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25 abril 2019

Contabilidade e Eleições: Demonstrações de 2018 - Parte 1


  • Apresentamos várias postagens sobre como as empresas comentaram sobre as eleições de 2018 nas suas demonstrações contábeis
  • Nesta postagem, destacamos que a maioria sequer mencionou este fato

As demonstrações contábeis devem procurar relatar o que ocorreu com uma determinada empresa. Entre as informações prestadas existem possibilidades da gestão informar como o ambiente externo afetou o desempenho e algumas das decisões tomadas.

Usando os dados de algumas demonstrações com exercício findo em 31/12/2018, o blog fez uma seleção de trechos onde alguns dos fatos que ocorreram no ano foram considerados por parte das empresas.

Vamos começar com as eleições presidenciais. Este é um assunto delicado, já que as empresas tendem a evitar tomar partido de uma determinada corrente. Mesmo assim, algumas empresas dedicaram algumas linhas ao assunto. Em alguns casos a palavra foi citada, mas associada a eleição do Conselho de Administração ou outro assunto interno. Deixamos de lado isto, assim quando aparece um termo associado a “escolha”.

É importante salientar que as empresas citadas estão de parabéns. Ignorar um fato político tão relevante é uma atitude ruim. Ser genérico, falando em “incertezas” também não ajuda, já que sempre teremos incertezas no cenário econômico e político. Esta foi a atitude da maioria das grandes empresas brasileiras que divulgaram balanço: esconder o fato “eleição” como se não tivesse existido. E corresponde também a uma das principais conclusões que chegamos ao olhar as demonstrações contábeis.

Um caso curioso. O Santander Capitalização (assim como a Evidence Previdência) não falou das eleições no Brasil. Mas falou das eleições na Argentina. Aparentemente este fato é mais relevante que as nossas eleições. Veja o trecho:

Contudo, o Banco pondera que o ambiente internacional ainda deverá ser fonte de preocupação, com novos eventos importantes já programados e com potencial de adicionar nervosismo aos mercados, tais como a conclusão do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit) e a eleição presidencial na Argentina. Nesse contexto, o Santander acredita na possibilidade de que o ambiente internacional acabe se sobrepondo levemente ao quadro doméstico e provoque elevação branda do risco-país. 

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