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13 janeiro 2012

Contadores calmos na tempestade

Por Financial Times, de Londres

Com os eventos de 2011 começando a se perder na memória - sendo a maior parte deles ruim do ponto de vista econômico -, o quão nervoso está o mundo da contabilidade?

Em conversas com vários auditores e reguladores sobre a temporada de balanços do ano completo de 2011, que se inicia nas próximas semanas, fica-se com a impressão de que o sangue deles não é bombeado com a mesma intensidade ansiosa como ocorreu no rescaldo da quebra do Lehman Brothers, em 2008.

Uma fonte de confiança é o progresso que foi feito na luta contra algumas das questões levantadas pela crise financeira. No Reino Unido, por exemplo, contadores seniores sentem que a falta de comunicação problemática entre auditores e reguladores bancários já foi corrigida.

Isso deve tornar mais fácil uma ação decisiva caso o financiamento seque para outra instituição financeira britânica, como aconteceu com o Northern Rock em 2008, apesar de não resolver a ineficácia das declarações sobre o conceito de "entidade em marcha" no setor.

Segue sendo bastante improvável que auditores questionem a liquidez de um banco em público por conta do perigo de que a quebra da instituição se torne uma profecia autorrealizável.

Quanto a baixas contábeis de dívida soberana, o setor contábil parece ter aprendido com as inconsistências dos balanços do primeiro semestre de 2011, quando títulos do governo grego valiam tanto cerca de 80% do seu valor de face como 50%, dependendo de qual banco se analisava.

Os pessimistas ganharam esse argumento e uma abordagem mais harmonizada já está em evidência nesse ponto. Mas apesar da melhora considerável, também parece improvável que os bancos e as seguradoras sejam levados a registrar perdas com títulos de dívida emitidos por outros países da zona do euro - como a Itália - nos seus próximos balanços.

Ainda assim, ninguém descarta a possibilidade de uma retomada repentina do caos visto há três anos, particularmente depois do colapso recente da corretora americana MF Global e das travessuras fora do balanço da japonesa de tecnologia Olympus.

Muitas empresas estão sob pressão, particularmente em setores dependentes de gastos do consumidor no Ocidente. Isso, combinado com nervosismo sobre a capacidade dos bancos para continuar emprestando, torna desafiadora a avaliação sobre a continuidade de uma entidade.

Reguladores e auditores também estão destacando a necessidade de as empresas reduzirem algumas avaliações de ativos a fim de refletir a deterioração das perspectivas econômicas. Intangíveis, como o ágio - o ativo otimista criado quando o preço de uma aquisição excede o valor dos bens comprados -, parecem particularmente vulneráveis.

James Kroeker, chefe da área de contabilidade da Securities and Exchange Commission (SEC), regulador do mercado de ações dos EUA, diz que o questionamento sobre o valor pelo qual estão registrados os ativos deve percorrer "o balanço de cima a baixo".

Michael Izza, executivo-chefe do Institute of Chartered Accountants da Inglaterra e País de Gales, relata que alguns bancos da Europa continental devem levar realizar a baixa de alguns ágios por expectativa de rentabilidade futura depois de uma reavaliação mais pessimista das perspectivas das empresas adquiridas.

Enquanto isso, a importância crescente dos mercados emergentes para multinacionais sedentas por crescimento é uma complicação adicional, que não foi de modo algum um fator importante nos dias sombrios de 2008. Em vez de as extrapolações contábeis misteriosas que se tornaram comuns nas economias maduras, os auditores frequentemente lidam com cenários bem mais básicos em lugares como a China. Nesses casos, é muitas vezes mais uma questão de "você pode encontrar a prova de que o ativo existe?", em vez de "você questionou as projeções da administração?".

No fim das contas, ainda há muito por aí com o que se preocupar - mesmo que os contadores não estejam mostrando sinais de tensão como nos dias iniciais da crise financeira de 2008.


Adam Jones é colunista do Financial Times. As opiniões expressas neste artigo são pessoais.

Cibercrimes


Os bancos brasileiros gastam em média R$ 2 bilhões por ano para se proteger dos crimes cibernéticos. Ainda assim, as perdas giram em torno de R$ 900 milhões por ano, de acordo com o último estudo elaborado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Não existe uma legislação específica para regulamentar esse tipo de crime no país, bem como a conduta a ser adotada pelos bancos. As instituições financeiras avaliam em cada caso se arcam com o prejuízo ou não.

