Translate

29 agosto 2011

IR/CSLL sobre variação cambial

O resultado positivo da equivalência patrimonial decorrente de variação cambial em controladas e coligadas no exterior não está sujeito ao pagamento do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL). Este foi o entendimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) ao analisar recursos de grandes contribuintes que possuem investimentos em empresas estrangeiras. A equivalência patrimonial é um método contábil utilizado para atualizar o valor da participação societária da investidora no patrimônio da empresa. Em pelo menos cinco decisões recentes, a Corte administrativa do Ministério da Fazenda entendeu que a variação cambial não é lucro. Dessa forma, não poderia haver tributação.

Por unanimidade, a 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) também considerou a cobrança ilegal ao analisar o recurso da empresa Beckmann Pinto Administração de Bens e Participações contra a Fazenda Nacional, em abril. No Carf, tramitam atualmente cerca de 50 ações sobre o tema, cujos valores das autuação ultrapassam os R$ 10 milhões.

Para advogados, os precedentes são importantes porque significam a "correção" de uma norma da própria administração fazendária. Segundo o tributarista Rodrigo Rigo Pinheiro, do Braga e Moreno Consultores Jurídicos e Advogados, pagar impostos sobre variação cambial traria reflexos negativos diretos sobre o planejamento das empresas com investimentos no exterior. O advogado Jimir Doniak Júnior, do Dias de Souza Advogados Associados, tem a mesma opinião. "Pretender tributar a variação de câmbio é onerar um mero registro contábil momentâneo, que provavelmente não irá se concretizar", diz.

De acordo com o procurador-chefe da Fazenda Nacional no Carf, Paulo Riscado, a jurisprudência a favor do contribuinte tem sido firmada por falta de base legal para a cobrança. Isso porque a Medida Provisória nª 2.158-35, de 2001, não prevê a tributação sobre a variação cambial. No entanto, muitas empresas foram autuadas por causa da Instrução Normativa (IN) da Receita Federal nº 213, de 2002, que determinou a apuração de todos os valores relativos ao resultado positivo da equivalência patrimonial. "Como o contribuinte reconhece o lucro e a variação cambial juntos, o fiscal não faz a distinção. É como se ao jogar uma rede ao mar pescássemos o camarão e a baleia. Queremos só o camarão", diz o procurador.

Carf entende que não há lucro na equivalência patrimonial
Bárbara Pombo De São Paulo
17/08/2011 - Valor Econômico

27 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Analista técnico:




Benefícios da Diversificação

Em 1971, o dólar dos EUA foi desvinculado do padrão-ouro. Desde então, o preço do ouro subiu, de forma bastante rápida.. Olhando para o preço bruto de ouro e comparando com o retorno total do mercado de ações dos EUA, você vê que os dois acabam em torno do mesmo lugar: 7,9% para ações, 7,0% para o ouro, até 2010. Mas combinado 50-50, e reponderando a cada ano, geraria um retorno de 8,4% através da menor volatilidade (média geométrica é melhor devido à sua menor volatilidade).

Fonte: aqui

Bamerindus

O antigo Bamerindus renegociou e parcelou com desconto da sua dívida com o Banco Central. A dívida, oriunda de socorro financeiro prestado pela autoridade monetária, caiu de R$ 2,7 bilhões para R$ 2,5 bilhões e será paga em 15 anos. O primeiro dos 180 pagamentos mensais já foi feito no início do mês, no valor de R$ 14,2 milhões.

Exemplo emblemático da crise bancária brasileira da segunda metade da década de 1990, o Bamerindus quebrou em março de 1997, sofreu intervenção do BC e depois entrou num processo de liquidação extrajudicial que dura até hoje.

O acordo de parcelamento foi anunciado ontem pelo diretor de Administração e presidente em exercício do BC, Altamir Lopes, durante a divulgação do balanço da autarquia. A operação, segundo ele, terá impacto redutor de R$ 2 bilhões na dívida líquida do setor público. O montante corresponde ao valor presente do débito renegociado. O impacto fiscal ocorre porque, até então, esse era um ativo “podre” do governo central, que não podia entrar para o cálculo da dívida líquida. Ao deixar de ser “podre” compensará parte da dívida bruta.

No balanço do BC, o efeito será a reversão de provisões, pois o valor devido pelo Bamerindus estava integralmente provisionado. No total, o BC mantinha, em 30 de junho, provisões de R$ 32,1 bilhões para créditos de liquidação duvidosa junto a bancos liquidados, entre eles Nacional e Econômico. A dívida deles com o BC era de R$ 64,3 bilhões, incluída aí a do Bamerindus antes da renegociação.

O acordo foi firmado em 12 de agosto. Por isso, o efeito da reversão de provisões não foi capturado pelo balanço divulgado ontem, referente ao primeiro semestre de 2011. No período, a autoridade monetária registrou lucro de R$ 12,2 bilhões, proporcionado principalmente pelo rendimento de sua carteira de títulos, de emissão do Tesouro Nacional. O resultado será repassado ao próprio Tesouro em alguns dias.

Por outro lado, o Tesouro terá que entregar ao BC cerca de R$ 95,8 bilhões em novos títulos, para ressarci-lo do custo fiscal de carregamento das reservas cambiais apurado neste balanço e no anterior. Só no primeiro semestre, esse custo atingiu R$ 44,5 bilhões. A maior parte, R$ 28,8 bilhões, refere-se à queda do valor das reservas cambiais em moeda nacional, por causa da desvalorização do dólar frente ao real. Mas há também diferencial de taxa de juros, já que as reservas são aplicadas no exterior a juros mais baixos do que o custo pago pelo BC para captar recursos no país. Ignorada a correção cambial, a rentabilidade obtida lá fora foi de 1,55% no semestre. Já o custo médio de captação do BC foi de 4,56%. A diferença representa um custo de R$ 15,7 bilhões, informou Altamir Lopes.

Fonte: Mônica Izaguirre, Valor Economico

Exame de suficiência

O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) vem a público comunicar e refutar a notícia veiculada na página eletrônica do Ministério Público Federal em Goiás (MPF/GO) e no Jornal Popular de Goiânia, de 26/08/2011, de que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) “assegurou o direito dos formandos em Ciências Contábeis obterem registro profissional sem passar por prova do Exame de Suficiência”. Esta informação não guarda qualquer relação com o Exame de Suficiência instituído a partir da publicação da Lei nº 12.249/10.

Trata-se de uma Ação Civil Pública ajuizada pelo Ministério Público Federal em Goiás, no ano de 2003, quando da vigência da Resolução CFC n.º 853/99. Na ocasião, entendia o Ministério Público, que o Conselho de Contabilidade não poderia instituir o Exame de Suficiência com base em Resolução.

Em junho de 2010, foi publicada a Lei nº 12.249, que atribui ao Conselho Federal de Contabilidade a prerrogativa de regular sobre o Exame de Suficiência como um dos requisitos para obtenção de registro profissional.

Com a edição da Lei nº 12.249, o CFC publicou a Resolução nº 1.301/10, que regulamenta o Exame de Suficiência, revogando a Resolução nº 853/99. Portanto, desde de junho de 2010 a Resolução CFC n.º 853/99 se encontra revogada.

Pelo exposto, o CFC esclarece que a matéria veiculada pelo MPF/GO não desobriga os candidatos a se submeterem ao Exame de Suficiência como condição para obtenção de registro profissional em Conselho Regional de Contabilidade (CRC).

O CFC comunica, ainda, que as provas da segunda edição de 2011 do Exame de Suficiência, marcadas para o dia 25 de setembro próximo, estão mantidas conforme previsto no Edital de convocação, e que a inscrição vai até o dia 31 de agosto de 2011.


