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10 novembro 2012

Governança Corporativa: Novo Mercado

A partir da análise das Notas Explicativas das 106 companhias listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa, nível que reúne as empresas comprometidas com as melhores práticas de
governança corporativa no Brasil, o estudo objetivou verificar como as companhias abertas brasileiras estruturaram o formato de evidenciação de informações por segmento. Em termos metodológicos, trata-se de uma pesquisa documental, de caráter descritivo, que conjuntou o emprego da técnica de análise de conteúdo e de testes não paramétricos de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis para verificar o grau de intensidade da divulgação de informações por segmento, conforme metodologia utilizada por Guthrie et al. (1999). Os achados sinalizaram que a divulgação voluntária de informações por segmento ainda é incipiente no cenário brasileiro. Identificou-se que as companhias auditadas por uma das Big Four apresentaram menor grau de intensidade na divulgação dos impactos futuros da aplicação das orientações normativas sobre informações segmento. Considerando o universo das 106 companhias analisadas, destaca-se que as informações segmentadas por área geográfica e ainda, por tipo de produtos ou serviços, mostraram-se mais recorrentes; informações por clientes foram escassas. Nenhuma empresa evidenciou o fluxo de caixa por segmento, e 39 companhias não mencionaram que o CPC 22 trará impacto às futuras Demonstrações Contábeis. Assim, os resultados sugerem que a Comissão de Valores Mobiliários e as empresas de auditoria devem ficar alerta às primeiras publicações contábeis relativas ao ano de 2010.

EMPRESAS BRASILEIRAS DO NOVO MERCADO E SUAS PRÁTICAS DE EVIDENCIAÇÃO VOLUNTÁRIA DE INFORMAÇÕES POR SEGMENTO
Ana Paula Capuano da Cruz, Esmael Almeida Machado, Anderson Feitosa Pereira, L. Nelson Carvalho

V Congresso ANPCont

09 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Em homenagem ao "primeiro milhão" do blog! \o/


Um milhão de amigos...

Prezado Leitor, desde que colocamos o contador, o mesmo não para de avançar. Já são mais de um milhão de visitas. Para um blog técnico, nada mal. Grato a todos.

O Declínio dos Programas de Doutorado nos EUA


O gráfico abaixo mostra o número quinquenal médio de doutores formados nos programas de contabilidade dos Estados Unidos. 

No final da década de 1980 quase 200 novos doutores eram titulados naquele país. Dez anos depois este número começou a cair, atingindo uma média de 116 novos doutores em 2003. A partir daí um pequeno crescimento, chegando a titular 140 novos doutores em 2008.

É bem verdade que o número ainda é expressivo; fazendo uma comparação, o Brasil deve ter algo em torno de 250 doutores, o que significa dois anos de titulação dos programas dos Estados Unidos. Mas a economia daquele país é sete vezes maior que a nossa. E eles possuem 103 programas, ativos e inativos, de doutorado (nós temos cinco).

O fato é que se observou, no longo prazo, uma redução no número de novos doutores naquele país; é ruim, pois pode comprometer a pesquisa contábil futura. Além disto, a profissão perde status. Fogarty e Holder fizeram uma análise histórica e mostraram que os programas mais conceituados tiveram uma pequena perda, mas que os programas menos conceituados titularam novos doutores. Ou seja, os programas com qualidade mediana foram aqueles que mais perderam durante o período.

No caso brasileiro, provavelmente o número de novos doutores deve aumentar nos próximos anos. Afinal, existe uma grande demanda reprimida de professores que desejam esta titulação e de faculdades que precisam do status de um doutor. Mas no mestrado aparentemente haverá uma redução na demanda nos próximos, uma vez que os atuais programas já conseguem absorver os candidatos. Ou seja, hoje os candidatos ao mestrado são alunos que saíram recentemente da graduação e desejam enveredar pela pesquisa contábil. 


Leia mais em FOGARTY, T; HOLDER, A. Exploring accounting doctoral program decline. Issues in Accounting Education, v. 27, n. 2, p. 373-397. 

