Uma dica do Alexandre dos Santos (grato):
Algum tempo atrás soube que o Flamengo atravessou 2010 sem um contador em seu quadro de funcionários. Apesar da seriedade e conhecimento da fonte que revelou-me essa informação, achei-a incrível – no sentido de algo não crível, difícil de acreditar. Mas, acreditei, claro, pois minha fonte é séria e conhece bem esse clube e outros mais. Passado algum tempo, outras pessoas disseram-me a mesma coisa, só confirmando o absurdo de tal fato.
Não creio que esse buraco no quadro funcional tenha prejudicado a elaboração do balanço, pois um contador sem vínculo empregatício com o clube respondeu pela contabilidade, mas esse é um fato que merece reflexão. Estrutura não é somente meia dúzia de tijolos e uma fachada bonita. Ela é muito mais que isso e, lembrando velhos tempos da militância política, podemos dividi-la em infra e superestrutura. As construções, campos, meios de transporte, entre outras coisas, fazem parte da infraestrutura, enquanto direção, quadro de pessoal, filosofia de trabalho, ordenamento político e outras mais são parte da superestrutura. E, francamente, a superestrutura de um clube de futebol, sobretudo da grandeza do Flamengo, movimentando enorme volume de recursos, não pode, sob nenhuma hipótese, prescindir do trabalho de um profissional qualificado nessa área. Isso é básico e, confesso, tomar conhecimento desse fato foi uma surpresa desagradável.
E as receitas continuam crescendo…
Antes de falar das complicações, vou passar rapidamente pelo caminho para resolver complicações, as receitas. Elas são a solucionática necessária para enfrentar a problemática criada pelos dirigentes.Depois de ler o balanço, a primeira coisa que fiz foi levantar o ponto central da vida financeira de toda instituição: o comportamento de suas receitas operacionais nos últimos anos. Esse é o quadro de cinco anos:
As receitas rubronegras, apesar dos muitos pesares, dão ao torcedor um certo alento e podem dar condições aos gestores para, lentamente, buscar a consolidação e sustentabilidade do clube. Nesse sentido, não posso deixar de citar que durante a gestão Braga mais recente, o montante de dívidas do clube foi reduzido em apreciáveis 75 milhões de reais.
Esse volume de receitas, contudo, é muito baixo para o porte e para o desempenho esportivo do clube.
O quadro de receitas mostra o já esperado crescimento do marketing em função do bom patrocínio máster assinado no final de 2009, que deu uma injeção razoável de recursos para o clube (e a ausência de um patrocinador na presente temporada, já perdido o primeiro quadrimestre e caminhando para o fim do semestre, vai complicar as contas ainda mais). Ao mesmo tempo, uma receita sempre importante para o Flamengo, a bilheteria, teve redução apreciável, reflexo do desempenho do time em campo, apesar da participação na Copa Libertadores e, não podemos esquecer, também provocado pelo fechamento do Maracanã. E o pior, nesse caso, é que vem mais dois anos, com sorte, sem poder jogar no seu local predileto.
O balanço não discrimina as receitas com o licenciamento da marca Flamengo, que podem estar embutidas na conta Marketing. Tampouco mostra as receitas com o programa de sócio-torcedor, o que nos deixa sem saber se o programa existe e fatura ou se foi abandonado. De um jeito ou de outro, cada clube precisa encontrar seu caminho próprio e aumentar suas receitas com o quadro de sócios-torcedores. O exemplo do Internacional está aí para ser visto e analisado – mas não copiado, pois cada programa deve ter a “cara” e o espírito do clube e de seu torcedor, não é uma receita de bolo que basta ser copiada.
A verdade é que, embora venham crescendo de forma regular e consistente, mesmo com alguns percalços, as receitas operacionais do futebol do Flamengo estão abaixo do que poderiam e deveriam ser. Não ter um estádio próprio contribui para esse quadro, mas não justifica tudo.
Outro ponto importante para os clubes brasileiros: formação de jogadores. Essa não é uma receita operacional, eu não a considero como tal nas minhas análises, mas sem ela os clubes passam dificuldades e, se o desafio para alguns é lançar as bases para se manterem sem recorrer a essa receita, para o Flamengo o momento é diferente: é reforçar e retomar algo que era tradicional no clube: a formação de bons jogadores. Não só para fornecer à equipe, mas também, e fundamentalmente, para gerar recursos financeiros. Realisticamente, é isso.
Despesas caem no futebol e explodem nos amadores – Será?
O futebol gerou uma receita bruta de 110,3 milhões de reais, contra uma despesa total de 69,3 milhões de reais, gerando um superávit de 41 milhões de reais. A folha de pagamento caiu de 67,6 para 52,6 milhões, uma redução de nada menos que 22,2%. Lembro que em 2008, até o começo de 2009, o clube gastava, somente em salários diretos de 5 ou 6 jogadores um total que passava de 2 milhões de reais todo mês. Isso, naturalmente, não contando encargos sobre esse montante. Um enxugamento na folha era necessário e o time que foi campeão em 2009 já não contava com alguns dos jogadores que contribuíam para esse valor. Fica difícil julgar até que ponto a redução na folha influenciou a ausência de grandes resultados em 2010, dado o ano atípico vivido pelo clube e pelo futebol em particular, mas, de maneira geral, foi uma redução salutar.
Cabe aqui uma observação: o balanço não discrimina os valores pagos, portanto não sabemos a quanto montou o total pago em direitos de imagem, e se esses valores estão incluídos na folha ou na rubrica “despesas gerais”. Essa falta de informações mais completas e, principalmente, mais discriminadas, é um dos problemas desse balanço.
Se o futebol, que é, sem a menor dúvida, a grande “vaca leiteira” do Clube de Regatas do Flamengo, gastou menos, os esportes amadores tiveram uma explosão em seus gastos de pessoal, passando de 12,8 milhões em 2009 para 22,9 milhões de reais em 2010. Um assombroso crescimento de 78,9%. A despesa total da área evoluiu de 25,4 milhões para 45,5 milhões de reais, ou 79,1% de crescimento. Enquanto isso, a contrapartida das receitas dos esportes amadores evoluiu um percentual ainda mais impressionante: 122,3%. O único problema é que o valor saltou de 3,1 para 6,9 milhões de reais, gerando um déficit operacional de portentosos 16 milhões de reais, 131,9% maior que a receita.
Podemos deduzir pelas ausências do balanço, que esses valores de despesas incluem outras áreas que não somente os esportes amadores propriamente ditos. Todavia, o que está escrito, aprovado e assinado é o que foi relatado. Um balanço com informações incompletas ou agrupadas demais, sem discriminação, dificulta um melhor entendimento do que se passou e do que poderá acontecer.
Aliás, como planejar alguma coisa em cima desses números? Se há números internos melhor discriminados, e eu acredito que haja, deveriam, portanto, estar no balanço, facilitando nosso entendimento do que é e como funciona o clube.
Em outras palavras: não dá para saber quanto custou a área de esportes amadores, assim como não dá para ter certeza sobre o valor da folha de pagamentos do futebol.
Dívidas que assustam
Aqui o “bicho pega”. E assusta.
O Passivo Circulante compreende os valores a serem pagos no decorrer dos doze meses seguintes à data de fechamento do balanço, ou seja, o decorrer do ano de 2011. Temos aqui um salto de 48,9%, explicado em boa parte pelos aumentos nos itens “Impostos e contribuições sociais a recolher” (de 34,2 para 52,0 milhões), “Empréstimos em instituições bancárias” (de 23,5 para 43,9 milhões) e “Contas a pagar” (de 26,3 para 51,1 milhões).
O Passivo Não Circulante inclui valores que serão pagos a partir de doze meses da data de fechamento do balanço, ou seja, de 1º de janeiro de 2012 em diante; são os compromissos de longo prazo. Também aqui temos um salto expressivo, da ordem de 20,7%, originado, sobretudo, por 29,2 milhões de “Receitas diferidas”, sem uma nota explicativa a respeito.
Com isso, o Passivo Total atinge o valor de 458,5 milhões de reais, crescendo 33%, bem acima dos exercícios anteriores, exceção feita a 2007, por conta do já citado acordo Timemania.
Li um excelente texto do economista Rafael Strauch, em dois posts publicados no site Flamengonet, e ele levanta várias dúvidas e indagações sobre esse balanço. Como, por exemplo, entre outras, os 29 milhões de receitas diferidas. Eu acredito que esse valor, assim os valores listados em empréstimos bancários, correspondam a adiantamentos de cotas de TV, mesmo porque tenho dúvidas a respeito da aprovação de empréstimos bancários para a maioria dos clubes brasileiros, caso não existam garantias sólidas de terceiros. Na prática, cota adiantada nada mais é que um empréstimo bancário garantido pelas cotas correspondentes.
Ainda na vida real, isso significa que almoço e o jantar de depois de amanhã foram vendidos para pagar o jantar de ontem e, se a administração não for das piores, o almoço de hoje. Com alguns agravantes: taxas e juros sobre o valor. Ou seja, você empenha 100 do futuro e recebe 80 hoje, para pagar a despesa já ocorrida ontem, que custou 60, mas, atrasada, passou a custar 80.
Só o Clube de Regatas do Flamengo comete tal loucura?
Infelizmente, não. Todos, em maior ou menor grau fazem a mesma coisa.
E digo infelizmente porque se fosse só o Flamengo e mais um ou dois seria um problema limitado. Como é geral, temos um problema sistêmico, que ataca todo o setor. E por que? Por que o setor é ruim e não permite a sobrevivência? Ou será que isso ocorre porque as gestões do futebol, de maneira geral, são ruins e ninguém paga nada por isso?
Opa, alguém paga por isso: o torcedor de cada clube e o conjunto da sociedade.
A síntese desse balanço pode ser descrita com apenas dois vocábulos: muito preocupante. A ausência de notas explicativas sobre pontos importantes, diferenças entre valores lançados, a própria forma do balanço, parecendo antes um rascunho do que o trabalho definitivo, tudo isso dá margem a perguntas, a dúvidas e, no torcedor, a temores.
06 julho 2011
Equador
Para a China, a ajuda ao Equador está condicionada a produção de petróleo. Informações apresentadas por Salmon informam que 75% da produção do país está direcionada para a China.
Afirma Salmom que o "Equador agora se assemelha a uma subsidiária integral da China".
05 julho 2011
Entidade 3
Mais um relato da relação entre o dono majoritário das ações do Pão de Açúcar e os interesses pessoais:
O piloto Pedro Paulo Diniz conquistou 2 pontos até aqui em sua carreira na Fórmula 1, iniciada em 1995. Como a transmissão da televisão é centrada nos líderes, o espectador quase não o vê - e pouco vê, também, o nome Parmalat, patrocinador da escuderia pela qual corre Diniz, pintado com destaque em seu carro. (...) Pelo patrocínio que lhe dá direito a mostrar seu nome no carro de Diniz, a Parmalat, um dos maiores fabricantes de alimentos do país, paga cerca de 5 milhões de dólares por ano.
