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14 março 2011

Esportes e Cartel

Com a possível exceção dos membros da OPEP, os donos da NFL tem praticamente o negócio fantástico: eles são efetivamente membros de um cartel capaz de limitar a concorrência, aumentar o poder de barganha e manter os custos baixos. Em vez de competir uns contra os outros pelo dinheiro da TV, os donos dividem, reduzindo o risco e garantindo uma receita estável, independentemente de quão bem estão suas equipes. O resultado de tudo isso foi muito bem resumido por Richard Walden, chefe de finanças esportivas do JPMorgan Chase, que afirmou: "Eu nunca vi um time da NFL perder dinheiro."
Então porque é que os proprietários infelizes? Bem, a crise tornou mais difícil aumentar os preços dos ingressos e obter dos estados e dos municípios subsídios para os novos estádios. E os jogadores são as maiores despesas que as equipes possui: eles ficam sessenta por cento de tudo o que a liga obtém acima de um bilhão de dólar. Os proprietários acham que é muito alto e querem que os jogadores aceitem sessenta por cento de todas as receitas acima dois bilhões
As economias modernas têm um mecanismo muito eficaz para decidir se os salários são realmente altos demais: ele é chamado de mercado livre. É assim que os salários da maioria das pessoas estão definidos (...) Mas os donos da NFL nunca gostaram da idéia de um mercado de trabalho livre, que pode custar-lhes mais e também ameaçam o equilíbrio competitivo da liga.
Scrimmage - James Surowiecki - New Yoker - 21 mar 2011

Ética nas universidades brasileiras

Postado por Pedro Correia
A discussão de Glaeser diz respeito à American Economic Association que, argumenta-se, deveria impor limites éticos à profissão. No entanto, ele conclui - a meu ver corretamente - que:

Universities have the resources to develop ethical guidelines and the power to enforce them. They are the employers of academic economists, and ethical lapses damage them, too. They are the natural institutional guardians of their employees’ professional behavior.

A conclusão aplica-se também às universidades brasileiras. Elas pecam, em sua grande maioria, por não estabelecer diretrizes claras quanto ao comportamento esperado dos alunos no que diz respeito a plágio, cola e comportamento admissível de forma geral. Da mesma forma, poucas têm um código de ética para seus docentes e pesquisadores. É certo que códigos de ética representam apenas um incentivo soft para limitar o comportamento, porém são importantes à medida que sinalizam o que não é apropriado e podem ser complementados por medidas disciplinares.

Texto de Ronald Hilbrecht

Jogo dos erros: Egito

Jogo dos erros: Egito - Postado por Pedro Correia

Egito é um país pobre de recursos naturais, localizado em uma região estratégica, com alto desemprego e grande desigualdade. Correto?

Não! Apesar de ser um país de renda per capita mais baixa que o Brasil, o Egito tem índices de desigualdade significativamente mais baixos do que os nossos. O índice de GINI, que mede desigualdade e vai de 0 (total igualdade) a 1 (total desigualdade), era 0.55 para o Brasil em 2007 e 0.32 para o Egito em 2005 (Fonte: World Bank/WDI).

Mas o Egito padece de uma economia com falta de dinamismo, estagnada, diferente da economia brasileira! Correto?

Não! Vide o gráfico abaixo para o crescimento acumulado do PIB de 1979 a 2010 para o Egito e o Brasil. Não há duvida alguma que nos últimos 30 anos o PIB do Egito cresceu mais rápido que o brasileiro (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010).


Mais que isso: Enquanto o Brasil cresceu aproximadamente 4% ao ano nos últimos 8 anos, o Egito cresceu 5.3% no mesmo período (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010, dados preliminares para 2010).

Além disso, os dados per capita nao mudam a mensagem
:




Em 1980 a renda per capita do Egito era pouco mais que um terço da renda per capita brasileira (Fonte: WEO/IMF). Esta é uma diferença nada desprezível e pode explicar uma parte significativa da diferença em desempenho. Ainda assim, acho que vale a pena ser um pouco cético com relação às explicações enlatadas da crise egípcia como conseqüência de mau desempenho econômico. O Egito não é uma estrela do crescimento econômico, mas também não é um meteoro. Em relação ao comércio exterior, o Egito exporta também gás natural, algodão e manufaturas, em particular têxteis (que se valem da mão-de-obra ainda barata), e insumos intermediários como aço, cerâmica e cimento.


