06 junho 2018
05 junho 2018
Big Data e custo de Capital
Uma relação interessante entre Big Data e custo de capital:
Exploramos a hipótese de que o uso de big data nos mercados financeiros reduziu o custo de capital para grandes empresas, em relação às pequenas, permitindo que as grandes empresas crescessem. Grandes empresas, com mais atividade econômica e uma história mais longa da empresa, oferecem mais dados para processar. À medida que os processadores mais rápidos processam cada vez mais dados - anúncios de macro, demonstrações de lucros, métricas de desempenho dos concorrentes, demanda de exportação etc. - as grandes empresas tornam-se alvos mais valiosos para essa análise de dados. Uma vez processados, esses dados podem prever melhor o valor da empresa, reduzir o risco de investimento de capital e, assim, reduzir o custo de capital da empresa.
BEGENAU, Juliane; FARBOODI, Maryam; VELDKAMP, Laura. Big data in finance and the growth of large firms. National Bureau of Economic Research, 2018.
Basicamente a relação seria:
Grandes empresas = mais dados para processar = prever melhor o valor da empresa = reduzir o risco de investimento de capital = reduzir o custo de capital da empresa.
Exploramos a hipótese de que o uso de big data nos mercados financeiros reduziu o custo de capital para grandes empresas, em relação às pequenas, permitindo que as grandes empresas crescessem. Grandes empresas, com mais atividade econômica e uma história mais longa da empresa, oferecem mais dados para processar. À medida que os processadores mais rápidos processam cada vez mais dados - anúncios de macro, demonstrações de lucros, métricas de desempenho dos concorrentes, demanda de exportação etc. - as grandes empresas tornam-se alvos mais valiosos para essa análise de dados. Uma vez processados, esses dados podem prever melhor o valor da empresa, reduzir o risco de investimento de capital e, assim, reduzir o custo de capital da empresa.
BEGENAU, Juliane; FARBOODI, Maryam; VELDKAMP, Laura. Big data in finance and the growth of large firms. National Bureau of Economic Research, 2018.
Basicamente a relação seria:
Grandes empresas = mais dados para processar = prever melhor o valor da empresa = reduzir o risco de investimento de capital = reduzir o custo de capital da empresa.
Café para não dormir
Uma pesquisa, publicada em um periódico de sono, mostrou que é possível construir um algoritmo para determinar a quantidade ideal de cafeína a ser ingerida por uma pessoa para mantê-lo em alerta. A pesquisa foi realizada pelo exército dos Estados Unidos, que tem interesse que os soldados fiquem em um grau máximo de alerta em situações de combate.
A tecnologia não está disponível, embora parece existir interesse do exércio em licenciar. Aqui tem um site sobre o assunto.
A tecnologia não está disponível, embora parece existir interesse do exércio em licenciar. Aqui tem um site sobre o assunto.
Golpe do artigo a ser publicado
O site Retraction Watch revela uma série de golpes contra pesquisadores interessados em publicar suas pesquisas. Os pesquisadores geralmente recebem um e-mail fraudulento de alguém anunciando serviços para aqueles que estão com problemas. Um dos e-mails era de alguém que se dizia amigo do editor. Outro, cobrando uma taxa de submissão e publicação. Em outro, comentários de revisores falsos e em seguida um e-mail de aceitação com um contato.
Os problemas são agravados pelo fato dos pesquisadores não revelarem que caíram no golpe: vergonha ou medo de uma retaliação de um comitê de ética. Muitos dos problemas ocorreram no Irã, China, Rússia ou Ucrânia. A solução para o problema, segundo o site, é “os editores forem mais explícitos sobre o que acontecerá durante o processo de submissão e revisão por pares, os autores terão uma melhor compreensão de quando as promessas são boas demais para ser verdade.”
Os problemas são agravados pelo fato dos pesquisadores não revelarem que caíram no golpe: vergonha ou medo de uma retaliação de um comitê de ética. Muitos dos problemas ocorreram no Irã, China, Rússia ou Ucrânia. A solução para o problema, segundo o site, é “os editores forem mais explícitos sobre o que acontecerá durante o processo de submissão e revisão por pares, os autores terão uma melhor compreensão de quando as promessas são boas demais para ser verdade.”
