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16 abril 2018

Regime de Caixa na Contabilidade dos Estados Unidos

Uma discussão interessante sobre a utilização do regime de caixa na contabilidade pública dos Estados Unidos pode ser encontrada aqui. Segundo Diekmeyer, a utilização do regime de caixa impede que o público perceba o valor das despesas ocorridas hoje, que não foram registradas em razão da não utilização da competência.

O texto mostra a dificuldade de fazer a estimativa de quanto isto significa, já que seu reconhecimento decorre de estimativas. Isto também afeta o reconhecimento do passivo, em especial o passivo não oneroso. Uma das estimativas do texto fala em um valor de 104 trilhões de dólares ou cinco vezes o número oficial.

Uma consequência é o efeito disto sobre a geração futura. Os padrões contábeis inadequados terminam por fraudar a poupança, subestimando o impacto dos gastos futuros com aposentadorias.

Embora práticas contábeis enganosas estejam impedindo o público de avaliar o quadro verdadeiro, os fatos parecem claros. Os governos federal, estaduais e municipais dos EUA estão silenciosamente consumindo a maior parte da produção do país.

Pesquisa acadêmica e a JBS

Um pedido de prazo feito pelo Ministério Público (MP) para analisar um estudo produzido por especialista sobre a acusação de insider trading envolvendo os irmãos Batista, da JBS, foi a razão para o adiamento da audiência na Justiça Federal em São Paulo, que estava marcada para anteontem. Na ocasião, um dos responsáveis pelo estudo seria ouvido. Mas o MP solicitou mais prazo para entender o documento, antes da oitiva do especialista. O estudo, elaborado pelos professores da FGV Euchério Rodrigues Lerner, que foi superintendente de derivativos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e Paulo Renato Soares Terra, analisou 700 eventos políticos ao longo de 10 anos e demonstrou que a taxa de câmbio reage a eles de forma imprevisível. Assim, a conclusão é de que mesmo se os executivos da JBS tivessem informação privilegiada, eles não poderiam prever que o vazamento faria o real perder ou ganhar valor em relação ao dólar.

O fato de um estudo, com 700 eventos, não ter encontrado uma relação entre o câmbio e um evento político, não significa que no caso específico da JBS não exista uma relação.

Regulador britânico e as empresas de auditoria

Depois de uma série de problemas contábeis envolvendo a auditoria de algumas empresas (Carillion é um exemplo), o regulador britânico FRC decidiu fazer um forte intervenção nas grandes empresas que atuam no mercado sob sua supervisão.

As empresas de auditoria PwC, KPMG, EY, Deloitte, Grant Thornton e BDO são responsáveis pela auditoria das maiores empresas do Reino Unido. E poderão ser objeto de intervenção do FRC. A entidade reguladora irá monitorar o trabalho das grandes empresas de auditoria visando restaurar a confiança do público no trabalho dos auditores:

The firms that approve the accounts of the UK's biggest companies will face greater scrutiny in future when they appoint their top people.

Mais ainda, segundo este sítio (e baseado no Financial Times), o FRC está decidido a quebrar o oligopólio das Big Four.

Em Causa Própria

Enquanto o contribuinte normal tem até o final de abril para declarar (e eventualmente pagar mais do que já pagou) o imposto de renda, a vida é um pouco diferente para os políticos. A tabela mostra, parcialmente, os benefícios que alguns parlamentares terão com o novo Refis. Os dados são da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e mostram que eles legislam em causa própria. O relator da proposta, Newton Cardoso Jr, irá pagar somente 8% da sua dívida (que inclui as empresas da família). Mas existem outros exemplos de parcelamento privilegiado.

Rir é o melhor remédio

Clichê de turista

15 abril 2018

Previsão de Tesla

Nikola Tesla é um ídolo de vários cientistas. Em 1926 ele deu uma entrevista para a revista Collier e fez algumas previsões para o futuro. A mais interessante delas: a existência da comunicação sem fio, através de um aparelho que caberia no bolso.

Seremos capazes de testemunhar e ouvir eventos - a inauguração de um Presidente, o jogo de um jogo da série mundial, a destruição de um terremoto ou o terror de uma batalha - como se estivéssemos presentes.


É bem verdade que Tesla defendeu a eugenia.

(A ilustração é de WK Haselden, publicada no Daily Mirror em 1919)

14 abril 2018

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Saneamento como resposta

Eis uma pesquisa interessante com crianças da Índia:. Em geral as crianças muçulmanas possuem maior expectativa de vida, apesar dos muçulmanos terem menor renda, educação e acesso aos serviços públicos, quando comparados aos hindus. Dois pesquisadores propuseram uma resposta a esse fato intrigante. Para isso, ao invés de olhar o dado individual, eles observaram a vizinhança. Quando a vizinhança é muçulmana, os bebês, mesmo os hindus, tendem a ter maior expectativa de vida.

Mas isto não é uma resposta.

Segundo os autores, a questão talvez esteja no saneamento:

Os hindus são 25 pontos percentuais mais propensos a defecar em campos abertos, arbustos ou estradas próximas, do que a população muçulmana mais pobre.

Pemex

Enquanto a Aramco, a estatal de petróleo da Arábia Saudita, divulga os primeiros resultados, com um lucro de 34 bilhões de dólares nos primeiros meses de 2017, outra estatal, com uma grande quantidade de reservas, também apresentava números gigantescos: a Petroleos de Mexico (Pemex).

Com oitenta anos de vida, a empresa apresentou um prejuízo de 22 bilhões de dólares no quarto trimestre de 2017 (dados obtidos aqui), mesmo o aumento no preço internacional do petróleo. A empresa possui dívida de 125 bilhões de dólares - era de 80 bilhões em 2012 - e isto ajuda a explicar o resultado ruim, em um momento de melhoria do mercado. Por este motivo, as receitas da empresa aumentaram em 30%. Dois outros fatores ajudam a explicar o desempenho ruim: câmbio e regras contábeis.

Assim como a estatal brasileira, a Pemex teve muitas mudanças de gestão: três em cinco anos. Mas o desempenho produtivo da Pemex lembra mais a PDVSA: a produção caiu para 1,95 milhões de barris, o menos nível desde 1980.

Um fato curioso que reflete a má gestão da empresa: um dos seus grandes problemas é o roubo de combustível, feito por criminosos com ajuda de empregados da empresa. O valor estimado em 30 bilhões de pesos ou 1,6 bilhão/ano.

GE e os novos números

A General Electric anunciou ontem (sexta) a estimativa dos efeitos da republicação das demonstrações contábeis de 2016 e 2017. Os novos valores afetaram o lucro da empresa destes anos, assim como os valores dos ativos. As novas demonstrações devem ser divulgadas ainda em abril, mas não deve afetar os contratos de longo prazo da empresa nem o fluxo de caixa. As estimativas do lucro para 2018 também não devem ser alteradas.

A republicação é um reflexo do padrão Fasb de reconhecimento da receita. Recentemente a empresa admitiu problemas com sua contabilidade.