Texto de Irineu de Carvalho

13 março 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Top 100: As Melhores Universidades do Mundo

Top 100: as melhores universidades do mundo - Por Isabel Sales

Na semana passada foi divulgado o ranking das melhores universidades do mundo pela THE (Times Higher Education), instituição londrina, principal referência para esse tipo de avaliação. (Agradeço ao Glauber Barbosa pela dica). A primeira colocação ficou com Harvard (Estados Unidos); a partir da da 51ª posição as universidades foram agrupadas em blocos de 10 devido às diferenças serem poucas. A ordenação nesses grupos é alfabética.

Resultados: Os Estados Unidos tem 45% das melhores Universidades. Em seguida aparece o Reino Unido com 12%, o Japão com 5%. Dos países do BRIC, o Brasil não apareceu uma vez sequer; a Rússia e a Índia apareceram uma vez (33º Lomonosov Moscow State University e, no Grupo de 91-100, o Indian Institute of Science); a China, por sua vez, se destacou duas vezes (35º Tsinghua University e 43º Pekin University).


Eu torço muito pela equipe na qual estou. Esforço-me, por exemplo, pra que as minhas atitudes ajudem a minha turma do mestrado a se destacar. Procuro as formas com que nós podemos ajudar a nota do Programa Multi a melhorar. Fico na torcida pela minha universidade, pelos meus colegas e professores, pelo meu país. Pollyanna, talvez.

O Brasil foi o único país emergente que não conseguiu uma colocação. E aqui entra não exatamente um espírito competitivo, de querer que estejamos sempre entre os melhores, mas sim de ver o potencial brasileiro alcançar os níveis merecidos. A The Economist publicou uma reportagem, também na semana passada, afirmando que o Brasil, devido ao crescimento do PIB, passou a ser a 7ª maior economia mundial. A sétima!!!! Perdendo apenas para: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França e Inglaterra!!!

Me pergunto: o que temos que fazer pra mudar essa situação? Como as universidades, os alunos e os educadores podem trabalhar rumo a melhores resultados?

Eu vejo as notícias afirmando que o governo está cortando verbas da educação e das universidades e fico inconformada. (Sétima maior economia!!!) Mas além disso, além do governo, incluindo todos os empecilhos e problemas que enfrentamos, como agir de forma a mudar tudo isso?

Não estou criando um clímax pra sugerir uma resposta. Eu realmente não sei. Talvez a nossa luta por aprimorar os cursos da Universidade de Brasília ajudem de uma forma consequente o progresso da educação. Assim como as melhorias que você faz na sua instituição. Talvez não. Mas realmente acredito que um resultado como esse exige que todos nós paremos e ponderemos um bocado. Esse resultado é inaceitável.

China e EUA se estudam

China e EUA se estudam - Postado por Pedro Correia
Quando Barack Obama visitou a China em 2009 ele disse que queria que os EUA enviassem para a China 100 mil alunos ao longo de quatro anos, a figura atual é de cerca de 14.000. O fluxo de alunos no outro sentido é muito bem estabelecido: os chineses agora formam o maior grupo de estudantes estrangeiros (mais de 127 mil) em universidades dos Estados Unidos. Estudantes americanos, por sua vez, têm demonstrado um interesse muito maior em aprender chinês na última década. Infelizmente, não existem dados sobre quantos deles desistem, derrotado pelos milhares de caracteres necessários para ler um texto básico. Veja o gráfico:

Fonte:The Economist

É possível comprar poucas ações?

É possível comprar poucas ações? - Postado por Pedro Correia

Para quem quer investir menos, existe o mercado fracionário, em que é possível comprar quantidades inferiores a um lote completo.

A venda e compra de ações em lote é predominante pela sua praticidade. Dessa forma é mais fácil fazer coincidir os interesses de compradores e vendedores. Dificilmente se encontraria ao mesmo tempo, por exemplo, um investidor interessado em comprar 133 ações de uma empresa e outro disposto a vender exatamente a mesma quantidade.

A padronização torna a negociação mais eficiente, proporcionando um atributo muito desejável em mercados de ações: a liquidez. As ações mais líquidas são aquelas das quais você consegue livrar-se mais rápido se precisar do dinheiro ou se não estiver muito confiante sobre o futuro da empresa.
O mercado fracionário exige mais negociações e, assim, é menos líquido. Exatamente por essa diferença na dinâmica, os preços do mercado fracionário podem ser diferentes dos valores no chamado mercado integral.
Quando se negocia uma ação no mercado fracionário, além das quatro letras e um número que identificam a empresa (exemplo: PETR3 para Petrobras ON), encontra-se uma letra final F (exemplo: PETR3F).

