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24 março 2014

História da Contabilidade A questão inflacionária antes da Lei 6404 (continuação)

continuação

Muito antes da Lei 6.404, a normatização brasileira já admitia a correção das demonstrações contábeis. Tudo começou na década de 30, conforme já comentamos em postagem anterior (1). Este texto irá focar num conjunto de normas que surgiram a partir do final da década de 50.

Em 1958 surge a lei 3.470. Esta norma tratava do imposto de renda e a partir do artigo 57 da correção do imobilizado. Este artigo afirma que

As firmas ou sociedades poderão corrigir o registro contábil do valor original dos bens do seu ativo imobilizado até o limite das variações resultantes da aplicação, nos têrmos dêste artigo, de coeficientes determinados pelo Conselho Nacional de Economia, cada dois anos. Essa correção poderá ser procedida a qualquer tempo, até o limite dos coeficientes vigentes à época, e a nova tradução monetária do valor original do ativo imobilizado vigorará, para todos os efeitos legais até nova correção pela firma ou sociedade.


É possível perceber que a norma ainda era bastante restrita, já que impunha um teto na correção, que era realizada a cada dois anos. No parágrafo primeiro do artigo explica a aplicação do inflator:

O coeficiente referido neste artigo será calculado de modo a exprimir a influência, no período decorrido entre o ano da aquisição do bem a 31 de dezembro do segundo ano de cada biênio, das variações do poder aquisitivo da moeda nacional na tradução monetária do valor original dos bens que constituem o ativo imobilizado. Em cada biênio será fixado um coeficiente para cada um dos anos dos biênio anteriores.

O que limitava ainda mais a correção do imobilizado. Além disto, o parágrafo impedia a correção de certos ativos, como aqueles adquiridos através de empréstimos no Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, o atual BNDES. O parágrafo sexto indicava que o aumento deveria resultar no aumento do capital, sendo tributado (parágrafo sétimo).

Finalmente é importante observar que o inflator era fixado pelo Conselho Nacional de Economia.

Em 1963, a lei 4239 aprovava a questão da correção para as empresas localizadas na área de atuação da antiga Sudene (basicamente o Nordeste do Brasil). Isto incluia a questão tributária. A lei foi regulamentada pelo Decreto 52779, do mesmo ano.

Em 16 de julho de 1964 é aprova a Lei 4357. Esta legislação comentava sobre a emissão de títulos públicos e a correção monetária do ativo imobilizado. É tipicamente uma legislação tributária, onde afirma que a correção monetária do imobilizado para pessoas jurídicas, prevista no artigo 57 da Lei 3470, torna-se obrigatória. Isto tinha reflexo sobre o capital social. A norma estava mais interessada, no entanto, no recolhimento do tributo.

Pela lei, o resultado da correção era considerado no passivo não exigível. Mas a lei não abrangia a todas as empresas, já que as sociedades de economia mista ficavam dispensadas da obrigatoriedade da correção monetária.

Finalmente, o Decreto-lei 1338, de julho de 1974, fez uma alteração legislação tributária e na contabilização. Por esta lei, o valor da correção passaria pela conta de “Lucros e Perdas”.

Referência
(1) Vide aqui e aqui

Social Impact Bonds



Não causa nenhuma surpresa que a crescente comunidade global de investimentos de impacto tenha virado seu foco para o Brasil, um país com uma das mais altas taxas de desigualdade econômica no mundo e um índice Gini de 54.7 (em comparação com 31.6 da OCDE). Antes da Village Capital denominá-lo como uma das dez principais tendências em investimentos de impacto a serem observadas em 2012, o Brasil já tinha produzido alguns dos primeiros fundos de impacto da América Latina, tais como o famoso Vox Capital. O movimento está crescendo e pronto para assumir novas ideias em 2014. Uma delas poderia ser os Social Impact Bonds (SIBs ou Títulos de Impacto Social).

Os SIBs são uma forma inovadora de financiar os serviços sociais, já tendo passado por um programa piloto em três países: Reino Unido, EUA e Austrália. O conceito entrou recentemente no mercado latino-americano por meio dos esforços do Instiglio, que está ajudando a desenvolver um SIB na Colômbia. O conceito inicial, desenvolvido pela organização Social Finance UK, envolve uma instituição intermediária que identifica um grupo de organizações sem fins lucrativos que buscam solucionar um determinado problema social. O intermediário então emite SIBs para investidores, semelhante à forma que uma empresa emitiria um título tradicional, e os recursos da emissão são utilizados para financiar as necessidades de capital de giro das organizações sem fins lucrativos.

Até a maturidade do título, o intermediário monitora o progresso das organizações sem fins lucrativos na obtenção de certos resultados sociais determinados pelo governo. Se essas entidades atingem os resultados almejados até o vencimento do título, o governo paga aos investidores seu capital investido acrescido de uma taxa de retorno. Caso isso não ocorra, o governo não paga nada e os investidores não são reembolsados. Assim, os contribuintes pagam apenas por intervenções bem sucedidas, com o setor privado absorvendo as perdas daquelas que não são bem sucedidas.

O programa piloto original de 2010, voltado para as taxas de reincidência em uma prisão de Peterborough, Inglaterra, ajuda a ilustrar. O Social Finance UK serviu de intermediário e escolheu entidades sem fins lucrativos que apoiam ex-prisioneiros, de modo a evitar a sua reincidência no sistema carcerário. Se as taxas de reincidência caírem mais de 7,5 % ao final de oito anos, o governo do Reino Unido pagará aos investidores o seu capital investido acrescido de juros, com o potencial para taxas de retorno ainda maiores se a taxa de reincidência cair ainda mais. Caso contrário, o governo não paga nada. Dessa forma, o governo espera economizar dinheiro no longo prazo devido à diminuição da população carcerária e aumentar sua eficiência para atingir este objetivo ao investir apenas se as intervenções funcionarem.

Atualmente, os SIBs estão sendo considerados em vários países ao redor do mundo para solucionar questões variadas, tais como taxas de desemprego e gravidez na adolescência. O Brasil enfrenta uma série de problemas que se prestam a projetos SIB; por exemplo, ter a quarta maior população carcerária do mundo, ficando atrás apenas dos EUA, Rússia e China.

A implementação da ideia certamente enfrentaria vários desafios. Os SIBs exigem um compromisso de longo prazo do governo de pagar um retorno sobre o título na sua eventual maturidade se os resultados esperados são atingidos, podendo ser daqui a uma década, e os investidores precisam se sentir seguros com este compromisso. A confiança dos investidores no Brasil tem diminuído após políticas econômicas impopulares nos últimos anos e desaceleração da taxa de crescimento em meio ao aumento da dívida pública e inflação. Assim, os espectadores aguardam cautela contínua do mercado enquanto se espera o resultado das eleições em outubro. Além disso, a estrutura tributária brasileira fornece pouca proteção para possíves perdas de investidores em um projeto SIB.

O sistema, já oneroso, oferece incentivos fiscais relativamente insignificantes para a filantropia privada tradicional. Em comparação, países como os EUA, por exemplo, permitem incentivos para a filantropia que realmente proporcionam retorno. Ao contrário de alguns anos eleitorais anteriores, quando o governo adicionou incentivos fiscais para impulsionar o crescimento e aumentar sua popularidade, espera-se que os incentivos tributários existentes diminuam este ano a fim de melhorar o déficit fiscal. Consequentemente, pode ser que reformas para incentivar os investimentos sociais de risco, como SIBs, tornem-se ainda menos prováveis.

