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17 agosto 2010

Contabilidade da política 2

Dezesseis diretórios nacionais de partidos políticos ainda não entregaram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) os balancetes referentes ao mês de julho, sendo que o prazo previsto em lei se encerrou no dia 15 de agosto. De acordo com a Lei dos Partidos Políticos (Lei 9096/95), os partidos devem apresentar à Justiça Eleitoral balancetes mensais relativos aos quatro meses anteriores e dois posteriores às eleições.

Os balancetes devem ser enviados até o 15º dia do mês subsequente, que se recair no fim de semana ou feriado, será prorrogado para o primeiro dia útil subsequente.

O documento é uma relação das contas escrituradas pelos partidos, com seus respectivos saldos e deve ser entregue em mídia digital para facilitar a divulgação na internet. Além disso, deve informar o nome e a assinatura do contabilista responsável, sua categoria profissional e o respectivo número de registro no Conselho Regional de Contabilidade.

Os diretórios estaduais e municipais devem encaminhar seus balancetes para os Tribunais Regionais Eleitorais respectivos de cada estado.

São os seguintes os partidos que ainda não apresentaram seus balancetes: PCB, PCO, PMN, PPS, PR,PRP, PSC, PSDB, PSDC, PSL, PTdoB, PTB, PTC, PTN, PRTB e PV. O PCB, PCO, PMN, PSDC, PSL, PT DO B e PRTB também não apresentaram o balancete referente ao mês de junho, cuja data prevista para entrega era o dia 15 de julho.



ELEIÇÕES2010: Dezesseis partidos não entregam balancetes - 16 ago 2010 - Investimentos e Notícias (Tempo Real)

Contabilidade da política

Éprovável que os brasileiros tenham interesse em saber, com clareza, quem financia as campanhas eleitorais. Afinal, a política envolve interesses — às vezes escusos — e dinheiro, muito dinheiro. Tanto que, à época das campanhas, parte da dinheirama é frequentemente encontrada em calças, meias e cuecas.

Segundo o professor da Universidade Estadual de Campinas Bruno Speck, o último ciclo eleitoral, abrangendo candidatos a presidente da República, governadores, prefeitos e parlamentares, custou oficialmente R$8,4 bilhões. Nesse valor estão incluídos as doações, os repasses ao fundo partidário e o horário eleitoral gratuito. Tal montante correspondeu a 0,32% do PIB e a apenas R$11 por ano para cada brasileiro. Se este é o preço da democracia, vale a pena ser pago.

O problema é que a diferença entre o valor oficialmente declarado e o gasto real com as eleições é enorme. Há quem estime que a despesa efetiva seja de dez a quinze vezes superior à registrada no Tribunal Superior Eleitoral. Nessa hipótese, somados os caixas 1 e 2, o custo de uma rodada eleitoral no Brasil beira a casa dos R$100 bilhões!

Como no caixa 2, por óbvio, não há recibos e notas fiscais, a maior parcela das doações não passa pelas transferências bancárias, circulando por debaixo dos panos, quase que de mão em mão. Não é por acaso que representantes de 12 partidos, entre parlamentares, ex-parlamentares e assessores, respondem a processos, inclusive no Supremo Tribunal Federal, em decorrência dos mensalões do PT, do PSDB e do DEM. Ainda que usual , o caixa 2 é crime.

Por outro lado, o caixa 1, legalmente registrado nos tribunais eleitorais, também é opaco. Atualmente, a preferência nacional entre os que bancam os pleitos é pela “doação oculta” — destinada ao partido, e não ao comitê eleitoral do candidato—-, o que torna difícil a vinculação do financiador ao financiado. Tal fórmula, franciscana às avessas, agrada a quem dá e a quem recebe, prejudicando apenas o eleitor consciente que gostaria de conhecer as relações entre os políticos e os generosos patrocinadores.

Na verdade, não é suficiente saber os totais que cada candidato arrecadou e gastou, como hoje é divulgado nas prestações de contas parciais. Mais importante seria conhecer quais foram os doadores e que valores ofereceram a cada apadrinhado, na base do diga-me quem te apoia e te direi quem és. Até porque, na prática, um segmento do empresariado não doa, e sim investe, visando, claramente, ao retorno do capital aplicado. Ou será que alguém acredita que é somente por espírito democrático que certas empresas doam, de forma simultânea, a adversários que disputam o mesmo cargo? Ou que, por mera coincidência, doações vultosas irriguem as campanhas de Dilma, Alckmin e Cabral — líderes das pesquisas e governistas —, enquanto as campanhas de Serra, Mercadante e Gabeira recebem somas significativamente menores?

É claro que essa situação não pode continuar. O financiamento eleitoral, tal como há muito acontece, é, sem dúvida, uma das causas da corrupção no Brasil. A estrutura dos principais escândalos é semelhante, envolvendo, quase sempre, políticos e os grandes doadores, concentrados nos ramos da indústria pesada, construção civil e sistema financeiro. O remédio para se coibir essas relações promíscuas é a transparência total, iniciativa que deveria partir dos próprios candidatos. Como acreditar que esses futuros políticos serão transparentes na gestão pública se já começam omitindo quem financiou suas campanhas? Essa informação, que deveria estar na web, pode ser decisiva na escolha de cada um.

Você, por exemplo, votaria em alguém financiado pela indústria do fumo? É provável que muitos o façam sem qualquer constrangimento, o que talvez não aconteça com os que lutam contra a proliferação do câncer. Simples assim, democrático. Basta a informação ser acessível a qualquer cidadão.

O Tribunal Superior Eleitoral, para tornar os pleitos verdadeiramente justos e equilibrados, terá que contrariar interesses dos doadores, candidatos e partidos. A contabilidade eleitoral precisa ser publicada detalhadamente na internet já nos três meses que antecedem as eleições. Os doadores e os respectivos valores repassados a cada beneficiado não podem ser sigilosos. Afinal, secreto mesmo é só o voto.


Você sabe quem financia o seu candidato? - O Globo - 17 ago 2010 - GIL CASTELLO BRANCO (Contas Abertas)

16 agosto 2010

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Links

Tradução da música She, de Charles Aznavour

IFRS para segmentos

ICMS sobre desconto

Entrevista com K Arrow e T Schelling

Dívida da Petrobrás

O texto a seguir pode ser um excelente estudo de caso numa aula de análise de balanços.

O endividamento da Petrobras cresceu no segundo trimestre deste ano e se aproximou do limite previsto pela companhia, segundo balanço divulgado ontem.

O lucro líquido cresceu 7% no segundo trimestre ante o anterior. No primeiro semestre, na comparação com igual período do ano passado, o crescimento foi de 11%.

A proporção das dívidas da companhia atingiu 34% do valor de mercado. O indicador abaixo de 35% é um dos fatores que garantem à empresa a chancela de boa pagadora -o grau de investimento, dado pelas agências de avaliação de risco.

O endividamento da companhia foi a R$ 94 bilhões.

O dado reforça as preocupações dos analistas sobre a capitalização da empresa, prevista para setembro.

A injeção de recursos na capitalização da Petrobras é fundamental para que ela consiga fazer frente ao plano de investimento.

Os investimentos totalizaram R$ 38,1 bilhões no primeiro semestre, menos da metade da meta da empresa para o ano, que é de R$ 88,7 bilhões. O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse que os desembolsos estão dentro do previsto.

Barbassa afirmou que não há nenhuma preocupação em relação ao endividamento. "Estamos dentro do limite e, com a capitalização, vamos nos adequar e ganhar fôlego para continuarmos."

Ele disse não temer a avaliação das agências de risco. "Elas estão bem confortáveis em relação à empresa, [posso dizer] pelos contatos que tivemos nos últimos tempos."

Para Victor de Figueiredo, analista da Planner Corretora, as dúvidas do mercado em relação à capacidade da estatal de cumprir seu programa de investimento só serão dissipadas após as definições sobre o processo de capitalização da empresa.

"O que o mercado vai olhar agora é a precificação do barril do petróleo e a efetiva capitalização, se o prazo vai ser cumprido."

RESULTADO

APetrobras atribui o crescimento do lucro e da receita da estatal ao preço do barril do petróleo e ao aumento das vendas. A venda de derivados de petróleo e a alta da demanda por gasolina foram destaques no período.

O lucro foi de R$ 8,3 bilhões de abril a junho deste ano. A receita líquida foi de R$ 53,6 bilhões no segundo trimestre -avanço de 6% ante os três meses anteriores.


Endividamento da Petrobras se aproxima do limite - 14 Ago 2010 - Folha de São Paulo
VERENA FORNETTI - CIRILO JUNIOR

Mansur

Ex-dono de Mappin e Mesbla agora abandona a usina Galo Bravo sem pagar os empregados. Mas gastou milhões da empresa com helicópteros, carro, casa, almofadas ...

Mais de R$ 100 mil gastos com o aluguel de helicópteros e pagamento de pilotos, outros R$ 285 mil na compra de um carro importado e cerca R$ 800 mil com a casa de Ribeirão Preto (SP), incluindo o decorador. O empresário Ricardo Mansur torrou isso, e muito mais, usando o caixa da Usina Galo Bravo, durante os onze meses em que esteve à frente da empresa, abandonada por ele em julho. A lista, ainda preliminar, aponta gastos pessoais de R$ 4,8 milhões, parte realizada numa fase em que 1.400 funcionários, entre diretos e cortadores de cana contratados durante a safra, já estavam sem receber.

Os dados saíram de computadores deixados por Mansur na Galo Bravo e escarafunchados pelos antigos donos da usina. Fora seus luxos pessoais, o empresário ainda tirou do caixa da usina R$ 95 mil em seu nome e transferiu pelo menos R$ 2,75 milhões para a Investcorp Financial Administração de Bens e Participações Ltda, uma empresa de fachada usada por ele na sua tentativa de voltar ao mundo dos negócios no ano passado.