Texto de Juliana Seabra - Jornalista e Mestre em Economia pela Unicamp

Livro Livre

Livro Livre - Por Isabel Sales

Ontem eu recebi o link de um site muito legal (agradeço ao André Andrade) que organiza um tipo diferente de troca de livros. Com muito estilo e facilidade!

A ideia é simples. Você lê um bom livro, decide compartilha-lo com alguém, cadastra as informações no site (título, autor, edição e, se possível, uma imagem da capa) e com isso imprime uma etiqueta com identificação. Quem achar um desses livros também se identifica no site e assim sabe-se aonde foi parar a obra, quais as sensações geradas, além de um consequente envolvimento entre aqueles compartilham gostos literários.

A etiqueta, super legal, diz algo como: esse livro não é seu, é livre. Leia-o, nos diga o que achou e liberte-o. Deixe em um local que possa ser encontrado por outro leitor. Um banco de praça, um café, um zoológico, qualquer lugar público.

Isso vai gerar uma rede de conexões e compartilhamento muito estimulante.

Pelo mapa do site é possível observar que a movimentação tem ocorrido principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. Portanto, pessoal, vamos bagunçar essa distribuição e envolver o Brasil todo! (Espero tropeçar por aí nos livros do Rodolfo Araújo. Quem sabe, não é mesmo!?)

Se desapeguem daqueles livros empoeirados, compartilhem suas preciosidades e torçam para encontrarem boas obras no caminho. Quem sabe você não irá se deparar com algo que nunca leria, se surpreender e conhecer novos mundos? Acessem o site e se cadastrem! (E depois me contem as experiências!)

12 março 2011

Rir é o melhor remédio

A palavra Boob (seio) é formada "de cima", "de frente" e "de lado". Fonte: aqui

Links


Sobre a tragédia no Japão:





Poderia ser pior: Milhões são economizados graças a boa engenharia e aos códigos de construção









Terremoto ou maremoto?

(Figura: aqui)

Mortes e Magnitude

O gráfico mostra a relação entre o número de mortes de terremotos e sua magnitude ( fonte: aqui). A relação é baixa, o que permite inferir que não é o tamanho do tremor que provoca maiores catástrofes. Como o gráfico só apresenta os dez maiores tremores em número de óbitos, os tremores mais recentes predominam em razão do crescimento populacional. Outro fato que se destaca é que nenhuma das tragédias ocorreram em países desenvolvidos. Neste caso, a boa engenharia destes países e a fiscalização do governo, ajudam a explicar este fato. 

Efeito do tsunami no câmbio

ostado por Pedro Correia

A reação do iene frente ao dólar após o tsunami.Em relação à moeda japonesa, o dólar era cotado a 81,89 ienes, comparado com os 82,93 do pregão anterior.
Observe o gráfico do dia 11/03/2011:


Logo após o evento catastrófico ocorreu uma forte desvalorização do iene, mas em seguida ocorreu uma forte valorização. Outrossim, em 1995, após o terremoto que atingiu Kobe o iene também se valorizou devido a repatriação de ativos estrangeiros. Veja o gráfico:


Fonte:Yen reverberations

SEC necessita de orçamento maior

SEC necessita de orçamento maior - Postado por Pedro Correia

A lei de regulamentação financeira Dodd-Frank custará para Securities and Exchange Commission 123 milhões de dólares em 2012, de acordo com Mary L. Schapiro, presidente da agência. Para colocar a lei em vigor, ela disse aos legisladores que, sua agência vai precisar de mais dinheiro.

A Casa Branca concorda com a Sra. Schapiro, mas os republicanos do Congresso estão ameaçando cortar o financiamento da SEC drasticamente. Schapiro alertou os legisladores que os cortes orçamentários seriam um grande erro.

"Este ano a S.E.C. encontra-se num momento especialmente crítico em sua história ", disse ela em depoimento ao Comitê Bancário do Senado sobre valores mobiliários, seguros e investimentos. " A Dodd-Frank exigirá recursos adicionais significativos ou a redução substancial no desempenho dos nossos deveres fundamentais."

A lei concedeu a S.E.C. autoridade nova e ampla sobre as agências de rating, os mercados vastos e complexos de derivados e - pela primeira vez - os fundo de hedges. Em suma, a lei aumentou significativamente a carga de trabalho da SEC.

