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04 setembro 2008

Contabilidade e Finanças Pessoais

A contabilidade tem uma longa história em ajudar as pessoas a controlar as suas finanças. Talvez no Brasil, onde as questões vinculadas as finanças pessoais tenham sido colocadas em segundo plano durante décadas em razão da elevada inflação, o assunto não tenha recebido o devido destaque.

Entretanto, desde o estrondoso sucesso do livro Investimentos, de Mauro Halfeld a questão da forma como lidamos com o dinheiro tenha sido considerada relevante (o Mauro fez uma grande gentileza de citar meu livro de Contabilidade Básica na edição desta obra).

É óbvio que podemos construir nosso balanço patrimonial, considerando nossas riquezas e nossas dívidas, inclusive com o cartão de crédito. Existem diversos blogs que se dedicam a ajudar as pessoas a tornar independentes das dívidas e do consumismo exagerado. E a contabilidade tem um papel crucial neste processo.

A postagem Personal Balance Sheet mostra como é possível construir um balanço patrimonial pessoal. O exemplo é muito instrutivo e pode ser encontrado aqui. Em Personal Income Statement demonstra-se como determinar o lucro líquido pessoal, que inclui a depreciação!

18 agosto 2008

CPC e normas contábeis 2

Divulgação de fluxo de caixa é regulamentada
Valor Econômico - 18/08/2008

Além das normas que estão em audiência pública, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM ) divulgou a regulamentação final que as companhias abertas deverão seguir na apresentação da Demonstração dos Fluxos de Caixa nos seus balanços. As regras estão contidas na Deliberação nº 457 que adota o Pronunciamento Contábil 3 emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Embora já seja feita por muitas empresas, a divulgação obrigatória do fluxo de caixa foi determinada pela Lei 11.638, que atualizou a parte contábil contida na legislação original das sociedades anônimas. A regulamentação que foi publicada pela CVM deverá ser adotada a partir do balanço anual encerrado em dezembro deste ano.Segundo o CPC, o Pronunciamento 3 teve como base a regra emitida pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade para o mesmo tema (IAS 7).

A minuta da norma ficou em audiência pública entre março e abril deste ano e hoje o CPC divulgou os pedidos de alteração que foram aceitos e aqueles que foram rejeitados. Entre as mudanças em relação ao texto da minuta, destaque para a retirada da norma do trecho (no item 8) que determinava que, para ser considerada como uma aplicação de liquidez, equivalente a caixa , o investimento deveria ter vencimento inferior a três meses. O CPC tirou da regra final ainda a recomendação para que as empresas usem o método direto para apresentar a demonstração do fluxo de caixa. Ficará a critério da empresa usar este ou o indireto, com ajustes feitos a partir do lucro líquido.

Balanços irregulares

Em cada 3 balanços, 1 está irregular, aponta pesquisa
Folha de S. Paulo - 18/08/2008
TONI SCIARRETTA

Uma em cada três empresas brasileiras com ação na Bolsa divulga balanços que podem ser considerados irregulares, sem um mínimo de transparência e com dados que não podem ser compreendidos nem por analistas de mercado, segundo levantamento da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis), ligada aos professores de contabilidade da USP e que tem assento no comitê que ajudará a implementar a nova lei contábil.

No estudo, de 220 empresas analisadas, 86 tiveram suas demonstrações financeiras relativas a 2007 consideradas irregulares, segundo a lei societária. O universo envolve desde companhias que divulgam resultados sem um relatório da administração -peça obrigatória por lei, em que os gestores devem explicar o contexto operacional e os desafios enfrentados- até a ausência completa ou parcial de notas explicativas -local previsto por lei para detalhar origens de receitas e despesas, com o objetivo de mensurar o risco do negócio.

Também são descartados os balanços que tiveram ressalvas dos auditores, prática em tese tolerada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), mas que não é aceita pela SEC (a CVM dos EUA).

