07 agosto 2011
Desenvolvimento da contabilidade norte-americana: Parte II
Desenvolvimento da contabilidade norte-americana: Parte II - Por Isabel Sales
As associações profissionais que auxiliaram o desenvolvimento da contabilidade nos Estados Unidos – AAA e AICPA – merecem uma postagem específica.
AAA
Em 1916 foi criado a American Association of University Instructors in Accounting, que primeiramente voltou-se para o desenvolvimento do currículo universitário (NIYAMA, 2006). Suas primeiras publicações formais eram trabalhos apresentados em reuniões anuais, mas a partir de março de 1926 iniciou-se a publicação da revista The Accounting Review. Atualmente o órgão também apoia o journal Accounting Horizons.
O nome da Associação foi alterado em 1936 para American Accounting Association, ano em que foi publicada a primeira de uma série de trabalhos sobre Princípios da Contabilidade. (Em 1940 foi publicado o estudo que recebeu maior destaque, An Introduction to Corporate Accounting Standards, escrita por Paton e Littleton).
Hendriksen e Van Breda (1999) ressaltam que o enfoque geral do comitê executivo era o de recomendar princípios básicos, mas amplos, nos quais as demonstrações financeiras das empresas poderiam se apoiar.
AICPA
Em 1887 foi formada a Associação Americana de Contadores Públicos (American Association of Public Accountants – AAPA) tendo como seu órgão oficial o Journal of Accountancy. Concomitantemente, surgiram associações independentes por todo o país, tendo em 1896 seus membros sido reconhecidos legalmente pelo Estado de Nova Iorque, o que os permitiu denominarem-se contadores públicos registrados, caso fossem certificados por diretores de universidades estaduais (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).
Oliveira (2003) acrescenta que, em consequência às críticas decorrentes do sentimento de fracasso, a AAPA reavaliou o alcance de suas atividades. Foi decidido que a Associação seria reorganizada e, em 1916, seu nome foi alterado para The Institute of Accountants in the United States of American – IAUSA. O Instituto teve vida curta e teve seu nome novamente alterado, dessa vez para American Institute of Accountants – AIA em 1917.
Em 1921, conforme Hendriksen e Van Breda (1999), “uma dissidência formou a Sociedade Americana de Contadores Públicos Registrados (American Society of Certified Public Accountants – ASCPA), sendo o único critério para admissão a posse de um certificado emitido por um estado”.
Essas duas organizações (AIA e ASCPA) contrastaram por quinze anos em busca da representação dos contadores americanos. Finalmente em 1936 as duas organizações se uniram e passaram a cobrar um certificado válido de contador público registrado. Em 1957 o nome foi alterado para Instituto Americano de Contadores Públicos Registrados (American Institute of Certified Public Accountants – AICPA) (OLIVEIRA, 2003). Nessa época, a entidade criou vários comitês e conselhos para o desenvolvimento dos princípios contábeis, dentre eles o Comitê de Procedimentos Contábeis – CAP, em 1938; a Junta de Princípios Contábeis (APB), em 1959; e, como órgão independente do AICPA, a Junta de Princípios e Padrões Contábeis (FASB), em 1972 (NIYAMA, 2006).
Referências
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
NIYAMA, J. K. Contabilidade Internacional. São Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, A. D. Evolução da Terminologia Princípio Contábil Baseada na Escola Norte-Americana. 2003. 173 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Curso de Ciências Contábeis, Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da UnB, UFPB, UFPE e UFRN. Universidade Federal de Pernambuco, 2003.
As associações profissionais que auxiliaram o desenvolvimento da contabilidade nos Estados Unidos – AAA e AICPA – merecem uma postagem específica.
AAA
Em 1916 foi criado a American Association of University Instructors in Accounting, que primeiramente voltou-se para o desenvolvimento do currículo universitário (NIYAMA, 2006). Suas primeiras publicações formais eram trabalhos apresentados em reuniões anuais, mas a partir de março de 1926 iniciou-se a publicação da revista The Accounting Review. Atualmente o órgão também apoia o journal Accounting Horizons.
O nome da Associação foi alterado em 1936 para American Accounting Association, ano em que foi publicada a primeira de uma série de trabalhos sobre Princípios da Contabilidade. (Em 1940 foi publicado o estudo que recebeu maior destaque, An Introduction to Corporate Accounting Standards, escrita por Paton e Littleton).
Hendriksen e Van Breda (1999) ressaltam que o enfoque geral do comitê executivo era o de recomendar princípios básicos, mas amplos, nos quais as demonstrações financeiras das empresas poderiam se apoiar.
AICPA
Em 1887 foi formada a Associação Americana de Contadores Públicos (American Association of Public Accountants – AAPA) tendo como seu órgão oficial o Journal of Accountancy. Concomitantemente, surgiram associações independentes por todo o país, tendo em 1896 seus membros sido reconhecidos legalmente pelo Estado de Nova Iorque, o que os permitiu denominarem-se contadores públicos registrados, caso fossem certificados por diretores de universidades estaduais (HENDRIKSEN; VAN BREDA, 1999).
Oliveira (2003) acrescenta que, em consequência às críticas decorrentes do sentimento de fracasso, a AAPA reavaliou o alcance de suas atividades. Foi decidido que a Associação seria reorganizada e, em 1916, seu nome foi alterado para The Institute of Accountants in the United States of American – IAUSA. O Instituto teve vida curta e teve seu nome novamente alterado, dessa vez para American Institute of Accountants – AIA em 1917.
Em 1921, conforme Hendriksen e Van Breda (1999), “uma dissidência formou a Sociedade Americana de Contadores Públicos Registrados (American Society of Certified Public Accountants – ASCPA), sendo o único critério para admissão a posse de um certificado emitido por um estado”.
Essas duas organizações (AIA e ASCPA) contrastaram por quinze anos em busca da representação dos contadores americanos. Finalmente em 1936 as duas organizações se uniram e passaram a cobrar um certificado válido de contador público registrado. Em 1957 o nome foi alterado para Instituto Americano de Contadores Públicos Registrados (American Institute of Certified Public Accountants – AICPA) (OLIVEIRA, 2003). Nessa época, a entidade criou vários comitês e conselhos para o desenvolvimento dos princípios contábeis, dentre eles o Comitê de Procedimentos Contábeis – CAP, em 1938; a Junta de Princípios Contábeis (APB), em 1959; e, como órgão independente do AICPA, a Junta de Princípios e Padrões Contábeis (FASB), em 1972 (NIYAMA, 2006).
Referências
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
NIYAMA, J. K. Contabilidade Internacional. São Paulo: Atlas, 2006.
OLIVEIRA, A. D. Evolução da Terminologia Princípio Contábil Baseada na Escola Norte-Americana. 2003. 173 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Curso de Ciências Contábeis, Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da UnB, UFPB, UFPE e UFRN. Universidade Federal de Pernambuco, 2003.
Bloqueio de escritor: impaciência
Bloqueio de escritor: impaciência - Por Isabel Sales
Nós já falamos sobre como a depressão que rodeia alguns momentos da pós-graduação podem causar o bloqueio de escritor. Hoje vamos falar sobre como a impaciência pode te atrapalhar tanto quanto a disforia ou ainda mais. ... Isso pode parecer contraditório a primeira vista. Você deve pensar: “como correr para completar algo pode ser considerado um bloqueio?”.
Eu sou uma pessoa levemente impaciente então escrevo com um tanto de experiência, mas também, como na postagem anterior, repasso os conselhos de Peg Boyle Single, Ph. D, autora do livro “Demystifying dissertation writing”, sem publicação em português.
A impaciência ajuda o bloqueio via um senso de urgência: não é realizada uma quantidade suficiente de pré-escrita (como, por exemplo, fazer anotações, o delineamento conceitual) para permitir a preparação que uma boa escrita demanda; não são realizadas reescritas ou revisões o suficiente para conduzir a escrita de uma forma polida e livre de erros; não se escreve o suficiente de modo confortável e não cansativo.
