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26 setembro 2011

Mudando de profissão


Federer e Nadal. Fonte: aqui

Essência sob a forma



(...) Muitos conceitos trazidos pelas IFRS não são necessariamente inéditos para a doutrina contábil brasileira, mas certamente trazem novidade à prática profissional de muitos contadores e ao ambiente contábil das companhias. Nesse contexto, está sendo quebrado um paradigma cultural há muito presente em nosso ambiente econômico-financeiro, segundo o qual os eventos econômicos eram interpretados e, consequentemente, registrados e mensurados predominantemente conforme sua forma jurídica.


Dois conceitos inter-relacionados são essenciais para o entendimento dessa nova realidade contábil: (i) a representação verdadeira e apropriada; e (ii) a primazia da essência sobre a forma. A contabilidade somente cumprirá sua função essencial de fornecer informações úteis ao processo de tomada de decisão de seus usuários se refletir verdadeiramente a realidade econômica subjacente. Para que essa representação apropriada (true and fair view) possa ser alcançada, é importante observar a primazia da essência econômica sobre a forma jurídica dos eventos econômicos.


Dessa forma, com a mudança iniciada com a edição da Lei 11.638, de 2007, resgata-se a característica fundamental das demonstrações contábeis, que devem representar fidedignamente a realidade dos efeitos econômicos das transações, independentemente do seu tratamento jurídico.


Nesse sentido estabelece o Pronunciamento Conceitual Básico do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), aprovado pela Deliberação CVM nº 539, de 14 de março de 2008: 


“33. Para ser confiável, a informação deve representar adequadamente as transações e outros eventos que ela diz representar. Assim, por exemplo, o balanço patrimonial numa determinada data deve representar adequadamente as transações e outros eventos que resultam em ativos, passivos e patrimônio líquido da entidade e que atendam aos critérios de reconhecimento.


(...)


35. Para que a informação represente adequadamente as transações e outros eventos que ela se propõe a representar, é necessário que essas transações e eventos sejam contabilizados e apresentados de acordo com a sua substância e realidade econômica, e não meramente sua forma legal. A essência das transações ou outros eventos nem sempre é consistente com o que aparenta ser com base na sua forma legal ou artificialmente produzida. Por exemplo, uma entidade pode vender um ativo a um terceiro de tal maneira que a documentação indique a transferência legal da propriedade a esse terceiro; entretanto, poderão existir acordos que assegurem que a entidade continuará a usufruir os futuros benefícios econômicos gerados pelo ativo e o recomprará depois de um certo tempo por um montante que se aproxima do valor original de venda acrescido de juros de mercado durante esse período. Em tais circunstâncias, reportar a venda não representaria adequadamente a transação formalizada.”


A reforma da estrutura conceitual básica da contabilidade realizada recentemente pelo International Accounting Standards Board (IASB) que resultou no Pronunciamento sobre o Arcabouço Conceitual relativo às Demonstrações Financeiras (Conceptual Framework for Financial Reporting) – em processo de introdução ao ordenamento brasileiro pelo CPC e pela CVM – em nada altera esse cenário, apesar da aparente omissão da expressão “essência sobre a forma” como bem esclarece na Seção de Premissas para Conclusão (Basis for Conclusion) BC3.26:


“BC3.26 Substance over form is not considered a separate component of faithful representation because it would be redundant. Faithful representation means that financial information represents the substance of an economic phenomenon rather than merely representing its legal form. Representing a legal form that differs from the economic substance of the underlying economic phenomenon could not result in a faithful representation.” 


Como se vê, embora não haja citação expressa do princípio da essência sobre a forma, seus fundamentos são alçados a um nível superior, ou seja, o princípio permeia integralmente o processo de reconhecimento, mensuração e divulgação de informações contábeis.


Assim, as regras contábeis não devem servir de “escudo” que impeça a representação verdadeira e apropriada das transações econômicas. Nos raros casos em que a aplicação de alguma norma (integral ou parcialmente) colida com a representação adequada da realidade econômica, esta última deve prevalecer, como dispõe o Pronunciamento Técnico CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis – aprovado pela Deliberação CVM nº 595, de 15 de setembro de 2009:


“19. Em circunstâncias extremamente raras, nas quais a administração vier a concluir que a conformidade com um requisito de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação conduziria a uma apresentação tão enganosa que entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, a entidade não aplicará esse requisito e seguirá o disposto no item 20, a não ser que esse procedimento seja terminantemente vedado do ponto de vista legal e regulatório.


20. Quando a entidade não aplicar um requisito de Pronunciamento, Interpretação ou Orientação, de acordo com o item 19, deve divulgar:
(a) que a administração concluiu que as demonstrações contábeis apresentam de forma apropriada a posição financeira e patrimonial, o desempenho e os fluxos de caixa da entidade;
(b) que aplicou os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações aplicáveis, exceto pela não aplicação de um requisito específico com o propósito de obter
representação adequada;
(c) o título do Pronunciamento, Interpretação ou Orientação que a entidade não
aplicou, a natureza dessa exceção, incluindo o tratamento que o Pronunciamento, Interpretação ou Orientação exigiria, a razão pela qual esse tratamento seria inadequado e entraria em conflito com o objetivo das demonstrações contábeis estabelecido na Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis e o tratamento efetivamente adotado; e
(d) para cada período apresentado, o impacto financeiro da não aplicação do
Pronunciamento, Interpretação ou Orientação vigente em cada item nas demonstrações contábeis que teria sido informado caso tivesse sido cumprido
o requisito não aplicado.”


Constata-se que, nos itens citados, o normatizador contábil reconhece expressamente que as normas contábeis devem ser subordinadas aos princípios da representação verdadeira e apropriada (true and fair view) e da primazia da essência sobre a forma. Ou seja, não apenas os efeitos econômicos devem prevalecer sobre a forma, independentemente do tratamento jurídico, como é imperioso, no novo ordenamento contábil, que a representação da realidade econômica seja verdadeira e apropriada. Tão imperioso que, mesmo no caso de conflito com as normas emitidas, a preponderância deve ser da representação adequada. Estes são os pilares centrais desse novo ordenamento.


Este comando é plenamente coerente com o disposto na Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que estabelece em seu artigo 176:

“Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício:” (grifo nosso)


A primazia da essência sobre a forma como elemento central do processo de preparação de demonstrações financeiras que representem verdadeira e apropriadamente a realidade econômica se aplica a todo o processo contábil, na integralidade dos assuntos cobertos pelas normas. No contexto do mercado de capitais, destaca-se, entre outras, a questão da classificação dos instrumentos financeiros como passivos ou instrumentos de capital na representação da realidade econômica das companhias abertas. Neste tópico, atenção especial deve ser dada à essência desses instrumentos vis-à-vis as consequências extremamente indesejáveis que a contabilização inadequada pode gerar para investidores, credores e demais interessados no desempenho das companhias.


Assim, por exemplo, a obrigação contratual de entregar caixa ou outro ativo financeiro ou de trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade em condições potencialmente desfavoráveis, essencial para a classificação de um instrumento financeiro como passivo, deve ser analisada levando-se em conta a essência do instrumento e o tipo de obrigação que este cria, efetivamente, para a entidade emissora. Da mesma maneira, é sob a primazia da essência sobre a forma que deve ser analisado o direito incondicional de evitar a entrega de caixa ou outro ativo financeiro para liquidar uma obrigação contratual. Isso porque, não subsistindo tal direito, a obrigação atenderá à definição de passivo financeiro.


Pelo exposto acima, os envolvidos no processo de preparação e auditoria das demonstrações financeiras devem pautar suas interpretações dos eventos econômicos na plena aderência da primazia da essência sobre a forma para que as demonstrações contábeis representem de forma verdadeira e apropriada a realidade econômica das transações contabilizadas.


Fonte: Parecer de Orientação nº 37/11 da CVM

Economistas


(...) Economistas parecem dependem fortemente de uma espécie de psicologia popular, uma relíquia de 1920 e 1950 em que as pessoas calculavam utilidades (ou agir como se elas estão fazendo isso), a fim de tomar decisões. (...)


Isso só parece bobagem para mim, como se os astrônomos justifica todos os seus cálculos com um apelo subjacente à mecânica de Aristóteles. (...)


Dito de outra forma, eu acho que economistas podem se beneficiar agindo um pouco mais como os contadores 

Economistas não pensam como os contabilistas, mas talvez eles deveriam - Aqui

25 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Ciência em julgamento


A justiça italiana iniciou nesta segunda-feira um julgamento contra sete pessoas, a maioria cientistas acusados de homicídio culposo por terem subestimado os riscos do terremoto que devastou, em abril de 2009, a cidade de L'Aquila, no centro da península.


Entre os acusados estão os membros da comissão "grandes riscos", que teriam se reunido em 31 de março de 2009, seis dias antes do terremoto que matou 300 pessoas nesta cidade, arrasou o centro histórico e deixou mais de 80 mil desabrigados. (...)


Fonte: aqui

24 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Calvin

Certificação Digital

Na manhã de hoje, 22, representantes de várias Entidades, entre elas Fenacon Certificação Digital, estiveram presentes na sede do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI) para assinar um Protocolo de Entendimentos para comercialização de Certificados Digitais no padrão ICP-Brasil. A Entidade foi representada pelo presidente Executivo do Instituto Fenacon, Carlos Castro.