04 junho 2018
Jensen e o milagre da multiplicação
O economista Michael Jensen, um dos grande nomes de finanças e fundador do SSRN, foi acusado de usar o mesmo artigo três vezes em diferentes periódicos. A publicação ocorreu em 2001 e 2002, com “more or less simultaneously vetting versions of the Jensen article.” Segundo o denunciante
In my view, duplicate publications harm researchers by creating inefficiencies. Time is wasted when researchers wade through various iterations of the same work. Duplicate publications also take valuable space in journals, displacing original work by others that might otherwise have been published. This practice can create an illusion of productivity for authors, distort future meta-analyses, and violate copyright, in addition to wasting the time of manuscript reviewers and resources of publishers. When editors of journals issue retractions or EOCs for duplicate publications, they correct the scholarly record and let readers know that undisclosed duplicate publication is professionally unacceptable.
Jensen tem trabalhos conhecidos sobre remuneração com opções e a teoria da agência. Seus artigos possuem mais de 37 mil citações, sendo que “Theory of firm – managerial behavior, agency costs and ownership structure,” foi citado mais de 14 mil vezes.
In my view, duplicate publications harm researchers by creating inefficiencies. Time is wasted when researchers wade through various iterations of the same work. Duplicate publications also take valuable space in journals, displacing original work by others that might otherwise have been published. This practice can create an illusion of productivity for authors, distort future meta-analyses, and violate copyright, in addition to wasting the time of manuscript reviewers and resources of publishers. When editors of journals issue retractions or EOCs for duplicate publications, they correct the scholarly record and let readers know that undisclosed duplicate publication is professionally unacceptable.
Jensen tem trabalhos conhecidos sobre remuneração com opções e a teoria da agência. Seus artigos possuem mais de 37 mil citações, sendo que “Theory of firm – managerial behavior, agency costs and ownership structure,” foi citado mais de 14 mil vezes.
03 junho 2018
Discriminação alfabética na ciência
A ordem dos autores de um artigo pode ser relevante. Em alguns casos, a decisão é por ordem alfabética. Mas segundo Matthias Weber existe evidências que esta decisão é ruim, pois discrimina os autores com letras no final do alfabeto, com implicações para as futuras pesquisas.
No geral, uma variedade de estudos mostra de forma convincente que a discriminação alfabética existe. As magnitudes encontradas são bastante importantes. Por exemplo, estima-se que a probabilidade de ganhar mandato em um dos dez departamentos de economia seja cerca de 26 pontos percentuais maior para professores com um sobrenome A do que com um sobrenome Z.
A conclusão que pode ser tirada é simples: os autores das peças escritas não devem ser listados alfabeticamente, mas de acordo com sua contribuição para o trabalho.
02 junho 2018
Orçamento público e preço do petróleo na Nigéria
O processo de elaboração do orçamento público parte de algumas premissas. Muitas vezes, a definição destas premissas pode fazer com que o orçamento esteja muito acima ou muito abaixo do seu valor real. Aqui no Brasil tivemos / temos esta experiência com, por exemplo, as projeções de inflação usada para elaboração da proposta orçamentária. O governo pode jogar com esta estimativa, para, por exemplo, reduzir as despesas e aumentar as receitas.
Um exemplo interessante ocorre na Nigéria. Lá o principal ponto de estimativa é o preço do principal produto do país, o petróleo. Mais especificamente, o preço do barril de petróleo no mercado mundial. Recentemente, o orçamento apresentado pelo governo, de 8,6 trilhões de nairas (nome da moeda local), quando voltou do legislativo apresentou um acréscimo de 500 bilhões, para 9,12 trilhões de nairas. O preço base do barril de petróleo foi de 45 dólares; usando como justificativa a mudança recente no preço do barril, o legislativo passou a trabalhar com um valor de 51 dólares. (Atualmente está entre 65 a 70 dólares o barril) ]
Ao mudar o parâmetro, o legislativo da Nigéria permitiu o aumento da despesa pública. Conforme uma reportagem da Quartz, esta manipulação não é recente e existem interesses nebulosos nesta manipulação.
