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25 agosto 2021

10 anos de Apple

Há dez anos, o executivo que era a expressão da boa gestão, anunciou que estava renunciando ao cargo. Em agosto de 2011, Steve Jobs, então CEO da Apple, renunciava ao seu posto. Jobs tentava vencer o câncer, mas faleceu alguns dias depois, em 5 de outubro. 

No lugar, Tim Cook, um respeitado executivo, mas que não tinha o carisma de Jobs, assumiu para comandar a empresa. A escolha de Jobs parece que foi certa. Em dez anos, a receita, o lucro, o preço da ação e outros índices melhoraram substancialmente. A capitalização da empresa, é de quase 2,5 trilhões.

Economias hiperinflacionárias


A norma IAS 29, sobre contabilidade em ambientes hiperinflacionários, define o que seria uma economia com estas características. Não há uma identificação específica, mas o Centro de Qualidade de Auditoria (CAQ) faz esta classificação, para fins de aplicação dos princípios dos Estados Unidos, seus critérios são semelhantes do IAS 29. Assim, a lista do CAQ é uma boa aproximação da norma internacional, que é adotada no Brasil. 

Países com taxas de inflação acumuladas em três anos superiores a 100% : Argentina; Irã; Líbano; Sudão do Sul; Sudão; Venezuela; e Zimbábue. 

Países com projetado taxas de inflação acumulada em três anos superiores a 100% : Suriname 

Países onde as taxas de inflação acumulada em três anos haviam excedido 100% nos últimos anos : Não há 

Países com taxas de inflação acumuladas recentes de três anos superiores a 100% após um aumento da inflação em um período discreto : Não há 

Países com taxas de inflação acumuladas projetadas em três anos entre 70% e 100% ou com um aumento significativo (25% ou mais) da inflação durante o período atual:  Angola, Haiti, Libéria e Iêmen 

Fonte: aqui. Foto: Imelda

Nova regra de fatos relevantes


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) edita hoje, 23/8/2021, a Resolução CVM 44, que dispõe sobre a divulgação de informações sobre ato ou fato relevante, a negociação de valores mobiliários na pendência de ato ou fato relevante não divulgado e a divulgação de informações sobre a negociação de valores mobiliários, em substituição à Instrução CVM 358. 

A nova norma alinha a regulamentação à jurisprudência da CVM formada na análise de casos envolvendo acusações por uso indevido de informações privilegiadas e traz maior clareza na aplicação de presunções relacionadas tais casos, com a indicação do conteúdo de cada presunção, a quem se aplica e em que circunstâncias.  

Período de vedação autônoma  

Em caráter complementar, a norma também introduz um período de vedação autônoma à negociação de valores mobiliários, por parte de acionistas controladores, diretores, membros do conselho de administração e do conselho fiscal, antes da divulgação de informações contábeis trimestrais e demonstrações financeiras anuais, independentemente do conhecimento, por tais pessoas, do conteúdo das referidas informações.  

Por fim, a resolução promove flexibilizações nos critérios que devem ser atendidos pelos planos individuais de investimento ou desinvestimento, tornando possível o afastamento das presunções e vedações previstas na norma.  

Principais mudanças realizadas por conta da audiência pública  

As mudanças ora propostas foram apresentadas ao mercado por meio da Audiência Pública 06/20.  

Em relação à versão que recebeu comentários do público, as principais mudanças foram:  

Exclusão dos membros de comitês técnicos e consultivos da previsão de presunção de acesso à informação privilegiada e da vedação autônoma à negociação de valores mobiliários. 

Afastamento das presunções e vedações em relação a operações compromissadas.  

Flexibilização de presunções e vedações em relação a determinadas negociações realizadas por instituições financeiras e pessoas jurídicas de seu grupo econômico, no curso normal de seus negócios. 

Previsão de que negociações de fundos de investimento exclusivo são presumidas como decididas sob influência do cotista, passando a ser admitida a prova em contrário. 

Revisão determinada pelo Decreto 10.139 

Apesar de as mudanças estarem centradas na negociação de valores mobiliários por parte de insiders, a CVM optou por editar uma nova resolução, aproveitando a oportunidade para promover ajustes formais, sem impacto relevante de conteúdo, que se inserem no esforço de revisão e consolidação de atos normativos determinado pelo Decreto 10.139.  

