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11 dezembro 2023

Retorno da Luckin

A Luckin Coffee nasceu na China em 2017 e teve um expansão muito rápida. Usando um aplicativo móvel e entrega eficiente, é uma loja minimalista. Mas consegue concorrer com a poderosa Starbucks. Abriu seu capital em 2019, mas logo a seguir esteve envolvida em um escândalo contábil. Em 2020 foi revelado que a empresa teria produzido não somente café, mas também receitas de 310 milhões de dólares. Recebeu um multa de 180 milhões da SEC, pois tinha ações negociadas na bolsa. 

Agora a empresa parece voltar aos velhos tempos, com uma grande expansão. Usando pontos autônomos e franquias, a empresa voltou a crescer:


09 dezembro 2023

Rir é o melhor remédio


 Depois do Bitcoin

Custo do julgamento para Trump

Eis um detalhe curioso do julgamento de Donald Trump, que está ocorrendo em Nova York. Só para recapitular, Trump e sua empresa estão sendo julgados por entregar informações superestimadas do seu patrimônio. Se for condenado, o ex-presidente dos Estados Unidos poderá pagar uma multa. Uma das questões envolvidas é quem foi o responsável por prestar informações enganosas, se Trump, sua empresa, seus funcionários ou a empresa de contabilidade. 


Em sua defesa, Trump trouxe especialistas para fortalecer os argumentos. Uma investigação da Business Insider mostrou que alguns dos especialistas chegam a cobrar 1.350 dólares por hora ou 22,50 dólares por minuto. 

Dois dos especialistas, que trabalham desde o início, afirmaram que não foram pagos. Eram amigos de Trump. Mas nove especialistas provavelmente foram contratados. A estimativa é que o custo talvez chegue a 2,33 milhões de dólares. O professor da Universidade de Nova York, Eli Bartov, foi um dos contratados e afirmou que passou 650 horas trabalhando no assunto. Supondo que ele tenha trabalhado 40 horas por semana, isso corresponde a 16 semanas de labuta, algo em torno de três meses e meio de regime integral. A estimativa do site é que Bartov talvez esteja recebendo pelo menos 877 mil dólares. 

No juri, Bartov afirmou que os bancos ignoraram as informações de Trump e que não tinha nenhuma fraude. 

Além de Bartov, há quatro das testemunhas pagas por Trump da empresa de consultoria internacional Ankura, incluindo o especialista em contabilidade Jason Flemmons, cujo depoimento há um mês contradisse o que Bartov diria esta semana. Para Flemmons, os problemas foram dos contadores externos de Trump. 

06 dezembro 2023

Mentiras profissionais

 Sobre mentiras no currículo:


O estudo da ResumeLab entrevistou quase 2 mil profissionais e descobriu que os trabalhadores mentem muito durante todo o processo seletivo de emprego. A quantidade de mentiras proferidas aumenta nas cartas de apresentação e atinge o pico durante as entrevistas.

As respostas de quando questionados “Você já mentiu em um currículo? foram:

70% dos trabalhadores confessam que mentiram nos seus currículos e 37% deles admitem que mentem com frequência. Outros 33% disseram que já mentiram uma ou duas vezes, 15% que não, mas já pensou em mentir e 5% que não e nunca pensou em mentir;

76% dos trabalhadores admitem ter mentido nas suas cartas de apresentação, com 50% deles admitindo mentir frequentemente;

80% dos trabalhadores afirmam ter mentido durante uma entrevista de emprego, com 44% daqueles que admitem mentir frequentemente.

Aqueles com mestrado ou doutorado relataram maior incidência de mentiras em seus currículos – 58% mentem com frequência e 27% mentiram uma ou duas vezes – em comparação com pessoas sem diploma universitário – 29% mentem com frequência e 42% mentiram uma ou duas vezes. Já aqueles com graduação completa foram os que menos disseram mentir: 30% mentem frequentemente e 33% mentiram uma ou duas vezes.

