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13 maio 2016

Falso Positivo

Aparentemente a CIA e NSA (fotografia) estão usando “metadados” para determinar a probabilidade de uma pessoa ser terrorista. Usando a rede de telefonia celular e algoritmos de aprendizagem de máquina, as agências de espionagem dos EUA estão trabalhando no Paquistão para impedir a proliferação do terrorismo. Gelman, citando Grothoff e Porup mostra que uma taxa de falso positivo de 0,18% numa população de 55 milhões de pessoas (do Paquistão que usa celular) significa que 99 mil inocentes serão taxados de terroristas.

Sair do Vermelho

A expressão “sair do vermelho” significa na contabilidade fazer com que o resultado seja positivo. Se você colocar a expressão no Google irão aparecer muitos resultados com dicas para fazer com que seu orçamento pessoal seja mais equilibrado. Em inglês existe a expressão “be in the black” ou mostrar um balanço positivo. É interessante notar que ao contrário da expressão negativa tradicional, o “black” aqui adquire uma conotação positiva. E o vermelho seria uma cor que representa algo ruim. O inglês também admite a expressão “be in the red”, que pode ser traduzida como perder dinheiro.

Esta expressão parece ser relativamente recente. Procurando a mesma no acervo do Estado de S Paulo a primeira ocorrência que encontramos é da década de 1980. E com o sentido de melhorar uma situação ruim. Em 1982 o jornal falava de uma central de recados que em um ano e meio ou dois deveria “sair do vermelho”. Em 1993, numa manchete, informava que a “Varig muda para sair do vermelho”.

Antes disto o Jornal do Brasil, em 1970, falavam que os clubes de futebol do Brasil “só vão sair do vermelho no dia que passarem a ser administrados como empresa”. Em 1964 o mesmo jornal fez um interessante trocadilho: “O sr. Aluísio Alves vai cuidar de sua vida, deixando as atividades políticas até sair do vermelho (bem entendido, em termos bancários)”. O Paraná Esportivo, em 1960, comentava da vitória do Coritiba de 9x1 sobre o Iraty: “pensar, principalmente, na possibilidade que existe do Ferroviário virar azulão e sair vermelho de vergonha da cancha”. Aqui o vermelho está associado a ter vergonha. Este foi o resultado mais antigo que obtive na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.

Talvez a expressão esteja associada a “nota vermelha”, devido ao hábito de alguns professores ressaltarem a nota ruim dos alunos com uma caneta vermelha. A Wikipedia, no verbete Nota Escolar, diz que este é um critério informal, usado quando o aluno tira uma nota menor que a média.

Economia precisa de modelos baseados em agentes

In today’s high-tech age, one naturally assumes that US President Barack Obama’s economic team and its international counterparts are using sophisticated quantitative computer models to guide us out of the current economic crisis. They are not. The best models they have are of two types, both with fatal flaws. Type one is econometric: empirical statistical models that are fitted to past data. These successfully forecast a few quarters ahead as long as things stay more or less the same, but fail in the face of great change. Type two goes by the name of ‘dynamic stochastic general equilibrium’. These models assume a perfect world, and by their very nature rule out crises of the type we are experiencing now. As a result, economic policy-makers are basing their decisions on common sense, and on anecdotal analogies to previous crises such as Japan’s ‘lost decade’ or the Great Depression (see Nature 457, 957; 2009). The leaders of the world are flying the economy by the seat of their pants.

[...]

There is a better way: agent-based models. An agent-based model is a computerized simulation of a number of decision-makers (agents) and institutions, which interact through prescribed rules. The agents can be as diverse as needed — from consumers to policy-makers and Wall Street professionals — and the institutional structure can include everything from banks to the government. Such models do not rely on the assumption that the economy will move towards a predetermined equilibrium state, as other models do. Instead, at any given time, each agent acts according to its current situation, the state of the world around it and the rules governing its behaviour. An individual consumer, for example, might decide whether to save or spend based on the rate of inflation, his or her current optimism about the future, and behavioural rules deduced from psychology experiments. The computer keeps track of the many agent interactions, to see what happens over time. Agent-based simulations can handle a far wider range of nonlinear behaviour than conventional equilibrium models. Policy-makers can thus simulate an artificial economy under different policy scenarios and quantitatively explore their consequences.


