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06 maio 2012

Invenções da Feira de Exibição de Genebra

A mais importante do mundo nesse filão, a feira de Genebra deste ano reuniu 789 expositores de 46 países diferentes, que estão mostrando mil invenções. “Temos que admitir que momentos de crise também são momentos de criação, sempre”, afirmou o presidente da feira, Jean-Luc Vincent.

Amarrador de tênisUma invenção para amarrar os laços do tênis. Bem prático, não?

Ball RiderO alemão Ulli Boehme criou o que ele chama de Ball Rider (cavaleiro da bola, em tradução livre). Trata-se de um veículo que utiliza bolas grandes no lugar dos pneus.

Veste para agricultoresLin Yung-Chi criou uma roupa especial, que protege de substâncias químicas que os agricultores podem ser expostos quando aplicam pesticidas.

Caixa FutebolVisitantes jogam uma partida de ‘Caixa Futebol’, um jogo no qual as crianças brincam dentro de um pequeno campo. Ele foi desenvolvido pelo venezuelano Jose Pires.

‘Suspensório carregatório’O italiano Marco Pagnini mostra sua invenção. Ele desenvolveu um tipo de suspensório, que fica apoiado sobre os ombros e que permite ao usuário carregar um guarda-chuva sem utilizar as mãos.

Termômetro de leiteUma mamadeira que mostre a temperatura do leite é sonho de toda mãe com um filho recém-nascido. E agora isso já é possível. Essa é a invenção de Hsia Jung-Wen, de Taiwan, que, dependendo da temperatura do leite, muda de cor.

Escova nutritivaUma nova escova para cabelos. Essa é a invenção do estadunidense Andre Piatetsky, que pode dispensar tratamentos para o couro cabeludo.

Sistema de pouso de emergência
A chinesa Yu Gao apresenta sua ideia: um sistema de pouso de emergência. O sistema usaria múltiplas camadas de paraquedas.

Robô inteligenteUm pequeno robô acena para visitantes. Criado pela Escola Vaud de Negócios e Engenharia, na Suíça, a criaturinha consegue até dirigir um pequeno veículo.

Ursos wi-fiYong-Fu Chang, de Taiwan, e suas criações: dois ursinhos. Em um primeiro momento, eles podem aparentar ser como qualquer outro urso de pelúcia, mas não. Eles são conectados à internet – pois vêm com dispositivo para internet sem fio – e são equipados com microfones e alto-falantes.

Fonte: Aqui

Poupança: calculadora

A mudança nas regras da poupança anunciada nesta quinta-feira (3) pelo governo federal faz com que o rendimento da caderneta fique mais baixo se a taxa de juros Selic cair.

O economista Samy Dana, autor do Blog do Samy, elaborou uma calculadora que permite ao investidor calcular a diferença de rendimento da poupança dependendo do comportamento da Selic.

Clique aqui para fazer sua simulação. No campo "montante a ser investido", coloque quanto dinheiro você vai aplicar na poupança (no padrão, está R$ 1.000). No campo "Selic", insira a estimativa da taxa de juros (Selic) que desejar (no padrão, está com 8,5%).

Fonte: Aqui

05 maio 2012

Rir é o melhor remédio



Cuide bem do seu professor. =) Nos sigam no twitter também! Bom sábado a todos.

Manual de Contabilidade do Setor Elétrico

Em 16 de abril foi publicado no Diário Oficial da União um Aviso de Consulta Pública (nº 03/2012 SMA/ANEEL) que visa obter subsídios aos trabalhos de revisão do Manual de Contabilidade do Setor Elétrico – MCSE, na modalidade de intercâmbio de documentos. O período para envio de contribuições vai de 16/04/2012 a 29/06/2012.

Acho extremamente importante (e interessante) a participação da comunidade acadêmica. Dentre outros motivos, os trabalhos apresentados em congressos, publicados em journals, poderão, neste momento, cooperar de forma visível com o desenvolvimento da contabilidade do setor.


Aqui: Aviso de Consulta Pública nº 003/2012, publicado no DOU de 16/4/2012, Seção 3, página 105.
Aqui: Íntegra do Aviso de Consulta Pública 003/2012
Aqui: Manual de Contabilidade do Setor Elétrico.
Aqui: Procedimentos para participação em Audiências e Consultas Públicas.
Aqui: Modelo de envio de contribuições.

Compliance

Neste semestre estou lecionando Governança Corporativa na Universidade de Brasília o que foi, em parte, motivado pela postagem do Pedro Correia em que é apontado que a matéria é pouco explorada no Brasil.

Um erro comum ocorreu em um debate, o que me motivou a destacar o seguinte conceito:

COMPLIANCE, quando traduzida com base no dicionário da Enciclopédia Britânica do Brasil, significa concordância, anuência, obediência, submissão, transigência, complacência, condescendência.

Mais especificamente, no dicionário de termos financeiros e de investimento de Downes e Goodman (2005) um departamento de compliance é criado em todas as bolsas de valores organizadas com a finalidade de supervisionar a atividade do mercado e garantir que as negociações obedeçam aos regulamentos da Comissão de Valores Mobiliários e das bolsas. Uma empresa que discorde das regras pode ser excluída da lista, assim como uma corretora que quebre as regras pode ser impedida de negociar.