O resultado é que os balanços dessas empresas acabam se tornando uma peça burocrática e formal, com informações sem utilidade para acionistas minoritários, bancos credores, fornecedores, clientes e funcionários. Isso tudo deve mudar a partir deste ano, com a nova lei contábil, que trouxe práticas internacionais para a contabilidade das empresas.

A situação é ainda pior nas empresas de capital fechado, que estão fora da lei societária e da supervisão da CVM. No estudo, apenas uma minoria -1 em cada 5- respeita as regras mínimas de transparência. De 569 empresas analisadas, 457 tiveram seus balanços considerados irregulares.

"É vergonhoso. Não podemos dizer que estão todos fora da lei, mas elas não estão atendendo aos princípios mínimos da legislação societária. No estudo, descartamos empresas que apresentam cinco linhas de relatório da administração e que acham que estão cumprindo o mínimo. Em cinco linhas não dá para explicar o contexto operacional de uma empresa", diz Gerlando Augusto Lima, professor da USP e um dos autores do estudo. (...)

E o que acontece com essas empresas que publicam balanços ilegais ou irregulares? Normalmente, nada. Como a interpretação de ilegalidade é quase sempre subjetiva, depende de um caso em particular tomar proporções que possam gerar prejuízos aos participantes do mercado para que a CVM abra um processo administrativo.

A autarquia prefere focar sua ação nas empresas que estão indo a mercado pela primeira vez, por meio da análise dos prospectos dos IPOs (aberturas de capital), e fiscalizar as companhias com mais negócios na Bolsa. A CVM lembra que diversas empresas mantêm capital aberto, mas quase não têm ações negociadas. (...)

04 agosto 2008

Vale quanto pesa?

Ian Wright (em Help companies tackle their weight problem , Financial Times, 30/07/2008) destaca o problema da complexidade e tamanho das demonstrações contábeis. Talvez a solução passe pela redução da evidenciação. Mas o que reduzir? Qual informação é necessária? Existe uma melhor forma de comunicar uma informação?

Mesmo quando os relatórios são apresentados de forma digital o problema do volume de informação não desaparece. Para os contadores, segundo Wright, o problema começa com as regras exigidas pelos órgãos reguladores. Padrões contábeis com mais de 2.700 páginas são comuns em países desenvolvidos. Para os investidores, o aumento no volume de informação torna mais difícil encontrar um dado especifico dentro da demonstração contábil.

20 maio 2008

Baixas contábeis nos Bancos

Bancos escondem US$ 35 bi em baixas
Gazeta Mercantil - 20/5/2008

Diante das perdas recordes resultantes do colapso do mercado de crédito imobiliário residencial, muitos bancos e corretoras não estão reconhecendo em seus demonstrativos de resultados pelo menos US$ 35 bilhões de baixas contábeis adicionais incluídas nos seus balanços patrimoniais, segundo registros encaminhados às autoridades reguladoras das bolsas.

O Citigroup Inc. subtraiu US$ 2 bilhões de seu valor patrimonial devido ao declínio do valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário em seu relatório trimestral para a Securities and Exchange Comission (SEC, órgão regulador das bolsas nos EUA), apresentado em 2 de maio. A dedução não foi mencionada em sua declaração de lucros nem na teleconferência com os investidores que se seguiu à apresentação. O ING Groep NV colocou 3,6 bilhões de euros (US$ 5,6 bilhões) de avaliações negativas em sua conta de capital do balanço de pagamentos, enquanto informava em seus resultados uma perda de lucros de apenas 80 milhões.

Os ajustes no balanço patrimonial se somam às baixas contábeis e perdas com crédito, de US$ 344 bilhões, que já foram informadas nas declarações de resultados de mais de 100 bancos. Essas empresas levantaram US$ 263 bilhões de fundos soberanos, de seus próprios governos e investidores públicos para captar recursos. As baixas contábeis no balanço patrimonial também reduzem o patrimônio, que precisa ser coberto com novos aportes de capital. Com acréscimo dos US$ 35 bilhões, os bancos ficam com a montanha de perdas de US$ 116 bilhões a ser escalada.