Se você passa pelo estágio da impaciência, pode utilizar algumas estratégias para superá-la. O bloqueio de escritor ocorre quando não se está pronto para escrever. Se você lida com a impaciência, é particularmente importante que complete um longo delineamento de referências antes de começar a escrever em prosa.
[Você pode até pensar que pode se jogar (ou se sentir tentado a escrever, mesmo sabendo que ainda não deveria) e que tem o suficiente para dizer sobre o seu projeto, mas você frequentemente perceberá que, por não estar preparado ainda, terá que reescrever muito do que já foi feito.] Portanto, leve o tempo necessário para que você faça a pré-escrita indispensável e as suas chances de superar a impaciência aumentam dramaticamente.
Frequentemente, quem é impaciente também tem a tendência a começar vários projetos ao mesmo tempo e até o entusiasmo necessário para se desempenhar bem, mas isso não é produtivo, já que provavelmente não há aprofundamento o suficiente nessas atividades. Então mantenha os seus projetos em controle. Restrinja as suas atividades. Por exemplo, proponha-se a não participar de um novo artigo até que a proposta da sua dissertação esteja completa. Você estará melhor se tiver uma ou duas apresentações e uma dissertação completa do que cinco ou seis apresentações e TMD (tudo menos dissertação, ou all but dissertation – ABD). Mantenha o foco.
Peg tem uma regra de 24 h: não concorde com nenhuma atividade ou responsabilidade adicional, não importa o quão convidativas, sem pensar por ao menos 24 h no assunto. Tente responder algo como: “Essa é um grande oportunidade, obrigada. Posso pensar nisso até amanhã ou até o fim da semana e te retornar?”. Esteja preparado com essa resposta ao te pedirem para participar de algo. Claro, você pode modificar um pouquinho... desde que essa alteração não envolva respostas nessa linha: “Sim! Claro!!! Será um prazer!!! Obrigada pela oportunidade! Eu tenho que escrever uma dissertação, mas vai ser ótimo me distrair com algo diferente! Pode anotar aí o meu nome pois com certeza participarei!”, ok?
Além disso, acrescente intervalos a sua rotina regular de escrita. Nós, impacientes, temos a mania de escrever horas a fio até que a nossa mão comece a doer (ou a cabeça, ou a vista, ou as costas, ...) ou ter câimbras. Escreva por quarenta e cinco minutos, pare, respire, alongue-se. Isso ajudará a prevenir problemas graves como lesões por esforços repetitivos.
No livro há a indicação de que se você é impaciente, talvez tenha sido muito desapontado no passado ou tenha expectativas altamente irreais. Portanto, liberte-se – tenha expectativas reais e alcançáveis. Não tente quebrar recordes e ganhar prêmios, isso poderá se virar contra você. Expectativas irreais quanto a sua escrita podem criar bloqueios e te impedir de se engajar em uma rotina regular de escrita, que é muito importante para que se complete um projeto grande e intimidador. Enquanto você se volta para a sua impaciência, perceba que o processo da escrita é sobre ser mortal, perceber as suas limitações, se perdoar e seguir em frente.
Todos nós temos defeitos e limitações. O diferencial é estar disposto a superá-los de forma correta e realista.
Nós já falamos sobre como a depressão que rodeia alguns momentos da pós-graduação podem causar o bloqueio de escritor. Hoje vamos falar sobre como a impaciência pode te atrapalhar tanto quanto a disforia ou ainda mais. ... Isso pode parecer contraditório a primeira vista. Você deve pensar: “como correr para completar algo pode ser considerado um bloqueio?”.
Eu sou uma pessoa levemente impaciente então escrevo com um tanto de experiência, mas também, como na postagem anterior, repasso os conselhos de Peg Boyle Single, Ph. D, autora do livro “Demystifying dissertation writing”, sem publicação em português.
A impaciência ajuda o bloqueio via um senso de urgência: não é realizada uma quantidade suficiente de pré-escrita (como, por exemplo, fazer anotações, o delineamento conceitual) para permitir a preparação que uma boa escrita demanda; não são realizadas reescritas ou revisões o suficiente para conduzir a escrita de uma forma polida e livre de erros; não se escreve o suficiente de modo confortável e não cansativo.
Se você passa pelo estágio da impaciência, pode utilizar algumas estratégias para superá-la. O bloqueio de escritor ocorre quando não se está pronto para escrever. Se você lida com a impaciência, é particularmente importante que complete um longo delineamento de referências antes de começar a escrever em prosa.
[Você pode até pensar que pode se jogar (ou se sentir tentado a escrever, mesmo sabendo que ainda não deveria) e que tem o suficiente para dizer sobre o seu projeto, mas você frequentemente perceberá que, por não estar preparado ainda, terá que reescrever muito do que já foi feito.] Portanto, leve o tempo necessário para que você faça a pré-escrita indispensável e as suas chances de superar a impaciência aumentam dramaticamente.
Frequentemente, quem é impaciente também tem a tendência a começar vários projetos ao mesmo tempo e até o entusiasmo necessário para se desempenhar bem, mas isso não é produtivo, já que provavelmente não há aprofundamento o suficiente nessas atividades. Então mantenha os seus projetos em controle. Restrinja as suas atividades. Por exemplo, proponha-se a não participar de um novo artigo até que a proposta da sua dissertação esteja completa. Você estará melhor se tiver uma ou duas apresentações e uma dissertação completa do que cinco ou seis apresentações e TMD (tudo menos dissertação, ou all but dissertation – ABD). Mantenha o foco.
Peg tem uma regra de 24 h: não concorde com nenhuma atividade ou responsabilidade adicional, não importa o quão convidativas, sem pensar por ao menos 24 h no assunto. Tente responder algo como: “Essa é um grande oportunidade, obrigada. Posso pensar nisso até amanhã ou até o fim da semana e te retornar?”. Esteja preparado com essa resposta ao te pedirem para participar de algo. Claro, você pode modificar um pouquinho... desde que essa alteração não envolva respostas nessa linha: “Sim! Claro!!! Será um prazer!!! Obrigada pela oportunidade! Eu tenho que escrever uma dissertação, mas vai ser ótimo me distrair com algo diferente! Pode anotar aí o meu nome pois com certeza participarei!”, ok?
Além disso, acrescente intervalos a sua rotina regular de escrita. Nós, impacientes, temos a mania de escrever horas a fio até que a nossa mão comece a doer (ou a cabeça, ou a vista, ou as costas, ...) ou ter câimbras. Escreva por quarenta e cinco minutos, pare, respire, alongue-se. Isso ajudará a prevenir problemas graves como lesões por esforços repetitivos.
No livro há a indicação de que se você é impaciente, talvez tenha sido muito desapontado no passado ou tenha expectativas altamente irreais. Portanto, liberte-se – tenha expectativas reais e alcançáveis. Não tente quebrar recordes e ganhar prêmios, isso poderá se virar contra você. Expectativas irreais quanto a sua escrita podem criar bloqueios e te impedir de se engajar em uma rotina regular de escrita, que é muito importante para que se complete um projeto grande e intimidador. Enquanto você se volta para a sua impaciência, perceba que o processo da escrita é sobre ser mortal, perceber as suas limitações, se perdoar e seguir em frente.
Todos nós temos defeitos e limitações. O diferencial é estar disposto a superá-los de forma correta e realista.
Difamação virtual é crime?
Uma mensagem de 140 caracteres é o ingrediente mais recente do debate sobre os limites no uso da internet. Decisão do 4º Juizado Especial Criminal do estado do Rio de Janeiro mostra que difamar alguém pela rede mundial de computadores é tão criminoso quanto em qualquer outro ambiente. A decisão judicial confirmou acordo em que acusado de difamação concordou em pagar multa de R$ 600 por uma mensagem postada no Twitter.
