Controvérsia
Conforme a Forbes, a Wal-Mart é a empresa mais generosa dos EUA em 2008, com doação de 301 milhoes para Children's Miracle Network, Feeding America, The Salvation Army (Exército da Salvacao), American Red Cross (Cruz Vermelha), the United Way of America, National Fish e Wildlife Foundation. Em 2008 o valor aumentou para 423 milhões, um aumento de 85.6 milhões.
Alem disto, a empresa emprega 2 milhões de pessoas no mundo, sendo 1,4 milhão nos EUA, alem de 3 milhões indiretos nos EUA, totalizando 4,4 milhões ou 3,2% da mão-de-obra daquele país.
Outro aspecto destacado pela polêmica Forbes, uma pesquisa realizada pela Global Insight mostrou que a empresa contribuiu com a redução da inflação e aumentou o volume de poupança.
Fonte: Aqui
09 abril 2009
Quem é endividado?
Há cinquenta anos o setor financeiro da maior economia mundial tinha uma divida de 21 bilhões de dólares, o que representava 6% da economia (PIB). Hoje, a dívida é de 17,2 trilhões ou 121% da economia. Aumentou a dívida com as novas formas de passivo.
E o tão acusado governo? Em 1958 suas dívidas eram de 60% do PIB. Cinquenta anos depois a proporção é a mesma.
Em comparação com os bancos, as família possuíam uma dívida de 13,8 trilhões no final de 2008.
Fonte: Who’s Most Indebted? Banks, Not Consumers, New York Times, 3/4/2009
E o tão acusado governo? Em 1958 suas dívidas eram de 60% do PIB. Cinquenta anos depois a proporção é a mesma.
Em comparação com os bancos, as família possuíam uma dívida de 13,8 trilhões no final de 2008.
Fonte: Who’s Most Indebted? Banks, Not Consumers, New York Times, 3/4/2009
Teste #53
Teste #53
Grau de Dificuldade: **
Você pretende presentear professores de contabilidade dos seus times do coração. Para cada professor, coloque o time que ele torce. Uma dica: todos são clubes paulistas, que já conquistaram o campeonato estadual. Dois tiveram o prazer de comemorar o título nacional.
Alexandre Assaf Neto
Jorge Katsumi Niyama
Sérgio de Iudicíbus
Resposta do Anterior: Fonte: aqui
Em vez de uma convergência durante a pior crise financeira desde a depressão talvez o que e necessário é um pouco mais de competição entre os reguladores
Grau de Dificuldade: **
Você pretende presentear professores de contabilidade dos seus times do coração. Para cada professor, coloque o time que ele torce. Uma dica: todos são clubes paulistas, que já conquistaram o campeonato estadual. Dois tiveram o prazer de comemorar o título nacional.
Alexandre Assaf Neto
Jorge Katsumi Niyama
Sérgio de Iudicíbus
Resposta do Anterior: Fonte: aqui
Em vez de uma convergência durante a pior crise financeira desde a depressão talvez o que e necessário é um pouco mais de competição entre os reguladores
08 abril 2009
Rir é o melhor remédio
Porque o Juiz deve ouvir as duas partes!
Seu Zé, mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferido que sofreu num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu Zé:
- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?
E seu Zé responde:
- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha cabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...
- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado. - Só responda à pergunta: O Senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?
- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...
O advogado interrompe novamente e diz:
- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem. Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta.
Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:
- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.
Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:
- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e, pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e foi até onde ela tava.. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:
- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E, como o senhor está se sentindo?
- Aí eu pensei bem e falei: .... Tô ótimo!!
Enviado por Matias, grato.
Seu Zé, mineirinho, pensou bem e decidiu que os ferido que sofreu num acidente de trânsito eram sérios o suficiente para levar o dono do outro carro ao tribunal. No tribunal, o advogado do réu começou a inquirir seu Zé:
- O Senhor não disse na hora do acidente 'Estou ótimo'?
E seu Zé responde:
- Bão, vô ti contá o que aconteceu. Eu tinha cabado di colocá minha mula favorita na caminhonete...
- Eu não pedi detalhes! - interrompeu o advogado. - Só responda à pergunta: O Senhor não disse na cena do acidente: 'Estou ótimo'?
- Bão, eu coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a rodovia...
O advogado interrompe novamente e diz:
- Meritíssimo, estou tentando estabelecer os fatos aqui. Na cena do acidente este homem disse ao patrulheiro rodoviário que estava bem. Agora, várias semanas após o acidente ele está tentando processar meu cliente, e isso é uma fraude. Por favor, poderia dizer a ele que simplesmente responda à pergunta.
Mas, a essa altura, o Juiz estava muito interessado na resposta de seu Zé e disse ao advogado:
- Eu gostaria de ouvir o que ele tem a dizer.
Seu Zé agradeceu ao Juiz e prosseguiu:
- Como eu tava dizendo, coloquei a mula na caminhonete e tava descendo a Rodovia quando uma picape travessô o sinal vermeio e bateu na minha Caminhonete bem du lado. Eu fui lançado fora do carro prum lado da rodovia e a mula foi lançada pro outro lado. Eu tava muito ferido e não podia me movê. Mais eu podia ouvir a mula zurrano e grunhino e, pelo baruio, percebi que o estado dela era muito feio. Em seguida o patrulheiro rodoviário chegou. Ele ouviu a mula gritano e zurrano e foi até onde ela tava.. Depois de dá uma oiada nela, ele pegou o revorve e atirou 3 vezes bem no meio dos ôio dela. Depois ele travessô a estrada com a arma na mão, oiô para mim e disse:
- Sua mula estava muito mal e eu tive que atirar nela. E, como o senhor está se sentindo?
- Aí eu pensei bem e falei: .... Tô ótimo!!
Enviado por Matias, grato.
Teste #51
Grau de Dificuldade: **
Associe a obra a seu autor:
Autores: Eliseu Martins - Frederico Herrmann Júnior - Hilário Franco - Sérgio de Iudicibus
Obra: A Evolução dos Princípios Contábeis no Brasil - Análise da Correção Monetária das Demonstrações Financeiras - Contribuição a Teoria dos Ajustamentos Contábeis - Tratado de Contabilidade Industrial
Resposta do Anterior: Isis – 7 milhões – Integral; Justine – 6 milhões – Realeza; Mateus – 1 milhão – Santa Rita; Felipe – 2 milhões – Bela Vista
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Autores: Eliseu Martins - Frederico Herrmann Júnior - Hilário Franco - Sérgio de Iudicibus
Obra: A Evolução dos Princípios Contábeis no Brasil - Análise da Correção Monetária das Demonstrações Financeiras - Contribuição a Teoria dos Ajustamentos Contábeis - Tratado de Contabilidade Industrial
Resposta do Anterior: Isis – 7 milhões – Integral; Justine – 6 milhões – Realeza; Mateus – 1 milhão – Santa Rita; Felipe – 2 milhões – Bela Vista
Links
Jornais médicos, ética e negócios
Europa também quer as mesmas regras contábeis dos EUA para bancos (ou seja, abrandar a marcação a mercado)
O investidor perde com as mudanças do Fasb?