O objetivo da medida é massificar o uso da Certificação Digital para micro e pequenas empresas, empresas de pequeno porte, empregadores individuais e empreendedores individuais. Principalmente atendendo a solicitação da Caixa Econômica Federal que disponibilizará a partir de 01 de janeiro de 2012 o acesso ao Conectividade Social para transmissão de arquivos do Fundo de Garantia por Tempo de serviço (FGTS) via Certificação Digital.

Destinada a todas as empresas e pessoas físicas que fazem depósitos mensais para seus funcionários no FGTS, a Conectividade Social ICP é a evolução do Conectividade Social, sistema que hoje é utilizado para a transmissão, via internet e no ambiente da própria empresa, dos arquivos gerados pelo programa Sistema de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (Sefip). "Com certeza o novo Conectividade Social ICP trará muito mais segurança para os empregadores e empregados, ou seja, para a sociedade em geral, pois passa a utilizar tecnologia de ponta no tráfego e sigilo da informações via internet", avalia Carlos Castro.

Para mais informações você pode acessar o link Conectividade Social ICP no site da Fenacon (www.fenacon.org.br).

Fisco iniciará autuações a escritórios de advocacia

Valor Econômico
Por Laura Ignacio Do Recife

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) começará a aplicar a casos concretos um parecer que impactará a arrecadação federal. Com base no Parecer da PGFN nº 492, de maio, o órgão iniciará a cobrança da Cofins das sociedades de profissionais, como escritórios de advocacia, de contadores ou consultórios médicos, que haviam obtido decisões judiciais finais livrando-as de pagar a contribuição. O valor total de Cofins que tais sociedades deixaram de recolher alcançou os R$ 5 bilhões.

O parecer autoriza o Fisco a cobrar tributos mesmo que o contribuinte tenha decisão judicial, contra a qual não cabe mais recurso, determinando o não recolhimento. A cobrança será feita com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), com efeito de repercussão geral, a favor da tributação. Apesar de o parecer ter sido publicado em maio, sua aplicação começará somente agora, conforme apurou o Valor.

Segundo o parecer, as sociedades de profissionais terão que se submeter ao entendimento do Supremo, de 2008, de que a cobrança da Cofins é constitucional. No entanto, antes desse julgamento, muitas sociedades já haviam obtido decisões transitadas em julgada liberando-as do pagamento. Há decisões nesse sentido do próprio Superior Tribunal de Justiça (STJ). O Supremo está para julgar ainda um recurso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) sobre a modulação dessa decisão, para determinar a partir de quando o entendimento deve ser aplicado. Mesmo assim, o procurador-geral adjunto da Fazenda Nacional, Fabrício Da Soller, que participa do Congresso Internacional de Direito Tributário de Pernambuco, afirma que o parecer já pode ser aplicado porque o mérito não será rediscutido.

Na prática, mesmo que essas sociedades mostrem ao fiscal uma decisão judicial favorável, elas serão autuadas. "Por ser de repercussão geral, a decisão do Supremo tem caráter objetivo e definitivo, assim, com efeitos para todos", afirma Da Soller. Outro caso em que o Fisco deverá aplicar o parecer, segundo ele, é o de empresas com decisão final que permite o uso de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pagos na entrada de insumos, quando o produto final for isento ou sujeito à alíquota zero.

Por outro lado, os contribuintes que tinham decisão judicial final declarando que o Fisco poderia cobrar a contribuição previdenciária não paga nos últimos dez anos podem deixar de pagar o que lhes for cobrado em relação a cinco desses dez anos. Isso porque, em 2008, o Supremo decidiu com efeito de repercussão geral que o Fisco só pode cobrar o débitos dos últimos cinco anos e não de dez anos. Da Soller afirma que a aplicação do parecer não viola o princípio da coisa julgada, que impede a desobediência a decisões judiciais finais. "Porque não se mexe em efeitos pretéritos da decisão final. O Fisco só pode cobrar o tributo a partir da data da publicação da decisão de repercussão geral", argumenta.

O jurista e professor Hugo de Brito Machado contesta a aplicação do parecer contra as sociedades de profissionais. Para ele, a Constituição garante ao contribuinte a irretroatividade de mudanças que os prejudiquem. "Ainda que a decisão do Supremo tenha efeito de repercussão geral, a aplicação do parecer afetaria o passado do contribuinte", afirma.

Síndrome da Caixa Preta

Embora a maioria dos administradores reconheça os benefícios dos modelos, os gerentes-gerais muitas vezes veem o processo de modelagem como uma "arte obscura" a ser praticada somente por matemáticos e estatísticos.

Posteriormente, com o advento do computador pessoal e o aumento do poder
computacional tem-se acesso à softwares que modelam, estimam e realizam previsões; esse fácil acesso e a utilização desses softwares gerenciais levam também a um problema que deve ser evitado: Síndrome da caixa preta.

Síndrome da caixa preta: A síndrome da caixa preta ocorre quando o
tomador de decisão não se preocupa ou ignora como o modelo funciona, preocupando-se somente com resultados.

Esse tipo de atitude pode levar ao uso incorreto dos modelos; nesse caso os
riscos e erros associados à tomada de decisão são ignorados ou mesmo subestimados,levando assim a uma inferência errônea.

Fonte: Pedro Henrique Melo Albuquerque in Apostila de Métodos e Modelos Quantitativos de Decisão 1

Parar de fumar melhora a memória

Segundo um novo estudo [o.O], ex-fumantes e não fumantes têm uma memória melhor do que aqueles que fumam cigarro.

Na pesquisa, os pesquisadores tinham como objetivo medir habilidades de memória do “mundo real”, através do envio de 69 participantes em uma excursão em um campus universitário. 27 eram fumantes, 18 eram ex-fumantes, e 24 nunca tinham fumado.

Os participantes receberam uma lista de 15 locais em torno do campus e uma ação a ser executada em cada local. Por exemplo, ao chegar a biblioteca, os participantes deveriam se lembrar de verificar as mensagens em seus celulares; ao chegar ao centro de esportes, eles deveriam se lembrar de perguntar sobre o custo de adesão.

As pessoas que, em média, pararam de fumar há 2 anos e meio foram 25% melhor nos testes do que fumantes atuais. Pessoas que nunca fumaram marcaram 37% melhor do que os fumantes.

Ou seja, em média, os fumantes realizaram 8,9 tarefas corretamente. Os participantes que haviam parado de fumar realizaram 11 tarefas corretamente, e aqueles que nunca haviam fumado fizeram uma média de 12.1 tarefas corretas. Não houve diferenças entre os grupos em termos de QI.

“Nós já sabemos que parar de fumar tem benefícios enormes de saúde, mas este estudo também mostra como parar de fumar pode produzir benefícios para a função cognitiva”, disse o pesquisador Tom Heffernan.

Estudos anteriores mostraram que parar de fumar melhora a “memória retrospectiva”, que é a capacidade de aprender uma informação e recuperá-la mais tarde. O novo estudo mediu a “memória prospectiva”, que é a capacidade de lembrar-se de realizar uma ação específica em algum ponto futuro. Por exemplo, lembrar de tomar a medicação em um determinado momento do dia requer memória prospectiva.

Pesquisas anteriores sobre o efeito do tabagismo na memória prospectiva tiveram resultados contraditórios, com alguns resultados mostrando que os fumantes eram piores, e outros que não mostraram nenhum efeito de fumar.

Embora não esteja claro exatamente como o tabagismo pode interferir com a memória, a pesquisa mostrou que fumar cronicamente está ligado a uma avaria, ou atrofia, de partes do cérebro.

Os pesquisadores acreditam que o fumo pode danificar as áreas do cérebro como o córtex pré-frontal, hipocampo ou tálamo; todas essas regiões têm sido relacionados à memória prospectiva em estudos de imagens cerebrais.

Os pesquisadores reconhecem que o estudo foi pequeno e contou com auto-relatos de fumar, o que é sujeito a imprecisão e desonestidade por parte dos participantes. Estudos futuros deverão seguir fumantes e ex-fumantes ao longo do tempo para confirmar os resultados.


Fonte: Aqui

23 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Relatório Integrado

As companhias abertas de todo o mundo podem ter que elaborar um relatório de resultados em um mesmo formato, que inclua não somente as questões financeiras, operacionais, estratégicas e de governança, mas também um balanço das atividades sociais e ambientais.


É isso o que deseja o Comitê Internacional de Relatório Integrado (IIRC), que tomou a iniciativa de formular as regras que deverão servir como base para o estabelecimento de um relatório unificado. As diretrizes estão em audiência pública internacional, via internet, que receberá sugestões até o dia 17 de dezembro.


Assim que todas as propostas forem analisadas, o relatório será enviado para o grupo das maiores economias do mundo, o G-20. Não foi definido ainda se a elaboração do novo formato de relatório seria mandatória. Mas a expectativa é que passe a haver ao menos pressão por parte tanto dos investidores como de instituições de crédito para que ele seja adotado. (...)

Audiência internacional debate "relatório integrado" - Por Juliana Ennes | Do Rio - Valor Econômico - 23 set 2011

Títulos híbridos


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai recorrer à máxima de priorizar a "essência sobre a forma", introduzida pelo IFRS, para julgar, caso a caso, a contabilização dos instrumentos híbridos de dívida e capital nos balanços da companhias.


Novidade que estreou no Brasil este ano com uma emissão de R$ 200 milhões em títulos da Energisa, esses instrumentos ainda não reúnem consenso em relação ao tratamento que devem receber nas demonstrações financeiras. O que é certo é que os bancos estão oferecendo os títulos para diversas empresas.