“De modo geral, os bancos fazem uma avaliação interna de cada caso e tomam a decisão, que pode responsabilizar o cliente ou o próprio banco”, afirma Marcos José Gomes Faim, gerente de divisão da diretoria de gestão da segurança do Banco do Brasil. Diferentemente do que é visto nos Estados Unidos, não há o compartilhamento do prejuízo – ou o banco fica com todo o prejuízo, ou o cliente.

Quando o cliente informa ao banco que sua conta foi movimentada por um cibercriminoso, o banco abre um processo administrativo para apurar se houve falha de segurança do site do banco ou não. Nos casos mais comuns, os cibercriminosos atacam o computador do cliente – por invasão ou infecção com um software que permite ao criminoso acessar o computador à distância e roubar seus dados bancários.

[...]

Faim, do Banco do Brasil, observa que são raros os casos que chegam à Justiça; a maioria é solucionada entre o banco e o cliente. “Não há muito interesse na contenda judicial”, afirma. No país, mais de mil pessoas já foram presas em casos relacionados a cibercrimes, diz Renato Opice Blum, coordenador do curso de Direito Digital da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e presidente do Conselho de Segurança da Informação da Fecomércio.

Blum tem uma explicação para o desinteresse dos bancos em levar os casos à Justiça: esses processos exigem a realização de uma perícia técnica para constatar que o roubo de dados se deu a partir do computador do usuário. “O processo pode custar mais caro ao banco do que o prejuízo que ele teria ao fazer um acordo com o cliente”, explica o advogado.

Além de encarecer o processo, a perícia técnica, em muitos casos, é inconclusiva. Isso porque muitos cibercriminosos cometem fraudes usando provedores de acesso à internet ou provedores de e-mails que têm os dados guardados em centros de dados de outros países. O rastreamento dos dados além das fronteiras brasileiras acaba inviabilizado. “O cibercriminoso deveria ser responsabilizado e punido pelo crime, mas ainda é difícil reunir provas técnicas que identifiquem o bandido ou a quadrilha”, afirma Patricia Peck, sócia da PPP Advogados.

Fonte: Cibelle Bouças, Valor Economico

Vale

Se o diabo está nos detalhes, no mundo da contabilidade esses detalhes são dezenas de páginas de notas explicativas que acompanham os balanços - e que muitas vezes passam despercebidas pelos investidores. No calhamaço de 76 páginas referente aos dados do segundo trimestre de 2011, a Vale diz, na página 39, que a elevação das perdas possíveis em processos judiciais e administrativos "reflete a mudança do prognóstico de autuações pela autoridade fazendária brasileira" a respeito da incidência de Imposto de Renda e Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) no ganho de controladas e coligadas no exterior, prevista no artigo 74 da Medida Provisória 2.158.

A companhia disse que, com base "em jurisprudências e estudos sobre a matéria, os consultores jurídicos [da companhia] alteraram a probabilidade de perda remota para possível". O caso ganhou as páginas dos jornais no fim de novembro, depois que a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional disse que a Vale poderia ter que pagar R$ 25 bilhões por conta desse processo.

Entre as dez maiores empresas por valor de mercado, outras quatro também informam disputa sobre cobrança de IR e CSLL sobre lucro no exterior. São elas: Petrobras (R$ 1,97 bilhão), Ambev (R$ 2,3 bilhões), Itaú (R$ 483 milhões) e BRF Brasil Foods (R$ 164 milhões).
Com exceção da Vale, as demais empresas não financeiras da amostra já classificavam como "possível" a perda nesses processos em dezembro de 2010.

Em setembro, a Ambev reduziu a estimativa de perda possível nesse caso em R$ 700 milhões (em dezembro, ela era de R$ 3 bilhões) após ter obtido uma decisão favorável no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para a qual não cabe recurso.

Já o Itaú é o único do grupo a ter provisão constituída para essa causa, por tratar a cobrança como uma obrigação legal. Pela regra do Banco Central, se existe uma lei exigindo o pagamento de um tributo, mesmo que o banco considere que a chance de ganhar uma disputa judicial contra a cobrança é praticamente certa, ele é obrigado a registrar a despesa referente a esse pagamento.

No caso da Vale, a própria companhia havia divulgado, em fato relevante no fim de março, que teve uma decisão desfavorável sobre a matéria no Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Em novembro foi publicado o acórdão sobre a referida decisão, sendo que a Vale alegou que o tema ainda será discutido no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em agosto, o STF tratou de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade movida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) a respeito dessa cobrança. Houve um racha no plenário, com cinco ministros votando para cada lado, mas com um voto favorável a mais para a Fazenda em relação à cobrança de IR e CSLL sobre lucro de controladas (mas não de coligadas). Falta a manifestação do ministro Joaquim Barbosa, que, segundo o Valor apurou, terminou seu voto em dezembro, o que permite a retomada do julgamento em fevereiro.
"Mas seja qual for o resultado, ele não vai servir de base para solucionar todas as ações que tramitam sobre o tema, tanto no Judiciário como no Carf", diz Rodrigo Leporace Farret, advogado do Bichara, Barata, Costa & Rocha Advogados.