Um texto muito citado na blogsfera: O mito da marcação a mercado
Mais mito da marcação a Mercado
Uma análise do Cisne Negro de Taleb
Balanço e Ciclo de negócios
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Lucro Líquido e Lucro Abrangente
'Botox' no lucro líquido tira credibilidade dos balanços
Valor Econômico - 8/4/2009
Não se pode ter um índice preço/lucro (P/L) sem lucros. E por um importante referencial financeiro, o índice de ações Standard & Poor's 500 não tem nenhum.
A medida de lucros à qual estou me referindo é chamada de lucro abrangente. Embora exista uma boa chance de você nunca ter ouvido falar disso, trata-se de uma medida de lucratividade bem mais completa que o seu primo mais conhecido, o lucro líquido.
O lucro abrangente é a mudança no patrimônio dos acionistas de uma companhia em um determinado período, excluindo os efeitos de novas injeções de capital e pagamentos de dividendos. Por essa medida, as companhias do índice S&P 500 tiveram perdas combinadas nos últimos quatro trimestres de cerca de US$ 200 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg e minha própria análise dos relatórios das empresas. Em outras palavras, não há um P/L porque não há L.
Por outro lado, as empresas do S&P 500 tiveram lucro líquido de US$ 295 bilhões no período, o que revela um P/L de 25 vezes os lucros para o índice. Isso não é barato pelo padrão histórico . E é muito o que se pagar por lucros "botox", que são artificialmente firmes e cosmeticamente melhorados.
Os investidores podem não prestar muita atenção ao lucro abrangente. Mas deveriam. O lucro líquido, independentemente de sua reputação de última linha do balanço, tornou-se tão poluído que não é mais uma medida confiável. Nome mais apropriado seria lucro abrangente excluindo coisas que a administração não quer que você perceba.
A partir do primeiro trimestre, após as pressões do setor bancário e seus lobistas no Congresso Americano, o Financial Accounting Standard Board (Fasb) propôs permitir às empresas reportarem os números de lucro líquido que ignoram quedas graves e de longo prazo nas ações e títulos de dívida que possuem. Do jeito que as regras estão, as empresas precisam registrar despesas no lucro líquido sempre que decidirem que essas perdas não são temporárias.
Na maioria dos casos, as companhias poderão manter as perdas não temporárias fora do lucro líquido. Isso está ligado a várias outras coisas que o lucro líquido já exclui, como os ganhos e perdas com planos de benefícios a aposentados, certos contratos de derivativos e flutuações cambiais. Tudo isso continuará sendo levado em conta no lucro abrangente.
O abismo entre o lucro líquido e o lucro abrangente normalmente não é tão grande. Segundo a Bloomberg, os resultados de 2007 das companhias que fazem parte do S&P 500 mostram um lucro abrangente combinado de US$ 784 bilhões, comparado a um lucro líquido de US$ 660 bilhões. Isso foi quando os planos de pensão eram comparativamente mais ricos, por causa das baixas taxas de juros e da alta dos mercados, e as companhias tinham uma probabilidade maior de mostrar ganhos do que perdas com as posições em títulos.
A onda de prejuízos do último ano, especialmente nas instituições financeiras, vem cobrando seu preço sobre as duas medidas de lucro. Em certos casos, a diferença entre as duas foi enorme.
Certamente, se excluíssemos os bancos, o lucro abrangente combinado do resto das empresas do S&P 500 teria sido ligeiramente positivo. Mesmo assim, as instituições não foram as únicas com grandes diferenças entre seus resultados líquidos e abrangentes
O lucro abrangente tem os mesmos problemas do lucro líquido. Ele depende de muitas estimativas subjetivas - desde reconhecer a receita ao tamanho das reservas para perdas com empréstimos e as despesas de depreciação de ativos. Ainda assim, é mais próximo, sob os princípios contábeis aceitos, da realidade econômica da empresa. O maior desafio para os investidores sempre é encontrá-lo.
As empresas americanas são obrigadas a revelar o número nas demonstrações trimestrais que enviam às autoridades reguladoras, mas elas não o colocam nas demonstrações de resultados. Normalmente, elas o colocam no patrimônio ou o escondem nas notas explicativas. A maioria das companhias não menciona o número em seus releases de resultados.
Nada disso vai mudar, a menos que os investidores comecem a exigir a informação com mais destaque. Com a nova safra de balanços já iniciada, o momento de se manifestar é agora.
Valor Econômico - 8/4/2009
Não se pode ter um índice preço/lucro (P/L) sem lucros. E por um importante referencial financeiro, o índice de ações Standard & Poor's 500 não tem nenhum.
A medida de lucros à qual estou me referindo é chamada de lucro abrangente. Embora exista uma boa chance de você nunca ter ouvido falar disso, trata-se de uma medida de lucratividade bem mais completa que o seu primo mais conhecido, o lucro líquido.
O lucro abrangente é a mudança no patrimônio dos acionistas de uma companhia em um determinado período, excluindo os efeitos de novas injeções de capital e pagamentos de dividendos. Por essa medida, as companhias do índice S&P 500 tiveram perdas combinadas nos últimos quatro trimestres de cerca de US$ 200 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg e minha própria análise dos relatórios das empresas. Em outras palavras, não há um P/L porque não há L.
Por outro lado, as empresas do S&P 500 tiveram lucro líquido de US$ 295 bilhões no período, o que revela um P/L de 25 vezes os lucros para o índice. Isso não é barato pelo padrão histórico . E é muito o que se pagar por lucros "botox", que são artificialmente firmes e cosmeticamente melhorados.
Os investidores podem não prestar muita atenção ao lucro abrangente. Mas deveriam. O lucro líquido, independentemente de sua reputação de última linha do balanço, tornou-se tão poluído que não é mais uma medida confiável. Nome mais apropriado seria lucro abrangente excluindo coisas que a administração não quer que você perceba.
A partir do primeiro trimestre, após as pressões do setor bancário e seus lobistas no Congresso Americano, o Financial Accounting Standard Board (Fasb) propôs permitir às empresas reportarem os números de lucro líquido que ignoram quedas graves e de longo prazo nas ações e títulos de dívida que possuem. Do jeito que as regras estão, as empresas precisam registrar despesas no lucro líquido sempre que decidirem que essas perdas não são temporárias.
Na maioria dos casos, as companhias poderão manter as perdas não temporárias fora do lucro líquido. Isso está ligado a várias outras coisas que o lucro líquido já exclui, como os ganhos e perdas com planos de benefícios a aposentados, certos contratos de derivativos e flutuações cambiais. Tudo isso continuará sendo levado em conta no lucro abrangente.
O abismo entre o lucro líquido e o lucro abrangente normalmente não é tão grande. Segundo a Bloomberg, os resultados de 2007 das companhias que fazem parte do S&P 500 mostram um lucro abrangente combinado de US$ 784 bilhões, comparado a um lucro líquido de US$ 660 bilhões. Isso foi quando os planos de pensão eram comparativamente mais ricos, por causa das baixas taxas de juros e da alta dos mercados, e as companhias tinham uma probabilidade maior de mostrar ganhos do que perdas com as posições em títulos.
