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22 abril 2009

Bancos

Bancos ainda continuam atolados em títulos ruins
22 Abril 2009 - Valor Econômico

(...) O balanço do BofA é um exemplo das dificuldades presentes e futuras do sistema financeiro, em uma contabilidade minada por fraquezas. A instituição tem US$ 118 bilhões de ativos da Merrill Lynch, que adquiriu, garantidos pelo governo americano. Recebeu US$ 45 bilhões do Tesouro e obteve US$ 41,7 bilhões na venda de papéis que tinham a garantia da Federal Deposit Insurance Corporation. Com isso, um lucro de US$ 4,25 bilhões, ainda que relevante, diz pouco sobre o futuro. Mais importante para os investidores foram as provisões, nas quais o banco dobrou sua estimativa de calote em cartões de crédito (foram para US$ 8,2 bilhões) e aumentou 89% nas de empréstimos imobiliários (US$ 3,4 bilhões). Isto é, enquanto as perdas imobiliárias ainda não deram sinais de descanso, as que advêm do ciclo econômico recessivo começaram a bater com força, mantendo as dúvidas sobre a capacidade da instituição manter-se de pé sem ajuda oficial.

A dúvida se estendeu na segunda-feira a outros gigantes das finanças americanas. Relatório do Goldman Sachs apontou que as perdas do Citi crescem velozmente. O lucro do Citi foi de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre, um resultado ao qual não faltaram providenciais acertos contábeis - foi autorizada a mudança na forma de precificar os títulos tóxicos. Ao balanço lucrativo da própria Goldman Sachs foram feitas ressalvas pelos investidores, que notaram o estranho desaparecimento do mês de dezembro em meio à mudança provocada pela transformação de banco de investimento em banco comercial. Por isso tudo, as ações de bancos estão hoje 70% abaixo do seu pico.

Os bancos estão ganhando tempo com as maciças ajudas bilionárias do governo. Fundamentalmente, porém, nada de relevante mudou desde o início da operação de salvamento, a partir de outubro. A possibilidade de abandonar a marcação a mercado dos títulos ilíquidos deu um belo alívio aos bancos, enquanto eles aguardam os resultados dos testes de estresse que o governo está finalizando. O verdadeiro jogo ficará claro quando os resultados dos testes saírem. (...)

Os críticos dizem que o afrouxamento das regras contábeis retiram o incentivo para que os bancos se desfaçam dos papéis problemáticos. Outros acreditam que os leilões farão os papéis serem avaliados por mais do que valem, já que os investidores privados ganharão mais se os ativos comprados se valorizarem, mas arcarão com apenas pequena parcela do prejuízo se ele ocorrer. (...)

Os Maiores prejuízos

1. American International Group = 99,3 bilhões de dólares
2. Fannie Mae = 58,7
3. Freddie Mac = 50,1
4. General Motors = 30,9
5. Citigroup = 27,7
6. Merrill Lynch = 27,6
7. ConocoPhillips = 17
8. Ford Motor = 14,7
9. Time Warner = 13,4
10. CBS = 11,7

Fonte: Aqui

21 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Quem pesquisa contabilidade?


O resultado do Google Trends para o termo contabilidade não mostra um maior interesse pelo assunto no tempo (clique na imagem para ver melhor). O interessante são as cidades onde se pesquisa. Pela ordem:

1. Belém
2. São Luis
3. Cuiabá
4. Manaus
5. Porto Velho
6. Vitória
7. Londrina
8. Fortaleza
9. Joinville
10. Blumenau

Resultados do Citi

O jornal Gazeta Mercantil publicou o seguinte texto sobre o resultado do Citibank, um lucro surpreendente de 1,6 bilhão de dólares:

Citi lucra US$ 1,6 bilhão no trimestre
Gazeta Mercantil - 20/4/2009

Nova York, 20 de Abril de 2009 - O Citigroup, gigante do setor bancário golpeado pela crise mundial, anunciou um lucro líquido relativo ao primeiro trimestre na sexta-feira, depois de mais de um ano de perdas espantosas e três planos de salvamento financeiro vindos de Washington.

