O Petrobras divulgou suas demonstrações contábeis e o resultado não foi bom:
O lucro da Petrobrás no quarto trimestre do ano passado não só ficou abaixo das expectativas dos analistas financeiros como também foi o pior desempenho entre os balanços divulgados pelas outras grandes companhias de petróleo do mundo.( No 4º tri, Petrobrás foi a pior entre as globais, Estado de S Paulo, 11 fev 2012)
Quando uma empresa apresenta um resultado decepcionante, busca culpar o ambiente externo (Vide a dissertação de mestrado de Fernanda Rodrigues sobre os Relatórios de Administração). Isto ocorreu com a Petrobras:
A cúpula da Petrobrás creditou a queda de 5% no lucro da companhia em 2011 ao câmbio, ao preço interno do petróleo e ao consumo bastante alto de derivados no Brasil. Preponderante para os números finais de 2011, a derrubada do lucro no último trimestre resultou, segundo o diretor financeiro, Almir Barbassa, da pressão do câmbio sobre custos e da diferença do preço do petróleo em relação ao mercado internacional. (Para Petrobrás, câmbio e preços foram vilões, SABRINA VALLE , SERGIO TORRES, Estado de S Paulo, 11 fev 2012)
As justificativas não foram suficientes, pois a empresa perdeu 25 bilhões de reais em valor de mercado. Os analistas, que erraram feio na previsão, também justificaram seus erros. Para o BTG Pactual considera o resultado intrigante e não sabem o que ocorreu com os encargos de depreciação e os resultados do refino. O BofA culpou o custo de importação de derivados de petróleo. O Credit Suisse as perdas no setor de abastecimento. O Deutsche o aumento da importação. (Fonte: Petrobrás perde R$ 28 bilhões em valor de mercado após balanço ruim, Estado de S Paulo).
13 fevereiro 2012
Ainda com respeito ao processo de abertura do capital do Facebook, Catanach e Ketz, em FACEBOOK GETS AN “A” IN FINANCIAL REPORTING, fazem uma análise contábil das informações que a empresa prestou para os potenciais investidores. O resultado é um “A”, ou seja, uma boa nota para estas informações.
Um dos argumentos dos autores é que o Facebook não usa o termo EBITDA ou EBITDA ajustado em nenhum lugar dos documentos. Nem "itens especiais" ou "extraordinários". Para Catanach e Ketz isto é um sinal de que a empresa não tem nenhum problema em divulgar seu desempenho usando o lucro obtido pelos princípios contábeis geralmente aceitos. Isto é uma exceção no setor de software.
Outro ponto é que o Facebook reconhece sua receita de forma simples e sem complicações, ao contrário do que ocorreu com a LinkIn ou Groupon.
Além disto, a empresa está gerando caixa, com retornos elevados:
Ou seja, o potencial investidor não precisa ficar preocupado com a qualidade da informação. O seu problema é fazer bom uso das demonstrações contábeis do Facebook.
Um dos argumentos dos autores é que o Facebook não usa o termo EBITDA ou EBITDA ajustado em nenhum lugar dos documentos. Nem "itens especiais" ou "extraordinários". Para Catanach e Ketz isto é um sinal de que a empresa não tem nenhum problema em divulgar seu desempenho usando o lucro obtido pelos princípios contábeis geralmente aceitos. Isto é uma exceção no setor de software.
Outro ponto é que o Facebook reconhece sua receita de forma simples e sem complicações, ao contrário do que ocorreu com a LinkIn ou Groupon.
Além disto, a empresa está gerando caixa, com retornos elevados:
Ou seja, o potencial investidor não precisa ficar preocupado com a qualidade da informação. O seu problema é fazer bom uso das demonstrações contábeis do Facebook.
Desvantagens da abertura do capital
A literatura tem a tendência de valorizar a abertura de capital das empresas. Mas e as desvantagens? No recente anúncio onde Itaú informar que irá fechar o capital da Redecard, o seu presidente afirmou que:o objetivo da incorporação é "ganhar agilidade" nos processos operacionais e reduzir o "conflito de interesses" nas negociações entre o controlador Itaú e controlada Redecard.
Ganhar agilidade pode ser entendido como "não ter o acionista minoritário questionando o que eu faço".
Souza Cruz
A revista Exame apresenta uma análise do comportamento das ações da Souza Cruz (Obrigação por Fumar, 7 fev 2012, Thiago Bronzatto). Vendendo cigarros, num setor onde a regulamentação do governo é alta, o consumo é decrescente e a propaganda é proibida, a empresa conseguiu uma valorização de 1775% em dez anos, ou cinco vezes mais que o índice da Bovespa. A empresa seria “politicamente incorreta” e o ambiente econômico é complicado:As campanhas de conscientização conseguiram diminuir o número de fumantes, e a con¬corrência de fabricantes ilegais, que não pagam impostos e, por isso, conse¬guem vender bem mais barato, só se torna mais agressiva.
A empresa vendeu em 2011 10% a menos que em 2006. Para o texto, a vantagem da empresa é a facilidade de aumentar preços.
