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26 abril 2019

Big Data e Ciência

Zhang mostra com a grande presença de dados criou uma crise na ciência. O seu argumento parte de uma história envolvendo o estatístico Ronald Fisher. Uma senhora fez uma afirmação de que seria capaz de separar corretamente uma bebiba. Usando oito xícaras, Fisher distribuiu xícaras aleatoriamente para que a senhora provasse, sendo quatro de um sabor e quatro de outro. Lidando com uma distribuição hipergeométrica, ao acertar todos as xícaras, Fisher calculou que a chance do acerto ser por advinhação seria de 1,4%.

O processo usado por Fisher corresponde a construir uma hipótese, coletar dados e analisar o resultado. O problema é que o grande número de dados torna difícil fazer isto nos dias atuais.

Por exemplo, os cientistas podem agora coletar dezenas de milhares de expressões genéticas de pessoas, mas é muito difícil decidir se alguém deve incluir ou excluir um gene em particular na hipótese. Nesse caso, é atraente formar a hipótese baseada nos dados. Embora tais hipóteses possam parecer convincentes, as inferências convencionais dessas hipóteses são geralmente inválidas. Isso ocorre porque, em contraste com o processo do “de degustação da senhora”, a ordem de construir a hipótese e ver os dados se inverteu.

Se um cientista hoje usar 100 senhoras que não sabem distinguir o sabor após provar todas as oito xícaras. Mas existe uma chance de 75,6% de pelo menor uma pessoa advinhar, por sorte, o sabor. Se a análise fosse feita somente para esta pessoa, poderia concluir que ela tem condição de fazer a distinção entre os sabores. O problema é que o resultado não é reproduzível.

Se a mesma senhora fizesse o experimento novamente, ela provavelmente classificaria os copos erroneamente - não tendo a mesma sorte que na primeira vez - já que ela não poderia realmente dizer a diferença entre eles.

O exemplo mostra como algumas pesquisas, nos dias atuais, dependem de “sorte” para produzir resultados desejados.

Conta no Instagram fiscaliza gasto caros de pastores


  • Uma conta do Instagram está postando fotos de pastores dos EUA com suas roupas de grifes
  • E o valor de cada produto

Uma conta do Instagram, denominada PreachersNSneakers, está provocando uma mudança de comportamento de um grupo de pessoas: pastores de igrejas. Nos Estados Unidos, não no Brasil. A conta basicamente posta fotografias de pastores de celebridades usando roupas de grife caras. Ao lado, o custo de cada material. Veja uma postagem do pastor John Gray com um tênis que custa 5,6 mil dólares ou quase 22 mil reais.

Os pastores e seguidores mais fieis dizem que são presentes que ganham ou que são compras realizadas com dinheiro que obtiveram. Mas não deixa de ser um gasto frívolo e esbanjador, usualmente condenado por muitas religiões. Vários dos pastores possuem amizade com celebridades, como Chad Veach, amigo de Justin Bieber. Alguns deles mudaram suas contas no Instagram.

Fonte: Oh No They didn´t  (um site sobre celebridades)

Rir é o melhor remédio

Amém.

25 abril 2019

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 6


Se você chegou até aqui, lendo todas as postagens, deve ter notado um aspecto importante: um grande destaque dos relatórios foi a greve dos caminhoneiros. Qual a razão?

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 5

  • Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas. 
  • Começamos com as eleições e na parte 1 já demos os parabéns para as empresas que não ignoraram o fato político. 
  • Na segunda parte comentamos como algumas empresas aproveitaram da eleição. 
  • Na parte 3 comentamos que algumas empresas fizeram comentários otimistas e poucas foram pessimistas/realistas. 

Nesta análise merece destaque o relatório da Sabesp, que apresentou como as eleições são relevantes em uma empresa com propriedade do estado. O trecho é longo, mas vale a pena:

Refletindo as mudanças no ambiente governamental motivadas pelas eleições para governador do estado e para a presidência da república, em 2018 a alta direção da Companhia passou por duas alterações relevantes. A primeira em maio, quando a Sra. Karla Bertocco assumiu a posição de presidente da Sabesp, em substituição ao Sr. Jerson Kelman. A segunda ocorreu em dezembro, quando a Sra. Karla deixou o cargo que, no início de janeiro de 2019, passou a ser ocupado pelo Sr. Benedito Braga. (...) A empresa [sobre a Lei Estadual 16.525 que criou uma empresa para exercer o controle acionário da Sabesp] ainda não foi criada e, devido às eleições para o governo estadual no segundo semestre de 2018, a operação foi suspensa e a Companhia está atualmente aguardando orientações do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização. (...) Em meio a um ambiente político bastante incerto em função das eleições para os governos estadual e federal, a Companhia  registrou  o  início  de  mais  uma  parceria  histórica:  um  acordo  com  o  Município  de  Guarulhos  para  equacionamento da dívida com a Sabesp e a transferência da operação dos serviços de água e esgoto do município para a Companhia. (...) Na Renda Fixa, preponderaram as estratégias focadas em títulos públicos federais, que se valorizaram pelo  resultado  das  eleições  presidenciais,  considerando  favorável  pelos  agentes  de  mercado  a  uma agenda de reformas e de cunho liberal. 

Observe que o trecho fala na mudança da gestão - em razao da política do estado - e incerteza quanto as alterações societárias.

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 4


  • Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas. 
  • Começamos com as eleições e na parte 1 já demos os parabéns para as empresas que não ignoraram o fato político. 
  • Na segunda parte comentamos como algumas empresas aproveitaram da eleição. 
  • Na parte 3 comentamos que algumas empresas fizeram comentários otimistas e poucas foram pessimistas/realistas. 


Agora vamos destacar as empresas que enfatizaram os efeitos da eleição no desempenho da empresa ou da economia. A Moinho Paulista enfatiza o efeito na economia:

O ano de 2018 foi marcado por eventos extraordinários  como  a  greve  dos caminhoneiros,  importante  desvalorização cambial, grandes aumentos nos preços de trigo e eleições gerais, que afetaram o crescimento da economia brasileira. 

Achei bem interessante a redação da Mills Estruturas:

Outros fatores que contribuíram para os desafios de 2018 eram exógenos à nossa indústria com ano de eleição presidencial, bem como com uma greve de caminhoneiros no meio do percurso. 

A Votorantim o efeito sobre o setor:

O  gradual  processo  de  recuperação  da  economia  nacional,  em  ritmo  abaixo  do  esperado  após  a  greve  dos caminhoneiros  e  as  incertezas  decorrentes  das  eleições,  impactou  as  vendas  de  cimento  no  Brasil

A BB Investimento foi mais “econômica”:

Adicionalmente,  as  incertezas  atreladas  ao  processo  eleitoral  tiveram  impactos  adversos  sobre  o  nível  de  investimentos  e  as  expectativas  das  famílias.

A Alupar foi mais genérica:

No cenário doméstico, o ano foi impactado pela greve dos caminhoneiros e pelas incertezas das eleições presidenciais.

e a Restoque bem específica, comentando sobre seu resultado:

Alinhado  com  esse  resultado,  a  Companhia  obteve  um  lucro  líquido  de  R$  103,5  milhões, apesar do impacto não recorrente de R$ 18,2 milhões de variação cambial ligado ao cenário de maior volatilidade neste ano de eleições. 