Fonte: CFC

26 agosto 2011

Rir é o melhor remédio





Teste 519


Veja a imagem deste anúncio:


“Nos colocamos duas barras em cada pacote. Nos queremos aumentar seu prazer em 200%”. Existe alguma coisa errada?

Resposta do Anterior; Itaipu. Fonte: aqui

Mágica


O texto a seguir é de 4 de agosto, recentemente traduzido para o português e publicado no Valor de 24 de Agosto de 2011.  É fantástico por mostrar a manipulação, pura e simples, de um resultado de uma empresa.

(...) Se você gostou desse exemplo de truque matemático tolo, vai adorar a forma bizarra de medir a rentabilidade inventada pelo Groupon, chamada de "lucro operacional de segmento consolidado ajustado", que em inglês é conhecido com CSOI ajustado. Essa atípica forma de medir exclui a maior parte das despesas operacionais da distribuidora de cupons de desconto pela internet e faz a empresa iniciante, altamente deficitária, parecer que está confortavelmente no azul. (...)


Você teria dificuldades se quisesse encontrar qualquer explanação clara no documento de registro do Groupon sobre por que o CSOI ajustado traria algum tipo de informação útil aos investidores, apesar de as regras da Securities and Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos EUA) determinarem que as empresas têm a obrigação de explicar. Não é surpresa que, segundo várias notícias na semana passada, a SEC esteja observando de perto as divulgações do Groupon, antes da tão aguardada oferta pública inicial de ações da empresa. (...)


Aqui estão os números oficiais do Groupon. A empresa divulgou prejuízo líquido em 2010 de US$ 413,4 milhões, com receita de US$ 713,4 milhões, sob os Princípios Contábeis Amplamente Aceitos (Gaap). Sob o critério CSOI ajustado, no entanto, obteve lucro de US$ 60,6 milhões. Em carta aos investidores incluída no documento de apresentação da oferta inicial, que foi emendado em 14 de julho, o executivo-chefe da empresa, Andrew Mason, disse que o critério proporciona "visibilidade crucial" sobre a empresa, embora não tenha dito de que forma.


Para chegar a esses números, o Groupon começou com a linha relativa ao resultado operacional Gaap, que mostra prejuízo de US$ 420,3 milhões. A empresa, então, excluiu três categorias de despesas: custos de marketing on-line, também conhecidos como despesas para a conquista de clientes, US$ 241,5 milhões; custos com remuneração em ações, de US$ 36,2 milhões, um item não caixa; e custos não caixa de US$ 203,2 milhões "relacionados a aquisições", após a compra em 2010 de uma empresa similar na Europa.
Da mesma forma, para o primeiro trimestre deste ano, o Groupon divulgou CSOI ajustado de US$ 81,6 milhões; enquanto o resultado operacional mostrou perda de US$ 117,1 milhões e o prejuízo líquido foi de US$ 113,9 milhões Agora, o momento da verdade. Além de exigir conciliação total de contas em relação ao Gaap, as regras de divulgação da SEC para critérios não padronizados solicitam que as empresas forneçam "um comunicado revelando os motivos pelos quais a administração do solicitante do registro acredita que a apresentação de um critério financeiro que não seja o Gaap traz informações úteis aos investidores sobre a condição financeira e resultado das operações do solicitante".


A explicação do Groupon: "Consideramos que o CSOI ajustado é um critério importante para a administração avaliar o desempenho de nossas atividades, porque exclui certas despesas não caixa e despesas opcionais de marketing on-line nas quais se incorre para adquirir novos assinantes."


Até onde posso ver, não há nada aqui ou em qualquer outro lugar na declaração de registro do Groupon que nos explique porque essa aritmética sem sentido é útil para os investidores. Tudo o que a empresa fez foi cuspir de volta a definição de CSOI ajustado e o que ela exclui. O raciocínio da explicação é inteiramente circular.


A falta de clareza é reveladora e não apenas porque o Groupon estava zombando das regras da SEC. Ninguém deveria ver qualquer utilidade nesses números, já que nem o Groupon conseguiu apresentar uma explicação para seu mérito.


Seria preciso ser maluco, por exemplo, para excluir os custos de marketing ao avaliar o desempenho operacional de uma empresa.


O único ponto útil desse critério para os investidores é que pode ajudar os atuais donos da empresa a lançar suas ações para as massas. O CSOI ajustado é um artifício de relações públicas, não uma ferramenta legítima de divulgação de balanços financeiros. Se os chefes do Groupon quisessem continuar usando-o, deveriam descrevê-lo dessa forma. (Tradução de Sabino Ahumada) - Jonathan Weil - Bloomberg News

Oferta e Procura


Um texto sobre o mercado de artes é contrário. Veja o ponto principal:

E os vendedores - colecionadores, investidores e outros negociantes - estavam dispostos a receber 20% menos do que ganhariam apenas duas semanas antes, segundo Edelman. "Acho que há um grande 'fator medo' por aí", diz Edelman, um ex-investidor de Wall Street e fundador da companhia de financiamento de arte Art Assure. "As pessoas estão com medo do que está acontecendo no mundo e querem fazer algum dinheiro com suas obras de arte."


"Sempre que você tem quedas nos preços das ações, há muitas chamadas de margem, e as pessoas buscam qualquer forma de liquidez que elas podem encontrar", diz Brian Jacobsen, principal estrategista de portfólio da Wells Fargo Advantage Funds.


Alguns proprietários de obras de arte tentam vendê-las privadamente para evitar o risco de ter uma obra encalhada em um leilão de arte. Outros estão buscando garantias financeiras de terceiros antes de leiloar peças próprias. Muitos estão usando suas coleções para obter linhas de crédito. 

Derrocada de Wall Street aquece mercado de arte - Por Katya Kazakina (Publicado no Valor Econômico - 24 Ago 2011

Notaram o título do artigo? Se as pessoas estão vendendo, o mercado de artes deveria estar apresentando uma queda de preços, como manda a lei da oferta e procura.

Contador


O texto a seguir é do Wall Street Journal. Trata-se de uma entrevista com o atual presidente da Deloitte. Vejam que interessante:

WSJ: O sr. seguiu um caminho interessante ao topo da Deloitte. O que o atraiu para a contabilidade?


Joe Echevarria: Eu trabalhava em um posto de gasolina no Bronx e tinha alguém lá que era um contador. O que me chamou a atenção foi que eu trabalhava o dia todo para ganhar o salário mínimo da época. O contador visitava o posto uma vez por mês, fazia algumas contas, e saía com muito mais dinheiro do que eu ganhava em uma semana. Não entendia muito de contabilidade, mas entendi que era uma oportunidade de talvez fazer algo diferente e fugir da pobreza em que passei a infância.


WSJ: Como foram os seus primeiros dias na Deloitte?


Echevarria: Depois da faculdade, comecei a trabalhar na Haskins & Sells, a antecessora da Deloitte. Comecei no setor de auditoria. Todas as tarefas eram hierárquicas naquela época, então você tinha que se esforçar para subir. Não vivíamos em um ambiente onde tudo é eletrônico. Tínhamos que trocar correspondência pelo correio, não por um laptop. Então, adivinha quem ficou com a responsabilidade [de cuidar da correspondência]? Não havia um cybercafé em cada esquina.

A origem e partilha dos recursos da Infraero

Por Pedro Correia
No artigo intitulado "As receitas da Infraero são suficientes para garantir aeroportos de boa qualidade?", os autores respondem a seguinte questão:as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade? A seguir destaco um trecho do estudo:

Há quase cinco anos do “apagão” ocorrido em dezembro de 2006, são reiteradas e duradouras as manifestações para melhoria da prestação dos serviços aeroportuários brasileiros.

Seja por ascensão da chamada “classe C” ao mercado de transporte aéreo, seja por sucateamento da infraestrutura existente ou, mais recentemente, pela demanda de vultosos investimentos em virtude de grandes eventos esportivos (principalmente a Copa do Mundo de 2014), o tema constantemente ocupa a pauta dos noticiários jornalísticos.