O novo padrão contábil rege a forma como as empresas estimam e reconhecem a receita de contratos de longo prazo, e é projetado para fazer com que o fluxo de caixa de uma empresa se aproxime mais de sua renda, disseram especialistas em contabilidade e analistas.

O padrão anterior permitia que as empresas reconhecessem a receita futura de tais contratos mais rapidamente. O novo padrão transfere a receita para mais tarde na duração do contrato, disseram analistas.

As empresas geralmente usam o custo de fornecer serviços como base para estimar a receita futura dos contratos, mas o processo pode levar a subestimar ou subestimar o valor dos contratos como ativos no balanço patrimonial, dizem os especialistas.

Como ser mais produtivo

13 abril 2018

Obrigação de publicar ... 2

De um leitor, sobre a postagem anterior:

Data maxima venia, discordo do ponto de vista exposto no item (3). Claro era o Projeto de Lei 3.741/2000, que resultou na Lei 11.638/07. O art. 2º dizia, ipsis literis:

"Art. 2º As disposições relativas à elaboração e publicação de demonstrações contábeis, inclusive demonstrações consolidadas, e a obrigatoriedade de auditoria independente, prevista na lei das sociedades por ações, relativamente às companhias abertas, aplicam-se também às sociedades de grande porte, mesmo quando não constituídas sob a forma de sociedades por ações."

Todavia, o texto definitivo da Lei 11.638/07, tal qual aprovado pelo Congresso Nacional, diz o seguinte:

"Art. 3º Aplicam-se às sociedades de grande porte, ainda que não constituídas sob a forma de sociedades por ações, as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras e a obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado na Comissão de Valores Mobiliários."

A obrigatoriedade da publicação por companhias de grande porte foi um dos pontos que mais gerou polêmica no trâmite do PL 3.741, sendo um dos responsáveis por travá-lo por mais de 7 anos no Congresso Nacional. E no meu ponto de vista, a Lei é intencionalmente omissa a respeito dessa obrigatoriedade. A decisão judicial em contrário, a meu ver, é mais um sintoma da hipertrofia do Poder Judiciário, que vem cada vez mais tomando para si funções do Legislativo e do Executivo.

Números da Aramco

Já postamos aqui sobre a oferta pública da Aramco, a empresa de petróleo da Arábia Saudita (aqui, aqui e aqui). A empresa decidiu por usar a IFRS e agora apareceram os primeiros números da empresa:

(...) um primeiro vislumbre das finanças da estatal petrolífera mostra que a Aramco produziu US $ 33,8 bilhões em lucro líquido nos primeiros seis meses de 2017, superando facilmente os titãs norte-americanos como Apple, JPMorgan Chase e Exxon Mobil Corp.

As contas, preparadas para um padrão IFRS, também mostram a sensibilidade da Aramco aos preços do petróleo. No primeiro semestre de 2016, quando o preço médio bruto era de US $ 41, a empresa teve US $ 7,2 bilhões com lucro líquido. Este ano, os lucros deverão ser significativamente maiores do que 2017 após a recente recuperação do preço do petróleo para mais de US $ 70 o barril.


Além disto, a empresa gerou um fluxo de caixa de 52 bilhões de dólares no início de 2017.

Teremos Nobel de Literatura este ano?

Se você gosta de acompanhar os vencedores do Nobel, este ano poderemos ter uma novidade: a não premiação para o Nobel de Literatura.

Pelo processo de premiação, geralmente nesta época a Academia Sueca já trabalha com alguns dos potenciais candidatos ao prêmio. Entretanto, neste momento, faltam pessoas para fazer o serviço. E tudo começou em novembro do ano passado, quando foi divulgado que o fotógrafo Jean-Claude Arnault foi acusado por 18 mulheres de agressão sexual e assédio, entre 2013 e 2015

Arnault é casado com a poetisa Katarina Frostenson, que por sua vez é integrante da Academia. No passado, a própria Academia ajudou Arnault em um projeto cultural. Além disto, parece que Arnault vazou o nome de ganhadores do Nobel em pelo menos sete ocasiões. Com a crise, a secretaria da Academia renunciou, assim como Frostenson, além de outros membros. O problema é que o membro da academia é permanente. E não existe previsão para o caso de renúncia, o que significa que estes nomes não teriam substitutos. E existe a necessidade de no mínimo de 12 votos, mas com todos os problemas, só existem 11 membros atualmente. Ou seja, nenhum candidato teria, formalmente, os votos necessários.

Os políticos suecos estão preocupados com a imagem do país no exterior.

Leia mais aqui e aqui

Obrigação de publicar balanços nas "cias fechadas"

Segundo um texto de Gabriel Roca (12 de abril, O Estado de S.Paulo)

No final de março, uma sentença expedida pela Justiça Federal de São Paulo obrigou as empresas de capital fechado de grande porte a darem publicidade às suas demonstrações financeiras, assim como fazem as companhias listadas em Bolsa.

A decisão, assinada pela 1ª Vara Cível Federal de São Paulo estabelece (1) a regra como contrapartida para que as corporações possam registrar as atas de assembleias anuais na Junta Comercial (Jucesp). O registro dessas atas pode ser, por exemplo, solicitado por bancos na obtenção de linhas de financiamento ou por governos ou empresas públicas em processos licitatórios.

Datada de 20 de março, a decisão judicial revogou o mandado de segurança coletivo que o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) possuía para evitar que suas filiadas publicassem balanços anuais em diários oficiais e em jornais de grande circulação.

A notícia reacendeu o debate sobre a necessidade de empresas com ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões adotarem mais um processo na já burocrática agenda contábil das empresas brasileiras (2).

Defensores da medida afirmam que a prática traria mais transparência ao ambiente corporativo. Opositores dizem que a lei não é clara na matéria da publicação (3), e que o interesse nas demonstrações financeiras de uma empresa limitada é restrito a seus sócios. Além disso, há um custo relevante, segundo eles, que a publicação implica.

Os advogados Paulo Henrique Pinese e Paola Gomes, da Stocche Forbes afirmam que o texto da lei é dúbio, o que tem gerado decisões favoráveis para os dois lados. Além disso, a sentença ainda não é definitiva, e pode ser questionada em esferas superiores da Justiça.

Segundo a sócia do escritório Demarest, Maria Lucia de Almeida Prado, não existe multa prevista para empresas limitadas de grande porte que deixem de arquivar suas atas de reuniões anuais na Jucesp.

Entretanto, diz, há dificuldades de ordem prática. As atas podem ser solicitadas em caso de relações com instituições financeiras ou em participação de processos licitatórios promovidos por empresas públicas ou por governos.

Para as corporações que julgarem conveniente não publicar o documento, a recomendação de Luis Fernando Guerrero, especialista em solução de conflitos no escritório Lobo de Rizzo Advogados, é buscar a Justiça individualmente. Como ainda não há entendimento final sobre o assunto, existe a chance de obtenção de liminar para que se consiga registrar as atas na Jucesp mesmo assim.