"As pessoas inteligentes são as que identificaram os problemas, os expuseram com total transparência e os enfrentaram, levantando mais capital", disse Michael Holland, que supervisiona US$ 4 bilhões como presidente da Holland & Co. em Nova York.

Regras de Contabilidade

Ter perdas no balanço patrimonial e não no demonstrativo de resultados é aceitável pelas regras da contabilidade, que diferenciam entre as carteiras de transações e os investimentos no longo prazo. Mudanças nos valores, ao lado das operações, vão direto para a receita. As mudanças nos valores dos bônus retidos para o longo prazo podem ser descontadas na rubrica de patrimônio do balanço, desde que os declínios não sejam considerados permanentes.

Os bancos que estão mais dispostos a admitir baixas contábeis no balanço patrimonial, como o ING, sediado em Amsterdã, dizem que as avaliações dos ativos serão revertidas quando os mercados se recuperarem. O ING, maior empresa de serviços financeiros da Holanda, informou no relatório sobre lucros no primeiro trimestre, na semana passada, que a queda no valor dos bônus vinculados ao crédito imobiliário residencial mantidos até o vencimento futuro é irrelevante desde que o pagamento dos títulos subjacentes seja honrado.

Com essa lógica, a maior parte das baixas contábeis nas declarações de lucros pode ser revertida se os preços dos ativos se recuperarem. Os declínios nas avaliações podem até ser revertidos, mas a maioria das perdas é um estrago permanente causado pelo número crescente de casos de inadimplência nos créditos imobiliários residenciais dos EUA, disse Janet Tavakoli, autora do livro "Collateralized Debt Obligations & Structured Finance", publicado em 2004 pela John Wiley & Sons Inc.

"É claro que não sabemos quanto da carteira de um banco pode realmente ser material bom, que será pago no vencimento", disse Tavakoli. "Mas existem enormes perdas de valores que são fundamentais, não apenas devidos aos giros do mercado de crédito."

Manter essas desvalorizações fora dos balanços de resultados apenas adia a compreensão das perdas, segundo Brad Hintz, analista da Sanford C. Bernstein & Co., lotado em Nova York. "Os bancos que se aproveitaram dessa abordagem contábil vão ter um preço a pagar mais tarde", disse Hintz, classificado como o terceiro analista de títulos em um levantamento da revista Institutional Investor. "Não se evita o preço a pagar. Os que puseram tudo na sua declaração de resultados sairão com balanços limpos e poderão seguir em frente."

Ignorar a dívida podre e adiar as perdas inevitáveis foi uma das principais razões que fez o Japão passar por uma crise econômica de 10 anos, iniciada na década de 1990, disse Charles Whitehead, professor de direito da Universidade de Boston. Diante da necessidade de novo capital e da dificuldade em atender a essa necessidade, os bancos japoneses adiaram o reconhecimento de suas perdas, com a ajuda dos reguladores, que não aplicaram as regras, escreveu Whitehead em um documento publicado em 2006 no Michigan Journal of International Law.

"Os reguladores dos EUA também podem ser tentados a pegar leve com os bancos", disse. "As novas regras sobre capital já dependem significativamente da auto-disciplina dos bancos. Os riscos podem ser maiores hoje nos EUA do que eram no Japão na década de 1990."

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Yalman Onaran/ Bloomberg News)

08 maio 2008

O nascimento da contabilidade financeira

Talvez o marco da contabilidade financeira tenha ocorrido em 12 de março de 1903. Nessa data a United States Steel publicou as demonstrações consolidadas encerradas em 31 de dezembro de 1902, juntamente com a afirmação da Price Waterhouse & Company de que elas foram auditadas e estavam corretas.

Fonte: Thomas King. More Than a Numbers Game A Brief History of Accounting. Wiley, 2006, p.21.