O banco, que tem sede em Nova York, divulgou um lucro liquido de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre, depois de uma perda de US$ 5,11 bilhões no mesmo período um ano antes. Contudo, ele anunciou uma perda de US$ 0,18 por ação devido a mudanças na sua estrutura de ações. Os resultados também foram ajudados por um ajuste na contabilidade que permitiu ao banco divulgar um ganho único de US$ 2,5 bilhões sobre as suas posições em derivativos.

A receita geral foi de US$ 24,8 bilhões, com alta de 99%. O ganho foi conduzido por resultados mais vigorosos relativos às comercializações e à melhoria nas suas baixas contábeis. A receita advinda de títulos e de operações bancárias (banking) foi de US$ 2,3 bilhões no trimestre, em relação aos US$ 4,6 bilhões nos três meses anteriores.

A melhora nos resultados não era esperada. Em um memorando enviado aos funcionários do Citigroup no mês passado, o principal executivo, Vikram S. Pandit, disse depois de mais de um ano de perdas espantosas e três resgates financeiros de Washington, que a companhia estava de novo fazendo dinheiro. Em média, os analistas pesquisados pela Thompson Reuters esperavam uma perda de US$ 0,34 por ação para o trimestre devido a receitas de US$ 22,9 bilhões.

As ações do banco vêm se recuperando de maneira firme depois de cair abaixo de US$ 1 no início de março, mas no acumulado do ano ainda estão em baixa de 40%.

A razão para a perda por ação do Citigroup foi ao pagamento de dividendos relativos a ações preferenciais e uma redefinição em janeiro do preço de conversão de US$ 12,5 bilhões em ações preferenciais conversíveis emitidas um ano antes. Isso resultou em uma redução do lucro disponível aos acionistas comuns de US$ 1,3 bilhão ou US$ 0,24 por ação. Sem isso, os ganhos por ação foram positivos.

Cortes

O Citigroup disse que suas despesas operacionais caíram 23% em relação a um ano antes e que havia reduzido sua força de trabalho em cerca de 13 mil pessoas, para 309 mil, desde o quarto trimestre de 2008.Ajudado pelas injeções do governo, o "Tier 1 capital ratio", uma medida da solidez financeira, foi de aproximadamente 11,8% no primeiro trimestre, em comparação com os 7,7% apurados um ano antes. "Nossos resultados neste trimestre refletem a solidez da operação do Citi e estamos satisfeitos com nosso desempenho", disse Pandit. "Com receitas de quase US$ 25 bilhões e um resultado líquido de US$ 1,6 bilhão, tivemos nosso melhor trimestre geral desde o segundo trimestre de 2007."

Ainda assim, os analistas permaneceram céticos sobre com que facilidade o banco conseguiria superar o panorama econômico ainda sombrio. O grupo de clientes institucionais do banco, que inclui sua unidade de investment banking, teve um lucro de US$ 2,83 bilhões depois de uma perda de U$ 6,3 bilhões um ano atrás. A área de clientes teve uma receita de US$ 9,5 bilhões, conduzida pela unidade de operações com receita de US$ 4,69 bilhões e de comercialização de títulos com US$ 1,9 bilhão.

A receita na sua unidade de cartões globais caiu 10%, principalmente devido às perdas de crédito maiores de seus monopólios de securitização na América do Norte. A receita relativa às transações bancárias dos consumidores caíram US$ 1,8 bilhão, conduzida por uma queda nas vendas de investimentos, efeito das mudanças do câmbio estrangeiro.

A receita relativa ao gerenciamento de riqueza caiu 20% no trimestre, refletindo os mercados de capitais ainda frágeis e uma debilitada receita advinda de investimentos no mundo.