As principais mentiras contadas nos currículos estavam relacionadas a tornar os cargos anteriores e as responsabilidades já assumidas me mais atrativas (52%), exagerar o número de pessoas que já liderou (45%) e aumentar o tempo de emprego em determinada organização (37%). Confira outras principais mentiras que os candidatos a emprego contam em seus currículos:

atribuir a si responsabilidades que não tiveram na realidade – 52%;

fazer o cargo anterior ficar mais atrativo do que realmente é – 52%;

inventar quantas pessoas eu realmente liderei – 45%;

aumentar o tempo que estive empregado em uma organização – 37%;

mentir o nome da empresa que me contratou – 31%;

inflar métricas ou resultados que alcançou – 17%;

mentir sobre minhas habilidades – 15%;

inventar prêmios ou elogios que recebeu – 13%;

fingir ter feito trabalho voluntário – 11%;

colocar lugares onde não realmente se formou academicamente – 11%;

inventar uma experiência para preencher uma lacuna de tempo desempregado – 9%;

inventar ter conhecimentos técnicos, como saber mexer em ferramentas como Trello, Adobe, pacote Office, etc. – 5%.

Fonte: Forbes. Foto: Político cassado por mentir no seu currículo. 

Um parceiro obscuro

O procurador federal que obteve uma condenação contra Sam Bankman-Fried está supervisionando uma investigação do Departamento de Justiça sobre o comprador esportivo 777 Partners, cujo envolvimento com investidores dos EUA levantou questões sobre suas finanças já obscuras.

Nicolas Roos faz parte de uma equipe do DOJ investigando se a 777 violou as leis americanas de lavagem de dinheiro, entre outras infrações, em sua rápida ascensão de um investidor desconhecido em acordos legais de pagamento único para proprietário de equipes esportivas ao redor do mundo, informaram fontes próximas ao assunto.

O Distrito Sul de Nova York, onde casos importantes de fraudes financeiras costumam ser julgados, está discutindo uma investigação conjunta com a aplicação da lei em Miami, onde a 777 está sediada, disseram algumas das pessoas. O SDNY recusou-se a comentar. Uma porta-voz dos promotores da Flórida não retornou um pedido de comentário.

A 777 começou a adquirir equipes esportivas medianas na Europa e na América Latina nos últimos anos, mas ganhou destaque neste outono ao fazer uma oferta pelo Everton FC, um dos clubes de futebol mais antigos e financeiramente problemáticos da Inglaterra. Questões sobre a origem de seu dinheiro e a saúde de suas operações, que antes circulavam discretamente nos círculos do futebol, ganharam maior destaque nos mundos esportivo e financeiro.

A Semafor relatou que grande parte do dinheiro da 777 vem de várias operações de seguros, muitas delas financiadas por uma seguradora dos EUA cujo CEO exercia grande influência sobre suas operações e, em pelo menos uma ocasião, recebeu um empréstimo pessoal da empresa.

Apostando na Guerra

Veja que interessante: 


Um artigo acadêmico [publicado] esta semana encontrou apostas curiosamente grandes contra ações israelenses alguns dias antes do ataque do Hamas em 7 de outubro. As vendas a descoberto em um índice importante de ações israelenses (o próprio índice é negociado na Bolsa de Valores de Nova York) aumentaram para 28 vezes o nível médio dos últimos cinco anos em 2 de outubro, de acordo com Joshua Mitts, professor na Columbia, e Rob Jackson, ex-comissário da SEC que atualmente leciona na NYU.


A análise encontrou um aumento semelhante em 3 de abril, dois dias antes do início da Páscoa, quando o Hamas havia planejado inicialmente atacar. Os padrões de negociação sugerem algumas grandes apostas em vez de uma série de atividades menores, escrevem os autores.

Os lucros em questão são pequenos, embora Mitts observe que "isso é apenas o que podemos ver" e não inclui derivativos ou outras negociações mais privadas. O artigo também exigiu uma correção relacionada à moeda israelense e ao tamanho de quaisquer lucros obtidos nas negociações. No entanto, ele levanta de maneira crível a questão de se alguém sabia antecipadamente sobre um ataque que nem mesmo a inteligência israelense previu.