13 fevereiro 2008

Uma revolução silenciosa na contabilidade

Uma revolução na contabilidade está sendo preparada pelo Fasb. A proposta irá mudar radicalmente o formato das demonstrações, contemplando os seguintes itens:

a) Mudança no Balanço Patrimonial e na Demonstração do Resultado para permitir a existência de três categorias já usadas no fluxo de caixa (operação, financiamento e investimento). Uma das conseqüências é que a DRE será muito mais detalhada (ou mais complicada)

b) Acaba o lucro líquido - a proposta é omitir o lucro líquido da DRE. Um membro do Fasb chegou a afirmar que "se o lucro líquido permanecer, isto significará que nós falhamos". Na realidade, a DRE terá novos subtotais. Entretanto, existe a discussão sobre a possibilidade da empresa fornecer a informação necessária para que cada pessoa possa calcular o lucro líquido da empresa.

c) Fluxo de caixa pelo método direto - Atualmente é opcional a escolha do método e a maioria escolhe o método indireto. Haveria a obrigação do método direto, que pode ser muito mais trabalhoso e complicado para certos tipos de empresas. Existe uma proposta do uso de um método híbrido (já em uso na Austrália e Nova Zelândia)

d) Conciliação entre o fluxo de caixa e a DRE, contemplando itens como "fluxo de caixa que não afeta o lucro".

e) Detalhamento maior nas operações de empresas que atuam em mais de um setor.

Uma pesquisa entre executivos mostra, no entanto, resistências: 17,2% são favoráveis a mudança no formato; 35,3%, possivelmente e 44,8% não. A maioria (66,4%) é contrária a eliminação da linha do lucro líquido, assim como a exigência do método direto (67,3%).

30 janeiro 2008

Problemas no controle interno

Em "Determinants of Weaknesses in internal control over Financial Reporting", Jeffrey Doyle, Weili Ge e Sarah McVay (Journal of Accounting &Economics) procuram estudar a questão do controle interno nas organizações.

Usando os textos preparados pelas entidades, os autores verificaram existir uma relação entre o tamanho da empresa e o que é relatado nas demonstrações publicadas.

Segundo os autores, fraquezas nos controles internos são mais prováveis em empresas menores, mais jovens, financeiramente fracas, com rápido crescimento e/ou sob reestruturação.

Ao relacionarem com um indicador de governança, os autores encontraram que empresas com problemas neste sentido possuem problemas com o reconhecimento da receita.

É interessante notar que esta é uma pesquisa que mescla o quantitativo com o qualitativo, algo raro em artigos publicados na área de contabilidade.

10 janeiro 2008

Mais evidenciação

Segundo o Financial Times (Companies could be forced to reveal off-balance sheet vehicles, Jennifer Hughes, 9/1/2008, Europe Ed1, Page 17) o Iasb estuda a possibilidade de exigir das empresas um balanço patrimonial paralelo (a "parallel" balance sheet) para explicar melhor os instrumentos "fora de balanço". Os itens "fora de balanço" são alternativas que entidades encontram e que terminam por não revelar os seus riscos

Recentemente algumas instituições financeiras (Citigroup e HSBC) tiveram problemas com estes itens.


Some have suggested a form of parallel balance sheet on which entities such as SIVs could be explained in greater detail and the numbers would reconcile directly with those on the main balance sheet. This would mainly affect financial institutions.

Some details of off-balance sheet holdings are disclosed in footnotes to the accounts, but these are scattered throughout long reports and in many cases do not clearly match the actual balance sheet numbers, according to experts. The issue is due to be discussed by the board in the coming months and the full proposals have not yet been drafted. The parallel balance sheet is one possible option.

"At this stage, we're not trying to zero down to an answer. We'll be discussing this with a large number of interested parties," said Sir David Tweedie, head of the IASB. "What we're trying to do is simplify the accounting so banks can say, 'if it all blows up, this is what we face, but here are the reasons it won't'. That way, people have the information."

