UnB).
Malásia, Fundo Soberano e Deloitte
Já fizemos várias postagens sobre o assunto: um fundo soberano foi criado pelo governo da Malásia. Sua gestão sofreu a influência de um bon-vivant (foto), que aparentemente gastou parte dos recursos com festas, presentes caros para namorada (a atriz Miranda Kerr) e outros mimos. Além disto, um ex-presidente estava envolvido e foi preso pelo escândalo.
O fundo, 1MDB, foi auditado pela Big Four Deloitte, que não viu alguns problemas da gestão. Para resolver as pendências com o governo da Malásia, a Deloitte concordou em pagar 80 milhões de dólares. Entre 2011 a 2014, a Deloitte atuou no fundo. Nada mal: em 2019 o governo da Malásia anunciou uma multa de 584 milhões.
SEC cria uma força tarefa para o clima
A SEC, entidade que fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos, criou uma força tarefa, liderada pela vice-diretora de fiscalização da entidade, para tratar das questões de clima. A equipe irá verificar questões de má conduta relacionada não somente com o clima, mas também governança e questões sociais. Isto abrange a sigla ESG - ambiente, social e governança.
A equipe foi criada pela presidente interina da SEC, Allison Lee, mas provavelmente deverá persistir após a aprovação do novo presidente da SEC e sua nomeação. Afinal, o atual presidente, Joe Biden, prometeu em campanha fortalecer as políticas governamentais para o clima.
O trabalho da força tarefa deverá incluir a análise das divulgações relacionadas com o clima, o que inclui distorções naquilo que é divulgado. Com isto, a SEC coloca o clima como uma das prioridades.
Recentemente um estudo mostrou que empresas dos Estados Unidos estavam atrás das similares europeias na questão relacionadas com o clima, a questão social e a governança.
07 março 2021
Quando encerrar uma conversa...
Um estudo publicado em 1º de março na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA relata o que os pesquisadores descobriram quando subiram na cabeça dos locutores para avaliar seus sentimentos sobre quanto tempo uma determinada conversa deveria durar. A equipe descobriu que as conversas quase nunca terminam quando ambas as partes querem - e que as pessoas julgam muito mal quando seu parceiro deseja encerrar. Em alguns casos, porém, os interlocutores ficavam insatisfeitos não porque a conversa durasse muito, mas porque era muito curta. (...)
Razão para ESG
Hoje, mais de $ 40,5 trilhões globalmente são investidos de acordo com princípios ambientais, sociais e de governança. Mas quem define o que constitui um investimento ESG e até que ponto podemos confiar nas declarações ESG emitidas por empresas? Precisamos de um conjunto de normas ESG genuinamente globais - e a Europa pode, e deve, desempenhar um papel de liderança na sua formulação e implementação.
Longe de ser uma questão puramente técnica, avaliar o desempenho não financeiro das empresas é uma questão profundamente política. O primeiro passo é a escolha de indicadores para medir o desempenho ambiental ou social de uma empresa. Depois, há a questão de estabelecer padrões ESG básicos que a Europa, os Estados Unidos ou a China exigirão de todas as empresas que desejam fazer negócios em seus mercados, bem como um quadro de referência que influenciará diretamente os fluxos financeiros e de investimento.
06 março 2021
Locais de filmagens no mundo
Um infográfico com os principais locais de filmagens em cada país aqui. Na América Latina, a natureza:
(Esperava que fosse o Cristo no caso do Brasil ou as Cataratas)Ranking das Consultorias
A seguir, a lista das 11 mais prestigiosas empresas de consultoria:
1) McKinsey & Co.
2) Boston Consulting Group
3) Bain & Company
4) Deloitte Consulting LLP
5) PwC Advisory/Strategy
6) Ernst & Young LLP Consulting Practice
7) Accenture
8) Booz Allen
9) Hamilton Oliver Wyman
10) EY-Parthenon
11) KPMG LLP (Advisory)
Fonte: aqui
05 março 2021
Mais sobre a ESG
Mais sobre relatórios relacionados com ambiente, social e governança:
O Center for Audit Quality e o American Institute of CPAs divulgaram um guia na quarta-feira para relatórios e atestados ambientais, sociais e de governança para contadores.
O relatório, “Relatório e atestado ESG: um roteiro para profissionais”, oferece um plano que os auditores podem usar para fornecer garantia a seus clientes sobre divulgações ESG. Ele vem com estudos de caso de empresas que buscaram a garantia de auditor de suas informações ESG, incluindo Etsy, UBS e Vornado Realty Trust.