Vale ressaltar que os reguladores dos Estados Unidos passaram meses investigando um aumento nas apostas contra companhias aéreas nos dias que antecederam 11 de setembro de 2001. Eles não encontraram nada que não pudesse ser explicado por movimentos legítimos de mercado e, em última instância, atribuíram a responsabilidade a uma newsletter financeira popular que havia recomendado a negociação.

Foto: Levi Meir Clancy

Gráficos 2

 

Os dados da OMS mostram que as rodovias são perigosas na República Dominicana, mas os acidentes de carro não são expressivos em termos de morte na Islândia (onde as estradas não são "boas"). 

Entre 1951 a 2023, quantos anos um país teve recessão? Líbia, Argentina e Síria lideram. De 72 anos, 40% dos períodos a Líbia viveu um crescimento negativo. 

Das 320 mortes de pessoas Trans, 100 ocorreram no Brasil. 
As maiores delegações na COP28. Bom, o gráfico destaca os lobistas de combustíveis fósseis, mas chama a atenção para o segundo colocado, o Brasil, com 3 mil pessoas. É muita gente. Será necessário? Quem está pagando? 


05 dezembro 2023

Gráficos

 

Líderes do banking online. Turquia e Nigéria lideram, com 83% dos entrevistados dizendo que fazem transações bancárias online. A pesquisa foi feita entre abril de 2022 a março de 2023 em 56 países. Alemanha possui uma aceitação baixa. 

O desempenho de diversos países com respeito à proteção do clima. Nenhum país recebeu a classificação "muito alto", mas ranking destaca Dinamarca, Suécia e Chile, seguidos por Marrocos e Índia. A Índia é um dos maiores poluidores, mas como o índice é per capita, seu nome aparece na lista. Entre os piores, Irã, Arábia Saudita e Cazaquistão

Os dados da Charities Aid Foundation revelou que o Myanmar é o país mais generoso do mundo. 

O investimento em inteligência artificial aumentou muito nos últimos anos. Os dados são de oito milhões de empresas com ações negociadas na bolsa ou com capital fechado. 
Quase 50 mil mulheres foram mortas por familiares ou parceiros em 2022, especialmente na África e Ásia. Os dados são da Onu. Nas Américas, a situação é pior no México e Estados Unidos:


Uma outra fonte calculou o custo da violência contra a mulher. Os dados são da União Europeia e revelam o peso da justiça




Rir é o melhor remédio

 

"Humildade é meu maior ativo" (Illustration by Howard Chua-Eoan/Bloomberg)

02 dezembro 2023

Pensamento rápido e pensamento devagar

Tim Harford está bem interessante neste texto sobre o famoso experimento do taco e bola de Frederick. 

Para certos tipos de perguntas, existem respostas simples, elegantes e erradas. Veja o exemplo mais famoso do gênero, a pergunta "bater e bola": se um taco e uma bola juntos custam US $ 1,10, e o taco custa um dólar a mais que a bola, quanto custa a bola?


Isso é conhecido como um problema de reflexão cognitiva, porque foi projetado para ser um teste de sua capacidade de parar e pensar, em vez de um teste de matemática sofisticada. Há uma resposta tentadora e errada: 10 centavos. Mas um momento de reflexão diz que não pode estar certo: se a bola custa 10 centavos, o taco custa US $ 1,10 e os dois juntos não custam US $ 1,10. Algo não se soma.

O problema do taco e da bola foi desenvolvido pelo economista comportamental Shane Frederick, da Universidade de Yale, e ficou famoso pelo ganhador do Nobel Daniel Kahneman em seu livro Pensando, rápido e lento. É uma ilustração elegante do modelo de mente humana de Kahneman, que é que temos dois modos de pensar. Existe um sistema de processamento rápido e intuitivo, que resolve muitos problemas com facilidade graciosa, mas também pode ser atraído por erros, e há um módulo lógico mais lento e mais fácil, que pode determinar a resposta certa quando necessário.

O problema do taco e bola de Frederick oferece um engodo óbvio para o sistema de pensamento rápido, além de ter uma resposta correta que pode ser elaborada usando álgebra simples ou até tentativa e erro. A maioria das pessoas considera a resposta de chamariz de 10 centavos, mesmo que eventualmente produza a resposta correta. A resposta de engodo é mais popular quando as pessoas estão distraídas ou apressadas e a resposta correta leva mais tempo para produzir. (Você já conseguiu?)