Auditors are conducting year-end audits of many of the biggest banks and have warned they will be paying particular attention to off-balance sheet activity and fair-value accounting - the practice by which banks mark their assets to current market prices.

Agreeing fair values has been made tougher this year by the complexity of the instruments and the drying-up of markets.

18 outubro 2007

Os melhores

Abrasca divulga finalistas ao prêmio de melhor relatório
Gazeta Mercantil - 18/10/2007

A 9ª Edição do Prêmio Abrasca Melhor Relatório Anual, teve 84 inscritos. Os vencedores serão conhecidos no próximo dia 24, em evento promovido na Bovespa. Ontem a Abrasca - a associação que representa 85% do valor de mercado da Bolsa, de US$ 1 trilhão - divulgou a lista dos finalistas. Na categoria companhias abertas os escolhidos foram: Acesita; ALL - América Latina Logística; Aracruz Celulose; Banco Bradesco; Banco do Brasil; Banco Itaú Holding Financeira; Brasil Telecom; Cemig, Coelce; CPFL; CVRD; Elektro Eletricidade ; Embraer; Energias do Brasil S.A; Gerdau; Iochpe Maxion; Perdigão S.A; Petrobras; Sadia; Suzano Papel e Celulose S.A e VCP.

Na categoria empresas fechadas classificaram-se para a final os Relatórios da BM&F - Bolsas de Mercadorias e Futuros; Banco ABN Amro Real; Banco Santander; Camargo Corrêa Desenvolvimento Mobiliário; Camargo Corrêa S.A; Mapfre Seguros; Petroquímica Triunfo S.A e Serasa S.

16 fevereiro 2007

Governança também na internet

Segundo notícia da Gazeta (16/02/2007, Estudo aponta melhores sites em governança, Aluísio Alves) o banco Itaú foi considerado a empresa brasileira, de uma amostra de 47 com ações negociadas em bolsa, que melhor informa seu desempenho na internet. O estudo é da consultoria espanhola Management & Excellence (M&E) e da Grow Associates. Em seguida temos a Petrobrás, o Bradesco, a Votorantim e a Aracruz. O lanterna é o Submarino.

Os autores do estudo explicam que as notas não se referem às práticas em si, mas à forma como as informações sobre esses temas são disponibilizados pelas companhias em seus sites na internet.

14 fevereiro 2007

Petrobrás tem lucro de R$25,9 bilhões

Lucro de R$ 25,9 bi da Petrobrás em 2006 é recorde latino-americano

Resultado é 9% maior do que o de 2005, mas mercado financeiro esperava desempenho ainda melhor

Nicola Pamplona, RIO

A Petrobrás teve lucro de R$ 25,919 bilhões em 2006, o melhor resultado da história de empresas latino-americanas. O valor é 9% superior ao verificado pela companhia no ano anterior e reflete os melhores preços de venda de petróleo e derivados, além do aumento da produção nacional de petróleo. A estatal anunciou que vai distribuir R$ 7,9 bilhões a seus acionistas, dos quais 32,2% - ou R$ 2,54 bilhões - serão pagos à União.

(...) Apesar da soma gigantesca, o resultado foi recebido com frieza pelo mercado financeiro, que esperava desempenho ainda melhor, principalmente no quarto trimestre. As ações da estatal fecharam o pregão de ontem na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) com alta de 1,8%, abaixo do índice Bovespa (2,82%).

“A despeito das vendas fortes, com contribuição cada vez maior do mercado internacional, os custos situaram-se acima do esperado, o que comprometeu o resultado da companhia”, avaliou o analista Felipe Cunha, da Brascan Corretora, em relatório a clientes. A opinião é a mesma dos analistas da Ativa Corretora, que citam ainda o forte aumento de 28% das despesas corporativas entre os fatores negativos do balanço.


