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18 agosto 2022

Aversão à perda

Mais vale prevenir do que remediar


A aversão à perda talvez seja o mais conhecido conceito das finanças comportamentais. O termo nasceu nos anos setenta, através da pesquisa de Amos Tversky e Daniel Kahneman (1) e refere-se ao fato de que sentimos mais dor com a perda, do que nossa alegria com os ganhos. Recentemente uma pesquisa mostrou que a aversão à perda existe até mesmo em animais (2). 

E os pesquisadores chamam a atenção para o fato de que é um comportamento oriundo da adaptação ocorrida por pressões evolutivas. Ao longo da história do homem, a aversão pode ter sido útil para sobrevivência. Diante de uma planta misteriosa, o ser humano sabia que comer algo desconhecido poderia significar a morte, ou então mais uma possibilidade na sua dieta. A escolha parece óbvia nesta situação, pois o aumento da chance de viver poderia ser útil na continuidade da espécie. 


Em termos numéricos, as pesquisas já estimaram que a dor da perda geralmente é duas vezes maior que a alegria do ganho (3). A medida desta relação é chamada de lambda e um valor maior que a unidade significa que há aversão a perda. 


O conceito tem sido confirmado na prática. Em uma fábrica chinesa, Tanjim Hossain e John List separaram os empregados em dois grupos (4). Para o primeiro grupo, foi anunciado um bônus de doze dólares caso conseguissem atingir uma determinada meta de produção. Para um segundo grupo, além do bônus, a possibilidade de perder o bônus, se a produtividade caísse.  A aversão à perda, além do efeito moldura, afetaram o ganho obtido. 


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O Banco Barings foi fundado em 1762 (5). Era um banco tradicional do sistema financeiro britânico, até que a aversão à perda de um gestor, combinado com a falhas no controle interno e problemas na decisão resultaram na sua falência. No início do ano de 1995, um gerente de uma filial asiática, Nick Leeson, apostou sobre o comportamento do mercado acionário japonês. Este tipo de aposta é comum em termos de investimento, sendo que quando a aposta é correta você pode ganhar dinheiro, mas se seu palpite não é bom, isto pode significar prejuízo. 

 


A aposta de Leeson era que o mercado acionário do Japão teria uma alta. O problema é que ocorreu algo que Leeson não esperava: um terremoto na cidade japonesa de Kobe. Um terremoto significa mortes e destruição de propriedades, afetando, de forma negativa, o mercado acionário. Foi o que ocorreu com o mercado japonês após o tremor de terra. 


As primeiras perdas que Leeson teve fizeram com que apostasse ainda mais, tentando recuperar o prejuízo para o banco. Parte do que ocorreu na filial só tornou-se conhecimento da matriz em Londres dias depois, quando já era tarde demais. E em casos como este, a distância temporal entre as primeiras apostas de Nick Leeson e o alarme soando na sala do presidente do Barings em Londres foi de alguns dias. Mas foi tarde para que fosse possível recuperar o banco. 


Ainda no final de fevereiro de 1995, o Barings tornou-se insolvente e um estabelecimento tradicional fechou as portas. A aversão à perda do operador Leeson mostrou um efeito enorme sobre uma entidade que até aquele momento era considerada sólida. 


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Muitos conceitos de finanças comportamentais são extensamente explorados pela área de marketing. Parece até uma piada: os pesquisadores levam anos para descobrir um comportamento irracional do ser humano, propor uma abordagem teórica, fazer uma pesquisa para certificar que o conceito está correto, publicar a pesquisa, receber os louros da inovação científica e, no final, para descobrir que a área de marketing já sabia do assunto e explorava tal conceito.


Este também é o caso da aversão à perda. O conceito surgiu nos anos setenta, mas muito antes o vendedor da loja anunciava no microfone: “compre antes que acabe nosso estoque”. Este apelo está alertando o consumidor que a promoção está acabando e que haverá um arrependimento depois. Mas vamos modernizar nosso exemplo.


Você decidiu passar uma temporada na exótica Islândia. E começou a procura por hoteis e aluguel de automóveis. Apesar de receber milhões de turistas por ano, a ilha perto do polo norte tem uma oferta limitada de quartos. E o melhor período para viagem, entre maio e setembro, aumenta a pressão pelo mercado de hospedagem. 


Você entra no Booking em busca de um hotel, mas percebe que os preços estão elevados. Surge uma dúvida se vale a pena continuar com seu sonho de conhecer a exótica ilha. Enquanto você está pesquisando os quartos disponíveis, o Booking começa a mandar mensagens no navegador lembrando que o preço está garantido por pouco tempo, que outras pessoas também estão olhando o mesmo quarto e que restam poucas vagas. Observe que o Booking está apelando para a aversão à perda. É uma forma moderna de dizer: alugue antes que não exista mais oportunidade. 

 

O que o Booking faz no seu site, a companhia aérea também faz quando você começa a pesquisar sobre uma passagem aérea. Ou o corretor de imóvel alerta que só pode “segurar o preço até a sexta”. E o microfone do supermercado informa que existem mais três unidades de uma televisão e você deve correr para comprar, antes que acabe. 


Para algumas pessoas, “perder um bom negócio” é algo levado a sério e provoca uma ação, de compra, sem observar, de forma atenta, se é realmente um bom negócio. 


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As pesquisas com aversão a perda na área de finanças mostram três aspectos importantes que merecem uma explicação cuidadosa. O primeiro aspecto é o impacto macro da aversão a perda nos países em desenvolvimento (6). 


Nestes países, há diversas oportunidades de investimento, com um determinado retorno, aliado a um risco. Mas nos países em desenvolvimento, a falta de liquidez do mercado, os problemas jurídicos, a burocracia excessiva e a inexistência de um sistema bancário mais evoluído, fazem com que o risco seja elevado. É muito comum que tenhamos investimentos arriscados, em razão dos problemas citados. 


A situação não ajuda muito quem tem aversão à perda. Esta pessoa evitaria fazer investimentos em razão da possibilidade de sofrer perdas. O impacto da aversão à perda em termos macro é justamente afastar os investidores dos investimentos. Como consequência, muitos investimentos, com um retorno adequado, não são explorados em razão deste comportamento das pessoas. 


O segundo aspecto é que lidamos com um conjunto de investimentos, que chamamos de carteira ou portfólio, e aversão à perda pode se manifestar de maneiras distintas. Considere que um aplicador alocou seus recursos em quatro investimentos. O primeiro investimento foi de $100, com um valor atual de $80; o investimento segundo foi de $200 e atualmente tem um saldo de $220, indicando que ocorreu ganho; o terceiro investimento foi de $400 e o valor atual é de $480; e o quarto investimento foi de $800, com um valor atual de $990. Se você somar os investimentos realizados temos um total de $1.500 e o valor atual é de $1.770, um retorno de $270 para a carteira (7). 


Este aplicador tinha tudo para estar feliz. Dos quatro investimentos realizados, teve um valor atual maior que a aplicação em três. E naquele que ocorreu uma perda, foi justamente o investimento de menor valor. Mas se o aplicador tiver a tendência de considerar as decisões de investimento de maneira separada, talvez isso seja um problema. A aversão à perda pode se manifestar, mesmo que no geral as escolhas realizadas tenham sido adequadas. 