O ponto de Frederick não é apenas uma curiosidade: a pesquisa do psicólogo de Cornell Gordon Pennycook e outros descobriu que pessoas que pontuam bem em problemas como o taco e a bola fazem um trabalho melhor para distinguir a verdade das notícias falsas partidárias.

O problema também levanta algumas questões intrigantes sobre o modelo de sistema duplo da mente. Por exemplo, quando as pessoas entendem errado a resposta, que atalho intuitivo as desvia? E eles estão realmente errados porque são descuidados? Ou é porque o quebra-cabeça está além de suas capacidades?

Em um fascinante artigo recente na revista Cognition, Andrew Meyer e Shane Frederick apresentam uma série de novos estudos, muitos deles ajustes sutis do problema do bastão e da bola. Esses ajustes permitem a Frederick e Meyer distinguir entre pessoas que erram porque interpretam sutilmente a pergunta de maneira equivocada e aquelas que subtraem sem pensar o número menor do maior. A verdade é mais complexa do que o modelo de pensamento rápido e lento: existem intuições diferentes e maneiras diferentes de estar errado.

Suponho que isso não deveria ser uma surpresa. Pennycook lembra que "a pergunta do bastão e da bola é apenas um único problema e, se pensarmos sobre como pensamos no mundo real, é óbvio que nossas intuições são variadas e complicadas".

O que me impressionou no artigo de Meyer e Frederick foi a forma como minuciosamente minaram a ideia que tornou famosa a pergunta do bastão e da bola - a de que muitas pessoas podem encontrar a resposta certa se simplesmente desacelerarem o suficiente para evitar a distração. Meyer e Frederick sugerem que isso não é o caso. Eles testam variantes da pergunta: em um caso, as pessoas são informadas: "DICA: 10 centavos não é a resposta"; em outro, recebem a instrução ousada: "Antes de responder, considere se a resposta poderia ser cinco centavos". Ambas as sugestões ajudam as pessoas a encontrar a resposta certa - que é, sim, cinco centavos - mas, em muitos casos, as pessoas ainda não conseguem descobrir.

Alguns participantes do experimento receberam a pergunta, seguida pela declaração ousada e explícita: "A resposta é cinco centavos. Por favor, insira o número cinco no espaço em branco abaixo: ___ centavos." Mais de 20% das pessoas não deram a resposta correta, apesar de serem informadas exatamente sobre o que deveriam escrever. Eles simplesmente não estão prestando atenção? Certamente não.

"Eles definitivamente ESTÃO prestando atenção", diz Frederick em um e-mail. Mais provavelmente, ele diz, eles estão se apegando obstinadamente ao seu primeiro palpite intuitivo e têm medo de serem enganados por um experimentador mal-intencionado.

Pennycook concorda. "Sempre há 20%", ele oferece, de forma um tanto irônica. "Vinte por cento das pessoas têm crenças loucas, 20 por cento das pessoas são altamente autoritárias." E 20 por cento das pessoas não escreverão a resposta correta para um problema de matemática, mesmo quando ela é entregue a elas de bandeja, porque confiam em sua intuição mais do que em truques de um experimentador astuto.

Meyer e Frederick propõem que poderíamos classificar as respostas à pergunta do bastão e da bola em três categorias: as reflexivas (que levam tempo para acertar da primeira vez), as descuidadas (que têm sucesso apenas quando recebem uma instrução para pensar mais) e as desesperadas (que não conseguem resolver o problema mesmo com dicas pesadas).

Se isso fosse apenas sobre quebra-cabeças lógicos engraçados, seria apenas uma diversão inofensiva. Mas as apostas são mais altas: lembre-se de que Pennycook estabeleceu uma clara conexão entre a capacidade de resolver tais quebra-cabeças e a capacidade de detectar notícias falsas. Eu argumentei em meu livro "Como fazer o mundo se somar" que algumas ferramentas mentais simples ajudariam todos a pensar mais claramente sobre os números que nos cercam. Se nos acalmássemos, diminuíssemos a velocidade, buscássemos comparações úteis e fizéssemos algumas perguntas básicas, chegaríamos à verdade.