Uma outra decisão provisória obtida na Justiça chama a atenção para o caso. A Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto (Abrasca) também conseguiu, em 2015, um mandado de segurança coletivo para que empresas limitadas de grande porte representadas por ela ficassem isentas da publicação. Segundo o presidente do conselho diretor da associação, Alfried Plöger, a medida beneficiou cerca de 100 associadas.

No entanto, é comum que sociedades anônimas estejam associadas a empresas limitadas, o que pode causar problemas. Para a diretora do Instituto Brasileiro de Certificação e Monitoramento (Ibracem) Juliana Saraiva, ainda que a questão dependa de exigência legal, a transparência é um fator para ser considerado.

"A ausência de publicação pode facilitar a omissão por parte de uma sociedade anônima de capital aberto, controladora de uma sociedade limitada de grande porte, sobre fatos relevantes para seus acionistas ou para o mercado", diz.

Já para Richard Blanchet, membro do conselho de administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), do ponto de vista da governança, a questão da obrigatoriedade da publicação é irrelevante.

"Há custos referentes à publicação em jornais e diários oficiais, mas não há custos em divulgar essas informações nos sites das empresas, por exemplo. A transparência de informações financeiras e não-financeiras das empresas é um ideal que as empresas deveriam perseguir", afirma. 

(1) Na verdade, reestabelece
(2) Honestamente, a burocracia não é o maior problema. Além disto, não é a contabilidade um problema. Finalmente, é interessante que o autor do artigo não defende o interesse do jornal; afinal, para o jornal, é interessante a publicação.
(3) No meu ponto de vista, a lei sempre foi clara: deve-se publicar. Mas o rábula está sempre procurando convencer os outros da sua teoria.

Rir é o melhor remédio


As estrelas do Uber

Se você já usou o Uber, sabe que ao final de cada corrida, o usuário é solicitado a dar uma nota pelo serviço prestado. Esta nota vai de 1 estrela até 5 estrelas. Se você já usou o Uber, provavelmente já deu 5 estrelas para um motorista que não merecia. Isto ocorre pois os usuários sabem que os motoristas precisam manter um classificação mínima para trabalhar.

Um artigo (via aqui) tentou explicar a razão para a "inflação" do sistema de notas do Uber: "O artigo argumenta que plataformas online, especialmente peer-to-peer, como Uber e Airbnb, são altamente suscetíveis à inflação de ratings". Ou seja, existe um custo de dar uma nota ruim: medo de retaliação, sentimento de culpa por prejudicar alguém. O artigo analisa um caso de uma plataforma de serviço.

Nos primeiros dias da plataforma em 2007, a pontuação média dos trabalhadores era boa, bem, com média de 3,74 estrelas. Com o tempo isso mudou. A pontuação média subiu 0,53 estrelas ao longo do ano de 2007. Até maio de 2016, havia subido para 4,85 estrelas.


A plataforma instituiu então a alternativa de deixar um feedback em abril de 2013. E as pessoas foram mais sinceras neste feedback: 15% dos comentários eram ruins, enquanto somente 4% deram 3 estrelas ou menos. Quando a plataforma decidiu tornar o feedback privado acessível para os trabalhadores, os comentários ruins caíram.

Um estudo (...) descobriu que o número de usuários que deixam comentários negativos em um site de análise de viagens diminuiu depois que os hotéis começaram a responder às críticas, apesar de não existir nenhuma mudança na qualidade do hotel.

Há um outro aspecto importante: no Uber (assim como em outras plataformas), o cliente também recebe uma nota. Recentemente fiquei sabendo que motoristas evitam pegar clientes com notas ruins. Isto significa, nota abaixo de 4,5. Os motoristas recusam a proposta de serviço ao olharem a nota dada. Assim, é muito comum o motorista, ao final do serviço, deixar claro para o cliente, que deu 5 estrelas para ele, esperando uma reciprocidade. Uma mão lava a outra. Ou Gentileza gera Gentileza.

(Depois de redigir esta postagem, eu lembrei do sistema de notas do ensino. Um professor medíocre dá uma nota boa para os alunos e os alunos fazem uma avaliação do professor positiva; ou, "pacto da mediocridade)

12 abril 2018

30 anos do Excel

Há 30 anos nascia o Excel. Então, o programa de planilhas predominante era o Lotus 1-2-3 (alguns usavam também o SuperCalc). Desde então, o Excel possui um público fiel, que adora o programa. Trinta anos depois.

Um texto do GoingConcern constata a grande aceitação da planilha entre os contadores e apresenta algumas das suas vantagens. Primeiro, a comprovação da grande aceitação da planilha:

a) mais 750 milhões de usuários no mundo
b) há campeonato internacional de Excel
c) quase 70% das empresas dos Estados Unidos usam a planilha como principal ferramenta de orçamento e planejamento.

As razões da importância da planilha:

a) tabelas dinâmicas = isto ajuda a entender os números de um relatório, a selecionar rapidamente um conjunto de dados, entre outras usos
b) Função Auditoria de fórmulas = permite, com um clique, rastrear as células relacionadas com uma fórmula.
Aqui estão algumas outras coisas que os controladores me disseram que amam o Excel:
c) Integração com outros programas = inclui SAP, Word, etc

entre outros aspectos.

O texto destaca algumas limitações da planilha - principalmente a questão do uso em um ambiente de nuvem - e dificuldade de avanços em áreas mais relevantes.

(De um usuário da planilha, que já teve oportunidade de fazer bons trabalhos, incluindo figuras para este blog, cursos de ensino usando a planilha, entre outros)

Rir é o melhor remédio


Enviado por Laurentina Henriques, a quem agradecemos

11 abril 2018

Autoria em artigos


A figura mostra a quantidade de autoria pelos artigos publicados ao longo do tempo. Existem algumas explicações para este comportamento. Segundo Kuld e O´Hagan isto pode ser resultado de uma maior especialização acadêmica e o fato da comunicação, nos dias atuais, serem mais acessíveis. Mas a pressão para publicação ainda é importante e a diversificação do risco, publicando um pesquisa ao longo de vários artigos (“pesquisa salame”).

Os números são claros: em 1945 somente 3% eram artigos em co-autoria; em 1960, 10%; este número aumentou para 30% em 1976. Os dados do gráfico correspondem a mais de 250 periódicos, totalizando 175 mil artigos. Em 2014, somente 25% dos textos eram de um autor.

Mais do que os dados, o texto traz uma provocação: deveria ser aplicado um fator de desconto nos artigos com mais de um autor? Isto poderia ocorrer nas contratações, promoções ou decisões de financiamento. Nos dias atuais, isto não ocorre, mas seria uma tendência?

