TCU quer verificar os critérios do BB e se as condições do empréstimo seguiram os padrões de mercado
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação sobre o empréstimo de R$ 4,3 bilhões concedido pelo Banco do Brasil à Oi, no ano passado, para que a operadora pudesse comprar a Brasil Telecom. Os técnicos têm três semanas para apresentar um relatório, que será votado pelos ministros do TCU no fim de setembro.
O empréstimo à Oi foi o maior já feito pelo BB a uma empresa privada. O TCU quer verificar se as condições oferecidas - que prevê o pagamento em sete prestações, a partir de maio de 2010, e um prazo de oito anos - seguem os padrões de mercado. O Tribunal pode pedir a anulação do crédito se constatar irregularidades ou falta de padrão. Mas se isso ocorrer, o mais provável é que o TCU exija garantias adicionais à Oi.
TCU investiga empréstimo do BB à Oi
Juliano Basile, de Brasília - Valor Econômico
20 agosto 2009
TCU investiga empréstimo
Honestidade
Centenas de carteiras foram deixadas nas ruas de Edinburgo, cidade da Grã-Bretanha. Destas, 240 foram devolvidas. Mas existe um aspecto interessante. Quando os pesquisadores inseriram fotografias mostrando um bebê sorrindo, um cachorrinho bonitinho, uma família feliz ou um casal de velhos o resultado mudou.
Quando a carteira tinha um bebê era mais provável receber a carteira de volta (88%). O animal de estimação, a família e o casal de velhinhos tiveram retornos de 53%, 48% e 28%, nesta ordem. Uma carteira com um cartão de uma entidade de caridade e uma carteira sem nenhum objeto diferenciado tiveram uma taxa de retorno de 20% e 15%.
Fonte: aqui
Quando a carteira tinha um bebê era mais provável receber a carteira de volta (88%). O animal de estimação, a família e o casal de velhinhos tiveram retornos de 53%, 48% e 28%, nesta ordem. Uma carteira com um cartão de uma entidade de caridade e uma carteira sem nenhum objeto diferenciado tiveram uma taxa de retorno de 20% e 15%.
Fonte: aqui
Elogio
(...) De acordo com os psicológos que trabalham na área, isto é conhecido como "identidade proeminente". Basicamente, é uma forma sofisticada de dizer que você tem mais probabilidade de efetuar mudanças nas pessoas através de elogios que elas são boas, do que lembrando que são ruins. (...)
TRY A PAT ON THE BACK- 10/8/2009 - The Press (Christchurch) - p. 8
Texto que discute o fato dos neo-zelandeses serem pessoas que tomam boas decisões financeiras
Previsão dos analistas
Analistas erraram demais
Lynn Thomasson e Adria Cimino
Da Bloomberg News
Qualquer investidor que tenha seguido as orientações dos analistas de Wall Street em março registrou apenas prejuízos depois da alta da bolsa norte-americana nos meses seguintes, a maior das últimas sete décadas.
(...) As recomendações não se mostraram corretas porque as empresas com os piores lucros encabeçaram a alta de 45% registrada pelo índice Standard & Poor"s 500 desde sua queda para o menor patamar de 12 anos, ocorrida cinco meses atrás. Os bancos de investimentos e corretoras que não conseguiram prever que os papéis mais duramente prejudicados no ano passado seriam os de recuperação mais rápida orientaram os aplicadores para papéis de laboratórios farmacêuticos e de empresas de produtos energéticos, cujo desempenho foi 22 pontos percentuais inferior ao do Índice MSCI Mundial.
"Os analistas se aferram aos fundamentos econômicos", disse Romain Boscher, diretor de transações da Groupama Asset Management, de Paris. "Esta é uma alta de sentimento. Os analistas estavam na defensiva. Houve um ponto de inflexão e eles não viram." (...)
Jornal do Commercio - 19/8/2009
Fraude Contábil
Detonar a própria empresa é elevada à categoria de arte
Por Jonathan Weil, Bloomberg, de Nova York
Podemos tirar o auditor da Arthur Andersen. Não podemos tirar a Arthur Andersen do auditor.
Quase nem seria justo afirmar que deveríamos saber que a Huron Consulting Group, com matriz em Chicago, estava destinada a implodir. É tentador dizê-lo, porém.
A Huron foi fundada por cerca de 20 sócios da Arthur Andersen em março de 2002, mesmo mês em que a agora finada firma de contabilidade foi indiciada como parte da investigação do governo dos EUA em torno da Enron, a falida empresa de energia. Por sete anos, a Huron assessorou outras companhias sobre formas de lidar com complexas questões e investigações contábeis.
Atualmente, a Huron é mais bem conhecida como a operação de contabilidade forense que não conseguiu manter os seus próprios livros em ordem e que, nesse processo, detonou o seu modelo de negócios.
Em 31 de julho, depois do fechamento dos mercados acionários, quando os operadores começavam a ir para suas casas para o fim de semana, a Huron revelou que deverá reapresentar as suas demonstrações financeiras desde 2006, para corrigir erros sobre a forma como a firma reportou despesas com remuneração de empregados. A medida reduzirá drasticamente o seu lucro líquido para o período, em US$ 57 milhões, ou quase metade dos US$ 120 milhões que a Huron havia apresentado antes.
As consequências foram imediatas. O presidente do conselho de administração e executivo-chefe, o ex-sócio da Andersen Gary Holdren, renunciou, sem receber indenização. A Huron disse que seu diretor financeiro e seu diretor de contabilidade estavam deixando a firma, também sem verbas rescisórias. O órgão regulador (SEC) abriu sindicância. O papel da Huron despencou, em queda de 69%, na reabertura dos negócios, em 3 de agosto, eliminando US$ 660 milhões do valor de mercado da companhia. A maldição da Andersen, que não conseguiu deter as fraudes na Enron e na companhia de telefonia de longa distância WorldCom, subsiste.