Espionagem

A Polícia Federal descobriu que funcionários do Banco Central estavam sendo espionados pelo banco Cruzeiro do Sul, segundo informou o Estado de S Paulo:

A PF trabalha com duas hipóteses: as gravações podem ter sido feitas pelo próprio aparato de segurança do banco ou por uma empresa especialmente contratada para essa finalidade, que teria usado um sistema remoto para interceptar e-mails e telefonemas dos auditores.

Caíram na malha dos grampos funcionários do BC, interventores e os próprios administradores originais. Para a PF, alguns diálogos mostram antigos administradores do Cruzeiro do Sul tentando burlar ou ludibriar a fiscalização do BC.

A PF verificou que as interceptações foram realizadas enquanto os técnicos do BC agiam nos escritórios do Cruzeiro do Sul. Eles ficaram sob vigilância durante praticamente todo o período da inspeção, até que suspeitaram da trama. O BC avisou à PF. Alguns e-mails revelam claramente o plano para despistar a auditoria.

A investigação mostra que os arapongas sabiam rigorosamente tudo o que os inspetores faziam, passo a passo da fiscalização. Tinham conhecimento com exatidão dos documentos que estavam sendo analisados e para onde caminhavam os trabalhos. Alguns grampos telefônicos capturados pela PF revelam claramente a intenção de ocultar informações do BC.

Novas normas

O superintendente de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), José Carlos Bezerra, disse que as deliberações aprovadas nesta quinta-feira pela autarquia têm como objetivo dar mais clareza ao texto das regras sobre divulgação de balanços, e que não há mudanças nas normas. (...)

A primeira deliberação aprovada hoje foi a nº 696/12, que muda o texto do Pronunciamento Técnico CPC 35 (R2), emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que trata das regras sobre a divulgação de demonstrações financeiras separadas em empresas coligadas. A norma estabelece as diferenças entre demonstrações financeiras consolidadas e separadas e as regras de sua divulgação.

Outra deliberação editada foi a nº 692, que revisa o texto do Pronunciamento CPC 30(R1) – Receitas. Esse pronunciamento trata do que pode ser considerado receitas em um balanço de empresa aberta.

A autarquia também editou a deliberação nº 691, que também revisa documento do CPC referente ao Pronunciamento CPC 17(R1) – Contratos de Construção. O objetivo deste pronunciamento é estabelecer o tratamento contábil das receitas e despesas associadas a contratos de construção.

Segundo a CVM, as revisões têm a intenção de produzir os mesmos reflexos das normas internacionais de contabilidade do International Accounting Standards Board (IASB).

Regras sobre balanços ficarão mais claras, diz CVM - 8 de Novembro de 2012 - Valor Online - Luciana Bruno

Efeito do Horário de Verão

O horário de verão - em São Paulo e Nova Iorque - tem mudado as negociações no mercado acionário brasileiro:

Os profissionais que negociam nas mesas falaram em falta de direção do Ibovespa até a abertura dos Estados Unidos e em redução de liquidez. Consultada em momentos diferentes, a BM&FBovespa sempre reiterou sua intenção de manter os horários. Até ontem.


Fora do fuso de Wall Street, Bovespa vê seu volume cair - 8 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Aline Cury Zampieri, Téo Takar e Vinícius Pinheiro

Novos negócios, desoneração tributária e aversão à perda


A recurring theme of this year’s presidential campaign is the need to encourage the formation of new businesses. Republicans in general, and Mitt Romney in particular, have stressed that the best way to stimulate such startups is via low tax rates on high-income earners.
Romney wants to cut top rates by 20 percent, maintain the favorable treatment given to capital gains and dividends, and completely eliminate the estate tax, which currently only kicks in on estates in excess of $5 million for an individual or $10 million for a (heterosexual) married couple.
In other words, this is a strategy that emphasizes maximizing the after-tax returns if and when you hit it big. Yet if you think about the way most new businesses are started, it should be clear that these tax incentives have very little to do with the decisions facing most new entrepreneurs.
The typical business startup (think Joe the Plumber) begins with an initial stake that has been saved or borrowed, and 97 percent of small-business owners make less than $250,000 a year. It is a good bet that when Bill GatesSteve Jobs and Larry Page were creating their new businesses in their proverbial garages, they weren’t giving much thought to the tax rate they would have to pay if they struck it rich. Rather, they were hoping their startups would survive, something that less than half of new businesses succeed in doing.