O custo de crédito aumentou 76%, para US$ 10,3 bilhões, incluindo US$ 7,3 bilhões em perdas de crédito líquidas e um aumento de US$ 2,7 bilhões em reservas para futuras perdas de empréstimos.

Os analistas especulavam que o Citigroup continuaria a enfrentar problemas sob o peso cada vez maior da exposição aos defaults relacionados a empréstimos que têm a probabilidade de aumentar à medida que a recessão continua e mais americanos perdem seus empregos.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times)


Um outro texto também foi publicado pelo New York Times, de autoria de Eric Dash, também na mesma data (e obtido através do Herald Tribune). O título já é mais interessante, pois usa o termo "contabilidade criativa", uma forma sutil. E no primeiro parágrafo o termo "fuzzy math" ou "matemática confusa". O texto afirma claramente que o banco usou a contabilidade criativa para obter seu resultado. A seguir, o texto completo:

Creative accounting helps Citigroup return to profit
Eric Dash - The New York Times - 20/4/2009
International Herald Tribune

New York: -- After more than a year of crippling losses and three bailouts from Washington, Citigroup said it had made money in the first quarter of the year. But the headline number - a net profit of $1.6 billion - was not quite what it seemed. Behind that figure was some fuzzy math.

Like several other banks that have recently reported surprisingly strong results, Citigroup used some creative accounting in the earnings reported Friday, all of it legal, to bolster its bottom line at a pivotal moment.

While wisps of recovery are appearing in the U.S. banking industry - mortgage lending and trading income are up industrywide - many banks are doing all they can to make themselves look good.

The timing is crucial. U.S. regulators are preparing to disclose the results of stress tests; the tests could determine which banks are strong enough to return the taxpayer dollars that they have accepted and which might need more. Many banks are eager to free themselves from the strings attached to the government bailout money, including restrictions on pay.

Meredith A. Whitney, a prominent research analyst, said in a recent report that what banks were doing amounted to a ''great whitewash.'' The industry's goal - and one that some policy makers share - is to create the impression that banks are stabilizing so private investors will invest in them, minimizing the need for additional taxpayer money, she said.

Citigroup posted its first profitable quarter in 18 months, in part because of unusually strong trading results. It also made progress in reducing expenses and improving its capital position.

But the long-struggling company also employed several common accounting tactics - gimmicks, critics call them - to increase its reported earnings.

One of the maneuvers, widely used since the financial crisis erupted last spring, involves the way Citigroup accounted for a decline in the value of its debt, a move known as a credit value adjustment. The strategy added $2.7 billion to the company's bottom line during the quarter, a figure that dwarfed Citigroup's reported net income. Here is how it worked.

Citigroup's debt has lost value in the bond market because of concerns about the company's health. But under accounting rules, Citigroup was allowed to book a one-time gain approximately equivalent to that decline because, in theory, it could buy back its debt at a lower cost in the open market. Citigroup did not actually do that, however.

''It's junk income,'' said Jack T. Ciesielski, the publisher of an accounting advisory service. ''They are making more money from being a lousy credit than from extending loans to good credits.''

Edward J. Kelly, Citigroup's financial chief, defended the practice of valuing its bonds at market prices since the company valued other investments the same way. The number fluctuates from quarter to quarter. For instance, Citigroup recorded a big loss in the fourth quarter of last year, when the prices of its bonds bounced back.

''I think it is unfair to focus on it in isolation rather than considering it with all the factors,'' Mr. Kelly said.

Other banks have taken a similar approach. Bear Stearns, now absorbed into JPMorgan Chase, and Lehman Brothers, which plunged into bankruptcy last autumn, took advantage of credit value adjustments as their bonds lost value last year, as did Goldman Sachs.

JPMorgan, which reported strong results last week, added $638 million to its first-quarter profit by availing itself of this adjustment. Bank of America and other large financial companies are expected to take similar steps when they report their results.