A onda de prejuízos do último ano, especialmente nas instituições financeiras, vem cobrando seu preço sobre as duas medidas de lucro. Em certos casos, a diferença entre as duas foi enorme.
Certamente, se excluíssemos os bancos, o lucro abrangente combinado do resto das empresas do S&P 500 teria sido ligeiramente positivo. Mesmo assim, as instituições não foram as únicas com grandes diferenças entre seus resultados líquidos e abrangentes
O lucro abrangente tem os mesmos problemas do lucro líquido. Ele depende de muitas estimativas subjetivas - desde reconhecer a receita ao tamanho das reservas para perdas com empréstimos e as despesas de depreciação de ativos. Ainda assim, é mais próximo, sob os princípios contábeis aceitos, da realidade econômica da empresa. O maior desafio para os investidores sempre é encontrá-lo.
As empresas americanas são obrigadas a revelar o número nas demonstrações trimestrais que enviam às autoridades reguladoras, mas elas não o colocam nas demonstrações de resultados. Normalmente, elas o colocam no patrimônio ou o escondem nas notas explicativas. A maioria das companhias não menciona o número em seus releases de resultados.
Nada disso vai mudar, a menos que os investidores comecem a exigir a informação com mais destaque. Com a nova safra de balanços já iniciada, o momento de se manifestar é agora.
Fraude no Imposto de Renda
Escritórios que fraudam. IR estão na mira da Receita
LUCIELE VELLUTO - 8/4/2009 - Jornal da Tarde
Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público desmontaram ontem um esquema de fraudes em declarações de Imposto de Renda de pessoas físicas realizado em um escritório em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Declarações fraudulentas eram transmitidas ao Fisco, com a promessa de reduzir o imposto a pagar dos contribuintes e obter valores maiores de restituição. O dano aos cofres públicos é de cerca de R$ 10 milhões.
A empresa investigada é a Organização Contábil Nações, na qual 67 caixas de documentos com 150 quilos de papel, 10 discos rígidos e listas de clientes foram apreendidos para a investigação. O mandado de busca e apreensão foi dado pela 10ª Vara Criminal da Justiça Federal e a suspeita é de crime contra a ordem tributária e estelionato. O escritório é um dos principais investigados, segundo informou a Receita, mas outros escritórios contábeis também estão na mira do Fisco.
De acordo com a Receita, cerca de 12 mil restituições apresentam informação fraudulenta desde 2005 no Estado de São Paulo, sendo estimados R$ 2,5 milhões sonegados ao ano, totalizando R$ 10 milhões até o ano passado. A empresa oferecia - por meio de mala direta e propaganda boca a boca - aumentar o valor da restituição de IR do contribuinte. A devolução do imposto por parte do governo era prometida até para quem era isento do pagamento do IR ou ainda para aqueles contribuintes com imposto a pagar.
A promessa era de recebimento da restituição de 30 a 60 dias após o envio da declaração, mas o contribuinte deveria adiantar de 10% a 30% do valor que seria restituído, e à vista. Contudo, devido aos dados fraudulentos, as declarações de quem contratou a empresa caíram na malha fina.
Todos os que estão nesta situação serão chamados a prestar esclarecimentos à Receita. A multa para quem for notificado pode chegar a 225% do valor do imposto caso seja comprovada a fraude. Além da medida da Receita, o contribuinte ainda pode ser acionado na Justiça criminalmente por ter lesado os cofres públicos.
Durante a ação da Receita e da PF, dois clientes do escritório contábil foram até o local e relataram problemas com o Fisco por causa da irregularidade cometida na declaração, confirmando as suspeitas dos órgãos fiscalizadores.
As contas da empresa também serão analisadas, pois, com o recebimento de pagamentos por uma ação ilícita, a própria empresa pode ter sonegado impostos.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, a empresa não consta no cadastro do sindicato. “Todas as empresas estão cadastradas por causa do imposto sindical. Se não há registro, deve também se averiguar se o profissional está no Conselho de Contabilidade”, diz.
Para Chapina, o contribuinte precisa ficar atento. “Não se deve subestimar o sistema da Receita. Há verdadeiros vendedores de milagres no mercado e quem os procurou caiu no conto do vigário. Não existe essa de aumentar a restituição sem comprovantes”, diz.
Para o advogado tributarista Milton Carmo de Assis Junior, dificilmente o contribuinte poderá comprovar inocência nesses casos. “Ela sabe o quanto ganha, o quanto recebe e o quanto gasta. Se há informações a mais na declaração do IR, há fraude”, afirma. “Não vale a pena correr esse risco, pois a possibilidade de ser pego é muito grande com o sistema moderno que a Receita Federal tem para o cruzamento de dados”, diz.
LUCIELE VELLUTO - 8/4/2009 - Jornal da Tarde
Receita Federal, Polícia Federal e Ministério Público desmontaram ontem um esquema de fraudes em declarações de Imposto de Renda de pessoas físicas realizado em um escritório em Itaquera, na zona leste de São Paulo. Declarações fraudulentas eram transmitidas ao Fisco, com a promessa de reduzir o imposto a pagar dos contribuintes e obter valores maiores de restituição. O dano aos cofres públicos é de cerca de R$ 10 milhões.
A empresa investigada é a Organização Contábil Nações, na qual 67 caixas de documentos com 150 quilos de papel, 10 discos rígidos e listas de clientes foram apreendidos para a investigação. O mandado de busca e apreensão foi dado pela 10ª Vara Criminal da Justiça Federal e a suspeita é de crime contra a ordem tributária e estelionato. O escritório é um dos principais investigados, segundo informou a Receita, mas outros escritórios contábeis também estão na mira do Fisco.
De acordo com a Receita, cerca de 12 mil restituições apresentam informação fraudulenta desde 2005 no Estado de São Paulo, sendo estimados R$ 2,5 milhões sonegados ao ano, totalizando R$ 10 milhões até o ano passado. A empresa oferecia - por meio de mala direta e propaganda boca a boca - aumentar o valor da restituição de IR do contribuinte. A devolução do imposto por parte do governo era prometida até para quem era isento do pagamento do IR ou ainda para aqueles contribuintes com imposto a pagar.
A promessa era de recebimento da restituição de 30 a 60 dias após o envio da declaração, mas o contribuinte deveria adiantar de 10% a 30% do valor que seria restituído, e à vista. Contudo, devido aos dados fraudulentos, as declarações de quem contratou a empresa caíram na malha fina.
Todos os que estão nesta situação serão chamados a prestar esclarecimentos à Receita. A multa para quem for notificado pode chegar a 225% do valor do imposto caso seja comprovada a fraude. Além da medida da Receita, o contribuinte ainda pode ser acionado na Justiça criminalmente por ter lesado os cofres públicos.
Durante a ação da Receita e da PF, dois clientes do escritório contábil foram até o local e relataram problemas com o Fisco por causa da irregularidade cometida na declaração, confirmando as suspeitas dos órgãos fiscalizadores.
As contas da empresa também serão analisadas, pois, com o recebimento de pagamentos por uma ação ilícita, a própria empresa pode ter sonegado impostos.