A Concessionária Auto Raposo Tavares (e a Invepar, pois os trechos são iguais) tratou do efeito sobre uma variável, o fluxo de veículo:

Ainda de acordo com a ABCR, o desempenho do fluxo de veículos foi prejudicado pelos choques negativos que afetaram a economia no ano de 2018, como a indefinição política causada pelas eleições, a greve dos caminhoneiros e pela conjuntura internacional menos favorável às economias emergentes. 

O Iguatemi já foi “heróico”. Diante dos problemas, que incluiu as eleições, mesmo assim eles foram capazes de entregar bons resultados:

O ano de 2018 foi desafiador. Apesar de uma economia ainda fragilizada que cresceu menos do que se esperava  no  início  do  ano  e  de  alguns  eventos  pontuais  que  trouxeram  bastante  volatilidade  (Copa  do mundo, greve dos caminhoneiros, eleições) fomos capazes de entregar um crescimento de 18% do nosso Lucro Líquido e seguir na trajetória de redução do endividamento da companhia. 

A equação “eleição = incerteza” também foi destacada pela Coelba:

Em 2018, a economia brasileira foi marcada pelo baixo crescimento e por grandes incertezas geradas tanto por eventos internos quanto externos. Externamente, a guerra comercial entre EUA e China e o aumento da taxa de juros americana pelo FED desaceleram a economia mundial. Internamente, a greve dos caminhoneiros e as incertezas sobre as eleições frustraram as expectativas de crescimento. 

E na Telefônica:

O ambiente doméstico em 2018 foi marcado por incertezas políticas em função da eleição presidencial, enquanto o ambiente externo tornou-se gradativamente menos favorável às economias emergentes, com a normalização da política monetária nos países avançados e em meio a tensões comerciais entre EUA e China. 

Algo na mesma linha da Notre Dame (e BCBF Participações, já que os trechos são iguais)

Apesar da instabilidade política gerada pelas eleições em 2018, o Brasil assistiu a uma continuidade no processo de melhoria dos principais indicadores macroeconômicos, todavia longe do potencial de crescimento do país. 

A Slaviero, apesar de fazer um vinculação com as eleições, foi menos simplista:

Ao longo do ano de 2018, o cenário político permaneceu agitado em decorrência do cenário das eleições Presidenciais, Governadores e Congresso Nacional, bem como a continuidade de denúncias envolvendo os poderes executivo, legislativo e algumas companhias e órgãos da administração pública. Esses acontecimentos trouxeram incertezas no cenário econômico prejudicando assim o desenvolvimento do País.

Na mesma linha, a SER faz uma análise onde as eleições é uma parte da equação:

Já no segundo semestre do ano, o setor de ensino superior também apresentou retração de demanda, novamente em função de um desempenho anêmico da economia a partir de junho, dessa vez por conta de eventos como a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleições para presidente da república e governadores dos estados, eventos extemporâneos que acabaram por reduzir a demanda durante o segundo semestre do ano. 

A Estácio foi concisa, mas também no mesmo sentido:

Adicionalmente, outros fatores como a eleição presidencial e a greve dos caminhoneiros contribuiu para restringir o avanço da recuperação econômica.

Ainda na linha “incerteza = eleição”, um trecho da Weg parece indicar que a recuperação lenta foi em decorrência das eleições:

No Brasil, apesar dos juros e da inflação estarem nos níveis mais baixos dos últimos anos, o desempenho econômico foi marcado por uma recuperação lenta, influenciados principalmente pelas incertezas na política com as eleições presidenciais e a paralisação dos caminhoneiros, que afetaram a produção, o consumo e o PIB. 

O Banco Rendimento foi dramático na sua análise:

O ano de 2018 foi marcado por extrema volatilidade. Apesar de ter começado com uma certa estabilidade e prometendo a retomada do crescimento depois de um longo período de recessão, as denúncias de corrupção, a greve dos caminhoneiros e as eleições gerais no segundo semestre praticamente paralisaram a economia nacional.

A Ultrapar faz uma análise um pouco diferente. Parecia que o país estava bem até meados do ano e depois da greve dos caminhoneiros ocorreu redução no crescimento até as eleições.

Esse problema, aliado às incertezas das eleições majoritárias, levou o Brasil a ter um crescimento apenas moderado em 2018. O ano de 2018 foi marcado pela greve dos caminhoneiros, que paralisou o país e impactou diversos setores da economia, reduzindo a intensidade da recuperação da atividade econômica brasileira observada até meados de maio, com reflexos negativos nos índices de confiança dos consumidores e dos empresários, que voltaram a apresentar crescimento após a definição das eleições nacionais.

Para terminar esta postagem, a única empresa que enxergou a polarização dos sentimentos por conta das eleições foi a T4f:

No Brasil, fomos afetados pelos acontecimentos da Greve dos Caminhoneiros, seguido pela Copa do Mundo, e, no último semestre, pela forte polarização das eleições, que concentraram as atenções da mídia e, consequentemente, do nosso público. (...) É importante lembrar que, conforme explicamos anteriormente, em 2018 fomos impactados por uma redução na demanda por ingressos de música ao vivo a partir de junho, que acreditamos ser consequência dos eventos da Greve dos Caminhoneiros (Brasil), seguida pela Copa do Mundo, a crise na Argentina e pela forte polarização das eleições no Brasil.

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 3


  • Analisamos as demonstrações contábeis de 2018 e como as empresas trataram as eleições
  • Na postagem anterior, comentamos três casos de empresas que "aproveitaram" das eleições
  • Na primeira postagem informamos que a maioria das empresas ficaram silenciosas sobre o assunto

É interessante notar que encerradas as eleições qual foi a percepção das empresas sobre o novo cenário. Algumas empresas indicaram que as incertezas iriam continuar. Outras, que encerrado o processo teríamos um novo ciclo de otimismo.

Entre os otimistas, algumas entidades onde o governo atua fortemente, como as filiais do BB:

BB Investimento - Passadas  as  eleições,  ocorreu  uma  nítida  recuperação  dos  níveis  de  confiança  de  consumidores  e  empresários,  tendo  em  vista  o  comprometimento do governo eleito com as reformas estruturais necessárias para reequilibrar as contas públicas e, consequentemente, colocar o País de volta numa trajetória de crescimento sustentado. 

BB Seguridade - Tal desempenho é em grande parte justificado pela retração de 7,7% nas contribuições de previdência aberta, segmento que foi impactado pelo ambiente de indefinição que perdurou até as eleições de outubro de 2018 e limitou a captação para produtos de longo prazo, além de um nível de desemprego ainda elevado. 

Brasilprev - Após as eleições, os pronunciamentos do governo eleito aumentaram a percepção de que as reformas, em especial da previdência, poderão ter uma tramitação mais acelerada, buscando a melhoria das condições fiscais do Brasil e boas perspectivas de crescimento econômico sustentado.

Algumas entidades apresentaram uma análise positiva para os próximos dias (após 31/12). Eis o caso da Metalfrio:

Tendo navegado com sucesso através da turbulência de múltiplas eleições presidenciais em muitos dos nossos principais mercados durante 2018, esperamos padrões de demanda mais normalizados nos próximos trimestres. Continuamos atentos aos desafios externos, como a volatilidade cambial e as pressões inflacionárias, que provavelmente continuarão no curto prazo, bem como as tensões comerciais atuais e os desdobramentos macroeconômicos que causam incerteza no mercado.

