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13 março 2012

Tributação e migração dos jogadores de futebol


Recentemente, Fraçois Hollande, candidato socialista à presidência francesa, apresentou a proposta eleitoral de tributar 75% da renda dos cidadãos que têm renda anual superior a 1 milhão de euros. Em verdade, o primeiro milhão será taxado por taxa menor, mas a partir daí, vale a de 75%. Isso poderá afetar 3.000 contribuintes, dos quais muitos são jogadores de futebol, da elite do campeonato frânces(de 120 a 150 atletas, segundo estimativas). Hoje, as taxas na França, Inglaterra, Espanha e Alemanha variam de 41% a 52%.

Tributar os mais abastados pode gerar as seguintes consequências econômicas: desincentivar os investimentos, aumentar a emigração de trabalhadores bem qualificados e prejudicar o empreendedorismo. Em face da grave situação econômica francesa, inicialmente, a proposta foi bem aceita por boa parte dos franceses, mas já é questionada por vários setores da sociedade.

Sarkozy deveria rebater a proposta e, para isso, poderia utilizar o seguinte paper: Taxation and International Migration of Superstars: Evidence from the European Football Market. Esse artigo analisa os efeitos da tributação da renda dos mais ricos na migração dos jogadores de futebol de alto nível, na Europa.

Os futebolistas estão em busca de mais dinheiro e, por conseguinte, evitam tributação excessiva. Na temporada de 2003/20004, David Beckham , até então ex-jogador do Manchester United ,foi transferido, por 35 milhões de euros, para o Real Madrid. Coincidentemente, em 2004, o governo espanhol aprovou uma lei que dava tratamento tributário especial a estrangeiros com alta renda, residentes na Espanha. Lei esta que ficou conhecida como Lei de Beckham.

No gráfico abaixo, a primeira linha vertical em 1996, marca a introdução da lei de Bosman, que tornou mais fácil para os jogadores mudarem de clube na Europa. Após esta lei, houve um crescimento do número de jogadores estrangeiros de alto nível, tanto na Espanha como na Itália. E, a proporção desses jogadores em ambos os países era idêntica até 2004. A segunda linha vertical mostra a introdução da lei de Beckham em 2004. Após este ano, a fração dos melhores jogadores estrangeiros na Espanha (azul) e Itália (vermelho) diverge claramente, concomitantemente com a diferença da taxa de imposto sobre alta renda entre estes países (linha vermelha pontilhada e eixo da direita). De 1990 a 2003, essa taxa era praticamente igual nos dois países, mas após 2004, a diferença passou a ser de 35%. Assim, em 2007, a participação dos melhores jogadores estrangeiros na Espanha já era duas vezes maior que na Itália.

Na França, especialistas afirmam que a efetivação da proposta de Hollande poderá decretar a morte do futebol francês. Por outro lado, o presidente e cidadãos simpáticos a proposta rebatem as críticas. Só nos resta agurdar até o dia da eleição.

Caros leitores, Bonne Journée !

18 janeiro 2012

Made in Germany em risco

Whether it's attached to a car, a dish washer or a pepper grinder, the "Made in Germany" label is key to selling products made in the country. But if the European Union has its way, goods carrying the tag will soon have to comply with higher standards, much to the consternation of German industry representatives.


EU Commissioner Algirdas Semeta plans to restrict the sought-after "Made in Germany" label to products where at least 45 percent of the value content comes from Germany. Until now, EU rules defined the country of origin as the place where "the last substantial, economically justified processing" took place.

Under that rule, products tagged "Made in Germany" today can be almost completely produced abroad but given their finishing touches in a German factory.

Fonte: 'Made in Germany' Label At Risk

17 janeiro 2012

Europa e Rating

Se alguém realmente pensou que a dívida soberana francesa era livre de risco ou que Portugal, com as suas dívidas de dez anos rendendo mais de 1.000 pontos era grau de investimento, então certamente tem vivido como uma pedra nos últimos anos. (...)


A Europa é um continente de risco; S & P é simplesmente fez este fato um pouco mais óbvio. Em um mundo ideal, as opiniões S & P não poderia carregar mais peso ou importância do que de qualquer outra pessoa. Mas este não é um mundo ideal e eles fazem.