"A demanda não costuma cair quando os preços sobem, porque fumar é um vício e o valor de um maço de cigarro é baixo, ou seja, as pessoas geralmente não sen¬tem tanto a alta", diz Marcelo Varejão, analista da corretora Socopa.
Isto decorre de um conhecido conceito econômico de inelasticidade.
Este blogueiro acrescenta outro fator: como a empresa não possui muitos projetos de investimento, o volume de pagamento de dividendos é alto. Uma consequência disto é que o risco é reduzido (beta de 0,48 versus a SP500 para dados de cinco anos ou 0,38 para dez anos). O gráfico apresenta o comportamento das ações da empresas em dez anos.
12 fevereiro 2012
Nota Fiscal Eletrônica
Um novo tipo de ameaça começa a desafiar a segurança das redes corporativas e a exigir respostas rápidas da TI. São as realizadas em massa por grupos de ciberativistas em movimentos de protestos que têm mais objetivos políticos e ideológicos que financeiros. Eles atacaram recentemente sites de bancos brasileiros e nesta semana derrubaram serviços do governo que processam a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Ficaram foram do ar webservices de pelo menos duas Secretarias de Fazenda. Reportaram que ficaram foram do ar os estados de São Paulo e Bahia, que infomam que não houve perda de dados.
Os dois órgãos ficaram com servidores indisponíveis e as empresas que emitem a NF-e foram direcionadas para a rota alternativa, que é o Sistema de Contingência Nacional (Scan), gerenciado pela Receita Federal. O ataque aconteceu na tarde de terça-feira (07/02) com a técnica de DDoS, chamada de Negação de Serviço Distribuída, que adota redes bots para sobrecarregar os sites, que não conseguem dar conta da demanda e acabam saindo do ar. O problema se estendeu pela quarta-feira e regularizado no final do dia.
Roberto Dias Duarte, professor da Escola de Negócios Contábeis, e especialista no sistema brasileiro da NF-e, explica que, em caso de falha ou manutenção dos servidores das Sefaz, as empresas são avisadas para que possam transferir o processamento para o Scan. Segundo ele, o processamento não chega a ser interrompido e há a opção de as companhias fazerem a impressão no papel em situações de emergência.
Titus Theiss, responsável pela TI da indústria alemã Heller, contribuinte de SP informa que por volta das 19 horas de terça-feira, o servidor do sistema empresarial (ERP), que fica na matriz, não conseguiu mais comunicação nem com o Scan, pois foi bloqueado.
Havia um comunicado da Sefaz-SP no site informando para que as empresas que estivessem sem comunicação cadastrar o endereço do IP. “Devido ao fuso horário, eu consegui o nosso endereço IP de saída só na manhã no dia seguinte”, conta. A Heller solicitou a liberação às 7h15 da quarta-feira e obteve a autorização duas horas mais tarde.
Outras multinacionais que, têm filiais no estado de São Paulo e processam os ERPs no exterior, tiveram o link internacional bloqueado, como foi o caso da fabricante de equipamentos para construção britânica JCB Brasil, a indústria alemã ZF e a norte-americana Grace.
Todas precisaram informar o endereço IP de seus servidores, o que segundo os executivos de TI, não foi tarefa simples por ter sido necessário acionar as matrizes e driblar as janelas do fuso horário. Fabio Kruse, gerente de TI da JCB diz que a situação mobilizou o departamento para descobrir se bloqueio ao servidor do ERP era alguma falha interna, já que a Sefaz-SP não fez comunicado. Depois de algum tempo é que o órgão publicou aviso no site, exigindo cadastro dos contribuintes para desbloqueio da conexão.
Fonte: aqui
Os dois órgãos ficaram com servidores indisponíveis e as empresas que emitem a NF-e foram direcionadas para a rota alternativa, que é o Sistema de Contingência Nacional (Scan), gerenciado pela Receita Federal. O ataque aconteceu na tarde de terça-feira (07/02) com a técnica de DDoS, chamada de Negação de Serviço Distribuída, que adota redes bots para sobrecarregar os sites, que não conseguem dar conta da demanda e acabam saindo do ar. O problema se estendeu pela quarta-feira e regularizado no final do dia.
Roberto Dias Duarte, professor da Escola de Negócios Contábeis, e especialista no sistema brasileiro da NF-e, explica que, em caso de falha ou manutenção dos servidores das Sefaz, as empresas são avisadas para que possam transferir o processamento para o Scan. Segundo ele, o processamento não chega a ser interrompido e há a opção de as companhias fazerem a impressão no papel em situações de emergência.
Titus Theiss, responsável pela TI da indústria alemã Heller, contribuinte de SP informa que por volta das 19 horas de terça-feira, o servidor do sistema empresarial (ERP), que fica na matriz, não conseguiu mais comunicação nem com o Scan, pois foi bloqueado.
Havia um comunicado da Sefaz-SP no site informando para que as empresas que estivessem sem comunicação cadastrar o endereço do IP. “Devido ao fuso horário, eu consegui o nosso endereço IP de saída só na manhã no dia seguinte”, conta. A Heller solicitou a liberação às 7h15 da quarta-feira e obteve a autorização duas horas mais tarde.
