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24 dezembro 2016

Fato da Semana: Relatório do Departamento de Justiça dos EUA

Fato: Relatório do Departamento de Justiça dos EUA

Data: 22 de dezembro

Histórico
2014 = Início da operação Lava Jato, que investiga a corrupção na empresa Petrobras. A empresa estatal participava como acionista da Braskem. Diversas empresas estão sendo investigadas por corromper funcionários da estatal, incluindo a Braskem e a Odebrecht.
2015 = No meio do ano o principal executivo da Odebrecht é preso, sendo condenado, menos de um ano depois, a 19 anos de cadeia.
2016 = Por ser uma empresa com ações na Bolsa dos EUA, o problema da Braskem interessa as autoridades daquele país. Já o Odebrecht tem diversos projetos no exterior. Com o apoio das autoridades do Brasil, o Departamento de Justiça produz um relatório destacando o esquema de corrupção. Em conjunto com o Brasil e Suíça, divulgam-se as multas aplicadas as empresas. Para Braskem, a não cooperação na investigação significou o aumento no valor a ser pago.

Relevância

A divulgação de diversos países onde a Odebrecht pagou propina pode trazer diversas implicações legais no futuro, ameaçando os negócios da empresa.
A evidenciação de solicitação de dinheiro por parte de autoridades brasileiras para a campanha presidencial também pode trazer implicações, incluindo a possibilidade das ex-autoridades serem presas quando estiverem nos EUA e em outros países.
Um aspecto interessante é a ausência da CGU. Onde está a controladoria geral da união? Outro ponto é que tudo está ocorrendo mais rápido do que o normal para nossa justiça.

Notícia boa para contabilidade?
"Não. Novamente a questão de controles internos merece uma discussão nas grandes empresas brasileiras. A forma de fazer negócios no país, baseado em acordos "privados", precisa mudar e a contabilidade deveria ter um papel relevante na mudança."
O texto acima é da semana passada, mas ainda é válido. Que tal repensar o papel da CGU e da justiça superior do país?
Outro aspecto que consta do relatório é a participação de um amigo do ex-presidente, um doutor em contabilidade, que foi um grande incentivador da adoção de custos no setor público.

Desdobramentos
O relatório do Departamento de Justiça não apresentou explicitamente o nome das pessoas envolvidas, mas já se sabe quem é quem. O processo contra estas pessoas deve seguir adiante.
Os países citados onde a empresa Odebrecht atuou através de propinas devem realizar suas investigações. Proibições de negócios futuros, pedido de congelamento de bens da empresa e solicitações de cooperação com a justiça brasileira devem ocorrer nos próximos dias.

Mas a semana só teve isto?
Não. A emissão de novas instruções da CVM, incluindo reconhecimento da receita e instrumentos financeiros, também é um destaque da semana.

Rir é o melhor remédio


23 dezembro 2016

Planeta

Planeta Corporación, la matriz del grupo Planeta, cerró el ejercicio 2015 con unas pérdidas de 25,8 millones de euros, según las cuentas individuales depositadas en el Registro Mercantil. Sin embargo, el auditor advierte en su informe de que la sociedad registró con cargo a reservas un deterioro bruto de 35,7 millones por su inversión en Jaipur Investment SL que en realidad “debería haber sido registrado” en la cuenta de pérdidas y ganancias, lo cual hubiera aumentado los números rojos registrados.

La matriz de Planeta recibió un toque del auditor en sus cuentas del ejercicio 2015, en este caso KPMG. Fuentes del grupo recalcaron que Planeta Corporación es la sociedad holding, tenedora de acciones y de los servicios corporativos y que no son las cuentas consolidadas del mismo. Esas cuentas aún no están disponibles en el Registro Mercantil. Ese año el grupo salió de números rojos y ganó 15,6 millones de euros, mientras que la facturación creció el 8%, hasta los 2.364 millones.

Sin embargo, en las cuentas de la matriz, consta que en 2015 el grupo vio cómo su inversión financiera en la sociedad Jaipur Investment SL —a través de la cual vehicula sus participaciones en Banco Sabadell— se deterioraba por un importe de 35,7 millones de euros.