Vale a pena gastar tanto dinheiro por tão pouco resultado? A pergunta é feita com freqüência nos departamentos de marketing de muitas empresas que têm diante de si uma questão complicada: decidir se devem ou não patrocinar estrelas do esporte. À primeira vista, o patrocínio a Diniz não parece um bom negócio. Além de pouco aparecer nas telas da TV, a Parmalat está associando sua marca a um piloto que, pelo menos até aqui, não tem a imagem de vencedor. (...)
Sob o aspecto custo versus sucesso esportivo, portanto, a associação entre o nome Diniz e a marca Parmalat é uma operação comercial decepcionante. Mas a coisa muda de figura quando se examina a lógica empresarial que vai além das pistas e dos pódios. Pedro Paulo é um dos 4 filhos do empresário Abílio dos Santos Diniz, principal acionista do grupo Pão de Açúcar.
Com cerca de 220 lojas espalhadas pelo país, o grupo é a segunda maior rede de supermercados do Brasil. Seu faturamento alcançou 3,2 bilhões de dólares em 1995, segundo MELHORES E MAIORES. É também o segundo maior cliente da Parmalat no varejo, atrás apenas do Carrefour. A rede dos Diniz, na verdade, é fundamental para qualquer fornecedor.
"O patrocínio a Pedro Paulo resultou numa boa vontade do Pão de Açúcar em relação à Parmalat", diz Willy Herrmann, sócio da Image Brasil Marketing, empresa responsável pela aproximação entre patrocinadores e a Forti Corse, escuderia de estréia do piloto na Fórmula 1. "Essa boa vontade era manifestada tanto por Abílio Diniz quanto pelos repositores de lojas." E o que significa, precisamente, boa vontade? EXAME procurou a Parmalat e o Pão de Açúcar para falar a respeito do assunto. As 2 empresas preferiram o silêncio no que diz respeito aos ne...gócios. "Não olhamos a árvore genealógica de um piloto antes de patrociná-lo", diz José Carlos Brunoro, diretor de esportes da Parmalat.
Mas é fato que o apoio à carreira esportiva de Pedro Paulo ajudou a Parmalat a abrir espaço na rede da família Diniz. Segundo um executivo que participou das negociações, Parmalat e Pão de Açúcar acertaram um acordo comercial especial tão logo selado o patrocínio. O Pão de Açúcar comprometeu-se a colocar em suas lojas todos os produtos Parmalat - de leite longa vida a panetone importado da Itália. A Parmalat passou também a estabelecer cotas anuais mínimas de venda de seus produtos para o Pão de Açúcar. "O que chama a atenção é a rigidez com que o acordo é cumprido", diz um ex-executivo da empresa.
Certa vez, gerentes de loja queriam interromper a compra de iogurtes da Parmalat em virtude de problemas na distribuição. Não conseguiram. Parcerias entre fornecedores e varejistas fazem parte do jogo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Wal-Mart tem um esquema semelhante com a Procter & Gamble. O próprio Pão de Açúcar mantém diversas outras parcerias com grandes empresas fornecedoras, assim como fazem seus concorrentes na área de supermercados. Atípico é um fornecedor conseguir a garantia de permanência de toda a sua linha de produtos no ponto-de-venda durante 1 ano inteiro. "A lei do varejo é o giro", diz o consultor Dix. "Se um produto não vende rápido, fica fora do jogo."
Apesar da força da marca, produtos da Parmalat como biscoitos e café solúvel têm vendas reduzidas quando comparadas à concorrência. Na Grande São Paulo, por exemplo, a participação de mercado dos biscoitos Parmalat é de 3,2%, segundo pesquisa Nielsen realizada em agosto. Numa disputa por espaço, quais seriam as chances de um produto como esse? Pequenas. Ou qual destaque ele receberia no ponto-de-venda? Pouco. A Parmalat, entretanto, não encontra dificuldades para colocar seus lançamentos nas lojas da rede Pão de Açúcar, enquanto no Carrefour, por exemplo, cada lançamento tem de ser negociado caso a caso. Às vezes, loja a loja.
O restante do texto pode ser lido aqui. Novamente o conceito de Entidade é importante. Sobre a carreira de Diniz, filho, na Fórmula 1, veja aqui.
O piloto Pedro Paulo Diniz conquistou 2 pontos até aqui em sua carreira na Fórmula 1, iniciada em 1995. Como a transmissão da televisão é centrada nos líderes, o espectador quase não o vê - e pouco vê, também, o nome Parmalat, patrocinador da escuderia pela qual corre Diniz, pintado com destaque em seu carro. (...) Pelo patrocínio que lhe dá direito a mostrar seu nome no carro de Diniz, a Parmalat, um dos maiores fabricantes de alimentos do país, paga cerca de 5 milhões de dólares por ano.
Vale a pena gastar tanto dinheiro por tão pouco resultado? A pergunta é feita com freqüência nos departamentos de marketing de muitas empresas que têm diante de si uma questão complicada: decidir se devem ou não patrocinar estrelas do esporte. À primeira vista, o patrocínio a Diniz não parece um bom negócio. Além de pouco aparecer nas telas da TV, a Parmalat está associando sua marca a um piloto que, pelo menos até aqui, não tem a imagem de vencedor. (...)
Sob o aspecto custo versus sucesso esportivo, portanto, a associação entre o nome Diniz e a marca Parmalat é uma operação comercial decepcionante. Mas a coisa muda de figura quando se examina a lógica empresarial que vai além das pistas e dos pódios. Pedro Paulo é um dos 4 filhos do empresário Abílio dos Santos Diniz, principal acionista do grupo Pão de Açúcar.
Com cerca de 220 lojas espalhadas pelo país, o grupo é a segunda maior rede de supermercados do Brasil. Seu faturamento alcançou 3,2 bilhões de dólares em 1995, segundo MELHORES E MAIORES. É também o segundo maior cliente da Parmalat no varejo, atrás apenas do Carrefour. A rede dos Diniz, na verdade, é fundamental para qualquer fornecedor.
"O patrocínio a Pedro Paulo resultou numa boa vontade do Pão de Açúcar em relação à Parmalat", diz Willy Herrmann, sócio da Image Brasil Marketing, empresa responsável pela aproximação entre patrocinadores e a Forti Corse, escuderia de estréia do piloto na Fórmula 1. "Essa boa vontade era manifestada tanto por Abílio Diniz quanto pelos repositores de lojas." E o que significa, precisamente, boa vontade? EXAME procurou a Parmalat e o Pão de Açúcar para falar a respeito do assunto. As 2 empresas preferiram o silêncio no que diz respeito aos ne...gócios. "Não olhamos a árvore genealógica de um piloto antes de patrociná-lo", diz José Carlos Brunoro, diretor de esportes da Parmalat.
Mas é fato que o apoio à carreira esportiva de Pedro Paulo ajudou a Parmalat a abrir espaço na rede da família Diniz. Segundo um executivo que participou das negociações, Parmalat e Pão de Açúcar acertaram um acordo comercial especial tão logo selado o patrocínio. O Pão de Açúcar comprometeu-se a colocar em suas lojas todos os produtos Parmalat - de leite longa vida a panetone importado da Itália. A Parmalat passou também a estabelecer cotas anuais mínimas de venda de seus produtos para o Pão de Açúcar. "O que chama a atenção é a rigidez com que o acordo é cumprido", diz um ex-executivo da empresa.
Certa vez, gerentes de loja queriam interromper a compra de iogurtes da Parmalat em virtude de problemas na distribuição. Não conseguiram. Parcerias entre fornecedores e varejistas fazem parte do jogo. Nos Estados Unidos, por exemplo, a Wal-Mart tem um esquema semelhante com a Procter & Gamble. O próprio Pão de Açúcar mantém diversas outras parcerias com grandes empresas fornecedoras, assim como fazem seus concorrentes na área de supermercados. Atípico é um fornecedor conseguir a garantia de permanência de toda a sua linha de produtos no ponto-de-venda durante 1 ano inteiro. "A lei do varejo é o giro", diz o consultor Dix. "Se um produto não vende rápido, fica fora do jogo."
Apesar da força da marca, produtos da Parmalat como biscoitos e café solúvel têm vendas reduzidas quando comparadas à concorrência. Na Grande São Paulo, por exemplo, a participação de mercado dos biscoitos Parmalat é de 3,2%, segundo pesquisa Nielsen realizada em agosto. Numa disputa por espaço, quais seriam as chances de um produto como esse? Pequenas. Ou qual destaque ele receberia no ponto-de-venda? Pouco. A Parmalat, entretanto, não encontra dificuldades para colocar seus lançamentos nas lojas da rede Pão de Açúcar, enquanto no Carrefour, por exemplo, cada lançamento tem de ser negociado caso a caso. Às vezes, loja a loja.
O restante do texto pode ser lido aqui. Novamente o conceito de Entidade é importante. Sobre a carreira de Diniz, filho, na Fórmula 1, veja aqui.
Entidade 2
Em 2001 um acidente num helicoptero matou a modelo Fernanda Vogel. Eis um trecho do relato do acidente:
O acidente teve tanta repercussão porque envolve o filho de um dos mais poderosos empresários brasileiros, Abilio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar. Aos 37 anos, João Paulo ocupa uma vice-presidência no conselho do grupo e é sócio de uma série de restaurantes luxuosos de São Paulo. Ele também é conhecido por namorar belas mulheres. Após o fim do casamento com Paula Mott, já foi visto em companhia da modelo Gisele Bündchen. Além disso, o desastre deixou como vítima fatal uma modelo de rara beleza. Aos 20 anos, Fernanda Vogel fazia sucesso nas passarelas, pois misturava a pele morena a traços levemente orientais. O acidente interrompeu uma promissora carreira. (...) A apuração sobre o que provocou a queda do helicóptero Agusta A109 Power, pertencente ao Pão de Açúcar, ainda vai demorar. (...)
Quase todo fim de semana João Paulo Diniz ia à casa de praia que a família mantém em Maresias. Por estrada, o balneário está localizado a 200 quilômetros ao norte da capital paulista, percurso cumprido em três horas e meia. Pelos céus, voa-se 115 quilômetros em linha reta, etapa vencida em trinta minutos, no máximo. Em várias das viagens de João Paulo a Maresias, os dois filhos de seu casamento com Paula Mott (Abilio, de 4 anos, e Rafael, 2) o acompanhavam no helicóptero.
Desconsiderando os aspectos da tragédia, é interessante notar que um ativo pertencente ao grupo era sistematicamente utilizado para fins pessoais.
O acidente teve tanta repercussão porque envolve o filho de um dos mais poderosos empresários brasileiros, Abilio Diniz, dono do Grupo Pão de Açúcar. Aos 37 anos, João Paulo ocupa uma vice-presidência no conselho do grupo e é sócio de uma série de restaurantes luxuosos de São Paulo. Ele também é conhecido por namorar belas mulheres. Após o fim do casamento com Paula Mott, já foi visto em companhia da modelo Gisele Bündchen. Além disso, o desastre deixou como vítima fatal uma modelo de rara beleza. Aos 20 anos, Fernanda Vogel fazia sucesso nas passarelas, pois misturava a pele morena a traços levemente orientais. O acidente interrompeu uma promissora carreira. (...) A apuração sobre o que provocou a queda do helicóptero Agusta A109 Power, pertencente ao Pão de Açúcar, ainda vai demorar. (...)