Outras multinacionais que, têm filiais no estado de São Paulo e processam os ERPs no exterior, tiveram o link internacional bloqueado, como foi o caso da fabricante de equipamentos para construção britânica JCB Brasil, a indústria alemã ZF e a norte-americana Grace.
Todas precisaram informar o endereço IP de seus servidores, o que segundo os executivos de TI, não foi tarefa simples por ter sido necessário acionar as matrizes e driblar as janelas do fuso horário. Fabio Kruse, gerente de TI da JCB diz que a situação mobilizou o departamento para descobrir se bloqueio ao servidor do ERP era alguma falha interna, já que a Sefaz-SP não fez comunicado. Depois de algum tempo é que o órgão publicou aviso no site, exigindo cadastro dos contribuintes para desbloqueio da conexão.
Fonte: aqui
Viciados em Internet Anônimos
Confirmando o que todos nós já sabíamos: estudo relata que Twitter e Facebook podem viciar mais do que álcool e cigarro
Segundo a Galileu:
Se você quiser esclarecimentos ou ajuda, dentre outras atitudes, verifique as seguintes informações:
* Sites cadastrados no Conselho Federal de Psicologia para atendimento on line.
* Hospital das Clínicas - Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (inclui, inclusive, tratamento para viciados em vídeo games).
* O Núcleo da Pesquisa em Psicologia em Informática (PUC-SP) oferece orientação psicológica grátis ,via e-mail (limite máximo: oito), dirigida às pessoas que apresentam dificuldades geradas pelos usos compulsivos ou excêntricos dos computadores caracterizadas como dependência. Contato: nppi@pucsp.br
Conforme a pesquisa, esses serviços são realizados dentro das normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia, e do Código de Ética de Psicologia.
Segundo a Galileu:
Pesquisadores deram smartphones para 205 adultos e pediram para que eles usassem seus aparelhos, especialmente as redes sociais, sete vezes por dia durante algumas semanas. Quando os voluntários foram recrutados responderam questionários sobre vícios e desejos e, ao final do processo, participaram de uma nova sondagem sobre o mesmo assunto.Esse assunto, que tem permeado frequentemente a mídia, às vezes de forma descontraída (para não utilizar uma palavra pior): é sério. A coordenadora do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática, Rosa Farah, conta que existia um espaço na clínica da PUC-SP para tratar viciados em Internet, mas as pessoas resistiam a ir ao tratamento. Pela Internet existe maior aceitação para dar o primeiro passo.
Nos questionários iniciais, os desejos mais relatados pelos participantes foram sono e sexo. Inesperadamente, álcool e cigarro não estavam no topo da lista, como se suspeitava inicialmente. Já no questionário respondido ao final do estudo, os pesquisadores notaram que, uma vez estimulado a manterem contato constante com a internet, os voluntários haviam adquirido um novo vício: o de navegar na web.
A maioria dos participantes tinha dificuldade de parar de verificar suas redes sociais, mesmo quando eles não tinham tempo ou estavam compromissados com outros assuntos. Outro vício que pode ser notado foi o trabalho. Muitos participantes aproveitavam para usar seus smartphones como uma extensão do trabalho, mesmo quando estavam em suas horas de lazer.
Se você quiser esclarecimentos ou ajuda, dentre outras atitudes, verifique as seguintes informações:
* Sites cadastrados no Conselho Federal de Psicologia para atendimento on line.
* Hospital das Clínicas - Programa Ambulatorial Integrado dos Transtornos do Impulso (inclui, inclusive, tratamento para viciados em vídeo games).
* O Núcleo da Pesquisa em Psicologia em Informática (PUC-SP) oferece orientação psicológica grátis ,via e-mail (limite máximo: oito), dirigida às pessoas que apresentam dificuldades geradas pelos usos compulsivos ou excêntricos dos computadores caracterizadas como dependência. Contato: nppi@pucsp.br
Conforme a pesquisa, esses serviços são realizados dentro das normas estabelecidas pelo Conselho Federal de Psicologia, e do Código de Ética de Psicologia.
11 fevereiro 2012
Rir é o melhor remédio
Para aqueles que gostam de humor universitário a recomendação é o Piadas Nerds. O livro custa R$19,90 e possui muitas piadas de matemática, física, química e outras matérias. Outra opção é acompanhar o twitter. Eis algumas das pérolas recentes:
=> Problemas com o capitalismo? Call Marx !
=> Casamento é tipo Machado de Assis. Começa no Romantismo, mas logo cai no Realismo
=> Em Itu, a Campus Party seria chamada de Lan House
=> Todo Download vale a pena, se a conexão não é pequena
=> Falar que é bom em matemática: as mina (3,14159266) ra
=> Casamento é igual a quando um metal alcalino faz ligação iônica com o Cloro: quando separa, ela sempre fica com tudo.
=> Gata, você é tão linda que se fosse pra te capturar, eu não teria pena de gastar minha masterball.
=> Problemas com o capitalismo? Call Marx !