Não se tem notícia de um fiasco contábil tão repleto de ironias desde que a firma especializada em declarações de imposto de renda H&R Block precisou refazer os seus demonstrativos financeiros em 2006 para corrigir erros cometidos na sua contabilidade para impostos.
Quanto à mera destruição de marca, a revisão da Huron promete ser muito pior. Recordemos o que aconteceu com a carreira do ator "Pee Wee Herman" Paul Reubens, depois de ter sido preso por "exposição indecente" num cinema para adultos em 1991, e teremos uma ideia da escala em que o escândalo da Huron ainda poderá se tornar prejudicial.
A Huron havia construído uma reputação de "Mestre Resolvedor" para companhias envolvidas em apuros contábeis. No seu site na internet, a firma diz que seus profissionais "possuem as qualificações e a experiência necessárias para ajudá-los a solucionar a sua questão contábil, a capacidade de explicar as informações de forma clara e sucinta, e a habilidade de ajudá-los a aplicar a informação na prática". Seus clientes ao longo dos anos incluíram a Fannie Mae, Nortel Networks e Tenet Healthcare.
As demonstrações errôneas se concentraram em quatro companhias que a firma comprou entre 2005 e 2007. A Huron disse que os donos anteriores das companhias redistribuíram parte do produto da venda de forma que não era compatível com seus percentuais de titularidade. Em alguns casos, eles usaram o valor da venda para remunerar empregados nas empresas que haviam vendido, como uma recompensa por continuar trabalhando na Huron ou por atingir metas pessoais de desempenho.
Pelas normas contábeis, a Huron deveria ter informado os pagamentos dos proprietários anteriores como despesas com remuneração, pois as "ações dos detentores de interesse econômico numa companhia podem ser imputadas à própria companhia", conforme explicou a Huron.
A Huron omitiu isso. A companhia disse que a revisão das demonstrações deverá reduzir o seu lucro líquido para 2008 em 76%, para US$ 10 milhões.
A Huron espera identificar "uma ou mais deficiências relevantes" nos seus "controles internos sobre relatórios financeiros" como resultado das constatações. Ela disse que a SEC também está apurando para determinar se as práticas de reconhecimento de receitas são apropriadas. Se você fosse um membro do conselho de administração de uma companhia que estivesse à busca de consultoria contábil ou gerencial, estaria em graves apuros para justificar a contratação da Huron neste momento.
A tarefa de liderar a Huron agora recai sobre dois outros veteranos da Andersen: George Massaro, novo presidente do conselho de administração, e James Roth, um fundador da companhia, que foi nomeado executivo-chefe. Massaro atuou como o homem na linha de frente no caso do relatório investigativo de 2006 para a Fannie Mae, que concluiu, entre outras coisas, que "os sistemas contábeis da Fannie eram inteiramente inadequados".
Uma reviravolta nessas circunstâncias pode ser uma expectativa exagerada demais, especialmente numa companhia tão alavancada. Em 31 de março, a Huron possuía empréstimos de longo prazo de US$ 321,5 milhões, uma quantia quase equivalente ao seu patrimônio líquido, de US$ 337,5 milhões. Se por um lado bastam apenas dois minutos para destruir uma reputação, a dívida, por sua vez, não é tão facilmente dispensada.
Uma providência que a Huron tomou acertadamente anos atrás foi a divulgação do fator de risco, que incluiu no folheto informativo de outubro de 2004 para o seu primeiro lançamento de ações.
"Nossa capacidade de manter e atrair novas empresas depende da nossa reputação, da reputação profissional dos nossos consultores e da qualidade dos nossos serviços", disse o folheto. "Qualquer fator que reduzir a nossa reputação ou a dos nossos consultores ou que questionar a qualidade dos nossos serviços poderá dificultar sobremaneira a nossa capacidade de atrair novos compromissos e clientes."
Exatamente em que medida isso poderá dificultar, a Huron está prestes a descobrir. (Tradução de Robert Bánvölgyi)
(Jonathan Weil é colunista da Bloomberg. O texto reflete apenas as suas opiniões)
Publicado no Valor Econômico 19/8/2009. Grifo do blog.
Publicado em Análise de Balanços
19 agosto 2009
Avaliação por índices
Uma das formas usuais de fazer a avaliação de uma empresa é através dos índices (ou múltiplos). Esta é a forma mais usual para avaliar pequenos negócios, onde a aplicação do fluxo de caixa descontado esbarra na sua complexidade.
Mas mesmo grandes empresas são avaliadas por esta técnica. Utiliza-se muito a relação entre valor e número de clientes nas empresas de comunicações. Estabelecendo, por exemplo, um valor de R$150 por cliente, basta verificar quantos clientes a empresa que está sendo negociada possui e fazer o cálculo do seu valor.
A principal atratividade do índice é sua simplicidade. Conhecendo seu valor, basta proceder uma operação aritmética. Assim, uma farmácia é comercializada como três vezes a receita, mais estoques, menos dívidas. O que o comprador tem que fazer é verificar o valor da receita, contar os estoques e acertar que todas as dívidas anteriores à data de negociação sejam de responsabilidade do vendedor.
O índice de cada setor surge dos "usos e costumes". Geralmente o volume de negócios de compra e venda de empresa faz com que se estabeleça este índice. Assim, o índice de três vezes a receita para uma farmácia é decorrente de uma prática estabelecida no setor. Multiplicar pela receita permite que o valor do ponto comercial seja considerado na mensuração da empresa. O outro grande ativo da farmácia, os seus estoques, também são considerados, líquidos das dívidas com os fornecedores.