[...]

But there is a still larger problem. Even if rational expectations are a reasonable model of human behaviour, the mathematical machinery is cumbersome and requires drastic simplifications to get tractable results. The equilibrium models that were developed, such as those used by the US Federal Reserve, by necessity stripped away most of the structure of a real economy. There are no banks or derivatives, much less sub-prime mortgages or credit default swaps — these introduce too much nonlinearity and complexity for equilibrium methods to handle. When it comes to setting policy, the predictions of these models aren’t even wrong, they are simply non-existent (see Nature 455, 1181; 2008).

Agent-based models potentially present a way to model the financial economy as a complex system, as Keynes attempted to do, while taking human adaptation and learning into account, as Lucas advocated. Such models allow for the creation of a kind of virtual universe, in which many players can act in complex — and realistic — ways. In some other areas of science, such as epidemiology or traffic control, agent-based models already help policy-making.

[...]

Such economic models should be able to provide an alternative tool to give insight into how government policies could affect the broad characteristics of economic performance, by quantitatively exploring how the economy is likely to react under different scenarios. In principle it might even be possible to create an agent-based economic model capable of making useful forecasts of the real economy, although this is ambitious. Creating a carefully crafted agent-based model of the whole economy is, like climate modelling, a huge undertaking. It requires close feedback between simulation, testing, data collection and the development of theory. This demands serious computing power and multidisciplinary collaboration among economists, computer scientists, psychologists, biologists and physical scientists with experience in largescale modelling.

Fonte: The economy needs agent-based modelling- J Doyne Farmer, Duncan Foley-2009/8/6-Nature-Nature 460, 685-686 (6 August 2009) | doi:10.1038/460685a; Published online 5 August 2009


Rir é o melhor remédio



Adaptado daqui

12 maio 2016

Eletrobrás

Segundo o Estadão chama a atenção para o problema da Eletrobrás, que deve atrasar a entrega do balanço nos EUA:

O impasse é considerado mais emergencial porque a estatal tem prazo até o próximo dia 18 de maio para apresentar à SEC formulário referente ao balanço de 2014, que está pedente. A empresa já admitiu ontem em comunicado ao mercado financeiro que poderá não cumprir o prazo de entrega da documentação dos exercícios de 2014 e 2015 e evitar a deslistagem dos seus ADRs, negociados no mercado norte-americano. Caso isso ocorra, fontes do governo avaliam que há risco também de desaceleração da dívida da empresa. Isso significa que os credores da estatal poderão, na prática, cobrar antecipadamente dívidas da companhia.

Petrobras: a sina continua

A Petrobras acaba de divulgar o resultado do primeiro trimestre de 2016. Um prejuízo de 1,2 bilhão, que segundo a empresa deveu-se a:

- maiores despesas de juros e variações monetárias e cambiais negativas, que atingiram R$ 9.579 milhões;
- redução de 7% da produção de petróleo e gás natural (Brasil e exterior);
- queda de 8% na venda de derivados no mercado doméstico;
- aumento dos custos com depreciação; e
- maiores gastos com ociosidade de equipamentos, principalmente de sondas.

Mas a empresa destacou o Ebitda Ajustado (sem nenhuma relevância), o fluxo de caixa livre positivo (decorrente da redução drástica do investimento), redução do endividamento bruto para 450 bilhões de reais (quase isto) (mas que aumentou em dólar).

Eletrobras

A Eletrobrás teve prejuízo de R\$ 3,898 bilhões no 1º trimestre do ano, informou a empresa em seu site na noite de ontem. No 1º trimestre do ano passado, a estatal registrou lucro de R\$ 1,255 bilhão e no 4º trimestre de 2015, prejuízo de R\$ 10,327 bilhões.

Os maiores impactos negativos no resultado se devem à provisão para contingências judiciais de R\$ 2,949 bilhões, em especial o empréstimo compulsório de R\$ 2,814 bilhões, e ao prejuízo apurado nas empresas de distribuição de R\$ 1,169 bilhão.