=> Casamento é tipo Machado de Assis. Começa no Romantismo, mas logo cai no Realismo
=> Em Itu, a Campus Party seria chamada de Lan House
=> Todo Download vale a pena, se a conexão não é pequena
=> Falar que é bom em matemática: as mina (3,14159266) ra
=> Casamento é igual a quando um metal alcalino faz ligação iônica com o Cloro: quando separa, ela sempre fica com tudo.
=> Gata, você é tão linda que se fosse pra te capturar, eu não teria pena de gastar minha masterball.
Como se faz uma norma
O texto a seguir mostra os caminhos seguidos antes de uma norma ser publicada pela CVM. Para uma discussão adicional, sugiro o capítulo 1 do livro de Teoria da Contabilidade, de Katsumi e Silva.
A fim de dar mais transparência e celeridade à regulação do mercado de capitais, todas as audiências públicas de propostas de normas iniciadas a partir de 22 de novembro de 2011 passarão a ter os comentários apresentados na íntegra no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após o prazo de recebimento dessas sugestões. Mas será que o itinerário das normas, desde sua concepção até a edição, é de conhecimento desse mercado?
As demandas por reforma ou criação de instruções se originam de diversas fontes: colegiado da CVM, áreas técnicas, associações de classe, autorreguladores, advogados, dentre outros. No começo de cada ano, a CVM estabelece a lista das prioridades em matéria de regulação. Inaugura–se o processo com o estudo da legislação e da regulação internacional — especialmente, daquelas emitidas pela International Organization of Securities Commissions (Iosco), pelos Estados Unidos e pela União Europeia —, avaliadas à luz das características e necessidades do mercado brasileiro. Nessa etapa, os técnicos da CVM depuram as questões, identificando as que não se aplicam ao funcionamento do mercado ou ao arcabouço regulatório do País.
Em seguida, um esboço de uma instrução é feito pela superintendência de desenvolvimento de mercado (SDM), área responsável pela elaboração de normas. Com base nessa versão, é aberto o ciclo de discussões com os profissionais das áreas de supervisão e aplicação da regra, bem como com os participantes do mercado, que culmina com uma proposta de normatização.
Em alguns projetos de 2011, a autarquia inseriu mais uma etapa no processo de normatização: uma espécie de audiência restrita "ao vivo e em cores". Agora, cada item da proposta de normatização é discutido com os participantes do mercado diretamente envolvidos no tema, uma medida que enriquece o processo regulamentar.
Chega–se, assim, à etapa de discussão da proposta com o comitê de regulação, composto de superintendentes, e também com os membros do colegiado da CVM. Mesmo tendo tantos assuntos para decidir, os diretores discutem cada ponto do projeto até fecharem um texto final.
Após a conclusão do texto final, publica–se o edital de audiência pública, oportunidade na qual todos podem comentar a proposta à vontade, por um período que varia de 30 a 90 dias. E se você achava que essa fase era somente consulta formal para "cumprir tabela", enganou–se. Concluído o período de audiência pública, a SDM elabora um relatório contendo as sugestões recebidas e os respectivos motivos pelos quais a CVM acatou ou não cada contribuição. Esse relatório é uma ferramenta preciosa, porque mantém registradas e disponíveis no site da autarquia discussões que, de outro modo, estariam fadadas ao esquecimento.
No fim de todo esse processo, a tão esperada instrução é publicada. Pensa que essa era a peça que faltava para completar o quadro? Enganou–se novamente. Com a edição da norma, só aparece o rosto desse quebra–cabeça, em que se pretende identificar ainda corpo e paisagem. O retrato começa a tomar forma com a aplicação da regra pelo mercado, pelas áreas técnicas e pelo colegiado. A torcida é sempre para que a norma seja duradoura e contribua para a proteção dos investidores e a integridade do mercado — até que, certo dia, surja nova demanda e se inicie a montagem de mais um quebra–cabeça.
Quebra–cabeça regulatório - 9 de Fevereiro de 2012 - Revista Capital Aberto - Flávia Mouta
A fim de dar mais transparência e celeridade à regulação do mercado de capitais, todas as audiências públicas de propostas de normas iniciadas a partir de 22 de novembro de 2011 passarão a ter os comentários apresentados na íntegra no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), após o prazo de recebimento dessas sugestões. Mas será que o itinerário das normas, desde sua concepção até a edição, é de conhecimento desse mercado?
As demandas por reforma ou criação de instruções se originam de diversas fontes: colegiado da CVM, áreas técnicas, associações de classe, autorreguladores, advogados, dentre outros. No começo de cada ano, a CVM estabelece a lista das prioridades em matéria de regulação. Inaugura–se o processo com o estudo da legislação e da regulação internacional — especialmente, daquelas emitidas pela International Organization of Securities Commissions (Iosco), pelos Estados Unidos e pela União Europeia —, avaliadas à luz das características e necessidades do mercado brasileiro. Nessa etapa, os técnicos da CVM depuram as questões, identificando as que não se aplicam ao funcionamento do mercado ou ao arcabouço regulatório do País.