Felix Salmon, aqui

15 janeiro 2012

Sinodependência

A China é hoje o maior mercado de exportação para países tão distantes como o Brasil (que representam 12,5% das exportações brasileiras em 2009), África do Sul (10,3%), Japão (18,9%) e Austrália (21,8%). Cada surto ou oscilação na economia da China tem um impacto material nesses lugares. Mas as exportações são apenas um componente do PIB. Na maioria das economias, a demanda interna é mais importante. Veja reportagem do Valor:


Sem os fluxos de capitais vindos da China, o crescimento do mercado consumidor brasileiro "desaparece" e é essa a via do contágio da crise europeia para o país, segundo o economista Jan Kregel, professor da Universidade do Missouri e ex-conselheiro da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

Em São Paulo, para participar de seminário organizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o economista, um dos principais acadêmicos keynesianos dos EUA, argumenta que os fluxos de capitais que chegam ao Brasil são direcionados à agroindústria e dependem da China e da Europa e "se esses mercados colapsam, esses fluxos acabam".

Valor: Como a crise europeia pode chegar ao Brasil?
Jan Kregel : Atualmente, o Brasil faz parte de um triângulo de troca com a Europa e a China, a maior exportadora de produtos do Brasil e a maior importadora de produtos da Europa. Com a Europa em recessão, o que vai acontecer, de um jeito ou de outro, é que as exportações da China vão cair, o que vai levar à queda na importação de produtos brasileiros. O fluxo de capital que vem para o Brasil é direcionado aos recursos naturais, se esses mercados colapsam, esses fluxos acabam. Hoje o Brasil está indo bem porque retirou uma grande parte de sua população da pobreza por meio da transferência de renda feita pelo governo com impostos vindos da agroindústria. Mas se esses fluxos estancarem por causa da crise, o governo não vai mais poder sustentar seus programas sociais e esse crescimento será perdido.

Valor: O mercado consumidor brasileiro não pode sustentar esse crescimento?
Kregel : Esse crescimento não veio do investimento, do aumento da produtividade ou da expansão da produção manufatureira. Mas da China. Sem ela, tudo isso desaparece.

Valor: A crise também pode afetar o Brasil pela via do financiamento externo?
Kregel : O Brasil realmente não precisa acessar o financiamento externo. A maior parte do capital que chega ao Brasil não serve para financiar o investimento, mas para ganhar com a diferença entre a taxa de juros local e externa.

Valor: Mas a taxa de juros brasileira força as empresas e o governo a buscar taxas melhores no exterior.
Kregel : E por que essa taxa de juros é tão alta? Alguns economistas dizem que ela é necessária para manter os preços sob controle, mas a relação entre a Selic e a inflação é pequena - a taxa de câmbio e os preços indexados influem muito mais. Os maiores compradores da dívida pública são os bancos brasileiros, que deixam de financiar o investimento em detrimento da compra de títulos públicos e do crédito ao consumo. Se a taxa de juros caísse, os bancos privados seriam obrigados a emprestar para o setor privado.

Em geral, os bancos subestimam os riscos do empréstimo ao consumo e superestimam os riscos dos empréstimos para investimentos. Então repassam esse trabalho para o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), mas o Brasil está crescendo e o BNDES também. É hora de o mercado de capitais privado assumir parte das suas funções. Os dividendos pagos pelos bancos brasileiros são bem maiores do que os americanos. Não é porque são mais eficientes, mas porque têm tratamento especial. O Brasil paga um preço muito alto pela estabilidade do seu sistema bancário.

06 janeiro 2012

Na dúvida, imprima dinheiro

Bill Gross explica a situação da imagem abaixo:

Amazingly, Italian banks are now issuing state guaranteed paper to obtain funds from the European Central Bank (ECB) and then reinvesting the proceeds into Italian bonds, which is QE by any definition and near Ponzi by another."





04 janeiro 2012

Novo economista-chefe do BCE é belga

Foi anunciado na manhã de terça-feira, 3 de janeiro, que o belga Peter Praet (ex FMI) é o novo economista-chefe do Banco Central Europeu - BCE. Berlim elogia escolha. Praet, 62 anos, será o primeiro não-alemão a ocupar o cargo de economista-chefe desde que o BCE foi criado, em 1998.O cargo era desejado pela França e pela Alemanha. A opção acabou por ser vista como um bom compromisso entre os vários interesses.

O predecessor no cargo, Jurgen Stark, pediu demissão no ano passado ao expressar seu desacordo com o programa de recompra de obrigações públicas dirigido pelo BCE. O posto ocupado agora por Praet é considerado de extrema importância, já que seu titular submete a cada mês ao conselho de governadores uma proposta sobre a evolução da principal taxa de juros do BCE, apesar de a decisão ter que ser adotada de forma colegial. Até agora, o cargo de economista-chefe do BCE vinha sendo ocupado por um alemão, primeiro por Ottmar Issing e em seguida por Jurgen Stark.

Fonte: aqui e aqui com adaptações.