Devemos aqui lembrar que uma regra prática, estabelecida pelo tempo, passou pelo teste do mercado. Se a regra dos três vezes a receita não fosse adequada, ela seria ajustada. Com efeito, logo após o Plano Collor, quando poucas pessoas possuiam dinheiro vivo para comprar pequenos negócios, a regra sofreu alterações, permitindo que o comprador parcelasse o valor da compra ou reduzindo o multiplicador para 2,5.
O atrativo da simplicidade e o teste do tempo (ou do mercado) não impede que o índice possua problemas. O primeiro deles é estabelecer este índice. Nem sempre um setor possui um índice tradicionalmente aceito. Geralmente os pequenos comércios possuem esta regra simples; mas grandes empresas ou setores com características específicas (oligopólios, por exemplo) provavelmente não deve ter este índice.
Outro problema é sua suposição. A simplicidade reduz um processo complexo de avaliação em poucas contas - o que é bom; mas deixa de fora variáveis que pode ser relevante. Voltemos ao caso da farmácia. Usar a regra estabelecida deixa de contemplar a importância do dono em atrair a freguesia, por exemplo. O mesmo ocorre quando usamos o P/L para comprar ações - e este é um exemplo de índice usado no processo de avaliação.
Um terceiro problema dos índices diz respeito a reversão a média. Este conceito diz que o desempenho de uma empresa irá voltar a sua média histórica depois de um período de baixa ou de alta. Se o valor do P/L histórico é de 10 e hoje seu valor é de 8, isto significa que a ação está com preço baixo. Mas se isto for verdade, o mercado como um todo reconheceria. Assim, usar a avaliação por índice pode conduzir a um problema de lógica.
Para um exemplo de uso de índice numa empresa grande, a Coca-Cola, leia esta postagem do Seeking Alpha.
Mas mesmo grandes empresas são avaliadas por esta técnica. Utiliza-se muito a relação entre valor e número de clientes nas empresas de comunicações. Estabelecendo, por exemplo, um valor de R$150 por cliente, basta verificar quantos clientes a empresa que está sendo negociada possui e fazer o cálculo do seu valor.
A principal atratividade do índice é sua simplicidade. Conhecendo seu valor, basta proceder uma operação aritmética. Assim, uma farmácia é comercializada como três vezes a receita, mais estoques, menos dívidas. O que o comprador tem que fazer é verificar o valor da receita, contar os estoques e acertar que todas as dívidas anteriores à data de negociação sejam de responsabilidade do vendedor.
O índice de cada setor surge dos "usos e costumes". Geralmente o volume de negócios de compra e venda de empresa faz com que se estabeleça este índice. Assim, o índice de três vezes a receita para uma farmácia é decorrente de uma prática estabelecida no setor. Multiplicar pela receita permite que o valor do ponto comercial seja considerado na mensuração da empresa. O outro grande ativo da farmácia, os seus estoques, também são considerados, líquidos das dívidas com os fornecedores.
Devemos aqui lembrar que uma regra prática, estabelecida pelo tempo, passou pelo teste do mercado. Se a regra dos três vezes a receita não fosse adequada, ela seria ajustada. Com efeito, logo após o Plano Collor, quando poucas pessoas possuiam dinheiro vivo para comprar pequenos negócios, a regra sofreu alterações, permitindo que o comprador parcelasse o valor da compra ou reduzindo o multiplicador para 2,5.
O atrativo da simplicidade e o teste do tempo (ou do mercado) não impede que o índice possua problemas. O primeiro deles é estabelecer este índice. Nem sempre um setor possui um índice tradicionalmente aceito. Geralmente os pequenos comércios possuem esta regra simples; mas grandes empresas ou setores com características específicas (oligopólios, por exemplo) provavelmente não deve ter este índice.
Outro problema é sua suposição. A simplicidade reduz um processo complexo de avaliação em poucas contas - o que é bom; mas deixa de fora variáveis que pode ser relevante. Voltemos ao caso da farmácia. Usar a regra estabelecida deixa de contemplar a importância do dono em atrair a freguesia, por exemplo. O mesmo ocorre quando usamos o P/L para comprar ações - e este é um exemplo de índice usado no processo de avaliação.
Um terceiro problema dos índices diz respeito a reversão a média. Este conceito diz que o desempenho de uma empresa irá voltar a sua média histórica depois de um período de baixa ou de alta. Se o valor do P/L histórico é de 10 e hoje seu valor é de 8, isto significa que a ação está com preço baixo. Mas se isto for verdade, o mercado como um todo reconheceria. Assim, usar a avaliação por índice pode conduzir a um problema de lógica.
Para um exemplo de uso de índice numa empresa grande, a Coca-Cola, leia esta postagem do Seeking Alpha.
Teste #133
No teste #131 comentamos sobre o livro mais vendido na Amazon. O segundo lugar na lista de contabilidade é um livro na área gerencial/custo. Este livro é:
a) Ray Garrison, Eric Noreen e Peter Brewer
b) Charles T. Horngren , George Foster, Srikant M. Datar, Madhav Rajan & Chris Ittner
c) Joe Ben Hoyle, Thomas Schaefer e Timothy Doupnik
Resposta do Anterior: b. Segundo a Dow Jones, 407 textos tinham o termo Contador
a) Ray Garrison, Eric Noreen e Peter Brewer
b) Charles T. Horngren , George Foster, Srikant M. Datar, Madhav Rajan & Chris Ittner
c) Joe Ben Hoyle, Thomas Schaefer e Timothy Doupnik
Resposta do Anterior: b. Segundo a Dow Jones, 407 textos tinham o termo Contador
Teoria dos Jogos na Prática
Uma situação prática na área tributária lembra uma situação clássica da Teoria dos Jogos. Segundo Tax-Cheat Showdown: Fess Up Or Stay Quiet?, Laura Saunder, 14/8/2009,
The Wall Street Journal, C1, a Receita Federal dos EUA (Internal Revenue Service) convidou 52 mil correntistas do banco UBS AG para conversar. O banco suiço, que possui uma filial nos EUA, desenvolveu um esquema para fraudar o fisco dos EUA e foi pressionado a entregar informações sobre estas operações.