Mansur teve o comando da Galo Bravo por meio de uma espécie de arrendamento. Fez um acordo pelo qual deveria investir, administrar e recuperar a empresa, dividindo o produto do trabalho com os antigos donos. Em vez disso, de acordo com a contabilidade encontrada nos computadores, dilapidou o caixa da usina de açúcar e álcool. “Ele prometeu sanear a empresa, mas sangrou e saqueou a usina para manter sua vida em Ribeirão Preto”, disse Alexandre Balbo, representante da família dona dos ativos da companhia.

Segundo Balbo, boa parte do dinheiro enviado à Investcorp - a empresa de fachada de Mansur - foi operada pelo contador Rubens Marques. O empresário deu a Marques uma procuração com “os mais amplos, gerais e ilimitados poderes” para movimentar uma conta da Investcorp aberta numa agência da Caixa Econômica Federal em Ribeirão. Balbo afirma que o valor apurado com os gastos de Mansur na Galo Bravo, incluindo a Investcorp e suas regalias, já ultrapassam R$ 7 milhões.

Avião. Balbo diz também ter encontrado registros de um pagamento de R$ 750 mil que teria sido destinado ao aluguel de um avião utilizado por Mansur para passar férias em Miami, no fim do ano passado. “Os números finais do levantamento serão auditados e usados em uma ação de gestão fraudulenta que faremos contra ele (Mansur)”, afirmou Balbo.

Fora de cena desde a falência do Mappin, da Mesbla e do Banco Crefisul, dez anos atrás, Mansur usou a Investcorp para administrar três empresas das quais assumiu a gestão com a promessa de saneá-las financeiramente - além da Galo Bravo, a Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), no Espírito Santo, e a Destilaria Pignata, em Sertãozinho (SP). Todas foram devolvidas ou abandonadas depois que a Justiça apertou o cerco contra o empresário, a partir de reportagens publicadas pelo Grupo Estado.

‘Conhecimentos’. Numa petição encaminhada à 12ª Vara Cível de São Paulo, uma das várias cortes em que tramitam os processos de falência das empresas de Mansur, os advogados do escritório Mundie afirmam que seu cliente tinha sido convidado para administrar empresas “com alto grau de endividamento, empregando os conhecimentos adquiridos por anos de atividade”.

Na Galo Bravo, corre uma versão diferente. Em meados do ano passado, com a usina afundada em dívidas de R$ 450 milhões - R$ 200 milhões com bancos -, mais que o dobro dos ativos estimados em R$ 220 milhões, Balbo foi procurado por Nino Peticarrari, corretor da região chamado por Mansur para iniciar os negócios em Ribeirão Preto. “Em uma reunião na casa do Mansur, em São Paulo, ele nos prometeu assumir a gestão da usina, investir um capital expressivo e ainda assumir o passivo”, disse Balbo. “Como não tínhamos outra opção, aceitamos.”

O representante da Galo Bravo afirma ainda que a família e os então arrendatários da usina - a Central Energética Ribeirão Preto (CERP) - receberiam dinheiro pelo negócio, cujo valor ele não quer revelar. “Recebemos só 30% do combinado”, disse. Tratado como ídolo pelos empregados da usina no começo, após colocar em dia os salários atrasados, Mansur deixou a empresa do mesmo jeito que a assumiu: com protestos por falta de pagamento ou em razão de pagamentos feitos com cheques sem fundo.

“Ele conseguiu lesar mais de 1.400 funcionários que estamos pagando agora, pois está devendo salários desde março”, diz Balbo. Segundo o empresário, Mansur, de posse das procurações para administrar a usina, agora procura comprador para a Galo Bravo. Ao menos até o início deste mês, segundo dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo, uma filial da Investcorp ainda funcionava na usina. Mas um pedido de encerramento das atividades dela aguardava uma decisão.

Laranjas. Acusado por credores de Mappin, Mesbla, Crefisul e várias outras empresas de usar laranjas para dificultar o rastreamento de seus passos, Mansur lançou mão do mesmo recurso na Investcorp. O primeiro administrador da empresa foi André Frata, copeiro do empresário há muitos anos. O segundo foi Salvador Pozzo, durante anos o jardineiro da casa de campo do empresário em Indaiatuba (SP).

No ano passado, quando ensaiava sua volta aos negócios, Mansur colocou o próprio nome nos documentos da Investcorp. Os registros dessa empresa na Junta Comercial do Estado de São Paulo mostram uma operação estranha. Em agosto, ele ampliou em 50 mil vezes o capital da Investcorp, que aumentou de R$ 10 mil para R$ 500 milhões. Apesar do registro, ele integralizou R$ 10 mil, deixando a maior parte para depois. Consultado pelo Estado, um advogado de credores de Mansur acredita que o aumento de capital, realizado apenas
no papel, pode ter sido feito para impressionar futuros parceiros de negócios.

Ricardo Mansur paga até decorador com dinheiro de empresa
Gustavo Porto, David Friedlander - O Estado de São Paulo - 16 ago 2010

15 agosto 2010



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Fonte: aqui

TAM adquirida

A união da TAM com a LAN foi anunciada na tarde de sexta-feira, como um fusão. A companhia resultante da operação terá um faturamento de US$ 8,4 bilhões, vai operar em 23 países, com 40 mil funcionários. Segundo o presidente da TAM, Líbano Barroso, a Latam será a terceira maior companhia aérea do mundo em valor de mercado.

Embora a lei brasileira permita que estrangeiros tenham apenas 20% das ações com direito a voto de uma empresa aérea, muitos analistas dizem que a TAM foi comprada. Eles dizem que a LAN incluiu em contrato direito a veto nas decisões importantes e transferiu o centro do poder para a holding, no Chile, que terá mais capital chileno.

As ações da TAM deixarão de ser negociadas nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York. Os controladores farão uma oferta para os minoritários para trocar ações da TAM pelos papeis da LAN. Segundo o ‘Estado’ apurou, 70,67% das ações ficarão com a LAN e 29,33%, com a TAM. Para especialistas ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, quando o acordo for concluído, a LAN terá comprado a TAM por US$ 3,7 bilhões.


Para analistas, TAM foi comprada por US$ 3,7 bilhões - O Estado de São Paulo - 15 ago 2010

Fraude


Um gerente da Apple foi indiciado por suposta participação em um esquema de propina avaliado em US$1 milhão, envolvendo fornecedores de acessórios para iPhone e iPod. As autoridades informaram ontem que Paul Shin Devine foi preso na sexta-feira, acusado de fraude, lavagem de dinheiro e suborno.

Devine, de 37 anos, é acusado de aceitar mais de US$1 milhão em troca de informações confidenciais para fornecedores da Apple na Ásia, usadas para negociar contratos mais favoráveis com a Apple. Em nota, a empresa disse ter “zero tolerância para comportamento desonesto”.

Segundo as autoridades, Andrew Ang, de Cingapura, seria um dos fornecedores envolvidos. Ele também foi indiciado. Devine será levado amanhã a uma Corte Federal em San José, Califórnia.


Gerente da Apple é acusado de suborno milionário - O Globo - 15 ago 2010

14 agosto 2010

As melhores e as piores

A Isto é Dinheiro divulgou as melhores do ano. A revista premiou a Marfrig como campeã de sustentabilidade financeira. A Marisol venceu a categoria de recursos humanos. A Schincariol venceu em Inovação e Qualidade. O grupo Pão de Açúcar recebeu o prêmio de Responsabilidade Social. A Renner foi a vencedora em Governança Corporativa.

Esta questão de premiação é sempre difícil. Uma revista geralmente promove estes prêmios no sentido de vender mais, aumentar as receitas em publicidade e criar um bom relacionamento com as empresas. Dificilmente uma empresa lança prêmios para os piores.

Em razão disto, estou promovendo a seguinte enquete: o blog Contabilidade Financeira deve lançar um concurso com as piores do ano?

Devo lembrar que apesar de vários propostas que o blog recebe, NÃO aceitamos publicidade.

Peço aos leitores que respondam a enquete ao lado.

Orientação

Ontem, durante a comemoração dos 10 anos do programa Multi, o professor Jorge Katsumi apresentou informação sobre o número de orientação realizada pelos professores. Fiquei sabendo que orientei neste período 27 mestres. Vários deles estão hoje fazendo doutorado, alguns na Universidade de São Paulo e outros no próprio Multi. Diversos deles são professores e estão preparando as gerações futuras.

Saber que ajudei, mesmo que de forma pequena, 27 mestres, traz muita felicidade para este blogueiro.

13 agosto 2010

10 anos do Programa Multi

Hoje, na UnB, a comemoração dos 10 anos do Programa Multi. A partir das 17 horas, no auditorio Joaquim Nabuco. Informação: 61-3307 2345.

Parabéns ao Programa e aos professores e alunos.

Nova GM

Confortável com um lucro em alta, a General Motors anunciou nesta quinta-feira a partida de seu presidente-executivo, Ed Whitacre, em um momento crucial para a maior montadora de automóveis americana, que se prepara para voltar à bolsa.

Ao finalizar a coletiva por telefone que se seguiu à publicação do segundo lucro trimestral consecutivo, depois das perdas acumuladas desde 2007, Ed Whitacre anunciou inesperadamente sua partida. Será substituído por um administrador do grupo, Daniel Akerson.

"Estes resultados mostram claramente que a nova GM está em bom caminho, impulsionada por uma boa dinâmica e para um belo futuro", afirmou Whitacre.

"Isso me dá muita confiança para passar (a empresa) às mãos de uma nova direção", completou.