No caso da Energisa, os títulos foram classificados dentro do patrimônio, com aval da auditoria independente KPMG, melhorando os índices de endividamento da empresa. Na visão das agências de classificação de risco Fitch e Moody's, no entanto, a mesma emissão da companhia foi tratada como dívida.


Em um parecer de orientação emitido ontem sobre o "correto ordenamento contábil" de acordo com os conceitos do IFRS, a CVM destacou que uma atenção especial deve ser dada à essência desses instrumentos na hora de classificá-los. "Dívida e capital são pontos nevrálgicos do mercado de capitais. Equívocos na sua representação podem ser desastrosos para o investidor", disse ao Valor Alexsandro Broedel, diretor da CVM.


Segundo ele, o caso da Energisa está sendo avaliado pela área técnica da autarquia com particular cuidado por se tratar de um instrumento novo. "Não há o certo ou o errado. Cada evento deve ser analisado isoladamente", disse o diretor, que preferiu não comentar o caso específico da empresa.


Para Broedel, ao colocar os fundamentos das operações à frente da sua forma burocrática, as companhias ficam menos sujeitas à distorcer sua realidade financeira. "Uma regra contábil pode ser usada para camuflar a real natureza de uma operação", aponta.


Procurada por conta da emissão do parecer da CVM, a Energisa informou, por meio da assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre assunto no momento. A KPMG, "em respeito aos compromissos de confidencialidade assumidos", também não comentou o tema.


Em reportagem publicada pelo Valor este mês, Maurício Perez Botelho, diretor de financeiro e de relações com investidores da Energisa, destaca a possibilidade de adiar indefinidamente o pagamento das parcelas de juros como uma das vantagens do novo instrumento, também chamado de nota perpétua com opção de diferimento de juros. "Em um momento de estresse no mercado, tenho onde me socorrer. Não é intenção [usar o adiamento], mas podemos chegar nisso", disse.


Na mesma ocasião, Marco André Almeida, sócio especializado em instrumentos financeiros da KMPG ressaltou que "a avaliação principal é se a empresa tem obrigação contratual de pagar caixa e se tem o direito incondicional de suspender indefinidamente os pagamentos", afirmou, sem comentar o caso específico da Energisa.


Para Almeida, é preciso levar em conta também se existe uma obrigação indireta de pagamento. "E isso tem que ser avaliado caso a caso. Não é um produto de prateleira."


Com a emissão do parecer de orientação, a CVM buscou reforçar que está atenta à aplicação da primazia da essência pelas empresas e pelas firmas de auditoria. "Não é balela. E o recado é para todas as empresas, não para um CNPJ específico", disse o diretor da CVM.


Além dos instrumentos híbridos, a representação das provisões e depreciação dos ativos também estão na mira da autarquia. 

Títulos híbridos entram na mira da CVM - Por Marina Falcão | De São Paulo - (Colaborou Fernando Torres) - Valor Econômico - 23 set 2011

Ética


(...) O filme [Inside Job - Trabalho Interno] afirma que o professor Mishkin, de [Universidade de] Columbia, escreveu um artigo acadêmico positivo sobre a economia da Islândia em 2006 depois de receber US$ 124 mil da Câmara de Comércio daquele país. Mishkin não informou sobre o pagamento no artigo, segundo o filme. Em 2008, o setor bancário da Islândia entrou em colapso, deixou de honrar uma dívida de US$ 85 bilhões e levou a moeda do país a perder 80% de seu valor em relação ao euro.


De acordo com as normas de 2009 para toda a universidade, Mishkin deveria ter revelado em seu artigo os laços financeiros a que seu trabalho estava vinculado, afirma Gita Johar, vice-diretor-sênior da Faculdade de Administração de Empresas. As novas regras também o obrigariam a divulgá-los em seu currículo on-line. (...)


"Trabalho Interno" também retratou a irritação de Hubbard, o diretor da faculdade de Administração de Empresas e ex-assessor econômico do governo George W. Bush, ao ser perguntado sobre seus clientes nos trabalhos de consultoria. O filme observa que ele recebia US$ 250 mil anuais para atuar no conselho de administração da MetLife e que dava consultoria a outras empresas. A película descrevia também um artigo acadêmico escrito por Hubbard em 2004, juntamente com William Dudley, na época economista-chefe do Goldman Sachs Group, que louvava as virtudes dos derivativos de crédito. Em e-mail, Hubbard afirma que sempre divulgou suas atividades e fontes de renda externas. (...)

Filme faz academia rever laços com Wall Street - Por Oliver Staley | Bloomberg - Valor Econômico - 23 set 2011

Ricos, segundo a The Economist, devem pagar mais impostos

A revista britânica ‘The Economist‘, tradicionalmente favorável ao livre mercado e a uma baixa intervenção do Estado na economia, apresenta na edição desta semana três argumentos em defesa do aumento de impostos sobre os mais ricos.

É a segunda vez que o semanário adota uma posição que, se fosse vista fora do contexto da crise internacional, pareceria incongruente com os valores da publicação. No início do ano, a “Economist” defendeu a moratória da Grécia.

Outra posição polêmica da revista: em seu site, ela abriu um debate com o título: “Esta casa acredita que o yuan será a principal moeda de reserva do mundo nos próximos dez anos”.

Imposto sobre ricos

Em reportagem de capa intitulada “Caçando os ricos”, a revista explica por que, neste momento, acredita que os mais abastados devam contribuir mais para a redução do déficit das contas públicas nos países com problema de endividamento.

“Em geral, os instintos desta publicação apoiam um governo pequeno e são contrários a uma maior taxação para pagar um estado de bem-estar insustentável”, afirma a reportagem. “Mas há três boas razões pelas quais os ricos devam pagar mais taxas.” São elas:

1. “Os déficits [nas contas públicas] no Ocidente não devem ser cobertos apenas por corte de gastos. Nos Estados Unidos, a receita do governo é historicamente baixa por causa de anos de reduções”;

2. “Cortes de gastos caem de forma desproporcional sobre os menos abastados. Além disso, a globalização tem recompensado os vencedores mais generosamente”;

3. Pode-se aumentar a participação dos ricos simplesmente tornando o regime tributário mais eficiente, diz a “Economist”. Nos EUA, há muitas formas de dedução de impostos, e os ricos normalmente são os que mais se beneficiam. “Acabar com essas deduções simplificaria o regime e permitiria [ao governo] levantar US$ 1 trilhão por ano.” Na Europa, a solução seria mudar o modelo tributário, com os governo arrecadando mais em cima da propriedade privada do que em cima da renda. Isso não desestimularia. Isso permitira uma participação maior dos ricos na receita pública, “sem afetar o dinamismo da economia”.

França e Itália aderiram

A reportagem está no contexto de uma discussão internacional sobre um eventual aumento de taxas sobre a população mais rico dos países desenvolvidos.

Essa medida é defendida pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e pelo partido Trabalhista britânico. Na França e na Itália, já foi instituída uma taxa de 3% sobre rendas superiores a 500 mil euros e 300 mil euros por ano, respectivamente.


Fonte: Aqui

Marcas e Lealdade

As 20 marcas com maior lealdade dos clientes

20. Twitter
19. LG (Celular) (38)
18. L´oreal  (tintura) (31)
17. Ketel One (14)
16. Google (11)
15. Grey Goose (4)
14. Maybelline (16)
13. Walmart (3)
12. Dunkin Donuts (14)
11. Crest Whitestrips
10. Mary Kay (20)
9. Patron
8. Kindle
7. Hyundai (6)
6. Zappos
5. Apple (Mac) (5)
4. Samsung (Celular) (2)
3. Facebook
2. Apple (iPhone) (1)
1. Amazon (7)

Fonte: aqui (Entre parênteses, posição em 2010).

A pesquisa foi realizada pela empresa Brand Keys, com mais de 500 marcas, e combina análise psicológica e estatística dos clientes.

Combate à corrupção não é prioridade para o governo

O combate à corrupção não é prioridade para o governo, afirmam delegados da Polícia Federal.

Segundo eles, órgãos de fiscalização pública --como a própria polícia, o TCU (Tribunal de Contas da União) e a CGU (Controladoria-Geral da União)-- sabem onde há desvios de verba, mas não os evitam porque a questão seria tratada de forma "secundária" pela atual gestão.

De acordo com levantamento feito pela ADPF (Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal), o combate à corrupção não é contemplado pelo PPA (Plano Plurianual) 2012-2015, divulgado em 31 de agosto.Dos 11 desafios e 65 pontos prioritários do plano, o tema é citado apenas três vezes --segundo a associação.

"Não há investimento para estancar a perda do dinheiro público. Isso vai evitar que as metas do governo sejam cumpridas. Podem até poupar, mas, se há vazamento, o dinheiro vai embora. Também não adianta tirar ministro se a máquina está comprometida. Vai-se perder o dinheiro ou na má gestão ou na corrupção. Desenvolvimento sustentável e justiça social é impossível com desvio de dinheiro público e fraude", disse o diretor de comunicação da ADPF, Carlos Leôncio.

Os delegados da Polícia Federal estimam que, anualmente, entre R$ 50 e R$ 84 bilhões seja perdido em desvio de verba --o que corresponde a 1,4% a 2,3% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo dados da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Com o anúncio da ampliação de programas sociais --como o Minha Casa, Minha Vida e o Brasil sem Miséria-- e a proximidade de grandes eventos --como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016--, a Polícia Federal estima que o desvio de verba pública deverá aumentar.