Em termos simples, compliance é o cumprimento das leis.

Sim! Já conversamos sobre isso antes! ;) Relembre aqui, aqui e aqui.

Agradeço ao meu querido colega e co-autor Pedro pela inspiração.

04 maio 2012

Rir é o melhor remédio














Teste 552

Veja o seguinte trecho de um artigo sobre a contabilidade de uma entidade sem fins lucrativos localizada na região Sudeste.

O XXX divulgou seu balanço patrimonial nesta semana e revelou uma dívidas oficial de quase meio bilhão de reais. De acordo com o levantamento feito pelo próprio clube, as dívidas do time da Gávea estão em R$ 434 milhões. Isso representa um aumento de 13,7% em relação aos números do ano anterior.
No balanço de _____ , já sob o comando da presidente Patrícia Amorim, o clube devia R$ 382 milhões. (...)
A ______ também mostrou que os bens patrimoniais do XXXX foram _____ em quase R$ 1 bilhão


Os espaços em branco devem ser completados por você. O texto usou termos “diferentes” do que seria de esperar para os espaços. Tente fazer melhor que o jornal.

Resposta do Anterior: Entidade

Poison Pills

Um trecho interessante (porém um pouco desatualizado pois foi publicado em 2008) de um texto de Érica Gorga:

"Analisamos recentemente os estatutos de 84 companhias do Nível 1, do Nível 2 e do Novo Mercado que não possuíam acionistas com mais de 50% das ações ordinárias. Isso porque somente faz sentido a adoção de defesas contra tomadas de controle hostis por companhias que não possuam controladores, já que estes podem barrar aquisições de controle por sua mera vontade, votando a maioria das ações na AG. O estudo revelou que 56% das companhias da amostra incluem defesas contra tomadas de controle nos seus estatutos. Dois tipos de defesas foram identificadas. A tipo A estabelece que, uma vez que determinado montante de ações é adquirido, o adquirente será obrigado a realizar uma oferta pública para aquisição da totalidade de ações da companhia. O gatilho de disparo de tal obrigação varia entre 10% a 35% das ações. A tipo B estabelece que alguém que queira adquirir mais ações da companhia, além de um determinado gatilho (que varia de 5% a 30% das ações) deverá comunicar sua intenção ao Diretor de Relações com Investidores e ao Diretor de Pregão da bolsa para que um leilão de compra seja organizado, sendo vedadas aquisições privadas ou em mercado de balcão. O estudo mostra que aproximadamente 37% das companhias adotam exclusivamente a defesa tipo A e 14% adotam o tipo A juntamente com o tipo B. Só quatro companhias adotam exclusivamente o tipo B. A maioria das companhias que adota a defesa tipo A usa o gatilho de 20% e a maioria que adota o tipo B usa o gatilho de 10%.


O estudo mostra que 100% das companhias que adotam poison pills brasileiras também adotam cláusulas de penalidades. Foram encontrados dois tipos de penalidades. A penalidade tipo 1 é aplicada ao adquirente que descumpriu a obrigação imposta pela poison pill. O conselho convocará uma assembléia de acionistas na qual será deliberada a suspensão de direitos do acionista adquirente, sem que ele possa nela votar. O adquirente poderá ser responsabilizado e obrigado a indenizar os outros acionistas. A penalidade tipo 2 é imposta a todos os acionistas que tentarem restringir o efeito ou remover a cláusula poison pill do estatuto da companhia. Os acionistas que votarem a favor desta deliberação estarão sujeitos a realizar uma oferta pública de aquisição de ações dos outros acionistas. Considerando os estatutos analisados, aproximadamente 53% das companhias adotam exclusivamente a penalidade tipo 1, e 47% adotam a penalidade tipo 1 juntamente com a tipo 2. Somente oito companhias apresentam cláusula expressa permitindo a remoção da pílula, sendo que 6 delas conferem essa autoridade aos acionistas e 2 ao conselho de administração."

Pesquisa

Prezado Leitor,

A mestranda Flávia Carvalho está fazendo o esforço final para finalizar sua pesquisa sobre débito e crédito. Para quem não respondeu, solicitamos clicar aqui para ter acesso a uma interessante pesquisa sobre o assunto. Participem.

Iasb

Numa conferência ocorrida em Nova Iorque, David Tweedie, ex-presidente do Iasb e atualmente presidente do Instituto dos Contadores da Escócia, afirmou que Japão, Índia e China estão hesitando em adotar as normas internacionais em razão do atraso da decisão da SEC (CVM dos Estados Unidos) em adotá-las.

Tweedie, por um lado, reconhece a fragilidade do Iasb. Por outro lado, lembra que o mandato de dois membros dos EUA no Iasb estão encerrando nos próximos meses e este país poderá perder a influência sobre a entidade. Lembra Tweedie que outros países desejam discutir assuntos como agricultura e câmbio.

Ainda com respeito a esta conferência, a Accountancy Today apresenta uma frase interessante:

Tweedie contended that 70 million businesses around the world are using IFRS for SMES, although he admitted he did not know where the figure came from.