O correntista está diante do seguinte dilema: confessa a evasão de impostos e paga uma bela multa ou fica quieto, acreditando que não será descoberto. Mas o risco será maior, que inclui um pesada multa e possibilidade de prisão, se for descoberto.
Isto lembra o conhecido Dilema do Prisioneiro.
The Wall Street Journal, C1, a Receita Federal dos EUA (Internal Revenue Service) convidou 52 mil correntistas do banco UBS AG para conversar. O banco suiço, que possui uma filial nos EUA, desenvolveu um esquema para fraudar o fisco dos EUA e foi pressionado a entregar informações sobre estas operações.
O correntista está diante do seguinte dilema: confessa a evasão de impostos e paga uma bela multa ou fica quieto, acreditando que não será descoberto. Mas o risco será maior, que inclui um pesada multa e possibilidade de prisão, se for descoberto.
Isto lembra o conhecido Dilema do Prisioneiro.
O primeiro mago
Contabilidad para no especialistas
Diario Financiero - 19/8/2009
Hace poco más de quinientos años que se escribió el primer texto de contabilidad. El inicio de la literatura contable queda...
Dante Santoni
Hace poco más de quinientos años que se escribió el primer texto de contabilidad. El inicio de la literatura contable queda circunscrito a la obra del franciscano Fray Luca Paccioli de fines del año 1494 titulado “La Summa de Arithmética, Geometría Proportioni et Proportionalitá”, lo que le ha valido ser considerado el padre de la contabilidad actual.
Posiblemente, la falta de difusión del proceso contable presentado escrito por Paccioli se debió a que en su época las técnicas contables eran consideradas secreto de oficio muy bien guardado por aquellos que las dominaban, monopolizando así su empleo y encareciendo el valor del conocimiento de este oficio.
Paccioli habría sido, por tanto, el primero que se atrevió a romper un secreto gremial celosamente guardado en Venecia y sus alrededores.
Uno de los capítulos del libro mencionado, presenta por primera vez, de un modo sistemático, el concepto de partida doble, los de debe y haber, conceptos que rápidamente se difundieron por toda Europa con el nombre de “método veneciano” porque era usado principalmente por los comerciantes venecianos en sus transacciones.
La partida doble, es expresada literalmente como “No hay deudor sin acreedor ni acreedor sin deudor” y definida en la ecuación matemática:
Activo = Pasivo + Capital,
La parte izquierda de la ecuación representa los recursos que tiene la empresa denominada Activo y la parte derecha los acreedores de estos bienes, que si son terceros ajenos a la empresa los llama Pasivo y si es el dueño lo denomina Capital.
Con esta ecuación matemática, Paccioli logra además identificar a la empresa como un ente independiente del dueño, convirtiéndolo en acreedor sólo por una parte de los bienes que tiene la empresa.
Poner a disposición de los empresarios esta ecuación matemática es lo que permite que hoy la contabilidad sea un modelo económico, que permite el análisis financieros a partir del conjunto de índices financieros que se logran de la descomposición armónica de esta ecuación base.
En esta parte de las definiciones, Paccioli puso al servicio de la comunidad su notable conocimiento matemático y fue muy claro. No obstante, en las reglas de la partida doble y específicamente en definiciones de debe y haber, no fue lo suficientemente claro, señalando:
Toda persona que me debe se anota en la parte del débito.
Toda persona que yo le debo se anota en la parte del haber.
Todas las pérdidas son anotadas en la parte del débito.
Los libros de la época, al igual que los de hoy tienen dos partes, una izquierda y otra derecha. A la izquierda le llamo “debe” y a la izquierda “haber”, pudiendo haberlas llamado simplemente izquierda y derecha evitando la confusión de los principiantes de contabilidad y de muchas personas que le dan al debe y al haber connotaciones que simplemente no tienen, ni jamás ha tenido.
Lo que no se sabía hasta hace un par de años y que puede haber sido la causa de lo anterior, es que Fray lucas Paccioli fue el autor del texto de magia más antiguo del mundo, escrito en italiano entre 1496 y 1508, almacenado durante 500 años en la Universidad de Bolonia, que contiene las primeras referencias a los juegos de naipes, instrucciones para efectuar malabares, tragar fuego, introducir las manos en plomo fundido y otras curiosidades de cómo hacer magia.
Paccioli puso al descubierto, en esta oportunidad, un conjunto de secretos de los magos de la época.
Es posible que con sus definiciones de debe y haber nos haya querido enseñar como matemático y confundir como un buen mago.
Grifo do blog.
Conferência da Petrobrás
Aqui a transcrição da conferência da Petrobras referente ao primeiro semestre de 2009. Atente para página 9, onde é feita uma pergunta sobre corrupção e, logo após, a conferência é encerrada. É importante notar que este tipo de serviço não está disponível para os brasileiros, simples mortais. Geralmente as assembléias possuem atas resumidas, deixando de lado informações importantes.
GE: seguindo a Enron?
"No primeiro mês", ele relembra, "eu informei um executivo que nossos resultados ficaram baixos" em razão de perdas com operações no exterior.