De acordo com o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas no Estado de São Paulo (Sescon-SP), José Maria Chapina Alcazar, a empresa não consta no cadastro do sindicato. “Todas as empresas estão cadastradas por causa do imposto sindical. Se não há registro, deve também se averiguar se o profissional está no Conselho de Contabilidade”, diz.
Para Chapina, o contribuinte precisa ficar atento. “Não se deve subestimar o sistema da Receita. Há verdadeiros vendedores de milagres no mercado e quem os procurou caiu no conto do vigário. Não existe essa de aumentar a restituição sem comprovantes”, diz.
Para o advogado tributarista Milton Carmo de Assis Junior, dificilmente o contribuinte poderá comprovar inocência nesses casos. “Ela sabe o quanto ganha, o quanto recebe e o quanto gasta. Se há informações a mais na declaração do IR, há fraude”, afirma. “Não vale a pena correr esse risco, pois a possibilidade de ser pego é muito grande com o sistema moderno que a Receita Federal tem para o cruzamento de dados”, diz.
Correlação e Causalidade

O gráfico mostra dados históricos e comparativos entre o número de mortes nas estradas dos EUA e, no eixo "x", a importação de limão do México. A correlação é elevada. Mas existe causalidade? (Fonte, aqui)
Em pesquisas empíricas é necessário tomar cuidado com a existência de correlação, mas ausência de relação causa-efeito. A chamada correlação espúria.
Vote no símbolo da Rúpia


O governo da Índia resolveu escolher um símbolo para a sua moeda, a rúpia. Duas sugestões acima.
Fonte: Aqui
Como a rúpia começa com a mesma letra do real, nossa moeda, poderíamos aproveitar e escolher também um símbolo para nossa moeda.
Remuneração e Desempenho

O gráfico é ilustrativo sobre a questão da remuneração dos executivos. De um lado, no eixo "x", o desempenho da empresa, medido pelo retorno total das ações. No outro eixo o valor da remuneração. Existem casos, como o da Motorola, onde elevadas remunerações não foram acompanhadas por retornos adequados (é o ponto mais alto do gráfico). Apesar do retorno das ações não ser a medida ideal de desempenho e que a medida de remuneração usada ter problemas (pode ser baseada em desempenhos de outros exercícios e contemplar ações com baixa liquidez), o gráfico a distância entre desempenho e remuneração. (Fonte: Aqui. Mais sobre remuneração aqui)
E no Brasil? Não podemos construir este gráfico por dois bons motivos. Em primeiro lugar, as informações sobre remuneração não são adequadamente divulgadas. E segundo lugar, muitos executivos são também controladores e parte de sua remuneração está disfarçada sob a forma de despesas operacionais, por exemplo.
Ford e seu Passivo
Ford renegocia dívida com dinheiro e ações
7/4/2009 - Valor Econômico
A Ford anunciou ontem que seus credores aceitaram trocar US$ 9,9 bilhões em dívidas por dinheiro e ações, aumentando assim a pressão sobre seus combalidos concorrentes americanos, que também tentam reduzir suas dívidas. A redução de 28% no endividamento total da Ford acontece enquanto as rivais General Motors e Chrysler não têm conseguido progredir em suas negociações com portadores de títulos e bancos.
Ambas estão tentando eliminar um montante significativo de dívidas nas próximas semanas, para atender às exigências do governo americano para levar adiante uma reorganização de peso em troca de mais suporte estatal.
O Tesouro dos Estados Unidos começou, na semana passada, a negociar com credores da
Chrysler a eliminação de mais de US$ 5 bilhões do total de US$ 6,8 bilhões em dívidas garantidas da Chrysler que vencem no fim de abril. Os credores, incluindo os bancos J.P. Morgan Chase e Goldman Sachs , contudo, se negaram, argumentando que o Tesouro quer concessões demais.
Na GM, as negociações estão voltadas para persuadir os credores sem garantia a trocar pelo menos dois terços das dívidas por ações e novos títulos de dívida, e assim reduzir o montante principal. Representantes dos portadores de títulos reclamaram que a força-tarefa do Tesouro para o setor automotivo não está aberta a se reunir com eles para negociar, mesmo com o governo afirmando que é preciso chegar a um acordo até junho.
Funcionários do Tesouro estão planejando se reunir com os detentores de dívida no futuro próximo, disse uma pessoa familiarizada com o departamento, que é o equivalente ao Ministério da Fazenda nos EUA. Os dois lados se reuniram pela primeira vez no início de março.
Uma das exigências mais importantes dos credores - que o governo garanta as novas emissões de dívida da GM com algum tipo de seguro - foi rejeitada pelas autoridades do Tesouro. É o indício mais recente de que o governo do presidente Barack Obama adotou uma postura mais rígida com os credores da GM e da Chrysler.
A primeira parte da oferta em dinheiro e ações da Ford, anunciada mês passado, foi melhor recebida pelos credores do que se esperava, mas acabou ficando abaixo dos US$ 10,4 bilhões em dívidas que a Ford afirmava que poderia ter eliminado. A oferta foi liderada pela Goldman Sachs e pela firma de private equity Blackstone Group.
O acordo pode ter mudado a opinião de muita gente em Wall Street que tinha questionado se a Ford conseguiria evitar empréstimos do governo. O analista automotivo do J.P. Morgan Himanshu Patel escreveu ontem a investidores que a reestruturação da dívida da Ford pode ser um sinal de que a diretoria da montadora "acredita que as vendas de carros caíram o máximo e (tem) esperança na sua própria capacidade de executar" seu plano sem o tipo de ajuda governamental. As ações da Ford subiram 16% na Bolsa de Nova York, para US$ 3,77 cada.
Ainda há quem continue reticente em relação ao futuro da Ford. "Com os fracos resultados operacionais esperados para 2009, a liquidez da Ford está ficando prejudicada", escreveu ontem Shelly Lombard, analista do setor automotivo da firma de pesquisa Gimme Credit.
Ontem, a Standard & Poor's rebaixou a avaliação de risco de crédito da Ford para "default seletivo", e certas emissões de dívida da montadora receberam avaliação "D". A S&P afirmou que considerava a operação da Ford o "equivalente a uma moratória, segundo nossos critérios". Mas a firma de avaliação acrescentou que vai reavaliar a Ford em meados de abril.
A Ford tinha US$ 35,8 bilhões em dívidas no fim de 2008, incluindo US$ 10,1 bilhões obtidos em janeiro de uma linha de crédito rotativo.
A montadora, que tem sede em Dearborn, Michigan, ainda precisa contribuir para a criação de um fundo que cobrirá os gastos com saúde de seus aposentados. A empresa é obrigada a pagar US$ 13 bilhões para esse fim nos próximos dez anos. Metade disso pode ser pago em ações da empresa, de acordo com um acordo fechado recentemente com o sindicato de metalúrgicos, reduzindo o montante devido para US$ 6,6 bilhões.
A Ford informou que sua financeira, a Ford Motor Credit, usará US$ 2,4 bilhões em dinheiro e ações para recomprar os títulos quando a oferta for concluída, amanhã. A Ford fez acordo para pagar aos investidores cerca de US$ 380 em dinheiro e ações para cada US$ 1.000 em título de dívida, segundo executivos da empresa.