"Megaeventos são megaoportunidades para o desvio público, pois há aumento considerável do aporte financeiro. Com uma aparelho de fiscalização debilitado, há vazamento", declarou Leôncio.


Fonte: aqui

De médico e louco... todo mundo tem um pouco

Como já conversamos anteriormente, manter a saúde é essencial para que você seja um bom estudante e aproveite todo o seu potencial. Nada pior que fazer uma prova de contabilidade avançada com uma gripe a tiracolo, né!? (Ok, existem coisas muito piores. Muitas. Mas vamos ao menos tentar evitar a dupla exaustão x prova né!).

Então... Algumas dicas!

- Faça exercício. 15 minutos, três vezes por semana já te tornam uma pessoa ativa. (Pois é, se você não está nesse nível é considerado S-E-D-E-N-T-Á-R-I-O!!!). Vamos lá! Nem que seja uma caminhada em passos rápidos pelo Campus! Na UnB, por exemplo, atravesse do ICC sul ao norte no intervalo das aulas, ou suba e desça as escadas com cuidado por alguns minutos. Se o tempo permitir, escolha atividades que te deem prazer, como aulas de dança, yoga, boxe ou remo. Você pode conseguir mais informações sobre programas para o público no departamento de educação física da sua universidade. Com isso você melhora a oxigenação do seu cérebro, ganha mais resistência física e rende mais nos estudos. It’s a win-win situation!

(Eu, por exemplo, descobri que há dança na UnB porque eu tinha aula na hora do almoço enquanto o pessoal dançava forró na sala ao lado... rsrsrsrs).

- Crie o hábito de utilizar spray de mel e própolis ou comer aquelas balinhas de gengibre – excelentes para quem tem que falar muito;

- Relembrando um trecho da postagem disponível aqui, tenha uma vida saudável: o lobo frontal do seu cérebro pode reagir negativamente a um estilo de vida prejudicial. Portanto, durma bem, pratique exercícios, beba muita água, se alimente de forma saudável, tome banhos de sol.

- Tome complexos vitamínicos. Isso não evitará que você fique doente, mas com certeza te deixará mais fortinho. Indico, ainda, (de médico e louco, todo mundo tem um pouco – mas calma, a minha mãe é médica. Estou indicando com o aval dela. Ou quase isso. Tipo... se eu perguntar ela irá deixar, então...!!!):

--> grávidas e pessoas com algum problema mais sério, favor visitar seu médico antes de seguir os conselhos dessa contadora! Aliás, se todo mundo perguntar a seu médico antes de comprar, supimpa. Utilizem isso apenas como dica (“Sabe o que é doutor, eu li num blog de contabilidade que ginkgo biloba é Ó-T-I-M-O para quem tem labirintite”. Ele vai amar o seu interesse em ajudá-lo a te tratar com essa pesquisa prévia super embasada.). <--


• Ginseng: é a erva mais estudada no mundo para que se melhore o desempenho físico do ser humano. É conhecida por ser um estimulante imunológico e mental, protetor do coração e alivia o estresse.

• Ginkgo Biloba: Essa planta começou a chamar a atenção dos pesquisadores por ter sobrevivido à radiação de Hiroshima (olha que fera!). Posteriormente descobriu-se que suas folhas ajudam a melhorar a oxigenação cerebral. Dizem que também há melhoria da concentração e protege contra os danos dos radicais livres devido à sua função antioxidante.

-Por fim: Divirta-se. Sempre haverá algo a ser feito, um artigo a ser lido, um paper a ser encerrado. Mas se você não tirar ao menos uma tarde de domingo para curtir a sua família, meia hora por dia para ler o nosso blog ;) ou alguns minutos para fazer alguns exercícios de alongamento, com o passar do tempo será impossível haver equilíbrio em sua vida. (“É preciso ter força para rir, relaxar e ser leve”).

Os prazos são curtos, certas vezes é impossível ler o material em tempo hábil, você está em um ambiente com pessoas mais experientes, ou com mais tempo e disposição e de vez em quando isso é frustrante... Mas você está aí porque em algum momento julgou ser importante para a sua vida, decidiu ser uma atividade que te agregará boas vivências e conhecimentos. Então, tente cuidar da sua saúde como um atleta, sorrir frente ao abismo, meditar por alguns minutos para encontrar a sua paz interior e, a partir daí, enfrente os seus desafios com a magnificência de um guerreiro.

O mestrado me foi importante em tantos aspectos que valeria um livro (não necessariamente um Best Seller. Talvez entre a minha família! Que é grande e com uma avó mandona! Olha a influência! Todos teriam que comprar. Vou dominar o mundo!!!!!). Enfim, voltando ao foco: a Flávia Carvalho, amiga sábia de mestrado, tem um ditado muito bom: enfrentemos um leão por dia. Enfrente o de hoje, parabenize-se pelas vitórias do dia (nunca, jamais se menospreze) e pronto. Amanhã... Quanto ao leão de amanhã... deixe-o para o leitor-do-fututo. Deixe-o para o seu eu de amanhã. E viva em seu equilíbrio, matando um leãozinho por dia.

P.S. – Eu realmente avisei à minha mãe da postagem. Ela super apoiou. As exatas palavras dela, enquanto eu procurava o frasco do ginkgo biloba e explicava a postagem, foram: “ahham”. E isso é a mesma coisa que “vai fundo minha filha, ajuda o pessoal a ficar melhor! Posta as dicas lá!” Não é!?

Quem são os donos dos títulos da dívida soberana?

Por Pedro Correia

O gráfico mostra quem são os detentores da dívida soberana da Inglaterra, Reino Unido, EUA, Irlanda, Portugal, Japão e Grécia.Em relação aos EUA,observe que quase a metade - 47 por cento - da dívida de 14,7 trilhões de dólares está nas mãos do Federal Reserve e outras instituições governamentais, como o fundo da Seguridade Social. Além disso, 22% está com banco centrais estrangeiros.


Gráfico

Banestado


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou condenação criminal, por gestão fraudulenta e evasão de divisas, de 15 envolvidos no caso Banestado - dirigentes e assessores do antigo Banco do Estado do Paraná. A decisão, do último dia 13, é da 5.ª Turma de ministros do STJ, que manteve penas que variam de cinco anos e dez meses a quatro anos e um mês de reclusão - originalmente mais elevadas, em sentença de 2004 do juiz Sérgio Fernando Moro, da 2.ª Vara Criminal Federal em Curitiba.


Moro, especialista em ações sobre crimes financeiros, autorizou toda a investigação que levou à descoberta do rombo no Banestado. A Polícia Federal calcula que US$ 24,059 bilhões foram enviados para fora do País por meio de contas de residentes no exterior (contas CC5), no período de abril de 1996 e janeiro de 2000.


Daquele total, US$ 5,68 bilhões teriam sido remetidos ao exterior através de contas CC5 mantidas no Banestado "por meios fraudulentos".


A investigação revelou que R$ 2,44 bilhões foram depositados, entre 1996 e 1997, em contas CC5, com posterior envio ao exterior, através de 91 contas correntes comuns, "abertas em nome de pessoas sem capacidade econômica, os laranjas". A maioria das contas laranjas foi aberta em agências do Banestado em Foz do Iguaçu (PR).


Moro concluiu que houve "burlas do sistema de controle instituído pelo Banco Central". "A fraude era conhecida por gerentes e diretores da instituição financeira", assinalou.


Moro condenou os dirigentes do Banestado por gestão fraudulenta, evasão de divisas e quadrilha. O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4), em Porto Alegre, manteve a condenação por gestão fraudulenta e evasão e reduziu as penas impostas na primeira instância. O STJ confirmou a decisão do TRF4.


STJ condena 15 por fraude no caso Banestado

Observem as diferenças nas datas entre a setença do juiz Moro (em 2004) e a decisão de agora.

Confiança

Quem já foi vítima de uma ilusão de ótica sabe que os olhos podem nos enganar. Mas nosso cérebro nos engana de outras formas, e a mais bem estudada é o fenômeno do excesso de autoconfiança. Se perguntarmos a mil estudantes se eles se consideram líderes mais capazes do que a média do grupo, 70% afirmarão ser melhores que a média. Entre professores, 94% dirão ser melhores que a média de seus colegas. Entre médicos, 80% vão se achar mais competentes e o mesmo ocorre entre investidores, políticos e motoristas de carro. Como é matematicamente impossível mais da metade de uma população ser melhor que a média, esses resultados demonstram que os seres humanos expressam um excesso de autoconfiança sempre que se comparam a seus pares. A única amostra de seres humanos na qual a autoavaliação se comporta como o esperado (aproximadamente 50% se acham piores que a média e 50% melhores que a média) é a composta por indivíduos com diagnóstico clínico de depressão.


Esse excesso de autoconfiança independe da idade, da cultura, do nível educacional ou da posse de bens materiais. Todos os estudos indicam que essa forma de autoengano é uma propriedade intrínseca e hereditária do cérebro humano. Mas se ela é uma característica do ser humano, como teria surgido e sobrevivido à seleção natural? Ninguém duvida que o excesso de autoconfiança provoca avaliações equivocadas e uma propensão exagerada a correr riscos. Portanto - raciocinavam os geneticistas - se ela é prejudicial, pessoas com excesso de autoconfiança deveriam ter menos chance de sobreviver e, ao longo de milhões de anos, a seleção natural deveria ter selecionado indivíduos com uma capacidade crescente de autoavaliação. Mas por que isso não ocorreu? Agora, um grupo de cientistas propôs uma explicação para a manutenção do excesso de autoconfiança nas populações humanas.


