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10 setembro 2010

Rir é o melhor remédio







Preguiça

Teste #345

Falecido em 2000, este contador também era economista e administrador de formação. Recebeu o título de Contador Benemérito das Américas. Foi homenageado com o nome de uma praça em Sapopemba, zona leste da cidade de São Paulo. Desenvolveu estudos relevantes na área de princípios contábeis. Qual o seu nome?

Resposta do Anterior: duas primeiras frases, Barcelona. As demais, Real Madrid. Fonte: Los ingresos del Real Madrid suben pese a la falta de títulos, 8 set 2010, Reuters

Petrobras

Em dificuldade para chegar ao superávit primário prometido para este ano (3.3% do PIB), o governo vai usar o processo de capitalização da Petrobrás para turbinar a receita da União, garantir o cumprimento da meta fiscal e responder às desconfianças do mercado.

A engenharia financeira, relatada ontem ao Estado por pelo menos três fontes do governo, foi montada para tornar viável o aumento de capital da Petrobrás e, ao mesmo tempo, render uma receita extraordinária ao Tesouro Nacional. É o investimento do BNDES na capitalização da estatal de petróleo que vai ser contabilizado como receita extra da União.

A engenharia para obter esse dinheiro será assim: o governo vai receber R$ 74,8 bilhões pela venda de 5 bilhões de barris de petróleo à Petrobrás, a chamada “cessão onerosa”. Paralelamente, a Petrobrás venderá R$ 74,8 bilhões em ações para a União e o BNDESPar, o braço do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social que cuida das participações acionárias. O dinheiro que o BNDESPar injetar na Petrobrás será contabilizado como receita extraordinária da União.

O suficiente. Em um exemplo hipotético, se o BNDES colocar R$ 10 bilhões no aumento de capital da Petrobrás, a União colocará R$ 64,8 bilhões. Como o Tesouro ganhou R$ 74,8 bilhões da cessão onerosa, a diferença de R$ 10 bilhões é a receita que vai reforçar o resultado primário.

Esse valor é meramente ilustrativo, pois ainda não está definido qual será o montante que o BNDESPar vai aportar. Hoje, segundo dados fornecidos pelo BNDES, a instituição detém R$ 19 bilhões em ações da Petrobrás.

Apesar de a cifra que será liberada para o reforço de caixa do governo ainda não estar definida, o Estado apurou que será um montante suficiente para atingir facilmente a meta do superávit primário. O bastante, também, para que o governo não precise fazer outra manobra: tirar da conta da meta fiscal os investimentos prioritários do governo.

Nos últimos 12 meses, o setor público acumula um superávit primário de 2,03% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a meta é de 3,3% – podendo cair para 2,35% do PIB se todos os abatimentos permitidos pela lei, mas questionados pelo mercado, forem usados.

A capitalização da Petrobrás está prevista para ocorrer no fim do mês. A cessão onerosa deve acontecer quase simultaneamente.

Discurso confiante. A descoberta dessa engenharia ajuda a entender o discurso confiante do secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, de que a meta fiscal deste ano será cumprida sem abatimentos. Ele fala em apertar o cinto e que pode até cortar despesas, mas o fato é que o secretário sustenta esse discurso com um reforço considerável no caixa.

O dinheiro do BNDESpar entrará para o Tesouro como se o governo tivesse cobrado de uma empresa pela concessão de uma rodovia. É mais receita, o governo melhora a confiança nas contas públicas, mas o Ministério da Fazenda não fez efetivamente um controle mais rigoroso de despesas.

Decreto. O governo também editou ontem um decreto para facilitar a participação do Fundo Soberano do Brasil (FSB), da Caixa Econômica Federal e do BNDES na capitalização.

Pelo decreto, publicado em edição extra do Diário Oficial, a União poderá trocar ações ordinárias (com direito a voto) por preferenciais (sem direito a voto, mas com preferência para receber dividendos) da Petrobrás com o BNDES.

Uma fonte de equipe econômica informou que o objetivo do Tesouro foi incluir em sua carteira ações preferenciais da Petrobrás, que hoje não fazem parte do portfólio do Tesouro.

O decreto de ontem também autorizou o BNDES e a Caixa a vender ou permutar até 217.395.982 de ações ordinárias da Petrobrás com o Fundo Fiscal de Investimentos e Estabilização (FFIE).


Manobra contábil na capitalização da Petrobrás garante meta fiscal - Adriana Fernandes e Fabio Graner - 10 Set 2010 - O Estado de São Paulo

Governança não avança

SÃO PAULO, 9 de setembro (Reuters) - As companhias abertas rejeitaram as três mudanças mais profundas que a BM&FBovespa queria implementar nos regulamentos de listagem de empresas com maior governança corporativa, em um processo que teve início em 2008.

"Foi um processo longo, de mais de um ano e meio, que teve um grau de engajamento bom, embora em muitos casos um pouco tardio", afirmou a jornalistas o chairman da BM&FBovespa, Armínio Fraga, que se envolveu diretamente nas discussões.

A proposta mais polêmica era a de lançamento obrigatório de uma oferta pública de aquisição (OPA) para todos os investidores de uma empresa no Novo Mercado por um acionista que atingisse participação de 30 por cento no capital da companhia.

Segundo a bolsa, de 105 empresas no Novo Mercado consultadas, 60 foram contrárias à medida e 12 não se manifestaram. Apenas 33 companhias no segmento apoiaram a medida.

"O mercado ainda é predominantemente com empresas de dono, de controlador definido. Sabíamos que era uma discussão difícil e foi de fato", comentou Fraga.

Também foram rejeitadas pela maioria das companhias dos Níveis 1 e 2 de governança e do Novo Mercado a proposta de criação de Comitê de Auditoria nas companhias e a de ampliação de conselheiros independentes no Conselho de Administração, de 20 para 30 por cento dos membros.

"Gostaríamos que esses três itens tivessem sido aprovados. Não foi assim, a decisão é das empresas. Sempre se soube que alguns itens seriam mais difíceis do que outros, decidimos arriscar e não temos nenhum arrependimento", afirmou Fraga.

A crise financeira global, a adoção no Brasil do padrão de contabilidade internacional e o aumento de empresas abertas sem a figura clara de um controlador motivaram a revisão dos segmentos de listagem na bolsa de alta governança. Isso não acontecia desde 2006.

Para Fraga, contudo, as empresas demonstraram que não estavam totalmente preparadas para isso. "Essa evolução de mentalidade não acontece da noite para o dia. Ainda senti no ar um pouco do Brasil velho."

"Vejo uma mentalidade de tratar todos os temas como coletivos. Me lembra um pouco o funcionamento do Congresso: o que parece ser um problema para uma minoria pequena acaba se transformando em um tema que angaria a solidariedade de muitos. Talvez esse tenha sido o caso nas propostas de Comitê de Auditoria e de conselheiros independentes", alfinetou.

POUCO IMPACTO

A maioria das mudanças aprovadas alcança empresas dos três segmentos de governança. Todas as empresas listadas no Novo Mercado e nos Níveis 1 e 2 terão que se comprometer a ter uma política sobre negociação de ações e um código de conduta.

Outra alteração aprovada, por margem apertada de votos, é que a mesma pessoa não poderá acumular as presidências do Conselho e da diretoria executiva na mesma companhia.

Segundo o diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, as novas regras serão apreciadas pelo Conselho da bolsa e em seguida serão encaminhadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A maioria dos itens aprovados entrará em vigor seis meses depois de sua deliberação pela CVM. O impedimento de uma mesma pessoa nas funções de chairman e presidente-executivo valerá dentro de três anos, em alguns casos específicos, podendo ser um prazo ainda maior, disse Edemir.

De 19 empresas no Nível 2 de governança, segundo a bolsa, 13 se manifestaram. No Nível 1, 28 companhias votaram nas propostas de um total de 35 listadas.


Empresas vetam mudanças agudas da Bolsa em governança - 9 Set 2010 - Reuters Focus - Reportagem de Cesar Bianconi; Edição de Aluísio Alves

Religião e Pobreza


O gráfico foi construído a partir de uma pesquisa do Gallup. Mostra, de um lado, a religiosidade da população. De outro, a riqueza (PIB per Capita). O Brasil está no primeiro quadrante, onde a maioria da população afirma que a religião é parte importante da sua vida, mas é um país pobre. Aparentemente existe uma relação entre as duas variáveis.