Citigroup also took advantage of beneficial changes in accounting rules related to toxic securities that have not traded in months. The rules took effect last month, after lobbying from the financial services industry.

Previously, banks were required to mark down fully the value of certain ''impaired assets'' that they planned to hold for a long period, which hurt their quarterly results. Now, they must book only a portion of the loss immediately. (Any additional charges related to the impairment may be booked over time, or when the assets are sold.)

For Citigroup, this difference helped inflate quarterly after-tax profits by $413 million and strengthened its capital levels.

Citigroup and other banks also benefit simply by taking a sunnier view of their prospects. Banks routinely set aside money to cover losses on loans that might run into trouble. By squirreling away less money, banks increase their profits.

That is what Citigroup did. During the fourth quarter, Citigroup added $3.7 billion to its consumer loan loss reserves, more than analysts had expected. In the first quarter, even though more loans were going bad, it set aside $2.4 billion.

Argentina e Iasb

Notícia sobre a adoção das normas internacionais na Argentina.

Los balances de las cotizantes locales se globalizan
Enrique Grotz, socio de Ernst & Young
El Cronista Comercial - 20/4/2009 - 015

Durante los últimos años, la globalización de la economía mundial tuvo una clara incidencia en la forma de realizar negocios, de acceder a fuentes de financiación, en las políticas de recursos humanos, en las normas tributarias y también en la aplicación de un lenguaje común para interpretar los estados contables en todos los mercados. Así surgió la iniciativa de una norma contable global.

Las IFRS (Normas Internacionales de Información Financiera, en su traducción al español), fueron identificadas por los interesados en mejorar la calidad de la información financiera (reguladores, empresarios, analistas, y usuarios en general) como las normas que de mejor manera podían satisfacer esa necesidad, y por ello están siendo adoptadas en forma progresiva por diversos países, entre ellos los que cuentan con los mercados más importantes en términos de inversión y desarrollo económico.

Con la reciente aprobación de la Resolución Técnica N 26 “Adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera del Consejo de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB)” por parte de la Federación Argentina de Consejos Profesionales de Ciencias Económicas, y la inminente adopción de esa resolución por la Comisión Nacional de Valores, muchas empresas argentinas incluidas en el régimen de oferta pública se integrarán al universo IFRS y otras podrán hacerlo a medida que sus organismos de control se lo permitan. Sin dudas, la conversión a IFRS representará el mayor desafío en términos de presentación de la información financiera de dichas empresas en los últimos años y será un proyecto con diversos actores y áreas de conocimiento, múltiples áreas funcionales afectadas, y con fechas a cumplir que modificarán en varios aspectos la organización de las empresas.

Los principales contenidos de la resolución son:

–Aplicación obligatoria: Las IFRS se aplicarán obligatoriamente a la preparación de estados contables de empresas incluidas en el régimen de oferta pública, con excepción de las empresas que estén autorizadas por la CNV a mantener los criterios contables de otro organismo regulador, tales como las entidades financieras, las compañías de seguros, cooperativas y asociaciones civiles.

–Aplicación opcional: Podrán ser aplicadas por todas las empresas no alcanzadas por, o exceptuadas de, su aplicación obligatoria. En los hechos, la aplicación de las IFRS en forma optativa estará condicionada a que el correspondiente organismo regulador acepte dicha aplicación. Las empresas que no opten por la aplicación continuarán empleando para la elaboración de sus estados contables las normas contables profesionales emitidas por la FACPCE hasta la fecha y las que emita en el futuro para este tipo de empresas.

–Fecha de vigencia y transición: La aplicación obligatoria u optativa tiene vigencia para los estados financieros correspondientes a ejercicios anuales que se inicien a partir del primero de enero de 2011 y para los períodos intermedios correspondientes a los referidos ejercicios, que deberán presentarse con su correspondiente información comparativa. No se admite la aplicación anticipada.