[Adorei o "tendo navegado"]

O Bancoob faz uma longa análise, mas com um enfoque otimista após a eleição. A entidade chega a usar o termo otimismo:

A inflação seguiu baixa, a taxa de juros nos mínimos históricos, houve recuperação moderada do crédito, as contas externas permaneceram sólidas, a taxa de desemprego apresentou redução modesta e os índices de confiança melhoraram, principalmente após o desfecho do processo eleitoral. (...) Com o término do processo eleitoral houve uma melhora dos indicadores, embora de forma desigual. (...) Em suma, o ano de 2018 foi marcado por maior instabilidade nos mercados e aumento da apreensão entre os agentes econômicos, seja por fatores externos ou internos. A piora do ambiente externo e a tensão pré-eleitoral acentuaram a volatilidade e pressionaram os ativos do país, movimento parcialmente revertido apenas com o desfecho das eleições. Embora persistam dúvidas quanto à governabilidade durante este novo mandato, a visão de continuidade da agenda liberal e do apoio às reformas necessárias – principalmente de cunho fiscal – proporcionou a melhora da confiança da sociedade na parte final do ano. O maior otimismo, seja de consumidores, empresários e investidores, representa um importante ponto de partida para 2019.

A empresa BRMalls acredita que após as eleições haverá expectativas de melhorias estruturais:

O ano de 2018 também se mostrou mais um ano desafiador para o varejo, com eventos atípicos como a greve dos caminhoneiros e a incerteza das eleições, mas terminou com expectativas de melhorias estruturais importantes para os próximos anos. 

O mesmo ocorreu com a Santos Brasil. Sua análise associa o otimismo com a nova equipe econômica anunciada:

Em 2018, o período que antecedeu a eleição presidencial foi marcado por incertezas políticas que impactaram o rumo da economia e, especialmente no nosso negócio, em conjunto com uma maior volatilidade cambial, arrefeceram a movimentação e armazenagem de contêineres então estimadas para os meses de novembro e dezembro. Com o fim das eleições e a divulgação das equipes que formariam os pilares do novo Governo Federal, principalmente a econômica, começou a aflorar um maior otimismo em relação ao futuro da economia doméstica. 

Já a Telefônica deixa implicito que o motivo do otimismo foi o candidato que saiu vitorioso nas urnas:

No ambiente doméstico, o ano foi marcado por dois grandes desafios: a greve dos caminhoneiros, que paralisou diversos segmentos no segundo trimestre e afetou a atividade econômica, e, em seguida, a eleição presidencial, que gerou elevadas incertezas diante de uma disputa polarizada da qual o candidato de viés liberal, Jair Bolsonaro, saiu vitorioso. Isso foi positivo para as perspectivas de continuidade das reformas econômicas ao longo deste novo ciclo presidencial.

Da mesma forma, a EDP faz uma associação entre um otimismo e a vitória de Bolsonaro nas urnas:

No cenário político nacional, as eleições presidenciais, que culminaram com a vitória de Jair Bolsonaro, trouxeram fôlego e expectativas para retomada do crescimento do país. 

A Cielo também indica redução de incerteza após as eleições:

No campo econômico e político, tivemos o início de um processo gradual de retomada do crescimento, com redução dos níveis de incerteza, passadas as eleições presidenciais. 

A Fábrica Carioca de Catalisadores também é otimista, mas associa uma recuperação com o fim do processo político eleitoral:

Em 2018, diante do cenário macroeconômico, no Brasil, a atividade econômica retomou a trajetória de recuperação, embora ainda lenta, mais com a redução dos níveis de incerteza, passadas as eleições presidenciais.

Mas existem exceções. Destaco em particular duas empresas. A TOTVS reconhece a popularidade dos novos governantes, mas vê desafios de um congresso com muitos partidos e coloca o termo nova política entre aspas, como se duvidasse da sua existência. Nós também.

Passadas as eleições, o Brasil entra em uma nova fase política, caracterizada pela renovação no ambiente legislativo, intensa fragmentação partidária e a tentativa de implementação de uma ‘nova política’ pelo Executivo. Embora com alta popularidade, a governabilidade de Jair Bolsonaro pode enfrentar desafios com os mais de 30 partidos no Congresso. 

Outra empresa que está receosa é a Embraport:

As expectativas foram piorando com a economia mostrando um ritmo mais fraco do que o esperado, sobretudo, pela incerteza com o futuro político do país e qual seria a agenda econômica adotada pelo novo Governo. A greve dos caminhoneiros também contribuiu para a piora da previsão de crescimento da economia no ano, que recuou para 1,3%.  (...) Após a vitória de Bolsonaro, chegou a recuar abaixo de R$ 3,70, mas termina o ano ao redor de R$ 3,90 em meio às incertezas com o xadrez político e o cenário externo. 

A Claro apresentou um texto isento. Mas associou economia com baixo crescimento e eleição. Pelo menos até setembro:

O país começou 2018 com a economia em lenta recuperação e expectativas positivas, apesar dos temores por se tratar de ano de eleição presidencial. As expectativas, no entanto, foram piorando devido à incerteza com o futuro político do país e à insegurança de qual seria a agenda econômica de um novo governo. Essa lentidão na recuperação da economia manteve-se ao longo do ano, agravada pela greve de caminhoneiros, que praticamente paralisou o país no primeiro semestre. Só a partir de setembro é que a corrida presidencial começou a demonstrar qual seria a tendência mais provável do desfecho eleitoral. 

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 2


  • Pesquisamos as demonstrações contábeis de 2018 para ver como as empresas trataram as eleições
  • Nesta postagem, mostramos três casos de empresas de "aproveitaram" as eleições

Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas. Começamos com as eleições e na parte 1 já demos os parabéns para as empresas que não ignoraram o fato político.

Nesta segunda parte gostaríamos de destacar as empresas que “aproveitaram” as eleições de alguma forma. Este é o caso da Votorantim, da TOTVS e da Burguer.

A Votorantim aproveitou o seu nome, que começa com Voto, e o fato de estar fazendo 100 anos, para criar uma campanha de voto consciente:

Várias ações foram promovidas em 2018 para celebrar os 100 anos da Votorantim. Como o centenário coincidiu  com  um  ano  de  eleições  gerais  para  o  Brasil,  a  Votorantim  decidiu  reforçar  seu  papel  de  empresa  cidadã  e  apoiou  o  voto  consciente,  por  meio  da  plataforma  “Guia  do  Voto”,  que  inclui  um livro sobre o processo eleitoral e as funções de cada cargo eletivo, e ainda um site e aplicativo para fomentar,  de  forma  ideologicamente  neutra  e  apartidária,  a  reflexão  e  a  consciência  dos  eleitores  no processo de escolha dos candidatos. (...) O  ano  de  eleições  gerais  do  Brasil,  marcadas  por  uma  renovação  importante  de  eleitos  e  partidos,  coincidiu com o de nosso centenário. A Votorantim sempre foi muito convicta de seu papel cidadão e  por  isso  promoveu  uma  campanha  publicitária  em  favor  do  voto  consciente.  Aproveitando  o  fato  de  que  “Votorantim”  tem  no  início  do  seu  nome    a  palavra  “voto”,  criamos  o  mote  “Eu  voto”  e  o utilizamos  em  temas  que  são  essenciais  para  o  País,  como  a  educação,  a  natureza  e  as  pessoas.  Além da campanha publicitária, desenvolvemos o “Guia do Voto”, um aplicativo com conteúdo voltado para o exercício da cidadania.