Os países que foram comunistas são pobres e não acreditam em religião.

Fonte: aqui

Fotos de viagens




Mais, aqui

09 setembro 2010

Rir é o melhor remédio




Banheiros. Mais aqui

Teste #344

Será que você conhece futebol? E as demonstrações contábeis dos clubes de futebol? O teste é associar cada frase ou ao Real Madrid ou ao Barcelona:

=> Apesar das receitas de 408,9 milhões de euros, teve prejuízo de 77 milhões de euros
=> As dívidas aumentaram, chegando, segundo seu presidente, a 442 milhões de euros
=> Foi a primeira equipe de futebol a ultrapassar o volume de receitas de 400 milhões de euros
=> Receitas aumentaram 8,6% na temporada 2009-10, para 442,3 milhões de euros
=> Seu lucro líquido na temporada aumentou 11,5%, para 24 milhões de euros
=> Sua dívida reduziu, de 326,7 milhões para 244,6 milhões

Resposta do anterior: 600 milhões de dólares. Fonte: Valuation uncertainty and leverage

Ética e Ciência


Empresa pagava por textos que ressaltavam as qualidades dos remédios e escondiam os efeitos colaterais, como casos de câncer

A indústria farmacêutica está novamente no centro de um escândalo. Documentos confidenciais da gigante Wyeth (hoje incorporada à Pfizer) mostram que a companhia sistematicamente plantava artigos favoráveis a seus medicamentos em periódicos científicos. O caso mais emblemático é o do remédio Prempro, usado para reposição hormonal em mulheres na menopausa. Nos Estados Unidos, o produto gerou uma ação pública, movida por 14 mil pessoas, que acusam a droga de aumentar o risco de câncer de mama.

Para garantir opiniões positivas sobre a substância, a Wyeth pagava para empresas especializadas produzirem textos que ressaltassem suas qualidades (algumas não comprovadas) e escondessem efeitos colaterais, como casos de câncer. O material pronto era oferecido a pesquisadores “de verdade’”, que assinavam como autores do trabalho. Essas “pesquisas” eram submetidas a diversos periódicos científicos, que publicavam o material como se fosse independente. Alguns acabaram em veículos renomados, como a Archives of Internal Medicine.

A mecânica completa do esquema é apresentada pela médica americana Adriane Fugh-Bergman, da Universidade Georgetown, na revista PLoS Medicine. Fugh-Bergman se debruçou sobre 1.500 documentos confidencias da Wyeth, liberados sob ordem judicial para a revista. A papelada contém rascunhos de artigos, troca de e-mails e até a contabilidade do esquema. Em um dos e-mails, uma funcionária da DesignWrite (principal empresa contratada pela Wyeth) descreve o trabalho a um pesquisador.

“A beleza deste processo é que nós nos tornamos o seu pós-doutorando! Nós fornecemos um rascunho geral, ao qual você sugere mudanças e revisa. Nós então desenvolvemos um rascunho com os contornos gerais. Você tem todo o controle editorial sobre o trabalho, mas nós lhe forneceremos materiais para crítica e revisão.”

Segundo Fugh-Bergman, a realidade era bem diferente: eles só podiam fazer mudanças simples e que não descaracterizassem as mensagens de marketing pretendidas pela farmacêutica.

Usar “escritores fantasmas’’ não é ilegal, embora seja considerado antiético. As empresas aproveitam uma brecha na regulamentação nos Estados Unidos. A FDA (agência responsável pela liberação de remédios) não considera artigos científicos como marketing. Ou seja: o que acontece nesse espaço não faz parte da sua área de atuação. De acordo com o artigo, não existem evidências de que os autores foram pagos para assinar os trabalhos.


Médica aponta fraude em artigos científicos - 8 Set 2010 - Gazeta do Povo

Imagem, aqui

Ajuda

Um relatório apresenta as nações que possuem maior interesse em ajudar os outros. Os países nas primeiras posições são:

1. Austrália / Nova Zelândia
3. Canadá / Irlanda
5. Suiça / EUA
7. Holanda
8. Reino Unido / Sri Lanka
10 Austria

Na América do Sul, o primeiro lugar é da Guiana (16º.). O Brasil está em 76º.
Foram pesquisados mais de 153 países, pelo Gallup. Ou seja, cai o mito que o brasileiro é um povo companheiro.

Pequenas e Médias Empresas

O texto a seguir trata da Pequena e Média Empresa em Portugal:

Recuemos até 1963, altura em que entrou em vigor a «reforma fiscal Teixeira Ribeiro». O Código da Contribuição Industrial apresentava as empresas portuguesas em três níveis designados por grupos A, B e C. Se transpostos para o nosso tempo, também se podiam designar por pequenas, médias e grandes empresas. Os métodos de tributação das PME eram feitos com base em presunções. Todos nos lembramos dos valores que sustentavam as decisões tomadas, assistindo-se a autênticas barbaridades e injustiças fiscais, felizmente revogadas com a reforma de 1989.

São abundantes e espalhadas ao longo do tempo as leituras simplistas da realidade do nosso tecido empresarial. Recorde-se o célebre regime simplificado de tributação, bem como os fundamentos que estiveram na sua base, chegando-se ao despudor de afirmar que «o que se paga ao contabilista (hoje Técnico Oficial de Contas), paga-se de impostos», e que revela um profundo desconhecimento da realidade das nossas empresas. Ainda fresco na memória de todos está a recente investida política da direita parlamentar representada na Assembleia da República.

O Projecto de Lei 200/XI (simplificação das normas e informações contabilísticas das microentidades) do grupo parlamentar do CDS/PP, perfilhada pelo PSD, adquiriu contornos de acção eminentemente política. Esta iniciativa (que na versão preliminar retirava praticamente a contabilidade das PME) foi a demonstração inequívoca que no Parlamento as propostas legislativas assentam muito mais na fé em milagres do que numa previsão sustentada e fundamentada da sua mais-valia.

A sofisticação e a evolução social não só na Europa, mas também no mundo, consequência da globalização, aporta grandes e enormes desafios às empresas, exigindo-lhes uma organização dinâmica e eficiente. Contudo, os constrangimentos e obstáculos à sua dinâmica são grandes. Nomeadamente, no âmbito fiscal.

O passado recente tem demonstrado que entre as empresas e a administração fiscal não existe uma relação transparente, assente em premissas de rigor recíproco, mas sim uma ligação inquinada e de mútua desconfiança.

É neste contexto que deve ser analisada a iniciativa do grupo parlamentar do CDS/PP, posteriormente respaldada pelo PSD. Questiona-se: que efeitos imediatos teria a versão inicial nas empresas portuguesas?

No fundo, seria um regresso ao passado nos métodos de tributação em que, por inexistência de registos credíveis, só seria possível conceber a reimplantação dos critérios de presunção. Estranha-se que uma organização política com apetência pelo poder não tenha visto os malefícios que a iniciativa podia representar numa sociedade organizada e assente em princípios de direito e justiça.

Mas mais dúvidas subsistem: uma vez no poder, como é que seriam geridas as contradições aqui detectadas e os danos que esta lei, na versão preliminar, iria ter na vida pública, nomeadamente nas receitas fiscais?

Como é que daria expressão prática ao princípio constitucional que define que as empresas devem ser tributadas pelo seu lucro real?

Para além do mais, justificar a iniciativa política com base numa directriz europeia não faz qualquer sentido, até porque há realidades muito diferenciadas nas empresas portuguesas e nas suas congéneres europeias.

Não estamos contra a simplificação, mas pensamos que ela nunca se poderá fazer a custo da organização, do rigor e da credibilidade da gestão das nossas empresas.

Nunca aceitaremos conceber a simplificação como sinónimo de desorganização.

Enquanto profissionais da Contabilidade e da Fiscalidade, e como parceiros do percurso empresarial, sempre estaremos atentos e vigilantes para que os empresários escolham o que é melhor para si, sendo que preferimos a segurança e a credibilidade aos cantos de sereias que muito encantam, mas nada constroem de sólido para o futuro.


Domingues de Azevedo, Bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas - Simplificação ou desorganização? – Parte II - 8 Set 2010 - Diário Económico

Aqui, parte I

Propagandas criativas





Fonte: aqui via Design you Trust

Aversão a perda

O gráfico a seguir, do New York Times, mostra o número de casas vendidas, entre 1963 a 2010.