"Desde o dia em que assumi como presidente-executivo, disse que meu plano era ajudar essa empresa a recuperar sua grandeza e que não ficaria um dia além disso", lembrou.

Em 1º de setembro, abandonará o cargo de presidente-executivo e, no fim do ano, de presidente do conselho de administração, funções nas quais será substituído por Dan Akerson.

Akerson, 61 anos, é um engenheiro e financista apaixonado pelas telecomunicações e um dos dirigentes do poderoso fundo de investimentos Carlyle Group.

Chegou à GM como membro de seu conselho de administração em julho de 2009, nomeado pelo governo que acabava de assumir uma participação de 61% em um grupo que tinha declarado falência.

Akerson foi oficial da Marinha, formado como engenheiro em sua prestigiosa Escola Militar. Completou seus cursos com estudos de finanças e contabilidade na London School of Economics.

"A GM quer mostrar claramente que tem um plano sucessório antes de avançar com a entrada na bolsa", comentou Bill Visnic, analista do site especializado Edmunds.com, questionado pela AFP.

Ed Whitacre, 68 anos, tinha interrompido sua aposentadoria para assumir a direção do conselho de administração no fim de julho de 2009, quando a montadora saía da proteção da lei de falências.

Ex-diretor da operadora telefônica AT&T, tinha sido nomeado pelo Estado - que injetou em torno de 50 bilhões de dólares para ajudar o grupo, então em um mar de dificuldades - e é hoje acionista da empresa com cerca de 61% de seu capital. Whitacre tinha assumido a função de presidente executivo em dezembro passado.

Sua partida ocorre em um momento delicado, quando a GM prepara seu retorno à Bolsa de Nova York, na qual deixou de ser cotada em junho de 2009, ao ser acolhida na lei de falências, depois de integrar o índice Dow Jones desde 1925.

Apesar de a montadora não ter anunciado a data do retorno a Wall Street, vários veículos da imprensa local indicaram que o grupo poderá registrar sua solicitação às autoridades dos mercados de capitais na sexta-feira, com o objetivo de voltar à praça nova-iorquina até novembro.

A GM publicou nesta quinta-feira um lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre, o melhor em seis anos. Um ano antes, a "velha GM" registrava perdas de cerca de 13 bilhões de dólares. Esses resultados foram qualificados como "impressionantes" pelo site especializado Edmunds.com.


GM confirma lucro e muda de presidente antes de voltar à bolsa - Veronique Dupont - 12 Ago 2010 - Agence France Presse

Royalties do Petróleo


Municípios produtores de petróleo e gás do Espírito Santo estão sendo incentivados pelo Ministério Público do Estado a criar regras para utilização dos royalties.

No final de julho, o órgão apresentou aos prefeitos e presidente das Câmaras Municipais das 15 cidades produtoras uma sugestão de projeto de lei que prevê o uso do dinheiro em programas de desenvolvimento social, ambiental e econômico.

A proposta é o resultado de cinco anos de pesquisa feitas pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional do Ministério Público nos municípios produtores, em que foram mapeadas as necessidades da população e estudados.

O projeto de lei sugerido veta o uso dos royalties para pagamento de dívidas e gastos com pessoal e custeio. Ele propõe a criação de conselhos de Petróleo e Gás, para fazer a fiscalização do uso dos recursos.

Foi proposto também a criação, na contabilidade municipal, de um elemento de despesa único para os royalties, o que dá mais transparência para os gastos.

O Ministério Público propõe também a criação pelos municípios de fundos de reserva, que só poderão ser movimentados com o declínio da exploração petrolífera na região. A projeção é que isso ocorra em 20 ou 30 anos.

Caberá às Câmaras aprovarem ou não a minuta apresentada pela Procuradoria.

A gerente de estudo e pesquisa do centro, Maria do Carmo Varella Serpa, disse que o objetivo é evitar que o dinheiro dos royalties "vá embora".

Estudo feito com base em pesquisas acadêmicas e de órgãos internacionais identificou diversos problemas ambientais, sociais e culturais decorrentes da exploração do petróleo que podem ser minimizados. Serpa cita como exemplo o aumento populacional e de trabalhadores de qualificação, concentração de riquezas e degradação ambiental.

Segundo ela, as prefeituras e Câmaras estão receptivas ao projeto de lei. Houve interesse também de Ministérios Públicos de outros Estados produtores.

A reportagem não conseguiu falar com representantes dos municípios.


Ministério Público quer disciplinar gastos com royalties no ES - Sílvia Freire -
FolhaNews - 12 ago 2010

Este blog já comentou anteriormente sobre a maldição do petróleo (ou maldição dos recursos naturais).

12 agosto 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #328

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Rio Grande do Sul está investigando uma denúncia de que vereadores da cidade de Triunfo usaram, indevidamente, recursos públicos em viagens para cursos. A investigação pode atrasar pois "a contabilidade da Câmara de Triunfo não seguiria o padrão dos órgãos que o TCE costuma auditar". Isto significa que

a contabilidade era feita manualmente
a contabilidade era realizada pelo regime de competência
a contabilidade não exigia os comprovantes dos vereadores

Resposta do Anterior: Contador, pois o termo diz respeito não somente a profissão

Controles internos

A TAM, maior companhia aérea do Brasil, encontrou falhas em seus controles internos para elaboração das demonstrações financeiras de 2009.

Nelson Niero

Os problemas, relacionados com arrendamento de aeronaves e motores, foram identificados pela empresa e sua auditoria externa, a PricewaterhouseCoopers (PwC). A companhia também revelou que teve dificuldades na elaboração dos balanços pelas normas internacionais de contabilidade (IFRS, em inglês).As informações constam de documento enviado ao regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).

As empresas com ações negociadas no mercado americano são obrigadas a avaliar anualmente seus processos de informação para garantir, com "segurança razoável", a consistência dos números do balanço.

A exigência faz parte da Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, aprovada em meio à convulsão causada pelas fraudes contábeis do início desta década.

O temido artigo 404 da lei, que trata do assunto, tornou o executivo-chefe e o diretor financeiro diretamente responsáveis pelas informações publicadas.

O Valor fez um levantamento dos documentos - chamados 20-F - enviados pelas empresas brasileiras de 2002 a 2009.

O número de companhias varia em torno de 30 no período (29 em 2002; 32 no ano passado). Do total, dez tiveram algum problema com controles em algum momento, com maior concentração em 2006 - ano em que passou a ser obrigatório para empresas não americanas o relatório sobre controles internos - e em 2008. No ano passado, só a TAM foi reprovada.

O relatório da empresa, que também pode ser encontrado no Formulário de Referência enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), revela que classificação e o reconhecimento dos arrendamentos de aeronaves e equipamentos de voo "não foram realizados com o nível de detalhe ou com o nível de informações necessárias para garantir o devido tratamento contábil".

A área de relações com investidores da companhia aérea informou, por e-mail, que "a forma de contabilização foi mais complexa, fazendo com que o controle ficasse exposto a potenciais fragilidades na classificação das aeronaves".

Segundo a empresa, que divulga amanhã o balanço do segundo trimestre, a falha não causou "qualquer tipo de impacto financeiro". "Estamos revendo todos os mapas de controles de riscos, atualizando normas e focando na melhoria do processo de fechamento contábil e da elaboração das demonstrações financeiras", informou.

A TAM obteve lucro líquido de R$ 1,3 bilhão em 2009, comparado a um prejuízo de R$ 1,5 bilhão no ano anterior.

No "plano de melhoria" que consta da relatório, a empresa diz que vai criar "controles específicos sobre lançamentos contábeis relacionados a mudanças no valor justo dos bens arrendados". No fim de 2009, os arrendamentos financeiros de aeronaves e motores equivaliam a R$ 4,5 bilhões, segundo dados no balanço de 2009.

Com relação aos problemas na elaboração das demonstrações financeiras pelas normas internacionais, a companhia afirmou que vem contratando "profissionais contábeis seniores adicionais com a expertise necessária". Outras medidas incluem "a criação de novos níveis de revisão e [maior] foco na análise das demonstrações financeiras", além de um programa de treinamento em IFRS.


TAM encontra falha nos controles internos - Valor Econômico - 10 Ago 2010 (Fonte: aqui)

Links

Mulheres bonitas são rejeitadas em alguns empregos

O divorcio é contagioso?

Pobres subsidiam os ricos no uso do cartão de crédito

Aversão ao risco, jogo e fome

O aprendizado rápido das crianças

Como ganhar no pedra-papel-tesoura (inclui informação sobre o campeão mundial)

Sexo e usuário


A figura mostra a relação entre o número de parceiros, por tipo de usuários de equipamentos (Android, de azul; Blackberry, de verde; e iPhone, de vermelho). Os usuários do iPhone possuem mais parceiros sexuais.

Dois alertas: os dados não dizem respeito a frequência da atividade sexual, mas ao número de parceiros; e correlação não é causalidade.

Mais aqui e aqui

Evolução



A figura acima, mostra uma típica transparência utilizada no passado por Gates nas suas apresentações. Nada de anormal, mas segundo o sítio Presentation Zen este tipo de transparência não é didático. (Observe como a transparência parece com aquelas que usamos diariamente). Este sítio costuma comparar as apresentações de Gates com as de Jobs. As apresentações do executivo da Apple têm como característica o fato de ser simples e direta.

Recentemente Gates fez uma palestra e usou transparências como esta:



Observe a diferença e a qualidade superior. Nada de muitas palavras, que chame a atenção para a transparência.