(Sempre achei que Tweedie apresentava informações sem prová-las. Parece que tinha razão na minha desconfiança)

Risco

"O gestor de um fundo de pensão não pode mais ancorar sua carteira de aplicações em títulos públicos e assim atingir sua meta atuarial. O cenário exige decisões mais dinâmicas, e, com isso, uma regulação e fiscalização mais ágil e moderna também", afirmou ao Valor o presidente da Previc, José Maria Rabelo. [Previc passa pente fino em fundos, Valor Econômico, João Villaverde e Thiago Resende , 20 de abr 2012]

O outro lado é que isto tende a induzir os fundos a aumentarem seus riscos. Sendo entidades que devem procurar preservar uma estrutura com menor risco possível, isto pode ser perigoso no longo prazo.

IFRS no Brasil

Veja o seguinte trecho de um jornal:

A autarquia também quer que as instituições financeiras divulguem, simultaneamente, seus resultados no padrão contábil brasileiro (BR Gaap) e internacional (IFRS). “Em breve vamos emitir um documento com essas orientações. O objetivo é tornar a divulgação das demonstrações financeiras por parte dos bancos mais transparente e clara”, diz. Porém, ponderou que a questão não é simples e é “passível de discussão”. [CVM estuda alterar “certidão” das companhias, Vanessa Correia, Brasil Econômico, 20 de Abr de 2012]

Isto é mais uma prova que ainda não adotamos as IFRS.

03 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Frase 2

O Iasb é ainda um organização frágil

Arthur Levitt - ex-Chairman da SEC (1993 a 2001)  David Tweedie, ex-presidente do Iasb

Frase

Reguladores estão procedendo a construção de um conjunto monolítico de normas contábeis mundiais sob a bandeira da harmonização, mas baseado numa Abordagem Conceitual duvidosa.

Stephen Penman - Accounting for Value

Relevância do Endividamento

Anton Valukas teve um papel importante em mostrar o esquema fraudulento da Lehman Brothers. A seguir trecho de entrevista para um programa da CBS (via aqui)

Garrincha e a Teoria dos Jogos


Conta a lenda que na Copa de 1958, durante a preleção antes do jogo contra a antiga União
Soviética, o técnico brasileiro Vicente Feola reuniu os jogadores e combinou a estratégia da partida. Segundo Nelson Correa, foi algo assim:

"No meio de campo – dizia Feola – Nilson Santos, Zito e Didi trocariam passes curtos para atrair a atenção dos russos… Vavá puxaria a marcação da defesa deles caindo para o lado esquerdo do campo… Depois da troca de passes no meio do campo, repentinamente a bola seria lançada por Nilton Santos nas costas do marcador de Garrincha. Garrincha venceria facilmente seu marcador na corrida e com a bola dominada iria até à área do adversário, sempre pela direita, e ao chegar à linha de fundo cruzaria a bola na direção da marca de pênalti; Mazzola viria de frente em grande velocidade já sabendo onde a bola seria lançada… e faria o gol!

Garrincha com a camisa jogada no ombro, ouvia sem muito interesse a preleção, entre divertido e distraído, e em sua natural simplicidade perguntou ao técnico: “Tá legal, ‘seu’ Feola!… Mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?”

Luis Nassif lembrou bem que "uma das características de qualquer ser humano racional, cartesiano, é a capacidade de prever as consequências de um lance jogado. Até Garrincha, gênio do futebol e escasso em raciocínio, entendia que não existe tática eficiente se não se prever qual será a reação do adversário. O famoso “já combinaram com os russos” é um monumento à boa lógica".

Teoria dos Jogos é bem isso. Garrincha não foi nada ingênuo. Combinar uma estratégia significa pensar todas as suas opções considerando todas as reações do seu adversário. A ciência e arte da Teoria dos Jogos está em oferecer algumas ferramentas formais para antecipar o movimento do outro jogador. Um das principais dicas é "coloque-se na posição do adversário e veja o que você faria se fosse ele". Apenas após essa análise você deve pensar como agir e rever sua posição.

Fonte: Fernando Barrichelo - Engenheiro pela POLI-USP

02 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Pesquisa

Prezados leitores,

Peço ajudar o Diogo na sua pesquisa de doutorado. Para isto, clique aqui

Valor Econômico Agregado

Definição – Representa o lucro proveniente dos ativos menos o custo de oportunidade do capital empregado. Este índice mostra se a empresa está agregando valor.

Fórmulas – Valor Econômico Agregado = Lucro Operacional – Custo de Oportunidade do Capital Total x Capital Total

Lucro Operacional – representa o lucro proveniente dos ativos da empresa (investimento). Isto inclui as receitas financeiras, mas exclui as despesas financeiras.
Custo de Oportunidade do Capital Total – representa o custo dos recursos usados pela empresa para financiar seus investimentos. Inclui o custo do capital próprio e o custo do capital de terceiros. Estes custos devem ser ponderados pelo valor de mercado da dívida e o valor de mercado do patrimônio líquido. Também conhecido como custo médio ponderado de capital ou WACC (da sigla em inglês).
Capital Total – corresponde a soma das dívidas onerosas com o patrimônio líquido, a preço de mercado.

Unidade de Medida – Em unidades monetárias.

Intervalo da medida – O índice pode ser negativo ou positivo.