De modo geral, em todas as análises empreendidas a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) é percebida como causa central de todos os males apontados. Por isso, diversas soluções vêm sendo apresentadas, sendo a principal delas associada à necessidade de aporte de capitais ao setor, seja por intermédio da abertura de capital da empresa, seja por venda do seu controle acionário, ou, mais recentemente por intermédio de concessões de aeroportos.

Independente de qual venha a ser a solução adotada, será fundamental a geração de receitas para remunerar a empresa prestadora dos serviços e para garantir investimentos em modernização e ampliação de aeroportos. Portanto, há que se responder uma questão central: as receitas geradas pela prestação de serviços hoje providos pela Infraero são suficientes para financiar investimentos em serviços aeroportuários de qualidade?

O que se mostra nesse artigo é:

(a) a Infraero gera um volume significativo de recursos (aproximadamente R$ 10 bilhões no período 2002-2010) que poderiam ser empregados em investimentos e serviços aeroportuários;

(b) esses recursos são, em sua maior parte, transferidos ao Tesouro e ao Comando da Aeronáutica, não revertendo em investimentos no setor;

(c) a Infraero obtém receita mediante a aplicação financeira desses recursos entre o momento da arrecadação e o momento da sua transferência ao Tesouro ou à Aeronáutica, o que gera distorção de foco na gestão da empresa, que passa a se preocupar mais com a gestão desse caixa do que propriamente com os serviços que deve prestar.

Microcrédito

O governo vai privilegiar, na concessão de microcrédito, a partir de hoje, os empréstimo para capital de giro e investimento, em vez do consumo. As operações contarão com uma redução radical das taxas de juros, que passarão de 60% ao ano, como praticadas hoje pelos bancos, a 8% ao ano. Além disso, a taxa de abertura de crédito será cortada de 3% para 1%. Para convencer os bancos a operarem essas linhas, o governo vai colocar à disposição um subsídio de R$ 500 milhões anuais até 2013, que devem compensar a adequação.

O novo pacote de condições para a modalidade de microcrédito faz parte do programa “Crescer- Programa Nacional de Microcrédito”, lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff. Os dispositivos e as condições para acessar os subsídios do Tesouro Nacional estão detalhados em Medida Provisória (MP) que o governo publica hoje no Diário Oficial da União. Os bancos poderão dispor da exigibilidade de 2% dos depósitos à vista deixados compulsoriamente com o Banco Central (BC). O Conselho Monetário Nacional (CMN) divulga hoje a exigibilidade de cada instituição. O limite de empréstimo é de R$ 15 mil.

Fonte:João Villaverde, Valor Economico

3 mitos sobre o capitalismo

Por Pedro Correia

O professor de Harvard, Jeff Miron, comenta sobre 3 mitos sobre o capitalismo:

1º Ser pró-capitalista é a mesma coisa que ser pró-negócios?

2ºO capitalismo gera um distribuição de renda desigual?

3º O capitalismo foi responsável pela mais recente crise financeira?




Receitas e Despesas


A partir desta temporada, os times europeus terão de se submeter às regras do Financial Fair Play, uma série de medidas impostas pela UEFA para evitar que os clubes gastem mais do que ganham. No comunicado oficial que anunciou a medida, a entidade diz estar "totalmente comprometida em assegurar que as regras sejam cumpridas com rigor". Entre as várias normas, a principal é a que determina que os clubes não podem se comprometer com despesas que superem suas receitas – o que, obviamente, limita as transações multimilionárias de jogadores.


A contabilidade desta temporada será a primeira a ser submetida às novas regras e tem revelado a força dos magnatas russos, a perda de espaço dos times europeus e até o preconceito naquele país, agora em evidência. Dois times foram multados por racismo, quando a torcida jogou bananas no jogador Roberto Carlos.


Fonte: aqui

Jeitinho Feminino e Buffett


Um dos problemas da falta do rigor técnico é fazer afirmações baseadas em um caso específico. Eis um exemplo aplicado as finanças comportamentais:

(...) É o que a natureza feminina tem demonstrado ao longo da história: as mulheres são mais avessas ao risco. As investidoras passam mais tempo que os homens estudando uma empresa antes de comprar uma ação, não tendem a concentrar demais o portfólio e tomam todas as precauções para não cair em nenhuma armadilha, movidas pelo impulso.


Há evidências de que mulheres lucram mais em investimentos em ações porque os homens tendem a confiar mais em seus tacos ("overconfidence") e, com isso, movimentam mais intensamente suas operações, obtendo piores resultados.


As mulheres e Buffett teriam então algo em comum: são melhores investidores que os homens médios [1]. Tanto isso seria verdade que o mundo dos investimentos possuiria hoje um perfil bem menos masculino que no passado. (...)


Como o perfil do Warren Buffett - comparado ao das mulheres - deu certíssimo, tornando-o milionário, provavelmente veremos nas próximas décadas um fenômeno no mercado financeiro: o do crescimento das mulheres de todas as idades entre os investidores, com seu jeito cuidadoso, sua preferência pelo planejamento e o rigor mais severo na hora de correr riscos.[2] (...)

Paulo Henrique Corrêa - O 'jeitinho feminino' e a estratégia de Warren Buffett - Valor Econômico - 23 Ago 2011

[1] A afirmação que as mulheres são melhores investidores carece que maior comprovação prática, apesar de algumas pesquisas apontarem neste sentido. Entretanto, a existência de poucas mulheres na linha de frente de uma empresa de investimento pode ser explicado por dois motivos: preconceito contra o gênero feminino ou o fato de que as melhores mulheres investidoras talvez não sejam os melhores investidores existentes no mercado.

[2] O caso de Buffett é um caso somente. Talvez seja uma anomalia, e por isto não podemos usá-lo como situação geral.

Ágio do Santander


Existe um questionamento sobre um dos benefícios que o Santander usou para aquisição do Banespa, em 2006. Mais especificamente, o abatimento do Imposto de Renda sobre o ágio:

A questão, acompanhada de perto por advogados e companhias dos mais diversos setores, trata da legalidade do ágio de R$ 7 bilhões pago, em 2006, pelo Santander na aquisição do banco Banespa.


Apesar de a legislação permitir o abatimento desse valor no cálculo do Imposto de Renda e da CSLL, o banco foi autuado, em 2008, em R$ 4 bilhões pela Receita Federal. O órgão entendeu que o valor não seria correto e que, por se tratar de investimento estrangeiro, não poderia ser utilizado no Brasil. (...)


O ágio é o valor pago a mais na aquisição de uma empresa pela renda futura que poderá gerar. No caso do Santander, seriam os juros que o banco tem a receber em razão de empréstimos realizados por clientes do Banespa, por exemplo, ou ainda o lucro gerado pelo uso dos bens intangíveis - como a marca Banespa. A Lei nº 9.532, de 1997, permite a amortização do valor pago como ágio. Ou seja, o montante é registrado na contabilidade da empresa como uma despesa, reduzindo, portanto, o lucro, que é a base de cálculo do Imposto de Renda e da CSLL. Essa operação possibilitou à instituição financeira reduzir em R$ 1,3 bilhão os valores devidos de IR e CSLL.


O Santander, realizou sete operações, envolvendo cinco empresas, além do Banespa. O banco espanhol queria aumentar o capital do Santander Brasil e viu na venda do Banespa uma oportunidade. Como o Banespa era um banco estatal suas ações seriam vendidas por meio de um leilão - do qual poderiam participar empresas nacionais e estrangeiras. No fim de 2000, dias após a abertura do leilão, o Santander criou uma holding no Brasil para ficar com as ações do Banespa. Os papéis foram adquiridos com recursos do Santander Espanha, mas alocadas na holding. No mês seguinte, o Banespa incorporou a holding para formar o Santander atual.


Segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), a holding criada pela instituição é apenas uma empresa veículo cuja finalidade foi permitir a internalização de um ágio que, na verdade, pertenceria a uma empresa espanhola e, portanto, não poderia ser usado no país. O objetivo seria apenas fazer com que o banco pagasse menos impostos com a operação. O Fisco argumenta também que não seria possível um ágio desse valor ser fundamentado apenas em rentabilidade futura. "A questão é a forma como o Santander fez o aproveitamento do ágio", diz o chefe da procuradoria da Fazenda no Carf, Paulo Riscado.


Na sustentação oral no Carf, o advogado Roberto Quiroga, que representa o Santander no processo, argumentou que a criação da holding ocorreu para não se chamar a atenção dos concorrentes no leilão do Banespa e facilitar a estruturação do Santander no Brasil. Alega ainda que a rentabilidade futura do ágio foi comprovada por laudo da KPMG. O banco e seu advogado foram procurados, mas disseram que só se manifestarão após o julgamento.


Apesar das especificidades do caso, empresas que fizeram ou pretendem fazer o uso de ágio de capital estrangeiro estão atentas ao julgamento. Isso porque a legislação não é expressa sobre a participação de capital de fora do país. Em outros casos que chegaram ao Carf, como o julgamento do ágio da Dasa e da Vivo, as operações foram realizadas de forma diferente. Assim, a decisão do Carf sobre esse caso dará mais segurança jurídica para esse tipo de operação no país.

Conselho julgará caso bilionário do Banco Santander - Laura Ignacio - Valor Econômico - 23 Ago 2011

Certamente o ágio representou um dos aspectos mais relevantes para a participação do Santander no leilão. Naquele momento, os principais concorrentes (Bradesco, Itau etc) não fizeram propostas mais interessantes por não terem mais condições de usarem ágio para abatimentos futuros do imposto. (Devemos lembrar que a diferença de preço entre a proposta do Santander e o segundo colocado foi substancial por duas razões: a grande sinergia do Santander e o ágio).

É pena que somente cinco anos depois isto começa a ser discutido.

Kadafi


Capa da revista Time com Kadafi. Ideia fantástica.

Apple como Nação

Fonte: aqui

25 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Sobre mulheres, de forma engraçada e preconceituosa (?)

Fonte: Aqui

Aqui um comercial

Teste 518

Esta empresa, com participação estatal, não pode ser auditada pelo Tribunal de Contas da União:

 Itaipu Binacional
Nuclebras
Petrobras

Resposta do Anterior: 133 milhões de 66,5 bilhões é 0,20%. Como isto era metade das ações, o volume adquirido correspondia a 0,40% do capital do Facebook. Para uma avaliação de 2 bilhões em 2006, 0,40% corresponde a 8 milhões de dólares.

Odebrecht


Sobre a questão do valor das ações da família Gradin no grupo Odebrecht, o Valor Econômico (Quanto vale o grupo Odebrecht?,  Cristine Prestes e Mônica Scaramuzzo) apresenta uma reportagem interessante sobre a discordância no processo de avaliação.

A discussão diz respeito a 20,6% das ações. Isto por si só já é passível de polêmica, pois se trata de negociação de ações minoritárias, não o controle da empresa.

O lado da família controladora pretende pagar 1,5 bilhão de dólar pelas ações. O valor foi obtido a partir da avaliação feita pelo Credit Suisse, com base nas demonstrações de 31 de dezembro de 2009 e eventos até 24 de maio de 2010.

Os critérios utilizados para a avaliação do valor da Odbinv estão previstos no acordo de acionistas da companhia, assinado em 2001 entre a controladora Kieppe e os minoritários. O anexo do acordo estabelece que o preço de cada ação será fixado a partir do cálculo do valor da Odbinv, feito anualmente através de uma avaliação independente, a ser realizada pelo Credit Suisse ou outro banco de investimentos de primeira linha aprovado pelo presidente do Conselho de Administração. O documento ainda prevê que a avaliação deve ser concluída até 31 de maio de cada ano e que valerá até maio do ano seguinte, quando uma nova avaliação é concluída.


Ainda segundo o anexo do acordo de acionistas da Odbinv, a avaliação da companhia será feita pelo critério de soma das partes (1) - soma do valor atribuído às empresas que compõem o grupo - e utilizará metodologias adequadas a cada empresa. O documento não lista todos os critérios (2), mas exemplifica que, no caso das empresas do setor químico e petroquímico, será feita "pela análise de empresas comparáveis negociadas em mercados de ações" (3) e que, no caso das empresas de engenharia e construção, será feita "pelo método de projeção e desconto de fluxos de caixa".

Eis algumas observações ao texto acima:
(1) Isto significa que não será considerado a sinergia entre as empresas. Em geral isto tende a aumentar o valor das ações.
(2) A ausência de critérios no documento dá margem para discussões. Além disto, os exemplos apresentados a seguir mostram que os métodos podem apresentar valores diferentes.
(3) Os setores de atuação do grupo tornam inviável e muito subjetivo este método

O texto continua:

Segundo Carvalhosa [Modesto, advogado dos minoritários], a avaliação feita pelo Credit Suisse conferiu à Odbinv um valor cerca de US$ 16 bilhões menor do que a companhia realmente valeria. "O laudo do Credit Suisse é constituído de números, dados e critérios fraudados", diz. O advogado sustenta que, enquanto o Credit Suisse calcula o valor do grupo na ordem de US$ 9,8 bilhões, seu valor real seria de ao menos US$ 25,4 bilhões, número encontrado a partir da análise de operações fechadas no período e com base em laudos públicos.

A afirmação de Carvalhosa é extremamente infeliz e espera-se que seja somente um jogo de cena. Num processo de avaliação, um aspecto é as suposições assumidas, que podemos concordar ou não; mas daí afirmar que existiu fraude, é uma distância longa.

Assim, nas contas da família Odebrecht, a participação dos Gradin valeria US$ 1,5 bilhão - ou seja, US$ 2 bilhões referentes à parcela de 20,6% sobre os US$ 9,8 bilhões resultantes da avaliação do Credit Suisse, subtraídos de 25%, desconto previsto no acordo de acionistas para a negociação de participações minoritárias ilíquidas. Mas, nas contas da família Gradin, suas ações valeriam pelo menos o dobro - além de basearem-se em uma avaliação diversa, os Gradin discordam do desconto de 25%, que, segundo eles, valeria apenas se eles tivessem exercido a opção de venda de suas ações, e não o contrário.


(Foto: Flickr)

Construtoras 1


Sobre a apuração de resultado numa construtora, o valor de 23 de agosto traz duas reportagens interessantes sobre o assunto. Eis trechos da primeira:

A Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI) surpreendeu o mercado na semana passada ao divulgar que sua margem bruta, que equivale a quanto sobra da receita após descontados os custos de construção, ficou negativa em 21% no segundo trimestre.


Isso quer dizer que, antes de considerar as despesas administrativas e de vendas, a empresa já estava no prejuízo no período.


O motivo para esse resultado - bastante incomum em qualquer setor da economia - foi o reconhecimento de estouros de orçamentos de obras lançadas em 2007 e 2008.


Longe de ser um caso isolado da CCDI, a divulgação de revisões de estimativas de custos de empreendimentos imobiliários tem deixado com frio na barriga os investidores que carregam em suas carteiras ações de incorporadoras. A sensação é que a cada temporada de balanços mais surpresas podem aparecer nos demonstrativos financeiros.


Qualquer pessoa que já fez uma reforma em casa sabe que os gastos quase sempre superam o orçamento. O que chama atenção é que algumas das maiores construtoras do país, especialistas no assunto, também tenham sido pegas de surpresa. (...)