Como é possível perceber, o número de transações atingiu o menor nível no período com a crise financeira. Uma possível explicação denomina-se aversão a perda. Diante da possibilidade de vender seu imóvel por um preço muito inferior , as pessoas preferem não efetuar a venda.

A questão da aversão a perda na área imobiliária já tinha sido documentada anteriormente (vide, por exemplo, estudo de Mayer e Genesove, num condomínio de Boston.

Fonte: aqui

08 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Propaganda de Capacete para ciclista


Propaganda de Binóculo

Teste #343

Os custos de falência são elevados e geralmente não são levados em consideração em certas discussões. Uma estimativa dos custos de falência da Enron chega a um valor de:

6 milhões de dólares
60 milhões de dólares
600 milhões de dólares

Resposta do Anterior: Em Roma. O atleta mais bem pago de todos os tempos foi um espanhol, analfabeto, chamado Gaius lusitano Appuleius Diocles. Provavelmente seu salário corresponderia, hoje, a 15 bilhões de dólares. Fonte: aqui

Estoques

Foi publicado o livro Estoques – Normas Internacionais de Contabilidade – IAS 2 CPC 16, de autoria de Paulo Atadaine Sobrinho, pela IOB. A obra, de 278 páginas, é bastante completa sobre o tratamento dos estoques com as novas normas de contabilidade. São vinte capítulos contemplando desde o objetivo e alcance da norma até uma seção de perguntas e respostas e um exemplo prático.

Atadaine é um profissional de contabilidade com experiência prática. Isto torna a obra livre de rebuscamentos e citações excessivas, sendo ideal para quem adotar o CPC 16, incluindo aqui as pequenas e médias empresas.

Livro também recomendado para estudantes de contabilidade. Os professores de custos podem adotá-lo como leitura complementar, pois a obra também faz uma interessante associação com a apuração de custos.
Dicionário brasileira de prazos

Como as acacias se defendem dos elefantes? Recrutando formigas

Cigarros nos Filmes (1991 a 2009 no gráfico)

Brasil para estrangeiros

Colômbia: o melhor Mercado acionário de 2010

Economia na impressora

(...) no início deste ano, a Universidade de Wisconsin-Green Bay aprovou uma nova estratégia de poupar dinheiro consumíveis na impressão: ela mudou suas fontes.Programas como Microsoft Outlook usam padrão Arial, mas um tipo mais fino, como Century Gothic requer menos toner ou tinta para dar forma a seus caracteres. Um estudo realizado em 2009 mostrou que a mudança para Century Gothic poderia economizar nas empresas algo como US $ 80 por impressora por ano.


Ruses to cut printing costs - The Economist - 2 de Setembro de 2010

Frase

Os subsidies do governo são ruins por duas razões. Eles exigem um aumento futuro nos impostos, que impõe corte de despesas. Eles distorcem os preços relativos.


Superfreakymacroeconomics – The Money Illusion. Sobre o assunto, no Brasil, e o papel do BNDES, aqui

Autoajuda

Num trabalho publicado em 2004 no periódico "Psychological Medicine", Peter den Boer e seus colegas da Universidade de Gronigen, na Holanda, compararam vários estudos que avaliaram a eficácia de livros de autoajuda (biblioterapia) em casos clínicos de ansiedade e depressão.

Concluíram que a biblioterapia é significativamente mais eficaz do que placebos ou inclusão em lista de espera para terapia, e praticamente tão eficaz quanto tratamentos curtos ministrados por um profissional. Ainda mais interessante, ela se mostrou medianamente mais eficaz do que o uso de antidepressivos.
(...)

Parte do efeito positivo da biblioterapia pode ser atribuído a um viés de seleção. Deprimidos que buscam ativamente uma mudança de comportamento -ou seja, aqueles que compram os livros- são melhores candidatos à cura do que os pacientes que sucumbiram à apatia.

Outro problema é que os estudos de eficácia normalmente avaliam obras de boa qualidade, escritas por profissionais gabaritados. Essa, evidentemente, não é a regra num mercado que lança milhares de títulos por ano.


Biblioterapia pode ser mais eficaz que antidepressivo - 31 Ago 2010 - Folha de São Paulo - HÉLIO SCHWARTSMAN

07 setembro 2010

Rir é o melhor remédio

Políticos, na versão do Graphjam


Políticos na versão do blog:

Melhores Editoras

Melhores Editoras do Brasil, segundo o Valor Econômico

1. Companhia das Letras
2. Cosac Naify
3. 34, Martins Fontes, Record
4. UFMG
5. Ateliê, Hedra, Iluminuras, Unicamp
6. Contraponto, Diefel, Edusp, Escrituras, Perspectiva, UnB, Vozes, WWF Martins Fontes, Zahar

Fonte: Valor Econômico

Observe, entretanto, que o juri é basicamente pessoas da área de letras, o que torna o resultado questionável.

Normas contábeis e Direito internacional II

Sobre as observações anotadas pelo professor no texto sobre "normas contábeis e direito internacional", gostaria de anotar dois detalhes:

1) [observação 3 do Blog do Professor] o advogado Edison C. Fernandes, missivista da matéria publicada pelo jornal Valor enviou-me um e-mail para "protestar" contra um texto que publiquei em alguns sites com o título "agora é lei, as normas contábeis editadas pelo conselho são ilegais"; vejamos o e-mail:

"Prezado dr. Marcelo Silva, bom dia.

Antes de mais nada, parabéns pelo texto publicado na FISCOSOFT.

Com relação a esse texto especificamente, ouso discordar da sua posição, apresentada com bastante erudição.

Na minha opinião, o CFC tem competência para ditar regras contábeis desde sempre; porém, como surgiu a dúvida sobre o alcance nas novas normas contábeis, a Lei n. 12.249 somente veio reforçar aquela competência, e não criá-la.

Acredito que não podemos analisar o Direito com extremo positivismo (e dogmatismo, como faz o professor Paulo de Barros Carvalho); mas devemos nos guiar mais pelo axiologismo cultural do Miguel Reale. Nesse sentido, no estudo do Direito não podemos desconsiderar a tradição da legislação brasileira em reforçar conceitos e mandamentos para que a questão fique claro - obviamente que, nessa intenção de reforçar, a lei acaba por conter textos redundantes, repetitivos e, por isso, inúteis.

Esse me parece o caso da Lei n. 12.249; aliás, trato desse assunto em um texto publicado hoje (24/08) no jornal Valor Econômico (veja anexo).

Forte abraço,

Edison Fernandes"

2) [observação 1 do Blog do Professor] No livro CONTROVÉRSIAS JURÍDICO-CONTÁBEIS (APROXIMAÇÕES E DISTANCIAMENTOS), editado pela Dialética, é possível notar com certa freqüência a utilização do termo "Direito Contábil". Destaco deste livro, para que o professor tenha conhecimento, a "opinião" da Dra. Elidie Palma Bifano sobre esse tal

"Direito Contábil":
"O primeiro e dos mais importantes aspectos a serem examinados diz respeito a um ramo di Direito que não vem sendo tratado com independência que merece: o Direito Contábil. É certo que dividir o Direito em ramos não é adequado, pois o Direito é único, embora contenha normas sobre múltiplos temas: comércio, finanças, economia, tributos, crimes, contratos, seguros, bancos, família e tantos outros. Nesse conceito, a Contabilidade insere-se dentre as matérias colhidas pelo legislador ordinário, dada sua relevância social, observando-se a existência, no sistema jurídico brasileiro, de regras gerais de contabilidade (escrituração e demonstrações financeiras tratadas pela lei societária e pelo Código Civil) e de regras específicas de contabilidade (contabilidade bancária, contabilidade tributária, contabilidade de entidades reguladas como companhias abertas, seguradoras e previdência privada, contabilidade pública e muitas outras). Esse conjunto de regras forma o Direito Contábil."

Cordialmente,

Marcelo Henrique da Silva
Business Contábil e Tributário

Brasil

Reportagens sobre o Brasil no The Economist:

Energy in Brazil
Ethanol's mid-life crisis - The sugar industry produces food, fuel and environmental benefits. How fast it grows may depend on an argument about how it should be regulated


A reportagem conta a história da cana do açúcar e do etanol. Fala que a maioria dos carros no Brasil são bi-combustível, mas que o combustível gasolina é três ou quatro partes gasolina e o restante álcool.