A TOTVS também fez uma campanha sobre o voto:

2018 foi um ano importante para a democracia brasileira, com intensa participação e reflexão social sobre a política e o futuro da nação, com as eleições presidenciais. Neste período, sendo a TOTVS um relevante ator do setor brasileiro de tecnologia, não se manteve alheia às discussões e buscou estimular o engajamento cidadão de seus profissionais, instigando a todos, através da campanha #VOTOCONSCIENTE, quanto ao seu papel neste processo de construção de uma sociedade melhor.

Finalment, a BK Brasil também usou as eleições para suas campanhas:

Entre os destaques estão a campanha “Whopper em Branco”, realizada durante as eleições presidenciais, e a campanha do “Saiba a Diferença”, que mostrou a diferença entre preconceito e opinião.

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 1


  • Apresentamos várias postagens sobre como as empresas comentaram sobre as eleições de 2018 nas suas demonstrações contábeis
  • Nesta postagem, destacamos que a maioria sequer mencionou este fato

As demonstrações contábeis devem procurar relatar o que ocorreu com uma determinada empresa. Entre as informações prestadas existem possibilidades da gestão informar como o ambiente externo afetou o desempenho e algumas das decisões tomadas.

Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas.

Vamos começar com as eleições presidenciais. Este é um assunto delicado, já que as empresas tendem a evitar tomar partido de uma determinada corrente. Mesmo assim, algumas empresas dedicaram algumas linhas ao assunto. Em alguns casos a palavra foi citada, mas associada a eleição do Conselho de Administração ou outro assunto interno. Deixamos de lado isto, assim quando aparece um termo associado a “escolha”.

É importante salientar que as empresas citadas estão de parabéns. Ignorar um fato político tão relevante é uma atitude ruim. Ser genérico, falando em “incertezas” também não ajuda, já que sempre teremos incertezas no cenário econômico e político. Esta foi a atitude da maioria das grandes empresas brasileiras que divulgaram balanço: esconder o fato “eleição” como se não tivesse existido. E corresponde também a uma das principais conclusões que chegamos ao olhar as demonstrações contábeis.

Um caso curioso. O Santander Capitalização (assim como a Evidence Previdência) não falou das eleições no Brasil. Mas falou das eleições na Argentina. Aparentemente este fato é mais relevante que as nossas eleições. Veja o trecho:

Contudo, o Banco pondera que o ambiente internacional ainda deverá ser fonte de preocupação, com novos eventos importantes já programados e com potencial de adicionar nervosismo aos mercados, tais como a conclusão do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a eleição presidencial na Argentina. Nesse contexto, o Santander acredita na possibilidade de que o ambiente internacional acabe se sobrepondo levemente ao quadro doméstico e provoque elevação branda do risco-país. 

Rir é o melhor remédio


24 abril 2019

Ilusão Monetária na precificação de ativos

Resumo:

Nominal stock prices are arbitrary. Therefore, when evaluating how a piece of news should affect the price of a stock, rational investors should think in percentage rather than dollar terms. However, dollar price changes are ubiquitously reported and discussed. This may both cause and reflect a tendency of investors to think about the impact of news in dollar terms, leading to more extreme return responses to news for lower-priced stocks. We find a number of results consistent with such non-proportional thinking. First, lower-priced stocks have higher total volatility, idiosyncratic volatility, and market betas, after controlling flexibly for size. To identify a causal effect of price, we show that volatility increases sharply following pre-announced stock splits and drops following reverse stock splits. The returns of lower-priced stocks also respond more strongly to firm-specific news events, all else equal. The economic magnitudes are large: a doubling in a stock's nominal price is associated with a 20-30% decline in its volatility, beta, and return response to firm-specific news. These patterns are not exclusive to small, illiquid stocks; they hold even among the largest stocks. Non-proportional thinking can explain a variety of asset pricing anomalies such as long-run and short-run reversals, as well as the negative relation between past returns and volatility (i.e., the leverage effect). Our analysis also shows that the well-documented negative relation between risk (volatility or beta) and size is actually driven by nominal prices rather than fundamentals.

Fonte: Can the Market Multiply and Divide? Non-Proportional Thinking in Financial Markets with Richard Townsend .

Convergência e Divergência no Emprego


  • Até o término da recessão econômica, o desempenho do emprego na economia era parecido com o do setor contábil 
  • Recentemente, os números começaram a divergir

A partir dos dados do emprego formal da economia e dos dados do setor contábil - considerando aqui contadores e auditores, técnicos e escriturários - fiz a correlação entre estas duas variáveis para os últimos 24 meses. Assim, em janeiro de 2016 eu calculei a correlação entre a economia e o setor contábil, considerando de fevereiro de 2014 a janeiro de 2016. O resultado foi de 0,97, indicando que existia uma relação muito forte entre o que estava ocorrendo na economia e o resultado do setor contábil. Fiz isto para os meses seguintes, até março de 2019 - que corresponde ao período entre abril de 2017 a março de 2019. O resultado, sob a forma gráfica, está a seguir:

É possível notar que a relação entre o desempenho da economia e do setor contábil foi bastante próxima até início de 2018. Se em janeiro de 2018 a correlação era de 0,91, no mês seguinte caiu para 0,89. Em março de 2018 foi para 0,87, depois para 0,83 e assim por diante. Em novembro a relação ficou em -0,51. O sinal negativo é importante que mostra que nos últimos 24 meses, terminados em novembro, enquanto o desempenho era bom na economia, os números eram ruins na contabilidade. E poderia ser vice-versa, mas este não é o caso.

Ou seja, o desempenho do setor contábil descolou da economia nos últimos meses. Isto já tinha sido constatado em algumas postagens de fizemos ao analisar os números do emprego formal aqui no blog.

Emprego no Setor Contábil em Março


  • Em março ocorreu uma redução de 1.147 vagas no setor contábil. Os números foram ruins para ambos os sexos, qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação
  • Em termos acumulados, são 41.425 vagas a menos

Em março foram admitidos 9.528 novos empregados no setor contábil no Brasil. Em compensação, o número de demitidos foi de 10.675, indicando uma redução de vagas de 1.147 somente no mês. Com isto, desde janeiro de 2014, são 41.425 vagas que foram fechadas. Em termos acumulados, este número só é pior que dezembro de 2017. Como em geral o próximo mês, abril, geralmente a variação no mercado de trabalho formal no setor contábil é negativa, é possível que este patamar negativo seja superado.

Os números também foram negativos para a economia como um todo, com 43.196 contratações a menos que demissões. Um número ruim para o governo.

No desempenho da contabilidade, os admitidos tinham um salário médio de R$2313 e os demitidos um salário de R$2763, uma diferença de quase 20%. O tempo de emprego daqueles que foram demitidos era de 36,46 meses, um número elevado em relação a uma média histórica, mas dentro do normal quando consideramos os últimos meses. Os admitidos tiveram, em março, uma idade média de 30,83 anos, um valor que está aumentando nos últimos meses.

Os números de março foram ruins para ambos os sexos, para qualquer grau de instrução e para qualquer ocupação. Nos últimos meses, os trabalhadores com curso superior e escriturários foram poupados dos cortes, o que não ocorreu no mês em análise.

O gráfico mostra o comportamento ao longo do tempo do índice de emprego/desemprego.