Um exemplo interessante ocorre na Nigéria. Lá o principal ponto de estimativa é o preço do principal produto do país, o petróleo. Mais especificamente, o preço do barril de petróleo no mercado mundial. Recentemente, o orçamento apresentado pelo governo, de 8,6 trilhões de nairas (nome da moeda local), quando voltou do legislativo apresentou um acréscimo de 500 bilhões, para 9,12 trilhões de nairas. O preço base do barril de petróleo foi de 45 dólares; usando como justificativa a mudança recente no preço do barril, o legislativo passou a trabalhar com um valor de 51 dólares. (Atualmente está entre 65 a 70 dólares o barril) ]
Ao mudar o parâmetro, o legislativo da Nigéria permitiu o aumento da despesa pública. Conforme uma reportagem da Quartz, esta manipulação não é recente e existem interesses nebulosos nesta manipulação.
Brazil
O gráfico mostra o interesse dos internautas pela palavra Brazil. Os recentes acontecimentos, a crise política ou a recessão não despertaram a atenção das pessoas no exterior. Os dois picos onde a pesquisa do termo Brazil ocorreram em meados de 2014 e meados de 2016. Ou seja, durante a Copa do Mundo e as Olimpíadas. (O gráfico acima vale para os Estados Unidos, mas o resultado para todo o mundo não é muito diferente)
01 junho 2018
O escândalo financeiro que ninguém fala
Um texto essencial publicado no The Guardian, de Richard Brooks, sobre as Big Four. Um resumo a seguir:
Depois da queda do Lehman Brothers, que fez as economias se ajoelharem em 2008, ficou aparente que as auditorias da Ernst Young àquele banco tinham sido praticamente inúteis. Fracassos semelhantes no outro lado do Atlântico provaram que balanços em todos os lugares estavam cheios de escória assinada como ouro. (...)
Apesar dos riscos econômicos apresentados pela contabilidade enganosa, os contadores cumprem suas obrigações com relativa impunidade. As grandes empresas persuadiram os governos de que o litígio contra elas é uma ameaça existencial à economia. As vantagens incomparáveis de um mercado garantido (...) são os pilares sobre os quais as empresas big four, de bilhões de dólares, são construídas. Eles são livres para lucrar sem temerem graves consequências de seus abusos, seja a exploração das leis tributárias, conselhos enviesados de consultoria ou a negligência do crime financeiro.
Conscientes de sua extrema sorte e desesperados para protegê-lo, os contadores às vezes gostam de protestar contra a dureza de suas condições de negócios. “O ambiente com o qual estamos lidando hoje é desafiador - seja a economia global, as questões geopolíticas ou a forte concorrência”, afirmou o presidente global da PwC, Dennis Nally, em 2015, ao revelar o que era a receita mais alta de todos os tempos da empresa de contabilidade: US $ 35 bilhões. No ano seguinte, o número subiu - como nas outras três grandes firmas, apesar da forte concorrência - para US $ 36 bilhões. Embora sejam muito tímidos para dizer quanto lucro sua receita mundial significa, os números dos países onde são obrigados a divulgá-la sugerem que a PwC estaria se aproximando de US $ 10 bilhões.
(...) Como profissionais, os contadores geralmente são confiáveis para se autorregularem - com resultados previsivelmente auto-indulgentes. (...) Quando se trata de definir as próprias regras críticas da contabilidade - como a indústria e as finanças são auditadas - as quatro grandes são igualmente dominantes. Seus ex-alunos controlam os padrões internacionais e nacionais, assegurando que as regras do jogo sejam adequadas às principais firmas de contabilidade e seus clientes.
As principais firmas de contabilidade também evitam o nível de escrutínio público que sua importância justifica. Grandes escândalos em que eles estão implicados invariavelmente vêm com vilões mais coloridos para a mídia se destacar. Quando, por exemplo, os Paradise Papers chegaram às manchetes em novembro de 2017, a grande novidade foi que o piloto Lewis Hamilton (...) O fato mais importante de que uma das maiores firmas de contabilidade do mundo e um suposto vigilante do capitalismo, EY, havia projetado o esquema para ele e outros, incluindo vários oligarcas, passou em grande parte despercebida. Além disso, abrangendo todas as áreas de negócios e serviços públicos, as quatro grandes empresas tornaram-se as amigas do repórter.