“A mudança traz mais clareza e previsibilidade aos agentes de mercado. O alcance e a interpretação da norma passam a ser menos dependentes do conhecimento de um corpo de decisões proferidas em casos concretos ao longo do tempo e mais diretamente acessíveis a partir da leitura de seu conteúdo”. Presidente da CVM, Marcelo Barbosa.

Fonte: CVM via CFC. Foto: aqui

Rir é o melhor remédio

Dois amigos fizeram o curso de contabilidade juntos. Passaram os anos e um deles encontrou emprego como auditor de uma empresa médica. Um dos trabalhos era verificar o exercício ilegal da profissão. Um dia recebeu uma denúncia e foi investigar. A surpresa inicial foi encontrar um estabelecimento com os dizeres: “Curamos você por $200 ou o seu dinheiro de volta”. Resolveu testar e entrou na clínica. Para sua surpresa encontrou seu antigo colega de curso de contabilidade, que não o reconheceu. Afinal, agora ele era auditor, com seu terno caro e calculadora HP12C. Tendo notado isto, resolveu manter anônimo e testar seu antigo colega. A consulta começa: 

Auditor: Não estou sentindo nenhum sabor. 
 Antigo Colega: Enfermeira, pegue o líquido da caixa 14 e coloque na boca do paciente 
Auditor: Eca, mas isto é querosene 
Antigo Colega: está curado. Me deve $200. 

Sem argumento, o auditor entrega a nota de $200. Como bom auditor, estava decidido a desmascarar seu antigo colega. Uma semana depois voltou. 

Auditor: Eu perdi a memória. Eu não lembro de nada 
Antigo Colega: Enfermeira, pegue o líquido da caixa 14 e coloque na boca do paciente 
Auditor: Mas isto é querosene. Você me deu na semana passada. 
Antigo Colega: Parabéns. Memória de volta. Me deve $200 

Com raiva, o auditor teve que reconhecer e entregar o dinheiro. Mais uma semana. De volta à clínica: 

Auditor: Eu estou com problema de visão. Minha vista está muito fraca. 
Antigo Colega: Bem, para isto não tenho remédio aqui. Tome $200, conforme prometido. 
Auditor: Mas isto é uma nota de dois reais. 
Antigo Colega: Parabéns. Está melhor. Me deve $200.

24 agosto 2021

"Contabilidade está atrasando a adoção de moedas digitais"


A contabilidade está sendo acusada de atrapalhar a adoção mais ampla de criptomoedas. A acusação, de um texto da AccountingToday refere-se a forma de contabilização das moedas digitais. Se uma empresa compra uma moeda digital e ocorre uma redução no valor, a diferença deve ser reconhecida no resultado da empresa como uma perda. Caso haja uma valorização, esta diferença, para mais, não pode ser considerada no resultado da empresa. A razão é que a moeda digital é considerada um ativo intangível. E as regras do intangível funcionam desta forma.

Segundo Shuli Ren, executivos estão receosos de comprar moedas digitais e a razão seria esta.  

Essa mentalidade está atrapalhando a adoção mais ampla do Bitcoin e de outras criptos, porque as empresas que detêm essas moedas digitais assumem um risco contábil: reduções de grandes ativos.

Isso está acontecendo, embora não haja diretrizes oficiais no GAAP sobre como as empresas devem contabilizar ativos digitais. [NÃO]

Os contadores estão operando com um consenso entre os auditores (...)"

O melhor está no final

(...) No entanto, os contadores dominam. Empresas com dinheiro extra que estão dispostas a assumir riscos terão dificuldade em entrar em criptografia. 

É verdade que muitos CFOs podem ficar longe dos ativos de criptografia de qualquer maneira por causa de negociações voláteis. 

Mas os menos avessos ao risco seriam dissuadidos por um enorme obstáculo institucional: suas empresas de contabilidade.

Foto: aqui

Julgamento de Holmes

Começa em 31 de agosto o julgamento de Elizabeth Homes. A empresária está sendo acusada de fraudar investidores que colocaram seus recursos na empresa fundada por ela,  a Theranos. 