O CAQ e o AICPA divulgaram o relatório em um momento em que os investidores estão prestando mais atenção às divulgações ESG das empresas em meio à crescente demanda por fundos ESG à medida que aumentam os riscos das mudanças climáticas. O governo Biden prometeu se concentrar no combate à crise climática. Os contadores podem desempenhar um papel no fornecimento de garantia de que as divulgações ESG são precisas. Ao mesmo tempo, a parte social do ESG está se mostrando mais na forma como as empresas respondem às crescentes demandas por diversidade, igualdade e inclusão nas contratações e promoções.
Imagem aqui
Conselhos para uma boa aula online
A aula online é um desafio. Estamos aprendendo como melhorar nosso conteúdo. A seguir, 5 dicas para uma melhor aula
De todas as coisas necessárias para o sucesso acadêmico, uma das mais essenciais é que os alunos tenham um bom relacionamento com seus instrutores.
Isso é particularmente verdadeiro na sala de aula digital, onde a pesquisa mostrou que os alunos que têm um bom relacionamento com seus professores são mais propensos a continuar com a aula e obter boas notas .
Como um instrutor de faculdade comunitária que estudou as perspectivas dos professores sobre o que é necessário para estabelecer um bom relacionamento com os alunos, observei cinco ações que acredito que todos os educadores deveriam realizar para construir melhores relacionamentos em suas aulas online.
1. Trabalhe em tempo real
Quando alunos e professores trabalham juntos em tempo real por meio de videoconferência é mais fácil manter o engajamento. Os professores podem observar os alunos sonolentos ou distraídos e ver se os alunos parecem confusos ou entusiasmados.
Usar transmissões ao vivo e zoom não deixa de ter seus problemas. Alguns alunos e professores podem não se sentir confortáveis quando outras pessoas olham o ambiente de sua casa. Pode ser necessário dar a essas pessoas uma passagem ocasional quando as coisas estão especialmente barulhentas ou bagunçadas em casa.
Outros podem não ter uma banda larga ou o hardware necessários para se conectar em tempo real. No entanto, escolas e provedores de internet estão trabalhando para preencher as lacunas entre quem tem e quem não tem. Nesse ínterim, os professores podem postar gravações em vídeo das aulas para todos os alunos que faltarem às aulas devido a problemas de conexão com a internet.
2. Promova a colaboração
Os alunos se beneficiam não apenas quando constroem relacionamento com os professores - eles também se beneficiam quando constroem harmonia uns com os outros .
Quando os alunos recebem regularmente a oportunidade de resolver problemas e desenvolver a compreensão como parte de uma equipe, a sala de aula se torna um lugar mais respeitoso e produtivo. Também pode promover um ambiente mais acolhedor, e isso pode ser especialmente significativo para alunos introvertidos. Indivíduos tímidos podem achar uma sala de aula intimidante, e ter uma câmera na cara de alguém pouco ajuda a reduzir a autoconsciência. Quando nomes são conectados a rostos e rostos são conectados a alunos reais, imperfeitos e esforçados, um sentimento de comunidade é construído . Os alunos também têm a oportunidade de ver seu professor ajudando outros, o que pode ajudar os educadores a mostrarem seu desejo sincero de ajudar e responder a perguntas.
3. Compartilhe algo pessoal
Quando as pessoas falam sobre si mesmas, elas se tornam mais acessíveis. Compartilhar histórias pessoais ajuda os outros a compreender melhor uma pessoa. A pesquisa mostra que quando a incerteza sobre uma pessoa é reduzida, as pessoas ficam mais confortáveis com a pessoa e talvez até gostem dela.
O professor de comunicação Joseph Walther descobriu que relacionamentos significativos podem se desenvolver online se todos os envolvidos estiverem dispostos a revelar algo sobre si mesmos .
Isso não significa que uma aula inteira deva ser ocupada com reflexões autoindulgentes. Pequenas injeções de humanidade serão suficientes. Talvez o instrutor dê uma atualização ocasional sobre algo de sua vida pessoal, seja o progresso em seu fermento inicial ou sua incursão na apicultura. Dar uma olhada na vida familiar dos professores também pode ser apreciado, seja por meio de uma apresentação a uma criança ou de um rápido vislumbre do gato da família.