Um dos benefícios deste produto, no entanto, é o conjunto aparentemente infinito de possibilidades de estruturá-lo de maneira criativa, tentando minimizar possíveis desvantagens. Uma versão dos SIBs, chamada de Títulos de Impacto do Desenvolvimento (DIBs), foi proposta recentemente por um grupo organizado pelo Center for Global Development e Social Finance UK. A estrutura é semelhante a um SIB, mas o pagador sobre a totalidade ou parte do título é um país doador ou mesmo uma fundação.

[..]

Fonte: aqui

Norma Contábil e mercado de trabalho

A adesão do Brasil ao padrão internacional de reporte financeiro (International Reporting Financial Standards - IFRS) criou condições para o aumento do intercâmbio na área de controladoria, tanto com a exportação de mão de obra brasileira quanto com a importação de trabalhadores estrangeiros.

"Em 2008, decidimos internacionalizar as normas contábeis, mas hoje são poucos os profissionais que conhecem os IFRS. Quem sabe é muito valorizado pelo mercado", diz Rubens Lopes da Silva, conselheiro da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Para o executivo francês Guillaume Bomfin Rochy, de 36 anos, que hoje atua como CFO no País de uma multinacional do ramo de mídia out of home (outdoors, peças de mobiliário urbano etc), a adequação brasileira aos procedimentos internacionais traz clareza ao mercado local e cria condições mais favoráveis para os investimentos estrangeiros por aqui.

Rochy, que está há 12 anos no Brasil, sofreu, no início de seu contato com o mercado tupiniquim, para entender os nossos complexos sistemas fiscal e contabil. "Essa mudança contábil é muito boa, mas ainda são muitos impostos e que mudam constantemente". Agora, ele acredita que a dificuldade para os estrangeiros seja o de trabalhar com uma visão local da parte fiscal, aliando-a a um conhecimento contábil internacional.

(Globalização de norma contábil criou opções, Estado de SPaulo, Empregos, p. 3)

Listas: Os executivos de tecnologia mais admirados

10. Frank D'Souza, Cognizant Technology Solutions
9. John Donahoe, eBay
8. Tim Cook, Apple
7. Jerry Kennelly, Riverbed Technology
6. Marc Benioff, Salesforce.com
5. Larry Page, Google
4. Mark Zuckerberg, Facebook
3. Brad Smith, Intuit
2. Paul Jacobs, Qualcomm
1. Jeff Weiner (fotografia), LinkedIn

Fonte: Aqui

23 março 2014

Rir é o melhor remédio


Sobre o futuro do técnico

Um grupo de trabalho com participação da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) estudará soluções para impedir o fim da profissão de técnico em contabilidade. O objetivo é reunir nesse comitê o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), associações e sindicatos que representam bacharéis e contadores de nível técnico, além de integrantes dos Ministérios do Trabalho e Emprego e da Educação, conforme deliberação de audiência pública realizada pela comissão nesta quinta-feira (20).

Em decorrência de norma aprovada em 2010 pelo Congresso, a atividade passou a exigir formação de nível superior. A partir de 2015, os registros serão concedidos apenas para os bacharéis em Ciências Contábeis. Já os técnicos só poderão se registrar até 1º de junho do ano que vem, sem prejuízo para os que até lá estejam licenciados, atualmente perto de 188 mil profissionais.

- O assunto preocupa e creio que seja necessário novo encaminhamento – opinou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS), que preside a comissão.

A audiência foi proposta pelos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Paulo Davim (PV-RN). Paim também se mostrou preocupado com o risco de extinção da profissão e apelou para uma saída que atenda aos dois segmentos da atividade. A comissão deverá apresentar alternativas até o final de abril.

O limite de prazo para acolhimento dos pedidos de registro de técnicos foi estabelecidos por meio da Lei 12.249, de 2010, decorrente de uma medida provisória que originalmente tratava apenas de incentivos para infraestrutura na indústria petrolífera. Segundo Luiz Sérgio da Rosa Lopes, presidente da Federação dos Contabilistas nos Estados nos Estados do Rio, Espírito Santo e Bahia, o dispositivo foi uma de muitas emendas inseridas na MP durante a tramitação da matéria na Câmara dos Deputados que adiante foram confirmadas pelo Senado.

O dispositivo passou a fazer parte da norma que regulamenta a profissão dos contadores e dos técnicos em contabilidade, o Decreto-Lei 9.295, de 1946. Ainda de acordo com Lopes, este decreto vinha regendo “harmoniosamente” os dois segmentos até a edição da nova lei, em decorrência de MP que comportou uma “miscelânea suspeita” de modificações, inclusive para tratar do Programa Minha Casa, Minha Vida.

- A esdrúxula lei é fruto das aberrações legislativas que correm em nosso país, por iniciativa daqueles que querem atender interesses minoritários – criticou Lopes.

Ao indagar sobre as motivações da medida, Lopes disse recusar a ideia de que tenha sido adotada com o objetivo de “sufocar” os pequenos escritórios - em sua maioria sob o comando de técnicos – e suprimir a concorrência. A seu ver, nesse caso teria sido cometido um equívoco.

- O mercado encontrará outra solução, até mesmo por meio da supressão da obrigatoriedade da escrituração contábil, em prejuízo dos próprios contadores.

Para Lopes, que tem formação como contador, a restrição aos técnicos também não interessa aos empresários, pois reduzirá a oferta de prestadores de serviços contábeis, o que pode levar ao aumento dos preços impostos pelo cartel dos bacharéis. Também mencionou o risco de uma desassistência de profissionais da área em regiões do interior, longe dos grandes centros. A seu ver, os bacharéis dificilmente vão querer atuar nessas localidades.

O professor universitário Marcone Hahan de Souza, também contador, igualmente defendeu a coexistência dos dois segmentos. Ele lembrou que o Brasil é um país empreendedor, destacando-se nesse campo em segundo lugar no mundo, havendo lugar e necessidade para bacharéis e técnicos. Disse que há pontos similares nas atividades, mas também diferenças, sendo destinados aos bacharéis atividades de auditoria e especialização no campo acadêmico.

O professor também criticou os que defendem a extinção da profissão dizendo que a formação do técnico não é adequada. Segundo ele, as provas realizadas pelo CFC já atuam como filtro, selecionando os que estejam aptos para atuar, tanto técnicos como bacharéis. Também observou que hoje há atividades comuns entres os dois segmentos, mas também especificidades.

Segundo Marcone de Souza, sempre “pairou uma nuvem” pela extinção dos técnicos. Ele lembrou que o CFC já havia baixado uma resolução nesse sentido, mas que foi derrubada na Justiça. A seu ver, um bom caminho seria regulamentar o nível técnico por meio da regulamentação no campo dos tecnólogos. Também sugeriu que, para uma melhor coexistência, poderia se fazer segmentos mais claras das atividades, definindo que pode ou não fazer perícia ou mesmo definindo limite de faturamento empresarial que pode comportar a atuação apenas de técnicos na contabilidade.

Cursos irregulares

Oscar Lopes da Silva, que é especialista em contabilidade e auditoria, salientou que não foi a medida provisória quem extinguiu a profissão de técnico e que essa medida apenas regulamentou medida adotada pela vigente Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, que retirou o curso da lista geral. Assim, lembrou o expositor, os cursos técnicos na área estariam sendo ofertados de forma irregular.

Também professor universitário, Oscar Lopes foi quem mais questionou a qualidade da formação dos técnicos. De acordo com ele, os profissionais chegam ao mercado sem preparo adequado, depois de passar por cursos com carga reduzida e pouco conteúdo específico. Marcone de Souza, em contraposição, afirmou que também há problemas na formação dos bacharéis.