–Información complementaria a presentar en el período de transición: Las empresas obligadas a la aplicación deberán incorporar en los estados contables del ejercicio anterior al de aplicación de las IFRS en forma integral por primera vez, conciliaciones de cierta información financiera determinada de acuerdo con las normas contables anteriores y de acuerdo con las IFRS, considerando para ello las IFRS que la entidad deberá aplicar o estima optará por aplicar para la preparación de los estados contables anuales correspondientes al ejercicio que se inicie a partir del 1º de enero de 2011.

20 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker



Fonte: New Yorker


Fonte: NEW Yorker

Teste #58

A crise economia afetou algumas instituições financeiras. Ligue as instituições financeiras com os países de origem:

Instituições: Fortis - Hypo Real Estate Holding –Lehman Brothers –RBS –Sparisjóðabanki

Países: Alemanha - Benelux (Belgica Holanda e Luxemburgo) - Estados Unidos - Grã-Bretanha - Islândia

Resposta do anterior: Terrenos

Velocímetro


Fonte: Aqui

19 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte; Aqui

Quem perdeu com a crise: os oligarcas russos

Segundo a revista Forbes (via Blogging Stocks), a fortuna da elite dos milionários russos, conhecidos como oligarcas, sofreu uma redução de 73% em 2008.

O efeito principal ocorreu em relação ao preço dos commodities no mercado mundial.

Ainda segundo a revista (via blog do WSJ) a fortuna combinada dos cem russos mais ricos caiu em 142 bilhões de dólares.

Michael Prokhorov é o russo mais rico do mundo, agora com 9,5 bilhões e uma perda de 13,1 bilhões. O segundo é Roman Abramovich, mais conhecido como dono do clube de futebol Chelsea, que perdeu $16 bilhões, mas ainda possui $8,5 bilhões.

17 abril 2009

Rir é o melhor remédio




Fonte: Nova Matemática

Teste #57

Grau de Dificuldade: **

Você deve encontrar uma palavra que corresponde a um ativo, oito letras, usando a tabela de equivalência abaixo (o valor da letra corresponde a ordem do alfabeto) e com as seguintes pistas:

a) A soma das letras está acima da centena
b) Duas letras corresponde a metade das letras
c) A primeira letra menos a segunda letra é igual a sétima letra
d) A última letra menos um é igual a terceira (e também é igual a quarta letra)
e) A quinta letra é um número primo. A última letra também
f) A sexta letra refere-se a um número que ficou famoso nas costas de um jogador holandês em 1974



Resposta do Anterior: Crédito – ativo – banco – folha – diferida – seguro – mensal – resultado – caixa – depreciação – gerador. Confrontação

Links

The Economist: BNDES, o charme

Correlação elevada dos títulos em tempos de crise

Iasb e Fasb anunciam resposta a crise

Os executivos, seus salários e seu desempenho

Marcas que irão desaparecer (inclui Avis, AIG e Palm)

Fisco e Normas Contábeis

Fisco ainda assombra balanços
Valor Econômico - 17/4/2009

A safra dos balanços de 2008 terminou e as esperadas baixas contábeis que seriam motivadas pela crise não ocorreram. Havia grande expectativa de que as companhias corrigiriam para baixo o valor dos ativos comprados durante o cenário de exuberância e que embutiam perspectivas bem mais otimistas do que as atuais. Mas o ajuste não veio nem na proporção e nem na frequência esperadas.

Essa aposta estava calcada na estreia de uma das principais regras da contabilidade internacional, que passou a valer aqui com a nova legislação contábil: o teste de recuperabilidade ou "impairment".

Desde o balanço anual de 2008, as empresas estão no caminho do padrão internacional IFRS, que deve ser alcançado em 2010. Por isso, têm que testar o valor de registro de seus ativos.

O medo da Receita Federal explica a frustração da aposta para essa temporada. Mais uma vez, questões fiscais podem estar poluindo a qualidade dos balanços, influenciando o otimismo ou pessimismo das empresas.