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Em 1985 foi publicado um artigo em um periódico de economia em que os autores indicam existir algo estranho ocorrendo com o mercado acionário (8). Quando um investidor resgata seu dinheiro do título do governo e aplica no mercado de ações, está tomando uma decisão de investimento onde retorno e risco devem ser considerados. A aplicação em títulos públicos traz um baixo retorno, mas seu risco também é reduzido. E colocar dinheiro em ações pode trazer mais retorno, mas o risco é maior. A diferença entre o retorno do título sem risco e o retorno das ações é denominado de prêmio pelo risco. 


O que os autores do artigo perceberam é que seria possível explicar, historicamente, um prêmio de 0,35%. O grande problema é que o prêmio histórico era quase de 6%, um valor bem maior do que a teoria explica. Talvez não a teoria tradicional, mas quem sabe existiria uma outra possível explicação para esta questão. 


Dez anos depois, dois pesquisadores comportamentais propuseram uma solução para a questão (9). Benartzi e Thaler olharam a questão sob a ótica da aversão à perda e a miopia do gestor. Para a questão da miopia, os autores pensaram que o número de vezes que os investidores ficavam olhando suas carteiras poderia fazer com que vissem uma perda e a aversão poderia aumentar seu sofrimento. Por exemplo, imagine que um investidor esteja economizando para a aposentadoria, que irá ocorrer em 30 anos. Se ele ficar olhando sua carteira semanalmente, estaria agindo como se seu horizonte temporal de planejamento fosse de curto prazo (10). 


Um acompanhamento de perto de carteiras torna possível que o investidor verifique pequenas perdas com mais frequência. Se o investidor estiver exposto à aversão à perda tende a retirar seus investimentos de ativos de risco. 


Este é o terceiro aspecto que merece uma explicação mais detalhada do nosso texto. Vamos agora olhar situações práticas onde a aversão à perda está presente. 


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Em 1998, Odean publicou uma ampla pesquisa com contas de investidores e seu fluxo de resgate e aplicação, ocorrido entre 1987 a 1993 (11). O trabalho de Odean foi um dos primeiros que utilizou uma base de dados tão grande e permitiu observar alguns comportamentos inusitados dos investidores. Usando mais de dez mil contas, Odean descobriu que quando um investidor sofreu uma perda, este ficava com seu investimento por um prazo de 124 dias. Mas quando a ação era vencedora, o prazo mediano era de 102. 

 

A razão para este comportamento é a aversão à perda, associado com o frame (12). Um pouco depois, o mesmo Odean, agora em conjunto com Barber e Zheng (13) estudaram o comportamento de investidores de fundos mútuos, abrangendo 32 mil famílias, entre 1990 a 1996. 

 

Os pesquisadores perceberam que os investidores olham os fundos de investimento e seu desempenho passado. Esse é um comportamento de quem imagina que o passado irá se repetir no futuro. Mas quando se trata de vender um dos fundos de sua carteira, a preferência é para os fundos vencedores. O comportamento de aversão a perda se manifestou, com 14% das vendas sendo dos fundos com 20% de desempenho inferior. 


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As pesquisas descobriram que a aversão à perda não se manifesta de forma igual para todas as pessoas. Algumas pessoas possuem este sentimento de forma mais forte do que outras. É como se existisse uma escala. 


Em certas situações, ter uma grande aversão à perda por ser uma vantagem e em outros casos não. Geralmente os executivos das empresas possuem um excesso de confiança (14), não encontrado em um funcionário comum. No caso, a aversão à perda parece ser uma desvantagem nesta situação. Mas funções mais “conservadoras” pode demandar um comportamento mais avesso a perda. Uma pesquisa (15) relatou que os tesoureiros com maior aversão à perda são melhores na gestão de dívidas ruins. Esses tesoureiros tendem a manter os níveis de dívidas ruins abaixo de 1%, um parâmetro bem abaixo do usual. Um crédito ruim é considerado uma perda e para evitar a dor, associada a este tipo de perda, os tesoureiros gastam muito tempo gerenciando os créditos duvidosos. 


Algumas das melhores frases que podemos usar para tratar do assunto foram ditas por esportistas. A aversão à perda é algo valorizado nas competições esportivas. Um famoso tenista, Jimmy Connors, afirmou que 


Eu odeio perder mais que amo ganhar 


Quem possui aversão à perda detesta perder, mais do que ganhar. A derrota pesa mais que a vitória. E estamos falando de um tenista vitorioso, com muitos títulos. Evitar a derrota parece que impulsiona mais o esforço de Connors nas quadras do que a possibilidade de uma grande vitória. Billy Jean King, uma das maiores tenistas de todos os tempos, afirmava que 


A vitória é um encontro; a derrota é para sempre


Isto também traduz este sentimento ruim diante da perda. 


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Quando estudamos sobre o nosso assunto, uma pesquisa clássica aparece. É bem verdade que mistura um pouco de moldura com a aversão à perda, mas usualmente é lembrada como uma típica situação de aversão à perda (16). 


Para um grupo de pessoas é feita a seguinte pergunta: 


Uma nova doença atingiu a população da cidade onde você reside. Um grupo de  cientistas trabalha para conter a epidemia. Eles esperam que no mínimo 600 pessoas morram por causa da  doença. Duas soluções para combater a doença foram encontradas: Solução “A” e Solução “B”. Se a Solução “A” for aplicada, 200 pessoas serão salvas. Se a Solução “B” for aplicada, há 1/3 de probabilidade de 600 pessoas serem salvas e 2/3 de probabilidade de ninguém ser salvo. Qual  das duas soluções você escolheria?


Antes de continuar é importante destacar que em termos frios, ambas soluções possuem um resultado parecido. A Solução “A” salva 200 pessoas e a Solução “B” salva um valor correspondente a 200 pessoas: afinal um terço de 600 pessoas corresponde a 200. Apesar da igualdade, geralmente as pessoas que respondem a esta pergunta preferem a primeira solução. Talvez o elemento de incerteza existente na segunda solução termine por conduzir esta escolha. 

 

A pesquisa não termina aqui. Para um outro grupo de pessoas, os pesquisadores fizeram uma pergunta ligeiramente diferente:


Uma nova doença atingiu a população da cidade onde você reside. Um grupo de  cientistas trabalha para conter a epidemia. Eles esperam que no mínimo 600 pessoas morram por causa da  doença. Duas soluções para combater a doença foram encontradas: Solução “X” e Solução “Y”. Se a Solução “X” for aplicada, 400 pessoas morrerão. Se a Solução “Y” for aplicada, há 1/3 de probabilidade de que ninguém morrerá e 2/3 de probabilidade de 600 pessoas morrerem. Qual  das duas soluções você escolheria?


Veja que a questão é a mesma, somente alterando a maneira como perguntamos: em lugar de 200 pessoas que serão salvas, temos 400 pessoas que irão morrer. O mesmo ocorre com a segunda solução apresentada: em lugar de um terço que serão salvos, é apresentado que um terço da chance de ninguém morrer. 