Quase todo fim de semana João Paulo Diniz ia à casa de praia que a família mantém em Maresias. Por estrada, o balneário está localizado a 200 quilômetros ao norte da capital paulista, percurso cumprido em três horas e meia. Pelos céus, voa-se 115 quilômetros em linha reta, etapa vencida em trinta minutos, no máximo. Em várias das viagens de João Paulo a Maresias, os dois filhos de seu casamento com Paula Mott (Abilio, de 4 anos, e Rafael, 2) o acompanhavam no helicóptero.
Desconsiderando os aspectos da tragédia, é interessante notar que um ativo pertencente ao grupo era sistematicamente utilizado para fins pessoais.
Entidade 1
As duas imagens a seguir foram retiradas do sítio do Grupo Pão de Açúcar:
No endereço oficial do grupo, um link em destaque para um "site" pessoal. A outra fotografia aparece o empresário disputando uma corrida.
Na contabilidade existe o conceito da Entidade. Entre outros aspectos, isto significa que se deve separar o que é da empresa com os interesses pessoais.
O grupo Pão de Açúcar é conhecido por desrespeitar a "Entidade" de maneira sistemática.
No endereço oficial do grupo, um link em destaque para um "site" pessoal. A outra fotografia aparece o empresário disputando uma corrida.
Na contabilidade existe o conceito da Entidade. Entre outros aspectos, isto significa que se deve separar o que é da empresa com os interesses pessoais.
O grupo Pão de Açúcar é conhecido por desrespeitar a "Entidade" de maneira sistemática.
Os riscos de um novo código comercial
A proposta de um novo Código Comercial, objeto de recentes notícias e de audiência pública na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, tem recebido apoio público de importantes entidades, juristas e lideranças políticas. Um novo Código, porém, afetará a jurisprudência e práticas de mercado já firmadas com base no Código Civil, Lei das Sociedades por Ações e outras leis. Com isso, poderá prejudicar a segurança jurídica.A proposta é bem intencionada e suas motivações relevantes. De fato, o direito civil e comercial são distintos e sua união formal no Código Civil resultou tecnicamente deficiente. O Código Civil é incompleto, imperfeito e, em certos aspectos, anacrônico. Por exemplo, regula as sociedades limitadas de forma complexa e conflituosa com outros tipos societários. Há ainda excessivas leis esparsas em matéria de direito comercial, cuja compreensão sistemática é dificultosa.
Os objetivos de um novo Código Comercial, segundo seus apoiadores, seriam consolidar normas esparsas, atualizar e corrigir disposições vigentes, proporcionar maior segurança jurídica e, com isso, atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento da economia e do país. O novo Código Comercial também seria instrumento para provocar reflexão da sociedade civil sobre a legislação comercial e estimular a produção doutrinária e jurisprudencial.
É questionável se um novo Código Comercial atingiria adequadamente todos esses objetivos. O aperfeiçoamento das normas vigentes é necessário, mas seria melhor realizado mediante mudanças pontuais na legislação ou, eventualmente, consolidação de leis num único diploma, preservando-se o conteúdo normativo original. Nada impede que a necessária reflexão da sociedade civil sobre a legislação comercial expresse-se dessa forma.
Tramita na Câmara dos Deputados, por exemplo, o Projeto de Lei (PL) nº 118, de 2007, que já propõe alterações a artigos do Código Civil relativos às sociedades e pode ser aprimorado no seu curso legislativo. Sem aqui analisá-lo, o PL nº 18, de 2011, que cria a empresa individual de responsabilidade limitada, foi aprovado e encaminhado, em 20 de junho, para sanção presidencial. A Lei nº 12.431, em vigor desde 27 de junho, modificou a Lei das Sociedades por Ações no que se refere, entre outras matérias, a debêntures e a participação à distância de acionistas em assembleias gerais de companhias abertas. Já em relação a consolidação de leis, há esforços dessa natureza em matérias de saúde, assistência e seguridade social, sob os PL nº 4.247, de 2008, nº 3.800, de 2008, e nº 7.078, de 2002.
Bem ou mal, o Código Civil, promulgado apenas em 2002 e cujo projeto tramitou por 26 anos no Congresso Nacional, trouxe inovações ao direito comercial já interpretadas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio e doutrina, e absorvidas pelas práticas de mercado. A Lei das Sociedades por Ações, de 1976, é bem redigida e serve de base para valiosa e extensa jurisprudência e regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários. A Lei nº 11.101, de 2005, que trata de recuperação judicial, extrajudicial e falência, representou um importante avanço, e é objeto de esforços interpretativos pelo Poder Judiciário, os quais apenas começam a aclarar sua aplicação.
O argumento de que um novo código proporcionaria maior segurança jurídica e, por consequência, atrairia investimentos, é questionável. Embora no Brasil o direito tenha origem em legislação, a jurisprudência e a regulamentação servem para interpretá-la, afastar dúvidas e dar-lhe contornos mais concretos, o que exige tempo e sucessivos testes de casos concretos. A boa aplicação da legislação, mediante procedimentos judiciais, arbitrais ou administrativos ágeis e de resultado razoavelmente previsível favorece a segurança jurídica de forma mais determinante que a redação das leis e códigos.
Evidentemente, a produção jurisprudencial deve evoluir constantemente com base nos reclamos da sociedade e correspondentes inovações legislativas. A legislação deve ser ponto de partida adequado, e o esforço de melhorar sua qualidade e coerência é válido. Porém, a jurisprudência não deve ser reinaugurada por efeito de amplas e frequentes reformas legislativas. Do ponto de vista prático, a legislação imperfeita, se suficientemente compreendida e aplicada de forma minimamente consistente pelas autoridades competentes, pode ser melhor que a nova e abrangente legislação.
O advento de um novo Código Comercial lançará novas dúvidas sobre questões de direito comercial tratadas, ainda que imperfeitamente, em lei, e hoje em avançado processo de amadurecimento e compreensão por empresários, advogados e autoridades. Reformar toda a legislação comercial e submetê-la a novos testes interpretativos poderá representar um retrocesso. Há risco de um novo Código Comercial agravar a segurança jurídica no Brasil e, assim, atingir o efeito inverso do pretendido.
Fonte: Marcelo Perlman e Michel Sancovski -Valor Econômico
Os objetivos de um novo Código Comercial, segundo seus apoiadores, seriam consolidar normas esparsas, atualizar e corrigir disposições vigentes, proporcionar maior segurança jurídica e, com isso, atrair investimentos e fomentar o desenvolvimento da economia e do país. O novo Código Comercial também seria instrumento para provocar reflexão da sociedade civil sobre a legislação comercial e estimular a produção doutrinária e jurisprudencial.
É questionável se um novo Código Comercial atingiria adequadamente todos esses objetivos. O aperfeiçoamento das normas vigentes é necessário, mas seria melhor realizado mediante mudanças pontuais na legislação ou, eventualmente, consolidação de leis num único diploma, preservando-se o conteúdo normativo original. Nada impede que a necessária reflexão da sociedade civil sobre a legislação comercial expresse-se dessa forma.
Tramita na Câmara dos Deputados, por exemplo, o Projeto de Lei (PL) nº 118, de 2007, que já propõe alterações a artigos do Código Civil relativos às sociedades e pode ser aprimorado no seu curso legislativo. Sem aqui analisá-lo, o PL nº 18, de 2011, que cria a empresa individual de responsabilidade limitada, foi aprovado e encaminhado, em 20 de junho, para sanção presidencial. A Lei nº 12.431, em vigor desde 27 de junho, modificou a Lei das Sociedades por Ações no que se refere, entre outras matérias, a debêntures e a participação à distância de acionistas em assembleias gerais de companhias abertas. Já em relação a consolidação de leis, há esforços dessa natureza em matérias de saúde, assistência e seguridade social, sob os PL nº 4.247, de 2008, nº 3.800, de 2008, e nº 7.078, de 2002.
Bem ou mal, o Código Civil, promulgado apenas em 2002 e cujo projeto tramitou por 26 anos no Congresso Nacional, trouxe inovações ao direito comercial já interpretadas pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio e doutrina, e absorvidas pelas práticas de mercado. A Lei das Sociedades por Ações, de 1976, é bem redigida e serve de base para valiosa e extensa jurisprudência e regulamentação pela Comissão de Valores Mobiliários. A Lei nº 11.101, de 2005, que trata de recuperação judicial, extrajudicial e falência, representou um importante avanço, e é objeto de esforços interpretativos pelo Poder Judiciário, os quais apenas começam a aclarar sua aplicação.
O argumento de que um novo código proporcionaria maior segurança jurídica e, por consequência, atrairia investimentos, é questionável. Embora no Brasil o direito tenha origem em legislação, a jurisprudência e a regulamentação servem para interpretá-la, afastar dúvidas e dar-lhe contornos mais concretos, o que exige tempo e sucessivos testes de casos concretos. A boa aplicação da legislação, mediante procedimentos judiciais, arbitrais ou administrativos ágeis e de resultado razoavelmente previsível favorece a segurança jurídica de forma mais determinante que a redação das leis e códigos.
Evidentemente, a produção jurisprudencial deve evoluir constantemente com base nos reclamos da sociedade e correspondentes inovações legislativas. A legislação deve ser ponto de partida adequado, e o esforço de melhorar sua qualidade e coerência é válido. Porém, a jurisprudência não deve ser reinaugurada por efeito de amplas e frequentes reformas legislativas. Do ponto de vista prático, a legislação imperfeita, se suficientemente compreendida e aplicada de forma minimamente consistente pelas autoridades competentes, pode ser melhor que a nova e abrangente legislação.
O advento de um novo Código Comercial lançará novas dúvidas sobre questões de direito comercial tratadas, ainda que imperfeitamente, em lei, e hoje em avançado processo de amadurecimento e compreensão por empresários, advogados e autoridades. Reformar toda a legislação comercial e submetê-la a novos testes interpretativos poderá representar um retrocesso. Há risco de um novo Código Comercial agravar a segurança jurídica no Brasil e, assim, atingir o efeito inverso do pretendido.
Fonte: Marcelo Perlman e Michel Sancovski -Valor Econômico
Gasto em Saúde
A criatividade dos governos estaduais na hora de declarar os gastos com saúde não tem limites. Para atingir o valor que, por lei, eles devem investir em ações e serviços públicos da área, vale tudo - despesas com pensões, assistência social, fundos habitacionais, reforma agrária e até compra de leite. Inflados, os gastos garantem que os estados cumpram as regras definidas em 2000 pela Emenda 29, que estipula a destinação de, no mínimo, 12% de suas receitas à saúde.
Em cinco anos, no período de 2004 a 2008, vinte estados camuflaram um montante de 13,4 bilhões de reais em investimentos em saúde. Minas Gerais lidera o ranking: declarou 4,6 bilhões de reais a mais do que efetivamente gastou na área. Avaliação feita pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), órgão do Ministério da Saúde, encontrou entre as despesas gastos com a Polícia Militar, com o Corpo de Bombeiros e até com o Fundo de Apoio Habitacional da Assembléia Legislativa. Os dados coletados entre 2004 e 2008 são os mais recentes analisados pelo Ministério da Saúde.