Em seguida, um esboço de uma instrução é feito pela superintendência de desenvolvimento de mercado (SDM), área responsável pela elaboração de normas. Com base nessa versão, é aberto o ciclo de discussões com os profissionais das áreas de supervisão e aplicação da regra, bem como com os participantes do mercado, que culmina com uma proposta de normatização.
Em alguns projetos de 2011, a autarquia inseriu mais uma etapa no processo de normatização: uma espécie de audiência restrita "ao vivo e em cores". Agora, cada item da proposta de normatização é discutido com os participantes do mercado diretamente envolvidos no tema, uma medida que enriquece o processo regulamentar.
Chega–se, assim, à etapa de discussão da proposta com o comitê de regulação, composto de superintendentes, e também com os membros do colegiado da CVM. Mesmo tendo tantos assuntos para decidir, os diretores discutem cada ponto do projeto até fecharem um texto final.
Após a conclusão do texto final, publica–se o edital de audiência pública, oportunidade na qual todos podem comentar a proposta à vontade, por um período que varia de 30 a 90 dias. E se você achava que essa fase era somente consulta formal para "cumprir tabela", enganou–se. Concluído o período de audiência pública, a SDM elabora um relatório contendo as sugestões recebidas e os respectivos motivos pelos quais a CVM acatou ou não cada contribuição. Esse relatório é uma ferramenta preciosa, porque mantém registradas e disponíveis no site da autarquia discussões que, de outro modo, estariam fadadas ao esquecimento.
No fim de todo esse processo, a tão esperada instrução é publicada. Pensa que essa era a peça que faltava para completar o quadro? Enganou–se novamente. Com a edição da norma, só aparece o rosto desse quebra–cabeça, em que se pretende identificar ainda corpo e paisagem. O retrato começa a tomar forma com a aplicação da regra pelo mercado, pelas áreas técnicas e pelo colegiado. A torcida é sempre para que a norma seja duradoura e contribua para a proteção dos investidores e a integridade do mercado — até que, certo dia, surja nova demanda e se inicie a montagem de mais um quebra–cabeça.
Quebra–cabeça regulatório - 9 de Fevereiro de 2012 - Revista Capital Aberto - Flávia Mouta
10 fevereiro 2012
Pro-forma
Chegará ao mercado ainda neste trimestre a primeira regra brasileira para a elaboração das demonstrações financeiras pró–forma — aquelas que mostram como teriam sido os resultados de uma companhia que acaba de passar por reorganizações societárias, combinações de negócios ou compra e venda de ativos relevantes se esses já estivessem incorporados. A novidade será estabelecida por meio de uma orientação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão responsável pela emissão de normas de contabilidade no País. Como é de costume, a regra será referendada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para que seja aplicável ao universo regulado pela autarquia. Nessa etapa, uma medida adicional é aguardada. Enquanto a orientação do CPC terá adoção voluntária, a CVM avalia a possibilidade de ir além e tornar os balanços pró–forma obrigatórios em situações específicas. "Estamos estudando essa ideia", diz José Carlos Bezerra, superintendente de normas contábeis e auditoria da CVM.
Segundo agentes do mercado, o mais provável é que a CVM, se vier a exigir o balanço pró–forma, o faça para as ofertas públicas de ações reguladas pela Instrução 400. Isso obrigaria toda companhia que comprasse uma concorrente relevante ou se juntasse a outra empresa às vésperas de uma distribuição de ações a divulgar um balanço pró–forma no prospecto. "A ausência de regra vem criando inconsistências entre as ofertas", afirma o advogado Carlos Alexandre Lobo, sócio responsável pela área de mercado de capitais do escritório Veirano Advogados. Segundo ele, quando grande parte das ofertas de ações acontecia no Brasil e nos Estados Unidos, simultaneamente, o problema era minimizado porque prevalecia a normatização norte–americana, mandatória e em vigor desde a década de 1980. Mas operações direcionadas exclusivamente ao mercado local seguem as regras de lá apenas como inspiração.
Simulação regrada - 9 de Fevereiro de 2012 - Revista Capital Aberto - Yuki Yokoi
Segundo agentes do mercado, o mais provável é que a CVM, se vier a exigir o balanço pró–forma, o faça para as ofertas públicas de ações reguladas pela Instrução 400. Isso obrigaria toda companhia que comprasse uma concorrente relevante ou se juntasse a outra empresa às vésperas de uma distribuição de ações a divulgar um balanço pró–forma no prospecto. "A ausência de regra vem criando inconsistências entre as ofertas", afirma o advogado Carlos Alexandre Lobo, sócio responsável pela área de mercado de capitais do escritório Veirano Advogados. Segundo ele, quando grande parte das ofertas de ações acontecia no Brasil e nos Estados Unidos, simultaneamente, o problema era minimizado porque prevalecia a normatização norte–americana, mandatória e em vigor desde a década de 1980. Mas operações direcionadas exclusivamente ao mercado local seguem as regras de lá apenas como inspiração.
Simulação regrada - 9 de Fevereiro de 2012 - Revista Capital Aberto - Yuki Yokoi
Balanço no Tablet
As companhias que ainda não produzem relatórios anuais online têm um motivo para reconsiderar a sua posição: o crescimento do uso do iPad pelos profissionais de finanças. Adaptar o documento online para ser visualizado também no tablet da Apple é a maneira mais simples de não ficar de fora do radar de seus públicos de relacionamento. (...)