Rir é o melhor remédio

Primeiro dia de dieta

23 abril 2019

TCU recomenda blockchain


Recebido do Tiago Mota (grato). O TCU recomendou a adoção de blockchain na prestação de contas. Faz sentido? Veja o trecho:

9.3. determinar que, nos termos dos arts. 250, II, e 251 do RITCU, a Agência Nacional do Cinema adote as seguintes medidas: (...)
9.3.4. atente para o eventual emprego de novas tecnologias da informação, a exemplo do uso de blockchain, no bojo dos procedimentos de prestação de contas, com a subsequente análise dessas contas via robô virtual em prol do órgão federal repassador, podendo contribuir não apenas para a maior celeridade e efetividade no processo de prestação de contas dos repasses de recursos federais, mas também para a maior fidedignidade e confiabilidade das informações prestadas, de sorte a merecer os devidos estudos técnicos para o real desenvolvimento do aludido emprego, a partir da necessária implementação do correspondente projeto piloto para a efetiva aplicação dessas novas tecnologias da informação em determinado segmento de prestações de contas junto à Ancine, (...);

Mais notícias da BT


  • Em 2017 foi descoberto um escândalo contábil na BT da Itália
  • O problema envolvia a manipulação da receita para que a filial atingisse metas de desempenho
  • A investigação revelou recentemente que executivos da matriz inglesa incentivaram as práticas ilegais que ocorreram na Itália

No início de 2017 surgiram as primeiras notícias que algo de estranho tinha ocorrido na filial italiana da empresa BT. Haveria manipulação da receita, o que levou a matriz a trocar a empresa de auditoria, depois de 33 anos trabalhando com a PwC.
No início novas informações mostraram que os executivos deveria apresentar sua defesa no caso. A BT afirmava que os principais executivos não sabiam do problema, sendo o problema originário da filial italiana. Mas a investigação na Itália parece que está revelando que a matriz também tem sua parcela de culpa.

Segundo a Reuters, a matriz britânica fez pedidos insistentes no sentido da filial italiana conseguir atingir as metas, mesmo usando práticas contábeis agressivas e erradas. Um dos envolvidos era diretor financeiro da BT Europe.

Anteriormente, a BT dizia ser vítima dos fraudadores; com as novas provas, que incluem e-mails trocados entre a matriz e a filial italiana, três executivos baseados em Londres estão também sendo acusados de cumplicidade na fraude. Esta fraude inclui falsificação de nota fiscal, com transações fictícias e modo a cumprir as metas.

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22 abril 2019

Estacionamento no Shopping

Se você acha que o preço do estacionamento do Shopping é elevado, a demonstração contábil da BR Malls mostra que ... você está certo. A BR Malls teve receita de 1,196 bilhão de reais em 2018. A receita de Alugueis foi de 914 milhões. Mas os shoppings obtiveram 258 milhões com estacionamento. O quadro a seguir foi retirado das demonstrações contábeis da empresa:

P/L volta a aumentar

O gráfico mostra a mediana do índice P/L. Após três anos de queda, que corresponde aos anos de recessão brasileira, o índice voltou a crescer em 2017 e também em 2018. O valor de 2018, por sinal, é um pouco superior ao de 2013: 9,49 versus 9,47. Este índice mostra o tempo de retorno quando alguém decide investir em uma ação. No final de 2016 eram necessários 5,63 anos para recuperar o investimento.

Outra forma de interpretar o número é considerar que o inverso corresponde ao retorno do mercado. Em 2018 isto corresponde a 10,54%, enquanto em 2016 era 17,76%.

(Usamos a mediana, pois é uma medida que não é influenciada pelos valores extremos. A fonte primária dos dados é a Economática.)

Efeito do acordo judicial na Oi

Mais de um mês após sua divulgação, as demonstrações contábeis da Oi ainda causam estranheza. Não pelo fato da empresa ter divulgado um “Ebitda de rotina”; nada de estranho ocorre quando a palavra “Ebitda” é escrita ou pronunciada.

Com quase 60 milhões de clientes, é a maior empresa brasileira de telefonia fixa, um negócio em declínio, e a quarta empresa de telefonia móvel. A Oi é uma empresa em recuperação judicial desde 2016. No início de 2018, um Plano de Recuperação Judicial foi homologado, o que resultou na reestruturação da dívida e aumento de capital da empresa. As consequências disto são as mais diversas possíveis, mas destaco dois aspectos:

a) a composição do endividamento foi substancialmente alterada - no final de 2017 a empresa tinha dívidas de curto prazo de 54,6 bilhões, sendo 39,7 em moeda estrangeira. A dívida líquida total da empresa era de 47,6 bilhões. Um ano depois, a dívida de curto prazo é muito pequena (673 milhões) e a dívida líquida reduziu para 11,8 bilhões.

b) reversão do prejuízo líquido para um substancial lucro líquido - Se em 2017 a empresa teve um prejuízo de 6,4 bilhões (para uma receita de 23,8 bilhões), em 2018 o resultado foi de 24,6 bilhões, para uma receita um pouco menor.

A estranheza contábil está justamente neste dois aspectos. Antes de detalhar, é bom lembrar que o fluxo de caixa das atividades operacionais caiu de 4,4 bilhões para 2,9 bilhões de reais. A margem bruta foi de 37% para 29%, já que a receita caiu e os custos aumentaram. E o patrimônio líquido, que era negativo em 13,8 bilhões, estava positivo no final de dezembro de 2018, em 22,9 bilhões. Parece mágina, mas não é.

A resposta para a mudança está na reestruturação da dívida. Com este fato, o passivo de curto prazo foi parcialmente transformado em passivo de longo prazo. Uma dívida que tinha um valor contábil de 54,6 bilhões passou a valer menos, graças ao acordo judicial. A contrapartida da “redução” da dívida foi uma receita financeira. Assim, conforme a nota explicativa 6 do balanço da empresa, teve um “ganho de reestruturação” de 11,1 bilhões, além de uma mudança no “ajuste a valor presente”, de 13,3 bilhões. Isto somado a uma reversão de 4,1 bilhões e outros valores menores, fez com que a Oi tivesse uma “receita financeira” de 30,95 bilhões. Quando confrontado com as despesas financeiras e outros encargos, tem-se um “resultado financeiro” de 26,6 bilhões de reais. Como o lucro líquido foi de 24,6 bilhões, foi somente com o “resultado financeiro” que a empresa obteve lucro.

O interesse contábil desta história é o fato de que ao renegociar sua dívida, reconhecendo que a empresa não teria condições de honrar seus compromissos, a Oi terminou MELHORANDO seu resultado. As novas condições do endividamento permitiu este fato. Mas isto realmente causa uma certa estranheza.

Riqueza em Game of Thrones

Qual é o valor de um dragão? Esta foi a grande pergunta para quem se dispôs a avaliar as fortunas das dinastias que movem Game of Thrones, a épica série que voltou para a HBO a 14 de abril.

A saga do Game of Thrones mistura cavaleiros medievais, castelos, bruxaria, zombies e dragões, mas, no fundo, é uma competição entre nove famílias muito abastadas. A Bloomberg News tem prática em calcular o património dos bilionários do mundo real. Por isso, decidimos criar um ranking dos mais ricos de Westeros, comparando quanto tinham no início da série e quanto têm antes da oitava e última temporada.