Nascida em 1984, Elizabeth fundou a empresa e foi a principal executiva de uma empresa de tecnologia na área de saúde. A empresa prometia revolucionar o teste de sangue: com uma pequena quantidade seria possível conhecer uma grande quantidade de doenças.  Durante anos, Holmes recebeu a admiração da imprensa e de poderosos até que em 2015 uma reportagem mostrou que a tecnologia da empresa não funcionava. Durante o apogeu, Holmes tinha o apoio de Henry Kissinger, George Shultz e outros poderosos. 

São diversas acusações, que inclui destruição de provas. Holmes, se condenada, poderá pegar até 20 anos e uma multa, que poderá ser expressiva. O julgamento está atrasado devido a pandemia e a gravidez de Holmes. 

Vale a pena investir tempo para a língua inglesa?


Eis uma pergunta que sempre aparece na academia. A resposta é sempre um grande SIM. Mas eis que descubro um artigo na Nature que vai na direção contrária (aparentemente). Eis algumas ideias do texto:

Minha experiência de ensinar inglês a acadêmicos russos me mostrou o quão profundamente muitos acreditam que uma barreira do idioma é a principal razão pela qual seus trabalhos não são publicados. A maioria pensa que melhorar o inglês ajudará a transformar seus textos acadêmicos em artigos publicáveis e, assim, gastará tempo e esforço nisso. Na realidade, a competência linguística ocupa o segundo lugar na capacidade de produzir conteúdo científico de qualidade. Para editores e revisores, boa ciência é quase sempre mais importante do que capacidade de linguagem.

(...) Estou convencido de que um curso de leitura acadêmica é obrigatório, independentemente do seu nível de idioma. Esses cursos ajudam a desenvolver estratégias de leitura apropriadas, vocabulário, compreensão e habilidades de leitura crítica. (...) 

Se você puder produzir um rascunho do seu manuscrito em inglês, faça a revisão antes de enviá-lo para um periódico. Se você não está confiante em suas habilidades no idioma, produzir um manuscrito em seu idioma nativo e procurar um tradutor profissional pode ser mais sensato. Em ambos os casos, lembre-se de que a qualidade do material de origem afeta a qualidade da versão final. 

É importante que o texto original seja escrito em linguagem clara e concisa. Não tente alterar o conteúdo depois que o tradutor começar a funcionar, pois isso pode afetar sua capacidade de traduzir o texto como um todo.

Links


Como ‘Friends’ ajuda pessoas no mundo todo a aprender inglês 

Uma visão pessimista do futuro chinês

A probabilidade humana é realmente (?) enviesada 

Como a Igreja Católica forçou a redução dos casamentos entre parênteses e isto ajudou no desenvolvimento do ocidente (comentário sobre um livro) (figura)

Ar condicionado, clima e como corrigir seus problemas


Rir é o melhor remédio



23 agosto 2021

Emergentes e performance do mercado de capitais

 

O gráfico mostra o comportamento do mercado de ações dos países emergentes em relação com o índice SP500, que representaria o mercado dos Estados Unidos. Como o gráfico usa um longo período de tempo, é possível notar que desde 2010 o desempenho dos emergentes estão em um ponto ruim. Lembrando que antes de 2000 tivemos algumas crises nos emergentes (inclusive Brasil, com a crise cambial) e a relação esteve em um ponto muito baixo. Entre 2000 a 2010 o mercado dos emergentes valorizou. 

Links

A cultura de acelerar no mundo atual (escutando vídeos no Youtube, aula digital ou séries no 2x)

A barreira de plástico contra o Covid talvez não seja uma boa ideia


Concurso com fotografias de batatas (foto do vencedor)

Novamente a Contabilidade da Tesla

Reforma da auditoria no Reino Unido: questões pendentes

Rir é o melhor remédio

 

Segunda-feira

20 agosto 2021

Simulação climática


Site bem interessante, que apresenta a simulação sobre o comportamento do clima no futuro (via aqui). Informe os pressupostos e veja o que ocorre com a temperatura. Por exemplo, se o crescimento econômico for baixo, o aumento da temperatura cai de 3,6 graus para 3,3. 