Nesse texto eu achei engraçado um momento em que eles escrevem ”quase todo o crescimento é advindo de grandes e mecanizadas fazendas na região centro-sul do país – centenas de milhas de distância da floresta amazônica”.

Eles acrescentam que o etanol ainda não fez sucesso por que os Estados Unidos e a Europa o vêem como uma commodity agrícola e querem proteger seus próprios produtores, principalmente de etanol de milho. Mas que, com o devido investimento, há potencial para que o etanol brasileiro conquiste o mundo.

Sobre a Petrobrás:

Petrobras - Over a barrel - Brazil's oil giant may be paying too much to pump the stuff

Aqui eles falam que a Petrobrás está quebrada. E acrescentam “A Petrobrás é a maior empresa da América Latina, por valor de mercado, mas está com pouco dinheiro e sua animosidade com o governo a ajudou a saldar 25% de suas ações desde o início do ano. Precificar as reservas é o primeiro passo para um plano complexo de levantar capital desesperadamente necessário. Mas irá pagar em ações, não em dinheiro. Isso permitirá ao governo amparar a sua parte. Em 30 de setembro, espera-se que a Petrobrás realize uma capitalização, na qual acionistas minoritários poderão participar. Espera-se arrecadar $ 25 bilhões, o que agora será difícil”


Isabel Sales (grato)

06 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Prêmios do Blog V

Prêmio Valor do Dinheiro no Tempo – para o ex-secretário da Receita, Everardo Maciel, que afirmou que pagar $100 amanhã é igual a pagar $100 hoje, durante a polêmica sobre o pagamento de tributos pela Petrobrás.

Prêmio Frase do Ano – Este prêmio deve ser dividido entre Wanderley Guilherme dos Santos e Edison Arisa. Wanderley fez uma grande confusão entre investimento, custo, ativo e despesa e culpou a escrituração por crises capitalistas. Edison, da PwC, afirmou que os velhos necessitam “formatar o HD” antes de entender as normas internacionais.

Prêmio Apelido do Ano – Sir David Tweedie comanda o órgão responsável pelas normas internacionais de contabilidade. Por sua posição em certas questões, recebeu o nome de Aiatolá da Contabilidade.

Prêmio “Aí tem coisa” – Um processo que corre em Nova Monte Verde, MT, referente a uma dívida de 1 bilhão de real. Para entender melhor o assunto, leia a seguinte postagem. Mas que tem algo estranho nesta estória...

Terminamos aqui a premiação do nosso blog para o ano de 2009. Foram 23 premiados.

Teste #342

Se você acha que os atletas atuais são bem remunerados está enganado. Historiadores descobriram que num determinado momento da história os atletas chegaram a receber valores muito maiores do que os nossos golfistas ou jogadores de futebol. Você saberia dizer quando isto ocorreu?

nas arenas de Roma no início da era Cristã
nos hipódromos da Inglaterra, no século XIX
no Japão imperial, com os samurais, no século XVI


Resposta do anterior: Despesa com Publicidade. Fonte: aqui

Links

Pessoas mais velhas gostam de ler estórias negativas sobre jovens

Seleção adversa na primeira guerra mundial: pagamento pela perda do braço

O poder do Obrigado

A relação entre Roubini e o Mercado

Ego na Avaliação

Em processos de aquisição de empresas o Ego pode dar lugar a um relatório de avaliação adequado. Recentemente, as empresas Dell e HP iniciaram a disputa por um grupo de armazenamento de dados 3PAR. A oferta final ficaria muito acima da proposta inicial. Os valores ofertados estavam muito acima da receita.

"Eles estão fazendo ofertas muito altas, como se os seus balanços não importassem. A essa altura, pagando múltiplos dessa ordem, provavelmente seria melhor para eles recomprar ações próprias," disse Kaushik Roy, analista da Wedbush Securities.

A maioria dos analistas afirma que a HP, com receita anual de US$ 115 bilhões ante os US$ 53 bilhões da Dell, deve sair vitoriosa, mas acrescentam que a Dell dispunha de reservas de caixa suficientes para oferecer forte concorrência.


Avaliação de valor perde espaço em disputa de Dell e HP por 3PAR
Brasil Econômico - Por Ritsuko Ando/Reuters
25/08/10

CFA

Os escândalos financeiros e a crise de 2008, ao derrubarem a credibilidade do mercado, tiveram o efeito colateral de atrair milhares de novos candidatos para os exames do CFA (Chartered Financial Analysts), em busca de um selo de confiabilidade. As inscrições saltaram de 98 mil em 2007 para 139 mil este ano, em mais de 150 países. A credencial do CFA é vista como requisito essencial para entrar no mercado de Wall Street. E, no mundo globalizado, os padrões de exigência tendem a se reproduzir.

O CFA, fundado no estado da Virgínia (EUA) em 1963, é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica a elevar os padrões do exercício da profissão. A instituição tem cerca de cem mil afiliados, em 130 países. No início, a maioria era formada por funcionários de bancos e grandes empresas. Hoje, 30% são profissionais que administram o patrimônio de indivíduos. E que precisam restaurar a confiança dos clientes.

— A credibilidade da nossa profissão foi parar no fundo do poço. Hoje, os clientes estão mais preocupados com confiança e questões éticas que com o desempenho. O medo deles é acordar e descobrir que todo o seu dinheiro foi embora — diz Bob Johnson, diretor do CFA.

O mercado financeiro também se tornou muito mais complexo nos últimos anos, o que, segundo diretores do CFA, explicaria a taxa decrescente de aprovação nos exames. Os resultados da prova aplicada em junho apontaram que apenas 42% dos 117 mil candidatos foram aprovados. A média histórica é de 62%:

A participação de brasileiros é pequena em relação à importância do mercado financeiro do país. Dos 139 mil inscritos em junho, apenas 823 eram brasileiros. Por isso, o país é visto hoje pela instituição com um grande potencial de crescimento.

— Com um mercado financeiro muito menor, a África do Sul tem mais que o dobro de candidatos do Brasil — afirma Johnson.

Em recente resolução, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a aceitar a aprovação nas etapas 1 e 2 do teste do CFA como alternativa para os exames de certificação da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

Para conseguir pôr as três letrinhas CFA em seu cartão de visitas, é preciso passar por 18 horas de provas, em três etapas cumpridas ao longo de quatro anos, nos quais são consumidos cerca de US$2.500 em taxas e 300 horas de estudo.

O candidato pode estudar por conta própria, mas o CFA tem parcerias com 120 universidades, entre elas as de Oxford (Inglaterra) e Cornell (EUA), que incorporam a seus currículos parte do programa do instituto. Um dos objetivos de recente viagem de dirigentes do CFA ao Brasil foi buscar acordos com universidades brasileiras. A primeira parceria foi fechada com o Insper-Ibmec de São Paulo.


Com selo de qualidade em Wall Street - 5 Set 2010 - O Globo - Fernanda Godoy

04 setembro 2010

Rir é o melhor remédio




Propagandas criativas

Confiança


Um artigo recente de Thaler para o NY Times (The Overconfidence Problem in Forecasting, 21 de agosto de 2010) discute a questão do excesso de confiança.

A maioria de nós pensa que estamos "melhor do que a média" na maioria das coisas.Nós também somos "descalibrados", significando que o nosso sentimento de probabilidade de eventos não está alinhado com a realidade. Quando dizemos que temos a certeza sobre um determinado fato, por exemplo, pode muito bem ser correto apenas a metade do tempo. (...)

Alguns economistas questionam se tais resultados experimentais são relevantes em mercados competitivos. Eles sugerem que os alunos, que muitas vezes servem como cobaias em tais testes, são confiantes, mas que os gestores do topo de grandes empresas são bem calibrados. Um estudo recente, no entanto, revela que esta visão é ela mesma confiante demais.


Num estudo de Itzhak Ben-David, John R. Graham e R. Campbell Harvey mostrou que a confiança excessiva também ocorre nos CFO quando se trata de prever o comportamento do índice SP 500. E são mal calibrados.

Muitos destes executivos não percebem que lhes falta capacidade de previsão.


Os efeitos são relevantes para as empresas:

Por exemplo, num artigo de 1986, o economista Richard Roll da Universidade da Califórnia, Los Angeles, sugere que excesso de confiança, ou o que ele chamou de arrogância, poderia explicar por que as empresas pagam grandes prêmios para assumir outros negócios. (...)