"Então fazer o que?", replicou o executivo. "Basta reverter alguns lançamentos"
(...) Outro chefe disse que ele estava "levando os cursos de contabilidade muito a sério".
James Martin, no livro ''In Good Company: The Fast Track From the Corporate World to Poverty, Chastity and Obedience.''
O papel da KPMG [a auditoria] é interessante. A denúncia indica que funcionários não nomeados da contabilidade da GE falharam em fornecer importantes informações para KPMG, mas a GE diz que estas informações foram dadas mais tarde para os auditores.
Inside G.E., A Little Bit Of Enron, Floyd Norris, 7/8/2009, The New York Times Times
Manter um Investimento
Exemplo do Société Générale mostra que manter uma ação por um tempo na New York Stock Exchange caiu de dez anos nos anos de 1940 para nove meses no último ano.
Fonte: The true cost of cheap calories and commissions
Uma justificativa para a redução no prazo de manutenção de uma ação numa carteira diz respeito a redução no custo de comercialização. Isto incentivou a busca pelo desempenho, e consequentemente a venda de uma ação quando ocorre uma insatisfação. Arrisco outra explicação: o desenvolvimento de modelos quantitativos.
Quantas pessoas assistiram a Copa do Mundo?
Quantas pessoas assistiram a final da Copa do Mundo? Um número muito divulgado fala em um bilhão de pessoas na frente da Televisão.
Um investigação do jornal Independent chegou a um quarto ou um terço deste número. As pessoas do setor dizem que o número divulgado é exagerado por razões relacionadas ao patrocínio. E isto não é exclusividade do Futebol, sendo comum como marketing da Televisão.
No caso do futebol, a empresa responsável por compilar os dados é a Infront Sports and Media, com sede na Suiça e comandada por Philippe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Sepp Blatter.
A estimativa possui problemas metodológicos sérios e estimativas grosseiras. A seguir uma lista de competições esportivas, com o número estimado de espectadores e o número "verificável", em milhões de pessoas.
Futebol, Itália x França - Final da Copa do Mundo, 715.1/260
Futebol Americano, Super Bowl Steelers v Seahawks, 750 a 1 bilhão/98 milhões
Jogos de Inverno, Turim, Abertura, 2 bilhões/87 milhões
Futebol, Champs League, Arsenal v Barça, 120m/86m
Formula Um, Brazilian Grand Prix, 354m/83m
NASCAR, Daytona 500, não disponível/20m
Baseball, World Series game five, não disponível/19m
Golf, US Masters (final day), não disponível/17m
Tennis, Wimbledon men's singles final, não disponível/17m
Basketball, NBA finals game six, acima de 1 bilhão/17milhões
Ciclismo, Tour de France (final stage), não disponível/15milhões
Golf, US Open (final day), não disponível/10m
Golf, Ryder Cup (final day), acima de 1 bilhão /6 milhões
Commonwealth Games, abertura de Melbourne, 1.5 bilhão/5 milhões
Cricket, ICC Champions Trophy final, não disponível/3milhões
Fonte: Aqui via aqui
Um investigação do jornal Independent chegou a um quarto ou um terço deste número. As pessoas do setor dizem que o número divulgado é exagerado por razões relacionadas ao patrocínio. E isto não é exclusividade do Futebol, sendo comum como marketing da Televisão.
No caso do futebol, a empresa responsável por compilar os dados é a Infront Sports and Media, com sede na Suiça e comandada por Philippe Blatter, sobrinho do presidente da Fifa, Sepp Blatter.
A estimativa possui problemas metodológicos sérios e estimativas grosseiras. A seguir uma lista de competições esportivas, com o número estimado de espectadores e o número "verificável", em milhões de pessoas.
Futebol, Itália x França - Final da Copa do Mundo, 715.1/260
Futebol Americano, Super Bowl Steelers v Seahawks, 750 a 1 bilhão/98 milhões
Jogos de Inverno, Turim, Abertura, 2 bilhões/87 milhões
Futebol, Champs League, Arsenal v Barça, 120m/86m
Formula Um, Brazilian Grand Prix, 354m/83m
NASCAR, Daytona 500, não disponível/20m
Baseball, World Series game five, não disponível/19m
Golf, US Masters (final day), não disponível/17m
Tennis, Wimbledon men's singles final, não disponível/17m
Basketball, NBA finals game six, acima de 1 bilhão/17milhões
Ciclismo, Tour de France (final stage), não disponível/15milhões
Golf, US Open (final day), não disponível/10m
Golf, Ryder Cup (final day), acima de 1 bilhão /6 milhões
Commonwealth Games, abertura de Melbourne, 1.5 bilhão/5 milhões
Cricket, ICC Champions Trophy final, não disponível/3milhões
Fonte: Aqui via aqui
Acredite se quiser...
Um estudo testou o dinheiro de 30 grandes cidades de cinco países (EUA, Brasil, Canadá, China e Japão) e encontrou que em grandes áreas metropolitanas do Canadá e EUA existe uma presença alarmante de cocaína nas notas, com traços de droga em 85 a 90% das cédulas. Brasil, que está um pouco atrás das nações da América do Norte, tem uma contaminação de 80% do papel moeda. No final da fila, China e Japão, com cocaína presente entre 12 a 20% das notas.
Fonte: Business Pundit (Up to 90% of US Bills Contain Traces of Cocaine) e Scientific American
18 agosto 2009
Provisão nos Bancos 2
Bancos privados têm R$ 18,8 bi contra calote
Reserva feita pelas instituições é bem superior à exigida pelo BC
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Bancos privados aumentaram fortemente as provisões contra calote em resposta ao crescimento da inadimplência nos empréstimos. Por isso, a reserva de recursos feita por essas instituições financeiras foi, inclusive, bastante superior à exigida pelas regras do Banco Central. A informação consta dos balanços dos principais bancos privados que operam no Brasil.