O mercado de valores mobiliários, por sua vez, tem continuado a crescer. A S.E.C. agora supervisiona cerca de 12.000 consultores de investimentos e 5.000 corretores, incluindo os maiores bancos de investimento de Wall Street.

O governo Obama propôs aumentar o orçamento da agência em US $ 264 milhões,para $1,4 bilhões para 2012.

A lei exige Frank Dodd, que a S.E.C. cobre taxas sobre as transacções de valores mobiliários. Isso significa que o financiamento da agência, não custaria um centavo dos contribuintes.

O aumento proposto pelo governo permitirá que a SEC a contrate 780 pessoas, 60% dos quais teriam atribuições relacionadas a lei Dodd Frank. A presidente da agência, disse que o órgão precisa de mais de 100 novos funcionários apenas para se concentrar em fundos de hedge.

O aumento solicitado é "destinado a fornecer à SEC os recursos necessários para atingir vários objetivos de alta prioridade ", disse ela.

Não obstante, a Câmara dos Deputados com maioria republicana aprovou uma medida de corte de gastos ,em fevereiro, que pode reduzir o orçamento da agência em US $ 25 milhões.

No entanto, o atual orçamento da SEC está em "grave restrição", como por exemplo, existe dificuldade de contratação de funcionários, inclusive para preenchimento de cargos vagos. A agência também decidiu adiar alguns aspectos da nova lei, incluindo a criação de um escritório de supervisão das agências de rating.

Mary Schapiro fez um apelo para os legisladores para mostrar que sua agência é crucial para a manutenção do setor de valores mobiliários.
"Temos trabalhado incansavelmente para tornar a S.E.C. mais atenta, dinâmica e ágil ", disse ela.
Tradução livre de Pedro Correia

Música e mercado de ações

Música e mercado de ações - Postado por Pedro Correia
A idéia da relação entre a cultura e os preços das ações é surpreendentemente simples: A população essencialmente passa por mudanças de humor, que determinam não apenas os tipos de música que ouvimos e os filmes que assistimos, mas também se queremos comprar ou vender ações. Estas explosões emocionais são seguidos por mudanças correspondentes em Wall Street. Segundo Matt Lampert, pesquisador do Instituto Socionomics, associado ao pesquisador Robert Prechter,que teve a idéia pela primeira vez em 1980:

"Os mesmos elementos sociais que impulsionam o mercado de ações dirigem as mudanças na pista de dança".

Robert Prechter explicou como as músicas que as pessoas ouvem se relaciona com o humor social e o mercado de ações:

"Quando a tendência é de alta, eles tendem a ouvir coisas felizes (ver gráfico). Se você olhar para a década de 1950 e 60 você tem: doo-wop music, rockabilly, dance music, surf music. Com a invasão da música britânica -o mercado é bastante otimista. Como o valor das ações caiu de 1960 para o início de 1980, você tinha música psicodélica, hard rock, heavy metal, baladas muito lentas nos meados da década de 1970 e, finalmente, punk rock no final dos anos 70. Em suma, havia mais músicas com temas negativos.



Fonte: How Punk Rock and Pop Music Relate to Social Mood and the Markets

11 março 2011

Rir é o melhor remédio


O livro O Jeitinho Americano, do colunista do Estado de São Paulo Matthew Shirts (Editora Realejo) é uma delícia. Shirts, um americano que vive e admira o Brasil, discute muitos assuntos, principalmente o choque cultural entre dois países tão diferentes. A crônica Como Aprendi Português é hilária. Eis um trecho de outra crônica (Universos Paralelos):

Nunca esqueço de um jantar em que Jeff contou da palestra que assistira na universidade durante a tarde com o economista Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel e o mais famoso defensor do capitalismo sem restrições. “Se o mercado é tudo, “ perguntou Jeff ao Friedman, “quanto o senhor quer para mudar de ideia?” A plateia, disse, veio abaixo. 

As instituições financeiras sistematicamente importantes

As instituições financeiras sistematicamentes importantes- Postado por Pedro Correia

A lei Dodd–Frank Wall Street Reform criou o Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira que tem como uma das tarefas definir quais instituições financeiras são sistemicamente importantes.
Antes da úlitma crise as empresas geraram muito risco sitêmico sem ter que arcar com nenhuma penalidade. Assim, percebe-se que a identificação de instituições finaceiras que possam difundir riscos sitêmicos é fundamental para evitar novas crises. No entanto, o presidente do Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira e secretário Tesouro Americano, Timothy Geithner,acredita que: não é possível criar critérios eficazes puramente objetivos para avaliar o risco sistêmico.