Especialistas da Universidade de Brasília e de outros estados afirmam que o resultado do processo derruba o mito de que a internet é território livre. "Há uma falsa idéia de que a internet é um ambiente onde se pode fazer qualquer coisa", afirma Davi Diniz, procurador da UnB e professor da Faculdade de Direito. "Essa e outras decisões semelhantes mostram exatamente o contrário", diz. Os especialistas também defendem que as penalidades não enfraquecem a liberdade de expressão. "Pelo contrário, reforçam", acredita Fernando Botelho, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e perito em direito na rede. [...]
“O número de ações vem crescendo vertiginosamente”, afirma [o desembargador Fernando Botelho]. Ele lembra também que a derrubada da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal criou um hiato legal. "Com a derrubada, ficou revogado o direito de resposta", diz.
Segundo o desembargador, mais de 90% das condenações em processos por crimes cometidos no ambiente da internet são por calúnia, difamação, injúria, ameaças, inclusive no ambiente conjugal, e exposição da intimidade. “O que as ações confirmam é que tanto faz agredir alguém pessoalmente, por um megafone ou pela internet”, disse. "A diferença é que na internet é mais difícil localizar o autor do crime", completou.
Para Davi Diniz, a dificuldade de identificar a autoria de crimes alimenta outro mito: o da segurança do anonimato. "Não existe anonimato na internet. Do ponto de vista tecnológico, qualquer um que praticar uma ofensa ou outro crime pode ser identificado", afirma.
Fernando Botelho lembra ainda que outras 66 ações nos cinco tribunais estaduais com maior volume de ações do Judiciário, equivalente a 70% da jurisdição brasileira, condenaram provedores de internet por material veiculado em blogs e redes sociais, como o Twitter e o Facebook. "O sentido preponderante dessas ações é o de que o provedor tem responsabilidade sobre o conteúdo porque manteve o conteúdo ofensivo", explica. Nas decisões mais brandas, segundo ele, os juizes entenderam que para ser responsabilizado o provedor teria de ter sido
notificado. [...]
Fonte: Portal Universidade
Especialistas da Universidade de Brasília e de outros estados afirmam que o resultado do processo derruba o mito de que a internet é território livre. "Há uma falsa idéia de que a internet é um ambiente onde se pode fazer qualquer coisa", afirma Davi Diniz, procurador da UnB e professor da Faculdade de Direito. "Essa e outras decisões semelhantes mostram exatamente o contrário", diz. Os especialistas também defendem que as penalidades não enfraquecem a liberdade de expressão. "Pelo contrário, reforçam", acredita Fernando Botelho, desembargador do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e perito em direito na rede. [...]
“O número de ações vem crescendo vertiginosamente”, afirma [o desembargador Fernando Botelho]. Ele lembra também que a derrubada da Lei de Imprensa pelo Supremo Tribunal Federal criou um hiato legal. "Com a derrubada, ficou revogado o direito de resposta", diz.
Segundo o desembargador, mais de 90% das condenações em processos por crimes cometidos no ambiente da internet são por calúnia, difamação, injúria, ameaças, inclusive no ambiente conjugal, e exposição da intimidade. “O que as ações confirmam é que tanto faz agredir alguém pessoalmente, por um megafone ou pela internet”, disse. "A diferença é que na internet é mais difícil localizar o autor do crime", completou.
Para Davi Diniz, a dificuldade de identificar a autoria de crimes alimenta outro mito: o da segurança do anonimato. "Não existe anonimato na internet. Do ponto de vista tecnológico, qualquer um que praticar uma ofensa ou outro crime pode ser identificado", afirma.
Fernando Botelho lembra ainda que outras 66 ações nos cinco tribunais estaduais com maior volume de ações do Judiciário, equivalente a 70% da jurisdição brasileira, condenaram provedores de internet por material veiculado em blogs e redes sociais, como o Twitter e o Facebook. "O sentido preponderante dessas ações é o de que o provedor tem responsabilidade sobre o conteúdo porque manteve o conteúdo ofensivo", explica. Nas decisões mais brandas, segundo ele, os juizes entenderam que para ser responsabilizado o provedor teria de ter sido
notificado. [...]
Fonte: Portal Universidade
06 agosto 2011
Rir é o melhor remédio
Três lógicos entram num bar.
O Garçom pergunta:
"Alguém gostaria de tomar uma cerveja?"
O primeiro lógico diz: "Eu não sei"
O segundo lógico diz: "Eu não sei"
O terceiro lógico diz: "Não"
Fonte: Aqui
"Alguém gostaria de tomar uma cerveja?"
O primeiro lógico diz: "Eu não sei"
O segundo lógico diz: "Eu não sei"
O terceiro lógico diz: "Não"
Fonte: Aqui
Rebaixamento
O rebaixamento da nota dos Estados Unidos foi recebido de maneira diferente no mercado. Ritholtz considera uma ironia que as agências, que contribuíram para crise econômica, tenham dado esta notícia agora. E diz que as agências são corruptas, devendo ser banidas.
O Financial Times tem o link para o comunicado da SP. Mas lembra que isto não faz sentido, tanto é que a notícia aconteceu na sexta-feira de noite.
Ellis reconhece que o rebaixamento é merecido, sendo matematicamente correta, mas insana em termos políticos.
CVC na CVM
Por Isabel Sales
A empresa de turismo CVC entrou hoje (5 de agosto) com um pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Processo: RJ-2011-09174
Entrada: 05/08/2011
Emissora: CVC BRASIL OPERADORA E AGÊNCIA DE VIAGENS SA
Diretor de relações com investidores: LUIZ FERNANDO FOGAÇA
Objeto Social: HOSPEDAGEM E TURISMO
A equipe do Valor Online entrou em contato com a empresa, que não esta liberando detalhes sobre a transação.
Leia mais sobre a CVC no seu portal de 'relacionamento com investidores', aqui.
A empresa de turismo CVC entrou hoje (5 de agosto) com um pedido de registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Processo: RJ-2011-09174
Entrada: 05/08/2011
Emissora: CVC BRASIL OPERADORA E AGÊNCIA DE VIAGENS SA
Diretor de relações com investidores: LUIZ FERNANDO FOGAÇA
Objeto Social: HOSPEDAGEM E TURISMO
A equipe do Valor Online entrou em contato com a empresa, que não esta liberando detalhes sobre a transação.
Leia mais sobre a CVC no seu portal de 'relacionamento com investidores', aqui.
Investidores temem que Estado não consiga salvar economia
Resumindo os diversos comentários de analistas publicados em serviços internacionais de informações financeiras, a forte queda nas bolsas de valores do mundo reflete, grosso modo, temores de que Estados não consiga reanimar a economia, no caso dos EUA, e remover os problemas relacionados às dívidas, no caso de países europeus.
Em outras palavras, investidores temem não poder contar com recursos públicos em quantidade suficiente para acalmar os mercados.
“Nota-se que líderes políticos e presidentes de bancos centrais estão visivelmente preocupados. O problema é: ‘Ainda restam balas no arsenal do governo para ajudar?’ Os investidores percebem que a economia está muito frágil, mas não está claro se os governos são capazes de prover ajuda necessária”, disse um estrategista da BlackRock ao site do “Wall Street Journal”.
Nos EUA, surgiu a especulação de que o banco central imprima mais dinheiro para estimular a economia, um QE3 – “quantitative easing 3”, uma terceira edição do programa de criar dinheiro. “Dado que o QE2 acabou de terminar, seria bom [o Federal Reserve] esperar, porque o impacto de um outro programa desse tipo neste momento é questionável”, afirmou à Bloomberg o Alfred Broaddus, ex-presidente da unidade do Fed em Richmond.
“Temos uma economia fraca [...] e o resto do mundo está começando a implodir em diversas regiões, especialmente na Europa. É natural que as pessoas reajam com medo”, afirmou, ao mesmo site, o presidente da James Advantage Funds.