Como calcular – Este índice exige um número razoável de cálculos. Iremos mostrar usando como exemplo a MarcoPolo.

Inicialmente é necessário obter o valor de mercado das ações. Este valor pode ser obtido em diversos endereços na internet (vide o índice valor do empreendimento, onde listamos alguns destes endereços). No caso da empresa, no seu relatório de administração é divulgado este valor, conforme figura abaixo:

O segundo passo é obter o valor do passivo oneroso. Esta informação é obtida no Balanço da empresa:

É importante salientar que devemos usar somente o passivo oneroso, aquele que gera despesa financeira. São os empréstimos e financiamentos. Os outros valores serão redutores do ativo, que irá representar o “ativo líquido” ou “investimento” da empresa. Para a MarcoPolo temos:

Passivo Oneroso em 2010 = 267 412 + 1094 439 = 1361 851

Assim, o lado direito da empresa apresenta um valor de R$ 4 497 milhões ( = 1 362 + 3 135), que representa o capital total.

O lucro operacional pode ser obtido na Demonstração do Resultado da empresa, conforme a figura a seguir:

O Lucro Operacional é dado por:

Lucro Operacional = 495 960 + 182 357 = 678 317

Ou 678, 3 milhões de reais.

A próxima etapa é calcular o custo do capital. Para isto é necessário determinar o custo do passivo oneroso e o custo do capital próprio. Para o passivo oneroso usaremos a relação entre despesa financeira e passivo oneroso:

Custo do Capital de Terceiros = 182 357 / 1 361 851 = 13,39%

Este valor está sem o benefício fiscal do imposto de renda. Observe a figura a seguir:
A empresa tem um imposto corrente de 177 milhões para um lucro antes de imposto de 496, indicando uma alíquota de 35,75% (ou 177,2/496). Assim, o custo do capital de terceiros após imposto é dado por:

Custo do Capital de Terceiros após Imposto = 13,39% x (1 – 35,75%) = 8,60%

O custo do capital próprio é obtido conforme explicado no índice Lucro Econômico. O beta da empresa foi obtido neste sítio e encontra-se na figura abaixo:

O custo do capital próprio será calculado conforme detalhado no índice Lucro Econômico:

Custo do Capital Próprio = 7,5% + 6% x 0,7371 = 11,92%

O custo médio ponderado de capital será dado por:

WACC = 11,92% x (3135/4497) + 8,6% x (1362/4497) = 10,92%

Ufa! Podemos agora obter o valor econômico agregado:

VEA = 678,3 – 10,92% x 4 497 = 187,4 milhões

Este foi o valor agregado da empresa no ano de 2011 para os financiadores.

Grau de utilidade – Elevado. No longo prazo uma empresa só é viável se agregar valor.

Controvérsia de Medida – Muitas. Os problemas estão na maneira de mensurar o valor agregado. Usamos aqui algumas simplificações, como o cálculo do custo da dívida pelo valor contábil. De igual maneira, consideramos que o valor de mercado da dívida corresponde ao seu valor contábil. Os valores usados para determinar o custo do capital próprio, assim como o modelo utilizado, são passíveis de questionamento. Em resumo, cada analista deverá encontrar um Valor Econômico para empresa.

Observações Adicionais
a)     Para empresas sem ação na bolsa de valores, o índice pode ser calculado a partir das suas demonstrações contábeis e usando, para o custo do capital próprio, valores de empresas abertas similares.
b)     Da mesma forma que o lucro econômico, podemos usar o valor agregado em termos futuro. O valor agregado futuro anual, trazido a valor presente, corresponde ao valor da empresa.
c)     O ideal é que a empresa tenha um valor agregado positivo. Entretanto, investimentos elevados em certos períodos de tempo, assim como custo de capital momentaneamente elevado podem fazer com que a empresa tenha um valor negativo.
d)     Dado a dificuldade de obtenção do custo do capital total, é possível encontrar fórmulas simplistas. Assim, o investidor pode estipular um retorno mínimo desejado e usar no lugar do custo médio ponderado.

Pesquisa

Diogo Henrique Silva de Lima, aluno do Doutorado em Ciências Contábeis do Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis – UnB, UFPB e UFRN está desenvolvendo junto com seu orientador, o Prof. Dr. José Dionísio Gomes da Silva, uma tese de doutorado que objetiva investigar por meio de um experimento o processo de avaliação dos indivíduos num contexto de mercado de capitais.

Neste sentido vimos solicitar a indispensável colaboração de V. Sª para participar do experimento, que subsidia o desenvolvimento do estudo. A pesquisa tem cunho estritamente científico. Os dados fornecidos terão tratamento estatístico sem divulgação dos nomes das pessoas envolvidas.

O experimento é bastante simples, composto por questões de rápida resolução de forma que sua duração é de alguns minutos. A primeira parte refere-se a questões sobre o perfil dos respondentes, sendo as demais o experimento propriamente dito.

O estudo consiste na precificação da ação de duas empresas em cinco momentos distintos com base nas informações disponibilizadas no experimento. O respondente terá que avaliar e atribuir um preço a cada ação em cada situação evidenciada, considerando apenas os contextos apresentados.