Material é o que não falta. Os cinco livros de George R.R. Martin foram transformados em mais de 60 horas de drama na TV, em alguns casos com desdobramentos bastante diferentes do que o autor escreveu. Usar essas informações para calcular o património das famílias dominantes desde o começo da série até os episódios finais é mais complexo do que levantar testamentos, demonstrações financeiras e dados de fundos de investimento para desvendar quem são os bilionários do planeta.

"Os livros detalham bastante a situação económica de cada família", mas nem tudo aparece no programa, disse o crítico Adam Whitehead, elogiado pelo próprio Martin.

Especialistas em finanças — e em Game of Thrones — ajudaram-nos a calcular os ativos dos Stark, Lannister e outras casas da nobreza. Para todos eles, no fim das contas, a grande pergunta foi: quanto vale um dragão?

Três ovos de dragão revertem a fortuna dos falidos herdeiros da Casa Targaryen. No mundo da fantasia do Game of Thrones, os dragões foram extintos há algumas gerações. Quando adultos, os dragões de Daenerys Targaryen são fonte de poder quase incomparável. Alguns métodos podem ajudar a estimar o seu preço. Um deles é compará-los à força de soldados humanos, propôs Michael Whitmire, presidente da companhia de contabilidade em nuvem FloQast.

"Quantos humanos seriam necessários para alguém escolher um grupo de pessoas em vez de um dragão", questionou. Há poucas batalhas na série que colocam os dragões diretamente contra soldados humanos. Quando lutam, os dragões quase sempre derretem a concorrência. Literalmente.

"Se tiver dragões ganha um dos maiores benefícios económicos do mundo".

A determinada altura, uma transação entre a Daenerys e comerciantes quase é fechada e estabelecido um preço. Daenerys concorda em trocar um dos seus dragões bebés por 8.000 soldados escravizados e cerca 5.000 aprendizes. Ficou logo claro que a troca era uma apenas um truque. Daenerys ordena o seu dragão a incinerar os comerciantes e liberta os escravos.

Tratando-se de ativos difíceis de vender e sem comparação no mercado, especialistas em finanças provavelmente usariam dois métodos de cálculo, explicou Steve Schuetz, diretor da Valuation Research Corporation e viciado em Game of Thrones. Um é avaliar quanto custa ter um dragão — o tempo e dinheiro necessários para adquirir um ovo, chocá-lo e então criar e treinar o bebé. Outro método, o da renda gerada, calcula quanto um dragão pode gerar para o seu dono ou a potencial destruição que pode evitar.

Quando rivais descobrem a existência dos dragões da Casa Targaryen, a situação complica-se. Schuetz lembra que ameaças ajudam a determinar o risco e o desconto a ser aplicado ao valor de um dragão.

Os rankings abaixo baseiam-se em grande parte no trabalho de Whitehead, mas a Bloomberg concordou com outros especialistas, que argumentam que os dragões superam todos os outros ativos.

"Quem tem dragões tem o maior benefício económico naquele momento", disse Schuetz. "Quem tem dragões tem a capacidade não só de se proteger, mas de ser agressivo e pegar o que quiser."

Dada a escolha, qualquer um preferiria ter dragões.

Casa Targaryen
Classificação atual: 1
Classificação inicial: 9

No início da saga, a dinastia que um dia dominou Westeros não tem onde morar, sofre tentativas de assassinato e possui apenas o peso do seu nome e três ovos de dragão. Porém a sorte da família então mais pobre do Game of Thrones muda radicalmente. Além dos dragões, Daenerys Targaryen chega ao final da história tendo controlo de um exército, do Rochedo Casterly, da Casa Lannister e das cidades de Slaver’s Bay.

Casa Lannister
Classificação atual: 2
Classificação inicial: 1

O vasto património da família pode ser quantificado pelos 3 milhões de dragões de ouro em empréstimos concedidos ao Rei Robert Baratheon, além de exércitos bem equipados e comércio com cidades livres como Braavos. O acesso ao sistema financeiro global ajuda os Lannister a manter controlo do Trono de Ferro. Cersei cumpre a promessa de pagar dívidas com o Iron Bank e usa outro empréstimo para contratar 20.000 mercenários.

Casa Arryn

Classificação atual: 3
Classificação inicial: 3

As montanhas que formam a defesa natural do Vale são um ativo importante da família, permitindo que o povo trabalhe na terra e noutras atividades sem enfrentar guerras. O Vale abriga o porto de Gulltown, o mais perto da cidade livre de Braavos. Os Cavaleiros do Vale têm cavalos e valem bem mais do que soldados a pé.

Casa Stark
Classificação atual: 4
Classificação inicial: 4

Os Stark e as suas casas vassalas podem controlar mais terras, mas são pouco habitadas e difíceis de percorrer. Madeira, ferro e prata oferecem oportunidades de desenvolvimento, porém a mão de obra limitada e o inverno que se avizinha atrapalham essas empreitadas. Assim como a Sibéria, o Norte é um lugar onde é difícil lutar e prosperar.

Casa Greyjoy
Classificação atual: 5
Classificação inicial: 7

No início da série, os Greyjoy têm poucos recursos à disposição para progredir economicamente. Mas o panorama financeiro melhora. A promessa de Euron Greyjoy de construir 1.000 navios, no final da sexta temporada, é claramente um exagero. Mas os navios são valiosos, especialmente se usados para comércio e não para invasões. A expansão da frota indica ascensão da família.

Casa Martell
Classificação atual: 6
Classificação inicial: 6

Dorne é uma região pouco povoada e com pouca terra para cultivo, mas exporta vinho e uvas. A Casa Martell tem soldados e navios, apesar de haver pouca informação sobre a quantidade. Apesar da maioria dos personagens da família morrer até o final da sétima temporada, é possível que ainda existam alguns. Oberyn disse ter oito filhas na quarta temporada.

Casa Tully
Classificação atual: 7
Classificação inicial: 5

Tully deveria ser uma região rica, com terra fértil e central. Infelizmente, a sua localização central também implica que é devastada sempre que uma guerra explode por ali. Vassalos voláteis como Walder Frey, um nobre que controla uma travessia determinante para a rota comercial, implica menos receitas de impostos no início da série.

O Tully mais importante a sobreviver fica prisioneiro dos Frey e dá ordens aos seus soldados para se renderem. Não é claro se sobrou alguma fortuna no fim da série.

Casa Baratheon
Classificação atual: 8
Classificação inicial: 8

Mesmo sentado no Trono de Ferro, o Rei Robert Baratheon não era assim tão rico. Baratheon começou a série com uma dívida de mais de 6 milhões de dragões de ouro, sendo 3 milhões devidos aos Lannister. No final da sétima temporada, os irmãos Robert, Stannis e Renly Baratheon estão mortos. Mas o filho ilegítimo de Robert, Gendry, parece ter melhor sorte ao participar da comitiva de Jon Snow.

Casa Tyrell

Classificação atual: 9
Classificação inicial: 2

No começo da série, os Tyrell disputavam com os Lannister a posição de maior fortuna de Westeros. Tinham vastas terras férteis, uma grande população pagadora de impostos e capacidade de arregimentar grandes exércitos. Porém, o seu aparato militar era considerado muito inferior aos batalhões dos Lannister.

A continuidade da família Tyrell (após a morte de Margaery e Loras) é duvidosa. Lady Olenna, que de facto comanda a família, ingere veneno após a captura de Highgarden pelos Lannister. Esta família outrora tão rica pode desaparecer.