Imagine duas pessoas que desejam um mesmo objeto. Se ambas tentam agarrar o objeto, acabam brigando. Nesse caso, ambas pagam um preço por terem brigado (se machucam, por exemplo) e a mais forte fica com o objeto.


Se nenhuma tenta capturar o objeto, nenhuma paga o preço da briga, mas tampouco fica com o objeto. Mas, se as duas pessoas puderem estimar corretamente a capacidade de briga do concorrente, a melhor estratégia é o mais fraco abdicar da briga e o mais forte ficar com o objeto (neste caso, a vantagem do mais fraco é não ter o custo de brigar).


Imagine agora que o custo da briga diminui a capacidade reprodutiva do indivíduo, mas a posse do objeto aumenta sua capacidade reprodutiva. Usando este modelo, os cientistas simularam populações de indivíduos que competiam pelos objetos e se reproduziam dependendo do balanço entre o "custo reprodutivo" provocado pela briga e o "lucro reprodutivo" resultante da posse do objeto. Essas simulações foram repetidas milhares de vezes ao longo de centenas de gerações, variando a distribuição dos níveis de autoconfiança na população original, o custo reprodutivo da briga e a vantagem reprodutiva conferida pela posse do objeto.


Os resultados demonstram que sempre que o custo da briga é baixo em relação à vantagem conferida pelo objeto, os indivíduos com um excesso moderado de autoconfiança acabam predominando na população. Também ficou claro que os indivíduos com uma avaliação precisa de sua capacidade de briga somente têm vantagens sobre os excessivamente autoconfiantes em muito poucos cenários, geralmente quando o custo da briga é significativamente maior que a vantagem conferida pela posse do objeto. Ou seja, possuir um excesso de autoconfiança e consequentemente disputar algumas brigas nas quais a derrota advém da má avaliação do adversário parece ser a estratégia que garante uma melhor capacidade reprodutiva.


Esses resultados não somente propõem uma explicação para a origem de nosso excesso de autoconfiança, mas explicam sua manutenção nas populações atuais. Se realmente somos excessivamente autoconfiantes e inerentemente propensos a tomar riscos isto talvez ajude a explicar a instabilidade nos mercados financeiros, guerras e outros fenômenos que resultam de nossa incapacidade de avaliar com precisão nossos pares. Outra consequência dessa descoberta é que modelos econômicos que se baseiam na premissa de que as decisões humanas são racionais e derivadas da capacidade humana de avaliar objetivamente a realidade não se aplicam ao Homo sapiens que habita o planeta Terra.


Mais informações: THE EVOLUTION , OF OVERCONFIDENCE. NATURE VOL. 477 PAG. 317 2011. A origem do excesso de autoconfiança - Fernando Reinach - Estado de S Paulo, A 26, 22 set 2011. Foto: aqui

22 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Links


Economia:

Brasil e suas 63 moedas locais
Crise européia em gráficos
Os BRICS irão salvar a Europa? Não, isto é um absurdo.

Executivos

Forbes revela os mais ricos dos EUA: Gates com 59 bi e Buffett com 39 bi. Aqui também
Ex-CEO do Yahoo perde a linha ao ser demitida
Executivos da Aracruz e VCP pagam para encerrar processo

Mercado:

Moody´s rebaixa Bank of America, Citi e Wells Fargo
Caixa Econômica Federal faz propaganda com Machado de Assis branco. Agora reconhece o erro e retira do ar
Mercado para tudo: Calçados com GPS
Um mercedes construído de sucata

Contabilidade, Custos e Atuária

Fundos passam longe da meta atuarial
As pessoas estão menos dispostas a pagar muito pelo e-book
Blog do Romildo

Diversos:

Intercâmbio sem sair de casa

Espanha e Portugal



Um trecho do Financial Times sobre as empresas espanholas (publicado no Marginal Revolution) mostra que a Espanha está a perigo.

As empresas portuguesas não financeiras apresentam uma dívida que corresponde a 16 vezes o lucro antes de juros. Isto significa que uma taxa de juros de 6,25% faz desaparecer todo o lucro (isto é, 1/16 = 0,0625).

Já as empresas espanholas possuem uma relação de 12 vezes. Ou seja, a uma taxa de juros acima de 8,3% consome todo o lucro, não sobrando nenhum dinheiro para o acionista.

O texto considera que uma relação de 10 vezes o padrão máximo. O texto compara a Espanha com o Japão de 1996 a 2002, quando a economia ficou sem crescimento. Ou seja, tempos difíceis para a Espanha e Portugal.






(Imagem: aqui)

Vale a pena sediar os Jogos Olímpicos?

Por Pedro Correia

Será que os Jogos Olímpicos promovem os benefícios econômicos que tantas autoridades proclamam? Markus Brückner e Evi Pappa defendem que sediar as Olimpíadas aumenta as expectativas de produção futura e, assim promove o investimento, consumo e atividade geral. No entanto, o estudo sugere que os maiores efeitos macroeconômicos ocorrem 4 anos antes do evento:

"Anticipation effects are present in all the variables we consider; GDP growth increases significantly during the five years before hosting and the peak response occurs four years before the actual hosting of the event."


Destarte, o maior efeito sobre o PIB brasileiro ocorrerá em 2012. A frase de Albert Fishlow resume o caso da Rio 2016:"Não sei se a Olimpíada será boa para o Brasil, mas a Grécia organizou uma em 2004″.

Orçamento Público


E, embora o país seja considerado referência mundial em transparência, especialistas criticam a qualidade dos dados disponibilizados pelo governo federal. "Na comparação com outros países, o Brasil está avançado, mas ainda tem muito o que melhorar", pondera o consultor de orçamento do Senado, Fernando Moutinho.


Ao acessar o site Siga Brasil, alocado no portal do Senado Federal, é possível obter algumas informações de gastos públicos, mas muito ainda está de fora. Um exemplo são os recursos desvinculados do orçamento, ou seja, que não estão ligados a um ministério ou órgão, e que ficam reservados para gastos considerados necessários no ano vigente.


Não é possível determinar, por exemplo, o destino dessa verba. Só é possível encontrar o quanto ela representa do orçamento. Outro caso é a não publicação do destino de verbas de convênios entre estados e municípios.


É possível apenas saber quanto é transferido para essas esferas, mas não quais foram as empresas beneficiadas pelos repasses.


Programas essenciais


Dados de programas que foram considerados carros-chefes do governo, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), embora disponíveis nos sites oficiais, não são fáceis de encontrar. No caso do PAC, por exemplo, é preciso saber, exatamente, quais são os nomes dos projetos que contam com recursos do programa e somá-los, um a um.


Não há uma legenda "PAC" no Siga Brasil, o que dificulta o acesso por pessoas leigas no jargão orçamentário.


"Apenas divulgar números não torna um governo transparente. É preciso tornar os dados legíveis para a população", defende o economista Valdemir Pirez, especializado em contas públicas.


Transparência no Orçamento Brasileiro é questionável - Carolina Alves - Brasil Econômico - 21 set 2011. Foto: Flickr

Precisa mesmo ser novo?

Tom Copeland, diretor de Práticas de Finanças Corporativas no Monitor Group, uma firma de consultoria, observa:" Se fossem capazes de pagar, a maioria das pessoas gostaria de dirigir um carro novo. Os administradores não são diferentes... Em minha expectativa,... os administradores gastam milhões de máquinas novas antes de precisarem fazê-lo. Na maioria dos casos, o custo total é de 30% a 40% mais baixo, caso uma empresa continue mantendo uma máquina existente por mais cinco anos, em lugar de trocá-la por uma máquina nova. Para combater as compras compulsivas de novas máquinas, as empresas devem obrigar os administradores a analisarem os números de todas as opções de investimento dsiponíveis - incluindo a manutenção dos ativos existentes ou a compra de ativos usados"

Fonte: Tom Copeland," Cutting Costs Without Drawing Blood", Harvard Business Review,2000,p.3-7.

Previsão para o Nobel

Saiu a previsão para o Nobel de Economia da Thomson Reuters: Douglas W. Diamond - pela análise de intermediação financeira e monitoramento Jerry A. Hausman - com Jerry White pela contribuição em econometria (teste de Hausman) e teste White Anne O. Krueger - com Gordon Tullock, pela descrição do rent-seeking behavior Gordon Tullock - com Anne O. Krueger Halbert L. White, Jr. - com Hausman, em econometria

As melhores universidades em Economia

1. Harvard
2. MIT
3. Stanford
 4. London School of Economics
5. Oxford
6. Cambridge
7. Berkeley
8. Chicago
9. Yale
10. Princeton

Fonte: aqui

É interessante a posição da LSE, mesmo após o escândalo do financiamento de Kadafi.

Capital dos Bancos


A questão do nível de capital de uma instituição financeira é muito importante. O acordo de Basileia criou exigências para que as instituições de diferentes países possam atuar. O principal parâmetro ficou conhecido como índice de Basileia. No Brasil o parâmetro para este índice é 11%, conforme uma forma de cálculo que leva em consideração o risco das operações efetuadas pelos bancos.

Recentemente o Banco Central divulgou um diagnóstico mostrando que treze instituições não cumprem este índice.

No teste de estresse que apontou necessidade de capitalização de treze bancos, de um total de 160, o BC considerou uma elevação da taxa média de inadimplência de 3,6% para 14%. Mesmo esses não quebrariam; só ficariam desenquadrados da norma. Quebra mesmo só se o percentual chegasse a 16%. O BC não informou quantos iriam a pique, nessa hipótese.


