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17 dezembro 2019

Balanço e Terceiro Setor

As entidades do terceiro setor devem apresentar suas demonstrações contábeis para os membros da sociedade. O principal usuário é o doador, que irá usar as demonstrações contábeis para avaliar a saúde da entidade e sua continuidade. Os doadores não querem colocar dinheiro em entidades com problemas financeiros. Uma forma de tomar esta decisão é olhar para o balanço e tentar ver a posição do net asset. Valores positivos seriam considerados como entidade solvente; o que gera doações.

Uma pesquisa mostrou existir uma relação entre a posição patrimonial destas entidades e as doações, nos Estados Unidos:

Using Form 990 data reported by public charities, we document significant bunching of nonprofits at near-zero net assets, the threshold for insolvency. Bunching occurs despite the fact that creditors cannot force insolvent nonprofits into involuntary bankruptcy. We show that the extent of bunching is greater among organizations that rely more heavily on contribution revenue, and that by inflating their net assets, bunching organizations are able to increase their contribution revenue relative to firms that report negative net assets. Charitable donors appear to use the net assets threshold as heuristic for a charity's financial health; nonprofit managers, in turn, respond to the preferences of their donors.

19 setembro 2017

Sears e Toy R Us em apuros

Duas empresas tradicionais que estão em sérios apuros. A primeira, a Sears, fundada em 1886 e ainda hoje um dos maiores nomes do varejo dos Estados Unidos, Canadá e México. A empresa dos Estados Unidos anunciou no início do ano um plano de reestruturação para cortar US$1 bilhão de custo. Somente no primeiro semestre foram fechadas 52 lojas da empresa e mais cortes virão. Em 2010 a empresa tinha 3.500 lojas físicas; hoje são 695.

A empresa canadense, diante da incerteza se teria caixa e dúvidas sobre sua continuidade, anunciou um plano de reestruturação e venda em meados deste ano. Isto inclui fechar lojas e demitir funcionários. A empresa mexicana é 100% de propriedade do bilionário Carlos Helú.

A segunda empresa é a Toy “R” Us, fundada em 1948 e tradicional varejo de brinquedos. Ontem a empresa solicitou proteção legal, um pedido de insolvência, para permitir uma melhor negociação da dívida de 5 bilhões de dólares, além de melhorar as operações da empresa, em especial a entrega dos presentes de natal. São 64 mil empregados e 1.600 lojas.

Efeito Amazon?

10 maio 2013

Insolvência e Acionistas

O Banco Central prepara um projeto de lei sobre intervenções bancárias, que obriga acionistas e grandes credores a cobrir perdas e capitalizar bancos cuja insolvência represente risco para o sistema financeiro. A nova legislação também vai permitir o uso de recursos públicos para salvar bancos, o que está proibido desde 2001.

A ajuda, no entanto, só pode ocorrer depois que os acionistas tenham usado seus recursos no banco para tentar resolver o problema. A proposta está em análise no governo e não tem data para ser enviada ao Congresso.

Segundo o BC, não se trata de um novo Proer, o programa de reestruturação do sistema financeiro utilizado na década de 1990 para socorrer instituições como Bamerindus e Econômico. 

Fonte: Aqui

03 agosto 2011

Termômetro de Insolvência I


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva

Visitando o Blog de Stephen Kanitz, achei um texto do mesmo comentando sobre seu termômetro de insolvência: Os Próximos 20 Anos Serão de Ouro II. Neste post Kanitiz destaca o contexto que o motivou a criar o seu conhecido Termômetro de Insolvência:

Estudei em Harvard uma matéria que me encantou: Management of Lending - Administração de Carteiras de Empréstimos.

Era uma matéria difícil que exigia conhecimentos de psicologia, negociação, análise de balanços, análise setorial, lei societária, lei do crédito, crédito e cobrança, lei das falências, enfim uma área em que eu teria poucos concorrentes.

A primeira coisa que fiz ao retornar foi criar o famoso Termômetro de Insolvência, também conhecido como o Termômetro de Kanitz, uma das primeiras experiências de credit scoring no Brasil.