Discussão garantida

A defesa mais firme das medidas de restrição aos cursos técnicos partiu de Zulmir Ivânio Breda, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do CFC, que representou o órgão. De acordo com ele, a lei da profissão precisava ser atualizada e que a iniciativa foi debatida amplamente em todo o país, por meio de audiências públicas, disso resultando as sugestões levadas ao governo e ao Congresso.

- Pelo que se ouviu aqui, passou-se a ideia de que a proposta foi elaborada em gabinetes fechados, sem qualquer discussão – rebateu.

Depois de reforçar as criticas aos cursos técnicos, ele disse que apesar das deficiências de formação esse segmento pode exercer praticamente todas as prerrogativas dos contadores, essa uma categoria com cerca de 300 mil profissionais. Também disse que a área passou por mudanças importantes nos últimos dez anos, desde quando o país foi obrigado a fazer a convergência para os padrões internacionais de normas contábeis, o que amplias as exigências sobre os profissionais.

Para Daniel Souza dos Santos, que preside o Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, é um contra-senso acabar com o nível técnico no momento em que o governo se esforça para ampliar a formação profissional no país. Ele trouxe para a comissão um abaixo-assinado com apoio de mais de cem entidades pedido a revogação do dispositivo da lei que extingue a possibilidade de registro a partir do ano que vem.

Alerta

Participou ainda da audiência o senador José Pimentel (PT-CE), que também refutou afirmações de que a mudança via medida provisória passou sem o devido debate. Ele também teve o cuidado de esclarecer que qualquer nova solução não poderá nascer por meio de projeto de lei de iniciativa do Legislativo. A prerrogativa seria do Executivo, que responde pela iniciativa de propor lei para regulamentar ou alterar estatutos de profissões.Exatamente por isso, conforme o senador, que a extinção do curso aconteceu por meio da LDB, cabendo à medida provisória apenas estabelecer prazo para o fim do registro.

- Estou dizendo isso para que vocês nãos saiam daqui enganados, com falsas expectativas – ressaltou.


Fonte: Senado, via aqui

22 março 2014

Rir é o melhor remédio


Mickey e Miney nos anos 1930

Fato da Semana

Fato da Semana: O caso Petrobras, com a compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, por um valor muito acima do mercado. Apesar do assunto já ter sido objeto de notícia anteriormente, agora chegou a ser o assunto em razão do envolvimento (?) da presidenta da república. A proximidade das eleições indica que mais notícias irão aparecer e que o tema não será esquecido facilmente.

Qual a Relevância disto? Na área contábil, o assunto sempre envolveu algumas questões importantes: (a) processo de decisão de investimento (projeção de orçamento, uso de opção, entre outros aspectos); (b) governança corporativa, incluindo o papel do Conselho de Administração da empresa; (c) sistemas de controle, que permitiu que mais uma decisão nociva ao investidor fosse tomada; (d) evidenciação dos eventos ao longo do tempo; (e) a influencia política nas decisões financeiras da empresa; entre outros assuntos. A discussão que virá poderá esclarecer alguns pontos obscuros que ainda permanece. Mas certamente não foi uma boa decisão para o investidor.

Ah, sim. E o teste de impairment?

Positivo ou negativo? Se a empresa e os investidores aprenderem a lição, será uma discussão positiva. Poderá envolver, por exemplo, a restrição na indicação política para os cargos relevantes como o Conselho de Administração. Atualmente as vagas destes conselhos nas empresas estatais são preenchidas para “premiar” funcionários do executivo com uma “boquinha”. Mas se a discussão for somente política, perderemos tempo e uma grande oportunidade de melhorar os mecanismos de gestão das empresas ou até discutir a validade de ter uma empresa estatal no setor de petróleo.

Desdobramentos: Acredito que a discussão irá aumentar nos próximos dias em razão do conteúdo político. O governo tentará mudar o foco para algum funcionário e a oposição pedirá investigações.


Outros fatos: Algumas semanas é um dilema para escolher o fato da semana pela quase ausência de assuntos relevantes. Esta não. Leasing, mancada da Fundação IFRS e discussão sobre a extinção do técnico em contabilidade foram temas importantes. 

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia sobre a contabilidade durante a semana:

1. Esta entidade contábil estará recebendo 50 milhões de libras para os próximos cinco anos.

ASB
Fasb
Fundação IFRS
IFAC

2. A doação da questão anterior será da

Bolsas de Valores de todo o mundo
Comunidade Europeia
Congresso dos EUA
ONU

3. Uma pesquisa da KPMG em conjunto com o Financial Executives Research Foundation mostrou que a evidenciação das grandes empresas em notas explicativas no período de 2004 a 2010

Aumentou no período
Diminuiu após a crise de 2008
Sofreu grandes variações numéricas ao longo do tempo
Sofreu uma redução no período

4. Ainda sobre as notas explicativas, no Brasil a CVM/CPC

Abriu uma consulta pública para tratar do assunto
Decidiu que isto não faz parte da sua agenda de norma
Lançou uma orientação fixando o número de páginas
somente irá pronunciar após norma do Iasb

5. Das Big four, esta empresa foi a que apresentou mais taxa de crescimento da receita em 2013

Deloitte
EY
KPMG
PwC

6. A área de negócio que apresentou maior taxa de crescimento foi

Auditoria
Consultoria
Impostos
Outros temas

7. Duas empresas brasileiras foram listadas entre as mais éticas do mundo. A Natura recebeu a distinção pela quarta vez e a novidade foi a presença de uma entidade vinculada ao governo brasileiro:

Banco do Brasil
Caixa
Correios
Petrobras

8. O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do Banco Central indica que

Em nenhum dos cenários simulados haveria insuficiência de capital
Poderia existir insuficiência de capital na hipótese de guerra na Crimeia
Poderia existir insuficiência de capital se houver crise na Argentina
Somente no caso de crise extrema haveria insuficiência

9. A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) discutiu, esta semana, um assunto de relevância para a contabilidade

A abertura do mercado de trabalho para profissionais estrangeiros
A extinção da profissão de técnico em contabilidade
A obrigatoriedade de balanço social para todas as empresas estrangeiras
Importação de profissionais cubanos para resolver a carência brasileira

10. Esta semana Fasb e Iasb estiveram reunidos para tentar fechar a norma de

Instrumentos Financeiros
Leasing
Reconhecimento de receita
Seguros

Resposta: (1) Fundação IFRS; (2) Comunidade Europeia; (3) Aumentou no período; (4) Abriu uma consulta pública para tratar do assunto; (5) EY; (6) Consultoria; (7) Banco do Brasil; (8) em nenhum dos cenários; (9) extinção da profissão de técnico em contabilidade; (10) Leasing

Se acertou 9 ou 10 = Excelente; 7 ou 8 = Bom; 5 e 6 = Regular

Risco Brasil


A figura mostra que o nível de risco do Brasil nunca foi tão elevado quanto nos últimos anos. Depois do aumento do risco em 2009 e 2012-2013, o risco do Brasil voltou aos níveis elevados.

21 março 2014

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Leasing

Em 2006 a entidade responsável pelas normas contábeis internacionais, Iasb, lançou um projeto em conjunto com a entidade que elabora as normas dos Estados Unidos, o Fasb, para o leasing. Atualmente as normas, segundo ambas as entidades, classificam estas operações em dois tipos: o leasing que efetivamente é um aluguel e o leasing que corresponde a uma compra disfarçada.

A abordagem atual apresenta uma série de defeitos. Talvez a mais importante seja o fato de deixar fora do balanço patrimonial da entidade que faz o contrato de leasing o ativo. Como os contratos são muitas vezes feitos com a finalidade de esconder o ativo da arrendadora, as normas existentes terminam por deixar fora do balanço estas operações. Outro problema é que para estabelecer a separação entre os dois tipos de leasing existem alguns testes que devem ser feitos pela entidade.