(Veja, Estados declaram pensões e leite como gastos em saúde, Fernanda Nascimento, Gabriel Castro e Adriana Caitano)
Em cinco anos, no período de 2004 a 2008, vinte estados camuflaram um montante de 13,4 bilhões de reais em investimentos em saúde. Minas Gerais lidera o ranking: declarou 4,6 bilhões de reais a mais do que efetivamente gastou na área. Avaliação feita pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS), órgão do Ministério da Saúde, encontrou entre as despesas gastos com a Polícia Militar, com o Corpo de Bombeiros e até com o Fundo de Apoio Habitacional da Assembléia Legislativa. Os dados coletados entre 2004 e 2008 são os mais recentes analisados pelo Ministério da Saúde.
(Veja, Estados declaram pensões e leite como gastos em saúde, Fernanda Nascimento, Gabriel Castro e Adriana Caitano)
04 julho 2011
Teste 497
O livro Summa de Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalita, escrito por Luca Pacioli, continha dez capítulos sendo _____ de aritmética, ____ de algebra, um de negócios e _____ de geometria e trignometria.
Sete - um - um
cinco - quatro - um
quatro - cinco - um
Resposta do Anterior: 7,5 bilhões, credor
Pesquisa sobre lesão no cérebro

A seguir, um estudo sobre as lesões traumáticas em Asterix
RESULTADOS: Setecentos e quatro Tbis foram identificados. A maioria das pessoas envolvidas eram adultos e do sexo masculino. A principal causa de trauma foi de assalto (98,8%). Traumas foram classificados em graves em mais de 50% (GCS 3-8). Diferentes déficits neurológicos e os sinais de fraturas de crânio basal foram identificados. Embora mais da metade dos ferimentos na cabeça as vítimas apresentava grande dificuldade inicial de consciência; nenhum caso de morte ou déficit neurológico permanente foi encontrado. O maior grupo de feridos na cabeça foi constituído por romanos (63,9%), enquanto os gauleses causou cerca de 90% dos Tbis. Capacetes foram usados por 70,5% das vítimas, mas foram perdidos na grande maioria dos casos (87,7%). Em 83% dos casos, Tbis foram causados sob a influência de um agente de doping chamado "poção mágica".
CONCLUSÕES: Embora mais da metade dos pacientes tinham um comprometimento inicialmente grave de consciência após TCE, sem déficit permanente pôde ser encontrado. Nacionalidade romana, perda do capacete e ingestão da poção mágica foram significativamente correlacionadas com comprometimento inicial grave de consciência (p ≤ 0,05).
Fonte: Via aqui. Vale concorrer ao Ignóbil.
Futebol
Vejam o lance do campeonato mundial de futebol feminino, entre Austrália e Guiné Equatorial.
O juiz não marcou penalti no lance.
O juiz não marcou penalti no lance.
Risco Brasil
Considerado um dos principais termômetros da confiança dos investidores, o índice EMBI+ do Brasil, calculado pelo Banco JP Morgan Chase, encerrou a sexta-feira em queda de 0,68%, aos 147 pontos. Ontem, o indicador marcou 148 pontos. Na semana, indicador acumula queda de 16%.
O Emerging Markets Bond Index - Brasil é um índice que reflete o comportamento dos títulos da dívida externa brasileira. Corresponde à média ponderada dos prêmios pagos por esses títulos em relação a papéis de prazo equivalente do Tesouro dos Estados Unidos, tido como o país mais solvente do mundo, de risco praticamente nulo.
O indicador mensura o excedente que se paga em relação à rentabilidade garantida pelos bônus do governo norte-americano. Significa dizer que, a cada 100 pontos expressos pelo risco Brasil, os títulos do país pagam uma sobretaxa de 1% sobre os papéis dos EUA.
Basicamente, o mercado usa o EMBI+ para medir a capacidade de um país honrar os seus compromissos financeiros. A interpretação dos investidores é de que quanto maior a pontuação do indicador de risco , mais perigoso fica aplicar no país.
Assim, para atrair capital estrangeiro, o governo tido como " arriscado" deve oferecer altas taxas de juros para convencer os investidores externos a financiar sua dívida - ao que se chama prêmio pelo risco.
Fonte: aqui
03 julho 2011
Inspetora do FED
Por Pedro Correia
A senhora deste vídeo ,Elizabeth Coleman, é a inspetora do FED, que é responsável pela auditoria das contas do banco.Infelizmente, ela afirma ao deputado Alan Grayson que não sabe onde estão os trilhões de dólares, que o FED doou para os bancos.É uma lástima.
Índice de Debêntures
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) começou a divulgar ontem em seu site um índice diário de cotação de debêntures. A iniciativa faz parte do conjunto de ações da entidade para fomentar o mercado secundário de títulos de renda fixa. Chamado de Índice de Debêntures da Anbima (IDA), o indicador será atualizado todas as manhãs a partir dos preços referentes às negociações do dia anterior.
Hoje há um estoque de R$ 153 bilhões em debêntures (excluindo-se aquelas emitidas por empresas de leasing) custodiadas na Cetip, mas o mercado secundário desse tipo de papel ainda é pequeno: em maio deste ano foi negociado um volume total de R$ 1,9 bilhão em 856 negócios.
A entidade acompanha diariamente a cotação desses papéis, e considera que um indicador publicado sistematicamente pode incentivar a comparação do desempenho das carteiras geridas pelos investidores a partir da variação do índice e atrair a atenção de investidores pessoa física.“Este é um mercado de grandes investidores institucionais, e muitos ficam com os títulos retidos por muito tempo porque não sabem qual a aceitação do mercado”, diz Silvio Samuel, presidente de um dos subcomitês da Anbima.
Segundo ele, o índice é uma “semente que foi plantada para um momento em que as negociações estiverem mais aquecidas”. Como parâmetro, Samuel cita o Índice de Mercado Aberto (IMA), indicador que mede o desempenho de papéis públicos. Lançado em 2000, só passou a ser acompanhado de perto pelo mercado há cerca de dois anos.
O IDA, que considera apenas emissões no valor mínimo de R$ 100 milhões, agrega 112 séries de debêntures de 77 emissores diferentes e terá sua composição revisada mensalmente. Juntas, todas as debêntures – que têm de ter classificação de risco mínima equivalente a “BBB” (grau de investimento) – somam R$ 46 bilhões em valor de mercado.
O indicador é subdividido em três sub-índices, de acordo com os indexadores determinados nos papéis: DI (com peso de 78,2% na composição total), IPCA (15,5%) e IGP-M (6,3%).Não há nenhuma debênture de empresa de leasing considerada na composição do índice atualmente, mas nada impede que elas façam parte da cartela final no futuro.
Fonte: Filipe Pacheco, Valor Economico
02 julho 2011
01 julho 2011
Uma nova era no IASB
Hoje começa uma nova era no Iasb. Oficialmente a entidade passa a ter um novo presidente, o holandês Hans Hoogervorst.
Aqui um texto sobre o legado do ex-chefe. Quando foi escolhido, em outubro de 2010, este blog publicou uma série de artigos sobre o processo (aqui um exemplo). Hoogervorst é historiador e aparece nesta foto:
O novo chefe é holandês, mas seu vice é um britânico. Ele fez carreira na burocracia estatal do seu país, enquanto o vice é originário das empresas de auditoria. No momento da sua escolha afirmamos que o eurocentrismo e o mercado financeiro eram os grandes ganhadores. Os países não europeus e a profissão contábil seriam os perdedores.
Aqui o discurso de boas vindas do novo presidente.
Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour III
Eis uma reportagem interessante sobre o assunto
O vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, afirmou nesta quinta-feira, 30, que a fusão entre as redes varejistas Pão de Açúcar e Carrefour podem conduzir a um cenário de geração de valor para produtos brasileiros (1) no mercado internacional. Ao analisar o tema, "em um nível conceitual" (2), o executivo afirmou ainda que o possível (3) apoio do banco à união das duas empresas também gerará ganhos do BNDES.
"A União, o projeto que as empresas estão apresentando, visa a criação e a geração de valor para todos (4). Portanto, se a inovação (5) tem a ver com valor, ela vai gerar valor", disse. Ele acrescentou que a geração de valor (6) é uma das razões que motivaram a decisão do BNDES de entrar na operação, via BNDESpar, braço de investimentos do banco.
Outro ponto destacado por Ferraz foi o reflexo benéfico que a operação teria no desempenho do banco (7). "Metade do lucro do BNDES é derivada do BNDESpar. Nós vimos aqui uma bela oportunidade de geração de valor, de emprego, que é a nossa missão (8)", disse.
Para o vice-presidente do banco, o projeto também favorece a presença de produtos brasileiros nas gôndolas de supermercados internacionais (9). "Nós, nos nossos supermercados, temos produtos de outros países", lembrou o executivo ao acrescentar que a operação poderia "ser mais um passo" na trajetória de crescimento da penetração de itens brasileiros (10) no mercado internacional já iniciada pelas indústrias de alimentos, agronegócios, moda e de bens de consumo. "Temos que ter mais, uma economia internacionalizada (11)", disse.
Ferraz preferiu não comentar (12) sobre a recente decisão da rede francesa Casino de aumentar a participação no grupo Pão de Açúcar. Quando questionado se as operações entre o Carrefour e o Pão de Açúcar poderiam ser atrapalhadas por uma disputa com o Casino, o executivo se limitou a dizer: "Deixa elas (as negociações) rolarem", concluiu.
Meus comentários:
(1) É muito questionável associar a geração de valor ao processo de fusão. Quanto mais usar o nacionalismo para defender a posição do governo. Segundo Millor http://www2.uol.com.br/millor/ Fernandes, “patriotismo é quando você ama o seu país mais do que qualquer outro. Nacionalismo é quando você odeia todos os países, sobretudo o seu”.
(2) O executivo quis deixar claro que a decisão era técnica. Para isto utilizou a expressão. Mas tanto a decisão é política quanto existe uma clara confusão de conceitos.
(3) Sobre a possibilidade de apoio, as declarações já dizem que o BNDES irá apoiar.
(4) É difícil acreditar numa decisão “win-win” (como chamam alguns consultores). Se todos estão ganhando, qual a razão da reação violenta do grupo Cassino? Por que o grupo Carrefour não respondeu de imediato?
(5) Qual a relação da “inovação” com o processo de fusão? Nenhuma.
(6) A decisão de geração de valor não está clara na operação. Observem que uma forma de mostrar se uma operação gerou valor é analisar o comportamento do mercado acionário. Nos últimos dias, as ações do grupo aumentaram não em razão da qualidade da decisão, mas em razão da compra de ação por parte do grupo Cassino.
(7) Aqui o apelo é para o desempenho. Qual variável de desempenho? Mais adiante o esclarecimento: lucro, geração de valor e emprego. Já sabemos que geração de valor é questionável. Um banco de fomento não pode ter o “lucro” como medida de desempenho. Finalmente emprego; a operação irá claramente reduzir o volume de emprego no setor, pela eliminação de algumas lojas.
(8) Aqui apela para missão do BNDES. Mas será que ele sabe qual a missão da entidade? Eis o que encontrei http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_Empresa/missao_visao_valores.html: Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais. A operação não irá promover desenvolvimento, não irá gera emprego nem reduzir desigualdades.