No primeiro semestre, o saldo das novas provisões de todos os bancos privados, nacionais e estrangeiros, somou R$ 18,816 bilhões.
No balanço, o Itaú Unibanco afirma que "o cenário econômico adverso, associado à crise financeira internacional, contribuiu para a elevação da inadimplência, afetando a qualidade do risco das carteiras de pessoas físicas e jurídicas". Para reagir a esse quadro negativo, o banco afirma que foi necessário "ampliar a despesa com a constituição de provisões". Por isso, a instituição separou R$ 8,1 bilhões nos seis meses. O valor é 57,5% maior que o determinado no primeiro semestre de 2008.
No Bradesco, a situação é semelhante. O banco reservou R$ 7,3 bilhões no semestre com o objetivo "de suportar eventuais cenários cíclicos, com aumento dos índices de inadimplência e/ou alterações no perfil de risco da carteira de crédito".
No balanço, o banco destaca que a "manutenção de níveis elevados de inadimplência no 2º trimestre de 2009, é resultado da retração econômica sobre a capacidade de pagamentos de nossos clientes".
Nesse caso, chama também a atenção o reforço extraordinário de R$ 1,3 bilhão que foi, segundo o banco, "calculado a partir de modelos estatísticos próprios". Ao todo, a provisão feita pelo Bradesco no semestre foi 118% maior que a de igual período do ano passado.
No maior banco estrangeiro que opera no Brasil, o Santander, a provisão somou R$ 4,9 bilhões. No balanço, a explicação é idêntica. O aumento anual de 57,9% nessa despesa é "decorrente principalmente da expansão de 14,9% da carteira de crédito e do aumento da inadimplência".
No governo, há a percepção de que os bancos privados decidiram aumentar as provisões por dois motivos: crescimento da inadimplência e uma forma de tentar não aumentar as críticas ao setor. "O segmento teve grandes operações que geraram lucros bilionários para bancos privados. Em alguns desses casos, a provisão pode ser uma forma de evitar que esse ganho apareça no balanço em meio à crise", diz fonte da equipe econômica.
Quando o banco provisiona recursos, o dinheiro que iria para o lucro é reservado. Caso não haja inadimplência, o valor pode ser revertido em lucro.
Na avaliação dessa fonte, instituições preferiram reduzir o lucro temporariamente, com o aumento acima do necessário das provisões, para evitar a exposição de lucros "exuberantes" em meio à crise.
Reserva feita pelas instituições é bem superior à exigida pelo BC
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Bancos privados aumentaram fortemente as provisões contra calote em resposta ao crescimento da inadimplência nos empréstimos. Por isso, a reserva de recursos feita por essas instituições financeiras foi, inclusive, bastante superior à exigida pelas regras do Banco Central. A informação consta dos balanços dos principais bancos privados que operam no Brasil.
No primeiro semestre, o saldo das novas provisões de todos os bancos privados, nacionais e estrangeiros, somou R$ 18,816 bilhões.
No balanço, o Itaú Unibanco afirma que "o cenário econômico adverso, associado à crise financeira internacional, contribuiu para a elevação da inadimplência, afetando a qualidade do risco das carteiras de pessoas físicas e jurídicas". Para reagir a esse quadro negativo, o banco afirma que foi necessário "ampliar a despesa com a constituição de provisões". Por isso, a instituição separou R$ 8,1 bilhões nos seis meses. O valor é 57,5% maior que o determinado no primeiro semestre de 2008.
No Bradesco, a situação é semelhante. O banco reservou R$ 7,3 bilhões no semestre com o objetivo "de suportar eventuais cenários cíclicos, com aumento dos índices de inadimplência e/ou alterações no perfil de risco da carteira de crédito".
No balanço, o banco destaca que a "manutenção de níveis elevados de inadimplência no 2º trimestre de 2009, é resultado da retração econômica sobre a capacidade de pagamentos de nossos clientes".
Nesse caso, chama também a atenção o reforço extraordinário de R$ 1,3 bilhão que foi, segundo o banco, "calculado a partir de modelos estatísticos próprios". Ao todo, a provisão feita pelo Bradesco no semestre foi 118% maior que a de igual período do ano passado.
No maior banco estrangeiro que opera no Brasil, o Santander, a provisão somou R$ 4,9 bilhões. No balanço, a explicação é idêntica. O aumento anual de 57,9% nessa despesa é "decorrente principalmente da expansão de 14,9% da carteira de crédito e do aumento da inadimplência".
No governo, há a percepção de que os bancos privados decidiram aumentar as provisões por dois motivos: crescimento da inadimplência e uma forma de tentar não aumentar as críticas ao setor. "O segmento teve grandes operações que geraram lucros bilionários para bancos privados. Em alguns desses casos, a provisão pode ser uma forma de evitar que esse ganho apareça no balanço em meio à crise", diz fonte da equipe econômica.
Quando o banco provisiona recursos, o dinheiro que iria para o lucro é reservado. Caso não haja inadimplência, o valor pode ser revertido em lucro.
Na avaliação dessa fonte, instituições preferiram reduzir o lucro temporariamente, com o aumento acima do necessário das provisões, para evitar a exposição de lucros "exuberantes" em meio à crise.
Provisão dos Bancos
Bancos privados fazem mais provisão
Instituições reservaram R$ 2,25 para cada R$ 1,00 emprestado no primeiro semestre, enquanto estatais, R$ 0,16
Fernando Nakagawa - Estado de São Paulo - 18/8/2009
Levantamento do Banco Central mostra que bancos públicos e privados têm visões opostas sobre o futuro do crédito. Os públicos apostam que a inadimplência não preocupa e tende a cair. Já as instituições privadas estão preparadas para o aumento do calote.