Compartilhar não deve ser uma rua de mão única. Os alunos também devem ter uma saída para a auto expressão. Isso pode significar escrever uma pequena biografia e compartilhá-la em um fórum de discussão da classe ou talvez fazer um vídeo TikTok relacionado aos conceitos do curso.
4. Lembre-se dos pequenos detalhes
Ao conhecer cada aluno e verificar regularmente, um professor pode identificar desafios e problemas com antecedência, abordando-os antes que fiquem fora de controle.
Além disso, quando os professores mostram interesse sincero em seus alunos como indivíduos, esses alunos se sentem mais seguros e com mais apoio . Mesmo pequenos gestos podem significar muito: anexar uma nota de congratulação a uma nota de boa tarefa; compartilhar um vídeo engraçado com alguém que está tendo um dia difícil; perguntando a um aluno sobre seu time favorito; ou postar um artigo interessante relacionado ao hobby de um aluno.
Para alguns estudantes universitários, apenas ter um professor que sabe seus nomes pode ser significativo. Quando os alunos sentem que o instrutor realmente se preocupa com eles e com seu sucesso, é mais provável que esses alunos se envolvam com o material do curso e com o professor.
Isso é especialmente importante quando os alunos estão experimentando níveis elevados de ansiedade durante a pandemia de COVID-19 .
5. Mantenha as aulas organizadas
Seja online ou presencial, os alunos precisam de estrutura para ter sucesso. Pelo que observei, quando os alunos têm instruções e horários simples e claros, sua incerteza é reduzida e, assim, a ansiedade excessiva pode ser evitada. Quando os alunos não estão sobrecarregados, eles são mais propensos a se conectar com outras pessoas, processar informações e sintetizá-las com sucesso.
Em última análise, a educação online tem muito em comum com a educação face a face . Nenhum dos dois está isento de desafios e alegrias, e ambos se beneficiam de um relacionamento forte entre aluno e professor.
Crime sem Castigo no Insider da Petrobras
Sobre o Insider da Petrobras. O presidente da república decidiu mudar a gestão da empresa e isto provocou uma queda nos preços.
Duas ordens de compra foram realizadas naquele dia: uma de 2,6 milhões de opções, às 17h35, e outra às 17h44, de 1,4 milhão de papéis, ambas com preço de R$ 0,04. A movimentação revelada pelo jornal O Globo e confirmada pelo Estadão/Broadcast a partir de dados da B3, a Bolsa de São Paulo, indica que um investidor pode ter lucrado R$ 18 milhões com as opções, negociadas em volume que só faria sentido se ele realmente acreditasse que as ações iriam cair ao menos 8% no pregão seguinte.
A hipótese mais provável, caso a infração se comprove, é de que a informação tenha vazado para um agente de mercado. A situação configura o chamado "insider" secundário, praticado por alguém sem ligação direta com a companhia e, por isso, de mais difícil comprovação. A Lei 13706/2017 criminalizou esse "insider" indireto, que pode envolver parentes de executivos, investidores, fundos e ex-administradores da empresa. Antes, apenas os "insiders" primários - que têm acesso à informação relevante na fonte e dever de sigilo, como diretores, conselheiros e controladores - podiam ser condenados pela Justiça.
De 2008 a 2018, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu 54 processos sancionadores contra 158 acusados de "insider trading" (o termo usado no mercado para informação privilegiada), resultando em 66 condenações administrativas, segundo levantamento da FGV Direito-SP. Na esfera criminal, houve apenas uma sentença condenatória definitiva no País.
Criminalizada em 2001, a conduta prevê pena de reclusão de 1 a 5 anos e multa de até três vezes o montante da vantagem obtida com o crime. Vinte anos depois, o Brasil teve apenas uma condenação definitiva - no caso da oferta da Sadia pela Perdigão - e nenhuma prisão. Em 2019, Eike Batista foi condenado a 8 anos e 7 meses de prisão, e a pagar multa de R$ 82,8 milhões, por insider com papéis da OSX, mas em primeira instância. Em 2017, os irmãos Joesley e Wesley Batista chegaram a ter prisão preventiva decretada pelo crime.
Na esfera administrativa, a multa recorde aplicada pela CVM em um caso de insider foi de R$ 536,5 milhões, imposta a Eike Batista por negociar ações da OGX com base em informação privilegiada. A cifra corresponde a duas vezes e meia o valor das perdas evitadas pelo empresário com a operação. A segunda maior foi a pena de R$ 26,4 milhões ao banco suíço Credit Suisse, em 2010.