Aqui, links sobre powerpoint neste blog

11 agosto 2010

Rir é o melhor remédio



Embalagem criativa

Links

CVM aprova pronunciamentos do CPC

As profissões mais confiáveis do Brasil

Uma forma inteligente de estacionar (vídeo sobre estacionamento em São Francisco)

Um dos problemas matemáticos do milênio solucionado? P vs NP (problema que Charlie, de Numb3rs, tenta resolver) parece que foi solucionado

Teste #327

Quando você faz uma pesquisa no Google, qual o termo que possui maior número de respostas: Contabilidade, Ciência Contábil ou Contador? (A resposta é simples e não é necessário entrar no Google para saber).

Resposta do Anterior: Trata-se do princípio da incerteza, de Heisenberg.

JBS 3

Diante do tratamento privilegiado que a empresa tem recebido do BNDES, uma possibilidade seria um aditivo ao contrato, prorrogando o prazo contratual, por acordo de ambas as partes. Esta alternativa não foi contemplada nos textos dos jornalistas, talvez pelo fato de representar uma quebra de contrato e pelo custo político.

Como curiosidade, apliquei a Lei Newscomb-Benford as demonstrações contábeis da empresa.

A Lei NB diz que o número um tende a aparece mais vezes como o primeiro algarismo. Depois, numa proporção menor, o número 2. O número que deve aparecer menos será o número nove. Nas demonstrações contábeis da empresa o número 1 aparece 28,5% (a lei indica 30,1%). O número dois apareceu, como primeiro dígito, 13,1% das vezes (a lei fala em 17,6%); o número três apresentou maior divergência: apareceu 23,1% das vezes como primeiro dígito dos montantes das demonstrações contábeis da empresa, sendo que a lei sugere 12,5%.

Os valores que obtido foram os seguintes:

1 = 28,5% 30,1%
2 = 13,1% 17,6%
3 = 23,1% 12,5%
4 = 11,5% 9,7%
5 = 5,4% 7,9%
6 = 3,8% 6,7%
7 = 3,8% 5,8%
8 = 3,8% 5,1%
9 = 6,9% 4,6%

Todas as postagens do Blog sobre a Lei, aqui

Finanças dos clubes brasileiros

O mercado de transferência de atletas para o exterior rendeu mais de R$ 2,6 bilhões só nos últimos sete anos, segundo estudo da Crowe Horwath. De acordo com dados da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 11 mil atletas foram negociados nos últimos 15 anos. Mas alguns dados chamam a atenção.

Um deles é que R$ 1,4 bilhão veio de apenas oito clubes, 56% do total de negócios. Todos os outros clubes nacionais foram responsáveis por 44%. Outro detalhe que chama a atenção é que essa importante fonte está em fase descendente. Enquanto em 2007 respondeu por 37% da receita dos clubes, em 2009 os recursos com atletas chegam a apenas 19% do total levantado.

Dois motivos podem ter influenciado. Um deles é a crise econômica mundial, que fez os negócios com o futebol diminuírem significativamente, especialmente no mercado europeu. Outro é o maior interesse dos grandes times do mundo por jogadores de outros centros.

De acordo com Amir Somoggi, especialista em marketing e gestão no esporte, “esse mercado é suscetível a situações como essa, em que a crise econômica global criou um cenário diferente”. Outro detalhe que influencia diretamente é a cotação cambial. “Com a valorização do real, por exemplo, alguns jogadores que foram vendidos há alguns anos acabam tendo um valor de mercado maior do que alguns negociados recentemente, mas é apenas circunstancial”, explica.

Cadê os cariocas? A pesquisa realizada pela Crowe Horwath chama a atenção pela ausência dos grandes clubes do Rio na lista dos maiores exportadores de craques. Mas, segundo Somoggi, não há nenhum equívoco nisso. O melhor entre os quatro grandes do Rio é o Flamengo, que atingiu pouco mais de R$ 75 milhões com transferência de atletas no período. Esse número provavelmente não o colocaria nem entre os dez maiores. Vasco, Fluminense e Botafogo tiveram desempenho ainda pior.

Custo mais alto. Embora a receita com a transferência de atletas tenha caído nos três últimos anos, o custo dos clubes com o departamento de futebol cresceu R$ 321 milhões na mesma época. Por sorte, outras receitas também foram inseridas, como uma melhor utilização de seus estádios, venda de ingressos com pacotes como sócio-torcedor, licenciamento de produtos com a marca do clube, marketing na camisa, entre outras.

Obviamente, os que mais lucraram com negociações foram os que mais investiram. O líder nesse quesito, no entanto, não é o Inter. O clube gaúcho é o 2.º colocado (R$ 127,7 milhões), atrás do Corinthians (R$ 133,5 milhões), o que mais gastou. O São Paulo é o 3.º (R$ 113,9 milhões). /A.P.



Oito clubes mantêm 56% do mercado - 11 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

JBS 2

O segundo texto sobre a JBS:

Faltou combinar com o mercado
Raquel Landim, David Friedlander - 9 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

Com o mercado americano sem apetite, todas as opções para cumprir o contrato com o BNDES hoje são ruins para o JBS. Se insistir na oferta de ações nos EUA, vai receber um preço muito abaixo do que planejou. Outro caminho, a conversão do empréstimo do BNDES em ações no Brasil, elevaria a participação do banco estatal no JBS de 17% para perto de 30% - isso seria politicamente complicado para o BNDES, que já é criticado por seu apoio aos frigoríficos - e reduziria a participação da família Batista para menos de 50% em sua própria empresa.

A alternativa que sobrou, por enquanto, é pagar a multa. O mercado especula o que os banqueiros, os advogados e os donos do JBS podem estar planejando para escapar dessa despesa que não estava no roteiro. Na semana passada, circulou um rumor de que a empresa poderia partir para um mecanismo conhecido como “fusão reversa”: ao invés de a JBS USA absorver a Pilgrim’s, esta é que poderia incorporar seu comprador. Assim, não seria necessário abrir o capital da JBS nos Estados Unidos porque a Pilgrim’s já é listada em bolsa.

A companhia negou a especulação. Mesmo que seguisse por esse caminho, teria complicações. Como são donos de 64% da Pilgrim’s, os Batista precisariam convencer os aguerridos minoritários americanos a aceitar a operação. Com 36% da empresa, eles podem cobrar caro para trocar os papéis da Pilgrim’s pelos da nova companhia formada pela fusão entre as duas.
E, dependendo da maneira como o negócio fosse realizado, a participação do BNDES na filial americana poderia acabar diluída, ou seja, a fatia do banco estatal ficaria menor do que os 20% a 25% combinados na operação original - o que seria um golpe para o parceiro dos Batista.

“A questão das debêntures com o BNDES é hoje um dos principais riscos para quem compra papéis do JBS. O problema é que a empresa tem um tempo limitado para fazer a abertura de capital”, disse Gustavo Wigman, analista da Goldman Sachs. “Esse é o grande ponto de interrogação da empresa hoje”, concorda Pedro Herrera, analista do HSBC em Nova York.

Entusiasmo. A encrenca das debêntures aparece num momento em que o mercado finalmente começa a mostrar entusiasmo com o JBS. Nas últimas semanas, as agências de classificação de risco melhoraram as notas da empresa. Espera-se que, com o aparente arrefecimento do processo de aquisições em série, o JBS comece a se beneficiar das sinergias e do poder de mercado que seu tamanho pode proporcionar.

Dos oito analistas de bancos que acompanham o desempenho da JBS, sete recomendam a compra das ações da empresa no Brasil. O oitavo analista é neutro. O maior atrativo, dizem esses profissionais, é que o papel está barato. Vendida a R$ 8 quando estreou na bolsa, em 2007, a ação hoje é cotada a R$ 8,4 apesar de tudo que a empresa cresceu no período. “O papel não se valorizou porque a estratégia deles exige tempo para mostrar resultados. Agora é que a empresa deve começar a colher os frutos”, diz Gabriel Andrade Vaz de Lima, analista do Santander.

Apesar das dificuldades nos Estados Unidos, fora de lá o JBS já recorreu este ano duas vezes ao mercado com sucesso. Em abril, fez uma oferta de ações no Brasil e captou R$ 1,6 bilhão para desenvolver um sistema próprio de distribuição global dos seus produtos. Em junho, vendeu US$ 700 milhões em bônus na Europa para trocar dívidas de curto prazo por títulos de longo prazo.

Quando chegaram aos Estados Unidos, os irmãos Batista assustaram os concorrentes locais com seu estilo agressivo. Depois de cortar custos e sanear as finanças da Swift, primeira empresa comprada no país, partiram para o ataque. Aumentaram a produção, derrubaram os preços e ocuparam o espaço dos tradicionais frigoríficos americanos. A dúvida é quando essa agressividade vai virar lucro e encorajar os investidores americanos a se tornarem sócios dos irmãos Batista.

JBS

Duas reportagens do Estado de São Paulo sobre JBS mostram uma situação interessante: o que fazer diante de um empréstimo concedido pelo BNDES para compra de um frigorífico estrangeiro. Eis o primeiro texto:

O ponto de interrogação do JBS
Raquel Landim, David Friedlander - 9 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

Era para ser um negócio de pai para filho: um empréstimo de R$ 3,5 bilhões, sem juros, pagamento de dividendos ou qualquer outro custo durante o prazo de um ano. Com esse dinheiro, fornecido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o frigorífico JBS comprou a americana Pilgrim’s no ano passado e se consolidou como o maior produtor de carne processada do mundo.

Pelo plano original, o JBS abriria em seguida o capital de sua filial nos Estados Unidos - e assim o BNDES transformaria a dívida em ações e a empresa da família Batista começaria a ganhar dinheiro com a operação americana. Faltou combinar com o mercado. O último repique da crise econômica assustou o investidor americano e o JBS já anunciou que não há condições para abrir seu capital este ano.