Depois da queda do Lehman Brothers, que fez as economias se ajoelharem em 2008, ficou aparente que as auditorias da Ernst Young àquele banco tinham sido praticamente inúteis. Fracassos semelhantes no outro lado do Atlântico provaram que balanços em todos os lugares estavam cheios de escória assinada como ouro. (...)
Apesar dos riscos econômicos apresentados pela contabilidade enganosa, os contadores cumprem suas obrigações com relativa impunidade. As grandes empresas persuadiram os governos de que o litígio contra elas é uma ameaça existencial à economia. As vantagens incomparáveis de um mercado garantido (...) são os pilares sobre os quais as empresas big four, de bilhões de dólares, são construídas. Eles são livres para lucrar sem temerem graves consequências de seus abusos, seja a exploração das leis tributárias, conselhos enviesados de consultoria ou a negligência do crime financeiro.
Conscientes de sua extrema sorte e desesperados para protegê-lo, os contadores às vezes gostam de protestar contra a dureza de suas condições de negócios. “O ambiente com o qual estamos lidando hoje é desafiador - seja a economia global, as questões geopolíticas ou a forte concorrência”, afirmou o presidente global da PwC, Dennis Nally, em 2015, ao revelar o que era a receita mais alta de todos os tempos da empresa de contabilidade: US $ 35 bilhões. No ano seguinte, o número subiu - como nas outras três grandes firmas, apesar da forte concorrência - para US $ 36 bilhões. Embora sejam muito tímidos para dizer quanto lucro sua receita mundial significa, os números dos países onde são obrigados a divulgá-la sugerem que a PwC estaria se aproximando de US $ 10 bilhões.
(...) Como profissionais, os contadores geralmente são confiáveis para se autorregularem - com resultados previsivelmente auto-indulgentes. (...) Quando se trata de definir as próprias regras críticas da contabilidade - como a indústria e as finanças são auditadas - as quatro grandes são igualmente dominantes. Seus ex-alunos controlam os padrões internacionais e nacionais, assegurando que as regras do jogo sejam adequadas às principais firmas de contabilidade e seus clientes.
As principais firmas de contabilidade também evitam o nível de escrutínio público que sua importância justifica. Grandes escândalos em que eles estão implicados invariavelmente vêm com vilões mais coloridos para a mídia se destacar. Quando, por exemplo, os Paradise Papers chegaram às manchetes em novembro de 2017, a grande novidade foi que o piloto Lewis Hamilton (...) O fato mais importante de que uma das maiores firmas de contabilidade do mundo e um suposto vigilante do capitalismo, EY, havia projetado o esquema para ele e outros, incluindo vários oligarcas, passou em grande parte despercebida. Além disso, abrangendo todas as áreas de negócios e serviços públicos, as quatro grandes empresas tornaram-se as amigas do repórter.
31 maio 2018
País pobre patrocinando um clube de futebol
Um caso curioso (?): um dos países mais pobres do mundo, Ruanda, resolveu pagar 39 milhões de dólares por um patrocínio do Arsenal, um dos clubes de futebol mais ricos do mundo. Durante três anos, o Arsenal irá exibir o anúncio "Visit Ruanda". Ruanda ficou conhecida por um brutal genocídio ocorrido em 1994.
O que ajuda a explicar a escolha: o presidente Kagame (este é o nome mesmo) é fã do Arsenal. Apesar do turismo ser uma importante fonte de renda para o país, o assunto não foi discutido com sua equipe e o valor não constava do orçamento público.
A questão de um time de futebol sendo patrocinado por um país não é algo novo. Anteriormente o Barcelona aceitou o patrocínio do Catar e o Atlético de Madrid do Azerbaijão.
O que ajuda a explicar a escolha: o presidente Kagame (este é o nome mesmo) é fã do Arsenal. Apesar do turismo ser uma importante fonte de renda para o país, o assunto não foi discutido com sua equipe e o valor não constava do orçamento público.