Coma esse sapo

Rir é o melhor remédio


10 abril 2018

Governo e o valor das empresas

Sendo o governo o grande financiador de longo prazo, capaz de alocar recursos a juros subsidiados, a simples informação de um empréstimo é capaz de mudar o valor da empresa, conforme demonstrado por Fioresi e Galdi:

Grande parte do financiamento de longo prazo no Brasil é realizado por intermédio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Comparado às outras alternativas do mercado este crédito é mais barato por ser subsidiado pelo governo. A presente pesquisa teve como intuito investigar se a captação de recursos com custo de capital subsidiado por meio de linhas de financiamento diferenciadas ofertadas pelo BNDES exerce influência no valor da empresa. O estudo foi desenvolvido com a utilização da metodologia estudo de eventos, que calcula os retornos anormais ocorridos ao redor de um determinado evento. A amostra deste estudo considera empresas listadas na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBOVESPA) que contrataram crédito junto ao BNDES de 2002 a 2015. Para o cálculo do retorno anormal foram usados dois modelos de estimação dos retornos anormais: o Modelo CAPM e o Modelo de Mercado. Os resultados indicam que a média dos retornos anormais das empresas que contrataram crédito junto ao BNDES é significativamente diferente de zero em torno da data do anúncio da contratação podendo-se concluir que a captação de recursos com custo subsidiado possui conteúdo informacional suficiente para influenciar o valor da empresa, confirmando a teoria do tradeoff das fontes de capital e a hipótese desta pesquisa.

Auditores nos Fundos de Pensão

Demorou, mas entrou em vigor, finalmente, a obrigatoriedade de todos os fundos de pensão fechados dos setores público e privado contratarem serviços de auditoria independentes, com profissionais certificados e registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), para fiscalizar suas contas. O objetivo é evitar operações irregulares, fraudes ou investimentos de alto risco, como vinha ocorrendo em fundos de empresas estatais, que tiveram um rombo de R$ 42 bilhões. Tais medidas moralizadoras já haviam sido aprovadas em 2017 pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), mas só passaram a vigorar na terça-feira passada, com sua publicação no Diário Oficial da União.

O CNPC também determinou que, a partir do fim de 2018, os 17 maiores fundos de pensão do País – grupo que inclui, entre outros, a Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobrás), Valia (Vale) e Postalis (Correios) – terão de criar um comitê de auditoria estatutário, composto de três a cinco membros, de acordo com o que dispõe a legislação.


A presença da auditoria não impede eventuais problemas nos fundos, conforme reconhece o texto:

Pode-se alegar que, mesmo antes das novas normas, algumas entidades fechadas de previdência complementar já tinham como praxe contar com auditoria. Se isso é verdade, o fato é que tais serviços não impediram verdadeiros escândalos financeiros, como ocorreu no caso notório do Postalis, do qual foram desviados cerca de R$ 500 milhões.


Dois problemas parecem que não serão alcançados pela medida: (1) a falta de profissionalismo na gestão financeira, já que eles foram enganados facilmente por gestores externos; e (2) a influência política nas decisões dos fundos.

Transparência no BNDES

O BNDES anunciou a criação de um blockchain para "combater" a corrupção.

Trata-se, na verdade, de um token, uma representação de quantidade (no caso, de reais). Arantes Júnior afirma que a ideia é "'tokenizar' o real, é transparência". "É tornar possível que qualquer pessoa, qualquer cidadão possa acompanhar o caminho do recurso liberado do BNDES até sua aplicação. Quando você faz uma transferência bancária, não é visível para as pessoas. Quando você manda um cripto-ativo, um token, as pessoas estão vendo ele circular, para onde ele está indo. Nas condições atuais, no final das contas, o fornecedor vai resgatar reais. Na verdade, para esse token que está circulando na rede, tem um real guardado no banco, sob a gestão do banco, que é equivalente àquele real que está fluindo na rede”, diz. “Quando se fala em moeda, se pensa em bitcoin, mas é muito diferente. O objetivo é o máximo possível de transparência na aplicação do recurso."

O texto informa que os testes não começaram. Realmente, é difícil acreditar que uma instituição, mantida com dinheiro dos contribuintes e envolvida em diversos escândalos (vide cartoon), queira ser mais transparente. No passado, o BNDES recusou a forneceu ao TCU algo simples, como a evidenciação dos empréstimos públicos para as empresas e as condições. Uma cultura empresarial não muda tão facilmente.

09 abril 2018

Fim do Multi - II

Em meados do ano passado postamos aqui sobre o fim do Programa Multi. Agora foi marcada a última defesa, da discente Charline Pires. A defesa será realizada no dia 13, sexta, as 9:30, no Auditorio Azul do prédio da Face, Campus Darcy Ribeiro, UnB.

O título do trabalho é o seguinte: "Critérios de reconhecimento, mensuração e evidenciação de heritage assets: um estudo comparativo em museus australianos, ingleses e neozelandeses utilizando abordagem da teoria institucional".

A Banca examinadora: Prof.ª Dr.ª Andréa de Oliveira Gonçalves (membro interno não vinculado – PPGCont/UnB); Prof. Dr. Ernani Ott (membro externo não vinculado – UNISINOS); Prof.ª Dr.ª Ilse Maria Beuren (membro externo não vinculado – UFSC); Prof. Dr. Paulo Roberto Nóbrega Cavalcante (suplente –UnB/UFPB/UFRN).

Irá presidir os trabalhos, mas não fará parte da comissão examinadora, o orientador, Prof. Jorge Niyama.

(Fotografia: a primeira defesa de tese, com Eliseu Martins, Dionísio, Adilson, eu, Otávio, Ilse e Katsumi)

Terremoto e preferência pelo risco

Uma pesquisa realizada no Japão (via aqui) mostrou que um desastre natural, no caso o terremoto no leste do Japão em 2011, mudou a preferência pelo risco das pessoas. Usando os dados de preferências de risco, antes e após o evento, os autores mostraram que os homens tornaram-se mais tolerantes ao risco após o terremoto. E que esta mudança são persistentes, ou seja, cinco anos após o evento, a mudança ainda é percebida. Uma observação importante é que não encontraram o padrão para as mulheres.

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

08 abril 2018

Rastreamento digital como solução para a governança?

Diante da fraude da Caterpillar, do engodo do teste de emissão de poluentes da Volks ou da decisão da Wells Fargo de abrir contas falsas em nome de clientes, as empresas estão diante do dilema entre os custos e benefícios do comportamento ético.

Uma alternativa possível, que está sendo usada por empresas como Uber, Airbnb, Microsoft, Tesla, Under Armour e a Kimberly-Clark, são os rastreadores de ética de empresas. Empresas, como Convercent, desenvolveram software de ética que se conecta a estrutura digital das empresas, do e-mail aos contratos, para, através do aprendizado de máquina, procurar padrões suspeitos. As empresas assumem o compromisso de resolver os problemas, incluindo aí a demissão do empregado.

Este tipo de serviço ainda está no seu início. A Convercent obteve receita de 78 milhões de dólares, menos de 2% do que uma Big Four fatura anualmente. Mas tudo leva a crer que os padrões destes softwares sejam mais rígidos do que aqueles exigidos pelos reguladores.