Loss Aversion

Research in behavioral economics shows that when people consider risky propositions, they are especially concerned about the downside. Roughly speaking, people weigh losses about twice as heavily as gains, a phenomenon called “loss aversion.”
So if we really want to encourage risk takers and job creators, we should concentrate on what will happen to them in the all-too-likely event that their brilliant idea doesn’t pan out and the new venture flops.
One might think that Romney, an expert on new businesses, would be particularly insightful on this topic. But it turns out that the most sensible thoughts I have heard on this issue were not from him, another business executive, or an economist for that matter. They were from Jon Stewart on “TheDaily Show.” Here is a portion of what Stewart said (profanity deleted) in a recent interview with my University of Chicago colleague Austan Goolsbee:
“What we need to do in this country is make it a softer cushion for failure. Because what they say is the job creators need more tax cuts and they need a bigger payoff on the risk that they take. … But what about the risk of, you’re afraid to leave your job and be an entrepreneur because that’s where your health insurance is? … Why aren’t we able to sell this idea that you don’t have to amplify the payoff of risk to gain success in this country, you need to soften the damage of risk?”
This is exactly right. Someone who leaves a big company to start her own business is bearing not only the risk of losing all of her investment, but also her health insurance. One benefit of health-care reform is that people will still be able to get insurance while they are starting their new business, or after it fails, even if they have a pre-existing condition.
The essence of Stewart’s idea goes to the heart of why our economy is largely organized around limited-liability public corporations. When successful entrepreneurs decide to take their businesses public, they are selling some of the upside to other shareholders in return for making sure that they can’t lose all their wealth if something at the company goes wrong.

So-Called Reform

What about smaller startups that don’t begin their lives as corporations? One thing that would help stimulate this sort of business creation is making sure that a business bankruptcy is not ruinous to the entrepreneur’s family. But the Republican- sponsored bankruptcy “reform” law of 2005 changed the rules in the opposite direction. For someone who uses a credit card to help open a bakery or landscaping business, this law raised the cost of failure. Maybe this is what people mean by the phrase “job-killing” legislation.
A more generous safety net, not just the continued access to health insurance but also downside protections such as unemployment insurance, can stimulate job creation in another way. The owners of many successful small businesses treat their employees as if they were family members, and some actually are. Such owners may be more reluctant to hire new employees if these safety nets are not in place.
This brings us back to Jon Stewart’s point. Cutting taxes on high-income earners is unlikely to be the most cost-effective way of stimulating new business startups. If entrepreneurs who hit it big have to pay the same tax rate on their capital gains as on their ordinary income, they are unlikely to give up on their dreams. When people are contemplating starting a new enterprise, the last thing they are worried about is the tax rate their heirs might have to pay if they die as billionaires. But if they aren’t sure they can provide health insurance and a home to live in for their family should they fail, they may play it safe.
(Richard H. Thaler is a professor of behavioral science and economics at the University of Chicago Booth School of Business. He is the co-author, with Cass R. Sunstein, of “Nudge.” The opinions expressed are his own.)

Rossi

Embora esteja num setor em que investidores e analistas acabaram se acostumando com ajustes contábeis, tamanho o número de casos de estouros de orçamento e também de distratos, as mudanças feitas pela Rossi tiveram natureza diferente.

Ao todo, foram seis ajustes de práticas contábeis, que tiveram efeito líquido negativo de R$ 715 milhões no patrimônio líquido da empresa em junho.

A Rossi tentou explicar as mudanças em teleconferência com analistas no dia 4 de outubro. Mas diante da surpresa e da falta de detalhes, as perguntas foram poucas.

Os balanços oficiais auditados, que permitiriam um entendimento melhor do assunto pelo público externo, e também a elaboração de outros questionamentos, só foram divulgados dias depois no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na véspera do feriado do dia 12 de outubro — a publicação em jornais ocorreu em outro feriado, o de Finados.