Segundo Idésio Coelho, diretor técnico do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), para quem a área de reconhecimento de receitas e custos é a mais sensível no segmento imobiliário, os "ajustes, maiores ou menores, sempre acontecerão", já que o preço de venda é fixo (embora corrigido pelo Índice Nacional do Custo da Construção - INCC) e os custos variam durante a construção, que costuma levar de dois a quatros anos. "Se a empresa demora muito tempo para fazer essa revisão, tem mais impacto. Assim, o ideal é que ela faça esse controle ao menos trimestralmente e principalmente em função de uma evolução importante do projeto", afirma Coelho.


O que aparentemente ocorreu em muitos casos foi que os desvios só foram mensurados pela administração e reconhecidos no resultado com atraso. Quando isso acontece, há o risco de o acionista atual de uma empresa pagar sozinho uma conta (com um dividendo menor) que deveria ter sido dividida com o investidor que tinha os papéis no passado.


"Não tem uma regra obrigando a fazer a revisão de orçamento com determinada frequência. O IFRS diz que tem que fazer de forma tempestiva e sempre que tiver variações das premissas", diz Coelho. De acordo com ele, o auditor avalia se a revisão feita pela companhia é adequada e faz testes para acompanhar as mudanças de estimativas, principalmente quando faz a auditoria completa, do balanço anual.


Constatado desvio em relação ao orçamento, é preciso avaliar se houve erro relevante nos balanços anteriores, o que exigiria a republicação dos mesmos, ou apenas uma mudança de estimativa, com o ajuste sendo reconhecido no trimestre e dali por diante. Nos casos recentes citados, os desvios foram tratados como mudança de estimativa.


Para Fernando Caio Galdi, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, existe sim discricionariedade da administração das companhias sobre o momento de revisão de orçamento e que ao auditor cabe avaliar "como estão sendo feitas essas mudanças, se elas são feitas no período adequado e se as estimativas são realistas". "Tem empresa que tenta adiar o máximo possível a notícia ruim", reconhece ele.


Construtoras 2


"A apuração definitiva (1) dos orçamentos de empreendimentos só é possível com a aproximação da entrega das unidades", diz a Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), ao explicar por que o ajuste de custo R$ 141 milhões, principalmente de projetos lançados entre 2007 e 2008, só foi reconhecido no segundo trimestre deste ano.


"É somente nesse estágio que as construtoras, neste caso terceirizadas, conseguem concluir os levantamentos e identificar custos adicionais", afirmou a CCDI, em resposta por e-mail, destacando que a expansão forte do setor nos últimos anos provocou alta nos custos e escassez de mão de obra e equipamentos.


(...) Marcelo Borges, que assumiu como diretor-presidente da Rodobens Negócios Imobiliários no início deste ano, conta que a empresa contratou um novo responsável para a área de controladoria (2), para acompanhar mais de perto as obras. Para ele, o risco de haver desvios é "inerente" ao setor, por conta das variáveis a que se está exposto. "Mas também não quer dizer que temos que aprender a conviver com isso", diz ele, para quem um controle mensal das obras permite não apenas identificar o valor do desvio, mas tambem corrigir aumentos de gastos. (...)

Empresas reduzem terceirização e reforçam controles - Valor Econômico - 23 Ago 2011 (foto: Flickr)

(1) Definitiva não seria orçamento, e sim realizado. Mas uma boa estimativa é possível antes do término da obra.
(2) A controladoria foi responsável. Observe que na empresa anterior a responsabilidade era do ambiente econômico.

IPO do Manchester

Por Pedro Correia

O Manchester United irá realizar IPO em Singapura para captar 1 bilhão de dólares.Por que um time de futebol quer realizar um IPO? De acordo com o Financial Times, os proprietários da equipe,a família americana Glazer,irão utilizar os recursos do IPO para pagar as dívidas do clube, num total de 849 milhões dólares.

Por que Singapura? Qual é a razão para não abrir capital em Londres ou Hong Kong?Londres não foi escolhida , pois há desconfianças locais quanto ao modelo de negócios de clubes de futebol. Em relação à cidade chinesa, o clube inglês está apto a realizar o IPO na bolsa local, no entanto ,as exigências e os custos de uma oferta inicial são maiores que em Singapura. Segundo Kevin Brown, é uma estratégia para evitar um exame minucioso, por parte dos órgão reguladores de Hong Kong, da situação econômico-financeira do Manchester . Ademais, o clube quer evitar uma identificação excessiva com os chineses, já que diversos fãs estão espalhados por outros locais do sudeste asiático. A seguir a opinião de Kevin Brown:

"The club's opaque finances are seen by sceptics as a key reason why Manchester United decided to locate its IPO in Asia rather than in London, where there is scepticism about the business models of football clubs whose revenues largely disappear in ever-inflating player salaries and transfer fees,'' Brown writes."The air of mystery has been compounded by the club's surprise choice of Singapore for its IPO, rather than Hong Kong, as had been widely expected – a decision described as "hard to explain" by one banker involved in early discussions on the listing. People with knowledge of the proposals say the driving force was a desire to avoid over-identification with China, and to tap the very large fan base among the 600m people of relatively well-developed South-East Asia, for whom Singapore is a natural financial hub. However, the financial sector in Hong Kong is awash with rumours that the switch is somehow designed to allow the secretive Glazers to avoid close scrunity of Manchester's United's finances, including the relationship between the club's debts and their own."

Esferas





Esferas

Eletrobras 3

Eis outro ponto engraçado da entrevista:

Figueira: (...) Vamos separar uma questão: balanço, quando ele fecha os números, quando ele dá lá a receita bruta, ele não tem dúvida da receita bruta. Agora, o que ele quer dizer? Existe uma necessidade de controles internos que me garantam que aquele número foi gerado com confiabilidade, não teve chance de erro, e aí é que entra a SOX. Nessa questão da SOX, ele levantou seis pontos de advertência. O que a lei fala é a necessidade de você ter controles internos e processos chaves da sua organização que você garanta a confiabilidade dos seus números. 

Entenderam? Ele disse que não existe dúvida sobre a receita; mas que a SOX tem questionamentos sobre a  confiabilidade do número. Ou seja, existe dúvida sobre a receita.

(Foto: Flickr)

Eletrobras 2

Ainda sobre a empresa, o Valor fez uma entrevista com seus gestores. Eis um trecho interessante:


Valor: Por que estão atrasando tanto esses balanços?
Figueira É uma pergunta para o financeiro, mas é que houve essa mudança do padrão contábil.
Valor: Mas a mudança foi para todas as empresas...
Figueira: Já viu o número de participações que a Eletrobras tem?
Valor: A Petrobras tem muito mais, e não atrasou.
Figueira: Muitas empresas já adotavam o padrão IFRS, as nossas não. Adotamos o padrão IFRS neste ano, tivemos uma série de motivos para isso. Eu preferia endereçar essa questão...
Valor: Para o presidente (risos). [Figueira é Coordenador Geral da Presidência]
Figueira: É. Para o diretor financeiro, para as pessoas que entendem desse assunto. Eu não me sinto nem confortável para tocar nesse assunto.

Eletrobras


A auditoria externa da Eletrobras apontou deficiências nos controles usados para garantir a qualidade das informações usadas na elaboração dasdemonstrações financeiras da companhia, a holding estatal do setor elétrico. (...)


O auditor da Eletrobras emitiu um parecer, com seis ressalvas, que consta de um documento enviado em julho, com atraso, ao órgão regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).


O chamado Formulário 20-F é uma espécie de balanço anual que as empresas estrangeiras com ações negociadas nos Estados Unidos têm que apresentar à SEC.


O documento, referente ao exercício de 2009, foi entregue com atraso de mais de um ano (o prazo regulamentar é de seis meses depois do fim do exercício).