Desde o começo, o processo de harmonização contábil brasileiro está envolto num esforço pela neutralidade fiscal. Foi um acordo de cavalheiros com essa finalidade entre Fisco e companhias abertas que permitiu que o Brasil entrasse na rota de adoção do IFRS.

Mas as empresas nunca estiveram completamente confortáveis com essa promessa. Nem mesmo a Medida Provisória 449, que criou o Regime Tributário Transitório (RTT), com vigência para 2008 e 2009, trouxe conforto. Pelo menos, não para todos os assuntos.

De forma simplificada, a MP garante que, na hora de calcular o imposto de renda e a contribuição social, as companhias irão desfazer todos os ajustes trazidos pela aplicação da nova legislação contábil (Lei 11.638) no balanço. A MP assegurou os anos de 2008 e 2009, enquanto a Receita trabalharia na criação de um regime fiscal definitivo. Consultada, a Receita não quis comentar o assunto.

O que pode ter afetado a disposição das companhias de corrigir o valor de seus ativos e ajustá-los ao cenário de crise é o benefício fiscal existente no ágio das aquisições. A regra atual da Receita permite que 34% desse valor seja revertido em economia fiscal, para ser aproveitada num intervalo entre cinco e dez anos.

O problema é que o RTT vale por dois anos, enquanto o benefício fiscal deve ser utilizado num prazo bem maior. Assim, para essa questão, o futuro ainda parece incerto. O tema está longe do consenso. Mas há mais sinais de alertas do que garantia da neutralidade na voz dos especialistas.

Sérgio Kubiaki, especialista em tributação da Terco Grant Thorton, explica que a preocupação se deve à diferença de prazos entre o período de aproveitamento fiscal do ágio - de cinco a dez anos - e a vigência do RTT, de apenas dois anos. "Qualquer um que diga saber o que virá para 2010 com certeza corre risco de errar", completa André Ferreira, sócio da auditoria da Terco.

Na opinião de Kubiak, a baixa contábil do ágio poderia colocar em risco as economias tributárias a partir de 2010. "Os anos de 2008 e 2009 estão garantidos pelo RTT, mas daí para frente depende de como vai ficar a regra."

Embora os auditores continuem enfatizando que o balanço deva espelhar a realidade econômica do negócio e não o planejamento fiscal da empresa, essa separação ainda não está completa. "Não é com a Receita que a companhia tem que se preocupar para decidir se tem baixa contábil ou não para fazer", enfatiza Sérgio Citeroni, sócio da Ernst & Young. Mesmo assim, admite a existência de sinais de preocupação com esse assunto.

De forma simplificada, o ágio que dá direito a economia fiscal era calculado pela diferença entre o valor da aquisição da companhia e seu valor patrimonial. Esse saldo fica alocado numa conta do balanço chamada ativo intangível porque significa a expectativa de rentabilidade futura que será obtida com o bem. É justamente a crença em lucros futuros que dava o direito ao benefício tributário. Mas é também ela que guarda as gorduras nos preços dos ativos acumuladas nos últimos anos de euforia, antes da crise financeira.

Pelo teste de recuperabilidade, caso a companhia não encontrasse valor igual ou maior que o de seus registros para um ativo, teria que lançar no resultado a deterioração do bem - e explicar todos os seus motivos.

O valor de um ativo está na sua capacidade de gerar lucro no futuro próximo pelo uso ou pela venda. Caso nenhuma dessas expectativas seja igual ou maior que o montante descrito no balanço, há necessidade da baixa contábil.

Os especialistas acreditam que ao afirmar que o ágio perdeu valor - porque a expectativa de lucros futuros acabou ou diminuiu - a empresa pode levar a Receita a pensar em rever o benefício fiscal que esse ativo dava direito.