Fonte: Estadão

Salto Alto da PwC

Uma atriz foi contratada por empresa de emprego sazonal para exercer a função de recepcionista nos escritórios da PwC em Londres. Como se recusava a usar saltos altos - entre "cinco a dez" centímetros, a mulher foi demitida. Segundo o El País, Nicola Thorp (fotografia), de 27 anos, disse que ninguém tinha dito ser necessário usar salto alto e que não recebeu nada. E agora está começando uma campanha contra a obrigação de usar salto alto no trabalho.

La empresa de subcontratación Portico, de la que dependía Thorp, aseguró que la joven había firmado "un código sobre indumentaria", que incluía los tacones, pero asegura que ahora está dispuesta a revisar estas normas. PwC ha asegurado que no tiene directrices sobre cómo deben acudir al trabajo sus empleados, hombres o mujeres.


La joven ha detallado que desde su primer día como recepcionista manifestó sus problemas para trabajar a jornada completa con tacones altos. Por ello pidió que se le permitiera ir a su puesto con zapatos planos. Sin embargo, siempre según su relato a la BBC, inmediatamente le pidieron que se comprara tacones.

Value at risk e a crise financeira

O artigo abaixo tenta modelar os impactos do uso do Value at risk (VaR) na gestão de riscos pelo sistema bancário na crise financeira de 2008. O grande problema do Var é que ele considera que cada banco está isolado no seu iniverso. No entanto, como todos os bancos tem que usar essa métrica, as movimentações de compra e venda necessárias para alcançar as metas de riscos de cada banco dadas pelo VaR podem destabilizar o mercado. Ou seja, o VaR não leva em conta as interações entre os agentes.

Os autores simularam um sistema bancário em que, quando permitem que os bancos tomem pequenos riscos, o sistema bancário fica estável. No entanto, quando permitem que os bancos tomem mais riscos (ou quando o sistema bancário cresce), o mercado entra num período de grande oscilação, em que , num primeiro momento, a alavancagem e os preços sobem lentamente
e a volatilidade cai lentamente. E, em seguida, a volatilidade dispara e os preços e alavangem despencam, assim como na crise de 2008.

Os autores propõem que a melhor de política de gestão de riscos tem que levar em conta o tamanho do mercado bancário e da quantidade de risco que cada banco toma.

Resumo:

We investigate a simple dynamical model for the systemic risk caused by the use of Value-at-Risk, as mandated by Basel II. The model consists of a bank with a leverage target and an unleveraged fundamentalist investor subject to exogenous noise with clustered volatility. The parameter space has three regions: (i) a stable region, where the system has a fixed point equilibrium; (ii) a locally unstable region, characterized by cycles with chaotic behavior; and (iii) a globally unstable region. A calibration of parameters to data puts the model in region (ii). In this region there is a slowly building price bubble, resembling the period prior to the Global Financial Crisis, followed by a crash resembling the crisis, with a period of approximately 10–15 years. We dub this the Basel leverage cycle. To search for an optimal leverage control policy we propose a criterion based on the ability to minimize risk for a given average leverage. Our model allows us to vary from the procyclical policies of Basel II or III, in which leverage decreases when volatility increases, to countercyclical policies in which leverage increases when volatility increases. We find the best policy depends on the market impact of the bank. Basel II is optimal when the exogenous noise is high, the bank is small and leverage is low; in the opposite limit where the bank is large and leverage is high the optimal policy is closer to constant leverage. In the latter regime systemic risk can be dramatically decreased by lowering the leverage target adjustment speed of the banks. While our model does not show that the financial crisis and the period leading up to it were due to VaR risk management policies, it does suggest that it could have been caused by VaR risk management, and that the housing bubble may have just been the spark that triggered the crisis.

Aymanns, C., et al., Taming the Basel leverage cycle. J. Financial Stability (2016), http://dx.doi.org/10.1016/j.jfs.2016.02.004

Rir é o melhor remédio



Adaptado daqui

11 maio 2016

Gestão de Risco e Governança no Executivo

Saiu no Diário Oficial de hoje a instrução normativa Conjunta de 10 de maio de 2016, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e a Controladoria Geral da União. A norma dispõe sobre “controles internos, gestão de riscos e governança no âmbito do Poder Executivo federal”. No seu capítulo I trata de disposições gerais, incluindo conceitos dos termos usados. O capítulo II é sobre os controles internos da gestão. Segundo a norma, estes controles baseiam-se no gerenciamento de riscos e devem integrar o processo de gestão. Este capítulo também aponta os princípios, os objetivos, estrutura e responsabilidades. O capítulo III trata da gestão de riscos e talvez seja o capítulo mais interessante da instrução. O capítulo seguinte é sobre governança. A seguir, institui o Comitê de Governança, Riscos e Controle em cada órgão e entidade do executivo, com suas competências.