O relatório de 2010 ainda não foi divulgado, mas a Eletrobras incluiu as considerações do auditor no Formulário de Referência, conjunto amplo deinformações que passou a ser exigido pela Comissão da Valores Mobiliários (CVM), fiscal do mercado brasileiro, a partir de 2010.


Nesse documento, cuja primeira versão foi enviada à CVM no fim de maio com os dados de 2010, foi excluída uma das ressalvas, referente aos controles da usina de Itaipu.


Os problemas identificadas pela auditoria independente da empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC), vão desde a falta de controles eficazes para "prevenir e detectar distorções relevantes nas demonstrações financeiras" até "equipe interna com número insuficiente de pessoas com um nível satisfatório de conhecimentos contábeis [sobre as regras contábeis americanas]".


"As ressalvas do auditor não estão relacionadas aos números do balanço, mas aos controles internos e processos-chaves que garantem a confiabilidade dos números", diz Luiz Augusto Figueira, coordenador geral da presidência da Eletrobras.


"Ele identificou pontos de fraqueza que precisam ser aprimorados, mas nem por isso deu negativa de opinião ou deixou de auditar os números. Ele garante que aqueles números estão certos", afirmou Augusto Figueira. "[A mensagem do auditor foi] melhore alguns pontos de controle interno para garantir que o acionista tenha mais certeza desse investimento."


Fernando Macedo, gerente da divisão de controles internos do departamento de gestão de riscos da empresa, diz que em 2009 a empresa não tinha uma área de controle de gestão de riscos implementada. "Em 2010 criamos a área e estabelecemos a política de gestão de riscos, para acabar com esse problema." Mas, ele ressalta que a "atualização dos controles internos com a maturidade necessária tem um tempo mesmo".


Como parte de um projeto ambicioso de se tornar a "Petrobras do setor elétrico", a Eletrobras começou um processo de reestruturação para ganhar mais controles sobre suas coligadas, o que incluiu a adoção de uma sistema de gestão e de auditor únicos para todas as empresas do grupo.


José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, avalia que já houve um progresso "bom" e que a empresa está dando prioridade à questão da tecnologia, que inclui a adoção do software de gestão da alemã SAP.


"Vamos fazer um trabalho muito interessante sobre essas ferramentas de informática para dotar a Eletrobras de todos os recursos, não só nas empresas de geração e transmissão, mas também de distribuição", disse. "A integração para nós é fundamental, tem que começar com a parte deinformática."


Contudo, ele admite que nem todas as empresas do grupo Eletrobras adotaram o sistema. Além da holding, Furnas, Eletronorte, Eletronuclear usam o SAP, as outras não. "Temos um sistema satisfatório na Chesf e na Eletrosul, mas não é o SAP. Não queremos que seja necessariamente o SAP. Queremos que os sistemas falem entre si, que sejam integrados. Tem diversas alternativas que analisamos e chegamos à conclusão das alternativas que são viáveis. Mas em todos os casos em que a alternativa é viável, tem um requisito: a integração", disse Carvalho Neto.

(Valor Econômico, 23 Ago 2011,Eletrobras faz revisão de seus controles internos; Nelson Niero, Cláudia Schüffner e Rafael Rosas  Foto: Aqui

24 agosto 2011

Rir é o melhor remédio




Guerra contra o Androide (da Google), que arrota Motorola e suas patentes.

Por que reduzir a corrupção aumenta o valor da empresas brasileiras?



A visão do mercado financeiro sobre um determinado país pode ser expressa através da nota da sua dívida externa. Esta nota é dada por empresas de ratings, sendo a mais famosa a S&P. Quando um país tem um bom desempenho, sua nota melhora; se aumenta o risco de não pagar suas dívidas, sua nota piora.

Já foi observado, no entanto, que as notas dos países possuem uma grande correlação com o Índice de Percepção da Corrupção (Corruption Perceptions Index). Isto significa dizer que países mais corruptos geralmente são aqueles que recebem as piores notas.

Se o Brasil melhorar o combate à corrupção isto poderá ter efeitos benéficos sobre sua nota externa. Uma melhoria na nota do nosso país produz efeitos sobre o custo do empréstimo do governo e das empresas brasileiras. Cai, portanto, o custo do capital.

O custo do capital é usado para descontar a riqueza que será gerada por cada empresa, sendo um dos parâmetros básicos para cálculo do valor. Pelas fórmulas de cálculo do valor das empresas, quanto menor o custo do capital maior o valor da empresa. Assim, redução da corrupção pode aumentar o valor das empresas brasileiras.

Leia mais em: The difference between S&P and Moody’s

Mensuração de credit rating

Por Pedro Correia



Felix Salmon mostra a diferença da mensuração do risco de inadimplemento realizada pela Standard and Poor's e a Moody's. A nota de rating de ambas as agências, é dada em função de diferentes critérios de mensuração. A S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor.

Amidst all the downgrade talk, one crucial point has been largely missing: there’s a very good reason why it was S&P, and not Moody’s, which downgraded the US. It’s this: the two companies don’t measure the same thing with their credit ratings.

An S&P ratings seeks to measure only the probability of default. Nothing else matters — not the time that the issuer is likely to remain in default, not the expected way in which the default will be resolved. Most importantly, S&P simply doesn’t care what the recovery value is — the amount of money that investors end up with after the issuer has defaulted.

Moody’s, by contrast, is interested not in default probability per se, but rather expected losses. Default probability is part of the total expected loss — but then you have to also take into account what’s likely to happen if and when a default occurs.

The difference, as it applies to the US sovereign credit rating, is enormous. No one doubts America’s ability to pay its debts, and if the US should ever find itself in a position where it’s forced by law to default on a bond payment, that default is certain to be only temporary. Bondholders would get all of their money, in full, within a couple of weeks, and probably within a few days.

(...)Moody’s, by contrast, appreciates that bonds are investment instruments, and tries to build into its ratings the likelihood that investors will end up getting all their money back at the end of the day, rather than simply measuring how likely it is that there might be a default.

(...)Sovereign defaults are always political, rather than economic: if you looked only at macroeconomic ratios, then Ecuador should be investment grade, as would just about any other country which has recently defaulted and wiped out most of its debt. A sovereign credit rating is therefore primarily a function of a country’s willingness to pay, rather than its ability to pay.

Eletrobras faz revisão de seus controles internos

A auditoria externa da Eletrobras apontou deficiências nos controles usados para garantir a qualidade das informações usadas na elaboração das demonstrações financeiras da companhia, a holding estatal do setor elétrico. As falhas foram descobertas durante o processo de preparação da empresa para ter registro na Bolsa de Nova York (Nyse), obtido em outubro de 2008.

As empresas com papéis negociados no mercado americano são obrigadas a ter seus controles internos testados pelo auditor independente para prevenir possíveis erros e fraudes. Das 31 empresas brasileiras negociadas nos EUA, só Eletrobras e TAM tiveram ressalvas sobre os controles em 2009. A empresa aérea corrigiu o problema no ano seguinte.

Desde 2002, Brasil Telecom, Braskem, CSN, Embraer, Gol, Pão de Açúcar, Sabesp e Oi (Telemar) tiveram em algum momento problemas com controle relatadas pelos seus auditores.O auditor da Eletrobras emitiu um parecer, com seis ressalvas, que consta de um documento enviado em julho, com atraso, ao órgão regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).

O chamado Formulário 20-F é uma espécie de balanço anual que as empresas estrangeiras com ações negociadas nos Estados Unidos têm que apresentar à SEC. O documento, referente ao exercício de 2009, foi entregue com atraso de mais de um ano (o prazo regulamentar é de seis meses depois do fim do exercício).O relatório de 2010 ainda não foi divulgado, mas a Eletrobras incluiu as considerações do auditor no Formulário de Referência, conjunto amplo de informações que passou a ser exigido pela Comissão da Valores Mobiliários (CVM), fiscal do mercado brasileiro, a partir de 2010.