A agência Bloomberg notou que, em certo momento do dia, o mercado brasileiro de ações era um dos que puxavam uma retração de 4% em um índice global de ações, o MSCI All-Country World Index. Depois, tal índice se recuperou, de modo que o Brasil não foi mais citado.
Sílvio Guedes Crespo - Radar Econômico
Em outras palavras, investidores temem não poder contar com recursos públicos em quantidade suficiente para acalmar os mercados.
“Nota-se que líderes políticos e presidentes de bancos centrais estão visivelmente preocupados. O problema é: ‘Ainda restam balas no arsenal do governo para ajudar?’ Os investidores percebem que a economia está muito frágil, mas não está claro se os governos são capazes de prover ajuda necessária”, disse um estrategista da BlackRock ao site do “Wall Street Journal”.
Nos EUA, surgiu a especulação de que o banco central imprima mais dinheiro para estimular a economia, um QE3 – “quantitative easing 3”, uma terceira edição do programa de criar dinheiro. “Dado que o QE2 acabou de terminar, seria bom [o Federal Reserve] esperar, porque o impacto de um outro programa desse tipo neste momento é questionável”, afirmou à Bloomberg o Alfred Broaddus, ex-presidente da unidade do Fed em Richmond.
“Temos uma economia fraca [...] e o resto do mundo está começando a implodir em diversas regiões, especialmente na Europa. É natural que as pessoas reajam com medo”, afirmou, ao mesmo site, o presidente da James Advantage Funds.
A agência Bloomberg notou que, em certo momento do dia, o mercado brasileiro de ações era um dos que puxavam uma retração de 4% em um índice global de ações, o MSCI All-Country World Index. Depois, tal índice se recuperou, de modo que o Brasil não foi mais citado.
Sílvio Guedes Crespo - Radar Econômico
Desenvolvimento da contabilidade norte-americana: Parte I
Desenvolvimento da contabilidade norte-americana: Parte I - Por Isabel Sales
Devido aos últimos acontecimentos em torno da economia norte-americana, achei interessante relembrar (ou ressaltar? ou aprender?) alguns pontos da história da contabilidade norte-americana que afetaram o desenvolvimento da nossa profissão.
Com a Revolução Industrial, segundo Hendriksen e Van Breda (1999), a manufatura se desenvolveu para atender a demanda. Como houve aumento da necessidade por capital, os bancos surgiram para fornecê-lo. De tal modo, em 1773 foi criada a Bolsa de Valores de Londres, seguida pela Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1792. Nessa época a contabilidade norte-americana começou as suas tentativas de melhoria. Foi o momento em que a contabilidade evoluiu de ferramenta de controle de riqueza patrimonial à importante instrumento de prestação de informações para a decisão de usuários (NIYAMA; SILVA, 2009).
Conforme Schroeder, Clark e Cathey (2009), as ferrovias se tornaram grande influência para a economia. As companhias ferroviárias criaram a necessidade de indústrias de suporte, o que, em troca, levou ao aumento de empresas acionárias no mercado e, consequente, ao aumento da demanda por contadores treinados.
Em 1876 a Railway Commissioners of Massachusetts exigiu que as ferrovias contratassem contadores e em 1879, com a iniciativa da Interstate Commerce Commission (ICC), um sistema de contabilidade foi adotado nacionalmente. Em 1907 a ICC publicou regras para classificar despesas operacionais. Nessa publicação havia um esquema para que a depreciação fosse debitada mensalmente, com a opção de não o fazer (ou incluir como despesa acumulada) se a empresa estivesse perdendo dinheiro. Em 1923 a ICC tornou a depreciação obrigatória, despertando a manifestação opositora das ferrovias que alegaram a esse ser um mecanismo desnecessário, enganoso e impossível de ser calculado com precisão. Em 1932 a contabilização da depreciação foi imediatamente suspensa, até 1943, em conseqüência à Depressão. Segundo Most (1982), a omissão do cálculo da depreciação foi indubitavelmente um dos fatores que permitiu às ferrovias operar e atrair capital mesmo após a obsolescência as tornarem um fardo para a economia.
Ainda conforme os relatos de Most (1982), a Bolsa de Valores de Nova Iorque é mais antiga que a Revolução Americana, porém apenas em 1866 foi determinado que as empresas listadas arquivassem seus demonstrativos financeiros. Uma das principais razões para isso foi a flutuação dos preços das ações de ferrovias em consequência tanto à ignorância de investidores quanto à manipulação dos barões das ferrovias.
Niyama e Silva (2009) apontam que essa foi uma época em que a economia americana apresentou crescimento nas atividades industriais, demandando atenção do governo para que não houvesse monopólio das atividades. Para tanto, em 1890 surgiu a Lei Antitruste Sherman, posteriormente substituída, em 1914, pela Lei Antitruste Clayton com a finalidade de regular a contabilidade societária. No mesmo ano foi criada a Federal Trade Commission para proteger o consumidor e suprimir práticas de negócios desleais.
A queda da Bolsa em 1929 prejudicou a confiança dos usuários do mercado de capitais. Em 1934, o Congresso norte-americano criou a Securities and Exchange Comission (SEC) para restabelecer a confiança da sociedade. Niyama e Silva (2009) acrescentam que:
“até essa data, os investidores estavam protegidos por leis estaduais que regulavam a oferta e venda de títulos para protegê-los de fraudes. Estas leis são conhecidas coloquialmente como blue sky law. Neste mesmo ano [1934] surgiu o Securities Exchange Act, que regulava o mercado secundário de títulos. É interessante notar que esta legislação considerava uma obrigação da empresa em apurar, de forma precisa, sua contabilidade e manter um sistema de controle interno suficiente, de acordo com os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos”.
Referências
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
MOST, K. S. Accounting Theory. 2 ed. Ohio: Grid Publishing, 1982.
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHROEDER, R. G.; CLARK, M. W.; CATHEY, J. M. Financial Accounting Theory and Analysis: Text and Cases. Estados Unidos: Wiley, 2009.
Devido aos últimos acontecimentos em torno da economia norte-americana, achei interessante relembrar (ou ressaltar? ou aprender?) alguns pontos da história da contabilidade norte-americana que afetaram o desenvolvimento da nossa profissão.
Com a Revolução Industrial, segundo Hendriksen e Van Breda (1999), a manufatura se desenvolveu para atender a demanda. Como houve aumento da necessidade por capital, os bancos surgiram para fornecê-lo. De tal modo, em 1773 foi criada a Bolsa de Valores de Londres, seguida pela Bolsa de Valores de Nova Iorque em 1792. Nessa época a contabilidade norte-americana começou as suas tentativas de melhoria. Foi o momento em que a contabilidade evoluiu de ferramenta de controle de riqueza patrimonial à importante instrumento de prestação de informações para a decisão de usuários (NIYAMA; SILVA, 2009).
Conforme Schroeder, Clark e Cathey (2009), as ferrovias se tornaram grande influência para a economia. As companhias ferroviárias criaram a necessidade de indústrias de suporte, o que, em troca, levou ao aumento de empresas acionárias no mercado e, consequente, ao aumento da demanda por contadores treinados.
Em 1876 a Railway Commissioners of Massachusetts exigiu que as ferrovias contratassem contadores e em 1879, com a iniciativa da Interstate Commerce Commission (ICC), um sistema de contabilidade foi adotado nacionalmente. Em 1907 a ICC publicou regras para classificar despesas operacionais. Nessa publicação havia um esquema para que a depreciação fosse debitada mensalmente, com a opção de não o fazer (ou incluir como despesa acumulada) se a empresa estivesse perdendo dinheiro. Em 1923 a ICC tornou a depreciação obrigatória, despertando a manifestação opositora das ferrovias que alegaram a esse ser um mecanismo desnecessário, enganoso e impossível de ser calculado com precisão. Em 1932 a contabilização da depreciação foi imediatamente suspensa, até 1943, em conseqüência à Depressão. Segundo Most (1982), a omissão do cálculo da depreciação foi indubitavelmente um dos fatores que permitiu às ferrovias operar e atrair capital mesmo após a obsolescência as tornarem um fardo para a economia.