Dois problemas podem ser apontados para este tipo de serviço. O primeiro é o fato de ser uma tecnologia invasiva, podendo ser usada para descobrir por exemplo, preferências políticas ou sexuais. O segundo problema é a qualidade do serviço, que ainda não está provada ser melhor que os sistemas tradicionais (apesar da fonte primária deste texto vender esta ideia).

07 abril 2018

Reunião e a Caixa de Madeira

A Anheuser-Busch InBev está usando uma estratégia para lidar com a tecnologia nas suas reuniões: um caixa de madeira (fotografia). Segundo Quartz, a caixa fica no centro da sala. Antes de iniciar a reunião, os presentes silenciam os telefones e depositam na caixa. Fecha-se a caixa e a reunião pode começar. Sem distrações e desrespeito aos presentes.

Executivos de outros lugares tentaram banir laptops e aparelhos em reuniões ocasionais, e Christopher Nolan está entre os diretores de cinema que os proibiram de seus sets. Mas torná-lo uma política corporativa formal é raro. E a velocidade com que a AB InBev adotou sua caixa é particularmente incomum.

06 abril 2018

Imparidade em um Banco Novo

É um caso curioso, envolvendo banco, regulador e imparidade. Em Portugal, em 2014, o regulador fez um intervenção no Banco Espírito Santo, separando-o em duas instituições: a primeira, com as operações com qualidade, que incluía os depósitos, foi denominada de Novo Banco (NB); a segunda, com os créditos de baixa qualidade, continuou com a denominação de Banco Espírito Santo. A operação era no sentido de evitar o contágio do sistema financeiro do país ibérico.

Um fundo governamental, denominado de Fundo de Resolução, tornou-se único acionista do NB. Sendo um banco novo, formado somente com ativos de qualidade, esperava-se que a instituição apresentasse lucro e que as operações não tivessem problemas com o teste de impaiment.

Eis o que ocorreu depois:

2014 = NB tem lucro de 430 milhões de euros
2015 = prejuízo de 980 milhões de euros
2016 = prejuízo de 788 milhões
2017 = prejuízo de 1.400 milhões de euros

E em todos estes anos, o NB teve amortização do ativo em razão da imparidade. Neste período, o NB é vendido, com a condição de que o Fundo de Resolução arque com os prejuízos potenciais dos créditos antigos, com um limite.

Com o resultado de 2017, o FdR [Fundo de Resolução] terá de injectar no NB 792 milhões de euros.

Os portugueses estão aprendendo a diferença entre nacionalização e venda:

Ou seja, neste caso a diferença entre a nacionalização e a venda à Lone Star [novo acionista do NB] é que na primeira teríamos de arcar com os prejuízos mas o activo era nosso, enquanto na segunda arcamos com os prejuízos mas 75% do activo é da Lone Star que, daqui a três anos, o irá vender.

Teste de Associação Implícita é valido?

O teste de associação implicíta (IAT) permite mensurar o preconceito inconsciente que existe em cada pessoa. A primeira vez que li sobre o assunto foi em um livro de Gladwell, em que o autor afirma ter feito o teste e apresentado ter ele um preconceito de raça. Detalhe: Gladwell é negro.

O teste é bastante controverso já que existem dúvidas sobre sua validade. E poucas pesquisas foram realizadas sobre o assunto: no Google Acadêmico apareceu menos de 200 resultados para “the implicit association test”.

Um estudo recente trabalhou os depoimentos das pessoas que fizeram o teste. Aparentemente as pessoas que tiveram um resultado ligeiramente ruim - ou preconceito implícito - apresentaram um sentimento moralmente superior.

Duas notas pessoais sobre o assunto. Primeiro, fiz o teste e o resultado foi ligeiramente racista e indiferente ao Brasil versus EUA. O teste realmente é instigante. O segundo ponto é que sugeri, no passado, para alguns orientandos montarem um IAT com o contador, para saber da existência da associação implícita com o conservadorismo. Seria o trabalho final de curso. Ninguém assumiu o risco.

A diversidade dos Tribunais de Contas regionais

Este artigo tem como objetivo analisar a diversidade da configuração interna desses Tribunais de Contas regionais e discutir possíveis associações com a qualidade da auditoria financeira realizada por suas equipes. Foram realizadas entrevistas com auditores externos e diretores de tecnologia da informação de 18 tribunais, trianguladas com documentos oficiais disponibilizados pelos Tribunais de Contas, como relatórios anuais de atividades e manuais de auditoria. Partindo de fatores determinantes da qualidade da auditoria externa identificados na literatura, a análise de conteúdo das entrevistas identificou as características formativas da configuração de cada tribunal analisado. Apesar de todos os tribunais no Brasil terem como origem comum o modelo napoleônico de corte de contas, a análise traz como resultado que suas configurações variam quanto à organização e formação das equipes, ao uso de rodízio na alocação das tarefas de auditoria e à automatização dos sistemas de coleta de dados de jurisdicionados. Discute-se que a diferença na configuração dos tribunais, dada a demarcação de sua área de jurisdição, contribuiria a diferentes níveis de coerção em governos estaduais e municipais, à medida em que a configuração apresenta uma combinação de características que inibe ou amplia a qualidade da auditoria. A partir da literatura de alinhamento organizacional, o artigo alerta sobre o uso de variáveis para tratar o efeito da qualidade da auditoria nos estudos em finanças municipais.

Via Vladmir Almeida

Correios e as compras online

Uma questão tem rondado algumas notícias econômicas: as compras online estão prejudicando os correios dos países? Recentemente, os Correios do Brasil acusaram lojas chinesas de trapaça no envio dos produtos. Há uma norma internacional que permite enviar produtos com até 2 quilos de um país para outro sem registro, como carta simples. O custo do frete é bem menor e permite que o vendedor possa anunciar “frete grátis” na compra. Neste ano, o presidente da ECT anunciou que a empresa está estudando acabar com este problema.

Mas esta questão não é exclusiva do Brasil. Nos Estados Unidos, o presidente Trump acusou a empresa Amazon de estar prejudicando o serviço postal do país, o U.S. Post Office. A questão é complexa, mas o jornal NYTimes acredita que talvez o oposto esteja ocorrendo. Ou seja, a Amazon talvez esteja ajudando os correios a não aumentar seu prejuízo. Os dados são escassos, mas parece que 40% das encomendas da empresa são entregues pelo Post Office. O custo do frete é negociado pela Amazon com os correios em razão do elevado volume e por lei estes acordos devem ser lucrativos para a entidade do governo. Trump parece não concorda, tendo twitado que o governo estaria perdendo 1,50 dólar por pacote.

Contra a KPMG na GE

Duas empresas de consultoria, a Institutional Shareholder Services e a Glass, Lewis e Co, recomendaram que os acionistas da General Electric Co votem contra a manutenção da empresa KPMG como auditor. Recentemente a GE admitiu problemas na contabilidade e tem planos de reapresentação das demonstrações contábeis, que há mais de cem anos é auditada pela KPMG.