Não obstante, os pesquisadores da NYU, Acharya, Viral V, Thomas F. Cooley e Matthew P. Richardson, afirmam que isso não é verdade, pois o conselho esquece qual é o elemento crítico na avaliação de risco. Esse elemento é o grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro. O foco principal do Conselho está no tamanho das instituições, designando as empresas com mais de 50 bilhões de ativos como sistematicamente importantes. Os autores acreditam que o ponto crítico não é o tamanho, mas o quão próximo o risco de uma firma está para o resto do setor financeiro.

O grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro pode identificar a maioria das empresas que elevam o risco sistêmico . Se algumas forem esquecidas segundo esse critério, o Conselho pode adicionar informações mais subjetivas de modo à indentificá-las.

Apesar da crise financeira ter iniciado em meados de 2007, o risco sistêmico emergiu plenamente apenas em setembro de 2008. Nessa época, a Fannie Mae, Freddie Mac, Lehman Brothers, AIG, Wachovia, Washington Mutual e Merrill Lynch e Citigroup, tiveram graves problemas. Esse risco não era apenas dessas instituições financeiras, mas também foi gerado por outros grandes bancos, bancos de investimento e companhias de seguros, que estavam com dificuldades.

De modo a classificar as 10 instituições financeiras sistematicamente mais importantes, os eminentes acadêmicos da New York University's Stern School of Business utilizaram ferramentas da teoria econômica para montar o seguinte ranking:


O principal fator do ranking é a Contribuição para Risco Sistêmico, SRISK%, que é o percentual de insuficiência de capital do setor financeiro que seria vivida por esta empresa em caso de crise. As empresas com uma elevada percentagem de déficit de capital em caso de crise, não são apenas os maiores perdedores, mas também são as empresas que criam ou ampliam a crise.

Atualmente, as instituição que mais contribui para o risco é o Bank of America e as cinco instituições mais arriscadas representam mais de 70% do risco. Os autores afirmam que esse método teria produzido um top dez em julho de 2007, incluindo Citigroup, Merrill Lynch, Freddie Mac, Fannie Mae, Bear Stearns e Lehman Brothers.

As informações foram retiradas do seguinte paper : A tax on systemic risk

Patrimônio de Referência

O Patrimônio de Referência (PR) é uma informação importante para as instituições financeiras. O seu cálculo é determinado por uma metodologia do Conselho Monetário Nacional (Resolução 3444/2007). Esta resolução determina que ao valor do patrimônio líquido de cada instituição financeira sejam somados alguns itens (provisão, dívidas subordinadas, instrumentos híbridos de capital  de dívidas) e subtraídos outros (reservas, créditos tributários, ativos diferidos, entre outros), que resultarão no valor do PR.

Uma dissertação de mestrado em Regulação e Gestão de Negócios, defendida na Universidade de Brasília (Acordo de Basileia II no Brasil: Implementação, supervisão e fatores de risco dos principais bancos brasileiros, Agostinho Garrido Carvalho) mostra uma informação interessante sobre o PR dos bancos brasileiros. A tabela abaixo resume a posição de final de junho de 2010. Na primeira coluna, os valores somados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Na segunda coluna, os valores do Bradesco e Itaú. Nos bancos públicos, o patrimônio líquido representava 58% do PR, enquanto nos dois bancos particulares o percentual era de 82%. O que faz esta diferença refere-se aos instrumentos híbridos e as dívidas subordinadas. No primeiro caso, destaca-se o empréstimo que a União fez para a Caixa Econômica, que por determinação do CMN foi classificada no PR.



É interessante notar a evolução no tempo destes valores. A tabela abaixo apresenta a mesma informação para o final de 2008. Ou seja, na crise financeira. Enquanto os bancos privados melhoraram o valor do PR (de 115 bilhões para 124 bilhões) a partir do patrimônio líquido, o aumento do PR nos bancos públicos (de 65 para 91 bilhões) ocorreu nas dívidas subordinadas e nos instrumentos híbridos.


Isto mostra como o governo interferiu durante a crise, através dos bancos públicos, com “aporte de capital sobre a forma de dívida subordinada ou instrumentos híbridos de capital e dívida”, afirma Carvalho. 

Teste 444


Para aqueles que acreditam que entendem de tecnologia. Duas máquinas, uma de 2011 e outra de 1954. Qual é qual?

Resposta do Anterior: Rio de Janeiro. Fonte: para o PIB, aqui. Para o valor dos Restos a Pagar, aqui.