Assim, persistem no mercado algumas dúvidas sobre o caso. Por que a Rossi seguia esse método diferente das demais? Por que isso foi aceito por vários anos, e agora não mais?

A empresa deu a entender que a mudança do critério teve como motivo a troca do auditor antigo, a Ernst & Young Terco, pela Deloitte, que assumiu depois do rodízio obrigatório. Mas, no primeiro trimestre deste ano, a Deloitte já era a auditora da Rossi e emitiu parecer sem fazer nenhuma menção sobre o tema.

Também não foi explicado por que a BDO RCS foi contratada para auditar os balanços republicados de 2009 a 2011, e não nenhuma das outras duas.

O Valor tem tentado desde então uma entrevista com a Rossi para obter esses e outros esclarecimentos. Mas dias depois de ela mesma marcar uma data para a entrevista, a empresa alegou que no dia agendado estaria em período de silêncio (limitação autoimposta pelas empresas, já que nenhuma regulamentação da CVM trata disso) e enviou uma nota por e-mail.

Na teleconferência, a empresa explicou que os ajustes se dividiam em dois grupos. Um deles, de R$ 610 milhões, estava ligado principalmente à mudança no critério de reconhecimento de receita e à venda de participações societárias com retenção de riscos, que causaria diferenças apenas temporais, com as contas se reequilibrando ao longo do tempo.

A outra parte do ajuste, que representou uma perda de R$ 105 milhões, não teria volta. Seria, portanto, um baixa efetiva.

Em sua apresentação, a empresa disse que essa segunda baixa estava relacionada à capitalização indevida de juros. O balanço oficial diz que esse ajuste na verdade foi de R$ 171 milhões, sendo parcialmente compensado por outras correções, resultando, de forma líquida, nos R$ 105 milhões citados acima.

A dúvida que ficou foi sobre essa segunda parte. No caso das incorporadoras, a capitalização de juros consiste em atrelar um financiamento ao custo de formação do estoque. Em vez de tratar os juros de um empréstimo como despesa financeira, a empresa considera esse valor como parte do custo do ativo. Assim, o gasto é diferido e só entra no balanço quando a receita de venda daquele estoque é registrada.

Segundo a empresa, “a capitalização de juros acima do previsto provém de uma maior classificação de passivos como dívida de projeto”. Em nota, a Rossi disse que, com uma revisão dos limites passíveis à essa classificação, “decidiu realocar dívida de projeto (cujos juros podem ser capitalizados e diferidos) para passivos corporativos (não passível de capitalização de juros)”. Ao mesmo tempo, a companhia destacou que toda a dívida estava consolidada, mesmo nos balanços antigos.

A dúvida que fica é por que a empresa tratou esse ajuste como definitivo, ou sem volta.

Isso porque uma despesa financeira reconhecida agora deixará de aparecer como custo dos produtos vendidos no futuro. Ou seja, o efeito deveria ser neutro ao longo do tempo.

Segundo uma fonte graduada na área de contabilidade que não quis se identificar, “está faltando uma perna” na explicação apresentada pela empresa. O Valor insistiu na questão, mas não obteve mais esclarecimentos.

Os valores que aparecem nos balanços reapresentados como ajuste na linha de despesas financeiras também não batem com a diferença de R$ 171 milhões no patrimônio que teria esse acerto como motivo.


Mudanças contábeis da Rossi ainda deixam dúvidas - 8 de Novembro de 2012 - Valor Online - Fernando Torres | Valor