Na época, eu não tinha o vocabulário, mas implicitamente argumentava que éramos descuidados, não desesperados. Espero que eu estivesse certo. Depois de alguma reflexão, não tenho tanta certeza.

Foto: Simon Reza

Rir é o melhor remédio


 Fonte: aqui

01 dezembro 2023

CR7 e Binance

O jogador de futebol Cristiano Ronaldo (foto) é um dos mais atuantes na rede social. Muitos seguidores tornam o jogador cobiçado para fins de divulgação de produtos. No passado, o português firmou um contrato com uma empresa, Binance, para promover sua criptomoeda. A empresa quebrou e a investigação chegou a uma multa de 4,3 bilhões de dólares em multa para a empresa. 


Agora, investidores que sentiram prejudicados pelo jogador, estão o processando. O jogador lançou uma coleção de NFTs, com valor de 77 dólares e o preço atual é bem menor, um dólar. Como a publicidade do jogador realmente ocorreu, os investidores estão jogando a culpa do prejuízo no jogador. E este sabia, ou deveria saber, das condições da empresa. 

Este é um caso interessante sobre falência de uma empresa e a busca por responsável para cobrir os prejuízos dos investidores. Entender que uma pessoa famosa que incentivou o crescimento de uma empresa e recebeu muito dinheiro, emprestando sua reputação em troca, não deixa de ser interessante. Se a justiça reconhece o dolo de uma celebridade que usa seu prestígio para divulgar uma fraude, um contrato de publicidade começa a envolver risco. Mas, um efeito positivo, é o fato das celebridades ficarem mais atentas aos produtos que vendem. 

Rir é o melhor remédio




 

Shakira faz acordo com o fisco espanhol

Depois de ser inicialmente acusada na Espanha de não pagar alguns milhões de euros em 2018, Shakira finalmente chegou a um acordo com os promotores do país para resolver um caso de fraude fiscal, assim como seu julgamento estava programado para começar.

Esperava-se que a colombiana enfrentasse alegações de fraude fiscal no valor de 14,5 milhões de euros (15,9 milhões de dólares) em um tribunal de Barcelona, segundo o relato da BBC.

Os promotores espanhóis originalmente queriam prender Shakira por oito anos e multá-la em 23,8 milhões de euros (26 milhões de dólares) se ela fosse considerada culpada.

No entanto, a mãe de dois filhos de 46 anos compareceu ao tribunal na segunda-feira (20 de novembro) e concordou em pagar uma multa de 7 milhões de euros (US $ 7,7 milhões).

"Tomei a decisão de finalmente resolver esse problema para o melhor interesse dos meus filhos", explicou a cantora. 

A cantora de Hips Don't Lie negou qualquer irregularidade na seguinte declaração: "Ao longo da minha carreira, sempre me esforcei para fazer o que é certo e dar um exemplo positivo para os outros."

“Isso geralmente significa dar um passo extra nas decisões financeiras pessoais e comerciais para obter o melhor conselho absoluto, incluindo a busca de conselhos das autoridades fiscais mais importantes do mundo, PricewaterhouseCoopers International Limited e Ernst & Young Global Limited, que foram meus consultores durante todo esse processo."

“Infelizmente, e apesar desses esforços, as autoridades fiscais da Espanha entraram com um processo contra mim, como fizeram contra muitos atletas profissionais e outros indivíduos de alto nível, drenando a energia, o tempo e a tranquilidade dessas pessoas por anos seguidos."

[Isso significa que ela se considera de alto nível] 

Traduzido daqui

Mulher e desempenho na empresa

Apesar da sabedoria convencional de que as mulheres membros do conselho impactam positivamente o desempenho da empresa, uma análise detalhada das pesquisas até o momento não revela consenso quanto ao efeito positivo ou negativo das mulheres membros do conselho sobre o desempenho da empresa. Construímos o maior conjunto de dados de nomeações para conselhos australianos já montado até o momento. Utilizamos nossos dados para demonstrar quão difícil é replicar pesquisas existentes, com um exemplo da Austrália e outro dos Estados Unidos. Por meio de estudos de eventos e análises de regressão, demonstramos que há poucas evidências de que a representação feminina no conselho afete o desempenho financeiro da empresa.