Ainda conforme os relatos de Most (1982), a Bolsa de Valores de Nova Iorque é mais antiga que a Revolução Americana, porém apenas em 1866 foi determinado que as empresas listadas arquivassem seus demonstrativos financeiros. Uma das principais razões para isso foi a flutuação dos preços das ações de ferrovias em consequência tanto à ignorância de investidores quanto à manipulação dos barões das ferrovias.
Niyama e Silva (2009) apontam que essa foi uma época em que a economia americana apresentou crescimento nas atividades industriais, demandando atenção do governo para que não houvesse monopólio das atividades. Para tanto, em 1890 surgiu a Lei Antitruste Sherman, posteriormente substituída, em 1914, pela Lei Antitruste Clayton com a finalidade de regular a contabilidade societária. No mesmo ano foi criada a Federal Trade Commission para proteger o consumidor e suprimir práticas de negócios desleais.
A queda da Bolsa em 1929 prejudicou a confiança dos usuários do mercado de capitais. Em 1934, o Congresso norte-americano criou a Securities and Exchange Comission (SEC) para restabelecer a confiança da sociedade. Niyama e Silva (2009) acrescentam que:
“até essa data, os investidores estavam protegidos por leis estaduais que regulavam a oferta e venda de títulos para protegê-los de fraudes. Estas leis são conhecidas coloquialmente como blue sky law. Neste mesmo ano [1934] surgiu o Securities Exchange Act, que regulava o mercado secundário de títulos. É interessante notar que esta legislação considerava uma obrigação da empresa em apurar, de forma precisa, sua contabilidade e manter um sistema de controle interno suficiente, de acordo com os Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos”.
Referências
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1999.
MOST, K. S. Accounting Theory. 2 ed. Ohio: Grid Publishing, 1982.
NIYAMA, J. K.; SILVA, C. A. T. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHROEDER, R. G.; CLARK, M. W.; CATHEY, J. M. Financial Accounting Theory and Analysis: Text and Cases. Estados Unidos: Wiley, 2009.
Mais sobre o objetivo da Contabilidade
O Congresso USP de Controladoria e Contabilidade [2011] abriu espaço para apresentação de ensaios teóricos. De acordo com a organização do Congresso, a modalidade de ensaio teórico visa contribuir com a pesquisa por meio de reflexões inovadoras na área. O formato diferenciado dos artigos tradicionais permite a realização de estudos aprofundados, decorrentes de um debate consistente com a comunidade científica.
Divulgo abaixo o ensaio teórico: "Ciência da Contabilidade: Um Ensaio Teórico sobre seu objetivo e objeto" de autoria de Eric Aversari Martins e L. Nelson Carvalho. Durante a concorrida a apresentação foram muitas as discussões sobre o tema.
Resumo
A academia contábil no Brasil, atualmente (e em outros centros de pesquisa estabelecidos, há mais tempo), se depara constantemente com discussões epistemológicas e, mais estritamente, metodológicas. Diversos artigos, teses e dissertações vêm sendo publicados ao longo dos últimos anos discutindo temas relacionados a métodos científicos aplicados à contabilidade.
Trabalhos bibliométricos (tais como RICCIO et al, 1999 e THEÓPHILO, 2004 e maisatualmente MURCIA; BORBA, 2008, MACHADO, 2009 e MIRANDA et al, 2010 entre tantos outros) buscam analisar os métodos aplicados em trabalhos contábeis científicos, bem como a qualidade dos mesmos. Outros (tais como FARIAS; FARIAS, 2010a, FARIAS; FARIAS, 2010b e THEÓPHILO; IUDÍCIBUS, 2001 entre outros) abordam questões mais teóricas acerca de aspectos metodológicos e epistemológicos da ciência da contabilidade.
Veja-se que os trabalhos citados, bem como outros na mesma linha, muito discutem os
Métodos utilizados ou a serem nas pesquisas, mas pouco se fala sobre a natureza da ciência da contabilidade em si. Sendo assim, o presente ensaio teórico possui como objetivo discutir o escopo da citada ciência, trazendo uma discussão acerca da sua efetiva existência e seu objeto de estudo.
Pretende-se, com isso, apresentar uma visão holística e ontológica da ciência da contabilidade, propondo uma base conceitual a respeito de qual o seu alcance. Tal visão se apresenta como uma contribuição para o entendimento das relações entre as mais diversas áreas de pesquisa que são realizadas atualmente, tanto no Brasil quanto no mundo.
O texto é segregado em 5 seções. Na primeira são apresentadas as características da ciência e uma breve discussão acerca da ciência da contabilidade. A segunda contém a proposta de objetivo e objeto de estudo dessa ciência. Na terceira são discutidos aspectos da informação contábil. A quarta é formada pela apresentação dos ambientes em que a informação contábil atua. Finalmente, a conclusão é apresentada na última seção.
Link para o texto completo.
Fonte: Idéias Contábeis - Cláudia Cruz
Postagem anterior no blog: aqui
Divulgo abaixo o ensaio teórico: "Ciência da Contabilidade: Um Ensaio Teórico sobre seu objetivo e objeto" de autoria de Eric Aversari Martins e L. Nelson Carvalho. Durante a concorrida a apresentação foram muitas as discussões sobre o tema.
Resumo
A academia contábil no Brasil, atualmente (e em outros centros de pesquisa estabelecidos, há mais tempo), se depara constantemente com discussões epistemológicas e, mais estritamente, metodológicas. Diversos artigos, teses e dissertações vêm sendo publicados ao longo dos últimos anos discutindo temas relacionados a métodos científicos aplicados à contabilidade.
Trabalhos bibliométricos (tais como RICCIO et al, 1999 e THEÓPHILO, 2004 e maisatualmente MURCIA; BORBA, 2008, MACHADO, 2009 e MIRANDA et al, 2010 entre tantos outros) buscam analisar os métodos aplicados em trabalhos contábeis científicos, bem como a qualidade dos mesmos. Outros (tais como FARIAS; FARIAS, 2010a, FARIAS; FARIAS, 2010b e THEÓPHILO; IUDÍCIBUS, 2001 entre outros) abordam questões mais teóricas acerca de aspectos metodológicos e epistemológicos da ciência da contabilidade.
Veja-se que os trabalhos citados, bem como outros na mesma linha, muito discutem os
Métodos utilizados ou a serem nas pesquisas, mas pouco se fala sobre a natureza da ciência da contabilidade em si. Sendo assim, o presente ensaio teórico possui como objetivo discutir o escopo da citada ciência, trazendo uma discussão acerca da sua efetiva existência e seu objeto de estudo.
Pretende-se, com isso, apresentar uma visão holística e ontológica da ciência da contabilidade, propondo uma base conceitual a respeito de qual o seu alcance. Tal visão se apresenta como uma contribuição para o entendimento das relações entre as mais diversas áreas de pesquisa que são realizadas atualmente, tanto no Brasil quanto no mundo.
O texto é segregado em 5 seções. Na primeira são apresentadas as características da ciência e uma breve discussão acerca da ciência da contabilidade. A segunda contém a proposta de objetivo e objeto de estudo dessa ciência. Na terceira são discutidos aspectos da informação contábil. A quarta é formada pela apresentação dos ambientes em que a informação contábil atua. Finalmente, a conclusão é apresentada na última seção.
Link para o texto completo.