PROFESSOR ROLL recentemente escreveu outro artigo sobre este tema com três colaboradores franceses. Neste caso, eles investigaram uma forma particular de hubris - narcisismo - usando um indicador simples e discreto (...) o número de vezes que uma pessoa usa o pronome de primeira pessoa na comunicação. Eles descobriram que o CEO mais narcisista fazem aquisições mais agressivas a preços mais elevados (...)

03 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Prêmios do Blog IV

=> Prêmio Mensuração de um Ativo Ambiental – para Tiger Woods. É isto mesmo. O golfista e milionário, num nebuloso acidente com seu automóvel, destruiu um hidrante e uma árvore. Para pagar o prejuízo ao patrimônio público, calculou-se o valor da árvore: 200 dólares. O acidente gerou uma interessante discussão sobre os métodos que podem ser usados para avaliar uma árvore.

=> Prêmio Gol Contra – para o Santos Futebol Clube. Depois de considerar multa rescisória como base para avaliar seus atletas, a antiga diretoria do clube não sabe explicar para onde foi o dinheiro da venda de Diego e Robinho, coloca 8 milhões em gastos gerais, paga o que não deve, entre outras coisas. Isto não quer dizer que os outros clubes estejam melhores...

=> Prêmio Economia de Custos – Para KPMG, que foi acusada de usar a mão-de-obra de uma empresa , assumindo a auditoria interna e externa da Rentokil.

=> Prêmio Erro da Imprensa – Para The Economist. O erro até que não foi muito grave, mas a revista The Economist tem uma grande reputação. Ao divulgar previsão de aumento nos salários dos executivos, a revista usou valores nominais. Por este motivo, os executivos da Venezuela teriam os maiores aumentos; mas a inflação daquele país é uma das maiores do mundo.

=> Prêmio Qual é o Valor Correto – Afinal, qual o PIB per capita da Rússia? Os valores variam de 2,6 mil dólares a 14,7 mil dólares. E depois criticam o contador...

Teste #341

O acidente no Golfo do México envolvendo a companhia de petróleo BP teve algumas consequências para a empresa. Segundo informação da própria empresa, uma despesa aumentou em três vezes, desde o acidente. Conhecendo o mundo corporativo, o leitor seria capaz de advinhar que despesa seria esta?

Resposta do Anterior: Todos os nomes fazem parte da estória, mas Villarreal era chamado de La Barbie. Fonte: Rastrean a contador de Barbie - 1 Set 2010 - Reforma

Crise, segundo Bernanke

O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, disse ontem à Comissão de Inquérito da Crise Financeira no Congresso que falhou em reconhecer vulnerabilidades e fraquezas no sistema financeiro que ampliaram a crise imobiliária no país e quase levaram a um colapso da economia mundial há quase dois anos. Ele também afirmou que não havia como salvar o banco Lehman Brothers, cuja quebra marcou o colapso de Wall Street, em setembro de 2008.

Bernanke disse ainda que os órgãos reguladores devem estar prontos para fechar grandes instituições caso ameacem derrubar o sistema financeiro:

— Se a crise tem uma única lição é que o problema dos “muito grandes para falhar” tem que ser resolvido.

O presidente do Fed também afirmou que era impossível resgatar o Lehman Brothers da falência em 2008, porque o banco não tinha garantias suficientes para receber um empréstimo. O ex-diretor-executivo do Lehman Richard S. Fuld Jr. havia dito à comissão na quarta-feira que a empresa poderia ter sido salva, mas que os órgãos reguladores americanos se recusaram a ajudá-la.

Perguntado sobre a diferença entre Lehman e AIG, que recebeu US$182 bilhões, Bernanke disse que a maior seguradora dos EUA possuía vários ativos que garantiam o empréstimo público. E garantiu que o Fed vai ser integralmente restituído.

Durante seu depoimento, no momento em que a comissão encerra um ano de investigação sobre o colapso de Wall Street, o presidente do Fed apresentou sua análise da crise e suas visões sobre possíveis riscos do sistema.

A lei de reforma financeira aprovada em julho dá aos reguladores autoridade para fechar empresas quando suas deficiências apresentarem um risco para o sistema como um todo. O processo lembra o utilizado pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC, responsável por garantir os depósitos dos correntistas, para fechar bancos falidos).

A presidente da FDIC, Sheila Bair, disse à comissão que “as apostas são altas” para que os reguladores exerçam efetivamente seus novos poderes. Caso contrário, acrescenta, “vamos perder a chance histórica de colocar nosso sistema financeiro em um patamar mais seguro no futuro”.

— As ferramentas estão aí. Os reguladores têm de usá-las — afirmou Sheila.

O presidente da comissão, Phil Angelides, disse que a nova lei será um grandioso teste de vontade para os reguladores. Já Sheila e Bernanke disseram que regras mais duras e pressões de mercado levarão grandes empresas a voluntariamente se tornarem menor. Segundo eles, os executivos não podem mais contar com o governo para socorrê-los caso estejam fracassando.

Bernanke disse também que socorrer essas instituições não é uma solução saudável e que vai haver melhorias por causa da nova lei.

— As instituições financeiras consideradas “empresas grandes demais para falhar” foram tanto a causa da crise como estão entre os impedimentos primários aos esforços dos tomadores de decisão para contê-la — disse.


Bernanke: grandes bancos não serão salvos - 3 Set 2010 - O Globo

Sinergia

A oferta de aquisição do Burger King apresentada ontem por um grupo de investimento de capital brasileiro, assim como a aquisição da Anheuser-Busch (há dois anos e envolvendo alguns dos mesmos investidores), é uma dessas transações emblemáticas que parecem simbolizar o surgimento de um novo protagonista nos negócios mundiais.

Mas isso era previsível já há um bom tempo. O crescimento da economia brasileira nos últimos anos criou toda uma classe de prósperos empreendedores em busca de oportunidades de investir suas fortunas e que não se deixam assustar pela ideia de tentar a sorte além das fronteiras brasileiras.

Tradicionalmente, os negócios brasileiros sempre foram dominados por uma elite muitas vezes cautelosa, radicada em São Paulo, o polo industrial e financeiro do país. Mas a disparada econômica dos dez últimos anos mudou o quadro.

Segundo o Boston Consulting Group, entre 2006 e 2008 o número de milionários brasileiros subiu em quase 70%, de 130 mil para 220 mil. É um dado estatístico notável.

Com cerca de um sexto da população da Índia, outro membro dos Brics, o Brasil abriga mais milionários que o país asiático. E o clube dos bilionários, ainda mais exclusivo, também vem crescendo em ritmo sem precedentes no Brasil.

Jorge Paulo Lehman, figura importante na aquisição da Anheuser-Bush e na oferta pelo Burger King, é um executivo de investimento bem preparado, educado em Harvard, filho de imigrantes suíços. Mas muitos dos novos ricos brasileiros são pessoas de origens mais rústicas e enriqueceram depois de começar a vida humildemente, seguindo um modelo bastante familiar aos americanos.

A companhia de aviação TAM, que em agosto anunciou fusão com a LAN Chile e se tornará a maior empresa do setor na América Latina, foi criada nos anos 70 como uma modesta empresa de carga aérea.

A força propulsora no caso da TAM foi Rolim Amaro, um antigo piloto de origem humilde e que comandou a empresa de maneira ousada e astuta até morrer em acidente de helicóptero em 2001.

FRIBOI

Mas talvez o mais intrigante e dinâmico dos novos empresários brasileiros seja Joesley Batista, que começou a trabalhar ainda menino no açougue do pai, em Goiás, e hoje comanda a JBS-Friboi, a maior empresa global de processamento de carne.

Quando o Brasil passou por uma crise cambial, em 1998 e no começo de 1999, Batista e seus irmãos entenderam o momento não como ameaça, e sim como oportunidade de ganhar o mercado de exportações, e obtiveram empréstimos no BNDES para colocar a ideia em prática.

Capital adicional foi levantado por uma oferta pública inicial de ações e, em 2007, a JBS-Friboi tomou o controle da Swift, outra marca americana conhecida. Em 2009, acrescentaram a Pilgrim's Pride à sua lista, e isso ajudou sua empresa a superar a Tyson Foods e chegar à liderança no mercado mundial de processamento de carne.