Ainda são pouquíssimas as companhias que têm um aplicativo de seu relatório anual disponível na App Store. A maioria só faz as alterações necessárias para que o relatório online possa abrir corretamente no navegador de internet do iPad. "As empresas até cogitam fazer o aplicativo, mas acabam desistindo quando veem o preço", afirma Rodrigo Azevedo, CEO da RIWeb. Custa caro montar um aplicativo que contenha toda a interatividade e a funcionalidade oferecida pela versão publicada na web. (...)
Conteúdo em tablet - Luciana Tanoue - Revista Capital Aberto
A questão é a relação custo-benefício da informação. Custa caro colocar as demonstrações contábeis como apps num tablet e o número potencial de leitores é reduzido. Já é caro publicá-las no jornal, imagine mais este conforto para o acionista...
(imagem, aqui)
Ainda são pouquíssimas as companhias que têm um aplicativo de seu relatório anual disponível na App Store. A maioria só faz as alterações necessárias para que o relatório online possa abrir corretamente no navegador de internet do iPad. "As empresas até cogitam fazer o aplicativo, mas acabam desistindo quando veem o preço", afirma Rodrigo Azevedo, CEO da RIWeb. Custa caro montar um aplicativo que contenha toda a interatividade e a funcionalidade oferecida pela versão publicada na web. (...)
Conteúdo em tablet - Luciana Tanoue - Revista Capital Aberto
A questão é a relação custo-benefício da informação. Custa caro colocar as demonstrações contábeis como apps num tablet e o número potencial de leitores é reduzido. Já é caro publicá-las no jornal, imagine mais este conforto para o acionista...
(imagem, aqui)
Caixa e Dividendos
O aumento no volume de caixa e equivalentes existentes nas grandes empresas mundiais já foi bastante discutido na área financeira. Um aspecto interessante é que ao mesmo tempo as empresas estão deixando de pagar dividendos.
A proporção dos lucros canalizada para o pagamento de dividendos nas companhias do índice S&P 500 está no nível mais baixo desde 1900. (...) [Caixa bate recorde, mas dividendos mínguam, Valor Econômico, 31 jan 2012, John Authers | Financial Times]
Numa crise, as pessoas querem dinheiro e recompensam as empresas que pagam dividendos:
A pressão dos investidores está afetando o desempenho do mercado. No ano passado, o índice S&P 500 ficou inalterado, mas os 10% das ações com maior rendimento na forma de dividendos desfrutaram um ganho médio de 18%, de acordo com Savita Subramanian, do BofA Merrill Lynch. Tendências demográficas condicionaram isso. Subramanian qualifica o cenário de desequilíbrio secular entre demanda e oferta. No lado da demanda, a população ocidental está envelhecendo rapidamente e necessita renda após aposentar-se. Gestores de fundos estão empenhados no marketing de fundos de dividendos. "A renda proveniente de ações é a única classe de ativos de fundo mútuo que ficou de pé no Reino Unido", diz Neil Dwane, da Allianz Global Investors, que lançou um novo fundo de dividendos em 2009.(...)
Ao contrário dos lucros, sujeitos a possíveis truques contábeis, um cheque de pagamento de dividendos é algo concreto. E os investidores já não confiam em que os gestores invistam o dinheiro excedente com sabedoria, preferindo impor a "disciplina dos dividendos".
Mas hoje o dinheiro do caixa está sendo gerado mundialmente. E a distribuição é em geral paroquial. Para trazer este dinheiro de volta para casa, muitas empresas pagam elevados impostos. Preferem não pagar dividendos e ter que dividir a conta com o governo.
Com respeito a este assunto, uma pesquisa recente publicada com as empresas do Brasil (RETENÇÃO DE CAIXA, DESEMPENHO OPERACIONAL E VALOR: UM ESTUDO NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, RCO, v. 5, n. 13, 2001, Cristiano Augusto Forti, Fernanda Maciel Peixoto, Kellen Silva Freitas) mostra que aumentar caixa aumenta o valor. Vale a pena dar uma lida no artigo, que está muito interessante.
A proporção dos lucros canalizada para o pagamento de dividendos nas companhias do índice S&P 500 está no nível mais baixo desde 1900. (...) [Caixa bate recorde, mas dividendos mínguam, Valor Econômico, 31 jan 2012, John Authers | Financial Times]Numa crise, as pessoas querem dinheiro e recompensam as empresas que pagam dividendos:
A pressão dos investidores está afetando o desempenho do mercado. No ano passado, o índice S&P 500 ficou inalterado, mas os 10% das ações com maior rendimento na forma de dividendos desfrutaram um ganho médio de 18%, de acordo com Savita Subramanian, do BofA Merrill Lynch. Tendências demográficas condicionaram isso. Subramanian qualifica o cenário de desequilíbrio secular entre demanda e oferta. No lado da demanda, a população ocidental está envelhecendo rapidamente e necessita renda após aposentar-se. Gestores de fundos estão empenhados no marketing de fundos de dividendos. "A renda proveniente de ações é a única classe de ativos de fundo mútuo que ficou de pé no Reino Unido", diz Neil Dwane, da Allianz Global Investors, que lançou um novo fundo de dividendos em 2009.(...)