Segundo ele, os próprios ministros do STF já sinalizaram que o julgamento da Adin não esgota o tema. Uma das questões específicas que devem ser examinadas, diz ele, é se os negócios envolvem ou não paraísos fiscais e também se existe acordo internacional contra bitributação. "Essas questões mais minuciosas, que aparentemente são detalhes, é que dão os contornos dos casos."

12 janeiro 2012

Teoria de Kuznets

O estudante de economia Paulo Henrique Mendes é primeiro lugar no Prêmio Corecon-DF de Economia, organizado pelo Conselho Regional de Economia. Paulo aceitou o desafio de refletir sobre a desigualdade social no país em seu trabalho de conclusão de curso. A escolha do tema não foi aleatória: o estudante de 27 anos cresceu na zona leste de São Paulo, perto de favelas muito pobres, mas estudou nos melhores colégios da cidade.

Paulo Henrique partiu da teoria de Kuznets, que ficou célebre no Brasil quando o economista e então ministro da fazenda do governo militar Delfim Netto respondeu a críticas contra a alta concentração de renda comparando o país a um bolo que precisava crescer antes de ser repartido. A teoria diz que com o crescimento econômico a desigualdade aumenta apenas até um certo ponto, a partir do qual ela naturalmente diminui. O trabalho de Paulo Henrique mostra que a teoria realmente se concretizou no país ao longo dos anos, mas não foi um processo natural.

O estudante se apoiou em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) referentes ao crescimento econômico e à desigualdade nas décadas de 60, 70, 80, 90 e 2000. Nas três primeiras décadas a concentração de renda só aumentou. Na década de 1980 a situação se estabilizou e só nos últimos anos que a desigualdade começou a diminuir. “No texto mostrei que foram políticas de governo intencionais que provocaram essas mudanças”, explica Paulo. “Elas poderiam ter sido conduzidas de outra maneira”.

O estudante argumenta que a política de arrocho salarial foi uma forma que o governo usou para provocar deliberadamente a concentração de renda nos anos de maior crescimento do regime militar. “Por outro lado, as políticas de melhoria da educação básica na década de 1990 aliadas a contenção da inflação criou o cenário para o aumento do nível de empregos e os salários na década seguinte”, afirma Paulo. “Tudo isso somou-se às políticas sociais dos últimos governos”.

[...]

Texto: UnB Agência

Rir é o melhor remédio



Negociação de Derivativos Explicada - US$ 5,00

Fonte: Aqui

Finanças das finanças, tudo são finanças

"Finanças das finanças, tudo são finanças", diz Machado de Assis (1839-1908), em uma crônica de 1892. A frase tem aquela qualidade esquiva típica do autor. Parece exaltar a importância dos temas financeiros, mas também carrega uma insinuação de censura moral. "Vaidade das vaidades, tudo são vaidades", diz o Eclesiastes – a paráfrase bíblica de Machado trocou o pecado capital pelos pecados do capital. Essa ironia no trato de bolhas financeiras e desvalorizações monetárias dá o tom de A Economia em Machado de Assis (Jorge Zahar; 272 páginas; 44 reais), coletânea organizada pelo economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central. O admirador de Machado terá o prazer de observar a história econômica da virada do Império para a República através do pincenê do autor de Dom Casmurro.

Franco selecionou 39 crônicas (duas delas em forma de versos), que vão de 1883 a 1900. Foi um período economicamente conturbado. Imperava o caos monetário, com vários bancos autorizados a emitir cédulas ou títulos da dívida pública. Entre o fim do Império e o início da República, houve uma explosão de euforia especulativa na Bolsa do Rio de Janeiro, o chamado Encilhamento. Não passou de uma ilusória "bolha", que estourou em 1891, quando Rui Barbosa era ministro da Fazenda(...)