A questão de um time de futebol sendo patrocinado por um país não é algo novo. Anteriormente o Barcelona aceitou o patrocínio do Catar e o Atlético de Madrid do Azerbaijão.
30 maio 2018
Diferença nas normas ainda faz diferença
Eis um caso onde a diferença na forma de tratamento dado pelas normas contábeis pode influenciar o resultado de uma empresa. No caso, trata-se da fabricante de automóveis de luxo Aston Martin. Durante o ano de 2017 a empresa alocou 224 milhões de libras em Pesquisa e Desenvolvimento. Isto corresponde a um quarto das vendas. Somente 11 milhões foram para resultado. O restante foi considerado ativo, sendo capitalizado no balanço da empresa.
Se a empresa seguisse as normas do Fasb, os valores de P & D seriam consideradas no resultados, o que faria com que o resultado fosse negativo. Mas tendo sede na Inglaterra, a Aston Martin usa as IFRS, que permite capitalizar parte do valor, como a empresa fez. Entretanto, conforme nota a Bloomberg, este valor parece ser muito alto.
Se a empresa seguisse as normas do Fasb, os valores de P & D seriam consideradas no resultados, o que faria com que o resultado fosse negativo. Mas tendo sede na Inglaterra, a Aston Martin usa as IFRS, que permite capitalizar parte do valor, como a empresa fez. Entretanto, conforme nota a Bloomberg, este valor parece ser muito alto.
29 maio 2018
Lucro de 30 bilhões da Oi
Segundo notícia do G1, a Oi teve um lucro líquido de 30,5 bilhões de reais no primeiro trimestre. Em janeiro de 2018, a empresa teve o plano de recuperação homologado, o que permitiu a redução da dívida da empresa. A dívida líquida reduziu de 47,6 bilhões para 7,3 bilhões entre final de dezembro e final de março. Com o ajuste da dívida, o receita financeira foi superior a 27 bilhões de reais.
O balanço não foi auditado.
O balanço não foi auditado.
28 maio 2018
26 maio 2018
Poder das Metas
No livro Irresistível, Adam Alter comenta sobre o poder das metas. E apresenta o gráfico abaixo que é bastante interessante:
O gráfico mostra o tempo para completar a maratona pelo número de corredores. Assim, cerca de 500 terminam com o tempo de 3 horas e 59 minutos. Mas somente 390 fazem em 4 horas e um minuto.
terminar em menos de quatro horas. Esse é o poder irresistível das metas: mesmo quando estiver a duas bananas de desabar, você encontra força de vontade para seguir em frente.
O gráfico mostra em destaque os valores imediatamente anteriores aos tempos exatos de 3 horas, 3 horas e meia, 4 horas e 4 horas e meia. Alter revela que a organização da prova coloca "coelhos" com informação do tempo que cada um levará para completar a prova. Assim, se você quiser concluir em três horas, basta seguir o "coelho" com a informação na camisa.
O gráfico mostra o tempo para completar a maratona pelo número de corredores. Assim, cerca de 500 terminam com o tempo de 3 horas e 59 minutos. Mas somente 390 fazem em 4 horas e um minuto.
terminar em menos de quatro horas. Esse é o poder irresistível das metas: mesmo quando estiver a duas bananas de desabar, você encontra força de vontade para seguir em frente.
O gráfico mostra em destaque os valores imediatamente anteriores aos tempos exatos de 3 horas, 3 horas e meia, 4 horas e 4 horas e meia. Alter revela que a organização da prova coloca "coelhos" com informação do tempo que cada um levará para completar a prova. Assim, se você quiser concluir em três horas, basta seguir o "coelho" com a informação na camisa.
25 maio 2018
Conselho e poder
Parece existir uma relação entre dar conselhos e poder:
Aqueles que haviam se lembrado de dar conselhos tinham maior senso de poder; quando o conselho foi solicitado, esse sentimento foi impulsionado ainda mais. Um segundo estudo perguntou a 94 funcionários da biblioteca com que frequência eles davam conselhos e com que frequência os outros seguiam esse conselho. Os pesquisadores descobriram que ambos os fatores criaram uma sensação mais forte de poder.