O tropeço no mercado americano não é culpa do JBS, mas deverá custar à companhia US$ 300 milhões - o equivalente a meio bilhão de reais. Esse é o valor de uma multa prevista no contrato com o BNDES no caso de o JBS não conseguir abrir o capital nos EUA até dezembro. Procurados, o JBS afirmou que está em período de silêncio e o BNDES não quis se pronunciar.

O JBS já adiou duas vezes o plano de lançar ações nos EUA. Seria o arremate do agressivo processo de crescimento internacional que começou com a compra da Swift na Argentina, em 2005. Dois anos depois, a empresa abriu seu capital no Brasil, captou recursos e adquiriu outras dez empresas no exterior, em apenas três anos.

Desde a compra da Pilgrim’s, em setembro, o cenário mudou, tornando as coisas mais difíceis para o JBS. A recuperação da economia global está mais lenta do que se imaginava por causa da crise na Europa. Os preços do milho e da soja, base da ração dos animais, subiram. A Rússia, um dos maiores clientes dos exportadores de frango dos EUA, fechou as portas para o produto. Tudo isso minou o interesse dos investidores americanos por ações de empresas de alimentos.

A compra da Pilgrim’s foi um negócio de ocasião. Como a empresa estava quebrada, suas ações, que chegaram a custar US$ 32 cada, despencaram para US$ 0,40 no auge da crise. O JBS arrematou a empresa pagando US$ 3,5 por ação. Hoje, elas valem o dobro. Além da pechincha, os irmãos Batista (Júnior, Joesley e Wesley) encontraram apoio no BNDES e sua política de criação de multinacionais brasileiras.

O BNDES comprou R$ 3,5 bilhões em debêntures (dívida que pode ser convertida em ações) do JBS. Esse modelo teve duas vantagens para os Batista: ao contrário de um empréstimo normal, não há pagamento de juros; e, como os papéis são convertíveis em ações, não contaminam o balanço da empresa, já muito endividada, com mais débito.

Para não ficar desprotegido, o banco estatal impôs uma condição - a tal abertura de capital nos Estados Unidos, até o fim do ano. Caso isso não aconteça, o BNDES tem direito a receber ações do JBS no Brasil. O frigorífico tem a opção de esticar o prazo até dezembro de 2011. Mas nesse caso é obrigado a pagar uma multa de 15% sobre o valor
da operação - cerca de R$ 520 milhões.

Concentração em Auditoria

Alta concentração - Fernando Torres (Jornal Valor Econômico) - 10.08.2010 (via Claudia Cruz)

Os três maiores contratos do setor garantiram à PricewaterhouseCoopers (PwC) 69% do total de R$ 132,1 milhões que ela faturou fazendo a auditoria de 33 companhias abertas entre as 200 maiores do país em 2009. Isso dá uma ideia de como os grandes clientes são importantes nesse mercado. O Itaú Unibanco foi o que mais gastou com auditoria dos balanços no ano passado: R$ 38,7 milhões. O Bradesco aparece em segundo, com despesa de R$ 31,4 milhões, e é seguido pela mineradora Vale, que desembolsou R$ 21,1 milhões.
Petrobras, auditada pela KPMG, e Santander, pela Deloitte, completam a lista das cinco empresas abertas que mais pagaram aos auditores no ano passado.

Os dados foram obtidos com informações divulgadas pela primeira vez pelas companhias abertas brasileiras e que constam dos Formulários de Referência enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O estudo considera a soma do que as empresas pagaram pela auditoria dos balanços e também em outros serviços.

Antes da divulgação desses dados no formulário, a única informação que havia sobre a divisão do mercado de auditoria era o ranking da CVM, que mostra as maiores do setor por número de clientes, entre as mais de 500 companhias abertas do Brasil.

Os números obtidos com base nos Formulários de Referência mostram que os bancos são destaque em termos de custo de auditoria. Além de terem centenas de bilhões de reais em ativos e milhares de agências, eles ainda demandam serviços específicos por questões regulatórias ligadas à gestão de risco. Há ainda uma certa correlação entre porte e gasto com auditoria, embora haja algumas distorções.

É importante destacar que, entre as instituições financeiras, não existe mais rodízio de auditorias a cada cinco anos [1]. Nas demais empresas abertas, sob fiscalização da CVM, a troca periódica de firmas está suspensa ao menos até o fim do processo de mudança contábil para o padrão internacional, chamado de IFRS.

Além de mostrar concentração maior entre as quatro grandes, o levantamento do Valor aponta uma configuração de mercado diferente daquela que aparece no ranking elaborado pela CVM. Enquanto a KPMG lidera o ranking oficial, com 99 clientes entre as companhias abertas, ela aparece na terceira posição na pesquisa feita pelo jornal. A maior participação de mercado entre as 200 empresas da lista do Valor está com a Deloitte, com 51 contratos. Somada com a Terco, a Ernst & Young encosta na líder, com 50 contas.[2]

Já a PwC, líder em receita, fica no quarto lugar tanto no levantamento do jornal como no da CVM em número de clientes.[3]

No ranking por receita, a Deloitte ficou em segundo por esse quesito, com R$ 89,4 milhões. A KPMG veio em terceiro lugar por esse critério, com R$ 74,6 milhões, mas deve ser superada pela soma da Ernst & Young (R$ 68,7 milhões) com a Terco (R$ 11,1 milhões), que alcança R$ 79,8 milhões.

Segundo Henrique Luz, sócio da PricewaterhouseCoopers, o mercado de capitais ainda incipiente no Brasil tira representatividade do ranking da CVM. "Nos EUA, das 500 maiores empresas, 99% são companhias abertas. No Brasil, das 500 maiores, só 40% são cotadas em bolsa", afirma.[4]

Já Charles Krieck, sócio de auditoria da KPMG, que lidera o ranking da autarquia, tem outra visão. "É claro que não é coisa mais importante do mundo, porque nem todas as empresas são abertas. Mas ele é interessante porque mostra o quanto de experiência você tem nesse mercado e qual foi o crescimento nos últimos anos", afirma.

Sobre o movimento da concorrente Ernst & Young com a Terco, os dois disseram ver a transação como uma consequência da disputa pelo mercado, especialmente do segmento de pequenas e médias empresas, que eles também garantem que estão disputando. "Seria totalmente inaceitável não olhar esse segmento no Brasil emergente", diz Luz, da PwC.

Para Krieck, da KPMG, é uma visão errada achar que as quatro grandes do setor só têm clientes de grande porte. "Mais da metade dos nossos clientes são pequenas e médias", diz o executivo.


[1] Uma argumentação contra o rodízio era o custo elevado. Com as informações não é possível afirmar que isto seria uma desvantagem. Mas existe realmente um custo de preparação inicial de auditoria, o que tornaria o custo final da auditoria muito maior do que os valores atuais.
[2] Em razão da recente aquisição da Terco pela EY
[3] Isto significa que a PWC dependeria mais de poucos clientes e seria, a rigor, mais afetada pelo rodízio.
[4] Mas com a auditoria obrigatória nas grandes empresas fechadas isto não seria um problema.

Valor 2

Continua

Quando se determina um valor de um ativo ou de uma empresa, o processo de avaliação diz respeito a uma data específica. Alterações na empresa e no ambiente externo onde atua pode alterar as projeções realizadas. Assim, quando se procede a uma avaliação, deve-se deixar claro qual da data base da avaliação.

Sétimo, a expressão do valor pode ser adaptada para situações mais simples ou mais complexas. Se o item avaliado tiver vida finita, os fluxos de caixa estimados serão somados até este prazo; se os fluxos e as taxas de descontos foram constantes no tempo, a expressão pode ser substituída pela fórmula da perpetuidade; e em situações onde o custo de estimar o valor é elevado, pode-se utilizar “regras de bolso”, como ocorre com as pequenas empresas.

Oitavo aspecto, deve existir uma relação razoável entre os fluxos gerados e taxas de descontos. Assim, quando existe a possibilidade do risco aumentar num determinado período de tempo, isto provavelmente irá refletir tanto na taxa de desconto quanto no fluxo de caixa.

A relação entre o fluxo e a taxa de desconto também deve ser conceitual. O fluxo de caixa que será gerado para os acionistas deve ser descontado por uma taxa que reflita o custo de oportunidade dos acionistas. Já o fluxo de caixa da empresa deve ter como taxa de desconto o custo médio ponderado do capital empregado. Descontar o fluxo dos acionista pelo custo médio é um grave erro conceitual.

Finalmente, e décimo, a expressão mostra que quanto maior o fluxo de caixa gerado, maior o valor. E quanto menor a taxa de desconto, maior o valor. Estas são as duas variáveis relevantes para o processo de mensuração. Entretanto, estas duas medidas irão refletir um conjunto enorme de aspectos, como carga tributária, tipo de financiamento, incertezas da economia, risco país etc.

Madoff Brasileiro

Justiça decreta prisão de ‘Madoff brasileiro’
Marcelo Portela BELO HORIZONTE - 10 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

A Justiça mineira decretou a prisão temporária do empresário Thales Emanuelle Maioline, de 34 anos, um dos donos da empresa Firv Consultoria e Administração de Recursos Financeiros. Ele é investigado por estelionato, falsificação de documentos e falsidade ideológica e é acusado de ter dado golpe no valor de R$ 50 milhões em cerca de 2 mil pessoas que vivem em Belo Horizonte e mais 13 cidades do interior de Minas Gerais.

Maioline teve a prisão decretada por cinco dias, contados a partir de quando ele for encontrado. O suspeito foi visto pela última vez em 23 de julho, ao deixar um hotel em São Paulo em direção ao Terminal Rodoviário Tietê, na zona norte da cidade. A mulher com quem o empresário morava na capital mineira e o filho de pouco menos de dois anos foram deixados para trás. Ela diz não saber onde ele está.