O subtítulo da coletânea é muito apropriado: "O olhar oblíquo do acionista". Machado demonstra um curioso interesse pelas assembléias de acionistas – e critica o desinteresse destes em participar da administração de seus fundos. Várias crônicas repetem a máxima de que o acionista "se importa mais com os dividendos do que com os divisores" (administradores). Nas esclarecedoras introduções e notas às crônicas, Gustavo Franco lembra que o vilão machadiano não é exatamente o acionista que se conhece hoje. A partir de uma sugestão do jurista e historiador Raymundo Faoro, Franco lembra que o termo mais apropriado talvez fosse não "acionista", mas "rentista" – o proprietário ocioso que vive de rendas, como o protagonista de Memórias Póstumas de Brás Cubas. O investimento em ações ao tempo de Machado obedecia a uma lógica estranha: graças à oferta de crédito (e ao mais irresponsável dos fiadores: o governo), garantiam-se dividendos sobre lucros fictícios. Era um investimento sem risco. "Embora aparentado, este não é o capitalismo de nossos dias", observa o organizador da coletânea.

(...) A crítica de Machado ao "acionista" é mais difícil de definir. Seria ele um liberal "moderno" a atacar a irracionalidade de um sistema que era capitalista só pela metade? Ou um empedernido conservador, avesso às inovações do capital financeiro? Machado foge às posições claras. Prefere a postura olímpica de quem se aborrece com temas comezinhos como o déficit público. Essa atitude sobranceira talvez tenha cobrado seu preço: o testamento do escritor, reproduzido no capítulo final de A Economia em Machado de Assis, revela que ele aplicou grande parte de seu patrimônio em apólices de um empréstimo internacional tomado pelo Brasil em 1895. Escritor malicioso, investidor ingênuo: o governo nunca resgataria o valor real dessas apólices.


Fonte: aqui

Inadimplência

A elevação da inadimplência não demonstra que há uma bolha de crédito no Brasil, uma semelhante a da última crise norte-americana, pois o nosso mercado de hipotecas é bastante restrito, e os indivíduos costumam tomar empréstimos com juros fixos, para evitar as flutuações inflacionárias e dos juros. No entanto, a grande preocupação para os bancos no Brasil , é que com a estratégia de reduzir seus passivos, os consumidores estão se desalavancando e movendo para formas mais baratas de dívida . A última coisa que a economia brasileira precisa é de um consumidor reticente. Veja a reportagem da Serasa Experian:


A inadimplência dos consumidores brasileiros cresceu 21,5% em 2011, na comparação com 2010, conforme revela o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor. Foi a maior elevação verificada desde 2002, quando houve um crescimento de 24,7% ante 2001.
Na relação anual (dezembro de 2011 sobre dezembro de 2010), por sua vez, a elevação foi de 13,1%, a menor desde setembro de 2010. Já na comparação entre dezembro e novembro último o levantamento apresentou queda de 2,5%.
Para os economistas da Serasa Experian, o aumento da inflação, que reduziu o rendimento do trabalhador, e os juros ainda elevados afetaram a capacidade de pagamento do consumidor diante de um endividamento crescente em 2011. Cabe destacar que o acumulo de dívidas, de médio e longo prazos, vem desde 2010, ano em que as condições de crédito e do orçamento do consumidor foram mais favoráveis do que em 2011.Leia mais:



Em 2011, o valor médio das dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água), foi de R$ 320,63, o que representou uma queda de 17,3% na comparação com 2010.
Quanto às dívidas com bancos, o valor médio verificado ao longo dos doze meses de 2011 foi de R$ 1.302,12, com redução de 0,7% ante o mesmo acumulado de 2010.
Os títulos protestados, por sua vez, registraram em 2011 um valor médio de R$ 1.372,86, ocasionando um crescimento de 16,0% quando comparado com 2010.Por fim, os cheques sem fundos tiveram, em 2011, um valor médio de R$ 1.359,19, representando um aumento de 8,4% sobre 2010.


Leia mais: http://www.serasaexperian.com.br/release/noticias/2012/noticia_00740.htm#ixzz1j64rLQIX

Recolhimento de tributos nos EUA

Mais de US $ 2 trilhões em tributos são recolhidos anualmente pelo Serviço de Receita Interna dos EUA (IRS). A diferença de imposto, a quantidade de imposto que não foi pago no tempo correto, por empresas e indivíduos nos Estados Unidos, foi de US $ 450 bilhões em 2006, segundo um novo relatório do IRS. O último relatório, que analisou o ano fiscal de 2001, estimou que 345 bilhões de dólares ainda não tinham sido pagos. Em termos de compliance, pouco mudou desde o último relatório, assim, cerca de 83% da receita tributária é paga no tempo certo. Tal como em 2001, a declaração incorreta dos rendimentos, por parte dos indíviduos, constitui a maior parte da diferença de tributos.