O receio deste pensamento pode ter contribuído na decisão da Perdigão de não baixar o ágio da Eleva, adquirida em janeiro de 2008. A companhia tem um saldo de ágio de R$ 1,5 bilhão, o que lhe proporcionará economia fiscal total da ordem de R$ 500 milhões, a ser aproveitada nos próximos dez anos. Em junho, a empresa havia feito a baixa integral desse ágio, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a reversão dessa medida. A companhia não quis comentar o assunto.

Como o tema está distante do consenso, a Vale do Rio Doce, ao anunciar a baixa de R$ 2,4 bilhões do valor da Inco, afirmou que seu benefício fiscal estava garantido.

Alexsandro Broedel, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), vê espaço para discussão. Para ele, o debate nem depende do fim do RTT.

Segundo ele, a regra tributária dá direito à economia sobre o ágio de expectativa de rentabilidade futura real e fundamentada. Ao fazer uma baixa contábil e justificar a perda de valor do ativo e, portanto, do ágio, a companhia pode fornecer argumentos à Receita sobre o fim do motivo do benefício fiscal.

Ferreira, da Terco, explica que a nova contabilidade oferecerá muito mais
informações sobre as companhias, o que poderá estimular a Receita a fazer algumas harmonizações com as regras definitivas.

Controle Interno do Banco Mundial

Banco Mundial falha no combate a fraudes
Valor Econômico - 17/4/2009

Os procedimentos do Banco Mundial para detectar fraudes em seu principal programa de assistência a países pobres foram classificados como "fraqueza estrutural" num relatório interno, aumentando os problemas do banco no tratamento de questões de corrupção.

O Grupo de Avaliação Interna do banco deu-lhe a pior nota possível para procedimentos de deteção de fraude no programa de assistência de US$ 40 bilhões, chamado de Associação Internacional de Fomento. Isso pode prejudicar contribuições à iniciativa, que oferece empréstimos sem juros e um programa de doações aos 78 países mais pobres do mundo.

O relatório de 690 páginas, o primeiro para o programa, foi completado no fim do ano passado. Desde então tornou-se objeto de longas discussões entre o alto escalão do banco e a divisão de avaliação independente sobre se a classificação de "fraqueza estrutural", a pior de quatro possíveis avaliações, era justificada. Nenhuma das outras notas do programa foram baixas.

"Os tradicionais sistemas de controle dos bancos não foram projetados para resolver questões como fraude e corrupção", disse Ian Hume, um dos autores do relatório. "Eles foram criados para garantir a eficiência e integridade financeira do banco - ao menor custo possível". Isso aumenta o risco de corrupção no uso dos financiamentos da AIF, disse ele.

Há anos que o Banco Mundial tem sido alvo de críticas de que não leva a corrupção suficientemente a sério, e alguns funcionários temiam que a publicação do relatório estivesse sendo adiada por motivos políticos. Funcionários do banco dizem que houve muita pressão especialmente dos Estados Unidos para divulgar o relatório.

"Tivemos uma interação dura mas cordial com a direção (do Banco Mundial) durante esse processo", disse Cheryl Gray, diretora do grupo de avaliação.

O relatório foi publicado no website da unidade na quarta-feira à tarde, mas não recebeu destaque. Sua presença era notada por um pequeno ícone no canto inferior direito da página. Gray disse que o grupo não pretendia esconder o relatório e que a divisão não divulgou um comunicado à imprensa porque o relatório era "técnico e tinha jargão demais". Depois de questionamentos feitos pelo Wall Street Journal, o documento ganhou mais destaque no site.

O relatório concluiu que o Banco Mundial tinha, "até recentemente, poucas ou nenhuma ferramenta específica" para tratar diretamente de fraude e corrupção "em todos os estágios do processo de financiamento". Um comitê assessor que apoiou a designação de "fraqueza estrutural" escreveu que questões de fraude e corrupção "envolvem um risco considerável à reputação, podendo possivelmente causar uma perda de confiança dos vários interessados" no banco.