A proposta de estudar o assunto decorre justamente das falhas das normas atuais. Em 2010 as duas entidades chegaram a um consenso e fizeram uma minuta. Entretanto, o resultado não agradou e uma nova rodada de estudos foi realizada, culminando com a divulgação de uma proposta no ano passado.

O que difere a nova proposta da situação atual? Basicamente a proposta atual olha as características do contrato; já a proposta de 2013 deixa de lado o documento assinado entre a arrendadora e arrendatária e passa a considerar o ativo. Conforme comentamos no primeiro parágrafo, temos atualmente dois tipos de leasing. Pela discussão entre o Iasb e o Fasb os ativos seriam classificados conforme a existência (ou não) de desgaste durante o contrato. O arrendamento de um terreno, por exemplo, não “desgasta” este ativo; portanto, seria contabilizado de uma forma. Já o arrendamento de uma maquia sofre este desgaste e teria outra contabilização. O contrato não seria o assunto mais relevante nesta história.

A proposta foi levada ao público através de um processo chamado de audiência pública. O resultado não foi muito animador, já que o volume de críticas foi muito elevado, indicando ser esta uma das propostas mais impopulares já submetidas por estas duas entidades. As críticas foram as mais diversas: elevada complexidade, redução da atratividade das operações de arrendamento com efeitos sobre o setor, relação custo-benefício pouco atrativa, entre outras.

Novidades. Nesta semana as duas entidades estiveram reunidas para tentar fechar uma proposta única para o assunto, após as críticas recebidas na audiência pública. Durante dois dias a discussão mostrou que em algumas áreas ainda existem divergência. Basicamente o Iasb é adepto de uma abordagem mais simples, com o reconhecimento de todas as operações. Já o Fasb optou por uma abordagem dual, com o registro dependendo do tipo de leasing. Para o Iasb, todas as operações de leasing seriam tratadas como se ocorresse compra de direito de uso do ativo de maneira financiada.

Existem outras diferenças, como o tratamento aos pequenos itens. Mas a posição do leasing é preocupante para quem desejaria a convergência das normas internacionais, inclusive o mercado de capital mais desenvolvido do mundo.

Para ler mais:
TYSIAC, Ken. Boards remain Split on lease expense recognition. Journal of Accountancy , 19 de março de 2014.

KATZ, David. Lease accounting standard inches forward. CFOMagazine  20 de março de 2014. 

Extinção do Técnico de Contabilidade

Do Senado, via blog do Atelmo

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) realiza, nesta quinta-feira (20), a partir das 10h30, audiência pública para debater a extinção da profissão de técnico em contabilidade.

O senador Paulo Paim (PT-RS), ao justificar o requerimento com essa finalidade, disse que há um movimento pelo fim da profissão, mas observou que ele não está convencido sobre a pertinência dessa decisão. O senador se disse preocupado com essa possibilidade, uma vez que defende o incentivo ao ensino técnico.

Para discutir o tema, Paim sugeriu o convite a representante do Ministério do Trabalho e Emprego; ao presidente do Conselho Federal de Contabilidade, Juarez Domingues Carneiro; ao presidente do Sindicato dos Contabilistas de Porto Alegre, Daniel Souza dos Santos e ao 2º vice-presidente da mesma entidade, Marcone Hahan de Souza; ao contador Luís Sérgio da Rosa Lopes; e ao professor de Contabilidade Oscar Lopes da Silva.

Solvência

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Banco Central, em nenhum dos cenários de inadimplência simulados haveria insuficiência de capital. Na avaliação da autoridade monetária, a inadimplência apresentou queda influenciada pelo melhor desempenho dos bancos privados, que ampliaram a participação de modalidades de menor risco de crédito na carteira, a exemplo financiamento imobiliário e crédito consignado.

A solvência do sistema financeiro, de acordo com o BC, permaneceu elevada e apresentou adequada capacidade de suportar efeitos de choques decorrentes de cenários macroeconômicos adversos, de mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência. O sistema também apresentou resistência frente a simulações de queda generalizada dos preços dos imóveis residenciais.

O Índice de Basileia (IB) do Sistema Financeiro Nacional atingiu 16,1% no segundo semestre de 2013, de acordo com o relatório do BC. O nível mínimo regulatório é de 11%. Esse patamar, aliado à elevação do ritmo de crescimento do Patrimônio de Referência (PR) e ao alto nível da relação capital próprio sobre os ativos, levou a autoridade monetária a concluir que "a solidez do sistema continua confortável" e a "solvência do sistema bancário permanece em patamar elevado".

De acordo com o REF, o Patrimônio de Referência do sistema bancário atingiu R$ 618,9 bilhões em novembro do ano passado, ficando R$ 13,3 bilhões acima do verificado em junho de 2013. De acordo com o BC, toda essa elevação se deveu ao capital nível I, enquanto houve redução no capital nível II.

"Vale destacar que o valor do capital principal está bem acima do mínimo requerido e inclusive supera o requerimento de capital total, que poderia ser parcialmente atendido com outros tipos de capitais de menor qualidade", acrescenta o BC.


Fonte: Aqui

O Conselho de Administração

Sobre a compra da refinaria nos EUA por parte da Petrobras, a polêmica é se o Conselho de Administração tinha as informações para a aprovação do negócio ou se foi manipulado. A empresa afirmou que o Conselho teve acesso aos documentos, incluindo os pareceres jurídicos (o que não é grande coisa: o importante seria o estudo de viabilidade).

A decisão está sendo investigada e torna-se mais polêmica já que na época a presidência do Conselho era exercida pela atual presidenta da república. Segundo o Estado de S Paulo:

Um terceiro diretor, hoje político, também sustenta a disponibilidade de informações a quem está no conselho. "Acho pouco provável que algum processo chegue ao conselho (de administração da Petrobrás) sem estar devidamente instruído para liberação dos diretores e conselheiros", afirmou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que comandou a área de Gás e Energia da Petrobrás e é apontado como um dos padrinhos de Nestor Cerveró na estatal.


Seria interessante que o estudo de viabilidade tornasse disponível...

Listas: Os países mais felizes do mundo segundo o Instagram

1. Brazil 60.8
2. Nicaragua 59.4
3. Colombia 49.8
4. Bolivia 48.1
5. Costa Rica 47.4
6. Honduras 47.2
7. Venezuela 45.2
8. Philippines 44.8
9. Guatemala 42.0
10. Mexico 40.1

Fonte: Aqui (após analisar mais de 150 milhões de postagens no Instagram)

Contador de Rihana

A cantora Rihana acusou o ex-contador de induzi-la com decisões financeiras desastrosas. Agora o contador resolveu contar o seu lado: ele não foi contratado para dar conselhos e que a cantora tomou diversas decisões desastrosas (compra de sapatos, roupas e jóias, festas extravagantes, decisões de investimentos etc).

A empresa mais ética do mundo é...

O Ethisphere Institute premiou o Old National Bank com o prêmio de empresa mais ética do mundo de 2014. O Ethisphere é uma entidade independente que promove práticas de governança e ética. A avaliação baseia-se num quociente de ética que foi desenvolvido ao longo do tempo para avaliar as entidades. São cinco categorias: ética e compliance, reputação de liderança e inovação, governança, cidadania corporativa e responsabilidade e cultura de ética.

Entre as empresas premiadas, acredite o leitor, o Banco do Brasil (pela primeira vez) e a Natura (a quarta vez).

Frase

Análise de dados é mais uma arte que uma ciência

(Allison Schrager)

20 março 2014

Rir é o melhor remédio


Crescimento das Big Four

O gráfico mostra o crescimento da receita nas grandes empresas de auditoria, por área. A EY foi aquela que mais cresceu.