Fonte: Aqui

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Namoro em tempos modernos.

21 abril 2019

História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-Livros

O oitavo número da Revista do Grêmio, na sua primeira página, duas curiosidades.

Primeiro, uma nota "política":
Segundo, na mesma página, ao falar do presidente do Grêmio, Ernesto Gavião Peixoto, afirma:

versado na arte dos Diversos a Diversos

O que seria isto? Pelo contexto, me pareceu um elogio, para alguém versado em escrituração.

História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-livros 3

No último número existente na hemeroteca da Biblioteca Nacional (edição 8 de 1896), a Revista do Grêmio traz um balanço da Associação, assinado pelo seu presidente Ernesto Gavião Peixoto:
Sobre Ernesto, descobri que foi guarda-livros em São Paulo, com escritório na Rua Glória. Depois chegou a assinar balanços, indicando ser "Contador" (um título diferente do que temos hoje). Era bastante ligado a juri popular. No mesmo número que aparece um desenho de Ernesto e uma breve descrição da sua vida.

História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-Livros 2

O primeiro número da Revista do Grêmio dos Guarda-Livros, publicada em 1896, traz também uma série de problemas denominados de "recreações algebricas". Veja alguns deles a seguir:

A Revista, no seu número dois, indicava a solução dos problemas.

História da Contabilidade: Revista do Grêmio dos Guarda-livros 1

Na semana passada comentamos sobre a Revista da Associação dos Guardas-Livros. Esta revista que existiu em meados da década de 70 do século XIX tinha sede no Rio de Janeiro. Durou dois anos e três meses, mas seu conteúdo é um pouco decepcionante. Os 27 exemplares que constam da Hemeroteca da Biblioteca Nacional mostram um grande número de páginas em discussões sobre a crise de 1864.

Vinte anos depois nasce em São Paulo a Revista do Gremio dos Guarda-livros. Esta publicação possui, na hemeroteca, somente quatro exemplares, de oito páginas cada. Também de periodicidade mensal, a Revista do Grêmio é bem mais interessante. Seu primeiro número conta com discussões contábeis e inclui, no final, com a publicação de parte de um livro do Padre Antonio Vieira, Arte de Furtar.

Um detalhe importante: não foi o Padre Antonio Vieira quem escreveu este livro e sim o Padre Manuel da Costa. Mas esta autoria só ficou estabelecida anos depois.

20 abril 2019

Paciência

Usando uma base com 80 mil respondentes (da Gallup) em 76 países, uma pesquisa (via aqui) captou a "paciência" em diversos países. Paciência seria a tendência a desistir de algo hoje em troca de algo no futuro. O mapa mostra os países mais pacientes com cores escuras e os menos pacientes com cores claras.
Em um extremos, a Suécia e os Estados Unidos como países mais pacientes. No outro, Nicarágua, Ruanda e Geórgia. Países com maior descendência européia tendem a maior paciência. Isto é muito relevante pois muitas decisões econômicas dependem das recompensas futuras.

A paciência parece lembrar muito o conceito de Garra, de Angela Duckworth. A pesquisadora considera a garra como a principal razão do sucesso ou fracasso das pessoas. 

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19 abril 2019

Venezuelanos ganhando com jogos

Com uma economia com hiperinflação e recessão profunda, os venezuelanos parece que encontraram no "gold farming" uma alternativa. Através dos videogames, os venezuelanos fazem tarefas repetitivas que produzem "moedas", que podem ser trocadas em dinheiro ou dólar. Um dos jogos preferidos é o Runescape, que não exige uma grande velocidade na internet e é gratuito para jogar. Em outubro de 2018 a Amazon, proprietária do jogo, deu inscrição gratuita para novos jogadores e 2/3 deles eram originários da Venezuela.

Recentemente a Venezuela sofreu com uma queda na energia. O preço de um item do jogo (gráfico) mudou substancialmente, reflexo da ausência da energia naquele país.

Fonte: Aqui

Fasb estuda norma de imposto

O Financial Accounting Standards Board (FASB), entidade que produz normas contábeis nos Estados Unidos, divulgou uma proposta de Atualização de Normas Contábeis (ASU) sobre a evidenciação da divulgação de imposto de renda. A divulgação ocorreu em março e o prazo para comentário termina no final de maio.

Esta norma incorpora as mudanças recentes na tributação dos Estados Unidos e esta foi a razão da mudança.

A proposta revisada da ASU (1) removeria as divulgações que não são mais consideradas custo-benefício ou relevantes e (2) adicionaria requisitos de divulgação identificados como relevantes para os usuários das demonstrações contábeis.

O que fazer entre a casa e o trabalho

O tempo que as pessoas gastam entre casa e o trabalho (ou a escola) geralmente parece chato e complicado. Uma forma de aliviar o problema da “dor do trajeto” é pensar no trabalho, fazendo plano para o dia, indica uma pesquisa (via Gerdeman, The Best Way to Cope With a Bad Commute).

Ao usar o tempo de viagem como uma oportunidade para entrar na mentalidade do trabalho, os funcionários estão dando a si mesmos a chance de mudarem mais facilmente do papel de casa para o trabalho, e isso faz com que as pessoas se sintam mais felizes com o trabalho.

Enquanto isso, fazer coisas relaxantes ou puramente prazerosas no caminho para o escritório, como ouvir música no carro ou percorrer a mídia social no trem, pode interferir na capacidade das pessoas de fazer a transição para o modo de trabalho sem problemas - o que as deixa mais desanimadas e mais propensas em abandonar seus empregos.

Previsão: sem aprender com o erro



Yes, the market is expecting rate cuts (forward rate) but the market has been exactly wrong about everything for 10 years (and longer) first forecasting the recovery that never came, then forecasting much slower interest rate rises than actually happened. Survey expectations seem to match the forward curves well except perhaps at the very end.

Continue lendo aqui

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Contabilidade é minha vida

18 abril 2019

Frase

Confiança é tudo. Veja:

We have access to a lot of capital in a lot of pockets and we have a big opportunity ahead

Michael Gross, vice chairman WeWork

A empresa teve receita de 1,8 bilhão em 2018. E prejuízo de 1,9 bilhão no mesmo ano.

Fonte da imagem aqui

Para ser mais inteligente

No Quora, uma pergunta sobre como, em cinco minutos, ser mais inteligente. A resposta me agradou. Duas imagens que compartilho aqui:
 Nos dias de hoje as pessoas sabem o preço de tudo, mas o valor de nada.
O segredo da criatividade é saber esconder suas fontes.

Econometria é inútil!

Essa é opinião do pesquisador Marcos Lopez de Prado, eleito o Quant do ano de 2019 pelo Journal of Portfolio Management. Resumo dos 7 pontos que ele destaca:


  1. Most econometric analyses typically rely on structured datasets, whereas the most interesting datasets are unstructured. In other words, “econometric models effectively model uninteresting data.”
  2. Most econometric studies do not include methods to de-noise correlation matrices. As a result, “most econometric studies reach spurious conclusions, supported by noise, not signal.” Cross-sectional studies are particularly prone to classification errors .
  3. Econometric specifications attempt to adjudicate the variance of a random variable in-sample, but in-sample adjudication is rarely useful for strategy development. In general, “regression is the wrong tool for investing.”
  4. Many econometric methods require that the user simultaneously get the predictive variables and the functional form correct. Given the complexity of financial systems, these are unrealistic demands.
  5. At a statistical level of p = 0.05, most strategies are false. Suppose, for instance, that the probability of a backtested strategy being profitable is 1%. Then at standard thresholds of 5% significance and 80% power, users are expected to make 58 discoveries, where 50 are false positives. In other words, 86% of the discoveries will be false. In practice, the percentage is even higher, often nearly 100%, due to multiple testing, specification errors and arbitrage forces.
  6. Statistical models can be overfit in two ways: training set overfitting and testing set overfitting. The traditional econometric toolset fails to quantify, much less address these problems.
  7. Many researchers employing traditional econometric tools and models fail to understand the extent to which overfitting compromises financial strategies. This is because even with Sharpe ratios of, say, three or higher, selection bias and confirmation bias errors can lead to false positives, often with financially disastrous outcomes.