A questão da gestão de risco já tem sido tratada em alguns órgãos públicos por pressão do TCU. Na UnB, por exemplo, existe um relatório de riscos, como ocorre nas principais universidades do mundo. Na UFRJ, na gestão passada, existia uma pro-reitoria de governança, sob direção da professora Aracéli.

O grande problema desta instrução: a data de publicação. Hoje teremos a votação no senado para o afastamento do presidente. Tudo leva a crer que será aprovado com tranquilidade. A publicação no dia de hoje, com a assinatura de dois ministros que estão saindo (fracos politicamente) pode dificultar sua legitimidade.

Um aspecto adicional: será que a gestão de risco e governança é suficiente para barrar as decisões políticas? O empoderamento do Comitê pode ser feito por uma “instrução”?

Links

Escrever é melhor que digitar

Comparativo entre clubes de futebol: o melhor desempenho nas demonstrações contábeis

vídeo: um automóvel é suficiente para piorar o trânsito

Incentivos como ideologia

Uma propaganda portuguesa contra o hábito de estacionar na calçada

Boletim de Finanças Públicas de Estados e municípios

A Secretaria do Tesouro Nacional lança hoje (10/05) o Boletim de Finanças Públicas dos Entes Subnacionais, publicação anual que tem como principais objetivos ampliar a transparência das relações federativas e contribuir para o processo de sustentabilidade fiscal de Estados e Municípios. O Boletim, instituído pela Portaria MF 161/2016, traz informações que permitem um aprofundamento na análise das principais variáveis fiscais dos entes, como as evoluções dos resultados primários, dos níveis do endividamento e do percentual de gasto com pessoal em relação à Receita Corrente Líquida (RCL).

As informações que embasaram a produção da publicação foram extraídas dos Programas de Ajuste Fiscal (PAF), acordos assinados pelos Estados que refinanciaram suas dívidas com a União e que apresentam metas anuais considerando a evolução das finanças estaduais, os indicadores macroeconômicos para o novo período e a política fiscal adotada pelos governos estaduais. Como as informações referentes ao PAF são encaminhadas à STN pelos entes no final de maio, o Boletim relativo a 2015 deverá sofrer revisão em agosto, quando serão reavaliadas as informações do ano e agregados os dados de municípios.

O Boletim está dividido em duas partes: na primeira, são apresentadas as principais informações fiscais consolidadas dos Estados e do Distrito Federal, como evolução do resultado primário e nível de endividamento; na segunda, são divulgadas as informações fiscais individualizadas dos entes.

[...]


A publicação do Boletim de Finanças Públicas dos Entes Subnacionais é vista pela STN como uma ferramenta importante para subsidiar o debate relativo à situação fiscal da Federação, contribuindo assim para o equacionamento dos desafios fiscais de Estados e municípios. Seus insumos devem favorecer também a adoção de políticas públicas adequadas, capazes de atender às diferentes características desses entes.

Essa divulgação pode ser aperfeiçoada se aprovada a obrigatoriedade, prevista no Projeto de Lei Complementar nº 257/2016, em tramitação no Congresso Nacional, de Estados e municípios enviarem mensalmente suas informações fiscais à STN conforme padrão preestabelecidos, o que possibilitaria a divulgação de relatórios sobre o tema em periodicidade menores.

Fonte: aqui

O Boletim de Finanças Públicas de Estados e municípios pode ser acessado neste link

Agora é a Petros

Assim como ocorreu com a Petrobrás em 2014, a Petros, sua fundação de seguridade social, está com dificuldade de fechar o balanço financeiro anual (1) porque a empresa de auditoria PwC resiste a assinar o documento. A contabilidade foi concluída, mas investimentos duvidosos (2), questionados em investigação interna da Petros, estão levando a PwC a ser mais rigorosa.

