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15 fevereiro 2019

A380 e Contabilidade de Custos

A empresa de fabricação de aviões Airbus anunciou que vai parar de produzir o A380. A principal razão é que seu principal cliente, a companhia de aviação Emirates, ter anunciado que não irá mais adquirir o jato.

O avião entrou em serviço em 2007. Enorme, o avião podia transportar até 850 passageiros. Com autonomia de 15.200 km e pesando 578 toneladas, o A380 produzia melhor custo por assento. Se estiver cheio. O pensamento da Airbus era que o crescimento do mercado de aviação demandaria aviões cada vez maiores. O desenvolvimento do avião custou 18 bilhões. Mas outras estimativas falam em 25 bilhões.


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Mas a concepção do jato pode ter sido um erro:

Alguns analistas do setor, como Richard Aboulafia, analista do Teal Group, chegaram a dizer que foi o maior erro da história da Airbus. Segundo Aboulafia, o A380 é uma aeronave mal executada, projetada para um mercado que realmente não existe.

Em termos de estrutura de custos, um avião possui um elevado gasto de desenvolvimento. Isto precisa ser amortizado com as vendas. Além disto, geralmente os custos fixos são enormes, enquanto os custos variáveis são reduzidos. Assim, o ponto de equilíbrio de uma aeronave depende fortemente do número de encomendas e da quantidade de aviões produzidos por mês. O fato do A380 não ter uma encomenda forte para os próximos meses foi decisivo para a decisão da Airbus em cancelar sua produção. Mas o elevado custo antes da fase operacional também foi relevante.

Para quem se interessar, recomendo a seguinte leitura

Reinhardt, Uwe E. "BREAK‐EVEN ANALYSIS FOR LOCKHEED'S TRI STAR: AN APPLICATION OF FINANCIAL THEORY." The Journal of Finance 28.4 (1973): 821-838.

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