O resultado da segunda pergunta deveria ser o mesmo da primeira. Mas não é o que acontece. Outras perguntas derivadas destas podem ser feitas e o resultado geralmente é o mesmo. 


***

Nos dias atuais, diversos conceitos “clássicos” de finanças comportamentais estão sendo revistos, aprimorados e, em alguns casos, questionados. Isto também ocorre com a aversão à perda. As críticas são diversas e iremos, a seguir, apresentar algumas delas.

Talvez a principal crítica é sua generalização na nossa vida. Em outras palavras, será que a aversão à perda realmente é algo presente e relevante para a vida diária? Há controvérsias se o problema realmente funciona quando falamos em valores pequenos e quando não existe uma competição. Quem sabe este comportamento não possa ter outra explicação ou entendimento. 


Sendo o principal conceito da área de finanças comportamentais, o questionamento mais incisivo e definitivo também torna-se um alvo preferido para os críticos. Mas faz sentido, não faz? 




1 - Kahneman, D. & Tversky, A. (1979). "Prospect Theory: An Analysis of Decision under Risk". Econometrica. 47 (4): 263–291

2 - Chen, Keith; Lakshminarayanan, Venkat; Santos, Laurie. The Evolution of Our Preferences: Evidence from Capuchin Monkey Trading Behavior (June 2005). Cowles Foundation Discussion Paper No. 1524, Available at SSRN: https://ssrn.com/abstract=675503. Uma discussão pode ser encontrada em Wilkinson, Nick; Klaes, Mathias. An Introduction to Behavioral Economics. 2a. ed., 2012. Foto: By Basile Morin - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=74555820

3 - Na verdade, há diversas estimativas e fizemos aqui uma aproximação. Tversky e Kahneman, em 1992, chegaram a um valor de 2,25. Benartzi e Thaler (1995) estimaram em 2,77 e Schmidt e Traub (2002) chegaram a 1,43. Tversky, A., & Kahneman, D. (1992). Advances in prospect theory: Cumulative representation of uncertainty. Journal of Risk and uncertainty, 5(4), 297-323. Benartzi, S., & Thaler, R. H. (1995). Myopic loss aversion and the equity premium puzzle. The quarterly journal of Economics, 110(1), 73-92. Schmidt, U., & Traub, S. (2002). An experimental test of loss aversion. Journal of risk and Uncertainty, 25(3), 233-249.

4 - Hossain, T., & List, J. A. (2012). The behavioralist visits the factory: Increasing productivity using simple framing manipulations. Management Science, 58(12), 2151-2167.

5 - Algumas das informações a seguir vieram do verbete da Wikipedia: https://en.wikipedia.org/wiki/Barings_Bank 

6 - Bernheim, B. Douglas; DellaVigna, Stefano; Laibson, David. Handbook of Behavioral Economics - Foundations and Applications 2. Amsterdam, Elsevier, 2019.

7 - a ideia do exemplo é apresentar uma situação simplista. Não estamos aqui detalhando em quanto tempo o retorno foi obtido, se são valores nominais ou se seriam arriscados. Obviamente que uma análise prática deveria levar em conta tais aspectos. 

8 - O artigo é "The equity Premium: A Puzzle", Journal of Monetary  Economics 15 (2), 145-161, de Raj Mehra e Edward Prescott. O artigo foi publicado em 1985.

9 - Benartzi, S., & Thaler, R. H. (1995). Myopic loss aversion and the equity premium puzzle. The quarterly journal of Economics, 110(1), 73-92.

10 - A ideia é que o acompanhamento regular faz com que a chance de surgir um sentimento de aversão seja maior. Se um investimento apresentou rentabilidade positiva em 90% dos dias, mas teve rentabilidade negativa em 10% dos dias, esta pequena parcela de tempo é capaz de trazer a aversão à perda.

11 - Odean, T. (1998). Are investors reluctant to realize their losses?. The Journal of finance, 53(5), 1775-1798.

12 - Sobre o efeito moldura, há uma extensa literatura sobre este tópico.  

13 - Barber, B. M., Odean, T., & Zheng, L. (2005). Out of sight, out of mind: The effects of expenses on mutual fund flows. The Journal of Business, 78(6), 2095-2120.

14 - vide Crabbi, T. M., Pereira, C. C., & Silva, C. A. T. (2019). Excesso de confiança: análise comparativa da capacidade cognitiva de julgamento entre profissionais de mercado e estudantes de graduação. Revista Contemporânea de Contabilidade, 16(40), 169-189.

Silva, C. A. T., Brandrão, A. L. S., & Crabbi, T. M. FATORES COGNITIVOS E PROCESSO DECISÓRIO: Um estudo sobre a relevância dos aspectos visuais na escolha dos usuários.

Crabbi, T. M. (2020). A confiança é confiável?.Mestrado. UnB. 

15 - Ramiah, V., Zhao, Y., & Moosa, I. (2014). Working capital management during the global financial crisis: the Australian experience. Qualitative Research in Financial Markets.

16 - Sobre isto veja Criticas recentes: https://www.contabilidade-financeira.com/2022/04/morte-da-economia-comportamental.html


Rir é o melhor remédio


 Chefe adicionando valor

17 agosto 2022

Apelido honorário e o caso da Mariah Carey

Uma frase pode ser um ativo? Eis um caso interessante que pode afetar sua resposta:



A cantora Mariah Carey entrou com um pedido de marca registrada para a frase Rainha do Natal.  Em 1994 a cantora lançou um álbum denominado Merry Christmas, sendo o disco natalino mais comprado de todos os tempos. Os números que a cantora alcançou, por conta do sucesso deste disco, são enormes. 

Há dois problemas aqui. O primeiro é que a solicitação vai além do termo "Rainha do Natal" e inclui até máscaras faciais. O segundo problema é que o título está sendo questionado, seja por cantoras que também se consideram "rainha do natal" como pelo fato de que, no passado, em 2021, a própria Mariah afirmou que não se concordava com o título. 

Se Mariah conseguir o registro, certamente poderá usá-lo para gerar riqueza e impedir que outras pessoas avance sobre a denominação. O registro, uma vez obtido, seria um ativo para a Mariah Carey. 

A propósito, na wikipedia há um verbete com uma lista de apelidos honorários na música. Alguns bem interessantes. 

Empresas de contabilidade no Reino Unido estão competindo no mercado jurídico


Um relatório da Thomson Reuters (via aqui) sobre o mercado jurídico britânico mostra que as Big Four, grandes empresas de auditoria, estão aumentando sua participação no mercado. Isto seria uma tendência crescente desde 2015. Entre as empresas, a PwC e a Deloitte aumentaram mais sua participação no mercado. 

Parte desta trajetória se deve aumento dos gastos legais internacionais. 

Lucinda Case, chefe dos profissionais jurídicos europeus da Thomson Reuters disse: "Ao entrarmos em um período de incerteza econômica, com o aumento das taxas de juros e da inflação, a demanda das empresas britânicas por serviços jurídicos continua robusta. O que é incomum nos dados deste ano é que um número tão grande de empresas britânicas está planejando aumentar tanto seus gastos em trabalho jurídico internacional quanto seus gastos em trabalho jurídico britânico".