O respondente que acertar, ou mais se aproximar, do preço correto de pelo menos uma das ações ganhará um prêmio social. Em nome dos dois vencedores (ou de um, se o mesmo participante acertar o preço das duas entidades) serão feitas duas doações para a Liga Norteriograndense contra o Câncer no valor de R$ 250,00 cada uma. A entrega da doação será documentada, sendo os respectivos comprovantes enviados para todos os participantes do estudo.

A Liga Norteriograndense contra o Câncer é uma instituição sem fins lucrativos referência na assistência médica, diagnóstico e tratamento especializado contra o câncer, além de outras esferas da atenção oncológica, como prevenção, acompanhamento, reabilitação e cuidados paliativos a pacientes atendidos pelo SUS em todo estado do RN.

É importante enfatizar que a sua colaboração é de fundamental importância para a consecução dos objetivos da pesquisa. Preencha todos os quesitos, pois cada um terá bastante relevância na análise dos resultados. Agradecemos antecipadamente sua atenção e colaboração.

Para acessar e participar do experimento basta clicar no link a seguir: https://www.surveymonkey.com/s/7WR36VN

Caso não queira seguir diretamente o link, basta colar o endereço acima no local apropriado do Internet Explorer ou outro navegador. O referido questionário é preenchido on line não sendo necessário seu envio.

Prezados, esta pesquisa busca investigar a percepção de docentes, discentes e profissionais de Contabilidade e Administração do país. Sendo assim, gostaríamos de contar com o seu apoio em disseminá-la, enviando-a para os seus contatos. Desde já agradecemos sua valiosa contribuição.

Soma das partes

A soma das partes de um automóvel mundial foi de $ 14.350 em 2011, segundo estimativas dos analistas do Bank of America Merrill Lynch. Estimou-se em $ 11.100 em 2000. Custos de montagem estão excluídos deste valor.


A explicação para este aumento: (a) câmbio; (b) custos dos insumos; (c) desejo de maior segurança. As figuras a seguir detalham este estudo:




Fotografia

Fonte: Aqui

Evasão 2

Agora a Apple, segundo o New York Times (via Estadão, 30 de abr 2012)

(...) a Apple criou subsidiárias em países onde o imposto de renda é baixo, como Irlanda, Holanda, Luxemburgo e Ilhas Virgens Britânicas - algumas poucos maiores do que uma caixa postal no Luxemburgo ou um escritório anônimo aqui - permitindo-lhe reduzir os impostos que paga no mundo inteiro.

(...) A Apple é um exemplo de como as gigantes do setor de tecnologia se aproveitam de leis fiscais elaboradas para uma era industrial, que não são mais adequadas para a economia digital dos nossos dias. Alguns lucros de companhias como a Apple, Google, Amazon, Hewlett-Packard e Microsoft derivam não de bens físicos, mas dos royalties sobre a propriedade intelectual, como as patentes do software que faz funcionar os aparelhos.

Outras vezes, os próprios produtos são digitais, como as músicas baixadas. É muito mais fácil para as empresas com royalties e produtos digitais transferir os lucros para países onde os impostos são baixos do que, por exemplo, para lojas de produtos alimentícios ou montadoras. Um aplicativo baixado, ao contrário de um carro, pode ser vendido de qualquer lugar do mundo. (...)

A Apple, afirmam esses executivos, revelou um talento especial em identificar estas brechas e contratar especialistas em contabilidade conhecidos pela capacidade de inovação. Nos anos 80, por exemplo, a Apple foi a primeira grande corporação a designar as distribuidoras no exterior como "comissionadas", e não como varejistas, disse Michael Rashkin, o primeiro diretor de política fiscal da Apple, que ajudou a montar este sistema antes de deixar a companhia em 1999.

Como as "comissionadas" nunca tomam tecnicamente posse do estoque - o que exigiria que elas reconhecessem os impostos -, o sistema permite que um vendedor na Alemanha, por exemplo, onde os impostos são elevados, venda computadores em nome de uma subsidiária em Cingapura, onde os impostos são baixos.

Além disso, a Apple foi a pioneira numa técnica de contabilidade conhecida como "Double Irish with a Dutch Sandwich" (acordo entre países da Europa para reduzirem sua carga fiscal), pela qual os impostos são reduzidos canalizando os lucros através de duas subsidiárias irlandesas e a Holanda e, depois, para o Caribe. Em 2004, a Irlanda, uma nação com menos de 5 milhões de habitantes, gerou mais de um terço da receita global da Apple.

Sem essas táticas, no ano passado, o total de impostos federais da Apple nos EUA provavelmente chegaria a US$ 2,4 bilhões a mais, segundo o recente estudo de um ex-economista do Departamento do Tesouro, Martin A. Sullivan.

Na realidade, a companhia pagou em dinheiro vivo impostos no valor de US$ 3,3 bilhões em todo o mundo, sobre lucros registrados de US$ 34,2 bilhões no ano passado, a uma taxa de 9,8%. Em comparação, a varejista Walmart pagou no mundo todo impostos de US$ 5,9 bilhões sobre lucros de US$ 23,4 bilhões, a uma taxa de 24%, aproximadamente a média das companhias de outros setores que não o de tecnologia.