Além disso, o hoje bilionário Joesley Batista afirmou que superar a Tyson Foods era apenas "o primeiro passo" de uma estratégia mais ampla que envolve fazer da JBS-Friboi uma potência também no ramo de leite e laticínios. Com isso, como prever o que pode acontecer?

Uma coisa fica clara, no entanto: o domínio brasileiro sobre todas as etapas do setor mundial de carne. O país já é o maior exportador mundial de carne bovina e agora, com a oferta pelo Burger King, disporá de mais um veículo para encorajar o consumo em todo o mundo.

Isso é que é sinergia.


Negócio aponta novo protagonista global - 3 Set 2010 - Folha de São Paulo - LARRY ROHTER - DO "NEW YORK TIMES" - Tradução de PAULO MIGLIACCI

Contador, Técnico em Contabilidade ou Office boy de luxo III

Eles são profissionais da linha faz tudo, ocupam escritórios modestos que não passam de conjuntos de duas ou três salas acanhadas no centro de São Paulo. Prestam assessoria contábil, regularizam e põem em dia pessoas jurídicas em falta com o Fisco, dão assessoria tributária e jurídica, abrem e encerram firmas da noite para o dia – é assim que a clientela exige.

Cobram de acordo com a demanda – R$ 50 por documento se a encomenda for grande e de R$ 200 a R$ 300 se o pedido é individual. Attela Contabilidade, que pertence a Antonio Carlos Atella Ferreira, faz “pesquisa de Receita, procuradoria do INSS, retira e entrega documentos no local” e faz gestões perante a Junta Comercial para constituição, alteração e baixa de empresas. “Sou um office boy de luxo”, diz o contador. “Eu sou pago para retirar os documentos. Se fosse cobrar por nome eu cobrava mais caro.”

Attela disse que “já foi filiado” a um partido, mas não disse qual, alegando não se lembrar. “Cheguei aos 62 anos, imagina se eu me lembro da mamadeira que eu mamei.”

Seu parceiro, Ademir Estevam Cabral, divide espaço com Helena Barbosa, titular do HB Assessoria e Contabilidade, no sexto andar de um prédio comercial da Rua Dom José de Barros. Ali, por um breve período, em setembro do ano passado, Cabral e Attela trabalharam juntos – naquela época Attela deu entrada na Receita em Santo André com o pedido de cópia das declarações de Verônica Serra. “Os clientes deles são os clientes deles”, explicou Helena, que aconselhou Cabral a falar o que sabe sobre o caso. “Quem não deve não teme.”

Helena conta que admitiu Cabral em seu escritório para aliviar as despesas com aluguel. Ela paga R$ 800, ele R$ 450. “Ele (Cabral) não é meu sócio, é autônomo. Os clientes dele eu não conheço.”


A rotina dos profissionais da linha 'faz tudo' - Fausto Macedo e Bruno Tavares - 3 Set 2010 - O Estado de São Paulo

Contador, Técnico em Contabilidade ou Office boy de luxo II

SÃO PAULO e RIBEIRÃO PIRES (SP). O suposto contador [1] Antônio Carlos Atella Ferreira envolveu ontem o nome de mais uma pessoa no caso do vazamento de dados sigilosos de tucanos na Receita Federal e contou que fazia serviços para “Brasília e Minas”, entre outros estados. Ademir Estevam Cabral, segundo Atella disse ao “Jornal Nacional”, da TV Globo, é a pessoa que contratou seus serviços para entregar e buscar na Delegacia da Receita no ABC Paulista os dados fiscais de Verônica Serra, filha de José Serra. Atella alegou que não sabia que a procuração em nome de Verônica era falsa.

— Eu não sabia que ela era filha de uma pessoa que eu admiro e respeito — disse Atella, referindo-se ao candidato Serra.

Atella disse que atende a pedidos de serviço contábil feitos por Brasília, Minas e outros estados. Sobre Cabral, afirmou:

— Ele tem muito contato com os advogados pelos anos de trabalho que ele tem e a reputação profissional de fazer trabalhos rápido, ser uma pessoa que agiliza os documentos dos órgãos. Então, ele é uma pessoa muito conhecida de todos nós. Se for à Receita e perguntar sobre o Ademir, qualquer pessoa vai informar.

“Não sabe nem escrever direito, como vai falsificar alguma coisa?”

Segundo Atella, a falsa procuração de Verônica estava em um lote de documentos pelos quais Cabral teria pedido pressa.

— Todos os meus clientes utilizam meu serviço porque sabem que eu faço para ontem. Agora esse serviço não veio isoladamente, a pedido de uma única pessoa. Porque ele não seria aceito nem por mim nem por ninguém. A moça da Receita, com certeza, pegou um lote (de procurações).

Cabral trabalha em um escritório de contabilidade no Centro de São Paulo, onde sua colega de trabalho Helena Barbosa afirmou que ele não teria como falsificar a assinatura de Verônica:

— Ademir não sabe nem escrever direito [2], como ele vai falsificar alguma coisa? Ele é um tipo de boy. Vai, pega os documentos dos advogados e vai protocolar.

Acusado por Atella, Cabral negou ter participado da fraude.

— Isso aí eu desconheço completamente — disse Cabral, por telefone, ao “Jornal Nacional”.

Ele aparece como filiado ao Partido Verde, no município de Francisco Morato (SP). No sistema de consulta a filiados a partidos disponível no site do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, consta que ele se filiou em setembro de 2007.

Até anteontem, Atella dizia que não se lembrava de quem havia encomendado o trabalho que envolveu Verônica Serra. Ontem, ele alegou que tinha se lembrado. (...)


Contador diz que recebia até pedidos de Brasília e Minas - 3 Set 2010 - O Globo
Tatiana Farah

[1] Agora é suposto contador. Parece que é Técnico em Contabilidade, conforme postagem de ontem, via blog do Scarpin.
[2] Ou seja, analfabeto.

Teses em Contabilidade


A figura mostra a evolução das teses defendidas na USP na área de contabilidade (por consequência no Brasil). No ano da minha defesa, foram nove novos doutores. O ano passado tivemos um recorde: 49 novos doutores. Fonte: aqui

02 setembro 2010

Rir é o melhor remédio

Marcas famosas e pequenas alterações: Pepsi (e o Gordo); Jogos de Londres (Shit); HP (e Help); Copa da África do Sul; Dell (e Hell, inferno) e UPS (e Ops):









Fonte: Aqui

Teste #340

Parece que o contador só é notícia nos jornais quando aparece nas páginas policiais. A polícia mexicana prendeu o famoso traficante Édgar Valdez Villarreal. O criminoso só foi preso por conta de Ginez, "El Contador", pois tinha conhecimentos de contabilidade e pessoas de sua família dedicavam-se a tal profissão. "El Contador" era funcionário de Villarreal. Este por sua vez, era conhecido por um apelido estranho

El Fresa
El JJ
La Barbie

Resposta do Anterior: Pàlmeiras. Fonte: De longa data, Folha de São Paulo, 1 de setembro de 2010, Eduardo Ohata

Prêmios do Blog III

Continuação dos prêmios 2009:

=> Prêmio Dinheiro Nosso – O mau uso do dinheiro público permitiria distribuir este prêmio para muitas pessoas. Mas o blog escolheu a atriz Maitê Proença como vencedora. Proença recebia duas pensões do governo de São Paulo, no valor de R$13 mil mensais, em função da herança dos pais. Apesar de ter uma união estável com um empresário, a atriz não era casada, talvez para não perder a boquinha. O advogado afirmou, em novembro do ano passado, que sua cliente era vítima de perseguição.

=> Prêmio Mensagem Subliminar – O governador Arnold Schwarzenegger escreveu uma correspondência onde as iniciais de cada linha formavam, exatamente, a palavra “fuck you”. O texto era direcionado para assembléia do seu estado, Califórnia.

=> Prêmio Sem Segundas Intenções – As empresas de auditoria participam ativamente do Iasb, já que boa parte dos integrantes foram funcionários das quatro grandes empresas mundiais. Não somente: as quatro grandes são responsáveis por 1/3 do orçamento do Iasb.

=> Prêmio Isto é Ativo? – para os bancos suíços, que provaram que a falta de evidenciação é um ativo. Ameaçados de perder o ativo “segredo bancário”, correram previsões que os bancos suíços seriam reduzidos a metade.

É isto mesmo?