La sociedad —editora de La Razón y propietaria de Antena 3 y La Sexta— explica que ese valor se estimó “en base a la diferencia” que se puso de manifiesto el 31 de diciembre de 2015 entre “el valor recuperable y el valor contable” de la inversión realizada. Ese deterioro se llevó al epígrafe “otras reservas” del balance por un importe de 26,8 millones, correspondiente al valor neto de la pérdida, es decir, una vez descontado el efecto impositivo.

Salvedades

El auditor, en su informe sobre las cuentas, difiere de esa actuación y hace constar una salvedad. KPMG constata que esa dotación se ha llevado al epígrafe “reservas” del balance por 26,8 millones, pero advierte de que debería haberse llevado a la cuenta de pérdidas y ganancias.

“Debido a que dicho deterioro se ha puesto de manifiesto en el ejercicio 2015, el mismo debería haber sido registrado con cargo al epígrafe Pérdidas netas por deterioro de la cuenta de pérdidas y ganancias del ejercicio 2015 adjunta, en lugar de con cargo al epígrafe reservas”.

Planeta Corporación cerró 2015 con unas pérdidas de 25,8 millones, lo cual supone más que triplicar los números rojos del año anterior, cuando fueron de 7,8 millones. El grupo presidido por José Creuheras tiene a través de Jaipur Investments y Hemisferio —la sociedad patrimonial— una participación del 2,6% de Banco Sabadell, según consta en la última comunicación a la Comisión del Mercado de Valores.

El País

Similaridade na contabilidade

Management reports (MR) are used as companies’ communication tool for broadcasting a message or image to its shareholders. This study presents an investigation of the structure of MR with the purpose of verifying if there is a repetition of data. The aim of the study was to identify which variables explain the similarity between the MR that were published by companies listed in the Brazilian stock market. The results signalled that most of these companies had only specific modifications at their reports. The fact that other independent variables were not shown as explanatory at the obtained model may suggest that the maintenance of similar reports’ structures is a usual practice, regardless of their characteristics.

Via aqui

Links

Deutche Bank irá pagar quase 7 bilhões pelos reguladores dos EUA

Petrobras irá vender a "Pasadena" do Japão

A melhor série de 2016 (ao lado) (que também é o melhor filme)

"Só" 29%  sabem da situação financeira da Oi

Rir é o melhor remédio

Peanuts e Stranger Things




22 dezembro 2016

Novas normas

Deliberação CVM 760 = que aprova o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 09 referente aos Pronunciamentos CPC 02 (R2), CPC 26 (R1), CPC 39 e Interpretação Técnica ICPC 09 (R2), emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). Foram promovidas alterações decorrentes das seguintes mudanças: i. CPC 02 (R2) – ajuste do texto para ficar alinhado ao correspondente IAS; ii. CPC 26 (R1) e CPC 39 – correção do texto por erro de transcrição; iii. CPC 39 – correção do texto por erro de transcrição; e iv. ICPC 09 (R2) - itens de divulgação nas demonstrações contábeis consolidadas e individuais sobre aquisições adicionais de participação societária após a obtenção de controle.

Deliberação CVM 761, que aprova o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº 10 referente aos Pronunciamentos CPC 03 (R2) e CPC 32, emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. As alterações foram promovidas em virtude de esclarecimentos feitos pelo IASB sobre passivos decorrentes de atividade de financiamento

Deliberação CVM 762 = que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 47 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, referente à receita de contrato com cliente. Substitui o CPC 30 – Receita e outros documentos do CPC correlacionados ao reconhecimento de receitas.

Deliberação CVM 763, que aprova o Pronunciamento Técnico CPC 48 do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, referente a instrumentos financeiros.

Fonte: Aqui

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Mais um para sorrir

21 dezembro 2016

Punição para corrupção

Os jornais informam que hoje deverá ser anunciado o acordo entre a Odebrecht, Braskem e os governos dos Estados Unidos e Suíça. Segundo o Valor, o acordo deverá ser de R$1,4 bilhão, sendo metade para cada uma das empresas. O Estado de S Paulo comenta em 1,6 bilhão de reais. O NYT aposta que o valor pode chegar a 3 bilhões de dólares.