Se a CVM não consegue punir os dirigentes da Petrobras pelo que aconteceu na empresa, imagine este tipo de operação. (Ontem postamos um pouco sobre o caso da Petrobras. No relatório disponível para o público fica a impressão de que a área técnica fez um esforço no sentido de punir os dirigentes, mas os diretores optaram pela absolvição.)
Foto: aqui
04 março 2021
Caso de Impairment da Petrobras
Li a enorme peça produzida pela CVM sobre o caso da Petrobras para as demonstrações contábeis de 2010 a 2014 (SEI 19957.005789/2017-71). O material pode ser dividido em quatro partes. A primeira é o relatório produzido pela área técnica da CVM, onde são considerados pontos relacionados com a UGC Refino, a Comperj e a Refinaria Abreu e Lima, a RNEST. A segunda parte é a defesa dos acusados, com diversos argumentos, inclusive contábil. A terceira parte é o segundo relatório da área técnica, onde alguns pontos da acusação existente na primeira parte foram deixados de lado. A quarta parte é o relato dos diretores da autarquia, basicamente absorvendo os acusados.
Antes de qualquer coisa, gostaria de deixar claro que considero que o teste de impairment é uma regra subjetiva e como tal trata muito mais de uma opinião da empresa. Assim, julgar se ocorreu erro ou não somente em algum caso de um erro de cálculo grosseiro.
No caso, a área técnica da CVM tenta argumentar contra dois pontos básicos que ocorreram na empresa: a própria Petrobras sabia que a Comperj e a RNEST não eram viáveis, segundo relatórios internos; e a empresa usou uma taxa de desconto inadequada para calcular os fluxos presentes, menor que a taxa usada no parque já instalado. Sobre o primeiro ponto, é possível imaginar que estes relatórios seriam provisórios e não devem confundir com o teste. Para o segundo, reproduzo parte do trecho do relator:
Os argumentos apresentados pela Companhia e trazidos pelas defesas me convenceram que os parâmetros utilizados nos cálculos das taxas de desconto não guardam relação obrigatória com o fato de a RNEST estar em estágio pré-operacional e as outras refinarias operando, sendo possível, portanto, que resultem em uma taxa menor para o ativo em construção, como de fato resultaram no presente caso.
O fato da taxa de desconto de um projeto novo ser menor que projetos existentes é algo estranho. Projetos já consolidados possuem um risco menor que um novo projeto. Pode ocorrer? Sim, mas não é usual. A empresa alega que a estrutura de capital do novo projeto era diferente. Mas realmente não convence.
O relator indica que o uso da UGC para o teste de impairment pode ser "interessante" (este termo é meu):
Esse tratamento contábil, pelo qual a avaliação periódica dos valores recuperáveis é feita para a UGC, e não para cada ativo, pode fazer com que eles compensem entre si suas respectivas performances e que eventuais perdas individuais sejam absorvidas por ganhos em outras unidades. Com isso, o conjunto, ao fim do exercício, pode não ter qualquer desvalorização reconhecida em balanço, ainda que algum de seus componentes, caso fosse testado isoladamente, pudesse ter perdas reconhecidas.
Neste ponto, o relator não concorda com a empresa, que incluiu a RNEST dentro da UGC de Refino, sem que a refinaria fosse efetivamente da Petrobras (era uma parceria com a venezuelana PDVSA). Mas sua posição foi vencida pelos dois outros diretores. Ou seja, nada de punição.
Trata-se de um caso interessante.
Quando o Charlatão prevalece
Sobre Charlatões, no Stumbling and Mumbling uma constatação: as pessoas preferem ouvir charlatães, conforme diversos experimentos. Quais as razões?
Uma possibilidade é o viés da confirmação. Você segue o conselho do charlatão quando o que ele diz é próximo ao que você acredita. Uma pesquisa perguntou às pessoas quais artigos sobre pandemia elas queriam ler, a partir dos títulos. Os pessimistas escolhem os artigos pessimistas e as pessoas otimistas escolhem os artigos otimistas. E após a leitura, a crença prévia saiu fortalecida. Isto já tinha sido estudado antes e a conclusão foi a mesma. Existem outras explicações, como o fato de que buscamos especialistas afinados com nossa postura, o efeito rebanho, o viés de seleção, entre outros.