Ou seja, dar conselhos não é algo altruísta, mas sinal de fome de poder. Será que isto pode ser aplicado para a relação orientando e orientador?
Aqueles que haviam se lembrado de dar conselhos tinham maior senso de poder; quando o conselho foi solicitado, esse sentimento foi impulsionado ainda mais. Um segundo estudo perguntou a 94 funcionários da biblioteca com que frequência eles davam conselhos e com que frequência os outros seguiam esse conselho. Os pesquisadores descobriram que ambos os fatores criaram uma sensação mais forte de poder.
Ou seja, dar conselhos não é algo altruísta, mas sinal de fome de poder. Será que isto pode ser aplicado para a relação orientando e orientador?
24 maio 2018
De olho nas auditorias
AUDITORIAS só são notadas quando as coisas dão errado. Na semana passada, os deputados britânicos emitiram um ataque contundente à KPMG, um auditor, por não ter conseguido evitar o colapso da Carillion, uma empresa contratante. As autoridades sul-africanas estão analisando a auditoria da Deloitte à Steinhoff, uma varejista. PwC, outro auditor, pode enfrentar um veredicto de indenização por centenas de milhões de dólares por não ter detectado fraude no Colonial Bank, um credor americano falido. Também está lutando com uma ação de US $ 3 bilhões na Ucrânia e uma proibição de dois anos na Índia.
Os investidores também estão acordando para auditorias. Quase nunca votam contra a escolha do auditor pela administração. Mas no mês passado, mais de um terço dos acionistas da General Electric, um conglomerado industrial, votou contra a recondução da KPMG. Investidores em Steinhoff estão processando a empresa e a Deloitte por US $ 5 bilhões por suas perdas
(The Economist. Continue lendo aqui)
Os investidores também estão acordando para auditorias. Quase nunca votam contra a escolha do auditor pela administração. Mas no mês passado, mais de um terço dos acionistas da General Electric, um conglomerado industrial, votou contra a recondução da KPMG. Investidores em Steinhoff estão processando a empresa e a Deloitte por US $ 5 bilhões por suas perdas
(The Economist. Continue lendo aqui)
Remuneração
Boa notícia para o mercado de capitais brasileiro:
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) derrubou a liminar que autorizava companhias brasileiras a divulgarem apenas de forma parcial a remuneração de seus executivos, contrariando o previsto na Instrução nº 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A listagem de empresas que usavam a liminar incluía os seguintes nomes: Bradesco, Cielo, Itaú e Itausa (financeiro); Vale (mineração); CSN, Metalúrgica Gerdau e Gerdau (siderurgia); Fibria e Suzano (papel e celulose); Oi e Tim (telefonia); Braskem (petroquímica); CCR e Rumo (infraestrutura); Lojas Americanas, B2W e Via Varejo (varejo); BR Malls e Iguatemi (shopping); Alpargatas (calçados); Cosan e CPFL (energia), Embraer (aeronaves), Duratex e Even (construção); Multiplus (serviços); e Minerva (alimentos).
A CVM divulgou um comunicado sobre o assunto. Em um dos trechos:
A decisão proferida hoje pelo TRF2 foi tomada por 3 votos a 0, com manifestação favorável do Ministério Público Federal durante a sessão. Os argumentos da CVM foram acolhidos por unanimidade. O Tribunal reconheceu que a regra estabelecida pela Autarquia não representa afronta à Lei 6.404/76, e que o respeito aos direitos à intimidade e privacidade não tem caráter absoluto, podendo ceder ao interesse público, presente no caso.
Levou-se também em consideração que, ao adotar a forma de companhia aberta para o exercício de qualquer atividade empresarial, as companhias devem seguir a legislação e a regulamentação correspondentes, especialmente focadas no regime informacional de maior transparência, tendo em vista o interesse do público investidor em geral.
Sobre a questão da violência, também exposta pelo IBEF, o Tribunal entendeu que a preocupação aflige a população brasileira de forma geral e que a experiência com a divulgação da remuneração dos servidores públicos demonstrou que não houve acréscimo do risco associado à violência para essa parcela da população.