(9) Observe que o objetivo de um supermercado é agregar valor para seus acionistas. O Wal-Mart fez isto nos Estados Unidos de que forma? Promovendo a compra de produtos baratos e conquistando mercado. Os produtos adquiridos ajudaram muito a economia chinesa, que fornece ao Wal-Mart os produtos que a empresa deseja. É questionável que um supermercado irá priorizar os produtos brasileiros; irá priorizar os produtos mais rentáveis.
(10) A operação é basicamente doméstica. Assim, é também questionável a defesa que a operação ajudaria os produtos brasileiros a conquistarem os mercados mundiais
(11) Idem.
(12) Ele já se comprometeu demais.
Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour II
Na confusão da aquisição do Carrefour, o empresário Abilio Diniz tomou duas atitudes ontem: contratou um jurista de renome com acesso aos tribunais e deu uma entrevista defendendo o negócio.
A primeira parte decorre da acusação de ilegalidade do negócio por parte do grupo Cassino. E da necessidade de ter um respaldo jurídico, de um advogado com trânsito nas esferas do judiciário brasileiro. Isto conta muito.
A entrevista foi, obviamente, ao Jornal Nacional. Ele defendeu a proposta, dizendo que era um bom negócio para o País, para o BNDES, para o grupo Cassino etc.
Rir é o melhor remédio
O médico aplica medidas de austeridade para Grécia e na espera Portugal, Espanha, Itália e Eire. A enfermeira pergunta quem é o próximo. (The Economist)
30 junho 2011
Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour
A proposta de criação de um grande varejista ainda trouxe repercurssões. A rede Cassino, que pretendia assumir o controle do Pão de Açúcar, reagiu de forma pesada, acusando a operação de ilegal. O grupo Cassino sabe que seu adversário na França está num momento de fragilidade; aceitar a transação significa fortalecer um rival de longa data. Além disto, existia uma expectativa do grupo ter uma maior participação. Parece que os executivos da empresa sentiram traídos. Provavelmente irão exigir um preço alto para resolver a pendência.
Um aliado importante na operação é o governo. Aparentemente os governantes brasileiros gostariam de construir grandes grupos empresariais no Brasil, a exemplo que ocorreu em alguns outros países. As operações passadas de financiamento da JBS e da Oi reforçam neste argumento. Para se ter uma idéia, a proposta representaria uma das maiores transações realizadas pelo BNDES. E o governo seria sócio da nova empresa.
Entretanto, a posição do governo pode não ser uniforme. Uma operação como esta exigiria a aprovação do Cade, a entidade que cuida da concentração econômica no Brasil. Recentemente o Cade brecou a operação Sadia e Perdigão. Talvez este órgão não seja suficiente para colocar entraves na operação. Mas poderá atrapalhar e retardar o processo de consolidação. Contra isto, começam a aparecer argumentos que somente a velhinha de Taubaté, personagem de Veríssimo que acreditava em tudo, aceitaria. Uma ministra afirmou que não existiria recurso público na operação. Se isto realmente ocorresse, a operação seria inviabilizada, já que a principal vantagem para seus idealizadores seria não colocar o dinheiro deles na operação.
Se a operação tiver sucesso provavelmente teremos os seguintes ganhadores:
a) Abílio Diniz – Retoma o controle da empresa. Com bem lembra o Estadão, Diniz é um sócio encrenqueiro e já brigou até com a família.
b) Defensores da maior participação do Estado da Economia – Os saudosistas da Telebrás, pois o governo teria mais uma empresa de grande porte para influenciar. Conforme mostramos recentemente, as maiores empresas brasileiras na bolsa de valores estão sob a tutela do governo (Petrobras, Vales, JBS, Eletrobras...)
c) Carrefour – Tradicionalmente as pesquisas empíricas têm mostrado que as empresas que são vendidas geralmente possuem suas ações super avaliadas. Além de vender uma parcela de sua operação por um preço bom, a empresa ganha fôlego para tratar dos seus problemas internos.
d) BTG Pactual – Passam a influenciar a maior empresa de varejo do Brasil.
e) Concorrentes – Se a transação demorar a ser fechada, os concorrentes poderão aproveitar a confusão para ganhar mercado. Nenhuma empresa consegue crescer quando existem brigas internas.
Os perdedoresa) Fornecedores – Na cadeia produtiva, o fortalecimento da nova empresa representa uma pressão maior para redução dos custos. Ou seja, na mesa de negociação, o poder do varejista será muito maior.
b) Empregados – Existe muita superposição de lojas e certamente algumas irão fechar. Demissões serão relevantes para redução de custos. Os executivos chamam isto de sinergia.
c) Minoritário – Ser sócio do governo, num negócio que deve demorar a concretizar e com brigas de sócios não é bom para o minoritário. Apesar do aumento nas ações, particularmente tenho dúvidas se no longo prazo haverá ganhos para o minoritário.
d) Consumidor – Competição sempre é saudável
e) Contribuinte – Dinheiro do contribuinte para financiar uma operação tipicamente privada.
O que deve conter um resumo?
Já comentamos em postagem anterior o conteúdo de uma conclusão e de um título. Hoje, algumas observações sobre o resumo.
Talvez o melhor conselho é observar os periódicos que são publicados pela Emerald. Esta editora padronizou o resumo onde os autores devem apresentar:
a) Propósito – ou seja, qual a finalidade do texto? Observem que este termo é mais abrangente que o “objetivo”, mas existe aqui uma similaridade.
b) Desenho/Metodologia/Abordagem – Aqui o destaque é para como foi realizado o trabalho. É importante notar que os principais autores de periódicos científicos não estão preocupados em classificar a pesquisa. O importante é informar como foi feita a pesquisa.
c) Achados – O que foi encontrado com a pesquisa. Alguns autores procuram esconder do leitor às descobertas, tentando induzir a leitura completa do artigo. Eles deveriam escrever novelas ou romances de suspense, não um texto científico. Dos itens que devem compor o resumo, este deveria ser o de maior destaque.
d) Implicações práticas – em outras palavras, queremos saber o efeito prático da pesquisa. Como a pesquisa pode ajudar na melhoria do nosso mundo. Provavelmente este é um item difícil de ser escrito.
e) Originalidade/valor – O que a pesquisa diferencia das demais.
É interessante notar que a estrutura proposta pelos periódicos da Emerald termina sendo um bom guia prático para fazermos nossos resumos.
Em geral, os autores dão pouco valor ao resumo. Mas isto não deveria ocorrer por duas razões. Em primeiro lugar, é cada vez maior o número de congressos e periódicos que faz uma primeira triagem no resumo. Se o assunto parecer pouco relevante, por exemplo, o texto é descartado. O segundo motivo para que o resumo seja importante é que ele atrai o leitor. Encontrando um artigo que me interesse, pela leitura do título, leio o resumo para verificar se realmente posso gastar meu tempo na sua leitura. Observem que em postagem anterior a leitura do resumo aparecia em segundo lugar num roteiro para leitura de um artigo.
A primeira impressão é aquela que fica. Isto diz tudo sobre a relevância do resumo.
Talvez o melhor conselho é observar os periódicos que são publicados pela Emerald. Esta editora padronizou o resumo onde os autores devem apresentar:
a) Propósito – ou seja, qual a finalidade do texto? Observem que este termo é mais abrangente que o “objetivo”, mas existe aqui uma similaridade.
b) Desenho/Metodologia/Abordagem – Aqui o destaque é para como foi realizado o trabalho. É importante notar que os principais autores de periódicos científicos não estão preocupados em classificar a pesquisa. O importante é informar como foi feita a pesquisa.
c) Achados – O que foi encontrado com a pesquisa. Alguns autores procuram esconder do leitor às descobertas, tentando induzir a leitura completa do artigo. Eles deveriam escrever novelas ou romances de suspense, não um texto científico. Dos itens que devem compor o resumo, este deveria ser o de maior destaque.
d) Implicações práticas – em outras palavras, queremos saber o efeito prático da pesquisa. Como a pesquisa pode ajudar na melhoria do nosso mundo. Provavelmente este é um item difícil de ser escrito.
e) Originalidade/valor – O que a pesquisa diferencia das demais.
É interessante notar que a estrutura proposta pelos periódicos da Emerald termina sendo um bom guia prático para fazermos nossos resumos.
Em geral, os autores dão pouco valor ao resumo. Mas isto não deveria ocorrer por duas razões. Em primeiro lugar, é cada vez maior o número de congressos e periódicos que faz uma primeira triagem no resumo. Se o assunto parecer pouco relevante, por exemplo, o texto é descartado. O segundo motivo para que o resumo seja importante é que ele atrai o leitor. Encontrando um artigo que me interesse, pela leitura do título, leio o resumo para verificar se realmente posso gastar meu tempo na sua leitura. Observem que em postagem anterior a leitura do resumo aparecia em segundo lugar num roteiro para leitura de um artigo.
A primeira impressão é aquela que fica. Isto diz tudo sobre a relevância do resumo.
Teste 496
As três empresas com maior valor em prejuízos acumulados no Brasil, em 31 de dezembro de 2011, são Cobrasma, Net e Café Brasília, nesta ordem. A soma dos valores corresponde a ________ (7,5 bilhões/ 5 bilhões/ 3,8 bilhões) na conta, um saldo ______ (credor/devedor)
Resposta do Anterior: Todas as contas são de Ativo. Trata-se do Balanço de 2008 da Embrapa
Resposta do Anterior: Todas as contas são de Ativo. Trata-se do Balanço de 2008 da Embrapa
Fato Relevante
(...) A categoria de informações úteis pode ser classificada como comunicado ao mercado ou aviso aos acionistas. São informações como calendários de eventos e esclarecimentos prestados pelas companhias sobre consultas formuladas pela CVM.
A informação relevante deve ter tratamento diferenciado e destaque na divulgação, no site da CVM e publicação em jornal de grande circulação, com o título Fato Relevante.
Esse tipo de informação está submetido a uma formalidade específica. Suas regras seguem a Instrução 358, publicada pela CVM em 2002.
Segundo a norma, considera-se como fato relevante qualquer decisão de acionista controlador, deliberação da assembleia geral, dos órgãos de administração ou qualquer outro ato ou fato político-administrativo, técnico, negocial ou econômico-financeiro que possam influenciar na cotação das ações e na decisão do investidor de comprar, vender, manter ou exercer quaisquer direitos inerentes à sua condição de titular dos papéis.
A não divulgação e a publicação de informações incompletas em fato relevante pelas companhias com ações em bolsa respondem por um índice relativamente alto de processos julgados pela CVM nos últimos anos.
A pedido da reportagem do Valor, a autarquia fez um levantamento e constatou que 19 casos que envolvem esses tipos de problemas foram julgados pelo colegiado no período entre 2006 e 2010. O volume responde por aproximadamente 6% do total de 295 processos julgados pela CVM. Além disso, no mesmo período, 82 acusados, em 34 processos, celebraram termos de compromisso por causa da infração.