Fonte: Estado de S. Paulo, 14/02/2007

Itaú lucra menos

Com BankBoston, Itaú lucra menos

Amortização de ágio faz ganho cair 18%, para R$ 4,3 bi; sem operação, resultado seria de R$ 6,2 bi, mais um recorde

Leandro Modé

A compra do BankBoston teve forte impacto sobre os resultados de 2006 do Banco Itaú. O lucro, por exemplo, caiu 18%, para R$ 4,3 bilhões, por causa da amortização integral do ágio pago pelas operações do banco americano no Brasil, Chile e Uruguai. Excluído esse efeito extraordinário, os ganhos sobem 13,8% em relação a 2005, para o recorde de R$ 6,2 bilhões.

Outras rubricas do balanço do Itaú também foram afetadas pela aquisição. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido médio recuou de 35,3% em 2005 para 22,7% no ano passado. O retorno sobre o ativo médio caiu de 3,6% para 2,4% no período.

“O investimento que fizemos (no BankBoston) ainda não deu retorno”, reconheceu Roberto Setubal, presidente do Itaú. Ele ressaltou, porém, que os resultados positivos já aparecerão em 2007 e lembrou que o impacto já era esperado pelo mercado. “Já havíamos divulgado isso em setembro”, disse ao Estado. As ações preferenciais do Itaú fecharam estáveis na Bolsa de Valores de São Paulo, enquanto os papéis ordinários caíram 0,13%.

Setubal explicou que em março os sistemas operacionais dos dois bancos serão “tombados”, ou seja, as duas instituições passarão a operar na mesma plataforma tecnológica. “Isso resultará em uma redução importante dos custos com o Boston.”

De acordo com analistas, o que ocorreu com o balanço do Itaú de 2006 é normal em casos como este. “O BankBoston é um ativo relevante para ser absorvido, mesmo por um banco grande como o Itaú”, observou Marcel Artoni de Marco, analista do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad). Em março do ano passado, pouco antes da venda para o Itaú, o BankBoston era o 13º maior banco do Brasil, com ativos totais de R$ 23 bilhões.

Na avaliação de de Marco, os números do Itaú foram muito bons, apesar do BankBoston. Um levantamento realizado por ele mostra que as receitas brutas da instituição cresceram 46%, bem acima dos 13,4% do Bradesco, por exemplo.


Fonte: Estado de S. Paulo, 14/02/2007

13 fevereiro 2007

Correções das demonstrações continuam aumentando

Conforme reportagem do The Wall Street Journal (12/02/2007, Restatements Still Bedevil Firms), o número de correções(refazimentos) das demonstrações financeiras no mercado norte-americano aumentou em 2006, continuando uma tendência desde 2001. No ano passado foram 1.876 casos.

Entretanto, entre as grandes empresas o número de correções diminuiu pela primeira vez, de 242 (em 2005) para 196, no ano passado. Para Mark Cheffers, da AuditAnalytics, fonte dos dados e entrevistado do jornal, talvez a redução nas grandes empresas seja conseqüência dos melhores controles internos.

08 janeiro 2007

Nota do ano

O sítio Footnoted publica, diariamente, comentários sobre notas explicativas de diversas empresas norte-americanas. Por ser um sítio especializado e apresentar notícias novas e interessantes, o Footnoted é um sucesso na imprensa especializada, tendo sido várias vezes escolhido um dos melhores blogs.

Recentemente o blog escolheu a melhor notícia publicada em 2006: Aaron´s Rent, que gastou 1 milhão de dólares para ensinar os filhos do executivo Bill Butler a dirigir carros de corrida.

04 janeiro 2007

Problemas contábeis na Nortel

Na Nortel, um executivo testa seus limites
3/01/2007
Por Joann S. Lublin
The Wall Street Journal

TORONTO — Mike Zafirovski, o novo diretor-presidente da Nortel Networks Corp., levou um tremendo choque quando se reuniu com seu diretor financeiro no início de março último. Ele foi informado que a Nortel teria de refazer suas demonstrações financeiras pela terceira vez desde 2003.