Música e Contabilidade 2

No passado mostramos como a contabilidade aparece nas músicas. Eis um trecho:
Em português não conhecia nenhuma letra que tivesse os dois termos até escrever este artigo. O mais próximo seria uma letra do Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Mas pesquisando sobre o assunto encontrei a música Pra se sentir melhor , de LS Jack, com a seguinte letra:

Mas as pessoas não precisam ter ilusões
Pra se sentir melhor
Pra dentista é muito candidato
História não dá status
Contabilidade não dá prestígio
Mas surpresa! Descobri uma música do Premeditando o Breque que fala no contador. Trata-se da “4:12”, do álbum Alegria dos Homens, que conta a história de um casal que entra o comércio de drogas. A mulher fica rica e o marido canta:

E hoje temos uma firma
Ela é presidente
Modestamente eu sou contador

A influência das “Listas”

Recentemente começamos, neste blog, a divulgar diariamente “listas”. Os assuntos são os mais variados possíveis, incluindo cinema, praias (hoje), contabilidade, cidades etc. Parece que as pessoas amam rankings.

Mas existem sutilezas nas listas. Uma curiosidade é que a grande maioria das listas contemplam números divisíveis de dez: as dez melhores praias, os cem livros que você deve ler, entre outros. O gráfico  mostra uma pesquisa realizada no Google para saber qual o número final das listas: os rankings terminados em zero são a grande maioria. Em segundo lugar, bem distante, os rankings terminados em cinco.

Um aspecto curioso é que as pesquisas parecem mostrar que para o leitor a distância entre o 10º. E o 11º. É muito grande.

Erro na Compra

O governo reconheceu nesta quarta-feira, por meio de nota da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, que a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006, foi embasada em um parecer técnico "falho".

Em reportagem publicada hoje, o jornal O Estado de S. Paulo afirma que a compra da refinaria teve o aval da presidenta Dilma Rousseff, que na época era ministra-chefe da Casa Civil e presidente do Conselho de Administração da Petrobras.


É interessante que somente agora reconheceram a falha. O notícia é antiga. Qual a razão?

"A aquisição pela Petrobras de 50% das ações da Refinaria de Pasadena foi autorizada pelo Conselho de Administração, em 3 de fevereiro de 2006, com base em Resumo Executivo elaborado pelo diretor da Área Internacional. Posteriormente, soube-se que tal resumo era técnica e juridicamente falho, pois omitia qualquer referência às cláusulas Marlim e de Put Option que integravam o contrato e que, se conhecidas, seguramente não seriam aprovadas pelo Conselho", diz a nota divulgada pelo Palácio do Planalto na manhã de hoje.

Isto provavelmente é verdade. A decisão de executivo ocupados, como era o caso dos participantes do Conselho de Administração, depende da qualidade dos assessores. Mais ainda, em geral estes CA são indicação política, não técnica.

A compra da refinaria está sendo investigada pela Polícia Federal, Tribunal de Contas da União, Ministério Público e Congresso Nacional por suspeita de superfaturamento e evasão de divisas.

Aqui pode estar a razão para a nota da Secom.

De acordo com a justificativa do governo, o Conselho de Administração da estatal só tomou conhecimento da existência das cláusulas Marlim e de Put Option em março de 2008, quando foi consultado sobre a compra da outra metade das ações da refinaria, prevista no contrato.

Assinaram sem ler? Não foram informados? Não questionaram a razão da aprovação da compra de uma refinaria no exterior?

A cláusula Put Option obriga uma das partes da sociedade a comprar a outra em caso de desacordo entre os sócios. Após desentendimentos sobre investimentos com a belga Astra Oil, sócia no negócio, a estatal brasileira teve que ficar com toda a refinaria.

"Nessa oportunidade, o Conselho tomou conhecimento da existência das referidas cláusulas e, portanto, que a autorização para a compra dos primeiros 50% havia sido feita com base em informações incompletas", diz o texto.

Quem é o responsável que não repassou esta informação.

Em seguida, de acordo com a nota da Secom, o Conselho da estatal decidiu não comprar as ações e abrir processo arbitral contra o grupo belga Astra Oil. Em 2012, a Petrobras teve que concluir a compra, após decisão da Câmara Internacional de Arbitragem de Nova York, confirmada pelas Cortes Superiores do Texas.

Fonte: Brasil Econômico. Em outra reportagem, o antigo presidente defendeu a aquisição:

O ex-presidente da estatal defende a aquisição da unidade, com base nos mesmos argumentos que apresentou a parlamentares em uma audiência no Senado, em agosto do ano passado. Na época, ele declarou que a negociação foi feita a partir de análises técnicas, seguindo o plano de negócios da Petrobras, que previa a expansão da capacidade de refino da empresa no exterior. De acordo com ele, a negociação foi "adequada" para os parâmetros de quando foi realizada (em 2005), antes da descoberta do pré-sal brasileiro (em 2007) e da crise econômica mundial de 2008.

Listas: 10 melhores praias do mundo

1. Baia do Sancho, Fernando de Noronha, Brasil
2. Grace Bay, PRovidenciales, Turks and Caicos

3. Flamenco Beach, Culebra, Porto Rico

4. Rabbit Beach, Lampedusa, Itália

5. Whitehaven Beach, Whitsunday Island, Austrália

6. Playa de ses Illetes, Formentera, Espanha

7. Anse Lazio, Praslin Island, Seychelles

8. Lanikai Beach, Kailua, Oahu, Hawaii

9. Rhossili Bay, Swansea, Escócia

10. Playa Norte, Isla Mujeres, México
Fonte: Aqui

19 março 2014

Rir é o melhor remédio





Pai...

Resenha: Auditoria Privada e Governamental

Esta obra – Auditoria Privada e Governamental - tem como subtítulo “Teoria Objetiva e mais de 250 questões comentadas”. Com 16 capítulos, o livro possui um conteúdo bastante amplo. No primeiro capítulo os autores apresentam o conceito da auditoria, sua evolução e os tipos. O capítulo 2 trata da auditoria independente, incluindo aspectos sobre a questão da qualidade. A seguir o texto trata da auditoria interna e suas diferenças com a auditoria independente. O capítulo cinco trata especificamente do controle interno, incluindo aqui uma descrição dos principais aspectos do Coso. Os capítulos cinco ao doze abordam o lado mais prático da atividade de auditoria: planejamento do trabalho, os riscos, os procedimentos, a amostragem, os papéis de trabalho, a opinião do auditor, o uso de outros trabalhos e outros aspectos. A seguir, dos capítulos 13 ao 16, os autores se dedicam a estudar a auditoria governamental.

O livro reflete a experiência dos autores, como auditores e professores de cursos preparatórios. Assim, a obra é marcada pela linguagem direta e enxuta, com diversas dicas para o leitor sobre o conteúdo (e o que é relevante ou não) e resolução de questões de concursos. Para aqueles que pretende fazer um concurso público, o livro é uma indicação certa. Outros que desejam um livro mais prático e conciso do assunto é uma boa opção. O estudante terá sempre a presença de questões com os gabaritos. Ao final, duas surpresas: um pequeno dicionário da área e uma lista de 120 itens chamada de “resumão” pelos autores.

Vale a pena? Sim, para o público ao qual se destina – que pretende fazer concurso ou estudar sobre o assunto. Para os professores, pode ser uma opção aos tradicionais livros de auditoria. Particularmente tenho usado esta obra como fonte de consulta na função que atualmente ocupo na minha Universidade (área de planejamento e orçamento).

