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29 março 2021

Precisamos de representação fiel na Contabilidade - Exemplo

 Já falamos sobre isto no blog: talvez a representação fiel não seja uma característica qualitativa para a informação contábil. Aqui mais um exemplo:


Na parte de cima, o mapa do metrô, como é apresentado ao usuário. Na parte debaixo, o mapa, na sua versão mais realista - ou melhor, na sua melhor representação fiel. Qual mapa é mais fácil para o usuário atingir seu objetivo? Aquele como representação fiel ou o mapa disproporcional? 

17 setembro 2020

Precisamos da Representação Fidedigna na Contabilidade?

Com o desenvolvimento da estrutura conceitual, a partir do Fasb e mais recentemente com o Iasb, a representação fiel ou fidedigna foi elevada ao patamar de verdade absoluta para a contabilidade. Mas será que efetivamente devemos considerar a representação fiel como um modelo a ser buscado pela contabilidade? 

Antes de responder, vejamos duas figuras, retiradas de um artigo da David Perell. O primeiro é um desenho de Pablo Picasso. Este pintor espanhol foi considerado um dos maiores do século XX. Entretanto, muitas pessoas, quando olham uma das suas pinturas, acredita que seja algo fácil de ser feita. No nosso primeiro exemplo temos o desenho de um touro. 


A primeira tentativa de Picasso apresenta os principais contornos do animal e realmente parece indicar o que esperaríamos de um touro. Os dois desenhos seguintes, no alto da figura, aumenta a complexidade e os detalhes do animal. A partir daí, Picasso começa um processo de reduzir a figura ao que ele entende ser a essência do touro. Ao final de mais quatro tentativas, o animal é desenhado em algumas linhas (figura do canto direito, no meio). O processo de simplificação conduz ao resultado final, onde o touro é desenhado a partir de algumas poucas linhas. 

O que seria um desenho que “qualquer criança” poderia fazer, na realidade é fruto de estudos. É preciso primeiro entender toda complexidade do animal, para entender sua essência. 

Vamos passar para o segundo exemplo apresentado por Perell. Eis o mapa do metrô de Nova York, com as suas estações.


Este mapa foi produzido para que o usuário possa usar o transporte e saber sua estação. Para isto, quem fez o mapa produziu diversas distorções. Este mapa não representa, de maneira fidedigna, as estações e o entorno do metrô: ele não mostra todas as ruas e o Central Park está representado de maneira que parece mais um quadrado do que um retângulo. São alguns dos exemplos das distorções do mapa. Seguramente o desenho seria reprovado por um rigoroso desenhista. Mas mesmo assim, este é o mapa usado pelo metrô para orientar os passageiros. É ele que tem a função de indicar a melhor estação para quem deseja chegar ao seu destino. Provavelmente deve servir ao seu propósito.

Estes dois exemplos mostram que nem sempre a representação fiel é o desejável em outras áreas. Por que isto também não seria verdadeiro na contabilidade? Pegue qualquer demonstração contábil, de qualquer empresa. A partir da representação fiel feita pelo contador, o usuário tem uma boa noção do que é relevante? Provavelmente não. Tanto é assim que algumas empresas aperfeiçoam o desenho feito pelo contador (talvez o quarto, no canto direito, da figura do touro) e apresentam sua configuração sob a forma de transparências na apresentação para os investidores (talvez os desenhos do meio da figura do touro).