Nas três noites anteriores à data marcada para dar a notícia a analistas de Wall Street, Zafirovski não conseguiu dormir. A companhia havia dito que tinha arrumado sua bagunça contábil fazia mais de um ano. Agora, "íamos ter de dizer de novo: 'Fizemos uma trapalhada'", lembra ele. Zafirovski estava preocupado com a reação de clientes, com a preservação de linhas de crédito e em defender as ações da Nortel na bolsa. Ele sabia que sua margem de manobra era limitada e sua credibilidade, frágil.

Zafirovski havia chegado à Nortel em novembro de 2005 com planos ambiciosos de ressuscitar a empresa de equipamentos de telecomunicações. Ele trazia fortes credenciais: 25 anos de ascensão na hierarquia da General Electric Co., seguidos de 5 anos na Motorola Inc., onde chegou ao posto número 2. Quando a Motorola contratou um diretor-presidente de outra companhia em 2003, Zafirovski decidiu chefiar outra banda.

Mas a presidência executiva acabou se provando um desafio bem maior do que ele jamais esperava. Sempre aparecem problemas inesperados: novos erros contábeis, processos na Justiça que ameaçam quebrar a empresa, investidores desiludidos, candidatos a emprego titubeantes e empregados descontentes. Zafirovski tem de lidar com tudo isso sem os ricos recursos da GE. A Nortel está às voltas com sistemas internos imperfeitos, uma grande burocracia interna e uma classificação de risco que deixa seus títulos de dívida no grau de investimento especulativo.

Com isso ele acabou trabalhando cem horas por semana, muitas vezes com não mais que quatro horas de sono à noite. Magro e alto, com penetrantes olhos azuis e um jeito de falar curto e grosso, Zafirovski, de 53 anos, é um competidor aguerrido que completou o difícil triatlo Ironman e oito maratonas. Fã de um mantra dos chefes da GE, o "otimismo à força", ele está sempre pra cima. Ainda assim, as incessantes demandas e a exaustiva agenda de seu novo cargo estão tendo um impacto. "Tenho sido exigido além do que julgava ser capaz", observa.



Desde que entrou para a Nortel, Zafirovski tem viajado entre a casa e o trabalho, morando em Toronto durante a semana e voando nas noites de sexta-feira para Lake Forest, no Estado americano de Illinois, para ver sua mulher e o mais novo dos três filhos do casal. E embora tenha ido adiante com uma viagem familiar de férias uma semana depois da correção dos balanços, ele passou metade do tempo ligando para clientes e respondendo a emails.

Perto de completar um ano no cargo, Zafirovski — natural da Macedônia e que mudou com os pais para os Estados Unidos quando tinha 16 anos — viu que a falta de sono estava tendo um impacto. "Eu estava me arrastando no fim do dia", diz ele, reconhecendo que quase cochilou durante algumas reuniões. Ele começou a se obrigar a um mínimo de cinco horas de sono.

Dia 16 de novembro, um ano e um dia depois de começar no emprego, Zafirovski refletiu sobre sua gestão até o momento. "É difícil ter uma idéia de todas essas pressões e expectativas se você nunca passou por elas", reconheceu, num raro distanciamento de seus tradicionais comentários positivos.

17 outubro 2006

Ibase adota maior rigor

Reportagem da Gazeta de hoje comenta que o Ibase terá mais rigor na concessão do selo ao balanço social.