Evasão 1

Segundo reportagem do Estado de S Paulo (1 de maio, Na Suíça, Vale se livra de US$ 3 bi em impostos) a Vale do Rio Doce deixou de pagar 3 bilhões de impostos desde 2006 graças a abertura de escritório na Suiça:

(...) a Vale repatriou para a Suíça cerca de 40% de seus lucros mundiais, justamente para se aproveitar dos benefícios que foram concedidos a ela em 2006 pelo cantão de Vaud, mais precisamente no vilarejo de Saint-Prex.


(...) o cálculo foi feito a partir das próprias declarações da Vale, que indicou que havia pago 285 milhões de francos suíços em impostos na Suíça entre 2006 e 2009. Nesse período, a empresa contou com um acordo que a isentava de pagar impostos estaduais e, nos tributos da federação, o benefício era de 80%. (...)

Leia a continuação aqui

01 maio 2012

Rir é o melhor remédio

Sobre o comportamento dos seguranças do presidente Obama

Índices

Amanhã estaremos encerrando a série de postagens sobre os índices para análise de balanços.

Celso Furtado, Crescimento Econômico e Inflação


Mauro Boianovsky, professor do Departamento de Economia, analisou a participação do economista Celso Furtado em debates sobre a relação entre crescimento econômico e inflação nas décadas de 1950 e 1960. O artigo Furtado and the structuralist-monetarist debate on economic stabilization in Latin America é o primeiro estudo que analisa com profundidade a contribuição do economista nessas discussões, como ela se situou entre outros posicionamentos teóricos sobre o tema na América Latina e sua relação com a política econômica da época.

O trabalho foi vencedor do prêmio Haralambos Simeonidis 2011 da Associação Nacional de Cursos de Pós-Graduação em Economia (ANPEC), na categoria artigos, o mais importante em economia do Brasil. Também foi aceito na revista internacional History of Political Economy, com publicação prevista para junho de 2012. O texto concentra-se no período entre 1952 e 1963 e também analisa a obra de outros economistas latino-americanos como Eugênio Gudin, Roberto de Oliveira Campos, Raul Prebisch, Juan Noyola e Osvaldo Sunkel. Mauro baseou-se em livros e artigos escritos na época, correspondências, materiais de arquivo e o Plano Trienal elaborado por Furtado quando ele era ministro do Planejamento no governo João Goulart, entre 1962 e 1963.

No período estudado os teóricos se dividiam entre dois posicionamentos: os estruturalistas, que defendiam que a inflação era parte natural do processo de crescimento econômico, e os monetaristas, para os quais não havia relação necessária entre os dois fenômenos. "Celso Furtado se incluía no primeiro grupo e acreditava que o controle da inflação dependia de mudanças estruturais na economia", explica Mauro Boianovsky. Entre as mudanças propostas pelo economista estava o investimento do país na industrialização por substituição das importações. Era uma forma de mudar a composição da oferta agregada, total de bens produzidos no país, colocando mais produtos domésticos no mercado no lugar de produtos estrangeiros.

MONETARISMO
- Do outro lado estava o Fundo Monetário Internacional (FMI) que, partindo de um posicionamento monetarista, defendia a diminuição da demanda agregada, que é o total de gastos da economia. Para eles, o caminho para que isso fosse concretizado era a diminuição dos gastos do governo e uma política monetária contracionista. Segundo o professor, os estruturalistas como Furtado temiam que uma política como essa freasse o crescimento. Em vez disso, eles defendiam uma política gradualista, em que os gastos de governo seriam reduzidos, sim, mas de forma gradual, sem causar um choque na economia.

"Essa concepção gradualista estava presente no Plano Trienal elaborado por Furtado enquanto foi ministro", esclarece o professor. Segundo ele, ao final do período estudado o posicionamento tornou-se consenso entre os economistas latino-americanos que refletiam sobre o assunto. Contudo, a proposta do então ministro não vingou. Por causa da falta de condições políticas de implementar o plano ele abandonou o cargo e retornou à direção da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE).
Celso Furtado é o mais célebre e reconhecido economista brasileiro do século XX. Como intelectual ficou famoso por suas teses a respeito de desenvolvimento e subdesenvolvimento contrárias às doutrinas econômicas dominantes e favoráveis à intervenção na economia em prol do desenvolvimento e redução das desigualdades. Morreu em 2004, com 84 anos, mas continua a ser um dos teóricos mais estudados na economia até hoje.

30 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Lucro Econômico

Definição – Corresponde ao lucro líquido obtido pela empresa deduzido do custo de oportunidade para os acionistas.

Fórmulas – Lucro Econômico = Lucro Líquido – Custo de Oportunidade dos Acionistas x Patrimônio Líquido inicial

Lucro Líquido – resultado líquido da empresa, após o pagamento de despesas financeiras e impostos.
Custo de Oportunidade dos Acionistas – corresponde a percentagem da alternativa de investimento dos acionistas.
Patrimônio Líquido Inicial – refere-se ao patrimônio líquido contábil inicial

Unidade de Medida – Em unidades monetárias.