O texto completo está aqui. Recentemente uma orientação de graduação que fiz chegou a uma conclusão próxima: 

a presença do gênero feminino no comando de uma empresa não foi fator relevante para seu desempenho durante a crise pandêmica


O Lado bom da Fraude

A fraude pode ter um efeito positivo. Eis o resumo:  


A fraude nas demonstrações financeiras gera muitos efeitos negativos, incluindo a redução da disposição das pessoas em participar no mercado de ações. Se também estigmatiza a contabilidade, pode afetar adversamente a quantidade e qualidade de profissionais dispostos a se tornarem contadores, potencialmente criando efeitos negativos por anos. Examinamos o impacto da fraude na força de trabalho que ingressa na profissão contábil, que é um componente chave na produção de informações contábeis (ou seja, o resultado). Usando dados que descrevem milhões de estudantes universitários nos Estados Unidos, descobrimos que os estudantes que ingressam na faculdade têm uma probabilidade maior de escolher contabilidade quando ocorrem fraudes locais durante seus anos formativos. Esses estudantes também têm mais probabilidade de possuir atributos desejados pela profissão contábil (por exemplo, alta aptidão acadêmica) e são mais propensos a posteriormente atuar na public accounting e se tornar Contadores Públicos Certificados. No contexto de outras áreas (ou seja, todas as especializações universitárias), descobrimos que a fraude estimula o interesse em outras disciplinas de negócios, mas não em especializações fora das escolas de negócios. No entanto, aqueles atraídos por outras disciplinas de negócios geralmente possuem características diferentes. Especificamente, os estudantes que ingressam na contabilidade têm uma probabilidade distintamente maior de apresentar valores defendidos pela profissão contábil, incluindo uma predisposição para o serviço público e uma orientação menos comercial. Assim, motivações não pecuniárias parecem impulsionar de maneira única a matrícula de estudantes de contabilidade após a ocorrência de fraudes. Coletivamente, nossas descobertas sugerem que, embora a fraude seja inegavelmente prejudicial, ela parece ter a consequência não intencional positiva de atrair mão de obra para disciplinas de negócios e, na contabilidade, aumentar a prevalência de características desejáveis entre os ingressantes.

Externalities of Financial Statement Fraud on the Incoming Accounting Labor Force - Robert Carnes, Dane Christensen & Paul Madsen - Journal of Accounting Research, December 2023, Pages 1531-1589 

foto: Bermix Studio

30 novembro 2023

Sobre conflito de interesse


Quando Sam Altman perdeu o emprego no OpenAI, a startup avaliada em mais de US $ 50 bilhões, houve muitos pecados que me pareciam particularmente graves. A primeira foi que ele estava procurando levantar bilhões para iniciar sua própria empresa de chips, que poderia vender para a OpenAI (lucrando com a venda) e a segunda foi que ele estava levantando bilhões para construir um dispositivo de hardware onde os modelos OpenAI seriam alojados (lucrando novamente). Para turvar ainda mais as águas, o principal parceiro da OpenAI, a Microsoft, compra energia de uma empresa em que Altman é um dos principais acionistas. O fundo interno de VC [Venture Capital] da OpenAI liderou um aporte em uma empresa na qual Altman também é principal acionista. Altman possui ações de algumas das empresas de tecnologia mais movimentadas do mundo, incluindo Stripe, Instacart e Humane. Muitas, se não todas, essas empresas estão usando a tecnologia que a OpenAI está vendendo. 

Isso é conflito de interesses suficiente para fazer o cérebro de um advogado corporativo se espalhar como um sol moribundo. É uma quantidade ridícula de incentivos desalinhados.

(...) É importante mencionar que o conselho não disse nada publicamente. As únicas coisas que sabemos sobre o quê levou à decisão deles parece frágil, na melhor das hipóteses. Minha reação e a do público seriam diferentes se o conselho tivesse realmente dado uma razão substantiva. 