Governança Corporativa - Mais rigor para ter selo do Ibase

São Paulo, 17 de Outubro de 2006 - Companhias terão que apresentar relatórios anuais no máximo até maio do ano seguinte. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) vai aumentar o rigor para conceder selo ao balanço social. A partir de agora, companhias interessadas em conseguir a etiqueta devem apresentar o relatório anual até maio do ano seguinte. Para o coordenador de responsabilidade social e ética do Ibase, Ciro Torres, o objetivo da medida é criar um padrão mínimo que permita à sociedade identificar as empresas realmente interessadas no assunto e as que o fazem apenas por modismo. "Dependendo de quando o documento é apresentado, as informações podem ficar perdidas no tempo", diz Torres.
A ausência de rigor na apresentação do documento, segundo ele, é uma das explicações para poucas empresas obterem o selo. "Recentemente, algumas empresas nos consultaram querendo informações sobre como obter o selo para o balanço de 2005, mas ainda nem começaram a preparar o documento", diz.
Atualmente, cerca de 400 companhias adotam o modelo do Ibase para apresentar o relatório de suas atividades sócio-ambientais. No entanto, pouco mais de 10% delas conseguem o selo. Além disso, o número de aprovadas caiu de 64 para 52 entre 2004 e 2005.
Nos últimos dois anos, o Ibase vem reduzindo gradualmente os prazos para apresentação dos relatórios. Em 2005, as candidatas ao selo também foram submetidas a uma audiência pública, tendo que responder a críticas e dúvidas de ONGs, clientes e órgãos de defesa do consumidor, entre outros. "Nem todas as empresas querem se submeter ao crivo da sociedade", avalia.
Raio X
O Ibase prepara para 2007, no aniversário de dez anos de criação do selo, o resultado de um estudo sobre os avanços obtidos sócio-ambientais das companhias brasileiras. Sem citar números, Torres adianta que diversas empresas ampliaram os esforços em prol de maior diversidade de gênero e de raça entre seus funcionários. Em contrapartida, a maior parte dos relatórios ainda revela incoerência e confusão entre ações sociais e responsabilidade empresarial. Na última edição do prêmio balanço social promovido em parceria entre a Fides e o Instituto Ethos, 85% dos relatórios inscritos apresentavam incoerências. "Ainda percebemos diferenças entre o discurso e a prática", diz.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)

14 outubro 2006

Evidenciação Contábil através de Blogs

O executivo Jonathan Schwartz, da Sun Microsystems (Nasdaq: SUNW) pergunto a Securities and Exchange Commission se as empresas podem evidenciar suas informações financeiras através de blogs.

Existem hoje um número cada vez maior de empresas que utilizam os blogs para comunicar com seus clientes e usuários. 30 das grandes empresas norte-americanas publicam agora em blogs corporativos, o dobro do número existente de dezembro de 2005. Fazem parte deste seleto grupo de empresas a Amazon.com, a Cisco Systems e a Oracle. Além disto, executivos de empresas como a Boeing e a General Motors também estão utilizando o blog como canal de comunicação.

Clique aqui para ler mais

11 outubro 2006

Melhora a qualidade das informações

O coordenador do prêmio Abrasca diz que as demonstrações contábeis estão melhores. Fonte: Gazeta Mercantil. Vide abaixo:

Cresce qualidade dos relatórios financeiros

São Paulo, 11 de Outubro de 2006 - As empresas estão ampliando o esmero na confecção dos relatórios anuais. A conclusão é do professor Lélio Lauretti, coordenador do prêmio Melhor Relatório Anual, promovido pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca). Segundo ele, o número de companhias que chegaram perto da nota máxima cresceu do ano passado para cá. "Mesmo com elevação da nota de corte, o desempenho das empresas foi bem maior", diz.

Na categoria empresa aberta, das 71 que se inscreveram, foram escolhidas 20 finalistas: ALL, Aracruz, Banco do Brasil, Itaú, Brasil Telecom, Cemig, Vale do Rio Doce, CPFL, CSN, Duratex, Embraer, Energias do Brasil, Gerdau, Itausa, Natura, Petrobras, Sadia, Unibanco, Usiminas e VCP. Serão premiadas as que obtiverem as cinco melhores pontuações.

Na categoria empresas fechadas, foram selecionadas sete dentre as 13 inscritas. São elas: Aché Laboratórios Farmacêuticos, Santander Banespa, Camargo Corrêa, Coimex, Petroquímica Triunfo, Primav Ecorodovias e Serasa. Serão premiadas as três primeiras.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Aluísio Alves)