Além disto, a SEC está investigando a contabilidade da GE. O Comitê de Auditoria da GE considera, no entanto, que a KPMG é independente e que é do interesse da GE a manutenção do auditor.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

05 abril 2018

Ser humano e Algoritmo

Dois textos procuraram mostrar a relação entre algoritmos e processo decisório. The Economist ressalta a importância de compreender os algoritmos (To Understand Digital Advertising, Study its Algorithms). O texto destaca a pesquisa de Alan Mislove do MIT sobre a resposta dos algoritmos a variações diversos do ambiente. Usando um conceito de Skinner, que inventou um dispositivo para experimentação comportamental, Mislove coloca em um algoritmo os dados e procura verificar como os dados são processados: por exemplo, se trata os rostos das pessoas levando em consideração aspectos raciais.

Isto é importante já que a existência de algoritmos é cada vez maior. E muitas vezes não sabemos as bases de sua fundamentação.

O segundo texto foi publicado na Harvard Business Review e é mais prático: A/B Testing: How To Get It Right. O autor destaca o fato de muitas empresas estão fazendo experimentos do tipo A/B. Assim, quando uma empresa deseja mudar o layout de sua página de comércio eletrônico, ela faz um teste limitado para um grupo de consumidores e observa sua reação. Se as pessoas compram mais com este layout, o mesmo será adotado a partir de então. O experimento A/B ocorre quando “A” é o controle e “B” é a modificação que tenta melhorar o sistema.

O assustador do segundo texto é saber que estamos servido de cobaias para empresas como Microsoft, Google, entre outras.

Custo da corrupção. No México

El Instituto Nacional de Estadística y Geografía (INEGI) estima que el costo a consecuencia de la corrupción por trámites vehiculares, de educación pública, registro civil o contacto con autoridades de seguridad pública es de siete mil 217 millones, equivalente al 0.4% del PIB.

Hay especialistas que mencionan que la corrupción podría costar 5% del PIB e incluso se habla de 900 mil millones de pesos y hay cálculos del Fondo Monetario Internacional que estiman un costo del 2%.

Según el informe de Transparencia Internacional, Las personas y la corrupción: América Latina y el Caribe, México es el país con el mayor índice de corrupción de América Latina y el Caribe en la prestación de servicios públicos. De acuerdo con el informe, 51% de los mexicanos encuestados respondió haber pagado un soborno para acceder a servicios públicos básicos en los últimos 12 meses.

También, el índice de percepción de corrupción de Transparencia Internacional coloca a México en el lugar 142 de 183 países. Es decir lo cataloga como uno de los países en el mundo con mayor percepción de corrupción en el sector público.

Fonte: Aqui

No Brasil, não temos um cálculo muito preciso. Sabemos que no passado (?) era de 3% de cada contrato nas empresas estatais. Mas isto não ajuda muito em responder a pergunta: quanto custa a corrupção?

Golpe na Lazio

tinha lido esta história antes em dois locais diferentes. Mas realmente é muito boa. E merece ser contada aqui. Trata de um golpe aplicado em um clube de futebol:

O futebol é um negócio multimilionário, e sabe quem adora grandes movimentações financeiras? O cibercrime. O clube italiano Lazio descobriu isso da pior maneira possível quando caiu em um golpe recebido por email que lesou o cofre da associação em mais de R$ 8 milhões.

A Lazio não foi hackeada, que fique claro. Para ter sucesso no ataque, o cibercriminoso recorreu apenas à lábia para enganar o clube e fazê-lo transferir a quantia sem perceber que estava sendo enganado. É o famoso “phishing”.

A técnica foi bastante simples. A Lazio contratou em 2014 o zagueiro holandês Lazio, em um acerto com o clube Feyernoord, também da Holanda. O pagamento foi acertado em parcelas, com a última delas sendo quitada agora, no ano de 2018. Sabendo disso, o golpista contatou a Lazio por e-mail se passando por representante do Feyernoord, informando os dados de uma conta bancária controlada por ele. A isca funcionou, e o dinheiro foi transferido.

Agora segundo a agência de notícias italiana Ansa, um cidadão espanhol não identificado está sendo investigado como responsável pelo golpe. Segundo a publicação, o dinheiro foi retirado de uma conta holandesa e transferido para vários bancos ao redor da Europa. Resta à Lazio torcer para que as investigações e o sistema bancário consigam rastrear e recuperar o dinheiro.

Segundo a empresa de segurança Sophos, esse tipo de ataque tem até nome específico. Ele é conhecido pela sigla BEC (“exposição por email corporativo”), ou também como “whaling” (por ser um ataque de phishing em grande escala). A técnica envolve engenharia social, em que o cibercriminoso age lentamente para criar primeiro uma confiança para obter uma recompensa ao enganar seu contato em alguma empresa ou associação de grande porte, como, neste caso, um clube de futebol.

GE e o novo padrão

A empresa General Electric (GE) anunciou ontem que está planejando republicar suas demonstrações de 2016 e 2017 para refletir os novos padrões de reconhecimento de receita. Segundo a empresa, isto deverá ocorrer no dia 13 de abril.

Conforme indicamos em postagem anterior, a empresa deverá sofrer um revés no resultado com o novo padrão, que tem por objetivo a contabilização de contratos de longo prazo. Há uma expectativa de que despesas maiores "apareçam" no resultado da empresa. Já o resultado do primeiro trimestre deverá ser apresentado alguns dias depois, já sob o novo padrão.

Desde o início do ano a empresa sofre com especulações sobre os efeitos do novo padrão sobre o resultado. O gráfico mostra uma queda no preço das ações da empresa.

Rir é o melhor remédio

Na Rússia, o fotografo do casamento é bastante criativo, usando photoshop e outros recursos na criação do álbum:







04 abril 2018

Recuperabilidade na Petrobras

O texto a seguir está muito confuso, mas o assunto é importante e decidi transcrever:

A ata da reunião do conselho fiscal da Petrobrás divulgada ontem à noite informou sobre uma discordância entre os conselheiros no que se refere ao valor recuperável da refinaria Abreu e Lima, ativo que foi o primeiro alvo da Operação Lava Jato no âmbito da estatal. Na ocasião, a investigação da força-tarefa da Lava Jato apontou para um superfaturamento bilionário. Com custo inicial de R$ 7,5 bilhões, a refinaria Abreu e Lima ainda não foi totalmente concluída. As obras já consumiram por volta de R$ 60 bilhões.

Os conselheiros Reginaldo Ferreira Alexandre e Walter Luís Bernardes Albertoni deram votos contrários aos documentos apresentados para serem apreciados pela assembleia geral dos acionistas da petroleira. Eles solicitam o cálculo de impairment (baixa contábil referente ao valor recuperável) do trem 1 da refinaria Abreu e Lima, separadamente. "Há indicativos significativos de que tais ativos poderão não se realizar economicamente pelos valores pelos quais estão contabilizados", diz a ata. Conforme calendário de eventos, está agendada para 26 de abril a Assembleia Geral Ordinária (AGO).