No modelo, o preço do carbono é a variável mais sensível. Um preço alto pode reduzir o aumento para 2,6 graus, mantendo as demais variáveis constantes. 

No momento que estamos discutindo a incorporação da questão climática nas demonstrações contábeis, ferramentas como esta podem ser úteis na mensuração contábil. 

(P.S. Ainda não li/ouvi, mas o Five-Thirty-Eight tem um artigo recente sobre o assunto)

Incerteza Brasileira

 

Já comentamos sobre o índice EPU de incerteza política. Analisando os textos da Folha de S Paulo, os autores tentam refletir os problemas de um país. A figura acima é a representação gráfica mais recente do índice. O ano de 2017 foi bastante tenso e o índice atingiu 550 pontos. No início da pandemia, em março de 2020, foi de 369; em outubro, 345. Em julho, o índice baixou para 64, abaixo da média histórica de 133. 

Tempo


O tempo que a terra gira 

É o tempo que a tempo corre; 

O tempo que a vida tira 

Ao tempo que a gente morre. 

 

Sei que ao ser concebido 

Foi meu começo de vida 

Em cada dia vivido 

Fico mais perto da partida 

 

O curso da vida é breve 

Não importa o tempo vivido 

O peso da idade é leve 

Quando ele é bem vivido 

 

Sempre fui um adolescente 

Maduro, fazendo planos. 

Hoje um jovem experiente 

Com mais de oitenta anos.
 
(Baltazar Guimarães, técnico em contabilidade, atualmente com 95 anos) (Via aqui) (foto: Nathan Dumlao)

19 agosto 2021

Materialidade e ESG

Vincent Ryan comenta a questão da divulgação de informações ambientais, sociais e de governança (ESG) por parte de empresas dos Estados Unidos. A SEC tinha recebido mais de 400 comentários sobre a evidenciação do risco climático. O presidente da SEC, Gary Gensler, chegou a listar algumas das informações: detalhes como uma empresa gerencia assuntos relacionados ao clima, métricas sobre impactos na empresa, emissões de gases a partir das operações da empresa e de sua cadeia de valor, como as mudanças climáticas podem influenciar os negócios da empresa, entre outras questões. 


Mas a lista é muito ampla para caber em uma regra abrangente, segundo Ryan. E poderia violar um ponto importante na divulgação de informação: a materialidade. Este ponto é importante por filtrar informações importantes daquelas irrelevantes, defende Ryan. 

Até os mais fortes defensores dos padrões de mitigação e sustentabilidade do risco climático admitem que os investidores estão se afogando em informações de ESG das empresas, algumas das quais são irrelevantes porque não existe um padrão ou estrutura única para o que os emissores devem divulgar.

Há uma pressão para aceitar que toda informação sobre o clima seria material. Há uma norma do congresso dos Estados Unidos sobre o assunto, mas no passado os avanços do legislativo sobre o assunto de evidenciação empresarial relacionado com negócios no Congo foram derrubados no judiciário. Basicamente, a mistura de política (ou seja, congresso) com informação não seria relevante para as decisões de investimento. Em público, Allison Herren Lee (foto), da SEC, considerou que os investidores são os árbitros da materialidade. Isto realmente é muito interessante e deixa claro que este deve ser o usuário da informação contábil, não os políticos, que usam o discurso das necessidades da sociedade para cobrar mais informações.

Finalmente, é importante destacar que não está claro quem será o responsável pelas normas para evidenciação de informações de ESG nos Estados Unidos. A aceitação das normas da nova entidade da Fundação IFRS pode aproximar o Fasb dos outros países. Mas será que os Estados Unidos apostariam suas fichas em uma entidade que ainda não está estruturada e foi criada para "criar normas"? 

Como a Intel perdeu a batalha do chip ao focar no valor


(...) O salário executivo baseado em ações, na forma de opções de ações e prêmios de ações, criou incentivos para os CEOs da Intel fazerem recompras em larga escala para dar aumentos manipuladores no preço das ações da empresa. A Tabela 3 documenta a remuneração total, incluindo ganhos realizados com opções de ações e prêmios de ações, dos CEOs da Intel nas últimas três décadas. 