Evolução da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas

O gráfico abaixo mostra como têm evoluído as safras de cereais, leguminosas e oleaginosas no Brasil nos últimos 22 anos. Em 2012, a previsão do IBGE é de uma produção de 160,3 milhões de toneladas (0,3% a mais do que foi produzido em 2011) e de uma área a ser cultivada de 50,0 milhões de hectares (um avanço de 2,7% sobre a área plantada no ano anterior). Mas há sinais amarelos: neste momento, a estiagem começa a castigar as plantações no Sul e do Centro-Oeste e as enchentes, as do Sudeste.

Mesmo com a pouca utilização de tecnologia nos campos brasileiros, é uma produtividade fantástica.


11 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

As práticas financeiras islâmicas

Enquanto a incerteza continua a incomodar os mercados mundiais, levando muitos investidores a um recuo total, uma parte do setor financeiro está se expandindo exponencialmente: os ativos financeiros que cumprem os preceitos da lei islâmica cresceram de cerca de US$ 5 bilhões no fim dos anos 1980 para cerca de US$ 1,2 trilhão em 2011.

Essa classe de ativos, que se caracteriza por risco compartilhado entre instituições e clientes, evita muitas das consequências mais graves da crise financeira mundial que começou em 2008. Essa capacidade de resistência, juntamente com vários outras características cruciais, está na base do elevado desempenho e crescente popularidade do mundo financeiro islâmico.

A crise financeira mundial afetou negativamente um pequeno número de instituições financeiras islâmicas, quando a economia real encolheu e alguns emissores de títulos islâmicos não honraram suas dívidas. Mas o compartilhamento de riscos inerente ao mercado financeiro islâmico tornou esses instrumentos mais resistentes à primeira rodada de contágio financeiro que surgiu em 2008. Economistas de renome, como Kenneth Rogoff, da Universidade de Harvard, têm sugerido que o sistema financeiro islâmico comprova as vantagens de maior igualdade e compartilhamento de riscos em relação ao viés convencional que privilegia instrumentos de dívida.

Várias características peculiares tornaram as instituições financeiras islâmicas relativamente estáveis durante a crise. Um desses aspectos é que os instrumentos financeiros islâmicos são garantidos por ativos, assegurando, assim, um vínculo direto entre as operações financeiras e atividades econômicas reais. Os retornos obtidos por instituições de poupança e investimento são intimamente interligados, porque são determinados pelo setor real, e não pelo setor financeiro.

Isso cria um mecanismo de ajuste flexível, para o caso de ocorrerem choques imprevistos. Isso também garante que os valores de ativos reais e de passivos sejam sempre iguais, ao mesmo tempo em que proíbem alavancagem excessiva e diversas formas complicadas de securitização. Além disso, o sistema financeiro islâmico é mais justo: credores e tomadores compartilham riscos e recompensas, o que aumenta o foco em metas de longo prazo e desestimula excessiva tomada de riscos em curto prazo.

Em suma, as instituições financeiras islâmicas tratam seus clientes como parceiros de negócios. Portanto, elas têm fortes incentivos para que avaliem cuidadosamente os pedidos de financiamento e para ajudar os tomadores de empréstimos nos maus momentos, reduzindo assim as pressões no sentido de vender ativos a "preços de liquidação" e minimizando a probabilidade de contágio financeiro. Finalmente, as práticas financeiras islâmicas protegem saldos de depósitos e impedem o crescimento excessivo do crédito.

Instrumentos financeiros islâmicos estão atualmente disponíveis em pelo menos 70 países e representam atualmente cerca de 0,5% do ativos financeiros em todo o mundo. Mas as perspectivas de crescimento rápido e contínuo são fortes. Em seu "Relatório sobre o sistema bancário islâmico mundial" (novembro 2011), o Deutsche Bank projeta uma taxa de 24% de crescimento anual composto para os ativos islâmicos durante os próximos três anos. Há cinco razões principais para essa previsão:

1) Os serviços financeiros islâmicos proporcionam a poupadores e investidores alternativas a instrumentos convencionais.

2) A qualidade dos serviços financeiros islâmicos está melhorando e esses não se limitam a determinados clientes.

3) Instituições financeiras multinacionais convencionais estão cada vez mais oferecendo ativos islâmicos e há um crescente interesse por eles em Londres, Luxemburgo e outras capitais do mundo financeiro.

4) O boom de commodities em alguns países muçulmanos gerou excedentes que precisam ser alocados por meio de intermediários financeiros e fundos de riqueza soberana.

5) Instrumentos financeiros islâmicos podem respeitar a sharia - código moral e lei religiosa islâmica -, bem como enviar sinais de mudança compatíveis com os recentes acontecimentos em vários países de maioria muçulmana.