Uma implicação de tudo isso é que uma emissora de serviço público, como a BBC pretende ser, não consegue ser, imparcial. Se você oferecer às pessoas dois lados de uma história ou duas cabeças falantes, muitos escolherão o charlatão ou a história falsa, em vez da verdadeira. E obteremos uma polarização maior - o que pode resultar em uma boa TV, mas não necessariamente em uma boa política ou uma boa sociedade.
Um aspecto que julgo relevante na discussão: talvez "charlatão" não seja algo binário, do tipo "ou é charlatão ou não é charlatão", mas uma escala, onde parte do que é dito pode ser verdadeiro, mas uma parte não.
Mês de nascimento e Latitude
Eis uma relação bem curiosa:
O mês que ocorre mais nascimentos tem uma relação com a latitude. No gráfico não tem o Brasil. Os dados de 2018 do nosso país mostra o seguinte:
Março, abril e maio, ao contrário do que eu esperava. (Imaginava setembro, outubro e novembro, cerca de nove meses depois do Natal e Carnaval)
03 março 2021
Significado da Covid em vidas
Este gráfico mostra o número de mortes na Espanha, desde 2000 até 2020. Há algumas questões metodológicas, mas é nítido o efeito da Covid sobre o resultado.
Novo logo com lembranças antigas
O Logo proposto está do lado esquerdo. No centro, a figura que o logo lembra. E no lado direiito, o novo logo reformulado. Onde a Cerveja é cara
O Mapa mostra o preço da cerveja em cada país. Em comparação com os vizinhos, o preço em Brasília (local da pesquisa no Brasil) não é cara: $2,52. Mas é mais que na Argentina (1,79). A origem dos dados está aqui. Se o seu sonho é ir assistir a Copa do Mundo no Catar, o preço de um recipiente de 330 mil é de 11 dólares.
02 março 2021
SEC e a questão do clima
Decididamente, a questão do clima nos relatórios das empresas é o assunto. Na mala direta do NY Times o lembrete que a SEC, nos Estados Unidos, deverá colocar o assunto como pauta central:
A S.E.C. "está preparando o cenário, enviando um sinal de que não estamos mais em uma administração onde 'mudança climática' é um termo proibido", disse o Sr. Hall. "É uma de advertência para que as pessoas saibam que novas regras de divulgação estão vindo". Ele disse que espera que os democratas pressionassem o Sr. Gensler [indicado para presidir a entidade] a adotar exigências específicas de divulgação, enquanto os republicanos provavelmente farão lobby por um sistema mais vago, baseado em princípios, que dê às empresas uma margem de manobra adicional.
"É uma declaração significativa e uma empresa pode ver como uma oportunidade", de acordo com Wes Bricker da PwC, um ex-contabilista-chefe da S.E.C. O Sr. Bricker disse que pensava que muitas empresas já tinham ido além do que é exigido sob a antiga estrutura, respondendo às crescentes exigências do mercado por transparência em seu impacto ambiental. Para as empresas que ainda não estão lá, o anúncio da S.E.C. é um lembrete da direção que as coisas estão tomando.
Foto: aqui
Atualizando o uso do Emoji
Sobre o uso do Emoji 😂: Eu parei de usar há um tempo porque vi pessoas mais velhas usando, como minha mãe, meus irmãos mais velhos e apenas pessoas mais velhas em geral.
Os jovens agora usam:
que corresponde a "estar morto", que seria algo muito engraçado. Ou então 😭. Mesmo o 🤣 está ultrapassado. Mas será válido para cultura brasileira?
Como a pandemia alterou a publicação científica
Como a pandemia alterou o processo de publicação científica? Uma resposta baseada na experiência profissional, em outra área, mas que parece fazer sentido para artigos de contabilidade também:
A publicação científica é um aspecto do sistema científico que certamente foi afetado pela crise de Covid. Entre outras mudanças, os critérios usados para avaliar os manuscritos submetidos parecem ter mudado. Isso impacta a ciência no centro de seus mecanismos de autorregulação e garantia de qualidade. Resta saber se mudou para melhor.