"Reiteramos nossa discordância relativamente a algumas premissas adotadas para a elaboração das demonstrações contábeis da Petrobrás referentes ao exercício encerrado em 2017, razão pela qual registramos nosso voto contrário à aprovação", cita a manifestação de voto dos conselheiros. A reunião foi realizada em 14 de março de 2018.

As notas explicativas das demonstrações financeiras da Petrobrás citam apenas o segundo trem de refino da Refinaria Abreu e Lima, na definição das unidades geradoras de caixa para testes de recuperabilidade de ativos. A reportagem não encontrou menções ao primeiro trem. Diz o documento que, em 2014, a companhia optou por postergar este projeto por um "extenso período de tempo".

Depois, a empresa menciona que os maiores custos com aquisição de matéria-prima e a redução da margem de refino, previstos no PNG 2018-2022, se refletiram em perdas na recuperabilidade relativa ao segundo trem da refinaria Abreu e Lima (RNEST).

Conforme a nota explicativa, o valor contábil líquido do segundo trem da refinaria Abreu e Lima foi calculado em R$ 5,677 bilhões em 2017 e o valor recuperável, em R$ 4,170 bilhões. A perda por desvalorização ficou em R$ 1,507 bilhão.

Os conselheiros citaram a divergência encontrada, anos atrás, após a deflagração da Operação Lava Jato, entre o valor economicamente recuperável e o valor contábil levantado pelo avaliador independente, que evidenciou que havia algo errado com os parâmetros utilizados pela empresa para efetuar os testes de recuperabilidade dos ativos.

No balanço de 2014, os lançamentos propostos para os ativos envolvidos na Operação Lava Jato estavam "divorciados" dos efetivos valores realizáveis.

"Fomos informados, naquela oportunidade, que os ativos de refino que sofreram perdas se limitavam aos projetos RNEST (neste caso, apenas o trem 2) e Comperj, em decorrência da decisão da diretoria executiva de adiar os ditos investimentos", escreveram os dois conselheiros.

O entendimento de Ferreira Alexandre e de Albertoni é de que é necessário avaliar separadamente os ativos relativos ao trem 1 da RNEST. "Na nossa opinião, remanescem indicativos significativos de que tais ativos poderão não se realizar economicamente pelos valores pelos quais estão contabilizados".

Regulamentação da Internet

Michael Spence - Nobel de Economia - e Fred Hu, escrevendo para o Project Syndicate, defenderam uma maior regulamentação da internet. Inicialmente eles destacam o crescente uso da internet nas relações econômicas, que permite o acesso a grandes quantidades de informações. Mas criticam a “internet aberta”, com poucas regulamentações:

Mas grandes riscos surgiram, incluindo o poder de monopólio de mega plataformas como Facebook e Google; vulnerabilidade a ataques a infraestruturas críticas, incluindo sistemas de mercado financeiro e processos eleitorais; e ameaças à privacidade e à segurança de dados e propriedade intelectual. Questões fundamentais sobre o impacto da Internet na lealdade política, coesão social, conscientização e envolvimento dos cidadãos e desenvolvimento infantil também permanecem.

Este fato leva a uma nova transição da internet, com um controle maior, que também pode trazer riscos. Os países estão respondendo de forma distinta para os desafios: a China filtra conteúdo, o ocidente procura reduzir a regulamentação, exceto em casos extremos.

Mesmo em áreas onde parece haver algum consenso - como a inaceitabilidade da desinformação ou da interferência estrangeira nos processos eleitorais - não há acordo sobre o remédio apropriado.
A falta de consenso ou cooperação poderia levar ao surgimento de fronteiras digitais nacionais, o que não só inibiria o fluxo de dados e informações, mas também prejudicaria o comércio, as cadeias de suprimento e o investimento transfronteiriço. A maioria das plataformas de tecnologia baseadas nos EUA já não pode operar na China, porque não podem ou não aceitarão as regras das autoridades sobre o acesso do estado a dados e o controle sobre o conteúdo.

A solução, segundo os autores, seria uma regulamentação mais forte e não a existente hoje, fragmentada, pesada ou inconsistente.

Efeito da nova lei trabalhista sobre o mercado de trabalho

Nos três primeiros meses completos de vigência da reforma trabalhista, o número de novas ações abertas na Justiça caiu à metade em relação ao mesmo período de um ano atrás – de 571 mil para 295 mil. Os processos também estão mais enxutos. Pedidos de indenização por dano moral e adicional de insalubridade e periculosidade praticamente desapareceram das listas de demanda.

A razão
é que o risco na solicitação de dano moral e insalubridade era praticamente zero e o ganho substancial. Agora, a nova lei, determina que se o trabalhador perder a ação, deve arcar com o custo, o que inclui os advogados da empresa.Isto teve / está tendo / irá ter um impacto no mercado de trabalho de advogados.

(Eis um exemplo de experimento natural)

(Isto também é um bom exemplo de oportunismo, carona, risco moral, etc)

Efeito do novo padrão de Receita na GE

A General Electric foi durante anos uma queridinha do mercado e dos administradores. Quando sob a direção de Jack “Neutron” Welch, a empresa ficou conhecida por políticas de demissão em massa, fechamento de linhas de produção pouco rentáveis e um grande, enorme, substancial, estabilidade nos lucros divulgados. A contabilidade da empresa sob a direção de Welch conseguia a proeza de obter lucros quase constantes ao longo do tempo.

Os tempos mudaram e as dificuldades da empresa agora são de conhecimento público. Além disto, as novas regras de reconhecimento da receita podem esclarecer melhor como a empresa contabiliza seus contratos de serviços. Segundo notícia da Reuters deverá divulgar brevemente, até o final de maio, segundo a estimativa, alguns números que podem esclarecer como a empresa gera menos dinheiro que a média do setor. E o foco da atenção são os contratos de longo prazo da empresa, que muitas vezes são usados para aumentar ou diminuir as receitas das empresas. Parte da divulgação já ocorreu recentemente com a divisão de energia e aviação.

A questão chamou a atenção da SEC, o regulador do mercado dos Estados Unidos, que está investigando os números. A empresa informou que o novo padrão de reconhecimento de receita irá gerar uma despesa de US$4,2 bilhões, mas a estimativa é considerada baixa, segundo os analistas que a Reuters escutou.

Rir é o melhor remédio

Custo da consulta.

03 abril 2018

Empreendedorismo brasileiro em sua mais pura forma

Liquidação da educação a distância

"Na ânsia de atrair alunos, universidades privadas chegam a anunciar mensalidades abaixo de R$ 50"

O professor Cláudio M. Santana nos enviou esta reportagem, acompanhada da ponderação: qual impacto isto terá no Exame de Suficiência e na qualidade dos profissionais?

As restrições ao Fies e a explosão no número de faculdades de ensino à distância deflagraram uma guerra tarifária entre universidades privadas com mensalidades agressivas abaixo de R$ 50 nas matrículas deste ano.
[...]