Mas eles representariam apenas 0,05% dos ativos do sistema, menos do que representava o Matone (0,07%), banco comprado pelo JBS.

Simulando um rebaixamento generalizado, de dois degraus, na escala de classificação de risco dos tomadores de crédito, o BC chegou a um resultado parecido. Só doze bancos teriam que convocar os acionistas a coçar os bolsos. Mas a participação deles nos ativos do sistema seria maior: 13,6%.

Os testes de estresse mostraram resistência também a riscos de mercado, mesmo em situações mais extremas. Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero de Moraes Meirelles, os cenários "exagerados" incluíram juros a 1% ao ano, taxa de câmbio a R$ 4,70 por dólar e queda real de 4,7% o Produto Interno Bruto. No pior desses quadros, apenas um banco, nada representativo, quebraria e os desenquadrados das regras de capital mínimo seriam 11% dos ativos do sistema.

Em outras palavras, o sistema financeiro brasileiro parece adequado.

Conselho para cortar gastos

A Deloitte recebe como empresa de consultoria da cidade de Ottawa. Veja notícia a seguir:

Eu não me importo como você explica isto, mas nestes dias de orçamentos apertados e déficits, 90.000 dólares por dia é demais para um escritório de contabilidade dar conselhos sobre como cortar gasto num orçamento de US $ 4 bilhões da cidade de Ottawa, principalmente que os cortes propostos pela Deloitte provavelmente nunca serão postos em prática. (National Post)

Kroton



A Kroton Educacional fechou a compra da Faculdade de Sorriso (FAIS), que tem operação no município de Sorriso, no Mato Grosso, em um negócio de R$ 7 milhões.


A operação foi realizada por meio da Editora e Distribuidora Educacional, subsidiária da Kroton, junto à sociedade mantenedora da FAIS, a União Sorrisense de Educação (USE).


A Kroton pagará um total de R$ 5,4 milhões ao longo de 60 meses e assumirá uma dívida líquida de R$ 1,6 milhão da USE, que conta com 1.302 alunos e 1.400 vagas anuais.


De acordo com a empresa, a compra está sujeita a eventuais ajustes e compensações em função de passivos da USE.


"A aquisição fortalece a presença da companhia no Mato Grosso, estado onde operam 10 unidades de ensino superior, sendo a mais próxima a unidade de Sinop, com distância aproximada de 80 quilômetros do município de Sorriso", diz o comunicado da Kroton.


(Fonte: aqui)

Isto significa que o valor da empresa foi de 5,4 mil reais por aluno. Isto é bem abaixo dos 7 mil pagos pela Anhanguera. Entretanto, o mercado é um pouco diferente (Sorriso versus estado de São Paulo) e isto pode ter refletido no preço.

Auditorias


Esqueça economias em dificuldades, regulamentação, clientes pão-duros. As duas maiores firmas de auditoria e consultoria no mundo estão crescendo com aquisições e vasculhando o mundo em busca de novas contratações.


Cabeça a cabeça, numa corrida disputando o título de maior firma do mundo de serviços profissionais, a Deloitte e a PwC embarcaram em uma grande iniciativa expansionista.


Com a estabilização das receitas de auditoria nos mercados desenvolvidos, as empresas estão fazendo um crescente esforço em países como a China e a Índia e investindo na área de consultoria, na qual os negócios estão crescendo, depois de um período recessivo.


Há mais em jogo, nessa briga, do que se gabar da "pole position". Igualmente importante é cimentar seu status de supermercado de serviços profissionais, capazes de ajudar clientes em quase qualquer mercado que transpire comércio.


"Quanto mais elas se posicionarem como provedoras confiáveis de serviços variados para os clientes, mais podem esperar ficar imunes à pressão para reduzir honorários se a economia piorar", disse Ashley Newton, diretor associado na Kennedy Consulting Research and Advisory.


No ano passado, um salto de 15% na área de consultoria da Deloitte ajudou-a a passar à frente da PwC em receitas totais, assumindo a primeira posição entre as quatro grandes firmas mundiais de auditoria e consultoria, time que também inclui a KPMG e a Ernst & Young.


A Deloitte assumiu a liderança por uma diferença de apenas US$ 9 milhões, anunciando receitas de US$ 26,578 bilhões, contra US$ 26,569 bilhões na PwC. Antes de 2010, a PwC foi a maior durante pelo menos cinco anos, segundo dados do "Accounting News Report".


Um fator por trás da conquista da liderança foi a decisão da Deloitte de conservar seu ramo de consultoria, cerca de uma década atrás, enquanto outras empresas de auditoria eliminaram os seus, em meio a preocupações sobre conflitos de interesse.


A decisão ajudou a Deloitte manter seu domínio na área de tecnologia da informação, de alto potencial e uma arena de negócios com boas perspectivas de crescimento, mesmo em uma economia morna. As atividades de consultoria ganharam novo impulso a partir de aquisições feitas pela Deloitte, como a da BearingPoint, especializada em negócios com governos, em 2009.


Embora agências regulamentadoras nos EUA e em outros países tenham apertado as restrições sobre os serviços de consultoria que as firmas de auditoria podem disponibilizar, a consultoria não foi totalmente proibida, e tanto a Deloitte como a PwC têm centrado grande parte de seu trabalho de consultoria para empresas que não são clientes de auditoria.


Marcas respeitadas e íntimos laços com os mais altos níveis executivos das administrações de empresas, construídos em parte por meio de relacionamentos de auditoria, ajudaram a transformar todos os quatro grandes em concorrentes de peso em atividades de consultoria, segundo a Gartner Research.


"O que o trabalho de auditoria faz é permitir que elas criem competência em um setor", estabelecendo a credibilidade que é uma grande diferencial para atrair contratos de consultoria, disse o analista Alex Soejarto, da Gartner.


A incursão no terreno de consultoria vem acontecendo há algum tempo, em parte porque é bem mais rentável do que o trabalho obrigatório de auditoria, disse Arvind Hickman, editor do "International Accounting Bulletin".


"A auditoria emprega muita mão de obra e tem sofrido muito com as limitações nos preços que podem ser cobrados pelos serviços devido à crise financeira mundial."


A PwC, que vendeu seu braço de consultoria para a IBM em 2002, está reconstituindo essa área com aquisições como a do Paragon Consulting Group e das operações de serviços comerciais da BearingPoint, em 2009.


Nos últimos 12 meses, a firma absorveu 700 consultores, com a compra da PRTM, uma empresa de consultoria de gestão, e centenas de outras, mediante a aquisição da Diamond Management & Technology Consultants.


Recentemente, anunciou estar construindo uma vantagem competitiva na denominada área de sustentabilidade, ou uso responsável de recursos naturais, ao contratar como consultora a Andrew Winston, uma consultora empresarial "verde".


Ainda líder mundial em receitas de auditoria, a companhia focou mercados emergentes, como a Índia, a China e o Oriente Médio para intensificar seu crescimento.


A Deloitte comprou uma grande número de firmas de consultoria, entre elas a Altos Partners Management Consultants; a AJM Petroleum Consultants; a Jackson Browne, consultora de gestão de desempenho; a Access Economics, especializada em consultoria econômica; e a Oco, focada em análise empresarial. A companhia também reforçou seu potencial na área da sustentabilidade, com a aquisição das firmas Clear Carbon Consulting e Domani Sustainability Consulting.


Forte capacitação em abrangente leque de expertise ajudou as firmas a competir contra uma gama de empresas, de gigantes em gestão, como a McKinsey, a consultoras de tecnologia, como a IBM e a Accenture.


A PwC anunciou que suas firmas associadas em todo o mundo contrataram cerca de 45 mil novos funcionários no ano fiscal de 2011 encerrado em junho. A Deloitte não anunciará suas contratações antes de divulgar os valores de suas receitas para o ano fiscal de 2011, mas disse estar a caminho de confirmar suas projeções anunciadas no ano passado: 50 mil contratações por ano em nível mundial nos próximos cinco anos.


Acredita-se que as quatro grandes reportem suas receitas para o ano fiscal de 2011 nas próximas semanas e, caso haja um crescimento significativo, provavelmente, mais uma vez, este virá da área de consultoria, disse Jonathan Hamilton, editor-chefe do "Accounting News Report".


"Os negócios no setor de auditoria, embora certamente o feijão com arroz de todas essas firmas, é uma atividade de crescimento lento", acrescentou Hamilton.


O crescimento das empresas cria desafios, porém, como o de assegurar a qualidade à medida que expandem seus impérios.


"Na realidade, tratam-se de firmas individuais sob uma bandeira de marca única, mas não têm um controle centralizado rigoroso", disse Shan Nair, presidente da Nair & Co, que assessora companhias em expansão internacional e trabalha com as "quatro grandes".


A expansão na China, um mercado chave, já trouxe dores de cabeça para a área de auditoria. Os ramos da Deloitte e da PwC na China tiveram que desistir de seus clientes devido a preocupações com sua contabilidade e o escritório da Deloitte em Xangai foi intimado pela agência regulamentadora americana a entregar registros à fiscalização.


E pairam mais preocupações, em vista do maior esforço fiscalizador das agências. À medida que crescerem as receitas de consultoria, novamente estão vindo à tona reclamações de que as firmas ficarão tentadas a relaxar o rigor sobre suas clientes de auditoria para conquistar ou conservar um contrato de consultoria - uma acusação que as firmas negam.