FONTENELLE, Rodrigo; BRITO, Claudenir. Auditoria Privada e Governamental. São Paulo: Campus, 2013.

Evidenciação: A obra foi adquirida por este blogueiro.

Listas: Notícias sobre Contabilidade por década

Usando o acervo do jornal O Estado de S Paulo (que tem uma grande série histórica), indicamos o período de dez anos com o maior número de vezes onde a palavra "contabilidade" aparece. A surpresa é os anos 70 apresentarem mais resultados que os 80 e o grande número de ocorrência nos anos 10.

2000 = 12846
1990 = 6245
1970 = 6193
1980 = 4024
1960 = 3760
1950 = 3636
1910 = 2418
1940 = 1304
1930 = 1177
1920 = 1177
1900 = 632
1890 = 286
1880 = 109
1870 = 60

Notas e desempenho

Notas melhores na escola são seguidas por maior remuneração no mercado de trabalho. Essa hipótese acaba de ser testada no Brasil e se mostrou verdadeira. Um estudo da Fundação Itaú Social, que será divulgado hoje, revela que alunos com nota 10% maior em português no Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) têm remuneração 5% superior no início da carreira. Para pontuações 10% mais altas em matemática, o incremento de renda é de 4,6%. (Continue lendo aqui)

18 março 2014

Rir é o melhor remédio


Por Eliana Gomes, via Pinterest

Intervalo de Confiança

Muitas pesquisas acadêmicas têm usado testes estatísticos para verificar se a hipótese apresentada se confirma ou não. E juntamente com estes testes temos a figura do intervalo de confiança. Assim, após levantar os dados e colocar estes valores num software estatístico, faz-se a interpretação dos resultados usando o intervalo de confiança.

Parece fácil e infalível. Basta olhar o resultado do software. Entretanto, três pesquisadores da Universidade de Groningen, além de um do Missouri, fizeram um levantamento com 120 pesquisadores e 442 estudantes, todos do campo da psicologia. Eles apresentaram seis frases envolvendo a interpretação de um determinado intervalo de confiança e solicitaram que os respondentes informassem se a frase era verdadeira ou não. E mas seis frases todas afirmações tinham como gabarito “falso”.

Em média os respondentes apresentaram desempenho ruim, errando, em média, mais de três afirmações. Isto é um sinal de que os pesquisadores, e seus pupilos, não conhecem a interpretação correta do que seria o intervalo de confiança. Obviamente que isto é um sinal alarmante para as pesquisas que estão sendo publicados no mundo. Assim, quando você ler sobre o resultado de uma pesquisa realizada por uma instituição de ensino renomada, desconfie da qualidade da análise. O pesquisador pode ter confundido os resultados.

Leia mais: HOEKSTRA, Rink et AL. Robust misinterpretation of confidence intervals. Psychon Bull Rev, 2014

Listas: Dez ricos vencedores do Oscar

1. Jack Nicholson => Fortuna de $390 milhões de dólares
2 Tom Hanks = $350 milhões
3 Robert De Niro $310 milhões
   Barbra Streisand $310
5 Sean Connery $250 milhões
6 George Clooney $220 milhões
7 Michael Douglas $200 milhões
8 Anthony Hopkins $160 milhões
10 Robin Williams $150 milhões
10 Sandra Bullock $150 milhões

Fonte: Aqui

Recall

A empresa de automóvel General Motors está diante da possibilidade de fazer um recall de 1,5 milhão de veículos por defeito no airbag, além de 1,6 milhão de unidades com defeito no sistema de incêndio. Para resolver estes problemas, a empresa já conta com 300 milhões de dólares, informou o El País.

Isto afetará o resultado da empresa já no primeiro trimestre de 2014.

Fórum de Discussão CPC – Notas Explicativas



Fórum de Discussão CPC – Notas Explicativas (Inscrições abertas)

O CPC - Comitê de Pronunciamentos Contábeis e a FACPC - Fundação de Apoio ao CPC estão realizando Fóruns de Discussão para tratar da Consulta Pública do CPC sobre a ELABORAÇÃO DE NOTAS EXPLICATIVAS que está em período de sugestões desde 20 de janeiro até 24 de março de 2014.

São apresentadas as principais razões para a formação de um grupo de estudos e para a decisão de emitir um documento do CPC sobre a elaboração das notas explicativas e espera-se que os participantes possam fazer as suas sugestões sobre o tema. Nesse sentido o CPC e FACPC têm o prazer de convidá-lo para este Fórum de Discussão CPC que ocorrerá no Auditório da FIPECAFI (Rua Maestro Cardim, 1170 – sobreloja – São Paulo / SP):

Fórum de Discussão CPC – Notas Explicativas - 20/03/2014 das 14hs às 16hs

14:00 - 14:10 – Comentários iniciais sobre o trabalho do Grupo de Estudos - Notas Explicativas (CPC/CODIM) – Haroldo R. Levy Neto - Coordenador

14:10 - 14:30 – Apresentação da Consulta Pública – Prof. Eliseu Martins – Vice Coordenador de Operações do CPC

14:30 - 14:40 – Principais questões a serem respondidas - Aldo Bertolucci – Relator no GE – Notas Explicativas

14:40 - 16:00 – Debates

No aguardo, o mais breve possível, de seu pedido de inscrição pelo e-maileventos@facpc.org.br, pedimos que informe o nome completo, a empresa e/ou aentidade a que pertence e o cargo que ocupa e aguarde a confirmação da sua inscrição.

Os fóruns são gratuitos, mas os lugares são limitados seguindo a ordem de inscrição, sendo primordial que informe se não puder comparecer após a confirmação de sua inscrição.

Será dada prioridade àqueles que ainda não participaram dos fóruns anteriores.

Contatos: Leandro Pellizzaro
eventos@facpc.org.br
Telefone: 11 3628-8882

17 março 2014

Rir é o melhor remédio


História da Contabilidade A questão inflacionária antes da Lei 6.404

A Lei 6.404 instituiu o mecanismo da correção monetária das demonstrações contábeis (I). Entretanto, antes desta norma, já existia mecanismo de tratamento à inflação no Brasil, inclusive com problemas e defeitos (II).

A discussão sobre a questão da inflação e seus reflexos nas demonstrações contábeis já existia bem antes da aprovação da lei. Em diversas demonstrações publicadas antes da lei já se chamava atenção para o problema. Veja o que indicava o Parecer dos Auditores do balanço da Centrais Eletricas de São Paulo (CESP) de 1967, ou seja, quase dez anos antes da lei:

Dentro da situação inflacionária que tem existido, em nossa opinião, as demonstrações financeiras devem ser apreciadas considerando-se o efeito das distorções causadas pela inflação. O efeito da inflaçãono balanço e no resultado das operações foi reconhecido, em parte, nas demonstrações financeiras anexas, pela nova tradução monetária efetuada em 31 de julho de 1967 no valor original dos bens do ativo imobilizado e das reservas para depreciação e reversão ou amortização, de acordo com os coeficientes publicados em fevereiro de 1967, e pela consignação na demonstração do resultado do exercício da parcela de depreciação aplicável ao aumento das contas do ativo imobilizado decorrente da sua correção monetária. As correções monetárias contabilizados refletem somente uma parte do impacto da inflação nas contas do imobilizado e não traduzem o efeito da inflação sobre o ativo e passivo monetário; os princípios da contabilidade geralmente aceitos não requerem ajustes para refletir totalmente o efeito da inflação nas demonstrações financeiras.

É bem verdade que existia muita incompreensão sobre os efeitos inflacionários na contabilidade. Num longo artigo, Nilson Holanda, do Banco do Nordeste, afirmava que os efeitos da correção, quando considerados como lucros retidos, representava “ganhos ilusórios, pois em nada aumentaram o patrimônio real da empresa (IV).