"Isso reduzirá nossas despesas com juros entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões por ano", disse ontem o tesoureiro da Ford, Neil M. Scholls, numa entrevista ao Wall Street Journal.
Perguntando se está preocupado com o fato de que o swap de dívida por ações realizado pela Ford vai diluir substancialmente o investimento dos acionistas, Scholls disse: "Acho que os acionistas sabem que ainda temos muito chão pela frente" para melhorar as operações da montadora.
O acordo de recompra de dívida é mais um exemplo de como a Ford conseguiu capitalizar as imposições do governo para a GM e a Chrysler fecharem acordos com credores. Além de permitir que a Ford financie com ações metade dos gastos com saúde de seus aposentados, o sindicato também fez concessões em salários, benefícios e regras do trabalho.
Cerca de US$ 4,3 bilhões dos títulos conversíveis sênior da Ford, com vencimento em dezembro de 2036 e cupom de 4,24%, foram recomprados com ações, o que resultará na emissão de mais 468 milhões de ações. Separadamente, dentro da oferta da Ford Motor Credit, US$ 3,4 bilhões foram resgatados ao preço de US$ 1,1 bilhão. (Colaborou Jeff Bennett)
7/4/2009 - Valor Econômico
A Ford anunciou ontem que seus credores aceitaram trocar US$ 9,9 bilhões em dívidas por dinheiro e ações, aumentando assim a pressão sobre seus combalidos concorrentes americanos, que também tentam reduzir suas dívidas. A redução de 28% no endividamento total da Ford acontece enquanto as rivais General Motors e Chrysler não têm conseguido progredir em suas negociações com portadores de títulos e bancos.
Ambas estão tentando eliminar um montante significativo de dívidas nas próximas semanas, para atender às exigências do governo americano para levar adiante uma reorganização de peso em troca de mais suporte estatal.
O Tesouro dos Estados Unidos começou, na semana passada, a negociar com credores da
Chrysler a eliminação de mais de US$ 5 bilhões do total de US$ 6,8 bilhões em dívidas garantidas da Chrysler que vencem no fim de abril. Os credores, incluindo os bancos J.P. Morgan Chase e Goldman Sachs , contudo, se negaram, argumentando que o Tesouro quer concessões demais.
Na GM, as negociações estão voltadas para persuadir os credores sem garantia a trocar pelo menos dois terços das dívidas por ações e novos títulos de dívida, e assim reduzir o montante principal. Representantes dos portadores de títulos reclamaram que a força-tarefa do Tesouro para o setor automotivo não está aberta a se reunir com eles para negociar, mesmo com o governo afirmando que é preciso chegar a um acordo até junho.
Funcionários do Tesouro estão planejando se reunir com os detentores de dívida no futuro próximo, disse uma pessoa familiarizada com o departamento, que é o equivalente ao Ministério da Fazenda nos EUA. Os dois lados se reuniram pela primeira vez no início de março.
Uma das exigências mais importantes dos credores - que o governo garanta as novas emissões de dívida da GM com algum tipo de seguro - foi rejeitada pelas autoridades do Tesouro. É o indício mais recente de que o governo do presidente Barack Obama adotou uma postura mais rígida com os credores da GM e da Chrysler.
A primeira parte da oferta em dinheiro e ações da Ford, anunciada mês passado, foi melhor recebida pelos credores do que se esperava, mas acabou ficando abaixo dos US$ 10,4 bilhões em dívidas que a Ford afirmava que poderia ter eliminado. A oferta foi liderada pela Goldman Sachs e pela firma de private equity Blackstone Group.
O acordo pode ter mudado a opinião de muita gente em Wall Street que tinha questionado se a Ford conseguiria evitar empréstimos do governo. O analista automotivo do J.P. Morgan Himanshu Patel escreveu ontem a investidores que a reestruturação da dívida da Ford pode ser um sinal de que a diretoria da montadora "acredita que as vendas de carros caíram o máximo e (tem) esperança na sua própria capacidade de executar" seu plano sem o tipo de ajuda governamental. As ações da Ford subiram 16% na Bolsa de Nova York, para US$ 3,77 cada.
Ainda há quem continue reticente em relação ao futuro da Ford. "Com os fracos resultados operacionais esperados para 2009, a liquidez da Ford está ficando prejudicada", escreveu ontem Shelly Lombard, analista do setor automotivo da firma de pesquisa Gimme Credit.
Ontem, a Standard & Poor's rebaixou a avaliação de risco de crédito da Ford para "default seletivo", e certas emissões de dívida da montadora receberam avaliação "D". A S&P afirmou que considerava a operação da Ford o "equivalente a uma moratória, segundo nossos critérios". Mas a firma de avaliação acrescentou que vai reavaliar a Ford em meados de abril.
A Ford tinha US$ 35,8 bilhões em dívidas no fim de 2008, incluindo US$ 10,1 bilhões obtidos em janeiro de uma linha de crédito rotativo.
A montadora, que tem sede em Dearborn, Michigan, ainda precisa contribuir para a criação de um fundo que cobrirá os gastos com saúde de seus aposentados. A empresa é obrigada a pagar US$ 13 bilhões para esse fim nos próximos dez anos. Metade disso pode ser pago em ações da empresa, de acordo com um acordo fechado recentemente com o sindicato de metalúrgicos, reduzindo o montante devido para US$ 6,6 bilhões.
A Ford informou que sua financeira, a Ford Motor Credit, usará US$ 2,4 bilhões em dinheiro e ações para recomprar os títulos quando a oferta for concluída, amanhã. A Ford fez acordo para pagar aos investidores cerca de US$ 380 em dinheiro e ações para cada US$ 1.000 em título de dívida, segundo executivos da empresa.
"Isso reduzirá nossas despesas com juros entre US$ 500 milhões e US$ 600 milhões por ano", disse ontem o tesoureiro da Ford, Neil M. Scholls, numa entrevista ao Wall Street Journal.
Perguntando se está preocupado com o fato de que o swap de dívida por ações realizado pela Ford vai diluir substancialmente o investimento dos acionistas, Scholls disse: "Acho que os acionistas sabem que ainda temos muito chão pela frente" para melhorar as operações da montadora.
O acordo de recompra de dívida é mais um exemplo de como a Ford conseguiu capitalizar as imposições do governo para a GM e a Chrysler fecharem acordos com credores. Além de permitir que a Ford financie com ações metade dos gastos com saúde de seus aposentados, o sindicato também fez concessões em salários, benefícios e regras do trabalho.
Cerca de US$ 4,3 bilhões dos títulos conversíveis sênior da Ford, com vencimento em dezembro de 2036 e cupom de 4,24%, foram recomprados com ações, o que resultará na emissão de mais 468 milhões de ações. Separadamente, dentro da oferta da Ford Motor Credit, US$ 3,4 bilhões foram resgatados ao preço de US$ 1,1 bilhão. (Colaborou Jeff Bennett)
Sadia e Derivativos
Sadia fechou operação bilionária cinco dias antes do início da crise
7/4/2009 - Valor Econômico
O maior dos contratos de risco com derivativos da Sadia foi fechado cinco dias antes da quebra do banco americano Lehman Brothers, fato detonador da crise financeira global em suas atuais proporções. Trata-se de uma operação de US$ 1,4 bilhão fechada com o Barclays em 10 de setembro.