Links

A importância de saber escrever nos MBAs


No Mundo:


Bancos espanhóis precisam aumentar seu capital, informou o Banco da Espanha


Coréia do Norte e os créditos de carbono

Executivo chefe do Santander não pode ser banqueiro nos próximos três meses

A Índia desistiu do IFRS?


Será que existiu espionagem na Renault?. Renault considera a possibilidade de inocentar os acusados 


No Brasil:



The Economist critica as leis trabalhistas brasileiras (aqui um resumo em português)

The Economist analisa o PIB brasileiro

Diferença entre o preço da ação ordinária e preferencial diminui

Multas e termos de compromissos da CVM chegaram a 240 milhões em 2010

União tenta evitar derrota no valor de 10 bilhões no Supremo

Risco País

A tabela mostra a posição dos países mais arriscados do mundo, segundo a informação dos juros (CDS 5 anos). Na terceira coluna, a variação em relação a outubro de 2010. É interessante notar os efeitos dos protestos no Oriente Médio e África, mas os três países mais arriscados do mundo permanecem os mesmos. A Argentina apresentou uma melhora no seu risco (de 749 para 591), mas ainda é mais arriscada que a Irlanda, por exemplo. A Grécia piorou (de 775 para 1034), mas a primeira posição ainda é da Venezuela de Chavez, que paga uma taxa de juros muito elevada no mercado mundial.

Licitação

O governo vai mudar as regras da Lei de Licitações para facilitar as obras da Olimpíada do Rio em 2016 e dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O plano é aprovar, no Congresso, uma emenda à Medida Provisória 510, que está em tramitação e regula "o cumprimento de obrigações tributárias por consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio".Os objetivos das alterações, que são o primeiro passo para a "modernização" da lei nº 8.666, de 1993, são a simplificação do sistema de recursos; a inversão da fase de habilitação nas licitações, que seria feita após o julgamento das propostas; e a realização de projetos executivos e obras pela mesma empresa, eliminando a necessidade de duas licitações para um mesmo empreendimento.Governo tem pressa em mudar Lei de Licitações - Caio Junqueira - Valor Econômico - 9 mar 2011

Quem mais ficou rico em 2010

Ontem divulgamos a lista dos homens mais ricos do mundo. A lista a seguir é mais interessante: quais foram as maiores variações positivas na riqueza dos bilionários. Eis os dez mais:


Posição Nome   Riqueza  Variação na Riqueza
1 Carlos Slim Helu & família $74 B20.5
2 Sheldon Adelson $23.3 B14
3 Bernard Arnault $41 B13.5
4 Aliko Dangote $13.8 B11.7
5 Larry Ellison $39.5 B11.5
6 Rinat Akhmetov $16 B10.8
7 Alisher Usmanov $17.7 B10.5
8 Mark Zuckerberg $13.5 B9.5
9 Alexei Mordashov $18.5 B8.6
10 Vladimir Lisin $24 B8.2

Ninguém gosta muito de perdedores, mas aqui está a lista daqueles que ficaram mais pobres. 

Solucionando o paradoxo da poupança na Espanha

Solucionando o paradoxo da poupança na Espanha - Postado por Pedro Correia
Esta é uma maneira criativa de fazer com que as pessoas gastem suas poupanças :
Uma pequena cidade no norte da Espanha decidiu reintroduzir a antiga moeda espanhola - a peseta - juntamente com o euro para dinamizar a economia local.
Os lojistas em Mugardos querem que as pessoas não esqueçam o antigo dinheiro e gastem. Até 2002 a peseta era a moeda oficial da espanha. No entanto,a crise econômica da Espanha tem forçado algumas mudanças. Os tempos difíceis fizeram que milhares de negócios fechassem e mais de dois milhões ficaram desempregados.
Mais de 60 lojas em Mugardos, uma pequena vila de pescadores na Galiza, na costa norte da Espanha, estão aceitando a Peseta novamente para todas as compras.

Este é um bom lembrete de que ainda estamos na clássica situação descrita pela noção de "paradoxo da poupança ". O boom que levou à Grande Recessão (em Espanha, tanto como em os EUA) foi em grande parte o resultado de excesso de endividamento das famílias. Nos últimos dois anos as famílias têm sido levadas a reduzir as dívidas, salvando mais (ou pagando suas dívidas, conforme o caso). Esta é uma notícia muito boa para as famílias, bem como para as perspectivas de médio prazo para a recuperação.