Antes disto, um artigo de Max Epes, originalmente publicado no The Journal of Accountancy de janeiro de 1961 sobre a contabilidade num país com inflação, foi publicado num jornal de grande circulação (V).
Em 1974 o Iopec oferecia um curso de contabilidade gerencial onde constava, do programa, a “eliminação da inflação dos relatórios contábeis” (VI).
(continua ...)

Referências
(I) Vide capítulo específico no livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, 3ª. edição.
(II) Vide postagem anterior
(III) Balanço publicado O Estado de S Paulo, 23 de abril de 1968, p. 29, ed. 28537. Parecer da empresa Artur Andersen.
(IV) HOLANDA, Nilson. Inflação não é base para o desenvolvimento. O Estado de S Paulo, ed. 28198, 19 de março de 1967, p. 31.
(V) EPES, Max. Contabilidade num país inflacionista. O Estado de S Paulo, ed. 26663, 27 de março de 1962, p. 14. Infelizmente a versão disponibilizado no acervo digital do jornal não está clara o suficiente.
(VI) O Estado de S Paulo, ed. 30492, 22 de agosto de 1974, p. 22.

Excesso de evidenciação

Uma pesquisa conduzida pela KPMG e o Financial Executives Research Foundation verificou a apresentação das demonstrações contábeis nos Estados Unidos. Entre as grandes empresas ocorreu um aumento na evidenciação de 16% entre 2004 a 2010, sendo que as notas explicativas cresceram 28% no período.

Esta constatação, e outras realizadas em outros países, mostram a razão pela qual algumas das entidades reguladoras, inclusive a CVM no Brasil, estão tentando normatizar o crescimento de volume de informação. O Fasb já disponibilizou um documento, de 41 páginas, sobre o assunto que você pode acessar aqui.

Custo da Burocracia

O excesso de barreiras burocráticas e regulatórias enfrentado pelo setor de Construção Civil eleva em 12% o valor final dos imóveis, um custo adicional que soma R$ 18 bilhões por ano, segundo estudo encomendado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc). O porcentual de 12% é uma média entre todos os tipos de empreendimento, podendo chegar a até 31% no caso de projetos de loteamento. Ainda de acordo com o levantamento, em cinco anos, o total onerado poderia ultrapassar os R$ 100 bilhões. (...)

Fonte: Aqui

Listas: Os usuários mais caros do mundo

A figura mostra o valor de cada usuário, em dólar, nos processos de aquisição de empresas de tecnologia. O WhatsApp não parece, assim, tão caro...

16 março 2014

Rir é o melhor remédio


IFRS: Casa de ferreiro

A Fundação IFRS, entidade internacional que cuida das normas internacionais de contabilidade, teve aprovado uma financiamento de 50 milhões de libras, para um período de cinco anos. Esta é uma boa notícia. Entretanto, o dinheiro está sendo doado com desconfiança e com a advertência de que algo necessita mudar na Fundação IFRS, informou o The Telegraph.

Os políticos europeus estão questionando se a opção pelas normas internacionais e pelo financiamento da Fundação é algo adequado. Os políticos consideram que a governança da Fundação IFRS é ruim, existe falta de transparência e os laços com empresas de contabilidade preocupam. Caso algumas das condições apresentadas pelos deputados europeus não sejam cumpridas, o fluxo do dinheiro da Comunidade Européia poderá secar. A Europa exige reformas para evitar conflitos de interesse. Um deputado questiona a "terceirização" da tarefa para uma entidade do setor privado, com o dinheiro público. (Para uma discussão sobre o assunto, vide a terceira edição do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva)

A Fundação respondeu, ainda segundo o The Telegraph, que irá considerar qualquer sugestão para melhorar o seu trabalho. Há dias o The Telegraph noticiou que a Fundação não estava arquivando as informações de maneira correta. E em 2013 um grupo de investidores escreveu a uma importante autoridade da Comunidade Européia afirmando que as normas estavam prejudicando os acionistas e a economia.

Moda e Cópia






Na moda, tudo se copia, nada se cria.

Idade da Estrutura

A figura mostra a idade média de algumas infraestrutura de Nova Iorque. O terminal de La Guardia possui 50 anos; as pontes, 63 anos; e alguns itens do metrô, quase cem anos. Depreciados?

15 março 2014

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana

Fato da Semana: Os bancos da Europa reconhecem que parte dos seus ativos não irá gerar riqueza no futuro e promovem um grande volume de baixas contábeis.

Qual a relevância disto? Recentemente o Banco Central Europeu anunciou que iria reforçar a fiscalização das instituições financeiras europeias. A finalidade é recuperar a confiança e evitar futuras instabilidades nos mercados financeiros em razão das fragilidades dos bancos. A ameaça parece ter surtido efeito. O UniCredit anunciou um prejuízo expressivo de 14 bilhões de euros em 2013. Mas o volume total chega a 80 bilhões de euros , incluindo instituições conhecidas dos brasileiros, como Santander e o HSBC.

A notícia chamou a atenção para o papel do regulador bancário e os efeitos do maior rigor sobre os desempenhos anunciados. Também gera uma discussão interessante sobre o resultado no passado: em geral estas baixas são decorrentes de decisões de investimentos tomadas em anos anteriores que ficaram ativadas nas instituições. A questão da remuneração dos executivos provavelmente será objeto de discussão, já que algumas organizações insistem em melhorar o pacote de bônus, mesmo diante da incompetência comprovada dos seus funcionários com maior salário.

Para o Brasil prevalece a impressão que (a) o ajuste ainda precisa ser feito ou (b) a fiscalização do nosso Banco Central é mais eficiente que a do congênere europeu. Será que o fato do Bacen não ter adotado as IFRS tem influencia sobre isto? (Lembre-se que Tombini já declarou que a prudência foi a principal razão para isto e que a Europa está insistindo que este conceito seja retomado na estrutura conceitual do Iasb.)

Positivo ou negativo? Positivo. Aprendemos mais sobre o papel do regulador.

Desdobramentos – Em geral as organizações aproveitam estes momentos para fazerem uma baixa generalizada. E depois, com o ativo expressando a riqueza real, retomarem o caminho dos lucros. Mas será que todas os bancos fizeram o dever de casa?

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia no nosso blog:

1 – Esta empresa recebeu um presente do Supremo esta semana: mais de 3 bilhões de reais. A massa falida agradece
Arapuã
Mesbla
Panair
Varig

2 – A indenização da empresa da questão anterior deve-se
A diferença na tarifa permitida pelo governo e a inflação
A falta de aporte ao fundo de pensão da empresa
A taxação abusiva em razão da subestimação do indexador de correção monetária
Ao pagamento de precatórios devidos

3 – Uma análise na entidade filantrópica deste artista internacional revelou muitas despesas, mas poucas relacionadas com o bem da sociedade. Este artista é
Elton John
Justin Bieber
Lady Gaga
Rick Martin

4 – O governo deste país criou uma comissão para estudar medidas para reduzir a complexidade tributária
Alemanha
Estados Unidos
Reino Unido
Rússia

5- A comissão da questão anterior encontrou um problema de ordem teórica para seu funcionamento
A definição de complexidade
A determinação da abrangência dos tributos
A falta de um mecanismo de mensuração dos efeitos da complexidade
As mudanças constantes da lei influenciam na complexidade

6 – Esta empresa fez uma captação gigantesca de dívida a uma taxa bem acima dos juros básicos. Isto é um reflexo do já elevado nível de endividamento
EBX
Gerdau
JBS
Petrobrás