Nos EUA, o governo do presidente Barack Obama pediu recentemente ao Congresso que aprove uma contribuição de US$ 3,7 bilhões em três anos à AIF. Um integrante da maioria democrata no Congresso disse que ainda é muito cedo para saber se o relatório dificultaria a aprovação dos recursos. Em 2007, o Banco Mundial obteve de países doadores e de fontes internas um total de US$ 41,6 bilhões em compromissos de fundos para a AIF em três anos.

Funcionários do Banco dizem que o programa da AIF enfrenta desafios particularmente difíceis, porque a corrupção geralmente é um problema especialmente nos países pobres. "Nós operamos em alguns dos locais mais difíceis do mundo", disse um integrante do alto escalão do Banco. "Estamos sempre tentando melhorar as coisas."

A diretoria do banco pressionou para mudar a designação do quesito fraude e corrupção melhorada um grau, para "deficiência significativa". O argumento era que o grupo de avaliação não levou em conta as medidas adotadas pelo banco no último ano para melhorar seus sistemas de fiscalização e controle.

"O banco está totalmente comprometido em melhorar seus esforços de administração e de combate à corrupção em suas atividades de fomento ao desenvolvimento", afirmou a diretoria em comunicado. Ele cita várias melhorias, incluindo a criação de um conselho consultor independente. O banco informou também que está tentando integrar melhor os órgãos de prevenção de fraudes e corrupção à suas operações gerais.

O relatório não examina casos específicos de corrupção, embora ressalte que isso já foi divulgado em várias ocasiões, a exemplo de contratos para construir postos de saúde na Índia. Em vez de investigar, o papel do grupo é avaliar os sistemas e procedimentos existentes para evitar a corrupção ou identificá-la quando ela ocorrer.

O relatório adota padrões semelhantes aos aplicados para garantir a boa governança das empresas. No geral, a AIF se saiu bem na avaliação. "A descoberta de uma única fraqueza estrutural (...) no contexto geral deve ser considerado um resultado relativamente respeitável", afirmou o relatório.

Durante décadas, o Banco Mundial basicamente ignorou a corrupção, considerando que alguma propina era o preço de se fazer negócios em países pobres. A partir de 1996, porém, o ex-presidente da instituição James Wolfensohn deu mais atenção ao tópico, como fez seu sucessor, Paul Wolfowitz, que segurou empréstimos a alguns países pobres por preocupação relativa à corrupção. Isso levou a acusações de que o banco estava aplicando regras de corrupção seletivamente.

Depois que Wolfowitz foi criticado por mostrar favoritismo a sua namorada, uma empregada do banco, alguns países em desenvolvimento trataram os esforços do banco como hipocrisia. Wolfowitz pediu demissão em 2007 e o atual presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, tem tentado despolitizar a questão da corrupção, especialmente pelo fortalecimento do Departamento de Integridade Institucional.

Avaliações de outras instituições ligadas ao governo americano também indicaram a tal "fraqueza estrutural". Um "relatório de transparência" do Departamento do Tesouro dos EUA para o ano fiscal encerrado em 30 de setembro de 2008 denunciou quatro ocorrências do mesmo tempo, incluindo três envolvendo os esforços de modernização da IRS, a receita federal americana, na segurança de seus sistemas de informática e na contabilidade, e uma das ocorrências envolve até os boletins financeiros do governo americano.

Economia e Comportamento 2

Muitos administradores de fundos quantitativos (...) têm incorporado questões comportamentais e feito dinheiro com elas.

Where can asset allocation go from here? - John Authers - 13 April 2009 - Financial Times
Surveys FNM1 - 24

Economia e Comportamento

(...) As idéias da economia comportamental serão provavelmente mais influentes num emergente novo mundo. (...) Mercados estão (...) sujeitos a uma ampla variedade de intervenções sociais e distorções. Eles não são máquinas (...)

Gear change on recovery road - Lindsay Tanner - 16 Abril 2009 - The Age – First – p. 8