Mas perceber o potencial do sistema financeiro islâmico exige forte acompanhamento supervisor. As instituições financeiras precisam melhorar o cumprimento dos requisitos para empréstimos e o cumprimento do monitoramento pós-empréstimo. Também é problemático o fato de que, em muitos países, dívidas recebem tratamento tributário vantajoso, o que privilegia alavancagem em detrimento de participação de capital e esquemas de compartilhamento de lucro e prejuízos. Isso precisa mudar.

Além disso, hipotecas, seguros, leasing e microfinanças são subdesenvolvidos, no mundo financeiro islâmico; procedimentos de insolvência e falência devem ser melhorados; e mecanismos para lidar com calotes envolvendo "títulos islâmicos" precisam ser estabelecidos. Finalmente, as instituições financeiras islâmicas precisam responder às preocupações quanto à gestão do risco de liquidez, cumprimento as regras da Basileia.

Embora recentes relatórios enfatizem a dimensão e o crescimento de ativos e instrumentos financeiros islâmicos, é a qualidade dos serviços, contínua inovação financeira e práticas sensatas de gestão de riscos que acabam por definir seu sucesso. Corrigindo suas deficiências, o sistema financeiro islâmico poderá incentivar o crescimento inclusivo em muitos países em desenvolvimento.

Se o esquema financeiro islâmico puder solucionar os principais entraves de regulamentação e de governança corporativa, poderá satisfazer mais necessidades bancárias e de investimentos das pessoas, expandir seu alcance e contribuir para maior estabilidade financeira e inclusão no mundo em desenvolvimento. Isso é algo a que todos deveriam dar boas vindas. (Tradução de Sergio Blum)

Mahmoud Mohieldin é diretor-executivo do Banco Mundial.

O case da galinha


(...) Dan Pallottta, que mantém um blog no website da revista de negócios Harvard Business Review, declarou recentemente que em aproximadamente metade de suas conversas sobre negócios não tem a mínima ideia do que seus interlocutores estão falando. Confessa que, quando jovem, sentia-se tolo por não entender o que as outras pessoas diziam, mas que agora suspeita que a "tolice" seja de seus interlocutores, por não conseguirem se fazer entender.


O autor identifica algumas manifestações curiosas do fenômeno. Uma delas é o “abstracionismo”, a prática de substituir palavras simples e de domínio público por expressões empoladas e complicadas. Por exemplo, uma simples maçaneta pode ser transformada em uma “inovação em acesso residencial” e um investimento duvidoso pode ser magicamente transmutado em uma “aplicação estruturada em derivativos de perfil agressivo”. Outra manifestação é a proliferação de expressões de grande efeito e pouco significado, tais como “pensar fora da caixa”, “quebrar paradigmas”, “provocar inovações de ruptura”, “adotar a estratégia do oceano azul” [??] e “encantar os clientes”.

O fenômeno descrito por Pallotta conta mais de três décadas. Desde os anos 1980, o mundo corporativo vem desenvolvendo dialetos peculiares. A origem tem base comum, mas suas manifestações parecem ter se multiplicado. Primeiro, vieram os consultores, apropriando-se inventivamente do vernáculo para embalar velhas ideias com novos significados. Sua criatividade oral foi retratada com exemplar ironia em uma anedota, popular nos anos 1990, na qual é perguntado a um consultor por que, afinal, uma galinha atravessa a rua, ao que o profissional responde:

“A desregulamentação da economia estava ameaçando sua posição dominante no negócio. A galinha teve de enfrentar desafios para criar e desenvolver as competências essenciais para o novo mercado competitivo. Nossa consultoria orientou a galinha a repensar sua estratégia. Usando um Modelo Galináceo Integrado (MGI), a consultoria ajudou a galinha a usar seu capital social para alinhar os recursos dentro de um framework de classe mundial. Um programa de sete passos foi realizado para alavancar seu capital intelectual, tanto tácito quanto explícito, e possibilitar um aumento da sinergia para agregar valor à cadeia produtiva. Tudo foi conduzido em direção à criação de uma solução holística e sustentável. Em suma: a consultoria ajudou a galinha a tornar-se uma galinha de sucesso”.

Em tempo, a resposta certa seria: para chegar ao outro lado da rua.

Fonte: Os herméticos - Thomaz Wood Jr

Em leilão comportado, KPMG ganha conta do BB

O cenário vivido na tarde de ontem no Banco do Brasil foi o mesmo de 29 de outubro de 2010: PwC, KPMG e Ernst & Young disputaram a conta de serviço de auditoria da instituição em um leilão eletrônico. O resultado também foi igual: a KPMG ganhou o certame e seguirá responsável, em 2012, pela checagem das contas da maior instituição financeira do país.