7 – A empresa multinacional H&R Block está chegando ao Brasil. Sua atuação na área contábil está relacionada a
Auditoria
Criação de sistemas de controle interno
Elaboração de laudos de impairment
Imposto de renda de pessoa física

8 – Barclays e PwC foram notícias em razão do cancelamento de uma parceria que já durava muitos anos. Mais precisamente
12 anos
120 anos
50 anos
78 anos

9 – Acusado de não pagar imposto, esta empresa global tentou rebater a acusação de um ministro do governo brasileiro
Amazon
Apple
Coca-Cola
Google

10 – Eike Batista está muito mal financeiramente. A estimativa da Bloomberg é que o patrimônio líquido pessoal seja negativo em
1,2 bilhão de dólares
12 bilhões de dólares
12 milhões de dólares
120 milhões de dólares

Resposta: (1) Varig; (2) tarifa (3) Lady Gaga; (4) Reino Unido; (5) definição de complexidade; (6) Petrobrás; (7) imposto; (8) 120 anos; (9) Google; (10) 1,2 bilhão de dólares


Se acertou 9 ou 10 = parabéns, você é o GM (grande mestre) dos testes; 7 e 8 acertos é um mestre; 5 e 6 = aspirante a mestre

14 março 2014

Rir é o melhor remédio


Varig recebe um presente 2

A questão da Varig foi bem debatida numa pesquisa que foi publicada na Pensar Contábil, um periódico de excelente qualidade, em 2013. Num artigo de Fernanda Jupetipe e Poueri Carmo Mário, os autores fazem uma análise do processo jurídico da recuperação judicial da VArig SA. Especificamente, eles analisaram os custos do processo, direto ou indireto, durante os anos de 2005 e 2006. Ou seja, posteriormente ao problema de congelamento dos preços das tarifas, que levou a recente vitoria no Supremo.

A pesquisa mostra que os custos diretos são reduzidos, mas são significativos em termos absolutos. A pesquisa mostra que a venda da Unidade Produtiva Varig afetou fortemente os resultados da empresa e reduziu as chances de recuperação judicial.

Varig recebe um presente 1

(...) o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira que a União deve pagar uma indenização bilionária à massa falida da companhia aérea Varig. O valor pode passar de R$ 3,05 bilhões. O resultado do julgamento era aguardado por aposentados e pensionistas do fundo de pensão Aerus, que esperam receber dívidas trabalhistas e previdenciárias.

Os ministros decidiram que o congelamento de preços das passagens aéreas, imposto pelo governo para conter a inflação no período de 1985 a 1992, causou prejuízos à Varig. De acordo com o entendimento firmado, a União é responsável pelo desequilíbrio econômico e financeiro causado pelo controle dos valores dos bilhetes.


É interessante que não se julgou a culpa do populista de plantão que tomou a decisão.

Os valores exatos da indenização são divergentes. A Varig alega que o congelamento de preços dilapidou o patrimônio da empresa e pede indenização de R$ 6 bilhões. O valor seria usado para pagar dívidas trabalhistas e previdenciárias de ex-funcionários e integrantes do fundo de pensão Aerus, patrocinado pela empresa. Para o Aerus, a indenização em valores atualizados é R$ 7,2 bilhões.


Quem já fez perícia sabe que o valor depende da forma de cálculo. Se quiserem, pode chegar a mais de 10 bilhões.

Apesar de ser voto vencido, o presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, disse que foi criada uma expectativa errada de que a indenização poderia ser usada para pagar os credores do fundo de pensão Aerus. O ministro explicou que o STF está julgando fatos que aconteceram antes do início dos problemas com o fundo. "Acho impróprio vincular esta ação com o Aerus", disse.


Isto talvez explique a razão do Fundo Aerus estar tentando receber o crédito diretamente da União.

A maioria dos ministros seguiu o voto da ministra Cármen Lúcia, contrário ao governo. O voto dela foi seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski. Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes foram vencidos.

Em seu voto, preferido em maio do ano passado, a ministra disse conhecer precedentes do STF que não reconhecem responsabilidade civil por atos da administração pública executados legalmente, mas informou que ainda assim vê o direito à indenização. Segundo ela, os aposentados e pensionistas do Aerus "estão pagando com a própria vida" pela demora no julgamento definitivo.

Taxação das Coligadas

Notícia do Estadão

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, prometeu ontem a empresários descontentes mudanças na tributação sobre o lucro das multinacionais brasileiras no exterior e conseguiu uma trégua nas críticas sobre a Medida Provisória 627, que trata do assunto. Os empresários querem barrar pontos da MP que ampliam a carga tributária.


Isto é um sinal de fraqueza do governo. E do ministro, que sonha em manter-se no cargo.

O ministro prometeu flexibilizar aspectos do texto apontados como problemáticos pelas empresas. Alguns já serão negociados com o Congresso para inclusão na MP das Coligadas, como ficou conhecida, que deve ser votada na Comissão Mista na próxima semana. O que não for concluído até lá, o governo se comprometeu a editar no futuro outro marco legal. Ficou acertado que um grupo técnico entre empresários e governo será criado para negociar.


O dinheiro dos empresários aliado a revolta dos aliados aumentaram a chance da MP ser derrubada.

Mantega se reuniu por quase cinco horas com 18 empresários pesos pesados da economia. Por trás do encontro está a preocupação com ameaças veladas do relator da MP, líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), que declarou guerra à presidente Dilma Rousseff por entender que o partido merece mais espaço no governo. Com o apoio dos empresários, fica mais fácil para o governo um acordo na votação da medida. O temor é que o assunto seja usado como nova retaliação por Cunha. (...)

Uma das controvérsias entre empresários e governo é a resistência da Receita Federal em incluir na MP a isenção da cobrança de tributos no Brasil sobre o lucro obtido no exterior quando a empresa está em um país com acordo de bitributação.

Informação Privilegiada

A Comissão de Valores Mobiliários investiga se o empresário Eike Batista usou informações privilegiadas e manipulou preços na negociação de ações da empresa OGX. O processo administrativo sancionador foi instaurado no dia 24 de fevereiro e a CVM aguarda as alegações da defesa, que foi intimada. Segundo o registro, está sendo investigado o descumprimento ao artigo 155 parágrafo 1º da Lei das S.A., que determina que o administrador guarde sigilo sobre informações de empresas abertas que não sejam públicas e da proibição de negociar ações valendo-se dessas informações

Fonte: Aqui

A Caridade de Lady Gaga

Uma análise da Born This Way Foundation, de Lady Gaga, feita pela Gawker revela que esta entidade gastou 300 mil dólares em consultoria estratégica, 406 mil em advogados, 150 em consultoria filantrópica, 62 mil em produção, 50 mil em mídia social, alem de diversos outros gastos. Em filantropia, talvez 5 mil dólares. A BTWF tem uma missão vaga e faz algumas campanhas, como contra a bulimia.

Indexação

A inflação de 0,69% de fevereiro, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), veio marcada pela indexação, preocupante para o Banco Central e economistas. Quase a metade da alta, 43%, partiu de quatro itens - cursos regulares, energia elétrica, aluguel e condomínio -, todos reajustados anualmente, seguindo diferentes indicadores econômicos. Assim, o custo de vida atingiu no mês passado o maior patamar registrado em um mês de fevereiro desde 2011 (0,80%). Fonte: Brasil Econômico

Os preços, numa economia capitalista, deveriam ser estabelecidos pelo mecanismo da oferta e procura. Entretanto, pressões de entidades de "defesa do consumidor" ou do governo fazem com que os contratos sejam reajustados por índices, a princípio neutros, calculados numa cesta de produtos.