Daí a duração dos compromissos financeiros da empresa até setembro deste ano, com a concentração dos vencimentos no terceiro trimestre. As operações, em geral, têm vigência de 12 meses.
A informação consta do relatório da BDO Trevisan elaborado para apurar as responsabilidades dos administradores no episódio dos derivativos, que levaram a companhia a fechar 2008 com um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões.
O relatório apontou que de janeiro a setembro, período avaliado, a Sadia fez 133 operações de derivativos, todos na modalidade mais arriscada, em que o compromisso se duplica em caso de perdas - mas não em situações de ganho. Desse total, 28, incluindo o maior dos contratos, teriam sido fechados sem que as políticas de risco da empresa tivessem sido observadas e sem o conhecimento do conselho de administração.
"Não foram encontrados indícios de que o conselho tenha sido consultado ou informado", afirmou Marcio Pepe, sócio-diretor da área financeira da BDO Trevisan, durante a apresentação das conclusões do relatório em assembleia de acionistas realizada ontem.
As operações realizadas na modalidade de maior risco somaram US$ 2,7 bilhões em setembro. Pela política de risco, o ex-diretor da empresa Adriano Ferreira, que os controladores da Sadia decidiram processar, tinha alçada para operações de até US$ 200 milhões e gerentes abaixo dele, de até US$ 100 milhões e US$ 50 milhões, conforme o cargo.
Durante as investigações da auditoria, Ferreira afirmou à BDO Trevisan que as reuniões prévias para definir as políticas financeiras não tinham registro em ata. A informação está numa entrevista realizada com o ex-executivo e anexada ao relatório.
Na apresentação das conclusões do relatório à assembleia de acionistas, Pepe afirmou que "falhas de estrutura [permitiram] que a diretoria financeira contratasse as operações". Além disso, os problemas na estrutura da gestão também se devem ao fato de o conselho de administração não ter acesso a um acompanhamento periódico a respeito das operações de risco.
Nas conclusões apresentadas aos acionistas, Pepe relatou que no começo de julho Ferreira já havia sido informado que a soma das operações ultrapassava os limites de risco sugeridos pela empresa, de três meses de exportação.
No entanto, na entrevista de Ferreira anexada ao trecho do relatório disponível na assembleia, ele afirmou à auditoria que a política de risco era de, no mínimo, três meses de vendas internacionais e, no máximo, 7,5 meses - mas de maneira que a estimativa de prejuízo fosse limitada a pouco mais de R$ 650 milhões, de acordo com sistemas de mensuração de riscos.
Os problemas com a exposição das operações tornaram-se evidentes no começo de setembro. A Sadia comunicou os prejuízos ao mercado, pela primeira vez, em 25 de setembro, após o fechamento da bolsa. Somente naquele mês, as "chamadas de margem" - garantia depositada pela empresa nos bancos para perdas esperadas - somaram mais de R$ 460 milhões.
Ao fim de setembro, o balanço da Sadia mostrava que, das perdas totais de R$ 2,6 bilhões com derivativos, pouco mais de R$ 700 milhões já tiveram efeito no caixa em 2008 e outros R$ 1,9 bilhão terão neste ano, concentrados no primeiro e no terceiro trimestres, ou seja, serão efetivamente pagos. O lançamento desse valor já no balanço de 2008 se deve à necessidade de marcação a mercado dos contratos.
A investigação realizada pela BDO Trevisan foi liderada por Marcio Pepe, com uma equipe de 12 pessoas. O levantamento dos dados ocorreu nos primeiros 70 dias após a contratação dos serviços, no começo de novembro passado, No total, os trabalhos acumularam um total de oito mil horas.
O documento, porém, foi criticado durante a assembleia de acionistas. Pepe explicou que o o objetivo dos trabalhos era o levantamento dos fatos e não "embasar propositura" de ações contra executivos.
Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração da companhia desde que os problemas vieram à tona, afirmou que a Sadia está avaliando modificações em sua estrutura de gestão para corrigir falhas nos processos internos, conforme sugestão da auditoria. "Tudo indica que haverá mudanças", disse Furlan ao Valor depois da assembleia. Ele acredita que também a composição do conselho de administração sofrerá alterações, na assembleia geral ordinária, marcada para o fim deste mês.
A repórter adquiriu 11 ações ordinárias da Sadia, no valor de aproximadamente R$ 60, o mínimo vendido na corretora, para ter acesso à assembleia da companhia e poder reportar aos leitores a auditoria feita na empresa, cujo conteúdo é aberto apenas aos acionistas presentes na reunião em Concórdia, interior de Santa Catarina. A repórter se absteve de votar.
Dois comentários: (a) problemas sérios de controle na empresa, que permitiu que a operação fosse realizada; (b) o acesso a assembleia pela reporter mostra a dificuldade de obter informações nas empresas abertas
07 abril 2009
GM e a Bancarrota
Segundo a Reuters, existe um grande preparativo na General Motors para solicitar uma recuperação judicial. Já segundo a Moody's Investors Service a chance é de 70%.
Fonte: Aqui
Fonte: Aqui
Teste #50
Grau de Dificuldade: ***
Quatros pessoas, dois homens (Mateus, Felipe) e duas mulheres (Isis e Justine) estavam discutindo o desempenho das empresas (Santa Rita, Realeza, Integral e Bela Vista) que trabalhavam. Com a crise, a discussão era sobre a geração do Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais (R$1 milhão, 2 milhões, 6 milhões e 7 milhões de reais). Descubra o valor do fluxo de cada empresa e o nome de cada empregado, com base nas dicas abaixo:
a) É um rapaz que trabalha na empresa Bela Vista
b) A Integral possui uma moça como funcionária e gerou de fluxo de caixa 1 milhão a mais que a Realeza, onde trabalha outra pessoa do sexo feminino
c) A Santa Rita gerou R$1 milhão
d) Felipe trabalha numa empresa que gerou mais Fluxo que Mateus, mas a empresa de Justine teve um fluxo de caixa menor que a de Isis.
Resposta do Anterior: a) Não. George Oliver May nasceu em 1875 e morreu em 1961. Foi presidente da American Accounting Association e escreveu mais de cem artigos. O Fasb foi constituído em 1973. b) Não. Sir Tweedie fez graduação na década de 60 e a obra Momentum Accounting and Triple-Entry Bookkeeping, de Ijiri, foi publicada em 1989; c) Sim. Kaplan nasceu em 1940 e Miller, grande músico e maestro, desapareceu em 1944.