No início da pandemia, revistas científicas e seus editores criaram sistemas acelerados para conteúdos relacionados com COVID-19, permitindo rápida revisão e evitando o atraso desnecessário da publicação. Estudos têm demonstrado que esses esforços são altamente eficazes, com o tempo médio entre o envio e a publicação sendo reduzido em quase 50% em amostras de periódicos médicos. Embora esses esforços sejam obviamente louváveis, eles levantam questões sobre o conteúdo e a qualidade do processo de revisão: os documentos relacionados à Covid-19 são igualmente examinados e mantidos de acordo com os mesmos padrões de qualidade de outros manuscritos? Quais são os efeitos duradouros dessas mudanças para a revisão editorial por pares? E que implicações isso tem para a qualidade da pesquisa e a confiança (pública) na ciência?
(...) Usando o modelo aberto de revisão por pares em duas revistas médicas, comparei os manuscritos submetidos antes da pandemia com aqueles submetidos durante a pandemia, tanto para conteúdo relacionado ao COVID-19 quanto para conteúdo não relacionado ao COVID-19. Acontece que a revisão dos artigos relacionados à Covid-19 não parece ser menos completa - apesar de ser muito mais rápida - mas vemos uma mudança notável nos critérios de qualidade usados para avaliar esses manuscritos.
Na avaliação de manuscritos acadêmicos que lidam com conteúdo relacionado ao COVID-19, editores de periódicos, revisores e leitores parecem ser um pouco mais brandos em suas opiniões, usando diferentes critérios de qualidade e estando satisfeitos com padrões potencialmente mais baixos. Em particular, eles parecem pedir menos experimentos adicionais, estão satisfeitos com amostras menores e sugerem estratégias diferentes para abordar reivindicações muito fortes. Os autores não são, por exemplo, solicitados a remover, estender ou melhorar dados de baixa qualidade, mas sim encorajados a meramente afirmar isso como uma limitação ou mesmo conclusão de seu estudo. (...)
Política Pública, fertilização e casamento
Um exemplo de como uma política pública pode mudar o perfil e as decisões pessoais. Em Israel, a partir de 1994, o governo começou a cobrir os gastos com fertilização in vitro. Isto trouxe duas mudanças relevantes para as mulheres.
As mulheres passaram a casar mais tarde, adiando a decisão de maternidade (gráfico acima, esquerda, que mostra a idade e o ano do casamento). Além disto, a diferença de idade entre homem e mulher muda (gráfico da direita)01 março 2021
História da Contabilidade: um resumo da Alvares Penteado quando fez 50 anos
Ainda no O Observatório, desta vez na edição 197, de 1952. Um pequeno trecho trata da Alvares Penteado:
Em dois de julho corrente a Escola de Comércio "Alvares Penteado" comemorou o cinquentenário de sua fundação. Desde o início de sua atividade tem-se ela constituído num centro de ensino de que se orgulha a civilização paulista. A Escola de Comércio "Alvares Penteado", pioneira de estudos comerciais no Brasil, começou com a denominação de Escola Prática de Comércio, instalando-se modestamente a dois de julho de 1902, no prédio no. 36 da Rua Libero Badaró, esquina da Rua Direita, cedida gentilmente pelo Conde de Prates. Organizado o corpo docente, selecionado em nossas escolas superiores e nos centros econômico-financeiros, a 15 de julho tiveram início as aulas, regularmente matriculados, quantidade considerada elevada para o acanhado ambiente em que se instalara. O decreto federal no. 1.339, de 9 de janeiro de 1905, reconheceu de caráter oficial os diplomas expedidos pela Escola Prática de Comércio e providenciou sobre a organização dos curso, dividindo-os em dois: um geral, de comércio, e outro superior, de ciências comerciais, com várias vantagens para os diplomados. Em 5 de janeiro de 1907 a diretoria e a congregação da Escola de Comércio de São Paulo, reunidas em sessão extraordinária sob a presidência do diretor-presidente, senador Lacerda Franco, por unanimidade de votos resolveram ligar perpetuamente o nome do Conde Alvares Penteado à Escola. Daí a atual denominação de Escola de Comércio "Alvares Penteado"
Presentemente [1952] a Fundação mantém os seguintes cursos: comercial básico, técnico de contabilidade e técnico de secretariado. Desde de 1932 funciona também, mantido pela Fundação, a Faculdade de Ciências Econômicas de São Paulo que possui os seguintes cursos de grau superior: ciências econômicas, ciências contábeis e ciências atuariais. Nada menos de 53.188 alunos já passaram pelos vários cursos da Fundação e muitos deles ocupam postos de destaque na administração pública e particular. Até 1951, diplomaram-se 9.343 alunos, assim distribuídos: auxiliar de escritório, 759; guarda-livros, 783; secretários, 275; contadores e peritos contábeis, 3.597; técnico em contabilidade, 1.978, e bacharéis em ciências econômicas, 973.