O relatório também mostrou que os departamentos jurídicos corporativos do Reino Unido estão adotando cada vez mais a tecnologia. Oitenta e dois por cento de todos os departamentos jurídicos corporativos do Reino Unido usam agora assinaturas eletrônicas, com 71% usando tecnologia para ajudar na pesquisa jurídica, 56% usando tecnologia para conhecimento prático e 50% usando e-billing.

Entretanto, Thomson Reuters disse que havia várias ferramentas e soluções de tecnologia jurídica que ainda não estão sendo utilizadas pela maioria dos departamentos jurídicos. Isto inclui tecnologias como sistemas de gerenciamento de documentos e contratos, e-discovery, e ferramentas de conformidade.

O entendimento tecnológico estava entre as três principais habilidades que as corporações britânicas queriam que seus advogados demonstrassem, com 27% querendo que seu escritório de advocacia reconhecesse qual solução tecnológica pode ajudar a resolver um desafio particular que estão enfrentando.

Case disse: "Uma das melhores maneiras de os escritórios de advocacia britânicos demonstrarem seu valor aos clientes é mostrando que entendem a tecnologia jurídica mais apropriada para atender às suas necessidades. Ainda existe uma grande quantidade de ferramentas e soluções de tecnologia jurídica comumente utilizadas que não estão sendo alavancadas por alguns departamentos jurídicos. Isto significa que os escritórios de advocacia que adotam a tecnologia têm um bom ponto de entrada com clientes potenciais - especialmente o grande número que fez da digitalização uma prioridade máxima".

[Traduzido pelo DeepL) (Foto: Taisiia Shestopal)

Lucro de quase US$50 bilhões da Aramco


O aumento dos preços do petróleo ajudou no lucro da empresa de petróleo estatal saudita Aramco. No segundo trimestre de 2022, a empresa aumentou seu lucro, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, em 90%. O lucro chegou quase a 50 bilhões de dólares. O gráfico mostra esta evolução.

Se no início da pandemia a empresa reduziu seu lucro em razão da demanda menor do produto, o aumento agora tem a marca da invasão russa.

O desempenho da empresa traz consigo a praga da comparação entre um número contábil e o PIB. Aqui um texto que afirma que o lucro (que é trimestral e medido pela contabilidade) foi maior que metade do PIB dos países do mundo. Aqui transformou o lucro trimestral em diário e converteu para reais: lucra 2,5 bilhões por dia. E aqui a afirmação que o lucro não deve se repetir. 

Rir é o melhor remédio


 

16 agosto 2022

Discrepância salarial nas empresas brasileiras

 

Um amplo estudo sobre a remuneração média anual dos CEOs das empresas com ações negociadas que fazem parte do Ibovespa apresentou as maiores (acima) e as menores discrepâncias salariais. O levantamento foi realizado pelo Renato Chaves (do excelente Blog da Governança) e a FGV.

Em média, os executivos receberam, em 2021, 12,57 milhões de reais, versus uma remuneração média de 193 mil reais por ano. O Assaí paga ao CEO 535 vezes a remuneração dos seus funcionários. O segundo lugar ficou com outra empresa de varejo, as Americanas.

Entre as menores discrepâncias, as estatais, em razão do controle sobre os pagamentos. O estudo foi publicado pela Forbes

Periódicos internacionais mais relevantes em Contabilidade

 Na área de Business, a listagem dos periódicos relevantes é a seguinte:


Já na subárea de contabilidade e impostos temos:

O prestígio é dado pelo índice H5 do Google

Taxa de sucesso de 85% para precisão ideal de treinamento


O nível de aprendizado do ser humano é maximizado quando a taxa de acerto é de 85%. Ou seja, para cem questões, 85 devem estar corretas:

Em muitas situações, descobrimos que há um ponto ideal em que o treinamento não é muito fácil nem muito difícil, e onde o aprendizado progride mais rapidamente. [...] Para todos esses algoritmos estocásticos de aprendizado baseados em gradiente e descida, descobrimos que a taxa de erro ideal para o treinamento é de cerca de 15,87% ou, inversamente, que a precisão ideal do treinamento é de cerca de 85%.

A ideia é que o fracasso significa que você não irá aprender. Mas haverá um limite para o sucesso, onde o esforço adicional não vale a pena.

Em outro estudo, citado na mesma postagem, chegou a uma taxa para aprender matemática próximo: 

Em um estudo de matemática da quarta série, verificou-se que 82% das respostas dos alunos estavam corretas nas salas de aula dos professores mais bem-sucedidos, mas os professores menos bem-sucedidos tinham uma taxa de sucesso de apenas 73%. Uma alta taxa de sucesso durante a prática guiada também leva a uma maior taxa de sucesso quando os alunos estão trabalhando em problemas por conta própria.

Na minha vida acadêmica, eu tenho usado exercícios adicionais ao final de cada tópico em minhas aulas. O problema é que os alunos parecem pensar que não vale a pena realizar tais exercícios, pois valem pouco na composição da nota final. Mas há um elemento de aprendizado, geralmente traduzido pela correlação significativa entre as notas dos exercícios e as notas da prova.

Rir é o melhor remédio

 

Realidade e representação fidedigna

15 agosto 2022

Ver quem joga é importante? Você mudaria sua opinião sobre desempenho de um atleta?

 

Será que o fato de estarmos vendo os atletas - e isto inclui seu rosto e sua pele - afeta nossa percepção sobre o desempenho? 

Parece que sim. Uma empresa usou imagens de um jogo de futebol e transformou as imagens da vida real de tal forma que os participantes de um experimento não conseguiam identificar a raça e o gênero. 

Para um grupo de 47 fãs de esportes foi mostrado dois minutos de um jogo de Copa do Mundo, entre Senegal e Polônia. A maioria (70%) afirmaram que os jogadores de Senegal eram atléticos e rápidos. Para um segundo grupo, foi mostrado o vídeo sem a identificação de raça e gênero (vide figura). O resultado (via aqui) foi que 62% afirmaram que os jogadores da Polônia eram mais atléticos. 


Isto mostra que os jogadores negros são percebidos de maneira diferente. 

O estudo também usou um jogo de futebol feminino versus de uma liga do futebol inglês. Sem tratamento, as pessoas afirmaram que o jogo dos homens era de maior qualidade, 57 versus 43%. Mas quando a imagem recebeu um tratamento, para impedir a identificação de gênero, a partida das mulheres era considerada de maior qualidade: 59 a 41%. 

Custo de Minerar Bitcoin

O custo de minerar o Bitcoin varia conforme o país. O gráfico faz um amplo levantamento de 198 países. O custo médio é de 35 mil dólares - próximo ao custo no Brasil, mas pode variar muito entre os países.  A Venezuela é o país mais caro (246 mil) e o Kuwait é o mais barato (1,4 mil). 

Como melhorar a visibilidade da sua pesquisa


Eis algumas dicas da Enago para aumentar o impacto da sua pesquisa. 