Ao contrário dos lucros, sujeitos a possíveis truques contábeis, um cheque de pagamento de dividendos é algo concreto. E os investidores já não confiam em que os gestores invistam o dinheiro excedente com sabedoria, preferindo impor a "disciplina dos dividendos".
Mas hoje o dinheiro do caixa está sendo gerado mundialmente. E a distribuição é em geral paroquial. Para trazer este dinheiro de volta para casa, muitas empresas pagam elevados impostos. Preferem não pagar dividendos e ter que dividir a conta com o governo.
Com respeito a este assunto, uma pesquisa recente publicada com as empresas do Brasil (RETENÇÃO DE CAIXA, DESEMPENHO OPERACIONAL E VALOR: UM ESTUDO NO MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO, RCO, v. 5, n. 13, 2001, Cristiano Augusto Forti, Fernanda Maciel Peixoto, Kellen Silva Freitas) mostra que aumentar caixa aumenta o valor. Vale a pena dar uma lida no artigo, que está muito interessante.
Reputação
Um texto do Valor Econômico (Manter a reputação on-line é desafio, 7 de fevereiro de 2012, origalmente publicado no Bloomberg Business Week) comenta da dificuldade de manter a reputação sob a ótica de empresas que tem como finalidade defender a reputação dos seus clientes. Eis um trecho interessante:Mas se você fizer uma busca pela Reputation Changer em algumas partes dos Estados, a primeira página de resultados vai mostrar um link para um "post" dizendo que a empresa "faz afirmações falsas". E o segundo resultado para a Elixir é um comentário anônimo segundo o qual a empresa é "uma picaretagem total".
Figura: Aqui
Convergência
Os princípios usados na classificação e na mensuração de ativos financeiros poderão ser os responsáveis pelo mais importante passo em direção à harmonização dos padrões contábeis mundiais. Em 27 de janeiro, o International Financial Standards Board (Iasb), órgão europeu que emite os International Financial Reporting Standards (IFRS), e seu par norte–americano, o Financial Accounting Standards Board (Fasb), oficializaram a intenção de convergir para um tratamento contábil comum para ativos financeiros. Esse é o ponto sobre o qual os padrões de ambas as entidades mais divergem atualmente — e, ao que tudo indica, o modelo europeu, adotado integralmente no Brasil desde 2010, tende a prevalecer. "O Fasb vai se aproximar do Iasb", prevê o professor Eliseu Martins, da FEA–USP.
A favor do padrão europeu está a flexibilidade. O IFRS 9, do Iasb, contabiliza os instrumentos financeiros de acordo com o modelo de negócio da companhia. Isso significa que a linha de contas a receber, por exemplo, pode receber tratamentos distintos das empresas. Naquelas em que a estratégia é vender a prazo e manter em carteira os créditos até a data do recebimento efetivo, os ativos financeiros devem ser contabilizados pelo valor de custo. Nas empresas que repassam os recebíveis antes do vencimento, o critério a ser seguido é o do valor justo. Nos Estados Unidos, na última reforma proposta para a norma doméstica de contabilização de instrumentos financeiros, o valor justo é a regra geral. "Os IFRS embutem o princípio da utilidade da informação para o usuário, enquanto o modelo norte–americano é mais radical", avalia Tadeu Cendón, sócio da área de risco de qualidade da PwC.
A aproximação entre Fasb e Iasb não produzirá efeitos imediatos no Brasil. A adoção do IFRS 9, inicialmente mandatória para os países aderentes aos IFRS a partir do ano que vem, já havia sido adiada para 2015. Agora, com o esforço conjunto dos órgãos internacionais, as discussões locais comandadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tradicionalmente antecedem a chegada de uma nova norma, entram em compasso de espera. "Provavelmente, o cronograma de trabalho será refeito", diz Edison Arisa, coordenador técnico do CPC e sócio da PwC responsável por instituições financeiras. Dependendo do resultado do acordo entre Iasb e Fasb, alguns temas relacionados ao IFRS 9 poderão ter suas regras revistas. Um deles é a contabilização de hedge (hedge accounting); outro, o impairment, método pelo qual as companhias avaliam, anualmente, quanto cada um de seus ativos ainda pode gerar de retorno.
Contabilidade em convergência - 9 de fev 2012 - Revista Capital Aberto - Yuki Yokoi
A favor do padrão europeu está a flexibilidade. O IFRS 9, do Iasb, contabiliza os instrumentos financeiros de acordo com o modelo de negócio da companhia. Isso significa que a linha de contas a receber, por exemplo, pode receber tratamentos distintos das empresas. Naquelas em que a estratégia é vender a prazo e manter em carteira os créditos até a data do recebimento efetivo, os ativos financeiros devem ser contabilizados pelo valor de custo. Nas empresas que repassam os recebíveis antes do vencimento, o critério a ser seguido é o do valor justo. Nos Estados Unidos, na última reforma proposta para a norma doméstica de contabilização de instrumentos financeiros, o valor justo é a regra geral. "Os IFRS embutem o princípio da utilidade da informação para o usuário, enquanto o modelo norte–americano é mais radical", avalia Tadeu Cendón, sócio da área de risco de qualidade da PwC.