Apesar das semelhanças entre o início e o fim do processo, a disputa foi bem diferente da vista na primeira ocasião, em que a vencedora arrematou o contrato com um lance de apenas R$ 95 mil, com desconto de 99,5% ante o preço original, após uma dura batalha com a Ernst & Young.

A derrubada dos honorários para um nível tão baixo no leilão anterior, que teve uma repercussão negativa muito grande entre os profissionais do setor, parece ter ensinado algo às firmas de auditoria, que dependem da reputação para sustentar seu negócio.

Na época, auditores de diversas regiões do país divulgaram textos criticando a conduta de KPMG e EY, duas das chamadas “Big Four”, grupo que reúne as quatro grandes auditorias do mundo e conta ainda com Deloitte e PwC.

Do lado dos representantes dos auditores, o que mais se ouviu foram críticas ao modelo do pregão eletrônico usado pelo BB para contratação do serviço. Mas não havia como fugir à realidade de que o sistema não reduz os lances sozinho.

Dessa vez foi tudo diferente. Nenhuma das três auditorias que participaram da disputa reduziu o lance inicial. Com a proposta mais barata, de R$ 6,39 milhões, a KPMG saiu vencedora. A Ernst Young Terco havia proposto cobrar R$ 9,72 milhões e a PwC tinha pedido R$ 13,8 milhões.

Em 2010, a KPMG tinha pedido inicialmente R$ 19,6 milhões, enquanto a PwC colocou lance de R$ 12,5 milhões e a Ernst & Young, de R$ 6,0 milhões.

Embora o preço tenha subido de um ano para o outro, o BB seguirá pagando menos que seus pares pelo serviço. Em 2010, o Bradesco pagou R$ 33,7 milhões para a PwC, antes de trocá-la pela KPMG em 2011. Também em 2010, o Itaú pagou R$ 40,9 milhões à PwC, enquanto o Santander remunerou a Deloitte em R$ 9 milhões.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

Olympus

A fabricante japonesa de máquinas fotográficas Olympus apresentou um processo contra 19 executivos, por prejuízos causados à companhia em uma fraude contábil. O processo foi aberto no domingo por auditores em nome da empresa no tribunal distrital de Tóquio.

Entre os executivos incluídos no processo está o ex-executivo-chefe Tsuyoshi Kikukawa, o atual presidente (CEO), Shuichi Takayama, e outros 17 executivos de alto escalão da empresa que, de acordo com a acusação contida no processo, participaram ou tinham conhecimento da fraude.

A Olympus afirma que as perdas relacionadas ao escândalo da fraude chegam a 85,9 bilhões de ienes (US$ 1,1 bilhão). A companhia exige o pagamento de 3,6 bilhões de ienes (US$ 47 milhões) por danos ao ex-executivo-chefe. No caso dos demais acusados, a compensação exigida pela companhia é menor, incluindo 1 bilhão de ienes (US$ 13 milhões) do presidente da empresa, Masatoshi Kishimoto.

Seis membros do conselho implicados no relatório, incluindo Takayama, deverão renunciar na próxima reunião de acionistas, prevista para março ou abril. Há expectativa de que a companhia também eleja um sucessor para Takayama. Entre os candidatos estão os diretores da empresa Masataka Suzuki, Kazuhiro Watanabe e Shinichi Nishigaki —que, segundo a investigação, não partiparam do escândalo.

Fonte: Cibelle Bouças Valor, com agências internacionais

Aviação

De acordo com a Ascend, 2011 foi o ano mais seguro para a aviação. Houve 25 acidentes fatais , um pouco abaixo da média dessa década, de 26,6 acidentes. Mas , a taxa de tais acidentes de um por 1.52 milhão de voos foi a melhor da história, batendo ligeiramente taxa de 2009, de um por 1.51 milhão.

Os cinco piores acidentes : dois no Congo, dois na Rússia e uma no Irã , foram responsáveis ​​por 250 mortes, grande parte do total das 401 deste ano. Isso foi o equivalente a uma morte por 7,1 milhão de passageiros, uma taxa muito melhor que 2004 (anteriormente o ano mais seguro, segundo essa métrica), quando houve uma morte por 6,4 milhão de passageiros (e 434 mortes no total).

Paul Hayes, diretor de segurança da Ascend , disse em comunicado que: "As companhias aéreas estão ficando mais seguro e, em média, as operações de linhas aéreas globais são agora duas vezes mais seguras que há 15 anos."