Mas o paradoxo é que, o que é bom para as famílias - reconstruir suas contas - é ruim para a economia. Para desencadear uma sólida recuperação no curto prazo ,as famílias precisam estar dispostos a gastar, e não economizar.

Este plano de recuperação permite que as pessoas utilizem as pesetas que estavam debaixo do colchão e , simultaneamente, reduzam as suas dívidas em euro.

10 março 2011

Rir é o melhor remédio

Patente para um controle remoto de televisão. Ano: 1976. 
Fonte: Aqui

Teste 443


O total de restos a pagar existente no orçamento do governo federal, de 2011, corresponde ao PIB de que cidade brasileira:

Rio de Janeiro
Belo Horizonte
Duque de Caxias

Resposta do Anterior: Dilbert. Observe que não é muito simpática a figura.

Por que a Internet não ajudou a economia a crescer tanto quanto se esperava?


Esta é uma pergunta feita e respondida num texto da revista Slate. A questão foi apresentada por diversos economistas, sendo que mais recentemente por Tyler Cowen (do blog Marginal Revolution).

Os economistas constataram que nos anos recentes as grandes economias mundiais apresentaram uma taxa de crescimento reduzida. Apesar das inovações tecnológicas como os chips, os celulares, o GPS, a internet, os caixas eletrônicos, entre outras maravilhas modernas. Já em 1987 o economista Robert Solow afirmava que “você pode ver a era do computador em qualquer lugar, menos nas estatísticas de produtividade”.

Outra possível explicação é que o ganho necessita de um tempo para aparecer. Esta explicação era coerente com os defensores da Nova Economia, que acreditavam que o problema estava sendo resolvido no crescimento da produtividade da década de 1990. Entretanto, os dados mostraram que a Nova Economia foi algo passageiro.

Outra explicação é a do ganho líquido. Neste caso, novas tecnologias favorecem alguns setores, mas prejudicam outros. No cômputo geral, o ganho é pouco expressivo.

Cowen defende outra teoria: talvez a internet não seja tão revolucionária quanto pensamos. Apesar de reconhecer a expansão da rede mundial, da forma como as pessoas se interagem, talvez não seja tão transformadora quanto foi a ferrovia.

A reação natural de alguns é que o problema estava na régua. Ou seja, na unidade de medida. Usando o setor de música, o artigo da Slate apresenta uma proposta: as pessoas pararam de comprar CD; mas isto não significa que a indústria de música está morrendo; apesar das pessoas estarem ouvindo mais música, a relação receita do setor e o PIB está diminuindo.

Links

Carnaval: Brasil é o maior importador de penas de avestruz


Carnaval no Brasil é Made in China (Financial Times)


O exame de CPA será internacional a partir de agosto de 2011


Receita federal fecha brecha que permitia suspender ação penal


Ética: pesquisa sobre médico, paciente e dinheiro


Vídeo: como resolver problemas de matemática usando uma idéia antiga


Calamidade (Terremoto) e a previsão de crescimento da Nova Zelândia


Preço do cobre no mercado mundial e seu uso como garantia


Julgamento nos EUA de bilionário que usou informação privilegiada


A pessoa típica do mundo


Seis regras imutáveis para investir


Ford paga bônus para executivo de 56 milhões


Incentivos aos professores para melhorar o desempenho dos alunos


O preço fornece informação sobre a qualidade? O caso de remédios


Propaganda de refrigerante e fast-food está associada a obesidade 


O problema do restos a pagar no Orçamento


União quer cobrar mais de 3 bilhões da Vale


Um empregado da Apple é condenado a 20 anos por espionagem industrial. E um diretor da Goldman de passar informações sobre Buffett

Emails dos funcionários da Enron

Emails dos funcionários da Enron - Postado por Pedro Correia

Em outubro de 2003, Andrew McCallum, cientista da computação da Universidade de Massachusetts, observou que o governo americano tinha uma coleção de mais de cinco milhões de mensagens de email da Enron, que era investigada na época. Ele comprou uma cópia do banco de dados por 10 mil dólares e tornou disponível gratuitamente para pesquisadores acadêmicos e corporativos. Aqui está o link para a base de dados.

Meta de inflação funciona?

Meta de inflação funciona? - Postado por Pedro Correia

De acordo com o working paper de Irineu de Carvalho a resposta é afirmativa:

"We find that inflation targeting countries lowered nominal and real interest rates more sharply than other countries; were less likely to face deflation scares; and had sharp real depreciations without a relative deterioration in their risk assessment by markets."