Falhas na comunicação sempre foram algo recorrente no mercado de capitais. No começo de junho, por exemplo, a Suzano divulgou um comunicado revisando as projeções de investimentos, feitas em 2008, e adiando a data de início da operação de duas fábricas de celulose.
A unidade de Piauí deve entrar em operação no primeiro semestre de 2016. A data prevista era o fim de 2014. A fábrica do Maranhão voltou ao cronograma original, que prevê a partida em novembro de 2013. O prazo previsto era o início de 2013.
É a típica situação que merece fato relevante, diz o especialista Ricardo Rochman, coordenador do mestrado profissional de economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo. A revisão de orçamento e o atraso na entrega das fábricas têm o poder de impactar o preço das ações, porque os analistas e investidores consideraram essas informações na hora de estimar projeções e os resultados futuros da empresa.
Por meio da assessoria de imprensa, a Suzano informa que preferiu divulgar comunicado porque a empresa já tinha feito publicação em fato relevante, em 2008, no anúncio do plano de investimentos. Ainda segundo a assessoria, a revisão de investimentos e a postergação do início da operação das fábricas seriam uma atualização do andamento do processo.
A empresa não considerou relevante; o mercado, sim. As ações da Suzano encerraram o pregão no dia da divulgação do comunicado com queda de 2,96%. Até quarta-feira, acumulavam uma retração de quase 20% no mês.
No caso da Lojas Americanas, a informação sobre o empréstimo de R$ 200 milhões foi divulgada em ata da reunião do conselho de administração da B2W, no dia 7 de dezembro. A ata informa que a B2W faria uma emissão de debêntures não conversíveis em ações, dia 22 de dezembro de 2010, com prazo de vencimento em seis anos. O documento não diz, porém, que a Lojas Americanas faria a subscrição integralmente.
A implicância dos investidores com a Lojas Americanas foi ainda maior por causa das condições do empréstimo à B2W.
O custo da operação foi equivalente à taxa de 111,5% do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI), o juro interbancário que serve de referencial para as aplicações mais conservadoras. Na ocasião, a Lojas Americanas tinha empréstimo de capital de giro a taxas que chegavam a 145% do CDI.
Se a Lojas Americanas tinha dinheiro em caixa, devia tê-lo usado para pagar as linhas de financiamentos mais caras do capital de giro, diz um investidor que não quis ser identificado.
Procurado para comentar a forma de divulgação, o executivo Murilo Corrêa, diretor de relações com investidores da Lojas Americanas, diz que a empresa agiu conforme a lei. Foi uma operação privada, que não exigiu esforço de venda, diz Corrêa. Fizemos o que está previsto na lei. A informação está na ata do conselho e no formulário de referência.
Sobre a finalidade dos recursos do caixa, Corrêa explicou que a taxa cobrada da B2W foi mais interessante que aquelas propostas pelos bancos para a Lojas Americanas antecipar o pagamento de empréstimos.
Consultada para justificar por que preferiu divulgar as informações sobre a operação em ata do conselho, a B2W informou que a operação de emissão de debêntures privadas da empresa se revestiu de todas as formalidades legais pertinentes, além de ter sido divulgada como exige a lei.
Procurada para comentar se investidores abriram reclamações contra o aporte dos R$ 200 milhões, por não divulgação de fato relevante, a CVM informa que não comenta casos específicos envolvendo companhias com ações em bolsa.
No emaranhado de anúncios que chegam à CVM, há casos de companhias que adotam a política de publicar quase tudo como fato relevante. A OGX, empresa de petróleo e gás do empresário Eike Batista, é o exemplo mais simbólico disso. Desde que abriu o capital, em 2008, a companhia divulga fato relevante sobre todas as etapas de exploração.
É uma estratégia de marketing. A OGX é pré-operacional e quer dar publicidade sobre o seu progresso. Mas uma enxurrada de fatos relevantes pode fazer com que o investidor despreze as informações mais importantes, diz Rochman, da FGV. A OGX não quis se pronunciar.
A rival Petrobras, por outro lado, divulga fato relevante apenas das reservas comprovadas. Encontrar indícios de petróleo não significa descoberta, diz o executivo Almir Barbassa, diretor financeiro e de relações com investidores da estatal. A base do fato relevante é a materialidade. A empresa não pode fazer expectativas a partir de indícios. Apesar dos cuidados, as informações da Petrobras são públicas no site da Agência Nacional do Petróleo.
O texto da reportagem (É relevante?, Denise Carvalho, Valor Econômico, 24 jun 2011, p. D1) está interessante. Aqui uma pesquisa sobre a legibilidade dos fatos relevantes no Brasil. Recentemente, o autor desta postagem concluiu uma pesquisa, juntamente com uma aluna de graduação, Ana Paula Ribeiro Lopes, sobre o número de divulgações de fatos relevantes. Neste estudo mostrou-se que empresas que tem uma "tradição" em divulgar fatos relevantes são mais propensas a fazer a publicação dos fatos relevantes.
Fato Relevante 2
O texto a seguir complementa o anterior:
As empresas de petróleo no Brasil têm maneiras distintas de divulgar suas descobertas de reservatórios de petróleo ou gás.
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) obriga todas a fazer uma notificação de descoberta sempre que for encontrada uma "coluna de hidrocarbonetos" (petróleo ou gás) durante uma perfuração, comercial ou não.
A Petrobras só informa essas descobertas quando tem uma estimativa sobre a área ou uma certeza maior sobre a comercialidade futura.
As grandes petroleiras privadas adotam práticas parecidas. A ExxonMobil, por exemplo, não fez qualquer notificação ao mercado quando descobriu petróleo em uma perfuração no único bloco do pré-sal de Santos que não tem a Petrobras como operadora. Em seguida a gigante americana fez outra perfuração onde encontrou um poço seco. Nada falou. E o mesmo aconteceu quando o resultado da terceira perfuração mostrou que a área não é comercial.
A OGX adota uma estratégia diferente. Ela divide com o mercado todas as informações passadas para a ANP. Como ainda não é possível saber quanto das descobertas vão se tornar reservas que irão para o balanço da companhia, é preciso cuidado.
Marcus Sequeira, analista do Deutsche Bank, alerta que os investidores devem ter em mente que depois de um anúncio inicial são necessários vários testes para se ter uma noção dos impactos daquela descoberta para a companhia. "Nem todo anúncio se torna comercial. É preciso entender que ele é muito preliminar. E para efeitos de balanço, só valem as reservas provadas." Para ele, esse é um exemplo do risco e do potencial de valorização do setor, na aposta que essas descobertas transformem-se em reservas provadas. "Ganha quem entrar [no papel] antes dessa virada", explica.
Desde a abertura do capital em 2008, as ações da OGX valorizaram 27,94%, enquanto o Ibovespa perdeu 9,36% no período. Mas a empresa já perdeu R$ 17,9 bilhões do seu valor de mercado este ano. Na HRT a valorização das ações é de 14,58% desde a oferta pública no ano passado, com aumento de R$ 1 bilhão do valor de mercado. Em 2011, todas estão em queda. A OGX se desvalorizou 27,65%, a HRT, 13,52% e a Petrobras perdeu 16,14%. As ações da Queiroz Galvão caíram 11,05% desde o dia 9 de fevereiro, quando fez sua estreia na bolsa, superior à perda do Ibovespa acumulada em 2011, que é de 7,23%.
O risco das descobertas passa longe da Petrobras, atualmente uma das empresas com maior portfólio de reservas a desenvolver em todo mundo. Mesmo assim, o papel tem riscos associados a ele. Desde dezembro, a Petrobras perdeu R$ 64,5 bilhões de seu valor de mercado. Se na exploração as incertezas são maiores nas empresas iniciantes, o mesmo não se pode dizer do retorno. Mas o analista do Deutsche repete o bordão dos colegas: é preciso ver o longo prazo, se a empresa tem disponível o dinheiro que vai precisar usar em um ano.
Emerson Leite, ressalta que depois da descoberta, é importante saber com que eficiência será possível monetizar as reservas encontradas, qual o plano de investimentos da companhia e qual a velocidade com que os barris serão produzidos. Esse é o atual estágio da discussão em torno do plano de negócios da Petrobras. "Ela está gastando todo o caixa no plano de investimentos e mais um pouco."
Risco
A Previ, maior fundo de pensão do país, acha que os cerca de R$ 4 bilhões em títulos privados que têm em carteira hoje podem crescer mais R$ 15 bilhões em cinco anos. Até hoje foi possível bater metas atuariais só com títulos públicos, mas o diretor de investimentos da fundação, Renê Sanda, diz que isso vai acabar nos próximos anos. Basta que o juro fique em patamar próximo ao de outros países emergentes que você já está numa situação de ter que correr mais riscos. (Previ e Petros vão em busca de investimentos com mais risco - Marcelo Mota – Valor Economico – 24 jun 2011 – p. A1É interessante a lógica do parágrafo. Se hoje o título público brasileiro paga um juro mais elevado a causa decorre do seu risco. Se no futuro a taxa de juros reduz é que provavelmente o risco reduziu. Assim, quando o risco do título público reduzir (e sua remuneração), a entidade irá trocar por um título com mais rentabilidade, mas que provavelmente possui um risco próximo aquele do título público.
Figura, aqui
Custos dos Estádios
A figura mostra a evolução dos custos dos estádios para Copa do Mundo. A maior evolução ocorreu em São Paulo, onde a construção encareceu o orçamento em 128%. Até 2014 ainda haverá mais aumento nos custos. (Fonte: Nove arenas da Copa estão em Construção - Valor Econômico - 27 de junho de 2011 - A4)
Compra pública responsável
Ninguém tem dúvida sobre o impacto do consumo na sustentabilidade dos recursos naturais. Na prática a premissa está hoje restrita aos negócios do setor privado. Não é incorporada pelo governo por um motivo simples: a legislação impõe o menor preço como critério na compra pública de materiais ou contratação de obras, sem considerar os quesitos socioambientais. "A tendência é o cenário mudar com a Lei Federal 12.349, aprovada em dezembro do ano passado, definindo a licitação como ferramenta para o desenvolvimento sustentável", afirma Luciana Betiol, coordenadora do programa de consumo sustentável da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Resta saber como isso será interpretado e aplicado na prática, mas há boas chances de emplacar, com reflexos positivos no mercado", ressalva Luciana. A nova legislação, que também permite o governo adquirir produtos nacionais por preço até 25% superior ao estrangeiro, protegendo o mercado interno, alterou o Artigo 3º da Lei 8666 sobre licitações, sancionada em 1993.
"Apesar de restritiva, a lei original dá brechas para preocupações socioambientais na licitação, mas o assunto tem esbarrado na resistência da área jurídica a mudanças", analisa Luciana. Ela lembra que o conceito econômico de "vantagem" é visto pelos conservadores sob o ângulo do preço e não do custo, que envolve longo prazo. A barreira impede o governo de exercer o poder de compra para a promoção da sustentabilidade. No Brasil as compras públicas representam 15% do PIB, totalizando R$ 60 bilhões no ano passado, segundo dados da FGV. Em São Paulo, o valor atingiu R$ 17 bilhões.