10 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Imposto na nota fiscal

Na economia, não bastam boas ideias. Elas precisam ser viáveis. Seus custos não de­vem exceder os benefícios e, assim, evi­tar perdas para a sociedade. Exemplo de boa ideia é explicitar os impostos na nota fiscal. Ao saber quanto paga, diz-se, o consumidor se conscientizaria do seu enorme custo, cobraria do governo a adequada aplicação dos recursos e forneceria apoio político para a realização da reforma tributária. Tudo muito correto. O dia­bo, como sempre, mora nos detalhes. O custo excederia os benefícios.

Os defensores da ideia se inspiram em exem­plo não aplicável ao Brasil, o do sales fax ameri­cano, um imposto sobre vendas a varejo cujo valor é registrado na nota. O Brasil utiliza um método distinto, o do imposto sobre o valor agre­gado, que é arrecadado ao longo da cadeia de produção e consumo. O sales faX existe somente nos Estados Unidos e em uma ilha do Caribe. Por incidir apenas na venda final, tem elevado poten­cial de sonegação, o que é minimizado por suas alíquotas relativamente baixas, a maioria entre 6% e 8%. Isso só é possível nos Estados Unidos porque o grosso da carga tributária americana vem de impostos sobre a renda e a propriedade, e não sobre o consumo, como no Brasil.

A ideia de explicitar os impostos na nota fiscal é boa em tese, mas custosa e arriscada. Devem existir formas mais eficazes de mobilizar a sociedade em favor da reforma tributária O sales fax não é tão simples quanto se pensa.

(...) Se a explicitação dos impostos na nota viesse a ,ser aprovada, haveria enorme elevação dos custos de transação, derivada do aumento da complexa teia de normas e obrigações. No Bra­sil, as empresas gastam 2600 horas anuais para cumprir obrigações tributárias (nos países ricos, menos de 200 horas em média). (...)


Imposto da nota fiscal - 9 de Janeiro de 2012 - Veja. Imagem aqui

Deloitte

A geração Y é a geração composta pelos jovens nascidos após 1980. É também chamada de geração internet.Uma pesquisa recente (via aqui) mostrou que a Deloitte é a maior empregadora para a Geração Y.

Emergentes e vendas de carros

De acordo com o Scotia Bank, em 2012 , os mercados emergentes vão superar os desenvolvidos ,em vendas de carros:

A China é a grande responsável pelo crescimento das vendas.Em 2018, o país irá comprar 11 milhões de unidades de automóveis a mais que em 2011, assim, será responsável por 28% das vendas mundiais, enquanto os americanos responderão por 18% do total. Além disso, assim como os EUA, a China é importadora líquida de carros , ou seja, importa mais veículos do que produz. Em 2010, comprou 253 mil veículos a mais que produziu no mesmo período. Para 2018, a projeção é de que as compras chinesas superem sua produção, em 2,3 milhão de carros.É uma ótima notícia para as montadoras japonesas, sul-coreanas , e para a Europa que é uma grande exportadora de carros.

Ademais, o mercado de carros de luxo é cada vez mais dominado por compradores chineses. A Rolls-Royce, Ferrari , Aston Martin, Lamborghini estão faturando com a crescente demanda. Provável explicação: carro é sinônimo de status e uma forma de demonstrar riqueza. Assim, com o número crescente de novos ricos na China, é bem factível que o interesse por modelos de luxo seja cada vez maior. Conforme Dominique Moisi: " Eles sonham em consumir como os ocidentais e nosso pesadelo é trabalhar como eles."

1º Exame de Suficiência de 2012

De 12 de janeiro a 13 fevereiro estarão abertas as inscrições para o 1º Exame de Suficiência de 2012, cujas provas serão realizadas no dia 25 de março próximo. Essas informações estão no Edital do Exame, publicado hoje, 9 de janeiro, pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), no Diário Oficial da União (DOU) - Seção 3.

A aprovação no Exame de Suficiência é requisito para a obtenção ou o restabelecimento de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (CRC), conforme estabelecido pela Lei nº 12.249/2010. As normas que regem o Exame estão previstas na Resolução CFC nº 1.373/2011.

O Exame de Suficiência é constituído de provas em duas modalidades: para bacharéis em Ciências Contábeis e para Técnicos em Contabilidade. As provas do 1º Exame de 2012 serão executadas pela Fundação Brasileira de Contabilidade (FBC), entidade contratada pelo CFC para a realização do certame em todo o território nacional.

Fonte: CFC