1. Escolha um título atrativo, faça um bom resumo (muitos só irão ler estas poucas palavras) e seja seletivo nas palavras-chave. A localização do seu artigo será por estes poucos termos. 

2. Escolha o periódico certo. O fato de impacto conta muito e bons periódicos possuem mais visibilidade. Além disto, alguns periódicos fazem uma divulgação diferenciada de alguns artigos e isto pode ajudar. 

3. Opte por Open Acess ou seja, disponibilize sua pesquisa de forma livre, imediata e online. 

4. Obtenha um ORCID, que é um link digital permanente como pesquisador. Isto reduz o risco de ser confundido com outro pesquisador, com o mesmo nome.  

5. No seu perfil do ResearchGate e LinkedIn armazene o artigo. 

Outras formas de obter impacto após a publicação:

1. Use as mídias sociais

2. Crie apresentações em vídeo, bem produzido, que irá aumentar a atração por seu artigo

3. Faça figuras e gráficos animados

4. Faça uso de infográficos

5. Um podcast pode ser útil para aumentar o engajamento

6. Compartilhe os dados

7. Blog

8. Use os sistemas de press releases da sua universidade 

Princípios de Transparência Tributária

No início do mês de agosto foi aprovado, em Bogotá, Colômbia, durante a assembleia do GIFT, os Princípios de Transparência para a Política e Administração Tributária

É um avanço sobre o que corresponde a transparência da receita e como deveria ser feita a promoção na participação do público nas decisões sobre tributos. Do documento:

transparência tributária pode ser definida como a divulgação e publicação de dados quantitativos e qualitativos sobre o sistema tributário, que uma sociedade precisa responsabilizar os tomadores de decisão e obter julgamentos informados sobre o desempenho do sistema tributário durante um período de tempo específico. É um processo que fornece as informações necessárias para garantir que um sistema tributário funcione em benefício de todas as partes interessadas - dentro e fora do governo - administradores fiscais, outros funcionários do governo, legisladores, aqueles que os elegeram, e aqueles que pagam impostos, incluindo quaisquer grupos desfavorecidos e marginalizados identificados. 

As informações disponibilizadas por meio de uma estrutura de transparência tributária fazem parte de um processo integrado que inclui a coleta, análise, análise e disseminação de dados e a discussão subsequente sobre o desempenho do sistema tributário, bem como a estrutura fiscal mais ampla que inclui o lado de gastos da orçamentos públicos. 

Especificamente, as partes interessadas de um sistema tributário exigem as informações que lhes permitem: entender como é determinado o imposto que as pessoas têm que pagar; entender os procedimentos administrativos que prescrevem como os impostos são pagos; avaliar se os impostos que eles devem pagar são justos em comparação com a contribuição exigida de outras pessoas na sociedade da qual fazem parte; determinar se todos aqueles que deveriam pagar impostos realmente o fazem; avaliar quais opções alternativas para aumentar as receitas existem em sua sociedade; entender como o sistema tributário se compara aos de jurisdições semelhantes; e saiba como os impostos cobrados são usados pelo governo. 

Eis o princípio número 1:

01 Os governos e as autoridades nacionais devem seguir procedimentos que reconheçam as partes interessadas com o direito de acessar informações para permitir que elas cheguem a julgamentos e participem de consultas, sobre se um sistema tributário está cumprindo os objetivos declarados e trabalhando no interesse público. (BÁSICO). 

Rir é o melhor remédio

 


14 agosto 2022

Retórica e realidade


O controverso Elon Musk afirmou que o governo deveria "sair do caminho". Mais tarde, explicou que afirmava que o governo deveria não dar subsídios para os veículos elétricos. 

Entre a retórica e a realidade, Musk indica que suas palavras não correspondem aos atos. O site Grid mostra que Musk e suas empresas adoram subsídios e que em muitos momentos a ajuda do governo foi fundamental para sua sobrevivência como empresário. Em 2008, a Nasa garantiu que a SpaceX continuasse suas tentativas de fazer lançamento de foguete, com um contrato que chegou, mais tarde, a 1,6 bilhão. 

A Starlink vendeu, por milhões de dólares, terminais de internet, para que o governo dos EUA pudesse instalar na Ucrânia. E a Tesla é membro de uma associação de veículos elétricos, que defende mais créditos tributários. 

Viés da confirmação e a questão ambiental

 

Figura adaptada daqui

Em tempos de consenso sobre a gravidade da situação ambiental, talvez seja importante destacar o viés da confirmação. Procuramos evidência para nossa crença prévia nas notícias que lemos e ignoramos as informações que são contrárias ao que acreditamos. 

Será que a solução passa pela contabilidade? É possível fazer previsões e com isto reconhecer ativos e passivos ambientais? Temos métodos de mensuração razoáveis? A convergência dos padrões pode reduzir a criatividade de soluções contábeis para os problemas? E muito mais a ser questionado, tentando evitar o viés. 

Insatisfação com o auditor

O Audit Analytics faz um levantamento das vezes que os acionistas votaram contra a permanência de um auditor na empresa. Parece existir uma ligação entre a insatisfação dos acionistas com uma empresa de auditoria com a qualidade do trabalho realizado. 

Além disto, uma insatisfação geralmente irá representar uma mudança do auditor no futuro. Em 2021, o levantamento indica o seguinte:


Eis uma grande instituição, o Citigroup, em terceiro lugar na lista. Isto é preocupante. Mas achei irônico a seguinte tabela:

Em 7o. lugar, "Cuentas". 

Rir é o melhor remédio

 

Minha cama quando vou dormir e quando eu acordo. 

13 agosto 2022

Gerando dados falsos


Já tinha conhecimento de um site que gerava nomes falsos para você "contar" uma história. Ou um gerador falso de conversas em Wpp. Ou... Mas uma libraria que gera nomes, emails, endereços para seu projeto, eis Faker:

Have you ever wanted to generate fake data to build your own dataset? In the past, I could easily generate random numbers with Numpy, but when I had to generate names, emails, and addresses, there wasn’t a simple solution … until I discovered the Faker library.

This library helps us generate fake data for our projects. Data such as job, company, social security number, residence, birth date, and more can be easily generated with Faker.

Sempé

 Morreu o cartonista francês Sempé. Este é um dos casos de pessoas que esbarramos e prestamos mais atenção na sua ausência. Eis alguns desenhos para o New Yorker (um baita cartão de visita para um desenhista) e na brasileira Piauí:





Auditoria força a saída da NYSE de estatais chinesas

Um desdobramento esperado do impasse sobre a auditoria de empresas chinesas com ações negociadas na Bolsa dos Estados Unidos: quatro estatais anunciaram que irão sair da bolsa. 

A saída da bolsa de Nova York não significa o fechamento de capital, mas o cancelamento das negociações no mercado dos Estados Unidos. Outras empresas, como Alibaba e Baidu, estão esperando o desdobramento. 

Washington têm exigido há tempos acesso completo aos registros contábeis de empresas chinesas listadas nos EUA, mas Pequim proíbe a inspeção estrangeira de documentos de auditoria por empresas de contabilidade locais, citando preocupações de segurança nacional.