Dos US $ 170 milhões. na remuneração total que Grove levou para casa ao longo de seis anos como CEO, 90% foram obtidos ganhos com o salário baseado em ações, com 89% dos US $ 170 milhões. fluindo para sua conta bancária em 1996 e 1997, com o boom do mercado de ações na Internet decolando. Ajudado pelo boom e pela duplicação das recompras da Intel para US $ 6,8 bilhões. em 1998, a remuneração total de Barrett em seu primeiro ano como CEO foi de US $ 117 milhões., com 98% dos ganhos obtidos com o exercício de opções de ações. (...)

O argumento de Lazonick no seu artigo é que a Intel optou pela recompra de ações (e remuneração para executivos). Isto parecia que o mercado queria, focando sua política no aumento de valor. Mas deixou de investir em pesquisa e desenvolvimento. E agora desejam incentivos do governo. 

Links


Sem café da manhã ou enxaguante bucal: Um advogado de tecnologia chamado Paul Skallas argumenta que devemos colher mais sabedorias da Antiguidade 

Como a medicina controlou o corpo feminino ao longo da história 


Roteiro do FSB para lidar com riscos financeiros relacionados ao clima (de julho deste ano) 

85% das grandes empresas brasileiras elaboram relatórios de sustentabilidade, revela KPMG (o título do texto não identifica que a pesquisa é com empresas de grande porte)

Rir é o melhor remédio

Uma tradição do Vaticano. Todo ano um rabino entra no palácio do Vaticano e entrega um envelope para o tesoureiro. O tesoureiro pega o papel já degastado pelo tempo, ergue acima da cabeça, e contraluz vê o que está escrito nele e balança a cabeça. No ano seguinte, a mesma coisa. 

Uma tradição. Ninguém comenta sobre o assunto. Um estagiário enxerga aquilo e promete que um dia será o tesoureiro e descobrirá o que existe no papel. Os anos passam e isto ocorre. O antigo estagiário agora é o tesoureiro do Vaticano. O tão aguardado dia chega. Sentado na sua cadeira, recebe o rabino, que lhe entrega o envelope. Ele pega o papel, levanta contra luz e começa a entender o que está escrito no papel. 

A conta da última ceia.

18 agosto 2021

Criptomoedas


Eis um trecho sobre a discussão contábil da criptomoedas:

À medida que as criptomoedas continuam a evoluir e são usadas mais amplamente, há um debate contínuo sobre a importância de uma estrutura contábil e reguladora adequada ao seu objetivo.

Na sua documento de discussão propondo requisitos contábeis para ativos e passivos criptográficos, o Grupo Consultivo Europeu para Relatórios Financeiros (EFRAG) define um ativo criptográfico como uma “representação digital de valor ou direitos contratuais criados, transferidos e armazenados em algum tipo de rede de tecnologia de contabilidade distribuída (por exemplo,. blockchain) e autenticado através de criptografia ”.

O EFRAG também sugere que as obrigações criptográficas sejam definidas como “obrigações decorrentes da emissão de ativos criptográficos, resultando em uma obrigação atual de a entidade emissora transferir ou conceder acesso a um recurso econômico na forma digital ou não digital”.

Essas definições abrangem ativos e passivos criptográficos emitidos em particular, como criptomoeda, fichas ou moedas estáveis (ASIC, 2021), bem como moedas digitais do banco central (CBDCs).

Em março de 2019, o Comitê de Interpretações das Normas Internacionais de Relato Financeiro (IC) discutiu a contabilização de criptomoedas, que representam uma proporção significativa dos ativos de criptografia gerais por capitalização de mercado, abordando a evolução contínua, o potencial de crescimento e a diversidade de ativos de criptografia.

Posteriormente, em junho de 2019, o IFRS IC emitiu um decisão de agenda para esclarecer o tratamento contábil adequado baseado em IFRS para criptomoedas.

O IC IFRS concluiu que as reservas de criptomoedas deveriam ser contabilizadas como está no IAS 38 Ativos intangíveis, a menos que sejam mantidos à venda no curso normal dos negócios, nesse caso IAS 2 Inventários se aplicaria.