Mailione desapareceu levando todo o dinheiro da Firv. Segundo as investigações da polícia, ele também teria desviado os recursos das contas dos investidores para paraísos fiscais como Suíça e Panamá.

De acordo com o delegado Islande Batista, da Delegacia de Combate às Falsificações e Defraudações da Polícia Civil de Minas, a prisão foi decretada na última sexta-feira. Desde então, há buscas por Maioline em 14 cidades mineiras. Além da capital mineira e de Itabirito, na Região Central de Minas, a polícia não divulgou quais são as outras cidades alegando que as investigações podem ser prejudicadas.

A foto dele e informações sobre o caso também foram encaminhadas à Polícia Interestadual (Polínter) de São Paulo e dos demais Estados para que a busca seja feita em todo o País.

Altos rendimentos. Apesar de não ter autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar na Bola de Valores, o empresário se apresentava como gerenciador de fundos de aplicação. Para atrair clientes, ele prometia rendimentos de até 5% ao mês, mais 11% a cada 6 meses - índices bem superiores à média do mercado.

A empresa oferecia cotas que variavam de R$ 2,5 mil a R$ 5 milhões e usava recursos de novos investidores para pagar quem queria resgatar as aplicações. Mas, segundo a polícia, a maioria das vítimas reinvestia o dinheiro, por causa dos altos rendimentos depositados nas datas combinadas.

A polícia recebeu denúncia de pessoas que chegaram a largar o emprego para viver das aplicações. Entre as vítimas estão donos de construtoras, de faculdades e de outros empreendimentos. Em ação proposta por uma dessas vítimas, a Justiça mineira já determinou o bloqueio de bens no valor de R$ 60 mil do empresário e de seus sócios na Firv - a irmã dele, Ianny Márcia Maioline, e o ex-administrador Oséias Marques Ventura, que também afirmam terem sido enganados.

O golpe foi descoberto após um investidor ter solicitado o resgate de R$ 3 milhões. Maioline teria criado obstáculos à devolução e desaparecido logo depois.

10 agosto 2010

Rir é o melhor remédio






Fonte: aqui

Teste #326

O contador, por mensurar eventos de uma entidade, pode influenciar o próprio processo de mensuração. A idéia de que uma pessoa que faz uma medida pode afetar a própria medida não é nova e é proveniente de outra ciência. Quem é o cientista que fez esta inferência?

Francis Galton, da Estatística
Heisenberg, da Física
Marie Curie, da Química

Resposta do Anterior: 100 bilhões de reais. Fonte: A indústria e o BNDES - 9 ago 2010 - O Estado de São Paulo

Valor

O valor de um ativo ou de uma empresa é medido da seguinte forma:


Sendo FC = fluxo de caixa previsto, t = tempo, i = taxa de desconto.

Existem muitas lições que podemos aprender com esta expressão. Neste texto, limitarei a listar alguns aspectos cruciais da fórmula de cálculo do valor.

Em primeiro lugar, o valor está vinculado a estimativa dos fluxos de caixa futuros. Por esta razão, na expressão, o termo do fluxo de caixa aparece com um sinal (o til), indicando que se trata de uma projeção. Isto tem muitas implicações práticas. A pessoa que usar da expressão deve olhar o futuro e ter a coragem de arriscar um palpite sobre o que irá ocorrer nos próximos períodos de tempo.

Uma conseqüência imediata deste fato é que cada analista terá uma projeção dos fluxos futuros. Se isto é correto, o valor obtido na fórmula deverá ser diferente para cada pessoa. Se uma pessoa acredita que no próximo ano o caixa gerado por uma entidade é de $100 e outra prevê um caixa de $120, os valores obtidos dificilmente serão idênticos.

Assim, uma discussão sobre os pressupostos assumidos por cada pessoa só deve ser questionado em termos de sua razoabilidade e na sua coerência técnica. Se a estimativa de fluxo pode ser $100 ou pode ser $120, os valores obtidos a partir desta previsão também deve ser razoáveis.

Quarto, para que a projeção dos valores seja razoável, é necessário que se tenha uma visão abrangente do ambiente no qual está inserido o objeto avaliado. Isto inclui conhecer os aspectos tecnológicos, as perspectivas econômicas, os avanços dos concorrentes, as características dos clientes etc. Ou seja, dificilmente será possível projetar o valor de um ativo ou de uma empresa sem ter uma visão mais ampla do ambiente.

Quinto, como conseqüência, para a projeção será necessário um conjunto muito amplo de conhecimentos. Isto irá abranger a economia, a contabilidade, a psicologia etc.

CONTINUA

10 anos do Programa Multi

Na sexta-feira, de 13 de agosto, estaremos comemorando os dez anos do programa Multi, uma parceria entre a Universidade de Brasília, a UFPB e a UFRN. Este programa abrange um curso de mestrado acadêmico e o seu doutorado. Ao longo dos dez anos foram formados 193 mestres em contabilidade.

09 agosto 2010

Fora do Balanço

Por decisão do Banco Central (BC), os bancos pequenos e médios brasileiros vão continuar a manter bilhões de reais em ativos fora dos seus balanços individuais, ao menos até 2012. Levantamento feito pelo Valor com oito bancos que costumam ceder carteiras de crédito - Panamericano, BMG, Cruzeiro do Sul, Mercantil do Brasil, Rural, Paraná Banco, Bonsucesso e Matone - verificou um estoque de R$ 18,4 bilhões em empréstimos que só apareceram nas notas explicativas dos balanços individuais de 2009. Isso equivalia a 40% do total de crédito desses bancos no fim do ano passado.
Na semana passada, o Conselho Monetário Nacional (CMN) decidiu adiar, pela terceira vez, agora para 2012, a adoção de uma nova regra contábil que traria de volta para os balanços esses ativos, na maioria crédito consignado e financiamento de veículos cedidos a outros bancos e a fundos de recebíveis (FIDCs). As instituições menores vendem essas carteiras para antecipar receita, captar recursos para novos empréstimos e reduzir sua alavancagem. O adiamento representou um alívio para a liquidez do setor.

Especialistas em contabilidade e analistas de risco criticaram a decisão do CMN, que foi orientado pelo Banco Central. "O balanço deveria mostrar os riscos que existem numa entidade. Ao se fazer a antecipação da receita (no momento da cessão), há uma distorção nos números reais. Por isso, essa postergação de entrada em vigor da nova norma não é bem-vinda". afirma Rafael Guedes, diretor-executivo da agência de classificação de risco Fitch Ratings no Brasil.

O ex-diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e professor de contabilidade Eliseu Martins disse lamentar a decisão. "Esse é uma assunto bastante relevante e delicado e que já causou problemas sérios no mundo. Pela não adoção de boas regras como essa, descobriu-se que o Lehman Brothers apresentou um balanço não tão próximo da realidade", afirma.

No Brasil, os bancos de capital aberto ficam no meio termo e mantêm os ativos vendidos para fundos de recebíveis quando divulgam o balanço consolidado.
Pelo que o Valor apurou, ao contrário do que ocorreu nos adiamentos anteriores, que tiveram como motivo a crise, não teria havido unanimidade sobre essa última decisão de prorrogação nem mesmo dentro do BC.

Segundo um ex-diretor do Banco Central que preferiu não identificar, é normal que os técnicos defendam o que eles consideram correto do ponto de vista teórico. Mas ele diz que a diretoria do BC precisa ter uma análise mais abrangente da situação, avaliando as implicações econômicas das suas decisões.

Conforme a percepção de especialistas do mercado, o adiamento pode estar ligado a uma preocupação com a redução dos lucros dos bancos, uma vez que a receita de venda da carteira não seria reconhecida antecipadamente. Segundo Ceres Lisboa, analista de bancos da Moody's, a nova regra deve levar os índices de retorno sobre patrimônio dos bancos médios a cair de uma faixa entre 20% a 30% para cerca de 12% ou 13% nos primeiros anos. "Adiar a mudança não dá uma solução definitiva. Vou continuar questionando por mais um ano a capacidade desses bancos para rodar essa máquina", diz ela.

Outro impacto seria uma redução dos índices de Basileia, o que poderia provocar uma corrida das instituições por capital, o que também poderia não ser desejável nesse momento, segundo o ex-diretor do Banco Central.

Com as regras vigentes, os bancos que vendem carteiras reconhecem toda a receita da operação, assim como os custos de comissão, no momento inicial. Ao sair do balanço do banco cedente, a carteira de crédito vai para o balanço do banco comprador.

A questão é que boa parte dessas operações é feita "com coobrigação", o que significa que o banco vendedor se mantém responsável pela inadimplência da carteira, ou seja, continua a correr o risco. A instituição costuma repor créditos atrasados e pode até mesmo ter que recompor o principal.

Com as novas regras, o reconhecimento da receita seria feito ao longo do prazo do empréstimo, e a carteira seguiria dentro do ativo do banco vendedor, sob o argumento de que ele mantém a maior parte dos riscos e benefícios ligados ao crédito.

Após o voto do CMN, a justificativa dada pelo Banco Central para o novo adiamento foi a existência de estudos dentro do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb) para rever essa regra até 2011. Nesse sentido, seria conveniente esperar a decisão final do Iasb para fazer a mudança aqui no Brasil, ainda que seja certo que o BC tem total autonomia para adotar ou não a regra decidida no exterior.

Com a crise global, o Iasb decidiu reavaliar diversas regras sobre instrumentos financeiros, inclusive essa. Uma das possibilidades em estudo seria usar o conceito válido atualmente no Brasil. Para especialistas ouvidos pelo Valor, é difícil imaginar que o Iasb reveja a regra atual, já que o preceito base do IFRS é que a essência deve prevalecer sobre a forma.