Os bancos estatais separaram R$ 0,16 de provisão a cada R$ 1 em novos financiamentos realizados no primeiro semestre. Já nos privados, as provisões foram maiores: a cada R$ 1 em novos créditos, foram reservados R$ 2,25 contra prejuízos.
Os números mostram que a reserva de recursos feita pelas instituições controladas pelo governo para cobrir prejuízos cresceu a um ritmo três vezes maior que a expansão dos empréstimos no primeiro semestre de 2009. Nos bancos particulares, a mesma provisão avançou em velocidade 41 vezes maior.
Otimistas, bancos públicos emprestam cada vez mais. No fim de junho, a provisão desse conjunto de instituições como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal somava R$ 31,1 bilhões.
O valor é 34,2% maior que o registrado seis meses antes. Esse ritmo é três vezes maior que a expansão das operações de crédito nesses bancos, que avançaram 10,9% no período. A proporção - crescimento três vezes maior em meio à crise - é considerada "normal e razoável" pelos analistas que acompanham o setor.
Já nos bancos privados nacionais, a situação é bem diferente. Em junho, a provisão atingiu R$ 44,7 bilhões, com salto de 58,4% no semestre. A diferença para os públicos é que a carteira de crédito das instituições particulares avançou apenas 1,4% em seis meses. Assim, o ritmo de aumento da provisão foi 41 vezes superior à dos créditos.
Em Brasília, diretores dos bancos públicos afirmam que o novo crédito oferecido por BB e Caixa é de boa qualidade. Por isso, alegam as instituições, não é necessário realizar grandes provisões adicionais às exigidas pela Lei.
Além disso, a perspectiva para as operações segue positiva, dizem. A retomada da atividade econômica vai garantir o aumento das vendas, emprego e renda, o que deve garantir fôlego financeiro para famílias e empresas que tomaram financiamentos nos últimos meses.
Essa postura otimista, no entanto, é encarada com cautela por analistas. Luis Miguel Santacreu, da Austin Rating, pondera que BB e Caixa avançaram em operações consideradas "mais seguras", como o crédito consignado, o que exige menor volume de provisão. "Eles estão otimistas, mas é preciso aguardar alguns meses para ver se essas operações não exigirão atenção adicional. Isso ficará claro no próximo trimestre", diz o analista. Ele não descarta aumento da provisão dos bancos públicos no curto prazo.
IFRS no mundo
Segundo a Reuters (Drive for accounting convergence slows, G20 key, 17/8/2009, Huw Jones) a convergência internacional está lenta. Isto apesar da crise financeira e das frases de efeito dos líderes do G20 no sentido de melhorar a convergência dos padrões contábeis ainda em 2009. E das vantagens propagadas do processo em termos de comparabilidade e custo.
Até o momento, mais de cem países já aderiram as normas do International Financial Reporting Standards (IFRS), incluindo 8 mil empresas dos 27 países da União Européia. Em 2011 o grupo terá ainda o Japão, Coréia, Índia e Canadá.
Mas para que os padrões sejam globais realmente, afirma a Reuters, é necessário a presença da maior economia mundial, os Estados Unidos. Entretanto, os EUA tem evitado este tema. Os reguladores estão focados nos seus problemas e existe oposição interna. Existe um posição de que a convergência pode ser feita de forma bilíngue, onde IFRS e normas estadunidenses co-existiriam indefinitivamente. Esta proposta não conta com o apoio do Iasb.
Existe um arranjo em que quatro dos 15 assentos do Iasb fossem ocupados por representantes dos EUA para facilitar o processo de adesão daquele país as normas. Este "arranjo" termina em 2011. Tweedie, maior dirigente do Iasb, afirmou, segundo a Reuters, que é impossível manter o acordo sem um compromisso firme dos EUA com a convergência.
Mas uma boa parte do dinheiro do Iasb tem sua origem nos EUA.
A crise financeira e a visão dos reguladores sobre o valor justo agravou o problema. Segundo Helen Brand, da Association of Chartered Certified Accountants de Londres, a liderança do G20 é fundamental para a implementação efetiva do IFRS, as normas internacionais.
Isto significa dizer que o processo de convergência é uma decisão muito mais política do que técnica.
Até o momento, mais de cem países já aderiram as normas do International Financial Reporting Standards (IFRS), incluindo 8 mil empresas dos 27 países da União Européia. Em 2011 o grupo terá ainda o Japão, Coréia, Índia e Canadá.
Mas para que os padrões sejam globais realmente, afirma a Reuters, é necessário a presença da maior economia mundial, os Estados Unidos. Entretanto, os EUA tem evitado este tema. Os reguladores estão focados nos seus problemas e existe oposição interna. Existe um posição de que a convergência pode ser feita de forma bilíngue, onde IFRS e normas estadunidenses co-existiriam indefinitivamente. Esta proposta não conta com o apoio do Iasb.
Existe um arranjo em que quatro dos 15 assentos do Iasb fossem ocupados por representantes dos EUA para facilitar o processo de adesão daquele país as normas. Este "arranjo" termina em 2011. Tweedie, maior dirigente do Iasb, afirmou, segundo a Reuters, que é impossível manter o acordo sem um compromisso firme dos EUA com a convergência.
Mas uma boa parte do dinheiro do Iasb tem sua origem nos EUA.
A crise financeira e a visão dos reguladores sobre o valor justo agravou o problema. Segundo Helen Brand, da Association of Chartered Certified Accountants de Londres, a liderança do G20 é fundamental para a implementação efetiva do IFRS, as normas internacionais.