A Petros informou em janeiro à Petrobrás que faltam US$ 6 bilhões em seu caixa para dar conta do compromisso firmado com os empregados da petroleira nos próximos anos. Parte do rombo decorre de maus investimentos no mercado financeiro e em participações em empresas de alto risco, como a operadora de plataformas Sete Brasil (3), que entrou com pedido de recuperação judicial na semana passada.

De olho nas possíveis irregularidades e temerosa de ter sua credibilidade questionada (4), segundo fontes, a auditora PwC tem sido minuciosa na análise do balanço da Petros e exigido muitos documentos para evitar questionamentos. Procurada, a PwC não comentou o assunto.

A Petros, tradicionalmente, conclui seu balanço anual em abril. Neste ano, corre contra o tempo para cumprir o prazo de 31 de julho imposto pela Superintendência de Previdência Complementar (Previc), reguladora dos fundos de pensão. Oficialmente, a Petros afirma que não há atraso na conclusão das demonstrações de 2015, “que serão divulgadas dentro do prazo planejado e da data limite”.

O cronograma de publicação, no entanto, chegou a ser tratado em reunião entre representantes do conselho fiscal da Petros e do conselho de administração da Petrobrás no dia 15 de abril. Diante do apelo, os conselheiros da Petros receberam da patrocinadora a indicação de que uma mensagem seria enviada à diretoria da fundação pedindo que, daqui para a frente, seu balanço financeiro seja publicado antes do da Petrobrás, para evitar distorções em sua contabilidade (5).

Se o número final a ser divulgado pela Petros for muito diferente do informado à petroleira em janeiro, a Petrobrás será obrigada a republicar o balanço aprovado por acionistas em assembleia realizada neste mês (6).

“A Petrobrás dificilmente terá de republicar o seu resultado de 2015, o que seria uma medida traumática para a empresa. Provavelmente, qualquer mudança ou aporte (na fundação) serão remetidos ao balanço de 2016, a tempo suficiente do dólar e do mercado acionário se recuperarem”, avaliou o especialista em seguridade Ricardo Weiss, da consultoria Rweiss.

A Petrobrás admite, porém, falhas no cálculo atuarial da Petros que podem exigir novos aportes (7). No relatório 20-F, em que comenta suas demonstrações de 2015 e os riscos do negócio à agência reguladora dos EUA (SEC), a petroleira admite que o compromisso com o plano de pensão e com o seu plano de assistência médica (AMS) “pode ser maior do que o previsto, e podemos ser obrigados a fazer contribuições adicionais de recursos para Petros”. Se for o caso, um novo aporte deverá ser negociado com a Previc 60 dias após a apresentação do balanço da Petros. O pagamento pode ser parcelado em décadas.


Fonte: Estadão

(1) Na verdade o balanço está fechado. O que falta é a assinatura do auditor.
(2) A questão dos investimentos duvidosos nos fundos de pensão já era razoavelmente conhecida há anos. E surge a pergunta que não quer calar: somente agora PwC? O risco da auditoria ser punida deve ter aumentado o suficiente para levar a dúvida para a Big Four.
(3) O investimento na empresa Sete Brasil parece que foi uma imposição do governo. O problema não seria de governança?
(4) Na teoria seria isto, conforme comentado no capítulo 1 de Teoria da Contabilidade (Niyama e Silva). A questão da reputação seria o grande motivo para que as empresas de auditoria fizessem um trabalho mais adequado.
(5) Estranho isto. A data de publicação não deveria afetar a contabilidade da patrocinadora. Realmente não consigo entender.
(6) O número de Petrobras deve ter sido combinado com a Petros. O problema é que não foi combinado com a auditoria. Este fato é importante, pois uma republicação na Petrobras poderia por a perder os esforços realizados pela empresa na tentativa de melhoria da qualidade das suas demonstrações. E aumentaria ainda mais o risco de contencioso.
(7) Parece inevitável diante da qualidade dos investimentos realizados pela Petros. Como o controlador da Petrobras é a União, grande parte do dinheiro deverá sair do bolso do contribuinte.