As vezes lemos certos textos e ficamos com a impressão “será que é isto mesmo?”. Lendo o texto a seguir, publicado no Jornal do Commercio, surgiu está pergunta. Primeiro o texto:

Muitas empresas tiveram uma grande valorização de seus ativos intangíveis, como marca, patentes, embalagens, procedimentos e franquias, principalmente após a entrada em vigor da Lei 11.638 (IFRS). As regras revisadas e emitidas pelo Comitê de Normas Internacional de Contabilidade (IASB) exigem que novas áreas sejam mensuradas a valor justo e dão origem a novos desafios aos avaliadores.

Será que a Lei provocou isto mesmo?

Como ler um artigo acadêmico?

Peter Klein, em How to Read an Academic Article apresenta algumas dicas para aproveitar melhor a leitura de um artigo acadêmico. Adaptando as recomendações de Klein eis um roteiro:

a) Leia o título e tente imaginar o assunto. Tenha uma idéia da linha do periódico e os tipos de artigos publicados no periódico, se for possível

b) Leia o resumo. Tente obter nesta leitura a razão do texto e as conclusões obtidas.

c) Leia a introdução. Entenda qual a razão da relevância do tema e a forma como a pesquisa foi organizada.

d) Pule para conclusão. Dê uma olhada nas referências. Veja se são atuais e sua origem.

e) Caso o assunto tratado seja desconhecido ou possa apresentar dificuldade na leitura, use dicionários específicos (e, em alguns casos, até a Wikipedia pode ajudar).

f) Olhe rapidamente os títulos das partes, as tabelas e figuras. Observe o fluxo do artigo. Tente ver se o trabalho é um estudo de caso ou uma pesquisa com uma base de dados. Neste caso, qual é esta base de dados. Não perca tempo com as classificações da metodologia, pois geralmente são inúteis e não agregam valor.

g) Leia o artigo rapidamente, pulando demonstrações, equações e tabelas

h) Leia novamente de forma mais cuidadosa. Veja se o objetivo do texto (ou a pergunta) foi respondida. Observe as limitações da pesquisa e verifique se compromete os resultados.

i) Em algumas partes relevantes, volte e tente comparar com outros trabalhos parecidos. Para isto use o Google Acadêmico. Se o texto for baseado numa pesquisa prévia, tente encontrar informações sobre a mesma.

Dados

HOUVE UM TEMPO em que a Bolsa de Valores era gritada. Não era um caos, mas certas horas parecia rúgbi. Na última década a informatização foi tão completa que o chão da Bolsa, hoje, nem precisa existir.

Em alguns casos, a massa humana que se esgoelava por um bom negócio foi substituída por algoritmos, regras executadas por computadores nem tão gigantescos como nossa imaginação gostaria, dando conta de transações que duram frações de segundo.

Esse é o caso das negociações em alta frequência, onde os humanos saíram da transação propriamente dita e foram para o planejamento da cadeia de valor das transações, transformando a negociação em embate de regras executáveis por máquinas.

Aqui e ali um defeito mais ou menos catastrófico num ou noutro sistema envia uma ordem de venda de alguns bilhões de dólares de uma vez, como se os computadores resolvessem testar os nervos dos homens e das mulheres do mercado.

Até agora temos nos recuperado de tais eventos de uma forma ou outra, e não há evidência de que um bug, em algum sistema, tenha causado uma crise. Pode até ter detonado alguma crise já armada, pronta para explodir, mas ainda estamos para ver a primeira "crise algorítmica" da economia planetária.

Enquanto isso, o volume de dados criados, processados e usados nas empresas já é muito grande e dobra a cada 18 meses, segundo texto recente da "The Economist".

Os negócios estão debaixo de um verdadeiro dilúvio digital, exemplificado pelo Walmart: os clientes do maior varejista do mundo fazem 1 milhão de transações por hora, criando 2,5 petabytes (1 PB é igual a 1.125.899.906.842.624 bytes) de dados a cada 60 minutos, ou 167 vezes a informação armazenada na biblioteca do Congresso americano, principal repositório mundial de conhecimento clássico, aquele armazenado em livros e em filmes.

Muito bem: sua empresa está funcionando e todos que com ela interagem, comprem alguma coisa ou não, geram dados, muitos dados.

Quase todo negócio competente coleta dados em quantidade e em qualidade que só os censos costumavam fazer no passado, e faz isso por mês, semana ou, em casos como o do Walmart e de seus competidores, por dia ou por hora.

Isso cria a possibilidade de redesenhar ofertas, produtos, processos e serviços em tempo real, se o negócio conseguir entender e reagir ao dilúvio de dados no qual está imerso a tempo de se reinventar à medida que seu contexto muda.

Há quem já faça isso muito bem, especialmente os suspeitos on-line usuais, Google, Amazon e eBay.

Mas muito mais gente está pensando seriamente no problema e começa a entender que a análise de "big data" (volumes de dados gigantescos, segundo um relatório recente da McKinsey, no link http://bit.ly/9yHofW [http://bit.ly/9yHofW]) e a capacidade de simular e experimentar comportamentos em tempo real pode ser essencial na competição cada vez mais acirrada na maioria dos mercados.

No Japão, o redesenho dinâmico das ofertas das cadeias de lojas de conveniência, em que até a previsão do tempo é parte da simulação, é quase lendário.

O grande volume de dados nos negócios cria a possibilidade de exercitar um dos princípios de Deming: "Acreditamos em Deus; todos os outros devem trazer dados".

Medir e processar para entender e melhorar é o que está por trás de tal linha de raciocínio e essa é a possibilidade aumentada por "big data" e experimentação barata, baseada em computação de muito grande porte e testes reais, que fornecem mais dados e mais possibilidades de processamento e aquisição de informação e conhecimento.

Mas, falando em Deming, ele também considerava a administração baseada somente em dados um dos sete pecados capitais das organizações. Segundo ele, há aspectos importantes dos negócios que são desconhecidos e, pior, impossíveis de serem conhecidos, por mais dados e processamento que se tenha.

O que não deixa de ser uma boa notícia: por muito tempo, parece, haverá papéis para seres humanos na gestão das organizações...


Negócios baseados em dados - 2 Set 2010 - Folha de São Paulo - Silvio Meira

CVM e CPC

RIO - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) terminou os ajustes nas regras da contabilidade brasileira e publicou a Instrução nº 485/10 nesta quarta-feira.

A regra obriga que as demonstrações contábeis consolidadas, a serem apresentadas a partir do exercício de 2010 - ou seja, publicadas em 2011 - sejam elaboradas com base nos pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), e não mais com base no International Accouting Standards Board (IASB).

Os pronunciamentos, referendados pela CVM, estão de acordo com o IASB, mas adequado à realidade brasileira. O documento publicado modifica a Instrução nº 457, de 2007, anterior à emissão dos pronunciamentos e à aprovação da CVM. Na ocasião, não havia sequer a Lei 11.638, que define que as normas contábeis aplicadas às companhias abertas deverão estar de acordo com as normas internacionais.

Pelo texto publicado pela autarquia, o processo de emissão de normas pelo CPC está "substancialmente concluído". O gerente de normas contábeis, José Carlos Bezerra, explicou que a instrução veio apenas referendar as normas que vinham sendo publicadas pelo CPC.

"Se as normas brasileiras já são consonantes com as normas internacionais, não faz sentido mais fazer referência aos IFRS, como a Instrução 457 fazia. Agora, a 485 faz referência ao CPC, aprovado pela CVM e consonante com normas internacionais", explicou.

As publicações trimestrais ainda não estão seguindo totalmente as novas regras, mas, na apresentação do consolidado de 2010, as companhias precisarão reapresentar as demonstrações de cada trimestre deste ano. Em 2011, mesmo as trimestrais já seguirão integralmente o CPC.

Bezerra explicou que ainda há modificações feitas pelo IASB, ainda não em vigência, que o CPC está acompanhando, para, posteriormente, poder publicar uma norma semelhante. "Norma contábil é algo dinâmico, porque o mercado em que é aplicado também é dinâmico. As normas são constantemente revisadas, tanto internacionalmente como nacional", disse o gerente da CVM.

A autarquia determinou ainda que a eventual adoção de novas normas pelo IFRS, com vigência antecipada permitida pelo IASB, ou a adoção de alternativas previstas, "está condicionada à prévia aprovação em ato normativo da CVM".