Quatros pessoas, dois homens (Mateus, Felipe) e duas mulheres (Isis e Justine) estavam discutindo o desempenho das empresas (Santa Rita, Realeza, Integral e Bela Vista) que trabalhavam. Com a crise, a discussão era sobre a geração do Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais (R$1 milhão, 2 milhões, 6 milhões e 7 milhões de reais). Descubra o valor do fluxo de cada empresa e o nome de cada empregado, com base nas dicas abaixo:
a) É um rapaz que trabalha na empresa Bela Vista
b) A Integral possui uma moça como funcionária e gerou de fluxo de caixa 1 milhão a mais que a Realeza, onde trabalha outra pessoa do sexo feminino
c) A Santa Rita gerou R$1 milhão
d) Felipe trabalha numa empresa que gerou mais Fluxo que Mateus, mas a empresa de Justine teve um fluxo de caixa menor que a de Isis.
Resposta do Anterior: a) Não. George Oliver May nasceu em 1875 e morreu em 1961. Foi presidente da American Accounting Association e escreveu mais de cem artigos. O Fasb foi constituído em 1973. b) Não. Sir Tweedie fez graduação na década de 60 e a obra Momentum Accounting and Triple-Entry Bookkeeping, de Ijiri, foi publicada em 1989; c) Sim. Kaplan nasceu em 1940 e Miller, grande músico e maestro, desapareceu em 1944.
Links
Pesquisa da Deloitte mostra atitude favorável das empresas com a convergência [nos EUA]
Privilegio de pertencer a um cartel: retorno acima do mercado – O caso dos Taxis em Nova Iorque
Nova Proposta de Contabilidade para impostos pelo Iasb
Economia de Star Trek
A dificuldade de ter um taxi em Cuba
Nosso cerebro e fazer muitas coisas ao mesmo tempo
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Balanços e Mercado
Safra de balanços pode esfriar entusiasmo nas bolsas
David Gaffen, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 6/4/2009 - 1
A temporada de balanços está começando e vai ser deprimente. Apesar disso, o mercado acionário dos Estados Unidos — que de uma maneira ou outra acaba ditando o ritmo das bolsas ao redor do mundo — está entrando nessa nova fase no vácuo da disparada de quatro semanas mais agressiva em mais de 70 anos.
Dessa forma, mesmo que praticamente todos os investidores reconheçam que as coisas estão realmente feias, ainda assim eles estão criando bases para uma decepção. E se os últimos oito anos servirem como alguma orientação, é isso que provavelmente acontecerá.
A empresa de pesquisa de investimento Bespoke Investment Group LLC examinou todas temporadas de balanço desde meados de 2001 e concluiu que se os investidores aplicassem dinheiro no índice Standard & Poor's 500 no primeiro dia da temporada de balanços e vendessem as ações no último dia perderiam quase 27%. Os que fizessem o oposto conseguiriam um retorno de 7,1%.
Os números parecem especialmente pertinentes neste trimestre, levando-se em consideração que a recente alta do mercado foi furiosa. A Média Industrial Dow Jones subiu 21% nas últimas quatro semanas, o mais rápido ganho de 20% do índice desde 1938. O S&P 500 acumula alta de 23%.
As duas últimas temporadas de balanço, que aconteceram durante extremo nervosismo do mercado, mostraram, respectivamente, quedas de 8,5% e 9,3% no S&P 500, como mostra a pesquisa da Bespoke. A temporada de balanços do primeiro trimestre começa com a divulgação dos resultados da Alcoa amanhã e será encerrada a 14 de maio, quando a rede Wal-Mart Stores apresenta seus números.
Os analistas esperam um declínio de 37% nos lucros em comparação com o mesmo período do ano passado. A expectativa é de que todos os dez grupos do S&P 500 apresentem queda anual, um corte uniforme que nunca havia acontecido durante os dez anos de acompanhamento desses dados pela Thomson Financial.
O que pode manter a alta das bolsas não é tanto se os resultados do primeiro trimestre atingirão ou superarão essas expectativas. Os ganhos dependerão mais do que os executivos disserem sobre o segundo, terceiro e quarto trimestres.
"A esperança de todo mundo, no momento, é a compilação de dados menos ruins", diz Linda Duessel, estrategista de renda variável da Federated Investors. "Queremos ouvir que caímos no abismo e que a queda provavelmente chegou ao fim."
O que as empresas informarem deve determinar se as bolsas americanas podem sair do declínio de 18 meses — a Média Dow Jones ainda está 43% abaixo do pico de outubro de 2007 — e transformar a fase recente de quedas num período de altas consistentes. Na sexta- feira, a Dow fechou a 8.017,59 pontos e o S&P 500 a 842,50 pontos.
Os investidores foram brindados com algumas fagulhas de esperança no começo de março, como as declarações dos diretores-presidentes do Citigroup, Vikram Pandit, e do Bank of America, Kenneth Lewis, de que os dois bancos tiveram lucro em janeiro e fevereiro. Esses comentários foram alguns dos catalisadores do retorno dos investidores às bolsas, especialmente às ações de bancos, que têm tido um desempenho melhor do que a média do mercado desde que este bateu em seu nível mais baixo da crise, a 9 de março.
O entusiasmo dos dois executivos foi diluído há poucos dias, quando Lewis e Jamie Dimon, diretor-presidente do J. P. Morgan Chase, declararam que março foi um mês difícil. A confiança dos investidores no setor bancário aumentou, mas eles já se decepcionaram no passado e, por isso, qualquer sinal de que os bancos ainda enfrentam dificuldades colocará à prova a fé deles.
Os relatórios sobre produção industrial, habitação, setor imobiliário e atividade das fábricas sugerem que, pelo menos, a economia se estabilizou. Se empresas de outros setores indicarem a retomada da atividade com sinais de melhora no número de pedidos ou nas entregas, isso vai aumentar o otimismo recente.
"A questão é: as empresas vão fazer comentários sobre expectativas que sejam significartivamente muito diferentes do que é esperado? E o que vamos ouvir sobre as atividades dos negócios em abril?", diz Jim McDonald, diretor de estratégias de investimento da Northern Trust.
Os primeiros sinais são contraditórios. Os números da habitação melhoraram, mas as empresas de construção civil Lennar e KB Home informaram perdas contínuas, e a última informou que não previa nenhuma melhora significativa nas condições do mercado pelo resto do ano.
Os investidores estarão especialmente atentos aos resultados de empresas que servem como referência da demanda global. Como a Caterpillar, que surpreendeu o mercado em janeiro com o anúncio de 20.000 demissões e ofertas de demissões voluntárias para outros 25.000 empregados nos EUA. Em março, a gigante industrial anunciou planos de demitir mais 2.500 pessoas.
Notícias desse tipo durante a temporada de balanços podem esfriar o entusiasmo dos investidores.
Soros e a Marcação a Mercado
Sistema bancário dos EUA ainda está insolvente, diz George Soros
da Reuters
FolhaNews - 6/4/2009
(...) Mas ele [Soros] fez um alerta sobre a flexibilização das normas "mark-to-market" (que obrigam as instituições financeiras a avaliar seus ativos no valor de mercado), promovida pela associação profissional encarregada da padronização das normas contábeis no país na semana passada.
O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (FASB, na sigla em inglês), assim, permite que os auditores tenham maior margem de manobra para avaliar o real valor de ativos sem liquidez.
Para Soros, a mudança na regra cria condições para prolongar a vida de bancos "zumbis", porque além de evitar que as instituições financeiras sofram grandes baixas contábeis, a nova medida também abre espaço para um aumento dos empréstimos na economia. (...)