Na semana passada, legisladores da União Europeia aprovaram um relatório que defende proibir firmas de auditoria de prestar serviços de auditoria e de não auditoria para um mesmo cliente. O relatório é não vinculante, mas poderá ajudar a dar forma a um projeto de lei em elaboração.


A PwC e a Deloitte disseram não haver conflitos de interesse nos serviços de consultoria que prestam. Grande parte de sua consultoria é prestada a empresas às quais não oferecem serviços de auditoria e elas cumprem padrões regulatórios e restrições das próprias companhias clientes sobre o tipo de consultoria que prestam a seus clientes de auditoria.


A PwC disse também que cumpre um código de ética estabelecido pela International Ethics Standards Board for Accountants para garantir sua independência.


Algo que também beneficiará as auditorias é que muito de seu trabalho de consultoria - como ajudar as empresas a cortar custos e se tornarem mais eficientes - continuará sendo demandado, mesmo com uma desaceleração da economia. "Tudo somado, elas estão assumindo uma política expansionista muito prudente, ainda que agressiva", disse Newton, do Kennedy Research Consulting.

Grandes firmas de auditoria crescem apesar da turbulência econômica - Por Dena Aubin | Reuters, de Nova York - Valor Econômico - 22 set 2011

21 setembro 2011

Rir é o melhor remédio





Logos: passado e futuro

Convergência Adiada


Um dos principais argumentos usados para justificar o processo de convergência do padrão contábil brasileiro para o modelo internacional IFRS sempre foi a facilidade para comparar os balanços de empresas nacionais com os de estrangeiras.


Como os investidores internacionais estariam habituados ao padrão, usado em mais de cem países e considerado confiável e de boa qualidade, isso reduziria o custo de capital das companhias.


Por ora, entretanto, o que se vê é que mesmo entre empresas brasileiras não há uma uniformidade nas práticas contábeis.


Isso ocorre porque o IFRS é baseado em princípios, e não em regras detalhadas, e também porque ele permite escolhas por parte das empresas.


Ao exercer seu poder de julgamento sobre qual a melhor forma de reconhecer determinado evento, algumas companhias acabam chegando a conclusões diferentes, o que pode dificultar a comparação simples dos números dos balanços.


O sócio de auditoria da Ernst & Young Terco Paul Sutcliffe cita, por exemplo, o tratamento que se dá a empréstimos no âmbito do Programa de Sustentação do Investimento do BNDES, com juros próximos de 5% ao ano. Algumas empresas, como Vivo e TIM, consideram isso uma subvenção do governo e, por isso, contabilizam a diferença entre a taxa paga ao banco e a praticada no mercado, bem mais alta, como uma receita na demonstração de resultado. Mas a maior parte das empresas não faz assim.


Há divergência também na forma de se registrar o pagamento de outorga em contratos de concessão. Algumas empresas colocam o valor devido dentro de uma conta do passivo, como OHL e Ecorodovias, enquanto outras informam o montante apenas em nota explicativa, caso da CCR.


Conforme já noticiado pelo Valor, entre as administradoras de shopping centers também há práticas distintas para se contabilizar o valor dos empreendimentos imobiliários. Enquanto BR Malls e Sonae Sierra avaliam seus imóveis a preço de mercado, Multiplan, Iguatemi, Aliansce e General o fazem pelo custo. O IFRS permite escolha nesse caso.


De forma geral, especialistas citam diferenças também em relação a taxas de depreciação de prédios, máquinas e equipamentos usadas pelas empresas e em relação ao método utilizado pelas companhias para apuração do valor justo de ativo biológico, como florestas, plantações e rebanho bovino.


Ao ser questionado sobre o tema, o diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Alexsandro Broedel disse que considera os casos de divergência de prática como "pontuais". Ele afirmou ainda que não tinha a expectativa de que os balanços ficassem uniformes em todos os aspectos, mas sim de que o nível de transparência fosse o mesmo.


"A maioria das práticas deve convergir com o passar dos anos, mas algumas diferenças devem persistir", avalia o representante do órgão regulador do mercado, para quem isso exigirá uma atenção cada vez maior para as notas explicativas dos balanços.


Na opinião de Reginaldo Ferreira Alexandre, presidente da regional São Paulo da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec -SP), se a situação é diferente, o julgamento realmente pode mudar de uma empresa para a outra. "As situações podem variar. E se é assim, é importante que haja distinção."


Nos casos em que um mesmo evento econômico é registrado de forma divergente, Alexandre destaca que o importante é a divulgação. "Aí os analistas podem ver qual prática eles preferem, o que levará a um processo de equilíbrio", diz.


A divergência de julgamentos dentro do IFRS não ocorre só no Brasil. A forma de cálculo do valor justo dos títulos da dívida grega acaba de gerar polêmica na União Europeia.


Os bancos alemães e britânicos, como o Royal Bank of Scotland, usaram os preços de mercado para registrar o valor dos papéis, com perda de 50% contra o resultado do período. Na França, bancos como o BNP Paribas julgaram que a liquidez dos papéis caiu tanto que o valor de negociação não seria uma boa referência para o valor justo. Usando modelos internos, eles registraram baixa de 21%.


Os auditores emitiram parecer sem ressalva nos dois casos, sendo que a Deloitte checa os números do RBS e é uma das três que avalia o balanço do BNP Paribas.


A divergência levou Hans Hoogervorst, presidente do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), que é o órgão que emite as regras do IFRS, a escrever uma carta aos reguladores europeus para manifestar sua discordância quanto ao julgamento de que os mercados não estariam líquidos.


Segundo Amaro Gomes, único brasileiro no conselho do Iasb, o IFRS pede que as empresas divulguem a melhor informação possível dentro do seu julgamento. Apesar de reconhecer que pode haver tratamentos distintos em determinados momentos, ele avalia que a "disciplina de mercado" levará a práticas semelhantes. "Não é a norma que vai resolver, mas a reação do mercado, de analistas, reguladores, auditores e administradores", afirma.

Convergência Adiada - Fernando Torres - Valor Econômico - 21 set 2011

Existe outra razão não citada no texto: as normas internacionais permitem mais de uma opção em diversos casos.

Convergência Adiada 2



Ainda vai levar no mínimo de dois a três anos para que as empresas comecem a trabalhar com as normas contábeis internacionais IFRS no piloto automático. "Mesmo as empresas de capital aberto ainda têm dificuldade grande para incorporar os conceitos no dia a dia", afirma o professor Edmir Lopes de Carvalho, sócio da consultoria Virtus e vice-presidente responsável pela área de contabilidade da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).


Na visão dele, não é que as empresas não queiram dedicar mais atenção aos conceitos trazidos pelo IFRS. "Mas a rotina da empresa não permite. É como se o contador tivesse que trocar o pneu do carro com ele andando."


Edison Fernandes, especialista em contabilidade e sócio do Fernandes, Figueiredo Advogados, encontrou alguns pontos chamados por ele de "críticos" em um levantamento com balanços publicados por 64 companhias de grande porte neste ano.


Nas notas explicativas sobre práticas contábeis, ele encontrou o seguinte texto para explicar como é feita a provisão para devedores duvidosos: "A baixa dos créditos vencidos é efetuada conforme determina o art. 9º, § 1º, inciso II da Lei nº 9.430/96." "Essa é a regra fiscal. Não foi feita uma análise do risco de inadimplência", diz Fernandes.


Em outro caso, a explicação sobre transações com partes relacionadas era esta: "As transações entre a controladora e as empresas controladas são realizadas em condições e preços estabelecidos entre as partes".


"Não é isso, tem que ser igual ao preço de mercado", diz o advogado, destacando que a maior parte dos balanços dá aulas de contabilidade nas notas explicativas, com resumo dos pronunciamentos, em vez de detalhar o impacto da regra na empresa.


Em relação às diferenças de práticas contábeis entre as companhias, Fernandes considera que isso não é um problema. "Uma empresa pode fazer o ajuste a valor presente com uma taxa diferente da concorrente. O importante é que as taxas sejam divulgadas para permitir a comparação", diz ele como exemplo.


Edmir Carvalho, da Anefac, fez um levantamento sobre o impacto do IFRS no patrimônio líquido das companhias abertas brasileiras. Em uma amostra de 115 empresas, o patrimônio aumentou 7,2%, passando de R$ 290 bilhões para R$ 310 bilhões.


Com folga, a norma que teve o maior impacto positivo foi a do ativo imobilizado, que são os prédios, máquinas e equipamentos das empresas. O IFRS permitiu que as empresas atribuíssem um novo valor para esses ativos, caso e custo registrado no balanço estivesse defasado. O impacto positivo dessa regra, antes de impostos, foi de R$ 23,7 bilhões.

Adaptação plena ao padrão IFRS ainda vai demorar - Fernando Torres - Valor Econômico - 21 set 2011

Ações nos emergentes oferecem mais retorno e menos risco

A questão para os investidores é se o suficiente de sua carteira de ações é alocado para os mercados emergentes ou para as empresas nos mercados desenvolvidos, que derivam a maior parte das suas vendas e lucros de suas atividades nas regiões de crescimento mais rápido do mundo. 


Creio que um exame da maioria dos portfólios que indicaria que eles são severamente peso abaixo do normal para as economias de crescimento mais dinâmico do mundo.


Burt Makiel no Financial Times. Makiel é autor de A Random Walk down Wall Street

Programa para estímulo à mobilidade acadêmica

Foi lançada nesta segunda-feira, 19, a chamada pública Casadinho/Procad, uma iniciativa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O programa apoia projetos conjuntos de pesquisa que visem promover o fortalecimento e a consolidação de Programas de Pós-Graduação stricto sensu. As inscrições vão até o dia 4 de novembro.