Para seu crédito, Altman fez um trabalho incrível na construção de uma equipe que o adora, e uma persona pública que a mídia e o público em geral também idolatram. Ele construiu uma das empresas de tecnologia do consumidor que mais cresce e mais bem-sucedida de todos os tempos, aparentemente por pura força de vontade. (...)

A postagem acima foi escrita antes da volta de Altman, mas há aspectos interessantes nela. 


História da Riqueza do Brasil e a Contabilidade

É possível encontrar em algumas obras alguma notícia sobre a história da contabilidade no Brasil a partir do início da colonização do país por parte dos portugueses. Se de um lado isto significa deixar de lado contagem de patrimônio rudimentar dos povos que viviam no Brasil, por outro lado valoriza demais um período de marasmo no país. É sempre bom lembrar que em Portugal não tinha adotado as partidas dobradas, algo que só ocorreu em meados dos anos de 1700. O país prefere excluir o progresso e ignora a principal inovação ocorrida na Europa e já de conhecimento de comerciantes desde 1300. 

Ao tentar buscar tirar a diferença entre a economia de Portugal e outros países da Europa, o Marquês de Pombal cria uma escola de negócios e com ela a necessidade de ensinar as partidas dobradas. Isso 450 anos depois do aparecimento das partidas dobradas. E é importante notar que o Brasil, apesar de ser a principal fonte de receita do reino, não tinha imprensa e nem universidade, ao contrário da América Espanhola. Ou seja, estamos no atraso total.

Sobre o fato do Brasil ser a fonte de riqueza de Portugal, veja o que diz Caldeira, Historia da Riqueza, p. 103:

No final do século XVII, o Brasil fornecia cerca de 60% da receita tributária de Portugal, enquanto as demais partes do império ultramarino (possessões africanas, com destaque para Angola, onde traficantes brasileiros pagavam impostos, além de uns poucos domínios asiáticos restantes) forneciam 20%. No total, 80% das receitas tributárias do império vinham das possessões e apenas 20% dos moradores metropolitanos. Naquilo que se refere às despesas, 75% delas eram realizadas no Reino e 25% no ultramar. 

Outro dado interessante, do mesmo livro (p. 159)

Entre 1796 e 1807, as exportações brasileiras corresponderam a nada menos que 83,7% do total de todas as exportações coloniais para a metrópole. 

Uma das condições necessárias para a adoção das partidas dobradas era a existência de pessoas alfabetizadas. O Brasil não tinha nenhuma tipografia autorizada - era na verdada proibido ter máquinas de impressão inventada por Gutemberg trezentos anos antes, e eram negados todos os pedidos de criação de faculdades no país. Livros, só impressos em Lisboa, com autorização dos censores. Apesar do crescimento econômico do país entre a descoberta e os anos de 1800,  o que incluía um grande mercado interno, o atraso da metrópole teve influencia sobre o nosso país. 

Parte da diferença é reduzida com a chegada de Dom João ao país. Ele trouxe a escola de negócios, chamada de Academia de Comércio, a imprensa, agora permitida, e profissionais contábeis. Com isso, podemos dizer que pela primeira vez o país tem uma contabilidade por partidas dobradas, mas talvez restrita a alguns poucos negócios, mas não ao governo. É preciso uma maior investigação aqui para saber o real grau de desenvolvimento da contabilidade da época. 

Entre o governo de Dom João e de Dom Pedro I, a bagunça das finanças públicas brasileiras, decorrente da má gestão dos dois reis citados, impede um maior progresso dos negócios. O acordo que Pedro fez para acertar a independência do país incluía um empréstimo secreto, usado pelo próprio Pedro, para investir nos seus interesses políticos em Portugal. Pagamos caro para ficar livre dos portugueses e muito mais ainda para livrar de Pedro I. O imperador brasileiro fez um empréstimo de 3 milhões de libras esterlinas da época, que correspondia a dois terços das exportações do país ou 10% da economia, sendo que 600 mil ficou no Banco do Brasil e o restante foi usado no exército e missões diplomáticas na Europa. 