Intervalo da medida – O índice pode ser negativo ou positivo e os valores podem variar neste intervalo.
Como calcular – Os valores são obtidos na demonstração do resultado, no balanço patrimonial e através de dados do mercado. Vamos mostrar como se calcula este índice através da empresa Arezzo. A seguir um extrato da Demonstração do resultado

A empresa obteve um lucro de 91,6 milhões de reais em 2011. O valor do Patrimônio Líquido inicial é dado na figura a seguir:

A determinação do custo de oportunidade dos acionistas é a parte mais difícil. Existem diversas fórmulas de cálculo que podem ser usadas, incluindo o custo dado pelo CAPM, método build-up, pesquisa de mercado entre outras. Para o detalhamento destes métodos seriam necessárias diversas postagens. Vamos adotar aqui dois métodos: um simplista, mas polêmico, de usar a rentabilidade de um investimento no mercado; e outro, baseado no CAPM.

Para o primeiro método iremos considerar a rentabilidade da poupança. A figura mostra que em 2011 este investimento teve um retorno mínimo de 7,5%:

Usando este valor o lucro econômico da empresa será:

Lucro Econômico em 2011 = 91 613 – 7,5% x 146 218 = 80 646

A empresa gerou um lucro econômico de 80,6 milhões de reais.O método do CAPM utiliza a expressão:

Custo de Oportunidade = Retorno do Título sem Risco + (Prêmio do Mercado) x Beta

O beta é calculado para empresas com ações no mercado de capitais. Para a Arezzo encontramos o seguinte beta:

Usaremos aqui um prêmio de 6% do mercado. Assim, o custo de oportunidade será dado por:

Custo de Oportunidade – CAPM = 7,5% + 6% x 0,6676 = 11,51%

(Estamos assumindo de forma simplificada alguns valores nestes cálculos)

O Lucro Econômico, usando este custo de oportunidade, é de:

Lucro Econômico = 91 613 – 0,1151 x 146 218 = 74 789

Indicando que a empresa obteve um lucro econômico de 74,8 milhões de reais.

Grau de utilidade – Elevado. Apesar de o índice ser mais fácil de calcular para empresas com capital na bolsa de valores, qualquer empresa pode ter seu lucro econômico determinado.  O índice é útil, pois mostra se a empresa agregou valor para seus acionistas no período considerado. Valores negativos indicariam que a empresa destruiu valor no exercício.

Controvérsia de Medida – Muitas. Além dos problemas relacionados com o custo de oportunidade existem as questões relacionadas com o capital próprio (usamos o inicial, o médio ou o final?). Observe que o PL inicial da empresa que usamos para exemplificar o índice era de 146 milhões e o PL final era de 384 milhões. Esta variação ocorreu pelo aumento de capital da empresa e pela retenção dos lucros. Se um investidor tivesse comprado ações após o aumento de capital o uso do PL inicial não seria o mais recomendável. Isto significa dizer que os cálculos de diferentes analistas para o lucro econômico não serão iguais.

Observações Adicionais
a)      Se a análise for realizada para uma empresa de capital fechado, podemos usar parâmetros de empresas similares com ações negociadas no mercado de capitais, acrescido de um prêmio pela iliquidez das ações.
b)     Usamos o lucro econômico em termos do passado. Este índice é muito útil quando se considera os valores projetados. A teoria de finanças mostra que o lucro econômico projetado, a valor presente, corresponde ao valor da empresa.
c)     Poderíamos afirmar que uma empresa deveria ter um lucro econômico positivo. Entretanto, em fase de expansão, é possível que uma empresa tenha lucro econômico negativo em alguns períodos. Isto ocorre em razão do volume elevado de investimento realizado e da baixa margem de lucro nestes períodos.
d)     No longo prazo uma empresa deve ter valores positivos para o lucro econômico. É uma condição essencial para sobrevivência no longo prazo.
e)     Em razão da dificuldade de cálculo do custo de oportunidade dos acionistas, é comum encontrar utilização de fórmulas que tentam aproximar deste valor. 

Esta é a penúltima postagem de uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis. Outros textos publicados foram: FCO sobre Ativo, FCO sobre Passivo, Retorno Total, Crescimento SustentávelFC sobre VEFC sobre Vendas, PLCFCL sobre VEDistribuição do Valor adicionadoLucro Líquido sobre AtivoDividendo por lucro, Lucro por açãoPreço sobre vendasDividend yieldCapital Circulante LíquidoCusto da DívidaInvestimento sobre DepreciaçãoComposição do EndividamentoCobertura de dívida,. Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a FornecedoresTaxa de QueimaPrazo de EstocagemValor Adicionado sobre ReceitaMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRSPLEndividamento OnerosoEndividamentoFluxo de Caixa LivreEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Ebitda e Fluxo de Caixa

Quando publiquei uma série de postagens sobre índices para análise das demonstrações contábeis recebi alguns comentários interessantes. Um deles fazia um link com um texto publicado no Valor Econômico de 17 de abril de 2012 analisando a relação entre Ebitda e Fluxo de Caixa (Fluxo operacional de caixa pode ser fração pequena do Ebitda, Fernando Torres )

É importante destacar que fiz uma postagem específica sobre o Ebitda no dia 14 de março (antes, portanto, da publicação do texto). Nesta postagem escrevi o seguinte:

Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelos índices mais conservadores.