Fonte: Idéias Contábeis - Cláudia Cruz
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Dívida norte-americana é AA+
A agência de classificação de risco Standard and Poor's rebaixou nesta sexta-feira a nota da dívida americana de longo prazo, que tinha a nota máxima, AAA, para AA+. Esta foi a primeira vez na história que a agência classificou a dívida dos Estados Unidos abaixo do nível máximo.
A Standard and Poor's considerou que o acordo fechado entre o governo americano e o Congresso para elevar o teto do endividamento do país não foi suficiente para reduzir a preocupação com o futuro da economia dos EUA.
"O rebaixamento reflete a nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal que o Congresso e o governo recentemente fecharam não atinge o objetivo do que, ao nosso ver, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo a médio prazo", diz um comunicado da Standard and Poor's, divulgado na noite de sexta-feira.
"De maneira mais ampla, o rebaixamento reflete a nossa visão de que a eficiência, a estabilidade e a previsibilidade da elaboração de políticas americanas e das instituições políticas enfraqueceram em um momento de desafios correntes fiscais e econômicos."
Durante o dia, quando surgiram rumores sobre um possível rebaixamento da dívida americana, integrantes não-identificados do governo disseram à mídia do país que a análise da situação econômica feita pela agência estava profundamente equivocada.
Correspondentes afirmam que o rebaixamento pode corroer ainda mais a confiança dos investidores externos na economia americana, que já enfrenta dificuldades para sair da recessão, com enormes dívidas e uma taxa de desemprego de 9,1%, considerada alta para o país.
Obama
Nesta semana foram registradas quedas em vários mercados em meio a uma crise de confiança sobre a resposta da zona do euro para a crise e a lentidão da recuperação das economias europeias e americana.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou tranquilizar os mercados globais, dizendo que "as coisas vão melhorar".
"Vamos atravessar isso juntos. As coisas vão melhorar", disse ele, que comentou os dados divulgados nesta sexta-feira que mostram que foram criados 117 mil empregos no país, reduzindo o desemprego de 9,2% para 9,1%.
"Temos que fazer ainda melhor que isso", disse o presidente americano.
O mercado de ações mostrou sinais de recuperação com a divulgação dos dados americanos - o índice Dow Jones fechou em alta de 0,54%.
A Bovespa também fechou com leve alta, de 0,26%.
Na Europa, no entanto, o índice FSTE de Londres fechou em baixa de 2,72%, enquanto o Dax, de Frankfurt, caiu 2,78%.
Mais cedo, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda: no Japão, as perdas do principal índice foram de 3,4%. A bolsa da Coreia do Sul caiu 3,7%, a da Austrália fechou em baixa de 3,9% e Hong Kong teve queda de 4,4%.
Na quinta-feira, Wall Street teve o pior dia em mais de dois anos. Foram registradas quedas nos preços do petróleo e até do ouro, metal que, em meio aos temores de uma nova recessão, havia se tornado um “porto seguro” para os investidores.
Ações de montadoras, firmas de commodities, mineradoras, bancos e negócios imobiliários não escaparam do clima negativo nos mercados.
BBC Brasil
A Standard and Poor's considerou que o acordo fechado entre o governo americano e o Congresso para elevar o teto do endividamento do país não foi suficiente para reduzir a preocupação com o futuro da economia dos EUA.
"O rebaixamento reflete a nossa opinião de que o plano de consolidação fiscal que o Congresso e o governo recentemente fecharam não atinge o objetivo do que, ao nosso ver, seria necessário para estabilizar a dinâmica da dívida do governo a médio prazo", diz um comunicado da Standard and Poor's, divulgado na noite de sexta-feira.
"De maneira mais ampla, o rebaixamento reflete a nossa visão de que a eficiência, a estabilidade e a previsibilidade da elaboração de políticas americanas e das instituições políticas enfraqueceram em um momento de desafios correntes fiscais e econômicos."
Durante o dia, quando surgiram rumores sobre um possível rebaixamento da dívida americana, integrantes não-identificados do governo disseram à mídia do país que a análise da situação econômica feita pela agência estava profundamente equivocada.
Correspondentes afirmam que o rebaixamento pode corroer ainda mais a confiança dos investidores externos na economia americana, que já enfrenta dificuldades para sair da recessão, com enormes dívidas e uma taxa de desemprego de 9,1%, considerada alta para o país.
Obama
Nesta semana foram registradas quedas em vários mercados em meio a uma crise de confiança sobre a resposta da zona do euro para a crise e a lentidão da recuperação das economias europeias e americana.
Mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tentou tranquilizar os mercados globais, dizendo que "as coisas vão melhorar".
"Vamos atravessar isso juntos. As coisas vão melhorar", disse ele, que comentou os dados divulgados nesta sexta-feira que mostram que foram criados 117 mil empregos no país, reduzindo o desemprego de 9,2% para 9,1%.
"Temos que fazer ainda melhor que isso", disse o presidente americano.
O mercado de ações mostrou sinais de recuperação com a divulgação dos dados americanos - o índice Dow Jones fechou em alta de 0,54%.
A Bovespa também fechou com leve alta, de 0,26%.
Na Europa, no entanto, o índice FSTE de Londres fechou em baixa de 2,72%, enquanto o Dax, de Frankfurt, caiu 2,78%.
Mais cedo, as bolsas asiáticas fecharam em forte queda: no Japão, as perdas do principal índice foram de 3,4%. A bolsa da Coreia do Sul caiu 3,7%, a da Austrália fechou em baixa de 3,9% e Hong Kong teve queda de 4,4%.
Na quinta-feira, Wall Street teve o pior dia em mais de dois anos. Foram registradas quedas nos preços do petróleo e até do ouro, metal que, em meio aos temores de uma nova recessão, havia se tornado um “porto seguro” para os investidores.
Ações de montadoras, firmas de commodities, mineradoras, bancos e negócios imobiliários não escaparam do clima negativo nos mercados.
BBC Brasil
05 agosto 2011
Dia ‘sim’ dia ‘não’, imprensa estrangeira critica ou elogia Brasil
O “Financial Times” dia sim diz que a economia brasileira é um “sucesso”, dia não afirma que há uma “bolha em formação” no País. A impressão que passa é de um jornal contraditório consigo mesmo ou, no mínimo, instável. Mas é uma impressão falsa.
A ideia geral que aparece em todos esses textos – considerando editoriais e reportagens, não artigos assinados – é uma só: a de que o País trilhou uma trajetória econômica de sucesso e se vê hoje em um ponto decisivo, um momento em que saberemos se a evolução observada nos últimos anos veio para ficar ou não.
Esse ponto de vista, por sinal, é o mesmo na maior parte da imprensa internacional. Do progressista francês “Libération” ao conservador americano “The Wall Street Journal”, momentos de entusiasmos e críticas se alternam, mas normalmente sem contradições.
O “Libération”, em setembro do ano passado, colocou uma foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na capa de uma revista especial intitulada “Os rostos do novo Brasil”. Na mesma reportagem, dizia que Lula “deixou a desejar” em questões como saúde e educação públicas.
O “Journal”, também em 2010, publicou caderno especial com o título: “Para o Brasil, o amanhã chegou”; dias depois, uma de suas principais colunistas afirmou: “Freie o entusiasmo com o Brasil”.
Há vários casos similares de alternância entre entusiasmo e críticas. Em comum, todos eles acreditam, e não negam, que “o Brasil decola”, como afirmou a revista britânica “The Economist” em capa ainda de 2009. Mas todos eles observam indicadores desfavoráveis ou pelo menos ameaçadores. Desde problemas históricos, como os custos para as empresas e a falta de infraestrutura, até temas do momento, como as pressões inflacionárias e as medidas para esfriar a entrada de capital estrangeiro.
O “Financial Times” é o jornal que melhor espelha o aumento do interesse da imprensa internacional pelo Brasil. Entre os grandes jornais do mundo, é o que mais publica reportagens sobre o País, segundo uma pesquisa da Imagem Corporativa, à frente inclusive do argentino “Clarín”. Além disso, o “FT” mantém o blog BeyondBrics, com informações sobre países emergentes, lançou neste ano a revista Brazil Confidential, focada no País, e o site Tilt, também a respeito de mercados em desenvolvimento.