Nesse documento, cuja primeira versão foi enviada à CVM no fim de maio com os dados de 2010, foi excluída uma das ressalvas, referente aos controles da usina de Itaipu. Os problemas identificadas pela auditoria independente da empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC), vão desde a falta de controles eficazes para “prevenir e detectar distorções relevantes nas demonstrações financeiras” até “equipe interna com número insuficiente de pessoas com um nível satisfatório de conhecimentos contábeis [sobre as regras contábeis americanas]“.

“As ressalvas do auditor não estão relacionadas aos números do balanço, mas aos controles internos e processos-chaves que garantem a confiabilidade dos números”, diz Luiz Augusto Figueira, coordenador geral da presidência da Eletrobras. “Ele identificou pontos de fraqueza que precisam ser aprimorados, mas nem por isso deu negativa de opinião ou deixou de auditar os números. Ele garante que aqueles números estão certos”, afirmou Augusto Figueira. “[A mensagem do auditor foi] melhor em alguns pontos de controle interno para garantir que o acionista tenha mais certeza desse investimento.”

Fernando Macedo, gerente da divisão de controles internos do departamento de gestão de riscos da empresa, diz que em 2009 a empresa não tinha uma área de controle de gestão de riscos implementada. “Em 2010 criamos a área e estabelecemos a política de gestão de riscos, para acabar com esse problema.” Mas, ele ressalta que a “atualização dos controles internos com a maturidade necessária tem um tempo mesmo”.

Como parte de um projeto ambicioso de se tornar a “Petrobras do setor elétrico”, a Eletrobras começou um processo de reestruturação para ganhar mais controles sobre suas coligadas, o que incluiu a adoção de uma sistema de gestão e de auditor únicos para todas as empresas do grupo.

José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, avalia que já houve um progresso “bom” e que a empresa está dando prioridade à questão da tecnologia, que inclui a adoção do software de gestão da alemã SAP. “Vamos fazer um trabalho muito interessante sobre essas ferramentas de informática para dotar a Eletrobras de todos os recursos, não só nas empresas de geração e transmissão, mas também de distribuição”, disse. “A integração para nós é fundamental, tem que começar com a parte de informática.”

Contudo, ele admite que nem todas as empresas do grupo Eletrobras adotaram o sistema. Além da holding, Furnas, Eletronorte, Eletronuclear usam o SAP, as outras não. “Temos um sistema satisfatório na Chesf e na Eletrosul, mas não é o SAP. Não queremos que seja necessariamente o SAP. Queremos que os sistemas falem entre si, que sejam integrados. Tem diversas alternativas que analisamos e chegamos à conclusão das alternativas que são viáveis. Mas em todos os casos em que a alternativa é viável, tem um requisito: a integração”, disse Carvalho Neto.

Leia a seguir a entrevista dada ao Valor por Fernando Macedo, gerente da divisão de controles internos do departamento de gestão de riscos da Eletrobras, e Luiz Augusto Figueira, coordenador geral da presidência.

Novo presidente para a Standard & Poor's

Deven Sharma vai deixar a presidência da agência de classificação de risco Standard & Poor's e será substituído por Douglas Peterson, chefe de operações do Citibank (...). Sharma ficará até o fim do ano como conselheiro do McGraw-Hill, grupo proprietário da agência.

A saída de Sharma acontece poucas semanas depois de a S&P ter alterado o rating (nota) de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+, o primeiro rebaixamento na história do país, levando os mercados financeiros no mundo todo a registrarem fortes quedas e muita volatilidade.

Segundo as mesmas fontes, a saída de Sharma não tem relação nem com o rebaixamento do rating nem com a investigação iniciada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos em torno das altas avaliações de risco atribuídas pela S&P aos créditos imobiliários podres (subprimes) concedidos por instituições financeiras americanas na década passada - os causadores da crise de 2008.

A decisão de substituir Sharma teria sido tomada ontem pelo conselho da McGraw-Hill, em reunião que também reviu as estratégias do grupo.

Ainda de acordo com as fontes citadas pelo jornal, a procura por um nome para substituir Sharma começou há seis meses.

A agência de classificação tem sido alvo de intensas críticas depois de rebaixar a nota dos Estados Unidos. A decisão ocorreu logo após uma difícil batalha do presidente americano, Barack Obama, para conseguir o consenso entre democratas e republicanos na questão da elevação do teto da dívida pública. Um acordo foi conseguido no prazo final (dia 2) e o rebaixamento foi anunciado no dia 5.

Sharma começou a trabalhar na S&P em 2006 como vice-presidente executivo e foi nomeado presidente no ano seguinte. Nos cinco anos que precederam sua ida para a agência, ele trabalhou para outras empresas do grupo.

Defesa

A S&P justificou ontem sua decisão de rebaixar o rating de crédito soberano dos Estados Unidos e afirmou que a oscilação do mercado não vai impedi-la de fazer outros cortes quando considerar justificado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Aqui

Responsabilidade Social e acesso a financiamento

Por Pedro Correia

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode beneficiar a sociedade, mas será que beneficia a empresa? De acordo com novo estudo, sim,um bom desempenho em RSC torna mais fácil a obtenção de financiamento para novos projetos. Os autores verificaram que empresas com bom desempenho em RSC, são mais propensas a relatar suas atividades de RSC, aumentando assim a sua transparência em geral. Níveis mais elevados de transparência reduzem os receios de potenciais investidores, tornando-os mais propensos a investir. Destarte, quanto melhor for o desempenho em RSC, menor serão as restrições de capital. Além disso, uma boa performance em RSC é resultado de um maior engajamento dos stakeholders, que por sua vez reduz a probabilidade de comportamento oportunista e leva os gestores a adotarem estratégias de longo prazo. Segue o resumo:

In this paper, we investigate whether superior performance on corporate social responsibility (CSR) strategies leads to better access to finance. We hypothesize that better access to finance can be attributed to reduced agency costs, due to enhanced stakeholder engagement through CSR and reduced informational asymmetries, due to increased transparency through non-financial reporting. Using a large cross-section of firms, we show that firms with better CSR performance face significantly lower capital constraints. The results are confirmed using an instrumental variables and a simultaneous equations approach. Finally, we find that the relation is primarily driven by social and environmental performance, rather than corporate governance.

23 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Você alguma vez tentou baixar um arquivo na internet (ou confirmar um e-mail para alguém do UOL) e não conseguiu entender o que devia digitar? Eis três exemplos



Teste 517


Veja a seguinte notícia:

O grupo de publicidade Interpublic vendeu metade da sua participação no Facebook por US$ 133 milhões. A transação sugere um valor de mercado para a rede social de US$ 66,5 bilhões. (...)
A Interbrand havia comprado a participação em 2006, quando a rede social estava avaliada entre US$ 1 bilhão a US$ 2 bilhões. (Valor do Facebook é estimado em US$ 66,5 bilhões)

A partir destas informações, você seria capaz de estimar o custo histórico das ações adquiridas em 2006? Suponha que a empresa valia 2 bilhões na época.

Resposta do Anterior: (1 + 6%) x (1 + 7,5%) - 1 = 14% (aproximadamente). E 545 x (1 + 14%) = 621. O jornalista fez os cálculos corretos.

Links

Narcisismo e liderança

Google street na Amazônia  

Suécia muda cidade do lugar para explorar minério  

Onde Indiana Jones fez suas descobertas  

Made in China é lucrativo para os estadunidenses  

O clube de futebol Manchester United irá lançar ações no Mercado asiático

Cultura do corpo no Brasil como um direito (ou, as siliconadas)

Uso de pronomes está relacionado com gênero, idade, classe social, honestidade, status, personalidade, ...  