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08 novembro 2012

Receitas de contratos com clientes

Em 2010 o International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), publicaram o Exposure Draft ED/2010/6 que discute o tratamento das receitas de contratos com clientes. O projeto surgiu da necessidade de harmonizar os critérios de reconhecimento de receitas e fornecer melhores informações aos usuários. Quando se trata de um evento de longo prazo, o reconhecimento da receita deve ser analisado de forma mais criteriosa, para refletir, adequadamente, a transferência do bem ou serviço entre as partes. Para tanto o Exposure Draft propõe que as receitas sejam reconhecidas quando satisfeitas as respectivas obrigações de desempenho. Uma das atividades que será afetada diretamente pela aprovação desta norma é a da construção imobiliária. Diante desse fato, buscou-se responder o seguinte questionamento: qual o efeito provocado pela aprovação do Exposure Draft sobre o reconhecimento de receitas no setor da construção imobiliária? A análise crítica, baseado em um exemplo ilustrativo, evidencia que a proposta provocará significativas alterações no fluxo de receitas das entidades do setor imobiliário e, consequentemente na distribuição de dividendos, visto que o reconhecimento de receitas não mais acompanhará os custos incorridos com o contrato. Esse fato pode afetar a avaliação de desempenho da firma, influenciando no seu valor de mercado e no custo de capital.

RECONHECIMENTO DE RECEITAS NOS CONTRATOS DE CONSTRUÇÃO IMOBILIÁRIA: UM ESTUDO DO EXPOSURE DRAFT ED/2010/6 - RECEITA DE CONTRATOS COM CLIENTES
Renato Henrique Gurgel Mota, Saulo José de Barros Campos, Jorge Katsumi Niyama, Edilson Paulo
Revista de Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ, v. 17, n. 2, 2012.

Rir é o melhor remédio


Indicado por Ednilto Tavares Júnior, a quem agradecemos.

Comparabilidade das informações contábeis


Na história das normas contábeis é possível encontrar características qualitativas da informação contábil. Trata-se de uma relação de fatores que deveriam ser observados na produção das demonstrações contábeis. Estas características surgiram na metade do século XX como substituto dos “princípios contábeis” e foram incorporadas as estruturas conceituais da contabilidade. Assim, tanto o Fasb, entidade que normatiza a contabilidade nos Estados Unidos, quanto o Iasb, que promulga as regras contábeis para diversos países, usam este termo. O Brasil, através do CPC, também incorporou este termo à linguagem contábil.

Na lista das características existe a comparabilidade. Para que usa a demonstração contábil é importante verificar a tendência do desempenho e confrontar com outras empresas. A comparação é crucial para a análise das demonstrações contábeis.

O problema é que a comparabilidade é uma característica qualitativa. Se fosse quantitativa seria possível medir se uma informação é mais comparável que outra. Uma consequência disto é que não podemos dizer, de maneira objetiva, se uma empresa brasileira poderá ter sua demonstração comparada com uma empresa britânica, por exemplo. Também não podemos afirmar se a existência de um CPC ajuda a aumentar a comparação.

Alguns pesquisadores estão tentando transformar as características qualitativas em algo mensurável. As vantagens disto são enormes já que tornam as pesquisas mais objetivas. Recentemente três pesquisadores (um pesquisador da Universidade de Toronto e dois do MIT) fizeram uma proposta para medir esta característica de forma objetiva. Com isto podemos determinar se, por exemplo, se a adoção das normas do Iasb pelo Brasil aumenta a comparação com as demonstrações contábeis de diferentes países. Em outros termos, se for possível medir a comparabilidade será possível verificar seus benefícios.

Usando o lucro como medida a ser comparada, os pesquisadores calcularam a diferença dos lucros previstos. O teste inicial foi em mais de 70 mil empresas. Depois do resultado positivo, testaram também medidas alternativas, que não apresentaram uma resposta melhor.

Para ler mais: DE FRANCO, Gus; KOTHARI, S. P; VERDI, Rodrigo. The Benefits of Financial Statements Comparabilty. Working Paper, 2011.

Governança Corporativa e CVM

Regras? Que regras?????
Determinações envolvendo Conselhos de Administração serão uma das prioridades para a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo o novo presidente da autarquia, Leonardo Pereira.

"Uma das prioridades é a questão do Conselho de Administração. Se nós queremos um mercado cada vez mais sério, o Conselho tem que entender seu papel, as suas responsabilidades", disse durante palestra em São Paulo, em sua primeira aparição púbica após ter sido empossado na segunda-feira pelo ministro da Fazenda Guido Mantega.