CVM termina ajustes contábeis e publica instrução - Qua, 01 Set, (Juliana Ennes | Valor)

Contador, Técnico em Contabilidade ou Office boy de luxo

A questão da investigação ilegal da SRF nas declarações da filha do candidato da oposição trouxe uma figura que se passa por contador. Mas sendo técnico em contabilidade, ele se denomina “Office-boy de luxo”.

O profissional concedeu uma entrevista para Folha de São Paulo e Jorge Scarpin fez alguns comentários interessantes. Eis abaixo a transcrição do blog de Scarpin

PARTE 1. FALANDO SOBRE O TRABALHO

Quem pediu a (procuração) da Verônica Serra?
Um cliente que pediu. Não sei quem é, algum advogado do Brasil.
Mas o senhor não lembra quem entregou o papel para o senhor?
Não lembro. Tenho 42 anos de profissão, tenho clientes de todos os lados, não vou lembrar um caso, o cafezinho que tomei lá atrás, mesmo porque faço de 15 a 20 por dia.

(...)
Qual é a sua profissão?
Contador, com direito a atuar justamente na área. (ERRADO, ESTE INDIVÍDUO É TÉCNICO EM CONTABILIDADE, COM REGISTRO NO CRC-SP, OU SEJA, ALÉM DE TUDO, É MENTIROSO, DESINFORMADO, OU NÃO SABE MESMO A DIFERENÇA ENTRE CONTADOR E CONTABILISTA)
Como é o seu trabalho?
O advogado me manda a procuração, eu vou lá e retiro o documento. Sou um office boy de luxo. (OFFICE BOY DE LUXO É PRA ACABAR COM QUALQUER CREDIBILIDADE DA PROFISSÃO CONTÁBIL)
(...)

PARTE 2: FALANDO SOBRE PERSPECTIVA POLÍTICA

É filiado a algum partido?
Não. Mas agora vou querer ser vereador [risos]
Já tem partido?
Uma legenda boa para se eleger. Estou vendo que o negócio é bom...
O seu nome aparece envolvido no caso do sigilo...
Vou tirar proveito. Lembra-se do caso do 'veado' costureiro que roubou o cemitério e saiu para deputado federal? Acho que não sou dessa qualidade, mas posso. (JÁ IMAGINARAM UM REPRESENTANTE ASSIM DA CLASSE CONTÁBIL?)

(...)
PARTE 3: SOBRE O OFÍCIO DE ADVOGADO (QUE BOM QUE AGORA NÃO É MAIS CONTADOR) E UNS PROBLEMINHAS NA JUSTIÇA

No Tribunal de Justiça de Rondônia há quatro, dois em sigilo de Justiça.
Maravilha! Mas não sou obrigado a te responder. Sou advogado. (QUE BOM, TALVEZ NÃO SEJA MESMO CONTADOR)

O senhor é filiado à OAB de São Paulo?
Não, não sou da banda podre. (QUER DIZER QUE A OAB-SP É BANDA PODRE? ELE DEVE SER ENTÃO DA BANDA LIMPA)

Por que o senhor teve cinco CPFs?
Tinha, mas pedi para o delegado da Receita suspender com uma carta de próprio punho e ele deferiu. Já vi que o senhor não é da área, é desinformado.
Mas por que o senhor teve tantos CPFs?
Por um direito de qualquer cidadão, é a própria Receita. Onde se tira um CPF? Por que tenho dois? Quem me forneceu, foi o senhor? (EDUCAÇÃO NÃO É MUITO O FORTE DO AMIGO CONTADOR)
(...)
PARTE 4: CELEBRIDADE INSTANTÂNEA

O senhor conhece o pessoal que trabalha na agência da Receita em Mauá?
Conheço no Brasil inteiro. Trabalho na área, pela força de trabalho seria difícil dizer que não conheço nenhuma pessoa que está na mídia, que é notável no momento. Agora é o meu momento de glória, igual foi com a menina da Uniban [Geyse Arruda]. (QUE BELA BASE DE COMPARAÇÃO, NÃO?)
(..)
PARTE 5: FUNCIONALISMO PÚBLICO

O senhor foi servidor?
Não tive o privilégio de ser um vagabundo a mais. (AQUI, É PRESTADO UM SERVIÇO À DEMOCRACIA. SE TODOS SÃO VAGABUNDOS, PARA QUE ESTADO???)
(..)

Contabilidade pública 3


Com os gastos em alta, meta fiscal em perigo, compromissos pesados para os próximos anos e às vésperas da complexa capitalização da Petrobrás, o governo decidiu apelar para a criatividade contábil e para o método Chacrinha - “eu vim para confundir, não vim para explicar”. A estratégia inclui um emaranhado de transações entre o Tesouro Nacional, o Fundo Soberano do Brasil, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a Caixa Econômica Federal, a Petrobrás e a Eletrobrás. Quem suceder ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá muito trabalho para avaliar os efeitos fiscais dessas manobras. O esforço resultará, quase certamente, em revelações nada agradáveis.

A última manobra foi a edição da Medida Provisória (MP) 500, para autorizar a União a ceder ao Fundo Soberano, ao BNDES e a outros entes federais seu direito de preferência na compra de novas ações da Petrobrás, mantida a maioria exigida por lei. O objetivo é evidente, embora o nome da empresa não seja mencionado. O Fundo, hoje com aproximadamente R$ 15 bilhões, poderá participar da capitalização da petrolífera, assim como o BNDES e outros bancos sob controle da União.

A nova medida repete os pontos essenciais da MP 487 - editada em abril e com validade até 5 de setembro - e explicita a possibilidade de compra de ações de empresas de economia mista pelo Fundo Soberano. Essa MP havia autorizado o Tesouro a fornecer recursos a uma estatal por meio do repasse de ações de outras empresas públicas ou de economia mista.

A MP 500 abre amplas possibilidades de intervenção do governo, por meio do Fundo Soberano ou de outros entes, em operações de capitalização. Tudo será possível, admitiu à reportagem do Estado um funcionário do Ministério da Fazenda. A capitalização da Eletrobrás, prevista para breve, e a de bancos estatais ficarão legalmente mais fáceis.

O objetivo imediato é abrir espaço para participação na compra das novas ações da Petrobrás. A União foi inicialmente autorizada a contribuir para o aumento de capital por meio da cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal. Mas uma participação maior poderá ser necessária, se o preço desses barris for fixado em nível muito alto e os acionistas minoritários absorverem um número insuficiente de ações. A MP facilita ao governo uma intervenção maior que a cessão dos 5 bilhões de barris. Além do mais, o presidente Lula já havia mostrado interesse em aumentar a parte da União no capital da Petrobrás.

Também o Decreto 7.279, publicado em 31 de agosto, contribui para o emaranhado de transações entre o Tesouro e entidades estatais. Esse decreto autorizou a União a transferir ao BNDES créditos no valor de R$ 1,4 bilhão. Esses créditos são relativos a “participações societárias no capital das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. - Eletrobrás”. Essa é uma cessão onerosa e a contrapartida é o pagamento ao Tesouro, pelo BNDES, do valor correspondente aos direitos transferidos. Esse pagamento entra no caixa do Tesouro como receita e reforça as contas federais, facilitando o cumprimento da meta fiscal ameaçada pelo excesso de gastos públicos. Com o mesmo objetivo, a Caixa Econômica Federal antecipou em agosto a entrega de R$ 958,5 milhões ao Tesouro. Em condições normais, a transferência desse dinheiro só ocorreria mais tarde, no momento de pagar dividendos. No fim de 2009, o BNDES já havia reforçado as contas do governo com a compra de R$ 3,5 bilhões correspondentes a dividendos esperados da Eletrobrás.

Há poucos dias o governo anunciou a transferência de ações da Petrobrás para capitalização do BNDES e da Caixa - manobra concebida para permitir a transferência de recursos sem endividamento do Tesouro. As duas entidades precisam da capitalização para participar dos enormes compromissos assumidos pelo governo - incluída a própria capitalização da Petrobrás.

Com essas manobras, as contas públicas tornam-se cada vez menos claras. O governo quer atender a muitos objetivos ao mesmo tempo - incluídos, é claro, os objetivos partidários e eleitorais - e não tem a mínima disposição de bem administrar suas contas. Ao contrário: torná-las cada vez mais obscuras é um requisito de sua política.


Ilusionismo nas contas públicas - 2 Set 2010 - O Estado de São Paulo
Imagem (Zack Seckler)