Confesso surpreso com o número de formados com o título de contador. Espera mais os concluintes com a função de guarda-livros.
Foto: aqui
Balanço de 1944 de uma Construtora
Ainda no O Observatório, ed. 111 de 1945, o balanço de uma construtora, a Dourado. O balanço foi assinado por um guarda-livros, que colocou seu número de registro:
Na estrutura do ativo, que também iniciava com as contas menos líquidas, obras contratadas e obras em construção:
Este era o principal ativo da empresa. Isto tinha reflexo no passivo, cuja principal conta eram oriundas das obrigações com estas obras:Em lugar da DRE, a conta de Lucros e Perdas:Balanço de 1937 da Cia Antarctica
Eis o balanço da Companhia Antarctica Paulista, referente ao dia 31 de dezembro de 1937, publicado no O Observador Economico, ed. 027, de 1938. A empresa foi uma fabricante de cerveja conhecida, até ser adquirida pela Brahma para dar origem a Ambev. Há alguns pontos interessantes neste balanço:
(1) a ordem do ativo e do passivo (não tinha a terminologia "passivo e patrimônio líquido) é inversa. No caso do ativo, inicia-se com os valores imobiliários e a conta caixa está no final. No caso do passivo, inicia-se com Capital e Fundo de Reserva, do grupo Capital e Reservas, e finaliza com Porcentagem da Directoria. Em ambos os lados, as "contas compensadas"
(2) no ativo, o principal grupo são os imobiliários, com destaque para a instalação em São Paulo, no bairro da Mooca. Mais de 10% do ativo. O valor das instalações e máquinas neste imóvel também é elevado. Há a contabilização de "animais". Lembremos que estamos em 1937 e os animais eram usados
(3) O valor de mercadorias é expressivo e há valores em caixa e selos dos impostos. Existe o grupo de Devedores em Conta Corrente e Títulos, que corresponderia aos Clientes dos dias atuais. Há um grupo chamado de "Valores Aleatórios", com subgrupo de Depósitos para Recursos Fiscais. O valor não é expressivo.
(4) Do lado do passivo, metade do patrimônio líquido é capital. Boa parte do passivo é oriundo das operações, existindo um financiamento via Debêntures.
(5) Junto, o Certificado dos Auditores - esta palavra "certificado" dá muita credibilidade, não? Moore Cross, Chartered Accountant, assinam que o balanço "demonstra a verdadeira situação financeira da Companhia naquela data".
Não é divulgado uma demonstração de resultado ou algo próximo. Mas o relatório da diretoria é bastante amplo. A primeira página encontra-se a seguir:
O primeiro item do Relatório é "impostos". A empresa reclama da carga tributária e afirma que pagou mais imposto que o próprio capital da Companhia. Mais ainda, os impostos pagos em cinco anos foi mais de 10 vezes o volume de dividendos distribuídos. (Parece uma versão antiga da DVA). A página seguinte do relatório trata de outros assuntos:Os títulos desta página são: Cultivo de Cevada e Lúpulo, Leis Sociais, Empréstimos por debêntures, Negócios em Geral e Distribuição dos Lucros. Com respeito a isto há um texto indicando um lucro bruto, que deduzida "despesas e encargos", inclusive "depreciação, ficou a sobra de (...)". Por sinal, o lucro líquido é bastante adequado: 7/61. [Achei bem interessante a presença da depreciação]28 fevereiro 2021
Reconhecimento de um erro
Ao apresentar o resultado da Berkshire, Warren Buffett fez um comentário sobre um investimento realizado em 2016, quando a empresa comprou ações da Precision Castparts.
O componente final em nosso número GAAP - aquela péssima redução de US $ 11 bilhões - é quase inteiramente a quantificação de um erro que cometi em 2016. Naquele ano, a Berkshire comprou a Precision Castparts (“PCC”) e paguei muito pela empresa.
Ninguém me enganou de forma alguma - eu estava otimista demais sobre o potencial de lucro normalizado da PCC. No ano passado, meu erro de cálculo foi desmascarado por desenvolvimentos adversos em toda a indústria aeroespacial, a mais importante fonte de clientes da PCC.