"Há um muro cultural: não adiantam novas leis, se os gestores públicos fecham os olhos para os produtos ambientalmente adequados, que são mais caros e acabam excluídos", explica Denize Coelho, coordenadora da comissão de compras públicas sustentáveis da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. "Os servidores temem o controle por parte da Secretaria de Fazenda ou Tribunal de Contas", completa.
O governo estadual elaborou um catálogo de materiais e serviços que podem ser comprados pelos órgãos públicos, com 170 mil itens. Dos automóveis ao papel, há 360 produtos marcados no catálogo com um selo ambiental. "Mas apenas 3% das aquisições envolvem essa categoria", lamenta Denize.
"A lei de licitação é antiga e tende a se modernizar, inclusive prevendo benefícios para quem cumprir aspectos ambientais", prevê Marcelo Eira, secretário-adjunto do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele cita o projeto de lei que regulamenta a Medida Provisória 521 com regras para as obras da Copa do Mundo e Olimpíadas, incluindo soluções ambientais. "Enquanto não houver mudanças, precisamos interpretar a lei das licitações ao pé da letra", justifica Eira.
Fonte: Valor Econômico - 20/06
"Resta saber como isso será interpretado e aplicado na prática, mas há boas chances de emplacar, com reflexos positivos no mercado", ressalva Luciana. A nova legislação, que também permite o governo adquirir produtos nacionais por preço até 25% superior ao estrangeiro, protegendo o mercado interno, alterou o Artigo 3º da Lei 8666 sobre licitações, sancionada em 1993.
"Apesar de restritiva, a lei original dá brechas para preocupações socioambientais na licitação, mas o assunto tem esbarrado na resistência da área jurídica a mudanças", analisa Luciana. Ela lembra que o conceito econômico de "vantagem" é visto pelos conservadores sob o ângulo do preço e não do custo, que envolve longo prazo. A barreira impede o governo de exercer o poder de compra para a promoção da sustentabilidade. No Brasil as compras públicas representam 15% do PIB, totalizando R$ 60 bilhões no ano passado, segundo dados da FGV. Em São Paulo, o valor atingiu R$ 17 bilhões.
"Há um muro cultural: não adiantam novas leis, se os gestores públicos fecham os olhos para os produtos ambientalmente adequados, que são mais caros e acabam excluídos", explica Denize Coelho, coordenadora da comissão de compras públicas sustentáveis da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo. "Os servidores temem o controle por parte da Secretaria de Fazenda ou Tribunal de Contas", completa.
O governo estadual elaborou um catálogo de materiais e serviços que podem ser comprados pelos órgãos públicos, com 170 mil itens. Dos automóveis ao papel, há 360 produtos marcados no catálogo com um selo ambiental. "Mas apenas 3% das aquisições envolvem essa categoria", lamenta Denize.
"A lei de licitação é antiga e tende a se modernizar, inclusive prevendo benefícios para quem cumprir aspectos ambientais", prevê Marcelo Eira, secretário-adjunto do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele cita o projeto de lei que regulamenta a Medida Provisória 521 com regras para as obras da Copa do Mundo e Olimpíadas, incluindo soluções ambientais. "Enquanto não houver mudanças, precisamos interpretar a lei das licitações ao pé da letra", justifica Eira.
Fonte: Valor Econômico - 20/06
Passivo
A Whirlpool, dona da Brastemp e Consul, fez um acordo com o Banco Safra para pagamento de R$958,5 milhões referente a uma ação judicial, informa o Valor Econômico (Whirlpool vai pagar R$959 milhões ao Banco Safra, Luciana Seabra, 24 jun de 2011, E1).
Tudo começou quando um funcionário da Whirlpool tomou um empréstimo de US$25 milhões em 1989. Em 2000, a justiça brasileira decidiu contra a empresa, faltando calcular o valor da causa. É interessante notar que o valor acordado agora corresponde a uma atualização anual de 15,6%. A empresa acreditava que se não fechasse o acordo o valor da indenização seria de 1,2 bilhão de dólar, ou 19,2% de taxa anual.
O valor será liquidado em duas parcelas: a primeira de R$469 milhões em julho e outra de R$490 milhões em janeiro do próximo ano.
O asecto interessante está na tempestividade do reconhecimento da provisão. Veja o seguinte trecho da reportagem:
Segundo nota da empresa, o impacto do acordo nos resultados da companhia será mitigado pela dedução fiscal e por uma provisão, de R$ 267,7 milhões (US$ 164 milhões) que estava já registrada no balanço do primeiro trimestre.
Em comunicado enviado à Securities and Exchange Commision (SEC), o regulador do mercado americano, a Whirpool dá mais detalhes sobre o pagamento. Nesse documento, a empresa informa que, além da provisão já feita, deverá registrar uma provisão adicional de US$ 439 milhões que será reconhecida toda no segundo trimestre, embora o pagamento ocorra em duas parcelas.
Ao considerar as alíquotas de Imposto de Renda, de 25%, e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), de 9%, a empresa diz que o impacto no resultado líquido do segundo trimestre será de US$ 290 milhões.
29 junho 2011
Teste 495
Recebi do Helio Cincinato, grande entendedor de futebol, um balanço patrimonial com algumas contas diferentes. Você seria capaz de classificar as contas a seguir em Ativo, Passivo, Resultado?
Créditos em Circulação
Limites de Saque com Vinculação de Pagamentos
Sub-repasse Concedido Diferido
Resposta do Anterior: Cingapura. Fonte aqui
Créditos em Circulação
Limites de Saque com Vinculação de Pagamentos
Sub-repasse Concedido Diferido
Resposta do Anterior: Cingapura. Fonte aqui
Links
Pão de Açúcar, Cassino e Carrefour
Um resumo da operação
Podem fechar lojas
Diniz não é recebido pelo Cassino
Dinheiro do contribuinte para a operação pode chegar a 5 bi
Nova empresa teria 27% do varejo (e apareceu a palavra mágica “sinergia”
Cassino quer reunião do Conselho de Administração
Diniz e Cassino trocam farpas
O papel do Cade
Economia e afins
O ataque virtual a moeda virtual. E George Clooney
Apesar da guerra das drogas, o México ainda é mais seguro que o Brasil
Contabilidade
Iasb propõe alterações nas normas
JP Morgan pagará uma multa de 150 milhões de dólares por hipotecas enganosas
Outros temas
Vídeo: música e pintura
Um gráfico interessante sobre bandas de rock
Universidade indeniza trabalho que foi considerado um lixo pelo professor
História da música no tempo
Um resumo da operação
Podem fechar lojas
Diniz não é recebido pelo Cassino
Dinheiro do contribuinte para a operação pode chegar a 5 bi
Nova empresa teria 27% do varejo (e apareceu a palavra mágica “sinergia”
Cassino quer reunião do Conselho de Administração
Diniz e Cassino trocam farpas
O papel do Cade
Economia e afins
O ataque virtual a moeda virtual. E George Clooney
Apesar da guerra das drogas, o México ainda é mais seguro que o Brasil
Contabilidade
Iasb propõe alterações nas normas
JP Morgan pagará uma multa de 150 milhões de dólares por hipotecas enganosas
Outros temas
Vídeo: música e pintura
Um gráfico interessante sobre bandas de rock
Universidade indeniza trabalho que foi considerado um lixo pelo professor
História da música no tempo
Caixa
O gráfico mostra as empresas brasileiras que mais geraram caixa com suas operações. Em 2005 a Petrobras gerou 37 bilhões de reais, enquanto que no ano passado a geração foi de 53,4 bilhões; um aumento de 43%. A Vale, a segunda empresa de capital aberto em geração de caixa das operações, gerava em 2005 10,5 bilhões, um aumento de 237%. O Itausa reduziu a geração de caixa no período em R$1,3 bilhão. É interessante notar o predomínio das concessões na geração do caixa.
Desde o descobrimento do Brasil, quando o Rei de Portugal distribuía terras para uso exclusivo dos donatários, ser amigo do rei é vantajoso. As empresas que dependem do governo, como as concessões e as empresas com capital estatal são maioria na relação.
Valorização e Desvalorização
Os automóveis que mais sofrem desvalorização no seu preço de venda no Brasil, após um ano da compra:
Os automóveis que menos desvalorizam:
Os automóveis que menos desvalorizam:
Fonte: aqui. Os valores devem ser considerados com cuidado, em especial os de desvalorização. São modelos com pouca vendagem, que sofrem problemas de liquidez. Além disto, a fonte não informa a quantidade de veículos por modelo que participou da amostra.
Pão de Açúcar e Carrefour: não há razão para participação do BNDES
Bela crítica de Mirião Leitão:
O BNDES informou que enquadrou para análise uma operação de 2 bilhões de euros referente à união entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. É um disparate. O banco vai entrar com uma participação, virar sócio de um supermercado francês. Fusão é um nome bonito usado com frequência, quando na verdade, na maioria das vezes, é operação de compra. O grupo da família Diniz vai ficar minoritário dentro da empresa francesa. Estão dizendo que isso seria a internacionalização do Pão de Açúcar, mas não é, porque ele vai se dissolver dentro do capital do Carrefour que é maior. É uma desnacionalização.
O BNDES, financiado por dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador brasileiro, e não francês, e capitalizado por títulos públicos, pegará esses recursos para ter participação em um supermercado francês, sob a alegação de que estaria internacionalizando uma empresa brasileira.
Para o consumidor é ruim; o mercado fica concentrado. Se fosse uma questão privada, seria só ouvir o Cade; mas tem dinheiro público do BNDES. E não sabemos se as autoridades de defesa da concorrência concordam ou não.É uma operação lesiva aos interesses do consumidor brasileiro e estranha da perspectiva de um banco público de desenvolvimento. Falaram também que vão abrir caminho para a inserção do produto brasileiro no mercado internacional. O Brasil sempre foi grande exportador, o BNDES não precisa comprar um pedaço de um supermercado na França para o Brasil ter essa chance.
O Estado tem de parar de crescer no país. Estamos reestatizando a economia brasileira através da compra pelo BNDES de participações em empresas. O BTG poderia se capitalizar no exterior para fazer isso.Não consigo ver a razão pela qual o BNDES está nessa operação. O que vejo é falta de pronunciamento do Cade a respeito do assunto.
Estratégico não é comprar pedaço de um supermercado francês com dinheiro de endividamento público, mas melhorar estradas, portos, para que qualquer produtor consiga ser mais eficiente.Não é desse jeito, com uma compra completamente estranha em que o BNDES entra com 2 bilhões de euros, que o país vai se inserir no mercado internacional; mas sim, com menos Custo Brasil.
O BNDES informou que enquadrou para análise uma operação de 2 bilhões de euros referente à união entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. É um disparate. O banco vai entrar com uma participação, virar sócio de um supermercado francês. Fusão é um nome bonito usado com frequência, quando na verdade, na maioria das vezes, é operação de compra. O grupo da família Diniz vai ficar minoritário dentro da empresa francesa. Estão dizendo que isso seria a internacionalização do Pão de Açúcar, mas não é, porque ele vai se dissolver dentro do capital do Carrefour que é maior. É uma desnacionalização.
O BNDES, financiado por dinheiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador brasileiro, e não francês, e capitalizado por títulos públicos, pegará esses recursos para ter participação em um supermercado francês, sob a alegação de que estaria internacionalizando uma empresa brasileira.