Os projetos apresentados devem estimular a formação pós-graduada e a mobilidade docente e discente por meio da cooperação entre grupos de pesquisa de qualquer região do país. Esses grupos devem estar vinculados a programas de pós-graduação não consolidados e programas consolidados de instituições nacionais de ensino superior e/ou de pesquisa.

Os projetos serão apoiados por meio do financiamento de missões de estudo, missões de docência e pesquisa e estágio pós-doutoral, outros itens de custeio e despesas de capital. As missões devem ser planejadas de modo a assegurar a implementação das ações necessárias, destinadas a facilitar e possibilitar a interação entre as equipes, consolidando, desse modo, as redes de cooperação.


Estão previstas Bolsas de Doutorado Sanduíche, Estágio Pós-Doutoral Junior e Estágio Pós-Doutoral Sênior. As propostas aprovadas serão financiadas no valor global estimado de R$ 60 milhões para o período de quatro anos de execução dos projetos selecionados. Sendo R$ 30 milhões oriundos do FNDCT/Fundos Setoriais e R$ 30 milhões do orçamento da Capes, a serem liberados em quatro parcelas, de acordo com a disponibilidade orçamentária e financeira do CNPq e da Capes.


Acessse a chamada pública: aqui

Postado por Isabel Sales. Fonte: Aqui

Gillete

Alfred M. Zeien foi o bem-sucedido diretor geral da Gillete Co. durante oito anos, conduzindo a empresa a taxas de crescimento fo lucro de 15% a 20% ano ano. Entretanto, como seu sucessor descobriu, parte desse crescimento do lucro era uma ilusão baseada na acumulação de estoques. William H. Steele, um analista de Bank of America Securities, alega o seguinte: " Nõa há dúvidas que a Gillete estava produziendo esses números por meio de vendas agressivas ao preço de atacado e através da acaumulação de estoques". Num período de 3 anos, os estoques de´produtos acabados da Gilette haviam crescido mais de 40%, muito embora as vendas da Gillete mal houvessem aumentado.

Como pode a acumulaçao de estoques elevar os lucros sem que haja aumento das vendas?
A resposta está no custeio por absorção - o método mais largamente utilizado de determinação de custos de produtos - pode ser empregado para manipular os lucros exatamente desse modo.


Fonte: The Big Trim at Gillete, Business Week , 8 de novembro de 1999, p.42.

Regulamentação bancária

Justo quando banqueiros, analistas e algumas autoridades de regulamentação se perguntavam se havia chegado a hora de desacelerar a marcha de reformas bancárias pós-crise devido ao estado perigoso da economia mundial, chega a notícia da perda de US$ 2,3 bilhões do UBS com operações não autorizadas, fornecendo um “não” retumbante a esse questionamento.

Os acontecimentos recentes tornaram Kweku Adoboli conhecido nos círculos financeiros, e não por causa do gosto por suéteres azul-cerúleo. Na sexta-feira o operador de 31 anos do UBS, com seu suéter, foi indiciado por fraude e contabilidade falsa pelas autoridades do Reino Unido. Um dia antes, o banco suíço tinha revelado uma perda de US$ 2 bilhões — depois elevada para US$ 2,3 bilhões — devido a atividades não autorizadas de um de seus operadores. Adoboli ainda não se declarou culpado ou inocente.

A maior parte do caso ainda é um mistério, mas há uma coisa que já está clara: o escândalo vai fortalecer os políticos e reguladores que querem supervisionar mais a indústria bancária mundial. Nos Estados Unidos, executivos de Wall Street e membros Congresso que queriam anular ou suavizar a lei Dodd-Frank terão agora dificuldade para progredir com suas metas.

Esqueça as nuances — de que fraudes como essas são sempre difíceis de descobrir não importa a rigidez das regras; de que os US$ 2,3 bilhões na verdade não são muita coisa para um gigante bancário como o UBS; e que, aparentemente, seus clientes não perderam dinheiro.

Não importa se as acusações contra Adoboli tenham fundamento ou não, o fato de que o UBS perdeu mais de US$ 2 bilhões com operações não autorizadas deixa mais uma vez a impressão de que um integrante da elite bancária mundial não conseguiu se policiar, ficar de olho em seu bem remunerado pessoal e evitar riscos desnecessários.

A data em que comunicado do UBS foi feito — no aniversário de três anos da falência do Lehman Brothers — tornou quase irresistível concluir que Wall Street não aprendeu nada com os erros do passado.

James Dimon, por outro lado, discorda da noção de que algumas das novas regras são necessárias. O diretor-presidente do J.P. Morgan Chase & Co. não se referiu à situação do UBS, mas me disse que considera regulamentações como o plano dos EUA para obrigar grandes bancos como o seu a ter capital extra “irracionais e forçados”.

Justa ou injusta, o fato é que a regulamentação vai moldar o futuro da indústria financeira durante décadas.

“Aumentar a regulamentação (…) é o maior fator que vai influenciar a lucratividade dos bancos nos EUA e Europa depois da crise”, argumenta a consultoria McKinsey & Co. em seu relatório anual sobre o sistema bancário, divulgado ontem.

A combinação inflamável de cenário econômico instável e mais regulamentação tem motivado uma revisão radical do modo como os bancos operam.

Já existem três mudanças tectônicas em curso:

1) Os bancos europeus estão se transformando de máquinas gigantescas de conceder crédito a facilitadores do fluxo nos mercados de capital para empresas e investidores. Diferentemente dos EUA, onde as empresas recebem a maior parte do financiamento que precisa dos mercados acionários ou de dívida, as empresas europeias dependem dos empréstimos bancários para a maior parte de seus financiamentos.

Isso funcionou bem enquanto os bancos conseguiam financiar suas enormes carteiras de crédito nos mercados de dívida de curto prazo.

Mas à medida que esse tipo de capital ficou mais caro, tanto por causa da crise de dívida soberana quanto devido às novas regras para coibir a dependência dos bancos de investidores volúveis, esse modelo de negócios está se tornando inviável rapidamente.

Isso, por sua vez, está levando os bancos a encolher suas carteiras de crédito e aumentar suas operações nos mercados de dívida.

A questão aqui é que uma mudança tão radical na estratégia pode demorar anos para ser concluída e, mesmo assim, corre o risco de não dar certo, especialmente se as empresas não reajustarem suas expectativas de financiamento de acordo com as novas condições e/ou os bancos americanos não se provarem mais eficientes que os europeus no mercado de dívida.

2) Os cortes de custos nos bancos ocidentais ricos vão continuar. No ano passado, o retorno médio do investimento de bancos americanos e europeus sobre seu capital ficou abaixo do custo do capital, segundo a McKinsey, o que significa que eles não conseguiram colocar esse capital para gerar lucro.

Com o crescimento econômico lento e mais exigências de capital no horizonte, o retorno continuará a ser impulsionado pelos cortes nos gastos dos bancos.

3) A ascensão dos bancos de mercados emergentes. Antes considerados pouco sofisticados em comparação com os grandes bancos dos países desenvolvidos, os titãs nacionais de países em rápido crescimento como China e Brasil estão agora conquistando seus espaços no cenário bancário mundial.

Os mercados emergentes responderam por cerca de 40% dos lucros mundiais do setor em 2010, mais que o dobro do nível de 2006. Favorecidos por fatores demográficos e macroeconômicos, esses titãs locais estão perfeitamente posicionados para conquistar uma fatia ainda maior dessa torta.

A dúvida para gigantes como o Banco Industrial & Comercial da China e o Itaú Unibanco Holding é se podem competir com os europeus e americanos fora do próprio quintal. Isso não parece realista no momento, mas os problemas dos rivais nos países ricos podem facilitar isso no futuro.

Claro que essas três tendências podem empurrar os bancos para uma estratégia geralmente usada quando o lucro cai: assumir mais riscos em áreas menos regulamentadas para poder assim turbinar o lucro. Esperemos, para o bem geral, que eles não sejam forçados a isso.

Fonte: Francesco Gerra, WSJ Americas

Madoff


O regulador do mercado de ações dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) concluiu que seu ex-diretor, David Becker, é culpado da acusação de conflito de interesses na gestão do caso do investidor Bernard Madoff, disse o órgão nesta terça-feira.


Segundo a SEC, Becker envolveu "interesses pessoais em assuntos profissionais", disse o organismo em relação ao caso de Madoff.


Becker havia herdado, junto com seus dois irmãos, uma conta bancária de cerca de US$ 2 milhões que havia sido aberta por sua mãe (morta em 2004) através dos serviços de Madoff, que foi condenado em 2009 a 150 anos de prisão por uma fraude estimada em mais de US$ 65 bilhões.


O caso de Becker pode ter um "papel importante" na determinação dos montantes que devem ser recuperados pelos investidores que foram vítimas de fraude, disse o comunicado.


A SEC pediu ao Departamento de Justiça americano para que investigue o caso a partir de sua acusação.


ESQUEMA


O esquema começou a desmoronar em 2008, quando a crise derrubou as Bolsas globais e os investidores foram retirar o dinheiro que estava aplicado com Madoff.


A fraude, que durou décadas, dependia da entrada de novos investidores para pagar os rendimentos aos antigos --funcionava como um esquema de "pirâmide". Após o saque dos investidores, o fundo de Madoff ficou sem caixa.

Ex-diretor é condenado por conflito de interesse em caso Madoff - France Press - Folha de São Paulo