Os Bilionários

10. Christy Walton & family - 26,5 bilhões de dólares
9. Mukesh Ambani - 27 bilhões
8. Eike Batista - 30 bilhões
7. Amancio Ortega - 31 bilhões
6. Lakshmi Mittal - 31,1 bilhões
5. Larry Ellison - 39,5 bilhões
4. Bernard Arnault - 41 bilhões
3. Warren Buffett - 45 bilhões
2. Bill Gates - 56 bilhões
1. Carlos Slim - 74 bilhões


Fonte: aqui, aqui e aqui

Contabilidade e o Oriente médio

O Oriente Médio era um centro global de cultura e comércio no século 12, por isso, se o Islã sufoca os negócios hoje, por que não o fazia naquela época? Muitos árabes têm uma teoria alternativa para o motivo por trás do atraso da região: o colonialismo ocidental. Mas isso também soa suspeito e propõe uma sequência equivocada dos fatos. "Apesar do que dizem os descontentes, o período colonial trouxe transformações fundamentais para o Oriente Médio, e não a estagnação; houve uma melhoria na alfabetização e na educação, e não uma difusão da ignorância", afirma Timur Kuran, historiador da Universidade Duke. Kuran oferece a melhor explicação já vista para os motivos que levaram ao atraso do Oriente Médio. 
Depois de analisar antigos registros contábeis, ele defende que o grandeobstáculo para o desenvolvimento do Oriente Médio não foi propriamente o Islã, nem o colonialismo, mas várias práticas legais islâmicas secundárias que atualmente perderam a relevância.

Será que o problema está no Islã?/ Coluna Visão global - Estado de São Paulo - 8 mar 2011 - Nicholas Kristof

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Crédito nos mercados emergentes

Crédito nos mercados emergentes - Postado por Pedro Correia

A crescimento dos mercados emergentes nos últimos anos é fruto, principalmente, de alto crescimento populacional, vastidão de recursos naturais, entre outros. No entento, o fator primordial para esses mercados é a disponibilidade de crédito. Os países desenvolvidos há muitos anos já possuem acesso a diversas formas de crédito - hipotecas, cartão de crédito, financiamento de veículos etc. Em contraste, o resto do mundo tinha o "caixa" como base da economia. Ou seja, esses países não tinham acesso a diversas formas de crédito antes dos últimos 30 anos.

Se você está em uma economia que tem pouco acesso a crédito, que de repente começa a usar o crédito, haverá um aumento imediato nos gastos - e que irá criar um efeito dominó de expansão. Quando alguém empresta dinheiro, esse dinheiro rapidamente encontra o seu caminho para a economia real. Ao longo do tempo, como o empréstimo tem de ser pago,isso terá um peso gradual na economia durante um período de vários anos ou mais. No entanto, o impacto imediato é invariavelmente positiva. Em qualquer nação onde a maioria do crescimento do PIB é causada pela expansão das empresas locais, como na China e na Índia, o fato de que muitos milhões de pessoas, de repente têm acesso ao crédito quase certamente criará aumentos de dois dígitos no faturamento anual, para muitos setores da economia.

Esta maior taxa de crescimento só pode continuar se o crédito continua a se tornar mais acessível a um segmento crescente da população total. Eventualmente, como no mundo desenvolvido, se chegará um ponto de saturação.

Uma vez que este ponto de saturação é atingido, a expansão de crédito diminui drasticamente. Isso tem o efeito imediato de causar baixas taxas de crescimento econômico. No longo prazo, os empréstimos a serem pagos terão efeito ainda mais negativo sobre a economia, especialmente durante épocas de recessão quando os ativos se tornam menos valiosos, enquanto que os empréstimos não diminuem em magnitude. Em termos relativos, então,a relação entre empréstimo e ativo irá aumentar para grande parte da população.

Embora o impacto do crédito durante uma recessão econômica é quase sempre ignorado pela mídia, é uma questão crítica. Na Índia, a incapacidade de pagar os empréstimos para pequenas empresas, muitas vezes chamado microcrédito ou microcrédito, levou a um desastre crescente em que várias pessoas e até mesmo aldeias inteiras foram forçadas a fechar as portas.


Tal como acontece com todas as formas de empréstimo de dinheiro, pessoal e empresarial são considerados maravilhoso quando a economia está se expandindo. Mas tão logo uma contração real ou potencial, parece provável, as desgraças de pagar o empréstimo durante um momento de estresse fica no centro do palco.

Fonte: Why Investors Need to Reexamine These Emerging Market Myths