Embora algumas partes interessadas considerem o esclarecimento do IFRS IC suficiente no momento, outras pediram esclarecimentos e desenvolvimento adicionais dos requisitos do IFRS para ativos e passivos criptográficos.

O Conselho Internacional de Normas Contábeis (IASB), em um documento de pessoal de novembro de 2019, destaca o fato de que, em uma base global, apenas um pequeno número de grandes empresas relatoras de IFRS relatou ativos criptográficos e atividades relacionadas.

Embora o documento do IASB confirme que as participações em ativos criptográficos entre as empresas do IFRS foram insignificantes em 2019, reconheceu um potencial futuro significativo para o aumento da aceitação como resultado de um desenvolvimento inovador do mercado (por exemplo,. a implantação de moedas estáveis e o lançamento de CBDCs), o crescimento contínuo de modelos de negócios baseados em blockchain e criptoeconômicos e aprimoramentos nos requisitos regulatórios e na supervisão.

Investimentos corporativos recentes no Bitcoin pela Tesla, bem como o anúncio do Morgan Stanley de que oferecerá a certos clientes acesso aos fundos de Bitcoin, já estão sugerindo o aumento da atividade de investimento institucional.

O Reserve Bank of Australia também fez parceria recentemente com o Commonwealth Bank, National Australia Bank, Perpetual e a empresa de tecnologia blockchain ConsenSys Software para conduzir um projeto de pesquisa que explora o uso potencial e as implicações de um CBDC atacadista usando a tecnologia de contabilidade distribuída.

Além disso, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, anunciou que o Federal Reserve planeja publicar um documento de discussão que explorará as implicações da tecnologia em rápida evolução para pagamentos digitais, com foco especial na possibilidade de emitir um CBDC dos EUA

Tais desenvolvimentos enfatizam a relevância contínua de estabelecer requisitos contábeis para a geração atual e próxima de ativos criptográficos. O documento de discussão do EFRAG define as seguintes opções possíveis para o desenvolvimento de requisitos de IFRS que tratam de ativos e passivos criptográficos :

Opção 1 - Nenhuma alteração aos padrões atuais do IFRS: Os preparadores continuariam a aplicar o IFRS existente, incluindo a necessidade de desenvolver sua própria política contábil (IAS 8 Políticas contábeis, mudanças nas estimativas e erros contábeis).

Opção 2 - Alterações e / ou esclarecimentos às normas atuais do IFRS: Várias alterações ou orientações de esclarecimento seriam feitas às normas atuais do IFRS para a contabilidade por detentores e emissores de ativos e passivos criptográficos.

Opção 3 - Desenvolvimento de um novo padrão IFRS para tratar de ativos e passivos criptográficos: Um novo padrão IFRS independente para ativos e passivos criptográficos seria desenvolvido com a premissa de que eles são únicos.

O novo padrão pode abordar os vários problemas em diferentes tópicos relacionados a ativos e passivos de criptografia.

Quando do Fórum Consultivo de Normas Contábeis os membros foram questionados sobre sua opinião sobre o documento do EFRAG em dezembro de 2020, cada uma das três opções acima encontrou apoiadores entre os normatizadores.

Enquanto os criadores de padrões continuam a debater o melhor caminho a seguir, diferentes formas de classes de ativos criptográficos, como fichas não fungíveis (NFTs), continua a emergir.

Com novos ativos de criptografia cada vez mais sobrepostos a ativos físicos do mundo real e atraindo investimentos institucionais significativos, eles aparecerão nas demonstrações financeiras com crescente frequência.

"Hoje, os ativos de criptografia têm um limite de mercado superior a US $ 1,6 trilhão [US $ 2 trilhões no momento da redação deste artigo]", diz Andrew Hunter, CEO da CPA Austrália.

“Olhando para o futuro, podemos ver os ativos de criptografia se definirem como um meio de troca integral ou uma reserva de valor no sistema financeiro.

“Por esse motivo, é importante concordar com requisitos claros de contabilidade e relatórios e que os auditores considerem cuidadosamente como auditar esses ativos."

(Traduzido pelo Deepl.com)