Segundo o executivo, temas como a formação do grupo e responsabilidades dos conselheiros devem estar entre estas prioridades. [MUITO interesse no que sairá disso!]

Ele também se referiu às companhias de controle disperso. "A gente vai ter que discutir as regras do modelo de corporation", afirmou.

Assim como o novo presidente, a diretora Ana Novaes já mencionou o tema. Para ela, questões relacionadas à governança corporativa nas empresas de capital disperso em casos de fusões e aquisições devem aumentar na CVM nos próximos anos.


Regras para Conselhos serão prioridade para CVM, diz presidente
Por Roberta Vilas Boas
SÃO PAULO, 7 Nov (Reuters)

Em uma postagem publicada no dia 30 de agosto comentamos sobre o Leonardo Pereira. Era de se esperar que ele aparecesse com tratanto questões de governança. Ressalto um trecho daquele dia:

Pereira falou de sua experiência de 30 anos no mercado de capitais, ressaltando sua passagem por companhias abertas como a Net e a Gol e lembrando que algumas das empresas passaram por processos de adequação ao regime contábil do IFRS - as normas internacionais de contabilidade - e emissão de títulos no mercado de capitais.
"Tudo isso me deu conhecimento prático nas áreas em que a CVM atua, em transparência e governança. Isso me deu oportunidade de lidar com questões nesse campo e tomar decisões concretas quando necessário", disse, afirmando que essas experiências o credenciam à CVM, classificada por ele como "fiadora das boas práticas de governança".

Iasb e o Forum

A proposta do Iasb de criar um fórum denominado Accounting Standards Forum foi considerado pelo GoingConcern como uma tentativa desesperada de obter o apoio dos Estados Unidos para o clube das IFRS.

As regras indicam:

a) as reuniões ocorrerão em Londres, sede do Iasb;
b) será presidido pelo Iasb
c) os membros devem respeitar a independência do Iasb
d) e adotarem as normas internacionais.

Armstrong

Durante anos o ciclista Armstrong empregou um exército de advogados para processar - e vencer - quem afirmava que suas vitórias eram influenciadas pelo uso de drogas. Só de um processo foram mais de 5 milhões de dólares. Mas agora que ele foi banido do esporte e um extenso relatório mostrou que ele realmente se dopava. Com esta prova, aqueles que foram condenados no passado provavelmente tentarão recuperar suas perdas.

A fortuna do ciclista deve ultrapassar a 150 milhões de dólares. Mas a quantidade de dinheiro que ele deverá pagar nestes processos talvez supere a este valor. Esta seria a menor das preocupações de Lance: durante anos ele foi patrocinado pelos correios dos Estados Unidos. Agora provou-se que o contribuinte daquele país financiava uma operação de uso maciço de drogas com dinheiro do contribuinte. Possível pena: prisão.

Aqui, mais sobre doping no ciclismo. Aqui sobre a liberação do doping no esporte. E o doping intelectual pode ser encontrado aqui.

FSB e a Convergência

O leitor do blog sabe que o processo de convergência entre Fasb e Iasb sofreu um forte revés nos últimos meses. Apesar disto, o Financial Stability Board, uma entidade com a participação das maiores economias mundiais - inclusive o Brasil -, na segunda-feira, indicou que ainda irá insistir no processo conjunto Iasb-Fasb de convergência. Este deveria terminar em junho de 2013.

Aproveitando a deixa, o presidente do Iasb afirmou que o Iasb ainda continua trabalhando em cooperação próxima com o Fasb, incluindo os projetos de instrumentos financeiros, reconhecimento da receita e arrendamento.

Gasto Público


Este texto  trata do gasto público brasileiro em comparação com 189 países. A autoria é do economista e consultor legislativo do senado Marcos José Mendes:


O presente artigo mostra  que, em comparação internacional, o gasto público 
brasileiro é elevado.