No mesmo post ele cita a divulgação do artigo "Como prever falências de empresas", publicado na Revista Exame, edição de dezembro de 1974. Como bem ele destaca, este exemplar da Revista Exame é uma raridade, vide ao final link para a íntegra do artigo.

De acordo com SILVA (2010, p. 173)

O estado de insolvência de uma empresa pode ser definido como a incapacidade para pagar as suas obrigações financeiras na data de seu vencimento, bem como quando seus ativos forem inferiores ao valor dos seus passivos.

Buscando subsidiar as decisões de concessões de crédito ou mesmo subsidiar decisões estratégicas, alguns modelos têm sido desenvolvidos, e quando associados a outras técnicas de análise tornam-se instrumentos valiosos para permitir a caracterização da situação econômico-financeira das empresas.

Estes modelos têm por objetivo identificar, mediante procedimentos estatísticos (em especial a análise discriminante), a relação funcional entre os índices financeiros e o estado de solvência (lucros, fluxos de caixa, rentabilidade), ou de insolvência (falência, incapacidade de cumprir com as obrigações) de uma organização. Por ter como base a utilização de índices de solvência, rentabilidade e lucratividade, devem ser adequados às características de organizações de um mesmo setor.

Termômetro de Insolvência II


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva
(continuação)


Quando escrevi nosso livro de Análise de Balanço (SILVA, 2010) inseri um capítulo por título “Modelos estatísticos de previsão de insolvência”, para o qual obtive boas informações no artigo e na tese de livre docência de KANITZ: "Indicadores Contábeis e Financeiros de previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira" (curiosidade: a tese, defendida em 1976, foi toda datilografada. É possível obter uma fotocópia junto a USP, pois é um excelente material para pesquisa). Posteriormente consegui o seu livro "Como prever falências", editado em 1978, onde o tema é apresentado de forma mais simplificada como o seu modelo foi desenvolvido.

No que pese a existência de vários modelos estatísticos para previsão de insolvência, uma coisa é certa e deve ser ponderada: a contabilidade brasileira padece de qualidade em seus balanços, em decorrência de alguns fatores, conforme já era citado por KANITZ (1976, p. 10-12):

a) sistema contábil ineficiente para captar de forma adequada as informações passíveis de escrituração;
b) falta de consciência quanto a princípios contábeis no Brasil, pois não havia à época um órgão que efetuasse pesquisas neste sentido;
c) a adulteração de balanços; e
d) a prática do window dressing (contabilidade criativa).

O cenário não mudou muito desde 1976, grande parte do empresariado brasileiro ainda não vislumbra a contabilidade como ferramenta de gestão, especialmente entre os pequenos e médios empresários. Esperamos que muito em breve nos livremos do jeitinho brasileiro de, na hora da necessidade, elaborar um “balanço perguntado” para satisfazer as necessidades dos analistas de crédito (vide artigo indicado sobre este tema). Alguns afirmam que com a convergência do Brasil às normas internacionais de contabilidade e de auditoria a qualidade das demonstrações contábeis irá melhorar. Esta é outra história, ainda precisa de muita pesquisa para revelar-se verdadeira.

Quando da leitura da tese de livre docência e do livro de KANITZ observei que em ambos, na referência bibliográfica, consta referenciado um livro de Lopes Sá: "Curso Superior de Análise de Balanço". Achei interessante que em uma tese defendida na USP constar uma referência à obra de Lopes Sá (dentre outros autores brasileiros também referenciados como: Arnaldo REIS, Aulos FRANCO, R. M. TREUHERZ, e N.H TUNG).  Intrigado com isto, em uma das conversas que mantive por telefone com o saudoso Prof. Lopes Sá o mesmo me relatou que havia participado anteriormente, em 1973, da banca de Doutorado de Kanitz, ou seja, antes do que ele chamava de conversão da USP ao modelo "estadunidense".