Os desembargadores ainda observaram que a regra editada pela CVM foi precedida de amplo debate público, com a incorporação de práticas que já vêm sendo adotadas internacionalmente.
Óbvio, não? Mas qual a razão da demora para julgar?
O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) derrubou a liminar que autorizava companhias brasileiras a divulgarem apenas de forma parcial a remuneração de seus executivos, contrariando o previsto na Instrução nº 480 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A listagem de empresas que usavam a liminar incluía os seguintes nomes: Bradesco, Cielo, Itaú e Itausa (financeiro); Vale (mineração); CSN, Metalúrgica Gerdau e Gerdau (siderurgia); Fibria e Suzano (papel e celulose); Oi e Tim (telefonia); Braskem (petroquímica); CCR e Rumo (infraestrutura); Lojas Americanas, B2W e Via Varejo (varejo); BR Malls e Iguatemi (shopping); Alpargatas (calçados); Cosan e CPFL (energia), Embraer (aeronaves), Duratex e Even (construção); Multiplus (serviços); e Minerva (alimentos).
A CVM divulgou um comunicado sobre o assunto. Em um dos trechos:
A decisão proferida hoje pelo TRF2 foi tomada por 3 votos a 0, com manifestação favorável do Ministério Público Federal durante a sessão. Os argumentos da CVM foram acolhidos por unanimidade. O Tribunal reconheceu que a regra estabelecida pela Autarquia não representa afronta à Lei 6.404/76, e que o respeito aos direitos à intimidade e privacidade não tem caráter absoluto, podendo ceder ao interesse público, presente no caso.
Levou-se também em consideração que, ao adotar a forma de companhia aberta para o exercício de qualquer atividade empresarial, as companhias devem seguir a legislação e a regulamentação correspondentes, especialmente focadas no regime informacional de maior transparência, tendo em vista o interesse do público investidor em geral.
Sobre a questão da violência, também exposta pelo IBEF, o Tribunal entendeu que a preocupação aflige a população brasileira de forma geral e que a experiência com a divulgação da remuneração dos servidores públicos demonstrou que não houve acréscimo do risco associado à violência para essa parcela da população.
Os desembargadores ainda observaram que a regra editada pela CVM foi precedida de amplo debate público, com a incorporação de práticas que já vêm sendo adotadas internacionalmente.
Óbvio, não? Mas qual a razão da demora para julgar?
Mesmice
Um texto para muitos pareceristas de periódicos e congressos:
Por volta de meados do século 20, um modelo sombrio para seus escritos começou a se espalhar pelas ciências: Primeiro uma Introdução, seguido pelos Métodos usados para o experimento, depois um resumo dos Resultados e uma seção para Discussão. Na década de 1970, esse formato “IMRaD” era quase universal na literatura.
(...)"Estamos agora em um sistema que incentiva a mesmice", diz Melinda Baldwin, autora de Making Nature : A História de um Periódico Científico. “Estamos em um sistema que não incentiva as pessoas a escreverem artigos científicos bonitos.”
Os analistas estão mais preocupados em dizer que "não pode fazer citação no resumo", "é necessário retomar a discussão nos resultados", "deve deixar claro de onde surgiram as variáveis", "as referências estão defasadas", "faltou a pergunta da pesquisa" entre outras coisas.
Por volta de meados do século 20, um modelo sombrio para seus escritos começou a se espalhar pelas ciências: Primeiro uma Introdução, seguido pelos Métodos usados para o experimento, depois um resumo dos Resultados e uma seção para Discussão. Na década de 1970, esse formato “IMRaD” era quase universal na literatura.
(...)"Estamos agora em um sistema que incentiva a mesmice", diz Melinda Baldwin, autora de Making Nature : A História de um Periódico Científico. “Estamos em um sistema que não incentiva as pessoas a escreverem artigos científicos bonitos.”
Os analistas estão mais preocupados em dizer que "não pode fazer citação no resumo", "é necessário retomar a discussão nos resultados", "deve deixar claro de onde surgiram as variáveis", "as referências estão defasadas", "faltou a pergunta da pesquisa" entre outras coisas.
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