Para o consumidor é ruim; o mercado fica concentrado. Se fosse uma questão privada, seria só ouvir o Cade; mas tem dinheiro público do BNDES. E não sabemos se as autoridades de defesa da concorrência concordam ou não.É uma operação lesiva aos interesses do consumidor brasileiro e estranha da perspectiva de um banco público de desenvolvimento. Falaram também que vão abrir caminho para a inserção do produto brasileiro no mercado internacional. O Brasil sempre foi grande exportador, o BNDES não precisa comprar um pedaço de um supermercado na França para o Brasil ter essa chance.
O Estado tem de parar de crescer no país. Estamos reestatizando a economia brasileira através da compra pelo BNDES de participações em empresas. O BTG poderia se capitalizar no exterior para fazer isso.Não consigo ver a razão pela qual o BNDES está nessa operação. O que vejo é falta de pronunciamento do Cade a respeito do assunto.
Estratégico não é comprar pedaço de um supermercado francês com dinheiro de endividamento público, mas melhorar estradas, portos, para que qualquer produtor consiga ser mais eficiente.Não é desse jeito, com uma compra completamente estranha em que o BNDES entra com 2 bilhões de euros, que o país vai se inserir no mercado internacional; mas sim, com menos Custo Brasil.
Saiba o que é a teoria positiva da contabilidade
Mesmo que você não conheça, talvez a sua pesquisa para o trabalho de conclusão de curso tenha utilizado a teoria positiva da contabilidade. A maioria das pesquisas em ciências contábeis dos últimos anos é positivista.
Eu me formei há 5 anos e na época em que eu cursei a graduação não existia na minha universidade uma matéria voltada para a teoria positiva da contabilidade. Atualmente ela é uma matéria optativa e, pelos comentários que ouço, muito valorizada pelos alunos. Então hoje a postagem é voltada para esse tópico.
As pesquisas iniciais em contabilidade tinham um foco puramente normativo, com o costume de prescrever uma teoria contábil. Por volta dos anos 1960, com a ajuda de teorias econômicas e financeiras, os estudos foram se modificando e começou a haver uma preocupação em explicar as práticas contábeis.
No artigo “capital markets research in accounting”, Kothari explica que nos anos 1950 Friedman foi provavelmente um dos pesquisadores mais proeminentes dentre os que buscavam a pesquisa positiva, ao invés da normativa, em economia, finanças e contabilidade. Friedman descreveu a ciência positiva como um desenvolvimento de uma teoria ou hipótese que “produz previsões válidas e com significado a respeito de fenômenos que ainda serão observados”.
Em “Accounting Research and Theory: the age of neo-empiricism” o autor Michael Gaffikin comenta que dois australianos que trabalhavam na Universidade de Chicago, Ball e Brown, são considerados os primeiros a se engajarem em pesquisas em mercados de capitais na contabilidade. O trabalho pioneiro publicado em 1968 é ainda bastante citado. Outro trabalho seminal é o de Bill Beaver, também publicado em 1968.
Watts e Zimmerman carregaram a bandeira da contabilidade positiva publicando uma série de artigos com a intenção de desenvolver uma teoria que explicasse a observação de fenômenos e a relação entre variáveis. Eles são também autores do livro “Positive Accounting Theory” publicado em 1986 e ainda muito utilizado. Não existe tradução em português e é muito difícil encontrá-lo por aqui. Eu lamento muito não haver uma cópia disponível para o kindle.
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, indico o artigo “10 anos de pesquisa em contabilidade no Brasil” escrito por Octávio Mendonça Neto, Edson Riccio e Maria Sakata, disponível aqui.
Outras leituras e referências em inglês:
BALL, R.; BROWN, P. An empirical evaluation of accounting income numbers. Journal of Accounting Research, v. 6, n. 6, p. 159-178, outono, 1968.
BEAVER, W. The information content of annual earnings announcements. Journal of Accounting Research, v. 6, p. 67–92, suplemento, 1968.
GAFFIKIN, M. Accounting Research and Theory: the age of neo-empiricism. Australasian Accounting Business and Finance Journal, v. 1, n. 1, 2007.
KOTHARI, S. P. Capital markets research in accounting, Journal of Accounting and Economics, v. 31, n. 1-3, p. 105-231, set. 2001.
WATTS, R. L.; ZIMMERMAN, J. L. Positive accounting theory. New Jersey: Prentice-Hall International, 1986.
Eu me formei há 5 anos e na época em que eu cursei a graduação não existia na minha universidade uma matéria voltada para a teoria positiva da contabilidade. Atualmente ela é uma matéria optativa e, pelos comentários que ouço, muito valorizada pelos alunos. Então hoje a postagem é voltada para esse tópico.
As pesquisas iniciais em contabilidade tinham um foco puramente normativo, com o costume de prescrever uma teoria contábil. Por volta dos anos 1960, com a ajuda de teorias econômicas e financeiras, os estudos foram se modificando e começou a haver uma preocupação em explicar as práticas contábeis.
No artigo “capital markets research in accounting”, Kothari explica que nos anos 1950 Friedman foi provavelmente um dos pesquisadores mais proeminentes dentre os que buscavam a pesquisa positiva, ao invés da normativa, em economia, finanças e contabilidade. Friedman descreveu a ciência positiva como um desenvolvimento de uma teoria ou hipótese que “produz previsões válidas e com significado a respeito de fenômenos que ainda serão observados”.
Em “Accounting Research and Theory: the age of neo-empiricism” o autor Michael Gaffikin comenta que dois australianos que trabalhavam na Universidade de Chicago, Ball e Brown, são considerados os primeiros a se engajarem em pesquisas em mercados de capitais na contabilidade. O trabalho pioneiro publicado em 1968 é ainda bastante citado. Outro trabalho seminal é o de Bill Beaver, também publicado em 1968.
Watts e Zimmerman carregaram a bandeira da contabilidade positiva publicando uma série de artigos com a intenção de desenvolver uma teoria que explicasse a observação de fenômenos e a relação entre variáveis. Eles são também autores do livro “Positive Accounting Theory” publicado em 1986 e ainda muito utilizado. Não existe tradução em português e é muito difícil encontrá-lo por aqui. Eu lamento muito não haver uma cópia disponível para o kindle.
Para quem quiser ler mais sobre o assunto, indico o artigo “10 anos de pesquisa em contabilidade no Brasil” escrito por Octávio Mendonça Neto, Edson Riccio e Maria Sakata, disponível aqui.
Outras leituras e referências em inglês:
BALL, R.; BROWN, P. An empirical evaluation of accounting income numbers. Journal of Accounting Research, v. 6, n. 6, p. 159-178, outono, 1968.
BEAVER, W. The information content of annual earnings announcements. Journal of Accounting Research, v. 6, p. 67–92, suplemento, 1968.
GAFFIKIN, M. Accounting Research and Theory: the age of neo-empiricism. Australasian Accounting Business and Finance Journal, v. 1, n. 1, 2007.
KOTHARI, S. P. Capital markets research in accounting, Journal of Accounting and Economics, v. 31, n. 1-3, p. 105-231, set. 2001.
WATTS, R. L.; ZIMMERMAN, J. L. Positive accounting theory. New Jersey: Prentice-Hall International, 1986.
Ratings
Reguladores dos EUA estão procurando alguém para ser punido pelos abusos que levaram à maior crise financeira desde a Grande Depressão. E nesse processo, colocam a lupa sobre agências de notação de crédito.
Segundo o The Wall Street Journal, os supervisores da Securities and Exchange Commission dos EUA (SEC, por sua sigla em Inglês) avaliam as opções existentes sobre a mesa para atacar com sucesso estas empresas no tribunal, depois de ter feito muita pesquisa sobre o papel que desempenharam no processo de embalagem e venda de dívida atrelada a hipotecas subprime.
Até agora, o dedo dos órgãos reguladores e investigações realizadas no Congresso U. S. limitou-se a reprimenda. Uma das dificuldades que se encontrou é que tem sido muito difícil provar que houve má conduta ou fraude.
As agências de classificação foram um elo importante na cadeia de securitização de hipotecas. Foram eles que colocaram uma nota para os pacotes da dívida que os bancos foram estruturadas. E graças à boa classificação que você deu, as entidades foram capazes de colocar sem problemas de maior no mercado. (...)
(EL País, EE UU estudia demandar a las agencias de calificación por su papel en la crisis - SANDRO POZZI ) (Enviado por Olavo Paccioli)
Segundo o The Wall Street Journal, os supervisores da Securities and Exchange Commission dos EUA (SEC, por sua sigla em Inglês) avaliam as opções existentes sobre a mesa para atacar com sucesso estas empresas no tribunal, depois de ter feito muita pesquisa sobre o papel que desempenharam no processo de embalagem e venda de dívida atrelada a hipotecas subprime.
Até agora, o dedo dos órgãos reguladores e investigações realizadas no Congresso U. S. limitou-se a reprimenda. Uma das dificuldades que se encontrou é que tem sido muito difícil provar que houve má conduta ou fraude.
As agências de classificação foram um elo importante na cadeia de securitização de hipotecas. Foram eles que colocaram uma nota para os pacotes da dívida que os bancos foram estruturadas. E graças à boa classificação que você deu, as entidades foram capazes de colocar sem problemas de maior no mercado. (...)
(EL País, EE UU estudia demandar a las agencias de calificación por su papel en la crisis - SANDRO POZZI ) (Enviado por Olavo Paccioli)
28 junho 2011
Tamanho das empresas brasileiras
O crescimento recente da economia mostrou a força das grandes empresas brasileiras. Somente para fins de comparação, a receita somada das seis maiores empresas de capital aberto brasileiras corresponde ao PIB da Colômbia. (Eu sei que a comparação entre receita e PIB é algo incoerente teoricamente, mas trata-se aqui de uma forma de ressalvar o tamanho das nossas grandes empresas).
Se a Petrobras fosse um país, com sua receita de 213 bilhões de reais (ou aproximadamente 133 bilhões de dólares) isto corresponderia ao PIB da Hungria, ou a 54º. Lugar na economia mundial. A segunda maior empresa do país, a Vale, obteve uma receita de 83 bilhões de reais, o que corresponde a economia da Eslovênia ou da Bulgária. Em termos relativos, a Vale seria a 73ª. economia do mundo.
A JBS, empresa criada com a força do BNDES, possui uma receita que equivale a economia da Costa Rica. A quarta maior empresa em receita, a Ultrapar, possui um peso equivalente ao Panamá.
Apesar de corresponder a 15% da receita da Petrobras, o Pão de Açúcar, a quinta maior empresa em faturamento, ocuparia um lugar entre as cem maiores nações do mundo: 99º., junto com Trinidad y Tobago. A Gerdau, que possui uma receita um pouco menor que o grupo varejista, seria do tamanho da Bolívia.
É interessante notar que esta comparação foi beneficiada pelo câmbio. Se a taxa cambial fosse de 2 para 1, a soma das seis maiores empresas em receita corresponderia a economia de Portugal, ou 39º. lugar no ranking das maiores economias, e não a economia da Colômbia.
Assinar:
Comentários (Atom)




