Jogos Olímpicos: Custos x Benefícios

No artigo abaixo os autores analisam os custos e benefícios de sediar Jogos Olímpicos. Eles concluem que é uma péssima decisão: o país-sede desperdiça dinheiro. Além disso, a situação é pior em países em desenvolvimento, como o Brasil.

Resumo:

In this paper, we explore the costs and benefits of hosting the Olympic Games. On the cost side, there are three major categories: general infrastructure such as transportation and housing to accommodate athletes and fans; specific sports infrastructure required for competition venues; and operational costs, including general administration as well as the opening and closing ceremony and security. Three major categories of benefits also exist: the short-run benefits of tourist spending during the Games; the long-run benefits or the "Olympic legacy" which might include improvements in infrastructure and increased trade, foreign investment, or tourism after the Games; and intangible benefits such as the "feel-good effect" or civic pride. Each of these costs and benefits will be addressed in turn, but the overwhelming conclusion is that in most cases the Olympics are a money-losing proposition for host cities; they result in positive net benefits only under very specific and unusual circumstances. Furthermore, the cost–benefit proposition is worse for cities in developing countries than for those in the industrialized world. In closing, we discuss why what looks like an increasingly poor investment decision on the part of cities still receives significant bidding interest and whether changes in the bidding process of the International Olympic Committee (IOC) will improve outcomes for potential hosts.


Rir é o melhor remédio


10 maio 2016

Listas: Índice de Miséria de 2015

O índice de miséria é a soma do desemprego, inflação, juros e, com o sinal negativo, o crescimento da economia. E uma soma questionável, mas serve como um parâmetro sobre a qualidade da economia de um país para um determinado ano. Questionável já que o cálculo de algumas destas variáveis possui diferentes metodologias, como é o caso do desemprego.

Em 2014 a lista nada honrosa era encabeçada por Venezuela, Irã, Sérvia, Argentina e Jamaica. O Brasil aparecia em nono, sendo que o principal fator do desempenho brasileiro foi a taxa de juros.

Para 2015 a posição é a seguinte (entre parênteses o índice no ano anterior):

1) Venezuela = 214.9 (79,4)
2) Ucrania = 82,7 (24,4)
3) Brasil = 67,8 (37,3)
4) Argentina = 60 (43,1)
5) África do Sul = 40 (37,4)
6) Rússia = 37,4 (NI)
7) Irã = 36,7 (61,6)
8) Palestina = 36,4 (32,9)
9) Jamaica = 32,6 (42,3)
10) Sérvia = 32,3 (44,8)

Novas regras de auditoria nos EUA

Segundo informa o Valor Econômico, o PCAOB, que regula as empresas de auditoria nos Estados Unidos, aprovou novas regras para melhorar a qualidade do trabalho. As regras focam na independência dos auditores e na redução dos conflitos de interesses.

As regras determinam que as empresas de auditoria registrem os nomes dos sócios que estejam envolvidos nas empresas "públicas" auditadas (sic. Erro de tradução num falso cognato). A regra começa a valer a parte de 31 de janeiro de 2017. Mais ainda, os usuários poderão consultar as informações.

Otimismo

Recentemente Adriana Steppan defendeu sua tese sobre o efeito do otimismo na contabilidade. Na banca, o professor Lucas Barros da USP, um dos avaliadores, fez uma observação muito pertinente: a atual doutora (e seu orientador) adotava um viés na análise supondo que o excesso de otimismo significava algo ruim. O professor Lucas observou que isto nem sempre era verdadeiro. Walton em It’s Not Optimism When You Know You’re Right: Optimism, Attribution And Corporate Investment Policy, mostra que os executivos otimistas pode tomar decisões interessantes.

Em Stumbling And Mumbling tem-se uma interessante discussão sobre as vantagens e os custos do otimismo. Obviamente que a tese da Adriana Steppan, quando estiver disponível, também será uma fonte interessante de discussão.

Links

Geometria das bandeiras (figura)

Um mapa que mostra a posição de navios cargueiros

Analisando o histórico de pesquisas de uma pessoa

EY: Combatendo a corrupção no mundo

Razões para namorar um contador

Ser um pai (depois do dia das mães) (vídeo propaganda)