(...) Eu errei, porém, ao julgar o valor médio dos ganhos futuros e, conseqüentemente, ao calcular o preço adequado a pagar pelo negócio.
Relatório completo pode ser obtido aqui
Aeroporto do México teve erros na sua auditoria
O aeroporto de Texcoco era a principal obra do governo mexicano (aqui, uma postagem anterior). Destinava a substituir o aeroporto da cidade do México, a obra era polêmica pelo custo e o impacto ecológico. Quando candidato, o atual presidente prometeu lutar contra a continuidade da obra.
Uma notícia recente de ordem contábil. O chefe da Auditoria Superior de la Federation, um órgão de fiscalização similar ao nosso Tribunal de Contas, reconheceu que um relatório preparado pela entidade tinha "erros técnicos".
Esta semana la ASF reconoció que hubo errores en el informe sobre la cancelación del aeropuerto de Texcoco. Según la Auditoría esto costaría al menos 331 mil 966 millones, el triple de lo dicho por el gobierno de Andrés Manuel López Obrador, que anunció un costo de 100 mil millones de pesos.
Mulheres ricas e generosas
Eis a lista das mulheres mais ricas do mundo:
Meyers é dona de um terço da L´Oreal. Quando ocorreu o incêndio em Notre Dame, Francoise Meyers prometeu uma doação de 200 milhões de euros para reconstrução. MacKenzie Scott foi co-fundadora da Amazon e durante muito tempo trabalhou na contabilidade da empresa. Com o divórcio recente, MacKenzie recebeu 4% das ações da empresa. Em 2020, MacKenzie fez uma doação de quase 5 bilhões de dólares para causas relacionadas ao clima e a igualdade racial.
A tabela a seguir mostra a percentagem de mulheres e homens generosos, de uma amostra de bilionários.
As mulheres que herdaram sua fortuna são mais propensas a fazerem doações (68%), mas aquelas que construíram sua fortuna geralmente fazem poucas doações (12%). Com os homens ocorre o inverso: são mais filantropos aqueles que construíram sua própria fortuna (67%), não os que herdaram (5%).
26 fevereiro 2021
Excesso de pagamento do executivo
Em 2019, o salário médio dos principais diretores executivos aumentou 14% de 2018 para US$ 21,3 milhões. Sundar Pichai, o CEO da empresa matriz do Google, Alphabet, ganhou $280.621.552 em remuneração total - mais de 1.000 vezes a renda de um funcionário mediano da empresa.
Pichai encabeça a nova lista dos "100 CEOs mais bem pagos", o sétimo relatório anual publicado por As You Sow, uma organização sem fins lucrativos que promove a responsabilidade social corporativa através da defesa dos acionistas. O relatório, legendado "Are Fund Managers Asleep at the Wheel?" descobre que, embora a oposição dos acionistas a este excesso esteja crescendo, muitos dos maiores fiduciários financeiros ainda não votaram contra o pagamento excessivo do CEO nas reuniões anuais de acionistas do ano passado.
O relatório calcula quanto os CEOs deveriam ter ganho em 2019 com base no retorno total dos acionistas nos últimos cinco anos, e depois calcula o pagamento excedente que receberam; por exemplo, o relatório sugere que 95% do salário de Pichai (um total de US$266.698.263) foi excessivo. Descobriu-se que, no caso da Alphabet, a relação entre o salário do CEO e o do empregado foi de 1.085:1; a Walt Disney Co.'s, em quinto lugar, foi de 911:1; e a Kraft Heinz Co.'s, em sexto lugar, foi de 1.034:1.
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25 fevereiro 2021
Nova área no Enanpad
O Enanpad é um grande encontro de pesquisadores na área de administração. Mas possui um espaço temático para finanças e contabilidade. Neste sentido, o Enanpad deste ano tem uma grande novidade: o tema de Educação Financeira, dentro da área de Finanças. Os líderes do Tema são os professores responsáveis pela Olímpiadas de Educação Financeira, um evento nacional, com grande participação de vários estados. Nominalmente: professor Moisés Cunha, da UFB, nossa colega Ducineli Botelho, da UnB, Wenner Lucena, da UFPB, Ani Potrich, da UFSC e Evaldo Silva, da UFPA.










