Transparência Internacional quer melhorar a governança na FIFA

Balanços mais Transparentes


O texto “Balanços mais Transparentes” foi publicado em diversos blogs de contabilidade (215 resultados no dia de hoje, inclusive no Ibracon, sic). Mas a quantidade de problemas do texto é muito grande. Vejamos:

A lei [11.638] é uma adequação da IFRS, padronizando mundialmente os registros contábeis entre os países, principalmente facilitando as transações da nação de origem com a de destino. 

Entenderam? A continuação:

"A regra faz com que os contadores reflitam cada vez mais, mostrando, de forma transparente, a realidade da companhia", comenta o vice-presidente-técnico do Conselho Regional de Contabilidade (CRC-RS), Antônio Carlos de Castro Palácios. 

Hoje, com a Lei 11.638/07, ela obedece ao padrão europeu fazendo com que os demonstrativos financeiros sejam um verdadeiro raio-x do mundo corporativo. 

Palácios conta que, antigamente, nenhuma instituição era capaz de fazer uma negociação que fosse baseada em balanços, era preciso contratar um perito para a avaliação. "Agora nada mais disso é necessário", destaca. 

Mais adiante o texto considera que só existe uma divergência: a tributária:

Mas, de acordo com o consultor contábil Charles Tessmann, as divergências que ainda existem referem-se às diferenças nas legislações tributárias. Diversos pontos importantes foram alterados, inclusive a própria estrutura do balanço patrimonial e das demonstrações, suprindo-se algumas contas e criando outras nomenclaturas, ativo e passivo circulante e não circulante, por exemplo. "A avaliação do imobilizado, trazendo a valores de mercado através do laudo de reavaliação, é uma importante determinação", cita Tessmann, acrescentando que este laudo é a empresa quem tem a obrigação de passar para o contador. 

Continuando, o texto acusa o fisco de exigir que a contabilidade seja feita da forma antiga:

Mas, para Palácios, o posicionamento do fisco ao exigir que a apresentação dos dados para efeitos tributários seja feita da forma antiga é o que desestimula a adoção das normas internacionais. "Nenhumas dessas regras têm efeitos fiscais. Porque hoje se têm definido no Brasil dois balanços: um para efeito societário, que serve para distribuição de resultados e publicação, e outro para atender ao fisco", critica o vice-presidente. "Seria muito bom que a Receita Federal saísse de trás do muro", critica Palácios, ao defender novas regras e normatizações tributárias por parte do fisco. 

Fiquei estupefato com o texto, publicado num jornal de grande circulação, o Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul. Minha sugestão para aqueles que acompanham a leitura deste blog é usar o texto com os amigos, alunos e professores para fazer um jogo do tipo “localizando os erros”. E bom divertimento.

Cooperação Brasil-Argentina - Capes

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou nesta segunda-feira, 22, os editais nº 32/2011 e nº 33/2011 relativos aos programas de Cooperação Internacional Centros Associados para o Fortalecimento da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAFP-BA) e de Cooperação Internacional Centros Associados da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAPG-BA).

Os programas são fruto de convênio de cooperação educativa entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Argentina sobre a Integração Educacional para a formação de recursos humanos de alto nível de pós-graduação.

CAFP-BA
Serão selecionados projetos de associação acadêmica, por meio de parceria universitária, entre pelo menos uma instituição de ensino superior (IES) brasileira e uma argentina para o fortalecimento de cursos de pós-graduação nos dois países.

Cada projeto de associação institucional deve se concentrar em uma área ou em áreas correlatas e envolver, pelo menos, um curso de pós-graduação de cada país, que atuará como entidade promotora ou receptora; contemplar, principalmente, a formação de pós-graduandos, o fortalecimento dos cursos de pós-graduação das entidades receptoras e o aperfeiçoamento de docentes e pesquisadores vinculados à referida entidade receptora; entre outros requisitos.

As inscrições são gratuitas e efetuadas, até 28 de outubro, por meio do preenchimento de formulários e envio de documentos descritos no edital. Os projetos selecionados terão duração de dois anos, prorrogáveis por mais dois e estão previstos para ter início em janeiro de 2012.


CAPG-BA
O programa visa o incentivo à co-orientação de teses e eventual co-diplomação, com participação ativa dos docentes-pesquisadores nos programas de pós-graduação de ambos os países. Para isso, serão analisados projetos de parcerias universitárias nas diversas áreas do conhecimento com objetivo de fomentar o intercâmbio de estudantes de pós-graduação e o aperfeiçoamento de docentes, pesquisadores e professores visitantes, na mesma intensidade. As atividades realizadas nos projetos serão custeadas por meio da concessão de bolsas de estudo, diárias, recursos para material de consumo e passagens aéreas para docentes.

As inscrições são gratuitas e efetuadas, até 28 de outubro, por meio do preenchimento de formulários e envio de documentos descritos no edital. Os requisitos para participação também estão descritos no edital. Os projetos selecionados terão duração de dois anos, prorrogáveis por mais dois e estão previstos para ter início em janeiro de 2012.


Para mais informações: css@capes.gov.br

Postado por Isabel Sales. Fonte: Aqui.




Recessão e Mercado Acionário


O gráfico abaixo é muito instrutivo. Mostra as quedas no mercado acionário dos Estados Unidos e o comportamento da economia, desde 1951. A data da queda aparece na linha no ponto zero. Em cada uma das linhas, o comportamento da economia, trimestralmente, antes e depois da queda. Em todos os casos, após a crise na bolsa, a economia voltou a crescer. Com uma exceção: a crise de outubro de 2008, quando após a crise, a economia também perdeu fôlego.

Em vermelho escuro, a crise atual.

Fonte: The Economist

Rodízio

Sobre o rodízio dos auditores, Edward Wyatt (Accounting Board to Seek Comments on Rotating Auditors, 16 Agosto 2011)

“A razão para considerar o rodízio é que pode reduzir a pressão sobre o auditor no desenvolvimento e proteção de uma relação de longo prazo com o cliente, em detrimento do investidor e do mercado de capitais” diz James R. Doty, o Chairman de um comitê de contabilidade e advogado da idéia.

Mais adiante:

O relatório do GAO [General Accounting Office, agora Government Accounting Office], publicado em 2003, encontrou que a “obrigatoriedade de rotação de empresa de auditoria pode não ser o meio mais eficiente para assegurar a independência do auditor e a qualidade do auditor”. Empresas também encontraram que o custo do primeiro ano pode aumentar em 20 por cento pelo tempo gasto pelo novo auditor na empresa.

Ou seja, o custo da aprendizagem talvez não  torne interessante a adoção do rodízio. Entretanto, o texto ressalva que a proposta ainda está sendo considerada e é somente uma das três propostas. A segunda delas é a exigência de assinatura de um partner atestando as demonstrações contábeis.

No ponto de vista deste blogueiro, mais importante é a terceira proposta, que aumenta o escopo do parecer, e que já comentamos anteriormente aqui.

Livros Eletrônicos

A lei permitiu que as companhias abertas tivessem quase 100% de seus livros escriturados de forma eletrônica, o que facilitará não só a rotina da escrituração, mas também a análise em eventuais fiscalizações dos órgãos regulamentadores. 

Fonte: Jornal do Comércio – RS, via Informação Contábil

Economizando caixa

Em meio a reclamações de atrasos de pagamentos a funcionários e fornecedores, a Rede TV! está incomodando mais um parceiro comercial. A emissora não está pagando em dia a Espn pelos direitos de transmissão do campeonato inglês. Vale lembrar a filosofia de Amilcare Dallevo, exposta em entrevista para a Folha de S. Paulo na semana passada. Disse Amilcare sobre os atrasos de pagamentos na emissora: 


- Foi uma estratégia de caixa para comprar a parte do Marcelo (Marcelo Carvalho, sócio de Amilcare na Rede TV!).


Fonte: Aqui