Outro ingrediente acirrou o clima de competição no ano passado. O Ministério da Educação flexibilizou as regras para abrir ensino a distância. [...]

Na temporada de matrículas deste ano, a Universidade Positivo fez uma promoção com parcelas de R$ 43,56 para cursos de administração e ciências contábeis, de ensino a distância, em Cascavel (PR). [...]

A liquidação também aparece na maior instituição de ensino superior privado do país, a Kroton, dona da marca Pitágoras, cujos anúncios, estrelados pelo apresentador Luciano Huck, ofertaram cursos do vestibular de 2018 com primeira mensalidade a partir de R$ 59.

A Estácio, segunda maior instituição do ranking no país, ofertou cursos com as três primeiras mensalidades por R$ 49, além de isenção da taxa de inscrição. A empresa diz que "os descontos são específicos para a captação de alunos e estão em linha com as práticas de mercado". [...]

E ele faz um alerta: "O mais preocupante é que isso pode levar o aluno a um engano porque nas letras miúdas o R$ 49 não é o preço da mensalidade. Isso é uma isca. Eles vão cobrar a diferença nas parcelas futuras. O anúncio soa como propaganda enganosa", diz Monteiro. [...]

O Ministério da Educação afirma que seu objetivo é democratizar os polos de ensino a distância, que antes, devido à legislação, estavam concentrados em poucos estados e em poucas mantenedoras, dificultando a competição entre as instituições.

Sabedoria sobre o mundo atual

O futuro do texto será multimodal, embora não exclusivamente. Os incômodos que a academia revela em face das novidades digitais se justificam apenas em termos de comprometer a qualidade da argumentação, estudo, pesquisa, leitura, mas que podemos, perfeitamente, preservar em ambientes multimodais. Muito da reação é apenas tradicionalismo, coibindo oportunidades que, mais cedo ou mais tarde, serão comuns, porque o mundo digital veio para ficar. A melhor atitude é buscar fazer bem.

Como vamos viver imersos na digitalidade – os adolescentes já o fazem – é impraticável fugir do assunto: conhecimento também será afetado por tais ambientes. Como tudo é ambíguo, temos, ao lado de grandes oportunidades, também grandes riscos. Antes, tudo vinha no papel. Agora vem na tela. Para uns, maneja-se melhor um texto no papel; para outros, na tela. Questão talvez de hábito. Em termos mais práticos, a multimodalidade pode alargar muito as chances de argumentar, porque dispõe de muitos recursos audiovisuais aproveitáveis, tornando o texto mais fluido, flexível, manejável, além de atraente e motivador.

(Pedro Demo, via aqui). Postei o seguinte comentário: "Como docente no ensino superior, estou confuso e tentando adaptar ao mundo moderno. Gosto muito da Wikipedia e uso vídeos de comerciais em sala de aula do doutorado."

Tempo para Facebook?

Notícia do G1 reproduz as palavras do executivo Mark Zuckerberg, que afirmou que o Facebook precisará de "alguns anos" para resolver os problemas de privacidade. O executivo defendeu o modelo de negócios da empresa, que está sob ataque depois das denúncias de falta de privacidade dos dados dos usuários, além da crítica de Tim Cook, executivo da Apple.

Zuckerberg afirmou que um dos problemas do Facebook é seu "idealismo", concentrando-se nos aspectos positivos de conectar as pessoas, e que "não passamos tempo suficiente investindo ou pensando em alguns dos usos negativos das ferramentas".

Buffett e a Contabilidade

Em 1993, o investidor Warren Buffet fez uma palestra na Universidade de Nebraska, onde teceu comentários sobre a importância da contabilidade (e de entender a contabilidade) no mundo dos negócios:




Eu recebi uma excelente educação aqui, eu estava contando ao reitor que a coisa mais valiosa que aprendi aqui, eu aprendi muito, mas a mais valiosa foi a contabilidade e nós tívemos um professor maravilhoso chamado Gray Dean. (...) As pessoas me perguntam qual a minha opinião sobre a escola de administração e como, ou até mesmo se elas não estudaram na faculdade de administração, o que precisariam saber antes de entrar no mundo dos negócios. Eu digo a eles que você precisa.

Você tem que entender que a contabilidade é a linguagem da mídia. Seria como estar em um país estrangeiro sem conhecer a língua, se você está nos negócios e não entende contabilidade.

Rir é o melhor remédio






Mais aqui

02 abril 2018

Contador e jogador de xadrez

Um dos maiores jogadores do mundo, talvez o maior jogador “amador” do mundo, foi também contador. Samuel "Sammy" Reshevsky, nascido em 1911, foi grande mestre e chegou a disputar o título de campeão mundial, além de ter sido campeão dos Estados Unidos por oito vezes.

Foi uma criança prodígio (vide fotografia)

Reshevsky graduated from the University of Chicago in 1934 with a degree in accounting and supported himself and his family by working as an accountant. (Fonte: Aqui)

Ucrânia x PwC

Em 2017 postamos aqui que a Ucrânia poderia banir a PwC pelo trabalho realizado no Privat Bank. Na ocasião a notícia era que o Banco Central encontrou problemas no banco e na auditoria feita pela PwC, o que levou o banco central do país a reforçar o capital do Privat Bank em 1,5 bilhão.

Pois bem, o governo de Kiev não somente proibiu a PwC de auditar bancos da Ucrânia em razão dos problemas encontrados no PrivatBank. Agora o governo anunciou que está processando a PwC da Ucrânia e do Chipre num valor de 5 bilhões de dólares, que corresponde, aproximadamente, ao valor do déficit encontrado no banco privado. Segundo as investigações, 95% dos empréstimos concedidos estavam vinculados as empresas dos acionistas.

A Máquina

Sobre a série da Netflix O Mechanismo, a Bloomberg analisou o grande problema:

Parte do problema é a densidade de detalhes em um caso que mergulha em camadas sobrepostas de autoridades governamentais, partidos políticos, marcas corporativas e instituições policiais, de auditoria e de supervisão financeira. Talvez para deixar os espectadores não-iniciados atualizados, Padilha reúne boa parte desta série de oito episódios com narração de fora da câmera, contando a história em vez de mostrá-la.
Outro problema é a dose extra de licença poética que Padilha [o diretor] usa para acelerar o ritmo. Embora "inspirado em fatos reais", "O Mecanismo" muda nomes, embaralha datas e embeleza personagens, começando com o ex-policial bipolar que conduz secretamente a investigação de sua garagem, como um deus ex machina.

Isto não significa que não vale a pena assistir. Pelo contrário. Com a nota 9,2 no IMDB mostra, a série possui muitas qualidades. O fato de ter trocado uma fala - um pecado mortal para aqueles que não gostam dos fatos narrados na série - é um mero detalhe.

Como somos um blog de contabilidade é bom lembrar que a série destaca o papel do contador na descoberta do esquema de corrupção. (Foto: Carolina Abras, no papel Verena Cardoni)