Isto significa dizer que Ebitda não é caixa e desconfie de quem utilize este índice. Voltando ao texto, o mesmo descreve um estudo feito por Oscar Malvessi sobre o assunto. A principal conclusão:

Um grupo de 13 companhias abertas registrou Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 20,25 bilhões no período de dois anos até setembro do ano passado. Em igual intervalo, o fluxo de caixa operacional das companhias foi de apenas R$ 670 milhões.

Duas ressalvas relevantes: a amostra é pouco representativa (somente 13 empresas) e o estudo usou números absolutos, que tende a enviesar o resultado. O texto prossegue mais adiante:

Mas a magnitude chama a atenção e causa estranheza que os agentes financeiros aceitem uma medida como aproximação da outra sem muitos questionamentos.

Como foi dito numa época inglória do passado, uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade. No caso do Ebitda, não se trata de mentira, mas de uma simplificação, que às vezes pode ser exagerada, e levar a conclusões erradas.

Nada a acrescentar aqui. Continua o texto:

A amostra do estudo foi escolhida pelo próprio professor e teve como base as empresas citadas na reportagem "Ajuste bilionário", publicada em setembro pelo Valor. Nela, o jornal mostrava a diferença entre resultados "alternativos", como "Ebitda ajustado" ou "lucro ajustado", dos indicadores calculados da forma tradicional, o "Ebitda puro" e o "lucro puro".


Não necessariamente essas 13 empresas são destaques em termos de diferença entre o Ebitda e o fluxo de caixa operacional. Ou seja, desse ponto de vista, a amostra é praticamente aleatória.

Discordo do texto. A amostra é por conveniência, não aleatória. Na realidade, a amostra provavelmente é enviesada, no sentido de que usou casos coletados pelo jornal para destacar o ponto de vista do responsável pela reportagem (lembremos de Heisenberg !). Mais adiante:

Malvessi se diz especialmente preocupado com a disseminação do uso do Ebitda como indicador determinante para pagamento de bônus aos executivos. Para ele, o indicador poderia ser usado no máximo para medir o resultado operacional no nível gerencial.

Louvável a preocupação de Malvessi, mas acho que nem para resultado operacional o índice deve ser usado.

Reginaldo Alexandre, presidente da Apimec, a associação dos analistas de investimentos, entende que foi a simplicidade que fez o Ebitda cair nas graças de seus colegas. "Eles gostam porque é simples de calcular. Isso torna a medida muito fácil de utilizar. E o mercado tem como característica eleger indicadores práticos", afirma.

Entre calcular um índice que não diz muita coisa e usar o lucro operacional, o analista prefere seu cálculo. É estranha esta afirmação; acredito que o Ebitda caiu nas graças do mercado através dos executivos das empresas, que descobriram um valor que “quase sempre” apresentava um resultado positivo. E quando isto não ocorria, poderiam “ajustá-lo” baseado numa justificativa qualquer.

Margem Líquida

De carona no aumento da renda do brasileiro e na ascensão das classes sociais, os supermercados ampliaram a margem de lucro para níveis recordes no ano passado. Em 2011, a margem de lucro líquido do varejo de autosserviço atingiu 2,7% sobre o faturamento anual de R$ 227,2 bilhões, aponta 41.º Relatório Anual da revista Supermercado Moderno.

(...)"Historicamente, a margem média gira em torno de 1,9% e nunca chegou perto de 3% sobre a receita, como ocorreu no ano passado", afirma Valdir Orsetti, responsável pela pesquisa. Em 2009 e 2010, as margens de lucro, descontados os impostos, foram de 1,77% e de 2,05%, respectivamente.

A pesquisa mostra que os varejistas aproveitaram para melhorar as margens no ano passado em relação ao anterior exatamente em seções das lojas nas quais as comparações de preços com os concorrentes são mais difíceis, porque os produtos são diferenciados, o consumidor tem menor memória de preços e, além disso, está disposto a desembolsar mais. "O consumidor não sabe quanto vale uma xícara, mas sabe exatamente quanto custa um pacote de arroz ou feijão", exemplifica Orsetti.

De acordo com a pesquisa, a seção que mais ampliou a margem de remuneração no ano passado na comparação com o anterior foi padaria e confeitaria, seguida pela seção de higiene e beleza e a de bazar. "É possível fazer um pão mais incrementado e cobrar mais", diz ele.



Sobre a Margem Líquida, leia mais aqui.

Herz


Robert H. Herz foi escolhido para integrar o Accounting Hall of Fame. Herz comandou o Fasb num período de extrema turbulência, entre 2002 a 2010, onde a entidade teve que enfrentar os problemas decorrentes dos escândalos contábeis e da crise financeira. Sob a presidência de Herz o Fasb assinou o Acordo de Norwalk, onde inicia o processo de convergência dos EUA às normas internacionais. Além disto, Herz também serviu ao International Accounting Standards Committee (IASC), além de ter sido partner da PriceWaterhouseCoopers (PWC).

Big Mac


O gráfico mostra o número de minutos que os empregados do Mc Donalds devem trabalhar para comprar um Big Mac. É interessante que a China, conhecida pelos baixos salários, o número de minutos é menor que a América Latina.