Isto significa dizer que o processo de convergência é uma decisão muito mais política do que técnica.
Lucros Acumulados
A destinação dos lucro das empresas
Marcelo Tostes de Castro Maia e Frederico Augusto Lins Peixoto
Valor Econômico - 18/8/2009
As alterações da Lei das Sociedades Anônimas (S.A) pela Lei nº 11.638, de 2007, causaram inquietação no meio empresarial, em especial através da extinção da conta contábil de "lucro acumulados" do balanço patrimonial. Tal alteração exigiria que os lucros obtidos deveriam ser, de alguma forma, destinados seja através de incorporação ao capital social, de constituição de reservas ou de distribuição aos sócios.
No entanto, a destinação obrigatória dos lucros das empresas não é tão nova como se vincula atualmente. Desde 2001, a Lei das S.A. já prevê que os lucros não destinados a contas de reservas - legal, estatutárias, para contingências, de lucros, de lucro a realizar) deverão ser distribuídos como dividendos.
Antes ainda, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio das notas explicativas à Instrução nº 59, de 1986, já exigia que a "parcela de lucro remanescente, após as destinações para as reservas de lucros e o pagamento do dividendo obrigatório, também deverá ser destinada".
A extinção da conta de lucros acumulados não foi propriamente uma novidade, mas uma questão de harmonização com a norma já vigente de destinação dos lucros e uma lapidação da louvada convergência brasileira às normas internacionais de contabilidade e demonstrações financeiras.
A real inovação trazida pela nova lei é a limitação para a utilização das reservas de lucros, instrumento largamente utilizado para a retenção desses recursos pelas empresas.
A partir do período de 2008, cujas demonstrações contábeis e financeiras das companhias abertas devem ser publicadas até abril de 2009, o saldo das reservas de lucros, exceto daquelas especificamente previstas - para contingências, de incentivos fiscais e de lucros a realizar-, não poderá ultrapassar o capital social. Atingindo esse limite, a assembleia deliberará sobre a aplicação do excesso na integralização ou no aumento do capital social ou na distribuição de dividendos. Desta forma, ainda que haja justificativa legítima para a retenção de lucros, há um limitador objetivo e inflexível de valor.
Por outro lado, a legislação proíbe a distribuição de dividendos para as empresas com débitos frente à Seguridade Social, havendo inclusive imposição de multa de 50% do valor supostamente indevidamente distribuído.
Como resolver o impasse sobre o assunto? Haveria razoabilidade jurídica de um mesmo ato (distribuição de dividendos) ser obrigatório no sentido de resguardar o direito dos acionistas nos resultados e proibido no sentido de garantir o direito arrecadatório?
Ainda, poderia a empresa estar sujeita à multa e seus administradores sujeitos a penalidades por terem cumprido a determinação e distribuição de dividendos contida na Lei das S.A.?
Em uma análise sistemática das normas, disposições da Lei das S.A. devem prevalecer, tendo em vista seu caráter específico frente à generalidade da legislação concernente à Seguridade Social.
Inclusive, os órgãos destinatários da arrecadação não seriam prejudicados, pois a distribuição de dividendos pressupõe a apuração de lucros. Uma vez que os débitos previdenciários são obrigatoriamente provisionados, a geração de lucros capacitaria a empresa a honrar com tais débitos, que já estariam garantidos por seus ativos e reservas.
O efetivo recebimento de participação nos lucros da empresa é direito dos sócios, não podendo o administrador refutá-lo ou omitir-se diante da obrigação de distribuição. Caso o faça, poderá responder civil e criminalmente e ser penalizado pela CVM, consoante o disposto nos artigos 8º e 9º , da Lei nº 6.385, de 1976.
Mas, que órgãos estariam legitimados, ou mesmo obrigados, a dispor sobre a destinação dos lucros nas hipóteses previstas?
A lei determina que haja uma assembleia-geral ordinária nos quatro primeiros meses do ano para, dentre outras atribuições, deliberar sobre a destinação do lucro do exercício.
Por outro lado, já é procedimento comum e aceito pelas autoridades de deliberação de destinação dos lucros por assembleia-geral extraordinária, quando necessária agilidade no processo, para posterior convalidação ou alteração pela assembleia-geral ordinária (AGO).
Tal agilidade pode ser necessária, exemplificativamente, em operações de fusões, cisões e incorporações quando os lucros estivessem fora da negociação ou em casos de planejamentos estruturados, inclusive com vistas à otimização tributária.
Fato é que a destinação dos lucros pode ser decidida anteriormente à AGO, inclusive precedendo ao próprio encerramento do período, hipóteses em que não são raras as necessidades de agilidade no procedimento. Importante frisar que a lei das S.A. não inclui a destinação do lucro como matéria de competência exclusiva da assembleia-geral.
Poderia, então, a diretoria deliberar sobre a destinação dos lucros para posterior convalidação pela assembleia-geral ordinária?
A interpretação que referida possibilidade teria legalidade vem tomando força e pode ser a solução para os conhecidos problemas na agilidade de importantes decisões.
Oportunidades são perdidas, negócios são desfeitos ou finalizados de forma a prejudicar uma das partes devido à morosidade incrustada nos burocráticos procedimentos para a organização de uma assembleia-geral válida.
As possíveis críticas quanto à possível irreversibilidade dos efeitos dessa deliberação frente à eventual discordância da AGO ou mesmo do conselho de administração são legítimas. Mas, frente à possibilidade de deliberação pela AGE para posterior convalidação, as críticas quanto à decisão pela diretoria teriam o mesmo fundamento, não sendo um desses procedimentos potencialmente mais danoso ou irreversível, não havendo motivo para repulsa de um com a existência do outro.
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