A regência trouxe a primeira eleição do país, mas eram necessários acertos na estrutura que não foi obtido nem com os regentes, nem com o sucessor Pedro II. Merece destaque aqui o governo de Feijó, o primeiro governante eleito do nosso país. Feijó tinha boas qualidades e uma delas era o respeito ao legislativo, algo que não aconteceu com Pedro I e nem com Pedro II. Outra qualidade de Feijó foi sua gestão fiscal. Ele reduziu substancialmente o exército, dispensando 30 mil soldades, o que representava uma redução de gasto de 36% neste item. Cortou a emissão de moeda e vários gastos. Ele conseguiu a aprovação do código criminal e do código de processo, um avanço na justiça brasileira. Sua herança foi o equilíbrio das finanças públicas.  


Apesar do Código Comercial, de leis decorrentes e alguns avanços nos negócios, o período do Império representou um tempo que deveríamos esquecer. Veja o caso da Lei 2711. Segundo Caldeira: 

introduzia restrições para a formação de empresas - restrições tão severas que acabou sendo conhecida como "Lei dos Entraves"

De certa forma, este blog já dedicou bastante espaço para esse período, que teve a primeira obra publicada de contabilidade, a primeira associação de profissionais e normas bancárias. Mas a economia realmente não avançou, teve a invasão do Paraguai e a falência do Banco Souto. 

Minha leitura atual, História da Riqueza, de Jorge Caldeira, e anterior, Adeus Senhor Portugal, revelam esse pano de fundo. Minha lembrança da história da contabilidade é tradicional, ensinada na escola. Minhas descobertas recentes mostram que o país merecia um destino melhor do que o julgo português. E que a vida o Império foi, antes de tudo, um atraso na vida econômica do Brasil. A derrubada de Pedro I, pelo legislativo, e de Pedro II, pelos militares, demorou demais. 

No período do segundo império ocorreu um aumento na alfabetização da população, de 2% para 17%. Isso era pouco no comparativo com o mundo moderno, onde vários países já estavam próximos de alcançar a alfabetização da população adulta. A população saiu de 4,4 milhões de habitantes em 1819 para 14,3 milhões em 1890. A renda per capita saiu de 670 dólares, em 1820, para ridículos 704 dólares, em 1890. Compare isso com os Estados Unidos, que saiu de 1300, em 1820, para 4 mil, em 1900. Foi o século perdido:

o século XIX como um todo e o período imperial em particular, foi um período de estagnação da economia brasileira e, por outro lado, de aceleração da economia mundial. Foi, portanto, um período de acentuado atraso para o país na comparação com o mundo (Caldeira, p. 297)

27 novembro 2023

Museu da Internet

 Se temos museu de várias coisas, surge agora o museu da internet. Sites antigos são curiosos de ver. Eis uma amostra:


em 2005

em 2004

2004

em 2001

em 2002

23 novembro 2023

Armadilha da Mídia Social

 Eis o resumo


Individuals might experience negative utility from not consuming a popular product. For example, being inactive on social media can lead to social exclusion or not owning luxury brands can be associated with having a low social status. We show that, in the presence of such spillovers to non-users, standard measures that take aggregate consumption as given fail to appropriately capture welfare. We propose a new methodology to measure welfare that accounts for these consumption spillovers, which we apply to estimate the consumer surplus of two popular social media platforms, TikTok and Instagram. In large-scale, incentivized experiments with college students, we show that, while the standard welfare measure suggests a large and positive surplus, our measure accounting for consumption spillovers indicates a negative surplus, with a large share of active users deriving negative utility. We also shed light on the drivers of consumption spillovers to non-users in the case of social media and show that, in this setting, the “fear of missing out” plays an important role. Our framework and estimates highlight the possibility of product market traps, where large shares of consumers are trapped in an inefficient equilibrium and would prefer the product not to exist.

Ou seja, o medo de perder tem um papel importante e há uma armadilha na mídia social. 

When Product Markets Become Collective Traps: The Case of Social Media - Leonardo Bursztyn, Benjamin R. Handel, Rafael Jimenez & Christopher Roth - WORKING PAPER 31771 - DOI 10.3386/w31771