A aproximação entre Fasb e Iasb não produzirá efeitos imediatos no Brasil. A adoção do IFRS 9, inicialmente mandatória para os países aderentes aos IFRS a partir do ano que vem, já havia sido adiada para 2015. Agora, com o esforço conjunto dos órgãos internacionais, as discussões locais comandadas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), que tradicionalmente antecedem a chegada de uma nova norma, entram em compasso de espera. "Provavelmente, o cronograma de trabalho será refeito", diz Edison Arisa, coordenador técnico do CPC e sócio da PwC responsável por instituições financeiras. Dependendo do resultado do acordo entre Iasb e Fasb, alguns temas relacionados ao IFRS 9 poderão ter suas regras revistas. Um deles é a contabilização de hedge (hedge accounting); outro, o impairment, método pelo qual as companhias avaliam, anualmente, quanto cada um de seus ativos ainda pode gerar de retorno.
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09 fevereiro 2012
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Somar 4 páginas de contas patrimoniais na HP12C e ver no visor que o ATIVO fechou com o PASSIVO durante uma prova de contabilidade:
... I S S O N Ã O T E M P R E Ç O ! !
Autor: Wailen Antonio
Fonte: Vida de Contador
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Dopamina
As pesquisas que atualmente estão sendo realizadas para tentar entender o mercado podem ser classificadas em dois tipos. Na primeira, procura-se analisar friamente os dados existentes, tentando descobrir, por exemplo, padrões de comportamento nas séries históricas. Esta abordagem é tradicional nos estudos sobre o mercado e envolvem um grande conjunto de dados em que serão aplicadas técnicas estatísticas.
Outro grupo tentar entender o que está por trás do mercado. Ou seja, o ser humano. Neste grupo, os pesquisadores eventualmente podem até usar os dados do mercado, mas o objetivo final é procurar verificar como a ação do homem influencia no comportamento do mercado. Existem três grandes subgrupos de pesquisas. No primeiro, o foco é o indivíduo específico e seu processo decisório. Boa parte dos achados de finanças comportamentais está neste grupo. Assim, a conclusão de que as pessoas sentem muito mais a perda do que o prazer do ganho, que conhecemos como aversão à perda, é uma situação típica de comportamento humano, que irá explicar certos movimentos do mercado.
Um segundo subgrupo de pesquisadores tem-se dedicado ao comportamento social. A preocupação é tentar verificar como as interações de grupos de pessoas afetam o mercado. Esta tendência das pessoas de seguirem o comportamento de um grupo irá refletir no chamado efeito manada. O desenvolvimento recente das redes sociais tem facilitado as pesquisas nesta área.
Podemos dizer que enquanto o primeiro subgrupo é “derivado” da psicologia, o segundo tem sua raiz na “sociologia”.
Um terceiro subgrupo, que é o objeto desta postagem, está mais interessado na parte física do comportamento. Aqui a preocupação é saber em que parte do cérebro uma decisão é tomada. As pesquisas são realizadas usando máquinas modernas que conseguem ver o que está ocorrendo dentro da cabeça das pessoas enquanto decisões são tomadas. Esta área tem sido denominada como neuroeconomia. Há tempos já se sabe, por exemplo, que a forma como as pessoas tomam decisões possuem um comportamento genético. O efeito do testosterona nos investidores já é conhecido (aqui, aqui e aqui). Acredita-se que os banqueiros tenham em grande quantidade um gene chamado AFL11 numa taxa de 84% deles, versus 2,7% da população.
Uma pesquisa mais recente avaliou os genes de 60 traders que trabalham em Wall Street. O objetivo era estudar o efeito da dopamina, um neurotransmissor do cérebro, responsável, entre outras coisas, pela dependência do jogo, sexo, álcool e outras drogas.
Pesquisas anteriores já apontavam para o efeito na dopamina no mercado acionário (aqui, aqui e aqui). Agora, dois pesquisadores Claremont Graduate University estudaram o efeito da dopamina na oferta pública inicial de ação. Este tipo de oferta é muito excitante e tende a aumentar a atividade da dopamina no cérebro. Mas sabemos também que em geral estas ofertas não são um bom investimento, tendo um retorno abaixo do esperado. Ou seja, liberar muita dopamina pode levar a péssimas decisões de investimento.

Os pesquisadores encontraram que os investidores de maior sucesso são aqueles que conseguem “controlar” a atividade da dopamina. Estes profissionais conseguem compensar o risco de uma oferta pública por uma visão de longo prazo graças a gene específico.
Talvez no futuro os traders devam fazer um exame completo na sua estrutura de genes para saber se conseguem controlar ou não sua dopamina.
Para ler mais: The Wall Street Gene, Jonah Lehrer, The Wall Street Journal, 4 fev 2012
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