Qualidade vida digital

 Nos dias atuais, a internet tornou-se algo fundamental para um país. Eis que surge o índice da qualidade de vida digital. E os países com as melhores pontuações são:


Foram pesquisados 110 países e o Brasil ocupa uma posição intermediária. Está muito bem na estabilidade da internet de banda larga (1o.), da internet móvel (4o.) e dos serviços on-line (20o.). Mas fomos mal na acessibilidade (78o.), no número de usuários (76o) e no crescimento (75o.). O painel abaixo permite ver alguns números:

Veja a posição do Governo Eletrônico, em 42o. 


Rir é o melhor remédio

 

Nem sempre o planejado é o realizado. 

12 agosto 2022

O arcaico imposto de renda dos EUA

Parece incrível: 


Em 29 de julho, o IRS tinha um atraso de 10,2 milhões retornos individuais não processados. Culpe a pandemia, com certeza, mas também o sistema embaraçosamente desatualizado da agência, baseado em papel, que deixa pilhas e pilhas de retornos bagunçando prateleiras, corredores e até a cafeteria.

No pipeline, as declarações fiscais em papel não são digitalizadas em computadores; em vez disso, os funcionários do IRS digitam manualmente os números de cada documento no sistema, dígito por dígito.

Mesmo se você, Joe Taxpayer, registrar seus impostos eletronicamente (como a maioria dos americanos), você ainda poderá desembarcar no purgatório de papel. Qualquer problema com sua devolução "arquivada em e-mail" e o IRS envia uma carta; então, você deve responder por correio tradicional ou fax.

[Há] uma máquina ("SCAMPS") que abre e classifica as declarações fiscais que chegaram por correio.

A tecnologia data da década de 1970 - embora essa máquina em particular tenha sido atualizada nos anos 90 para torná-la compatível com o Y2K. A empresa que fabricou SCAMPS não existe mais; quando a máquina quebra, um funcionário do IRS fabrica peças de reposição no local. "Apenas um cara sabe como consertar a coisa", diz John Desselle, gerente de departamento da sala de correspondência.

A parte mais nova da configuração é computador - ele usa o Windows XP, um sistema operacional de 2001.(...) 

 Chega. Mas vale a pena ler o texto completo do The Washington Post

Beleza de uma cidade e proporção áurea


Qual a cidade mais bonita? Segundo uma pesquisa, Veneza. 

(...) Tentando dar um valor estético a um cidade inteira é um pouco mais complicado. Então analistas em Consultor de hipoteca on-line concentrou seu estudo na arquitetura. Eles extraíram pela primeira vez imagens do Google Street View em cidades ao redor do mundo para imagens de centenas de ruas residenciais e cerca de 2400 edifícios icônicos. Então, eles calcularam as proporções de todos esses edifícios para descobrir o quão intimamente cada um aderiu à Proporção Dourada. "Quanto maior a pontuação, mais próximos os edifícios de uma cidade se igualam, em média, à Proporção Dourada", escreveram os pesquisadores.

Se você prioriza a perfeição matemática acima de tudo ao planejar um passeio turístico, sua melhor aposta é a Itália: Veneza ficou em primeiro lugar, com uma pontuação de 83,3%, e Roma foi vice-campeã com 82. Florença caiu em 13o lugar. A França também ostentava três cidades entre as 25 melhores: Bordeaux, Paris e Estrasburgo.

Eis a listagem: 1. Veneza, Itália // 83,3%

2). Roma, Itália // 82%

3). Barcelona, Espanha // 81,9%

4). Praga, República Checa // 78,7%

5). Cidade de Nova York, Estados Unidos // 77,7%

6. Atenas, Grécia // 77,5%

7). Budapeste, Hungria // 75,9%

8). Viena, Áustria // 75,8%

9. Bordeaux, França // 75,3%

10). Milão, Itália // 75,1%

11). Estocolmo, Suécia // 74,8%

12). Paris, França // 74,7%

13). Florença, Itália // 73,6%

13). Tel Aviv, Israel // 73,6%

14). Copenhague, Dinamarca // 73,2%

15. Marrakech, Marrocos // 72,7%

16. Chicago, Estados Unidos // 71,7%

16. Amsterdã, Holanda // 71,7%

17. Berlim, Alemanha // 71,3%

18. Istambul, Turquia // 70,2%

19. St. Petersburgo, Rússia // 69,2%

20. Estrasburgo, França // 69,1%

21. Dubai, Emirados Árabes Unidos // 67,6%

22). Miami, Estados Unidos // 63%

23. Pequim, China // 55,6%

Bom, imaginar que proporção áurea é suficiente para esta classificação parece ser um pouco demais. A medida é visual, antes de tudo, mas deixa de fora os outros sentidos. 

E a contabilidade? A proporção áurea tem um vínculo com Fibonacci, o matemático italiano. A obra dele estava esquecida, quando Pacioli publicou a Summa, que possui trechos "inspirados" em Fibonacci. Leonardo da Vinci, o pintor, usou a proporção em seus quadros e foi muito amigo de Pacioli.

Quando um Chatbot emite sua "opinião"

 Antes de iniciar, detesto Chatbot. E a notícia a seguir é uma postagem que gostei muito de fazer. 

A BBC fez uma entrevista com o Chatbot da Meta (ou seja, Facebook). Eis um trecho do dialogo:

A figura indica a pergunta sobre o chefe, o Chatbot disse que ele não ajudou um país dividido. Como era um protótipo, a empresa justifica as respostas podem não ser verdadeiras. Uma das declarações é que a empresa explora pessoas por dinheiro e Zuckerberg não se importa. 

Como sendo produto da inteligência artificial, o chatbot pode estar "aprendendo" com outras pessoas. Mas certamente diz muito sobre a empresa. 

Rir é o melhor remédio


 

11 agosto 2022

Onde está ocorrendo a convergência?

 

O quadro acima mostra a posição de adoção de padrões globais na contabilidade. No final de 2021, o grupo de normas mais amplamente adotado no mundo é os padrões de auditoria e seguros, com um status de 62% adotado e 36% parcialmente adotado. O ponto frágil são as normas do setor público, adotadas por 14% das jurisdições e parcialmente adotada por 47%. Mas incríveis 39% das jurisdições não adotam. 

As IFRS são adotadas por 53% dos países, sendo 42% de forma parcial. (Curiosidade: aonde o Brasil estaria classificado? Minha opinião seria "parcialmente adotado")

Auditoria pós pandemia

O Conselho de Relatórios Financeiros (FRC) anunciou recentemente planos revisar a governança corporativa no Reino Unido e, além disso, publicar orientações para auditores - o primeiro do gênero no Reino Unido - para ajudar a melhorar a maneira como eles exercem julgamento profissional. (...)

As auditorias que foram manchetes recentemente no Reino Unido são de contas registradas antes da pandemia ocorrer no início de 2020, supostamente quando todos os freios e contrapesos necessários estavam em vigor e práticas de trabalho firmemente estabelecidas. Consultas como essas, e revisitando padrões em intervalos regulares em geral, proporciona uma oportunidade de aprender com as experiências passadas e melhorar a orientação para o futuro, particularmente se eles não tivessem orientação ou fossem inadequados para lidar com situações que não estavam previstas quando os padrões foram elaborados ou atualizados pela última vez, que em alguns casos pode ser um tempo considerável atrás.