É normal, portanto, que o “FT” pareça o mais contraditório dos jornais estrangeiros. É fato que o que se publica no exterior nem sempre coincide do que sai por aqui. Mais uma coisa em comum entre os veículos citados acima: todos eles atribuem aos dois últimos ex-presidentes, e não apenas a um deles, a responsabilidade pela atual fase que a economia do País vive.
Fonte: Sílvio Guedes Crespo - Radar Econômico
A ideia geral que aparece em todos esses textos – considerando editoriais e reportagens, não artigos assinados – é uma só: a de que o País trilhou uma trajetória econômica de sucesso e se vê hoje em um ponto decisivo, um momento em que saberemos se a evolução observada nos últimos anos veio para ficar ou não.
Esse ponto de vista, por sinal, é o mesmo na maior parte da imprensa internacional. Do progressista francês “Libération” ao conservador americano “The Wall Street Journal”, momentos de entusiasmos e críticas se alternam, mas normalmente sem contradições.
O “Libération”, em setembro do ano passado, colocou uma foto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na capa de uma revista especial intitulada “Os rostos do novo Brasil”. Na mesma reportagem, dizia que Lula “deixou a desejar” em questões como saúde e educação públicas.
O “Journal”, também em 2010, publicou caderno especial com o título: “Para o Brasil, o amanhã chegou”; dias depois, uma de suas principais colunistas afirmou: “Freie o entusiasmo com o Brasil”.
Há vários casos similares de alternância entre entusiasmo e críticas. Em comum, todos eles acreditam, e não negam, que “o Brasil decola”, como afirmou a revista britânica “The Economist” em capa ainda de 2009. Mas todos eles observam indicadores desfavoráveis ou pelo menos ameaçadores. Desde problemas históricos, como os custos para as empresas e a falta de infraestrutura, até temas do momento, como as pressões inflacionárias e as medidas para esfriar a entrada de capital estrangeiro.
O “Financial Times” é o jornal que melhor espelha o aumento do interesse da imprensa internacional pelo Brasil. Entre os grandes jornais do mundo, é o que mais publica reportagens sobre o País, segundo uma pesquisa da Imagem Corporativa, à frente inclusive do argentino “Clarín”. Além disso, o “FT” mantém o blog BeyondBrics, com informações sobre países emergentes, lançou neste ano a revista Brazil Confidential, focada no País, e o site Tilt, também a respeito de mercados em desenvolvimento.
É normal, portanto, que o “FT” pareça o mais contraditório dos jornais estrangeiros. É fato que o que se publica no exterior nem sempre coincide do que sai por aqui. Mais uma coisa em comum entre os veículos citados acima: todos eles atribuem aos dois últimos ex-presidentes, e não apenas a um deles, a responsabilidade pela atual fase que a economia do País vive.
Fonte: Sílvio Guedes Crespo - Radar Econômico
TAM conclui auditoria para determinar valor da Trip
A TAM informou hoje que concluiu, “de forma satisfatória”, a auditoria (“due dilligence”) para apurar o valor de 31% do capital da regional Trip. A TAM anunciou essa negociação no dia 30 de março. No dia 5 de abril, o Valor apurou que o valor dessa fatia estava avaliado entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões. As duas empresas não comentam essa informação.
“A TAM manterá seus acionistas e o mercado em geral informados a respeito da eventual conclusão das negociações e voltará a comentar o assunto caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, de acordo com a lei e a regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)”, informa o comunicado da TAM.
A TAM acrescentou na nota que a Trip deverá concluir, nesta semana, a implantação de uma nova plataforma de reservas, vendas e check-in. No dia 23 de setembro do ano passado, a Trip comunicou a escolha do sistema “SabreSonic Customer Sales and Service” para o seu sistema de reservas, vendas e check-in, um investimento de US$ 30 milhões.
(Alberto Komatsu | Valor)
“A TAM manterá seus acionistas e o mercado em geral informados a respeito da eventual conclusão das negociações e voltará a comentar o assunto caso seja concretizado qualquer fato que deva ser divulgado, de acordo com a lei e a regulamentação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)”, informa o comunicado da TAM.
A TAM acrescentou na nota que a Trip deverá concluir, nesta semana, a implantação de uma nova plataforma de reservas, vendas e check-in. No dia 23 de setembro do ano passado, a Trip comunicou a escolha do sistema “SabreSonic Customer Sales and Service” para o seu sistema de reservas, vendas e check-in, um investimento de US$ 30 milhões.
(Alberto Komatsu | Valor)
Efeito Framing
Por Isabel Sales
Kahneman e Tversky (1979) desenvolveram uma pesquisa sobre a teoria dos prospectos que colaborou para o desenvolvimento do estudo sobre framing effect. Esse efeito parte do princípio que a forma com que as informações são apresentadas influencia a maneira como são captadas. Nesse artigo os autores afirmaram que os indivíduos dão preferência a situações em que existem ganhos garantidos, ao invés de situações com ganhos prováveis. Essa tendência acarreta escolhas com aversão ao risco quando há ganhos certos e escolhas com busca por risco quando há garantias de perdas. Isso por que as perdas são sentidas de formas mais intensas que os ganhos.
Em uma pesquisa posterior, Kahneman e Tversky (1984) acrescentam que o processo da contabilidade mental explica alguma das anomalias no comportamento dos consumidores. A aceitabilidade de uma opção pode depender da caracterização de um resultado negativo como custos ou como perdas não recompensadas. Para exemplificar essa sentença, considere o seguinte:
Problema 1: Você aceitaria uma aposta que te oferece 10% de chance de ganhar $95 e 90% de chance de perder $95?
Problema 2: Você pagaria $5 para participar em uma loteria que oferece 10% de chance de ganhar $100 e 90% de chance de não ganhar nada?
Kahneman e Tversky (1984) questionaram esse par de problemas a 132 universitários, tendo 42 rejeitado a aposta apresentada no problema 1, porém aceitado a loteria equivalente do problema 2. Os autores concluem que isso ocorre por que relacionar $5 como pagamento torna a negociação mais atraente que pensar nesse mesmo montante como perda.
Nesse mesmo ambiente, Thaler (1985) afirma que em um cenário com dois eventos, um apresentando a possibilidade de perda e outro a de um ganho de maior peso, os indivíduos avaliarão os eventos de forma integrada, considerando, assim, o lucro líquido das operações. O estudo desse autor se baseou na teoria dos prospectos, em especial na satisfação marginal decrescente, na qual uma alteração em uma certeza, de impossível para possível, tem maior impacto do que uma mudança comparável que esteja no meio da escala. Assim, um aumento de 0% para 5% tem maior impacto que um acréscimo de 30% para 35% (KAHNEMAN; TVERSKY, 1984).
Dilla e Janvrin (2010) pesquisaram a evidenciação voluntária em relatórios anuais com foco na divulgação gráfica de variáveis chaves de performance financeira. Os resultados indicam que as companhias com maiores decréscimos em medidas de desempenho tendem a ser menos gráficas quanto à apresentação das variáveis chaves, enquanto as empresas com maiores acréscimos no lucro líquido se comportam de forma contrária.
Silva e Lima (2007) estudaram a influência na forma de apresentação das informações financeiras sobre o processo decisório aplicado ao Brasil. Os resultados permitiram concluir o efeito framing na avaliação de estoques, na evidenciação dos dados sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D) e no reconhecimento dos efeitos da inflação na elaboração das demonstrações contábeis. Ademais, foi observada influência interpretativa nos usuários da informação de acordo com a apresentação de dados textuais e gráficos.