Movido pela curiosidade, eu fui dar uma lida no livro de SÁ sobre Análise de Balanço, onde verifiquei que o mesmo, quando mais jovem foi pioneiro no Brasil na análise de grande volume de balanço de empresas (7.100 balanços entre 1953 a 1957)  com vistas a identificar o perfil ideal de equilíbrio da empresas brasileiras (SÁ, 1977, p. 24-28; SILVA, 2010, p. 18-19 - vide tópico 2.2.1).

Em sua obra SÁ (1977, p. 25 – a primeira edição é de 1953) faz menção aos estudos realizados no início do Séc. XX pelo alemão SCHAMALENBACH, que tentava avaliar o impacto da inflação e do tempo sobre a análise de balanço, declarando a ineficácia das análises das situações estáticas, em contraposição à teoria dualista de SCHMIDT. Os trabalhos destes autores alemães são posteriormente citados por TINOCO (1992) em seu trabalho sobre avaliação patrimonial.

Termômetro de Insolvência IV


Termômetro de Insolvência

Por Alexandre Alcantara da Silva

Ao longo dos anos identifiquei vários artigos sobre indicadores de insolvência. Ao final apresento uma seleção de alguns destes artigos. Creio que os mesmos podem ser sugeridos a alunos que desejam fazer uma pesquisa sobre o tema em seu trabalho de conclusão de curso, ou ainda como referência complementar para disciplina de Análise das Demonstrações Contábeis.

Dentre os artigos indicados destacamos:

a)    KASSAI & KASSAI - desvendam o modelo de insolvência de KANITZ, demonstrando como a técnica pode facilmente ser realizada utilizando uma planilha eletrônica, muito mais simples do que a forma adotada por SÁ e KANITZ;
b)    ALTMAN - dois artigos produzidos pelo professor americano, um dos mais citados pesquisadores sobre o assunto, sendo que um dos artigos foi escrito em parceria com dois professores brasileiros; e
c)    BRUNI, FAMÁ e MURRAY - trazem uma avaliação crítica de cada um dos vários modelos desenvolvidos no Brasil.

Caso o leitor tenha material adicional sobre o tema nos enviem (alexandre@alcantara.pro.br), ficaremos gratos.

REFERENCIAS

KANITZ, Stephen Charles. Como prever falências de empresas. Revista Exame. São Paulo: Abril, dez. 1974. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/61123852/ComoPreverFalenciaEmpresa-Kanitz-2> Acesso em: 01 ago. 2011

__________. Indicadores contábeis e financeiros de previsão de insolvência: a experiência da pequena e média empresa brasileira. 1976. Tese (Livre-docente) – Faculdade de Economia e Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo.

__________. Como prever falências. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1978.

__________. Os próximos 20 anos serão de ouro II. Disponível em: http://blog.kanitz.com.br/2010/11/os-p.html> Acesso em: 01 ago. 2011

SÁ, Antônio Lopes de. Curso superior de análise de balanço. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1977. 2 v.

SILVA, Alexandre Alcantara. Estrutura, análise e intepretação das demonstrações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010

TINOCO, João Eduardo Prudêncio. Avaliação patrimonial em contabilidade á valores de entrada e saída. Caderno de Estudos nº 06, São Paulo, FIPECAFI, Outubro/1992. Disponível em: http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad06/avaliacao.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

ARTIGOS INDICADOS

ALTMAN, Edward I. Financial ratios, discriminant analysis and the prediction of corporate bankrupcy. Journal of Finance, v. 23, nº 4, p. 589-609, Sept. 1968.

__________; BAIDYA, Tara K. N.; DIAS, Luiz Manoel Ribeiro. Previsão de problemas financeiros em empresas. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 19, nº 1, p. 17-28, jan./mar. 1979. Também disponível em:  http://rae.fgv.br/rae/vol19-num1-1979/previsao-problemas-financeiros-em-empresas >. Acesso em: 01 ago. 2011.