Pressões pandêmicas

(...) As práticas de trabalho mudaram e, com isso, controles, freios e contrapesos foram alterados, substituídos ou rasgados por equipes e funcionários de gerenciamento de clientes de auditores, geralmente em um espaço de tempo incrivelmente curto, aumentando o risco de erros e potencialmente fraudes, intencionais ou não. Olhando para trás, durante a Grande Crise Financeira (CG) de 2007/8, houve um aumento significativo na gerência intermediária cometendo fraudes, enquanto lutavam para manter seus padrões de vida na medida que os bônus caíam e os empregos eram perdidos.

Isso levanta a questão importante de saber se as expectativas existentes dos auditores e reguladores são razoáveis nessas situações extremas e existe uma lacuna crescente entre as expectativas elevadas sobre a qualidade da auditoria, principalmente quando estão envolvidas entidades de interesse público (PIEs) e seus revisores oficiais de contas? Talvez haja um novo nível de incerteza que deva ser refletido em contas que atualmente não estão alinhadas com as orientações, ceticismo e expectativas das partes interessadas. Ou eles precisam ser lembrados de que a gerência e os auditores não têm bolas de cristal e, simplesmente, porque uma empresa falha não significa necessariamente que alguém foi negligente ou não foi cético?

Qualquer que seja o resultado das revisões no ISA600 e ISA 570 (revisado) e o impacto de novas orientações, o setor de auditoria se encontra em uma posição muito diferente daquela em que entrou na pandemia e as mudanças necessárias estão no horizonte.

Fonte: aqui

Mais pressão para convergência

 


A ACCA (algo como Associação dos Contadores Certificados) é uma entidade com 240 mil membros. Em documento recente, a entidade solicita a unificação dos padrões globais relacionados com a sustentabilidade.

Atualmente existem diversos padrões, muito embora seja possível perceber um movimento para que prevaleça os padrões do ISSB. O pedido da ACCA vai neste sentido, solicitando que a Europa, através do Grupo Consultivo que lançou o European Sustainability Reporting Standards, faça um alinhamento neste sentido. 

Segundo o gerente sênior da ACCA, Yen-Pei Cheng, em comunicado, "Pedimos ao EFRAG que forneça uma definição e orientação mais claras sobre a dupla materialidade: especificamente sobre como a materialidade do impacto deve ser avaliada na prática e garanta que a materialidade financeira esteja alinhada com a definição do ISSB.'

OnlyFans e Meta

A fonte não é muito confiável, mas o caso parece algo de cinema. O site OnlyFans cresceu com um conteúdo um pouco mais apimentado. A audiência adulta troca conteúdo exclusivo por pagamentos, que são repassados, em parte, para os artistas.

Segundo o New York Post - não confundir com o NY Times - para retirar potenciais concorrentes da jogada, o OnlyFans pagou para Meta, de Zuckenberg, para que as contas destes artistas fossem marcadas, falsamente, como sendo de conteúdo terrorista. Esta marcação ocorreu especialmente no Instagram, mas não somente. 

Via aqui

Rir é o melhor remédio

A ONU foi fazer uma pesquisa no plenário sobre a situação mundial. Uma única pergunta e nenhum país soube responder. A pergunta era:

Por favor, você poderia me dar sua opinião honesta sobre as soluções para a escassez de alimentos no resto do mundo? 

Os países da África não sabiam o que "alimento" significava. A Índia não respondeu pois não sabia o significado de "honesto". A Europa não sabia o que significava "escassez". A China não conhecia do que era "opinião". Os países do Oriente Média não entenderam o termo "solução". Os países da América do Sul não conheciam o significado de "por favor". E os Estados Unidos não entenderam o que significava "resto do mundo".

Adaptado daqui

10 agosto 2022

Clima e a política da vergonha


A divulgação recente de que celebridades usavam seus jatos de maneira excessiva trouxe a tona a possibilidade de usar a imagem como uma forma de coibir que algumas pessoas contribuam para o aquecimento global. 

Uma pesquisadora calculou que os bilionários, famosos por seu estilo de vida glamoroso, estavam contribuindo com uma grande quantidade de emissão de carbono. Especificamente, a pesquisa mostrou que 20 destes bilionários emitiam, em média, 8.194 toneladas métricas de CO2 na atmosfera, por ano. Uma pessoa média emite menos de 5 toneladas. Isto parece não se justo. 

Esse desequilíbrio é injusto, especialmente enquanto o resto da população está deprimida e se sente culpada por sua reciclagem desleixada ou por dirigir um SUV. Pior ainda, enquanto os super-ricos têm pegadas gigantes de carbono, sua riqueza também lhes permite evitar as terríveis consequências da mudança climática. Eles podem pegar um jato particular para fugir de inundações ou furações e só veem fome e pobreza pelas janelas de suas limusines blindadas.

Uma potencial solução é a "vergonha do carbono", lembrando os super poluidores e forçando uma mudança de atitude. Esta é a opinião da pesquisadora.

Na contabilidade parece que isto não funciona completamente. As empresas de auditoria deveria fazer seu trabalho e o principal incentivo seria a reputação. Mas muitos escândalos contábeis, como colar na prova de ética para continuar seu trabalho, parece indicar o contrário

História usando jornais

Este blog já postou vários textos usando os jornais, especialmente brasileiros e digitalizados da hemeroteca da Biblioteca Nacional. Muitos dos textos são reveladores sobre a história da contabilidade. Agora um texto do NBER discute sobre o uso desta base de dados. Apesar da ferramente ser valiosa, o texto reconhece algumas limitações. 

Eis o abstract:

Digitized historical newspaper databases offer a valuable research tool. A rapidly expanding set of studies use these databases to address a wide range of topics. We review this literature and provide a toolkit for researchers interested in working with historical newspaper data. We provide a brief description of the evolution of historical newspapers, focusing on aspects that are likely to have implications for the design of empirical studies. We then review the main databases in use. We also discuss some key challenges in using these data, most importantly the fact that even the most extensive datasets contain only a selected sample of the universe of historical newspaper articles. We offer tools for evaluating the comprehensiveness of available newspaper datasets, show how to assess potential identification concerns, and suggest some solutions.

Há uma grande variedade de fontes citadas no texto como o British Newspaper Archive, entre outros e a quantidade de cada biblioteca encontra-se a seguir:
O fluxo a seguir mostra como o resultado da pesquisa histórica em jornais pode ser enviesado



Faz Sentido? - Parte 2

 

Do Statmodeling, uma pesquisa mostrou que em média pessoas com menos de 40 anos são mais jovens que pessoas com mais de 40 anos. (O interessante que conseguir um p-valor igual a 0,0001 e não <0,0001)

  Gellman lembra de outra pesquisa que mostrou que pessoas estavam com mais fome quando entraram em um café do que quando saíram. 

Mensurando capital humano

O tema é relevante e caro para contabilidade: mensuração do capital humano. Um novo artigo compara as três metodologias e propõe alternativas. 

