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25 abril 2019

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 4


  • Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas. 
  • Começamos com as eleições e na parte 1 já demos os parabéns para as empresas que não ignoraram o fato político. 
  • Na segunda parte comentamos como algumas empresas aproveitaram da eleição. 
  • Na parte 3 comentamos que algumas empresas fizeram comentários otimistas e poucas foram pessimistas/realistas. 


Agora vamos destacar as empresas que enfatizaram os efeitos da eleição no desempenho da empresa ou da economia. A Moinho Paulista enfatiza o efeito na economia:

O ano de 2018 foi marcado por eventos extraordinários  como  a  greve  dos caminhoneiros,  importante  desvalorização cambial, grandes aumentos nos preços de trigo e eleições gerais, que afetaram o crescimento da economia brasileira. 

Achei bem interessante a redação da Mills Estruturas:

Outros fatores que contribuíram para os desafios de 2018 eram exógenos à nossa indústria com ano de eleição presidencial, bem como com uma greve de caminhoneiros no meio do percurso. 

A Votorantim o efeito sobre o setor:

O  gradual  processo  de  recuperação  da  economia  nacional,  em  ritmo  abaixo  do  esperado  após  a  greve  dos caminhoneiros  e  as  incertezas  decorrentes  das  eleições,  impactou  as  vendas  de  cimento  no  Brasil

A BB Investimento foi mais “econômica”:

Adicionalmente,  as  incertezas  atreladas  ao  processo  eleitoral  tiveram  impactos  adversos  sobre  o  nível  de  investimentos  e  as  expectativas  das  famílias.

A Alupar foi mais genérica:

No cenário doméstico, o ano foi impactado pela greve dos caminhoneiros e pelas incertezas das eleições presidenciais.

e a Restoque bem específica, comentando sobre seu resultado:

Alinhado  com  esse  resultado,  a  Companhia  obteve  um  lucro  líquido  de  R$  103,5  milhões, apesar do impacto não recorrente de R$ 18,2 milhões de variação cambial ligado ao cenário de maior volatilidade neste ano de eleições. 

A Concessionária Auto Raposo Tavares (e a Invepar, pois os trechos são iguais) tratou do efeito sobre uma variável, o fluxo de veículo:

Ainda de acordo com a ABCR, o desempenho do fluxo de veículos foi prejudicado pelos choques negativos que afetaram a economia no ano de 2018, como a indefinição política causada pelas eleições, a greve dos caminhoneiros e pela conjuntura internacional menos favorável às economias emergentes. 

O Iguatemi já foi “heróico”. Diante dos problemas, que incluiu as eleições, mesmo assim eles foram capazes de entregar bons resultados:

O ano de 2018 foi desafiador. Apesar de uma economia ainda fragilizada que cresceu menos do que se esperava  no  início  do  ano  e  de  alguns  eventos  pontuais  que  trouxeram  bastante  volatilidade  (Copa  do mundo, greve dos caminhoneiros, eleições) fomos capazes de entregar um crescimento de 18% do nosso Lucro Líquido e seguir na trajetória de redução do endividamento da companhia. 

A equação “eleição = incerteza” também foi destacada pela Coelba:

Em 2018, a economia brasileira foi marcada pelo baixo crescimento e por grandes incertezas geradas tanto por eventos internos quanto externos. Externamente, a guerra comercial entre EUA e China e o aumento da taxa de juros americana pelo FED desaceleram a economia mundial. Internamente, a greve dos caminhoneiros e as incertezas sobre as eleições frustraram as expectativas de crescimento. 

E na Telefônica:

O ambiente doméstico em 2018 foi marcado por incertezas políticas em função da eleição presidencial, enquanto o ambiente externo tornou-se gradativamente menos favorável às economias emergentes, com a normalização da política monetária nos países avançados e em meio a tensões comerciais entre EUA e China. 

Algo na mesma linha da Notre Dame (e BCBF Participações, já que os trechos são iguais)

Apesar da instabilidade política gerada pelas eleições em 2018, o Brasil assistiu a uma continuidade no processo de melhoria dos principais indicadores macroeconômicos, todavia longe do potencial de crescimento do país. 

A Slaviero, apesar de fazer um vinculação com as eleições, foi menos simplista:

Ao longo do ano de 2018, o cenário político permaneceu agitado em decorrência do cenário das eleições Presidenciais, Governadores e Congresso Nacional, bem como a continuidade de denúncias envolvendo os poderes executivo, legislativo e algumas companhias e órgãos da administração pública. Esses acontecimentos trouxeram incertezas no cenário econômico prejudicando assim o desenvolvimento do País.

Na mesma linha, a SER faz uma análise onde as eleições é uma parte da equação:

Já no segundo semestre do ano, o setor de ensino superior também apresentou retração de demanda, novamente em função de um desempenho anêmico da economia a partir de junho, dessa vez por conta de eventos como a greve dos caminhoneiros, Copa do Mundo e eleições para presidente da república e governadores dos estados, eventos extemporâneos que acabaram por reduzir a demanda durante o segundo semestre do ano. 

A Estácio foi concisa, mas também no mesmo sentido:

Adicionalmente, outros fatores como a eleição presidencial e a greve dos caminhoneiros contribuiu para restringir o avanço da recuperação econômica.

Ainda na linha “incerteza = eleição”, um trecho da Weg parece indicar que a recuperação lenta foi em decorrência das eleições:

No Brasil, apesar dos juros e da inflação estarem nos níveis mais baixos dos últimos anos, o desempenho econômico foi marcado por uma recuperação lenta, influenciados principalmente pelas incertezas na política com as eleições presidenciais e a paralisação dos caminhoneiros, que afetaram a produção, o consumo e o PIB. 

O Banco Rendimento foi dramático na sua análise:

O ano de 2018 foi marcado por extrema volatilidade. Apesar de ter começado com uma certa estabilidade e prometendo a retomada do crescimento depois de um longo período de recessão, as denúncias de corrupção, a greve dos caminhoneiros e as eleições gerais no segundo semestre praticamente paralisaram a economia nacional.

A Ultrapar faz uma análise um pouco diferente. Parecia que o país estava bem até meados do ano e depois da greve dos caminhoneiros ocorreu redução no crescimento até as eleições.

Esse problema, aliado às incertezas das eleições majoritárias, levou o Brasil a ter um crescimento apenas moderado em 2018. O ano de 2018 foi marcado pela greve dos caminhoneiros, que paralisou o país e impactou diversos setores da economia, reduzindo a intensidade da recuperação da atividade econômica brasileira observada até meados de maio, com reflexos negativos nos índices de confiança dos consumidores e dos empresários, que voltaram a apresentar crescimento após a definição das eleições nacionais.

Para terminar esta postagem, a única empresa que enxergou a polarização dos sentimentos por conta das eleições foi a T4f:

No Brasil, fomos afetados pelos acontecimentos da Greve dos Caminhoneiros, seguido pela Copa do Mundo, e, no último semestre, pela forte polarização das eleições, que concentraram as atenções da mídia e, consequentemente, do nosso público. (...) É importante lembrar que, conforme explicamos anteriormente, em 2018 fomos impactados por uma redução na demanda por ingressos de música ao vivo a partir de junho, que acreditamos ser consequência dos eventos da Greve dos Caminhoneiros (Brasil), seguida pela Copa do Mundo, a crise na Argentina e pela forte polarização das eleições no Brasil.

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