Resumo da apresentação:

This presentation reviews the main reasons why investment strategies discovered through econometric methods fail. As a solution, it proposes the modernization of the statistical methods used by financial firms and academic authors.


López de Prado, Marcos, The 7 Reasons Most Econometric Investments Fail (April 16, 2019). 


Nassimm Taleb ja fala isso há muito tempo: econometria é inútil.


Resultado de imagem para marco lopez de prado

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Adaptado daqui

17 abril 2019

Taxando as multis

As empresas multinacionais possuem diversos mecanismos para evitar ou reduzir os pagamentos de tributos. O Google transferiu, em 2017, 23 bilhões de dólares para as Bermudas, via uma empresa com sede na Holanda. Este é somente um exemplo.

Há um grupo de defende a tributação "unitária" das multinacionais. A taxa efetiva mínima de impostos seria estabelecida em todo mundo, o que reduziria o incentivo na utilização das transferências de recursos entre subsidiárias. E acabaria com a luta, entre países, para redução nas alíquotas.

Um dos problemas da proposta é como alocar a receita entre os países. Critérios como receita, número de empregados ou número de usuários poderiam ser usados. Esta discussão encontra-se detalhada em um artigo do Project Syndicate. Há uma certa simpatia pela medida por parte de alguns países da OCDE, que pretende padronizar algumas regras. Apesar disto, creio que a pressão das empresas e o interesse dos paraísos fiscais tornam inviável esta discussão; e muitos dos reguladores possuem vínculos com estas empresas.

Como sobreviver sem assinar periódicos

A Revista Fapesp apresenta uma discussão sobre as alternativas de obter um artigo sem possuir assinatura de periódicos. A parte interessante do texto é a figura abaixo, com algumas das estratégias possíveis:
Em muitos casos, um artigo pode ser obtido através de um download nas páginas de busca ou diretamente do periódico. Quando isto não funciona, uma possibilidade é obter uma versão anterior do texto; o problema é fazer a citação de um texto preliminar, que não é bem visto nos artigos científicos. Existem diversos caminhos alternativos, que inclui um site ilegal, como o Sci-Hub, cópia via torrent ou obter o texto através de amigos (ontem consegui um texto por este caminho). Outra alternativa é evitar citar as referências com acesso restrito; quando isto for possível é uma boa forma de protestar contra o abusivo preço cobrado pelas editoras. 

As dicas do artigo podem realmente serem uteis. Não conhecia algumas delas e poderei usar em uma próxima oportunidade. 

Auditoria do Banco Espírito Santo é punida

Em 2014, o banco português Espírito Santo apresentou uma série de problemas. Deste banco, foi criado o Novo Banco, que também não escapa das dificuldades de uma instituição financeira. Desde 2014, o papel dos gestores e dos auditores tem sido questionado.

Agora, o Banco de Portugal acusou a auditora do BES por informação incompleta e falsa, entre 11 de fevereiro a 30 de maio de 2014. Além da condenação da empresa de auditoria, a KPMG, dois auditores também foram condenados. A KPMG deve pagar um multa de 3 milhões de euros. Os dois auditores a uma multa de 825 mil euros, o que totaliza uma punição de 3,825 milhões de euros.

Custo da construção de igrejas góticas em Paris

Marginal Revolution escavou uma dissertação de Amy Denning (com 20 páginas!!) que mostra o custo da construção de igrejas góticas entre 1100 a 1250. Segundo a tese, em média 21,5% da economia regional de Paris foi dedicada a construção das igrejas góticas (incluíndo Notre Dame), sendo 1,5% de custo da mão-de-obra implícita.

Denning trabalha com estimativas, mas indica na conclusão que os valores talvez sejam conservadores. Ela especula que o gasto excessivo com estas edificações tiveram os efeitos típicos de alocações ruins existentes em monopólios: crescimento ruim da economia, falha na inovação, recursos distribuídos de maneira inadequada, entre outros aspectos. Ela conclui o trabalho

Knowing the detrimental effects that resource misallocation has on economies, I stipulate that the costs of the ecclesiastical building campaigns could have added several hundred years to the Dark Ages

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Novo CPC para estudar

16 abril 2019

Em 2024 a Índia será o pais mais populoso do mundo

O gráfico mostra a história da população de seis países do mundo. Há muitos anos a China é o país mais populoso do mundo. Em 1750, 28% da população mundial, ou 225 milhões de pessoas, tinha nascido na China.

Com base nas projeções atuais, em 2024 a Índia deverá ser o país mais populoso do mundo. Deve atingir a 1,6 bilhão de pessoas. A Nigéria poderá ser o terceiro país mais populoso da Terra a partir de 2050.

Notre Dame 3

Qual a razão de ficarmos horrorizados com um incêndio como Notre Dame? Quartz lembrou com precisão escritora crota Slavenka Drakulić

We expect people to die. We count on our own lives to end. The destruction of a monument to civilization is something else. The bridge, in all its beauty and grace, was built to outlive us; it was an attempt to grasp eternity. Because it was the product of both individual creative and collective experience, it transcended our individual destiny. A dead woman is one of us—but the bridge is all of us, forever.

Notre Dame 2

Uma visão otimista do incêndio de Notre Dame:

A destruição da catedral de Notre Dame é lamentável. Um ícone maravilhoso foi em grande parte destruído pelo fogo. No entanto, não devemos nos desesperar.

Parte da razão pela qual essa perda é tão perturbadora é porque estamos imersos em um modo de pensar ocidental que iguala a autenticidade à preservação dos materiais originais usados ​​para criar um objeto ou edifício.

Mas nem todas as sociedades pensam assim. Alguns têm noções bem diferentes do que é autêntico. Construções icônicas como o Palácio de Catarina na Rússia e os monumentos históricos do Japão da Antiga Nara foram restaurados com sucesso, às vezes após grandes danos, e hoje são apreciados por milhões de pessoas. (...)

a autenticidade de um edifício é determinada em relação à sua localização e configuração, uso e função, espírito e sentimento, bem como forma e materiais. (...)

Outra maneira seria restaurar a estrutura de maneira semelhante à do palácio de Catarina I, em que um olho não treinado tem dificuldade em distinguir entre as partes antiga e nova da estrutura. Dada a extensão do dano, esta seria a abordagem mais esteticamente agradável e menos dissonante.

Ao contrário de outros lugares de profundo significado cultural, que podem ser destruídos para sempre devido ao desenvolvimento comercial, a Notre Dame pode ser reconstruída. Com a tecnologia moderna, é totalmente possível que a catedral seja recriada com precisão aproximada ao original. Podemos fazer isso e manter o espírito e sentimento do prédio anterior.