There are many reasons to want measures of countries’ investments in human capital and especially their investments in formal education. We review the existing literature on the measurement of human capital. Broadly speaking, economists have proposed three approaches to the measurement of human capital—the indicator approach, the cost approach and the income approach. Studies employing the indicator approach have used single measures such as average years of schooling or created indexes of multiple measures as human capital proxies. The cost approach values human capital investments based on spending. The income approach values human capital investments by looking forward to the increment to expected future earnings they produce. The latter two approaches have the significant advantage of consistency with national income accounting practices and measures of other types of capital, but there are also challenges to their implementation. Measures based on the income approach typically yield far larger estimates of the value of human capital than measures based on the cost approach. We outline possible reasons for this discrepancy and show how changes in assumptions can reconcile estimates based on the two approaches.


Faz sentido?

Algumas NFTs estão sendo vendidas por um valor acima do bem físico que representam. Parece ilógico e os exemplos da figura são de automóveis:

Uma NFT de um Nissan GTR foi leiloada por 2,3 milhões ou 10 vezes o valor do carro real. Outro exemplo: DuLoren tem uma NFT que foi comprada por 183 mil dólares, enquanto o automóvel vale 50 mil. 

Nem sempre o custo histórico é uma boa opção de avaliação. 

Para finalizar, eis um dado interessante: onde vivem os usuários dos NFTs? Eis a resposta:


Rir é o melhor remédio

 

Aerodinâmica na pratica

09 agosto 2022

Uma visão diferente do ISSB


Eis uma visão diferente sobre o esforço de construir relatórios de contabilidade que contemplem o meio ambiente, a governança e as questões sociais. Selecionei alguns trechos e mantive os links do artigo original. Tradução do navegador Vivaldi.

Destruir o capitalismo de livre mercado em favor de um novo modelo de "participação", no qual as elites globais detêm todo o poder tem sido seu objetivo há anos. Um único sistema ESG os aproxima muito desse objetivo e será significativamente mais eficaz em corroer a soberania nacional, contornar os processos democráticos, coagindo as empresas a cumprir. e finalmente restringindo a escolha individual. No início da sessão, a presidente da Bolsa de Hong Kong, Laura Cha, foi direto ao ponto. Ela revelou: "Para que as divulgações [ESG] sejam significativas, precisamos ter um padrão harmonizado. ... Seria muito bom em termos do trabalho que o ISSB [International Sustainability Standards Board] está realizando para promover algumas medidas globais padronizadas." (...)

Ele [Emmanuel Faber, presidente do ISSB] havia declarado anteriormente: "Não podemos permanecer nos níveis de taxonomia de nenhuma jurisdição. Porque eles estão ligados a um certo consenso político e podem estar mudando amanhã. Então, se você olhar para o longo prazo, você precisa ir mais fundo do que as taxonomias.”

Lendo nas entrelinhas Faber parece estar dizendo que pretende institucionalizar um sistema de cima para baixo que se infiltrará em todas as fronteiras nacionais e será impermeável à tomada de decisões políticas, o que tornaria impotente a idéia de democracia [grifo no original]. (...)

Primeiro, a crescente aliança entre grandes governos e grandes empresas - com uma pequena ajuda da mídia - carrega conotações fascistas substanciais[grifo no original].

Segundo, o consumidor que você refere não tem escolha livre, Alan [Jope, CEO da Unilever, que ameaçou os fornecedores da empresa]. O que você espera fazer é semelhante a tirar um candidato popular de uma votação eleitoral - como acontece em autocracias eleitorais como a Rússia - e forçar as pessoas a escolher entre opções limitadas que dificilmente serão sua preferência.

Há uma razão para existir um mercado natural para esses produtos; há demanda do consumidor, que por sua vez é atendida pelos produtores. Essas pessoas estão tentando alterar fundamentalmente a demanda alterando as preferências do consumidor, enquanto altera fundamentalmente a oferta destruindo produtores que não se juntam à sua equipe.

Faber enquadra esses esforços como "Não vamos dizer o que é bom ou o que é ruim. Estamos apenas fornecendo as informações para as pessoas tomarem decisões."

Simplificando, isso é mentira.[grifo no original]

Como foi claramente afirmado pelos membros deste painel do WEF, o que essas elites estão realmente fazendo é afastar o investimento de empresas que não se alinham à sua visão para o mundo, e rompendo relacionamentos com empresas—causando uma redução lenta na escolha para o resto do mercado—que não embarca.

Não se trata de informações; é sobre controle e poder.

Os próximos anos do Iasb


Segundo destacou o Accountacy Daily, o Iasb, após consulta pública, optou por completar as "melhorias" atuais das normas de contabilidade e apoiar o parceiro, o ISSB, nas normas de sustentabilidade, como parte do planejamento para os próximos anos. 

Assim, a agenda de normas internacionais nos futuro próximo será conservadora. O texto afirma, no entanto, que o Iasb  lançará projetos sobre intangíveis, fluxos de caixa e evidenciação vinculada ao clima, mas após 2024. Nas palavras do presidente do Iasb, "talvez não façamos progressos substanciais em novos projetos imediatamente". 

É importante destacar que este período irá coincidir com o primeiro mandato do atual presidente, o alemão Barckow. 

Foto: Phil Desforges

Recessão, segundo o Trends

 

O gráfico da Bloomberg mostra que a pesquisa por "recessão" no Google geralmente antecede o anúncio de recessão por parte do NBER, dos Estados Unidos. E no Brasil? Veja a seguir:

O gráfico do Brasil acompanha razoavelmente bem a pesquisa de lá de fora. Mas tivemos nossa maior recessão histórica não em 2008 ou 2020, justamente o pico do gráfico brasileiro, mas em 2015. Ou seja, parece que não há uma relação tão forte assim no caso brasileiro. 

Covid e a China

 

O gráfico acima mostra o número de mortos pela Covid, de março de 2020 até agosto de 2022, para o Brasil (laranja), Estados Unidos (vermelho) e China (verde). Mas observe bem o gráfico, pois será difícil encontrar a linha com os mortos chineses. 

A razão para isto não foram as medidas de contenção adotadas pelo regime chinês ou a genética da civilização. Os dados de mortos pela pandemia na China são mentirosos. Assim, é impossível saber o impacto que a pandemia provocou no país. 

O pior é que muitas entidades "respeitáveis" e influentes aceitaram a mentira. A OMS afirmou

“China’s bold approach to contain the rapid spread of this new respiratory pathogen has changed the course of a rapidly escalating and deadly epidemic,”

Mas a OMS não é uma entidade com credibilidade suficiente para fazer esta afirmação, dado como ela se comportou com a pandemia. O colunista Thomas Friedman afirmou que "A China ficou melhor", mesmo reconhecendo que os dados não são confiáveis. 

No link citado aqui uma informação que mostra um pouco disto: entre 25 de janeiro de 2021 a 21 de março de 2022, o país com 1 bilhão de habitantes não registrou nenhuma (ou seja, zero) morte. Você acredita nisto? 

Provavelmente não, mas o texto que citei destaca que muitos acreditaram, incluindo a OMS, o OurData, onde busquei o gráfico acima, o Google e a própria China.