Assaf Neto, Alexandre; RIBEIRO, Evandro Marcos Saidel; RICI, Emerson Tadeu Gonçalves. Cálculo da duration como ferramenta auxiliar aos modelos de previsão de insolvência. Disponível em: http://www.institutoassaf.com.br/downloads/DURATION_MODELOS_INSOLVENCIA.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

Bruni, A. L., Murray, A. D. & Famá, R. (1998). Modelos Brasileiros Preditivos de Risco de Crédito: Um Estudo Exploratório Atual sobre as suas Eficácias. Periódico Tema, número 32, janeiro/junho, pp. 148-167. Disponível em: http://www.infinitaweb.com.br/albruni/artigos/a9801_Tema_Risco_Credito.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

Casa Nova , Silvia Pereira de Castro . SANTOS, Ariovaldo dos. Proposta de um modelo estruturado de análise de Demonstrações contábeis. RAE-eletrônica, v. 4, n. 1, Art. 8, jan./jul. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/raeel/v4n1/v4n1a04.pdf > Acesso em: 01 ago. 2011
Chuvakhin ,Nikolai; Gertmenian , L. Wayne. Bankruptcy Prediction in the WorldCom Age. Disponível em: http://www.ncbase.com/papers/BP.pdf > Acesso em: 01 ago. 2011

Como foi feito. Brasil em Exame: os melhores e os maiores. Revista Exame. São Paulo, set 1974. p. 4. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/61400153/EXAME-melhores-maiores-1974> Acesso em: 01 ago. 2011

CORRÊA, Ana Carolina Costa; MATIAS, Alberto Borges; VICENTE, Ernesto Fernando Rodrigues . Balanço Perguntado: Uma Metodologia de Obtenção de Demonstrativos Financeiros de Micro e Pequenas Empresas. Disponível em: http://www.ead.fea.usp.br/semead/9semead/resultado_semead/trabalhosPDF/52.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

KASSAI, José Roberto. Balanço perguntado: uma técnica para elaborar relatórios contábeis de pequenas empresas. Disponível em: http://www.humbertorosa.com.br/Banco_de_Artigos/Balanco%20Perguntado/Kassai_Balanco_Perguntado_Uma_Tecnica_Para_Elaborar_Relatorios_Contabeis.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011

KASSAI, José Roberto; KASSAI, Silvia. Desvendando o termômetro de insolvência de Kanitz. EnANPAD 1998. Disponível em: http://www.anpad.org.br/evento.php?acao=trabalho&cod_edicao_subsecao=53&cod_evento_edicao=2&cod_edicao_trabalho=3552> Acesso em: 30 dez. 2006

MATIAS, Alberto Borges. SIQUEIRA, José de Oliveira. Risco bancário: modelo de previsão de insolvência de bancos no Brasil. Revista de Administração USP. São Paulo v. 31, n. 2, p. 19-28, abril/junho 1996 Disponível em: http://www.rausp.usp.br/busca/artigo.asp?num_artigo=155 > Acesso em: 01 ago. 2011

Sanvicente, Antônio Zoratto; Minardi, Andrea Maria A. F. Identificação de indicadores contábeis significativos para previsão de concordata de empresas. Outubro de 98. Disponível em: http://www.risktech.com.br/PDFs/indicadores_concordata.pdf  Acesso em: 01 ago. 2011


BRAGA, Roberto; MARQUES, José Augusto Veiga da Costa. Análise dinâmica do capital de giro: Modelo Fleuriet. Revista de Administração de Empresas. São Paulo v. 35, n. 3, p. 46-63, maio/jun. 1995 Disponível em: http://rae.fgv.br/rae/vol35-num3-1995/analise-dinamica-capital-giro-modelo-fleuriet> Acesso em: 01 ago. 2011

Gimenes, Régio Marcio Toesca; Uribe-Opazo, Miguel Angel. Previsão de Insolvência de Cooperativas Agropecuárias por Meio de Modelos Multivariados. Rev. FAE, Curitiba, v.4, n.3, p.65-78, set./dez. 2001 65. Disponível em: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v4_n3/previsao_de_insolvencia.pdf> Acesso em: 01 ago. 2011