Carvalho Júnior, Rocha e Bruni (2009) escreveram sobre o efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria aplicado a estudantes da Bahia. Os resultados encontrados apontaram para a inexistência de contribuições do aprendizado formal de controladoria na redução da ocorrência de vieses. Acrescenta-se a isso a ocorrência do efeito framing só ter sido observada em situações envolvendo custos irrecuperáveis e custos de reposição.
Leia mais: aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
CARVALHO JÚNIOR, C. V. O.; ROCHA, J. S.; BRUNI, A. L. Efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria: um estudo experimental na Bahia. In: CONGRESSO USP DE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA, IX, 2009, São Paulo. Anais... São Paulo: 2009.
DILLA, W. N.; JANVRIN, J. J. Voluntary disclosure in annual reports: the association between magnitude and direction of change in corporate financial performance and graph use. Accounting Horizons. v. 24, n. 2, p. 257-278, jun. 2010.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: an analysis of decisions under risk. Econometrica. v. 47, n. 2, p. 263-292, mar. 1979.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Choices, values, and frames. American Psychologist. v. 34, n. 4, p. 341-350. 1984.
SILVA, C. A. T.; LIMA, D. H. S. Formulation effect: influência da forma de apresentação sobre o processo decisório de usuários da informação. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD, 31., 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007.
THALER, R. Mental accounting and consumer choice. Marketing Science. v. 4, n. 3, p. 199-214. 1985.
Kahneman e Tversky (1979) desenvolveram uma pesquisa sobre a teoria dos prospectos que colaborou para o desenvolvimento do estudo sobre framing effect. Esse efeito parte do princípio que a forma com que as informações são apresentadas influencia a maneira como são captadas. Nesse artigo os autores afirmaram que os indivíduos dão preferência a situações em que existem ganhos garantidos, ao invés de situações com ganhos prováveis. Essa tendência acarreta escolhas com aversão ao risco quando há ganhos certos e escolhas com busca por risco quando há garantias de perdas. Isso por que as perdas são sentidas de formas mais intensas que os ganhos.
Em uma pesquisa posterior, Kahneman e Tversky (1984) acrescentam que o processo da contabilidade mental explica alguma das anomalias no comportamento dos consumidores. A aceitabilidade de uma opção pode depender da caracterização de um resultado negativo como custos ou como perdas não recompensadas. Para exemplificar essa sentença, considere o seguinte:
Problema 1: Você aceitaria uma aposta que te oferece 10% de chance de ganhar $95 e 90% de chance de perder $95?
Problema 2: Você pagaria $5 para participar em uma loteria que oferece 10% de chance de ganhar $100 e 90% de chance de não ganhar nada?
Kahneman e Tversky (1984) questionaram esse par de problemas a 132 universitários, tendo 42 rejeitado a aposta apresentada no problema 1, porém aceitado a loteria equivalente do problema 2. Os autores concluem que isso ocorre por que relacionar $5 como pagamento torna a negociação mais atraente que pensar nesse mesmo montante como perda.
Nesse mesmo ambiente, Thaler (1985) afirma que em um cenário com dois eventos, um apresentando a possibilidade de perda e outro a de um ganho de maior peso, os indivíduos avaliarão os eventos de forma integrada, considerando, assim, o lucro líquido das operações. O estudo desse autor se baseou na teoria dos prospectos, em especial na satisfação marginal decrescente, na qual uma alteração em uma certeza, de impossível para possível, tem maior impacto do que uma mudança comparável que esteja no meio da escala. Assim, um aumento de 0% para 5% tem maior impacto que um acréscimo de 30% para 35% (KAHNEMAN; TVERSKY, 1984).
Dilla e Janvrin (2010) pesquisaram a evidenciação voluntária em relatórios anuais com foco na divulgação gráfica de variáveis chaves de performance financeira. Os resultados indicam que as companhias com maiores decréscimos em medidas de desempenho tendem a ser menos gráficas quanto à apresentação das variáveis chaves, enquanto as empresas com maiores acréscimos no lucro líquido se comportam de forma contrária.
Silva e Lima (2007) estudaram a influência na forma de apresentação das informações financeiras sobre o processo decisório aplicado ao Brasil. Os resultados permitiram concluir o efeito framing na avaliação de estoques, na evidenciação dos dados sobre pesquisa e desenvolvimento (P&D) e no reconhecimento dos efeitos da inflação na elaboração das demonstrações contábeis. Ademais, foi observada influência interpretativa nos usuários da informação de acordo com a apresentação de dados textuais e gráficos.
Carvalho Júnior, Rocha e Bruni (2009) escreveram sobre o efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria aplicado a estudantes da Bahia. Os resultados encontrados apontaram para a inexistência de contribuições do aprendizado formal de controladoria na redução da ocorrência de vieses. Acrescenta-se a isso a ocorrência do efeito framing só ter sido observada em situações envolvendo custos irrecuperáveis e custos de reposição.
Leia mais: aqui e aqui.
REFERÊNCIAS
CARVALHO JÚNIOR, C. V. O.; ROCHA, J. S.; BRUNI, A. L. Efeito framing em decisões gerenciais e aprendizado formal de controladoria: um estudo experimental na Bahia. In: CONGRESSO USP DE CONTABILIDADE E CONTROLADORIA, IX, 2009, São Paulo. Anais... São Paulo: 2009.
DILLA, W. N.; JANVRIN, J. J. Voluntary disclosure in annual reports: the association between magnitude and direction of change in corporate financial performance and graph use. Accounting Horizons. v. 24, n. 2, p. 257-278, jun. 2010.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect theory: an analysis of decisions under risk. Econometrica. v. 47, n. 2, p. 263-292, mar. 1979.
KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Choices, values, and frames. American Psychologist. v. 34, n. 4, p. 341-350. 1984.
SILVA, C. A. T.; LIMA, D. H. S. Formulation effect: influência da forma de apresentação sobre o processo decisório de usuários da informação. In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – ENANPAD, 31., 2007, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: ANPAD, 2007.
THALER, R. Mental accounting and consumer choice. Marketing Science. v. 4, n. 3, p. 199-214. 1985.
Marca
O Flamengo vai contratar um empresa para avaliar o valor da marca do clube. Depois, vai incluir o resultado como patrimônio intangível, na categoria de marcas e patentes, e tentar zerar o passivo a descoberto, hoje perto de R$ 100 milhões.
Esse patrimônio não poderá ser usado como garantia bancária em caso de empréstimo. A proposta é incluir o valor, estimado entre R$ 200 e R$ 300 milhões, no balanço deste ano.
(Lance) (Dica de Alexandre Santos)
04 agosto 2011
Teste 510
Como o teste anterior foi sobre futebol, eis outro teste sobre o mesmo assunto. Este campeonaato possui as seguintes características:
- Tem 20 anos de idade
- 25% dos clubes são de uma mesma cidade
- cinco times são patrocinados por empresas de jogos
- desde 1995 somente três times diferentes venceram
- nenhum treinador nativo venceu o campeonato
- o nome já mudou quatro vezes em 20 anos
- media salarial de 115 milhões de dólares ano
- somente sete times participaram de todos os campeonatos
- 2/3 dos jogadores são estrangeiros
Qual o seu nome?
Resposta do Anterior: Real Madrid. Ou seja, Cristiano Ronaldo é garantia de um empréstimo. Fonte: aqui
Hans na China IX: Dependência financeira
O gráfico mostra uma realidade já alertada diversas vezes neste blog: a enorme dependência do Iasb do dinheiro das grande empresas de auditoria. Sem estes recursos, o gap financeiro seria quase 40% da receita do Iasb. Fonte: aqui
Hans na China VIII: IFRS domina o mundo
As quinhentas maiores empresas listadas na bolsa e as normas utilizadas. Em 2003, as IFRS eram insignificantes. Em 2009 já igualou aos US GAAP. Em 2012, segundo estimativa, 50% das empresas devem adotar estas normas.
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