Bancos médios deixam bilhões fora dos balanços - 5 de agosto de 2010 - Valor Economico (SP) (via Corecon) - Fernando Torres, de São Paulo

Rir é o melhor remédio





Propagandas criativas

Links

Iasb criou um órgão para implantar as normas em pequenas empresas

As bombas atômicas explodidas entre '1945 a 1998: gráfico


Elevada correlação entre o Euro e investimento no Brasil

Um português: verificador ortográfico

Teste #325

A crítica que se fez ao papel do BNDES na economia brasileira revelou que os contribuintes, através do Tesouro, repassaram um grande volume de recursos para aquele banco. Qual seria este valor repassado em 2009?

80 bilhões de reais
100 bilhões de reais
150 bilhões de reais


Resposta do Anterior: c. Vide aqui, um verbete sobre uma das empresas de Tiburcio, e aqui, um texto sobre a vida do ilustre Tiburcio

HP

SÃO FRANCISCO. Jodie Fisher, a ex-funcionária terceirizada da Hewlett-Packard, que acusou o então diretor-executivo Mark Hurd de assédio sexual, afirmou ontem que fez um acordo com ele para encerrar o caso. A mulher, que também é atriz e cuja identidade foi tornada pública ontem, disse estar surpresa e triste com a demissão de Hurd, uma vez que sua intenção não era fazer com que ele perdesse o emprego.

Hurd, de 53 anos, anunciou sua demissão na sexta-feira. O executivo teria falsificado relatórios de gastos da empresa para ocultar o caso com Jodie, de 50 anos. Ao ser demitido da HP, o executivo recebeu uma indenização de US$28 milhões.

O acordo para encerrar as investigações teria sido negociado na quinta-feira, um dia antes da renúncia de Hurd, e não envolveria a empresa. Jodie não deu detalhes sobre o caso ou o acordo, cujo valor não foi revelado. Ela afirmou apenas que não manteve relações sexuais com o Hurd confirmando a versão do executivo.

A diretora-executiva interina da HP, Cathie Lesjak, defendeu ontem a decisão da empresa de demitir Hurd. Ela afirmou que os investidores e grandes clientes da empresa têm demonstrado forte apoio a HP.


Assédio sexual na HP: ex-diretor obtém acordo - 9 Ago 2010 - O Globo

Sobre Jodie, aqui e aqui

08 agosto 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Marca

A onda de fusões e aquisições de empresas no Brasil está tendo um efeito perverso: marcas que fizeram parte do cotidiano dos brasileiros por décadas estão com os dias contados. O Unibanco, que se uniu ao Itaú, vai desaparecer das ruas até novembro. O Banco Real, do Grupo Santander, não chega ao fim de 2011, assim como as Sendas, que começaram a ser substituídas por Extra semana passada num investimento de R$10 milhões.

A tendência, segundo especialistas, é que mais marcas desapareçam em breve. Na lista, nomes como Vivo, Embratel e Ponto Frio podem ter seu futuro contado apenas nos livros de marketing e na memória dos consumidores. Levantamento feito pelo GLOBO mostra que, das 250 maiores empresas em 2000, 17 nomes viraram pó, como Vasp, Gradiente, Rio Sul Linhas Aéreas e Sé Supermercados, adquirida pelo Pão de Açúcar.

Em geral, uma marca é aposentada de forma gradual, dizem publicitários. Isso é feito para que a companhia tenha tempo de transferir valores e manter a ligação emocional com os consumidores. Pesquisas indicam que após uma fusão ou aquisição só uma marca sobrevive — caso da Brasil Telecom (BrT), comprada pela Oi (ex-Telemar), em 2009. Em São Paulo, a rede de academias Fórmula passará a se chamar A! Body Tech.

Vivo vai virar Movistar e Embratel pode ser apenas 21

De acordo com estudo da consultoria Brand Finance, as 100 marcas mais valiosas do Brasil valem hoje R$273,2 bilhões. O número, embalado pelo crescimento da economia, é 22,3% maior em relação a 2009. Se somar o valor das marcas BrT, Unibanco e Real, haverá uma perda de R$9 bilhões.

— Com a forte competição, não há como administrar dois custos e duas estratégias. Sai muito caro. Não compensa. Por isso, as marcas estão acabando, apesar de terem seu valor — explica o publicitário Armando Strozemberg, presidente da Euro RSCG Contemporânea.

No setor de telefonia, muitas mudanças à vista. Com a compra da parte da Portugal Telecom (PT) na Vivo por 7,5 bilhões, a Telefónica, que passa a controlar sozinha a empresa, vai mudar o nome da Vivo para Movistar, segundo uma fonte na companhia. Apesar de ainda não estar nada decidido, diz a Telefónica, há quem garanta que a alteração será feita em até dois anos.

— Haverá alinhamento internacional, como já ocorre em toda a América do Sul. A marca Vivo é muito forte, mas a Telesp Celular e a Tele Sul também eram. Quando a Vivo foi lançada, em 2003, a ação de marketing foi tão intensa que em um mês o consumidor já reconhecia a marca — diz uma fonte envolvida na negociação.

Caso semelhante é o da Embratel, que está em processo de fusão com a Claro desde janeiro. De acordo com um outro executivo, há um grupo de estudo na companhia avaliando o fim da marca. Já é certo, por exemplo, o fim de nomes como o provedor Click 21. Oficialmente, a companhia não comenta.

— Mas é uma das hipóteses. O forte da companhia é o selo “21”. Esse é o patrimônio — revelou um executivo.

No varejo, as mudanças ainda estão em fase inicial. A carioca Sendas irá acabar no fim de 2011, e se juntará a nomes como Casas da Banha, Boulevard, Super Box e Paes Mendonça. A substituição da marca Sendas pela Extra Supermercado vai atingir 29 endereços até o fim deste ano. Em São Paulo, serão outros R$10 milhões para transformar o Compre Bem também em Extra.

— Essa é uma resposta à demanda do consumidor, que sabe que a marca não se modernizou. Com a mudança de Sendas para Extra Supermercado, esperamos um aumento de 30% no faturamento, pois vamos aumentar o sortimento de produtos — afirmou José Roberto Tambasco, vice-presidente executivo do Grupo Pão de Açúcar.

Gilson Nunes, presidente da Brand Finance, lembra que o Pão de Açúcar, que se associou a Casas Bahia, terá de fazer um reposicionamento do Ponto Frio, que perdeu 22% de seu valor de mercado em um ano:

— As empresas querem liderança. Por isso, acabam com uma das marcas. O processo tem de ser gradual, para não frustrar o consumidor.

Fabio Fernandes, presidente da agência F/Nazca, diz que a escolha é sempre do consumidor. Adilson Xavier, da Giovanni+Draftfcb, lembra o fim da marca DirecTV e a transformação em Sky, em 2007.

— Primeiro juntamos as duas em um nome só. Ficou Sky DirecTV por algum tempo. Depois transferimos o valor da DirecTV para Sky. Percebemos em pesquisas que o nome Sky era mais fácil de absorver — diz Xavier.

O próximo setor na lista é o de postos de gasolina. Isso porque a Cosan, que tem o direito de uso da marca Esso, assinou acordo de intenção de união com a Shell. Por isso, dizem fontes, uma das marcas pode sumir. Segundo as companhias, só haverá alguma decisão mês que vem. Especialistas lembram que o Grupo Ultra, dono da Texaco e da Ipiranga, também poderá fazer alguma mudança.


Marcas famosas vão ficar só na lembrança - 8 Ago 2010 - O Globo - Bruno Rosa

06 agosto 2010

Teste #324

Quem foi Tiburcio Parrot?

a) um papagaio famoso das histórias de pirata
b) um militar australiano, que lutou contra os Boers
c) um mexicano, empresário de mineração na Califórnia

Resposta do anterior: todas as alternativas. Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

IFRS em PMEs

Padrão internacional de contabilidade vai beneficiar micro e pequenas empresas - via Gestão Financeira

O padrão internacional de normas contábeis que as companhias brasileiras terão que adotar neste ano vai beneficiar as micro e pequenas empresas, na avaliação do vice-presidente da área técnica do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Nelson Mitimasa. A padronização das normas, além de dar maior transparência à movimentação das empresas, poderá ser facilmente entendida pelos investidores. A mudança, segundo Mitimasa, pode representar mais facilidade na obtenção de crédito e atração de investimentos.

“O capital hoje não está mais restrito às grandes companhias. Com a globalização, as micro e pequenas empresas também se tornaram alvo de interesse. Mas para o investidor é fundamental saber que as demonstrações contábeis refletem a posição real da empresa, como capacidade de geração de caixa [1] para honrar os compromissos assumidos”, afirmou o vice-presidente da área técnica do CFC.

Adotadas pelo Brasil em janeiro deste ano, as Normas Internacionais de Contabilidade (International Reporting Standards -IRFS) são utilizadas em cerca de 110 países e alcançam perto de 100 milhões de empresas.

O novo padrão contábil é o tema do Seminário IFRS para as Micro e Pequenas Empresas, promovido pelo Conselho Federal de Contabilidade, que tem entre os parceiros o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Sebrae. O encontro, que começou na segunda-feira (2) e terminou na quarta-feira (4), reuniu no auditório do BNDES mais de 650 profissionais de todo o país. A proposta é formar multiplicadores para repassar o conhecimento nos estados.

No Brasil, onde 99% das empresas são micro e pequenas, esse seminário é particularmente importante para que os contabilistas possam preparar os empresários para adoção das novas normas. A proposta do IRFS é transformar as diversas práticas contábeis em uma linguagem reconhecida no mundo todo. Todo o conteúdo do seminário estará disponível na próxima semana no site do Conselho Federal de Contabilidade.