Um cuidado: sempre devemos ter cuidado com observações feitas por especuladores na imprensa. Qual seria o seu real interesse? Está falando a verdade? Irá aproveitar da sua posição?
Ágio e Intangível
Ágio e intangíveis são principais desafios para fusões e aquisições
Gazeta Mercantil
São Paulo, 7 de Abril de 2009 - A combinação entre o agravamento da crise internacional e o processo de convergência às novas normas internacionais de contabilidade já surte efeitos práticos na formatação de fusões e aquisições no mundo todo. O principal desafio das empresas envolvidas nesse tipo de transação será saber registrar com equilíbrio os valores atribuídos ao ágio das operações. Também será importante contabilizar adequadamente os ativos intangíveis existentes na empresa adquirida.
Em um momento de enorme volatilidade do mercado de capitais, o ágio - que representa em uma fusão a capacidade de ganhos futuros - está mais sujeito à perda de valor. Errar seu cálculo pode gerar insegurança para fundos de private equity e investidores institucionais, que precisam levantar fundos para levar à frente processos de compra.
Essas conclusões são apontadas por um estudo global preparado pela Ernst & Young, cedido com exclusividade à Gazeta Mercantil. O levantamento, que considerou transações realizadas por 709 companhias de 21 países até 2007, identificou que, na média, o ágio representou 47% do valor pago pelas companhias.
Já a contabilização de ativos intangíveis, onde entram, por exemplo, marcas e listas de clientes, somou 23% do total desembolsado pelos negócios. "Os times que organizam fusões e aquisições estão tendo mais trabalho com a chegada do IFRS. As empresas podem ver reduzidas suas perspectivas de lucros e ganhos futuros quando a contabilização dos intangíveis não é a adequada", explica o sócio da Ernst Eduardo Redes. "Ou o que é ainda pior para os investidores: surge a notícia de que aquilo que custou 100 pode valer apenas 80", diz.
Pelas regras do International Financial Reporting Standards (IFRS), a apuração do ágio sobre rentabilidade futura, chamado por especialistas em contabilidade de goodwill, não pode sofrer amortização. No entanto, explica Redes, as companhias têm a possibilidade de, anualmente, fazer um teste de cenário. Chamado de teste de impairment, tem o objetivo de observar se o valores ajustados anteriormente - de goodwill ou intangíveis - sofreram perdas e devem ser remarcados. "Nas operações em que o ágio é o principal componente de valor, muitas empresas estão considerando que o valor da companhia adquirida pode sofrer perdas re-levantes", afirma o especialista.
Mais ágio
Os setores de bens de consumo e tecnologia são, segundo o estudo da Ernst, aqueles cujo ágio nas transações representou a maior fatia dos valores envolvidos em fusões e aquisições: 65% e 60%, respectivamente.
Outros segmentos cujo percentual de ágio ultrapassa a metade dos montantes desembolsados pelas companhias em fusões e aquisições são os de mídia e entretenimento e o de bancos de investimentos.
Os setores de seguros e telecomunicações, cujas combinações de negócios são geralmente motivadas pela aquisição de carteiras de clientes, são os que mais intangíveis desse tipo reconheceram e contabilizaram em fusões e aquisições: 44%.
A marca foi o segundo intangível mais comum, aponta a pesquisa. Surgiu em 31% dos casos, seguido pela incorporação da tecnologia, em 20% dos negócios.
Na contramão
As indústrias de construção civil e de petróleo e gás estão na ponta oposta. São aquelas cuja maior parte do valor pago na fusão equivale a ativos tangíveis, como equipamentos ou bens materialmente palpáveis. Eles representam 62% do valor no caso da primeira e 52%, na segunda.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin)
Gazeta Mercantil
São Paulo, 7 de Abril de 2009 - A combinação entre o agravamento da crise internacional e o processo de convergência às novas normas internacionais de contabilidade já surte efeitos práticos na formatação de fusões e aquisições no mundo todo. O principal desafio das empresas envolvidas nesse tipo de transação será saber registrar com equilíbrio os valores atribuídos ao ágio das operações. Também será importante contabilizar adequadamente os ativos intangíveis existentes na empresa adquirida.
Em um momento de enorme volatilidade do mercado de capitais, o ágio - que representa em uma fusão a capacidade de ganhos futuros - está mais sujeito à perda de valor. Errar seu cálculo pode gerar insegurança para fundos de private equity e investidores institucionais, que precisam levantar fundos para levar à frente processos de compra.
Essas conclusões são apontadas por um estudo global preparado pela Ernst & Young, cedido com exclusividade à Gazeta Mercantil. O levantamento, que considerou transações realizadas por 709 companhias de 21 países até 2007, identificou que, na média, o ágio representou 47% do valor pago pelas companhias.
Já a contabilização de ativos intangíveis, onde entram, por exemplo, marcas e listas de clientes, somou 23% do total desembolsado pelos negócios. "Os times que organizam fusões e aquisições estão tendo mais trabalho com a chegada do IFRS. As empresas podem ver reduzidas suas perspectivas de lucros e ganhos futuros quando a contabilização dos intangíveis não é a adequada", explica o sócio da Ernst Eduardo Redes. "Ou o que é ainda pior para os investidores: surge a notícia de que aquilo que custou 100 pode valer apenas 80", diz.
Pelas regras do International Financial Reporting Standards (IFRS), a apuração do ágio sobre rentabilidade futura, chamado por especialistas em contabilidade de goodwill, não pode sofrer amortização. No entanto, explica Redes, as companhias têm a possibilidade de, anualmente, fazer um teste de cenário. Chamado de teste de impairment, tem o objetivo de observar se o valores ajustados anteriormente - de goodwill ou intangíveis - sofreram perdas e devem ser remarcados. "Nas operações em que o ágio é o principal componente de valor, muitas empresas estão considerando que o valor da companhia adquirida pode sofrer perdas re-levantes", afirma o especialista.
Mais ágio
Os setores de bens de consumo e tecnologia são, segundo o estudo da Ernst, aqueles cujo ágio nas transações representou a maior fatia dos valores envolvidos em fusões e aquisições: 65% e 60%, respectivamente.
Outros segmentos cujo percentual de ágio ultrapassa a metade dos montantes desembolsados pelas companhias em fusões e aquisições são os de mídia e entretenimento e o de bancos de investimentos.
Os setores de seguros e telecomunicações, cujas combinações de negócios são geralmente motivadas pela aquisição de carteiras de clientes, são os que mais intangíveis desse tipo reconheceram e contabilizaram em fusões e aquisições: 44%.
A marca foi o segundo intangível mais comum, aponta a pesquisa. Surgiu em 31% dos casos, seguido pela incorporação da tecnologia, em 20% dos negócios.
Na contramão
As indústrias de construção civil e de petróleo e gás estão na ponta oposta. São aquelas cuja maior parte do valor pago na fusão equivale a ativos tangíveis, como equipamentos ou bens materialmente palpáveis. Eles representam 62% do valor no caso da primeira e 52%, na segunda.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Luciano Feltrin)
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