[...]O consumo final  do governo (G) representa os serviços individuais e coletivos 
prestados de forma gratuita (ou parcialmente gratuita) pelas três esferas de governo. Ele 
é medido pela remuneração dos servidores públicos, mais o consumo final  de bens e 
serviços pelo governo (por exemplo, o pagamento a um hospital privado que presta 
serviços ao SUS, o giz para sala de aula ou os canapés de uma recepção oficial), e pela 
depreciação do capital fixo do governo.

É importante observar que esse conceito não inclui as despesas de transferências 
(juros, aposentadorias e pensões, seguro-desemprego, bolsa-família).  Logo, ficam 
afastados dois argumentos usuais: os de que nosso governo gasta muito porque paga 
muito juro, ou de que gasta muito porque investe em política social (o “grosso” da 
política social, que é a previdência e assistência, está fora da conta de “G”). Veremos 
que, mesmo desconsiderando esses itens, o Brasil tem gasto elevado para o padrão 
internacional. 

Também não estão incluídas as empresas estatais (de economia mista ou 100% 
públicas). Somente as empresas dependentes de verbas dos tesouros federal, estadual e 
municipal são consideradas.

A variável  “G” restringe-se ao gasto corrente, não incluindo o investimento 
público. É, portanto,  grosso modo,  a despesa corrente de manutenção da máquina 
pública (salários mais consumo final de bens e serviços). 

A medida aqui utilizada é  o consumo do governo como proporção da absorção 
interna. A absorção interna é a soma de “G” com o consumo das famílias (C) e o 
investimento (I). Quanto maior a proporção G/(C+I+G), maior a preferência do país por 
consumo do governo em relação às opções de consumo privado ou investimento.


O Brasil fica em 61º lugar, em uma lista de 189 países, com um consumo do 
governo equivalendo a 19% da absorção interna; um pouco acima da média (17,9%) e 
da mediana (16,2%). A princípio, nada muito fora do padrão.
Porém, quando analisamos quais são os 60 países que estão  à  nossa frente, 
percebemos que há algo de errado com o Brasil. 

[..]

Somente dois países, entre os 61 com maior relação G/C+I+G, não se enquadram 
em nenhuma das características acima: Brasil e Suécia! E bem sabemos que não somos 
nenhuma Suécia, no que diz respeito à qualidade dos serviços públicos.  Ademais, a 
Suécia vem empreendendo, nos últimos anos, grande esforço para reduzir o tamanho de 
seu governo.

A tabela  a seguir mostra a situação do Brasil  e a de países com os quais 
normalmente nos comparamos. Os demais BRICs, que nos superam, estão encaixados em algumas características descritas acima. A diferença do Brasil para a média do grupo 
mostrado na tabela é de 4,7 pontos percentuais.



07 novembro 2012

Rir é o melhor remédio


Fonte: Marco Oliveira, Overdose Homeopática

Comparabilidade com IFRS

A adoção de normas internacionais de contabilidade (as IFRS) trazem alguns benefícios e custos para as empresas. Entre os diversos benefícios, a comparabilidade é aquele que mais sobressai. Se diferentes países do mundo adotam as mesmas normas contábeis é mais fácil para o usuário confrontar as informações contábeis de diferentes empresas oriundas de locais diversos.

O analista pode tomar um balanço de uma empresa inglesa e fazer um estudo comparativo com uma empresa italiana. O cálculo de um índice de análise poderá gerar informação sobre o desempenho mais precisa.

A ideia que a adoção de um mesmo conjunto de normas contábeis pode melhorar a comparação é intuitiva. Uma pesquisa publicada recentemente no Accouting Review mostra que isto está correto: realmente a comparabilidade melhora quando diferentes países resolvem adotar as IFRS. A pesquisa foi um pouco além, ao encontrar que estas normas, além de tornarem semelhantes coisas que são realmente semelhantes, não agem no sentido inverso. Ou seja, não torna coisas diferentes menos diferentes.

É como se as normas contábeis promulgadas pelo Iasb agrupassem adequadamente empresas similares e não permitisse que empresas diferentes fossem também agrupadas.

Para Ler mais: YIP, Rita; YOUNG, Danqing. Does Mandatory IFRS Adoption Improve Information Comparability? The Accounting Review, vol 87, n 5, 2012.