[1] As demonstrações contábeis não respondem a isto. Quanto se fala na capacidade de geração de caixa é importante notar que isto não é a DFC, que refere-se ao passado. É bem verdade que através de uma boa análise das informações sobre o passado de uma empresa talvez seja possível inferir sobre isto.

BNDES e contabilidade confusa 2

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está crescendo rapidamente demais e precisa de mais transparência e competição, diz a revista britânica The Economist. Em reportagem de capa na edição desta semana, a revista ataca o avanço do Estado empresário e diz que o papel do banco na economia brasileira vem provocando polêmica.

A publicação lembra que os empréstimos do BNDES já excedem os do Banco Mundial. Os desembolsos somaram R$ 137 bilhões em 2009, o dobro de 2007. A Economist destaca as conexões políticas do banco, ao lembrar que o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, é ex-presidente do banco e o atual presidente, Luciano Coutinho, é o favorito de Dilma Rousseff para sucedê-lo.

A revista faz três questionamentos principais: que o banco cresce demais, os empréstimos são subsidiados e com contabilidade obscura e o BNDES empresta a grandes empresas, como os frigoríficos JBS e Marfrig.

O diretor de planejamento do banco, João Carlos Ferraz, responde à revista que os financiamentos foram decisões comerciais, a taxas também comerciais. Segundo ele, os subsídios, de menos de US$ 6 bilhões por ano, não elevam a dívida pública.

Entre 2001 e 2008, o BNDES atuou como contrapeso útil ao ciclo de crédito, mas esse caminho vem mudando dramaticamente, diz a Economist. A economia se recuperou, mas os empréstimos do BNDES continuam a crescer.

‘Jurássico’. A publicação cita a comparação feita pelo ex-presidente do BNDES Luiz Carlos Mendonça de Barros, que chama o banco de fomento de “ovo da serpente”, numa referência ao filme de Ingmar Bergman sobre a origem do nazismo. Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, trata o órgão de “jurássico”. Já o empresário Eike Batista avalia que o BNDES é o “melhor banco do mundo”.

“A violência da retórica reflete a controvérsia crescente sobre o BNDES e a interferência do Estado na economia”, diz a revista.


Revista britânica questiona papel do banco na economia brasileira - Daniela Milanese, correspondente em Londres - 6 Ago 2010 - O Estado de São Paulo

BNDES e contabilidade confusa

O BNDES sofreu o escrutínio da revista “Economist” que chegou às bancas britânicas ontem. A reportagem de capa, chamada “Leviatã S.A.”, analisa o ressurgimento da mão do Estado no setor produtivo, para assegurar o crescimento da economia e a criação de empregos. Segundo a “Economist”, isso ocorre tanto em países ricos — o governo americano, por exemplo, tem hoje uma fatia da General Motors — quanto nos emergentes Brasil, Índia e China.

No Brasil, o BNDES representaria essa mão do Estado. A “Economist” cita o empresário Eike Batista, para quem o BNDES é “o melhor banco do mundo”, e o ex-presidente da instituição, Luiz Carlos Mendonça de Barros, que a chama de ovo da serpente, referência ao filme de Ingmar Bergman sobre as origens do nazismo.

O BNDES, diz a “Economist”, está envolvido na campanha das eleições presidenciais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, já comandou o banco, e seu atual presidente, Luciano Coutinho, é visto como sucessor de Mantega se Dilma Rousseff for eleita, afirma a revista.

Outra crítica diz respeito ao crescimento excessivo do BNDES. “Este ano, deve financiar 40% do investimento total do Brasil em indústria e infraestrutura, o dobro do período 2004-2006. Depois, dizem os críticos, seus empréstimos são subsidiados e seus balanços, obscuros”, afirma a “Economist”. Outra crítica é o BNDES emprestar para grandes empresas, como Petrobras, JBS e Marfrig.

O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, rebate afirmando que os empréstimos para JBS e Marfrig foram decisões comerciais. Ele explica que os subsídios são inferiores a US$6 bilhões anuais e que não elevam a dívida pública líquida.

Mas, afirma a “Economist”, há críticas mais difíceis de rebater. O BNDES parece ter expandido demais seu crédito. Mesmo com a recuperação da economia este ano, seus empréstimos continuaram a subir. Além disso, ele está prejudicando o desenvolvimento do setor financeiro. “Os bancos comerciais precisam entrar no empréstimo corporativo de longo prazo. Mas enquanto Petrobras, Vale e JBS tiverem crédito subsidiado do BNDES, por que entrariam?”, argumenta a revista. “Algumas das críticas do BNDES são questionáveis. Mas o banco está crescendo rápido demais. E precisa de maior transparência e muito mais concorrência”.


Para ‘Economist’, um tentáculo do Leviatã - O Globo - 6 ago 2010

IFRS no Brasil

Conselho considera positiva adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade - Por Alana Gandra (da Agência Brasil) em 05/08/2010 (via Claudia Cruz)

A adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade (na sigla em inglês IFRS - International Financial Reporting Standards) não vai alterar a essência ou característica da contabilidade do país, que permanece a mesma. A iniciativa vai apenas adequar os balanços das empresas brasileiras ao padrão internacional de contabilidade. Foi o que disse hoje (5) o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro. “Queremos apenas jogar lá fora com as leis do mercado.”

Comparando as normas internacionais de contabilidade ao futebol, ele disse que a meta é que o país tenha as mesmas regras que são válidas em todo o mundo. “Imagine se as regras do futebol no Brasil fossem diferentes das dos demais países? Seria muito difícil competir”.

O Brasil será o primeiro país do mundo a adotar as IFRS para a totalidade das empresas, já a partir deste ano. As IFRS começaram a ser adotadas na União Europeia em 2005 e passaram a ser aplicadas às grandes companhias brasileiras e instituições financeiras a partir de 2007. Este ano, elas deverão ser adotadas também pelas micro, pequenas e médias empresas, que representam cerca de 99% das companhias nacionais.
Explicou que durante muito tempo o Brasil perdeu oportunidades e espaço no exterior porque a forma de contabilizar era diferente de outros países. “O Brasil foi, de certa forma, preterido em muitos negócios internacionais, porque as regras eram desfavoráveis ao país. No momento em que adota essas normas internacionais, o Brasil estabelece essa condição igualitária”.

A adequação às IFRS contribui para a redução da mortalidade das empresas [1], porque suas demonstrações financeiras são apresentadas de forma mais transparente e levam a um melhor gerenciamento das contas. O processo melhora a captação de crédito [2] com os agentes financeiros e sua relação também com os fornecedores, afirmou Juarez Carneiro. ”Conhecendo a contabilidade dessa empresa e sabendo de sua condição financeira, ele tem condições até de estabelecer uma linha de crédito maior para compras a prazo”.

O presidente do CFC estimou que as IFRS poderão ainda ter reflexos positivos sobre a geração de emprego nas companhias de todos os portes. “Estamos falando não só de normas internacionais, mas também de gerenciamento. Estamos falando de empresas que vão se estruturar melhor na área financeira. E essa estruturação demanda pessoas. Acredito que um dos impactos, quando a empresa melhora a gestão, é ter um resultado melhor, seja na venda, como nos serviços. E isso pode reverter em mais postos de trabalho para essas empresas.”


[1] Como é possível fazer uma observação desta sem qualquer comprovação. A mortalidade das pequenas empresas não está relacionada com a adoção ou não de uma norma. Se o gestor não sabe usar a informação, não importa se a mesma é uma norma internacional ou não.

[2] De igual modo, afirmar que melhora a captação de crédito também é temerário. O crédito é um recurso escasso. Se uma pequena empresa melhora suas informações, aquela que não o fez perdeu o acesso aquele dinheiro. Deste modo, como não existiu um aumento no volume de recursos no mercado financeiro, existe somente uma transferência entre as empresas. Mas o volume total de crédito não aumenta com a adoção da normas. Pelo menos no curto prazo.

Conselhos para Mensurar

1. Seu problema não é único como você imagina
2. Você possui mais dados que imagina
3. Você necessita de menos dados do que você imagina
4. Existe uma medida que muito mais simples que você imagina

Fonte: HUBBARD, Douglas. How to measure anything

(Isto deveria estar na porta da sala do contador)

Retrofit 1

Comum na Europa, 'retrofit' requalifica construções antigas - Rodrigo Brancatelli - 27 Jul 2010 - O Estado de São Paulo

Reforma do prédio precisa ser aprovada em assembleia e já existem até linhas de crédito para seu financiamento

O retrofit é uma prática extremamente utilizada na Europa para requalificar construções antigas, adequá-las a novos usos e reintegrá-las à vida urbana. Para que haja necessidade dessa modernização, os prédios devem ter pelo menos de 20 a 30 anos - pelas normas de condomínio, a decisão pela reforma precisa ser discutida em assembleia, e a empresa de arquitetura contratada faz um mapeamento de intervenções. Em São Paulo, por exemplo, endereços históricos como o Edifício Albertina, Cícero Prado e Cecília, na Avenida Rio Branco, o Edifício Viadutos, na Praça General Craveiros Lopes, e o Edifício Bretagne, na Avenida Higienópolis, já passaram por retrofit.

“Há casos no centro em que o investidor compra todo o prédio, faz o retrofit e depois revende por mais do que o dobro do valor investido”, diz Paulo Marchesi, dono de uma empresa de engenharia que fez 15 projetos de retrofit nos últimos 12 meses.

Atualmente, há até linhas de crédito para o financiamento de retrofit - um acordo firmado entre o setor da construção civil e bancos privados liberou recursos da caderneta de poupança para o financiamento de obras de modernização residencial - os recursos disponíveis somam R$ 2,5 bilhões.