Trata-se de uma das maiores punições para uma empresa envolvida em práticas de corrupção. Recentemente a empresa divulgou um pedido de desculpas, dizendo que não participaria mais de atividades ilícitas. Cerca de 77 executivos da empresa estão fazendo delações, numa estrategia de defesa que poderá prorrogar a lava-jato por anos, impedindo a punição dos corruptores e corrompidos. Além disto, em nenhum momento, a empresa anunciou a retirada dos executivos da gestão da empresa.

É interessante notar que se a multa da Braskem for de 700 milhões de reais, um valor de três dígitos será da Petrobras.

Duas notícias sobre a Deloitte

Primeira notícia: O gráfico acima é do Valor Econômico, que divulga uma reportagem sobre a qualidade das auditorias realizadas pelas Big Four nos Estados Unidos e fora dos EUA. Quanto maior a diferença entre o trecho mais escuro e o gráfico mais claro, pior a qualidade das auditorias realizadas fora dos EUA. É inegável a discrepância de qualidade na empresa Deloitte.

Segunda notícia: Um memorando interno de duas páginas da empresa Deloitte vazou em novembro na Inglaterra. O assunto era a saída do país da Comunidade Européia, ou Brexit. O documento indicava que o governo de Theresa May não estava preparado para o Brexit, o que teria ofendido o governo britânico. A empresa perderá contratos com o governo britânico por um período de seis meses.

Links

Um ano de memes (em inglês)

Cientista de 102 anos ganhou o direito de trabalhar na Universidade

Responsabilidade do auditor: caso contra a PwC

Os brasileiros são latinos?

Marcha da vergonha da Indonésia é aplicada a dois turistas

Rir é o melhor remédio

Este é para SORRIR ♪ ♫ ♩ 



20 dezembro 2016

Espionagem

"Nosso trabalho era espionar a Ernst & Young, a PriceWaterhouseCoopers, a KPMG e alguns dos concorrentes de consultoria", disse uma pessoa que trabalhou na unidade. "Estávamos tentando roubar seus modelos de preços, como eles determinavam descontos e, especialmente, novas linhas de produtos ou linhas de serviços".

Tratava-se de uma unidade operada por um ex-agente da CIA, a agência de espionagem dos EUA, numa empresa de auditoria. Advinha qual empresa era? Isto mesmo, a Deloitte. Depois da multa recorde, dos problemas na filial do México e na da Holanda, agora se descobre que a Deloitte criou um grupo para fazer espionagem nos concorrentes. Isto envolvia ouvir conversas nos banheiros para escutar conversas que interessavam a empresa.

Resenha: Sapiens

Sapiens é um livro de história que se transformou, conforme expresso na capa, num best-seller internacional. Com um título de Sapiens – Uma breve história da humanidade, o seu autor, Harari, percorre duzentos mil anos da nossa vida na terra. Harari divide a história em três fases. A primeira é a revolução cognitiva, que fez com que o sapiens começasse a aprender uma linguagem e a se comunicar. A revolução agrícola é considerada a “maior fraude da história”. Harari defende que esta fase contribui para muitos dos males da humanidade: doença, alimentação ruim, guerras etc. A última fase apareceu na península ibérica e foi denominada de revolução científica.

A razão do sucesso é logo percebida nas primeiras páginas: leitura fácil, sem muitas datas e fatos, teses interessantes e bons argumentos. Quando o autor faz uma análise das descobertas espanholas e portuguesas, ele questiona a razão de ter ocorrido na Europa. Segundo Harari, tanto a China quanto a Arábia tinham conhecimento suficiente para promover as aventuras marítimas e dominar o mundo até então desconhecido. O que fez com que a Europa tomasse a dianteira na economia mundial? O autor salienta que até o século XVIII a China ainda era a maior economia do mundo, mas que foi rapidamente suplantada pela Inglaterra e outras nações ocidentais. Ele mostra que a diferença ocorreu nas instituições, que promoveram o desenvolvimento do capitalismo na Europa e algumas nações de colonização europeia.

Tome o exemplo da Índia. Antes da chegada do imperialismo britânico existia um aglomerado de povos. A exploração da Índia pela Inglaterra trouxe junto a ciência. Ao contrário dos romanos, persas, mongóis, os imperialistas ocidentais tinham um real interesse em conhecer os povos subjugados. Foram os britânicos que fizeram descobertas arqueológicas importantes na Índia (e também no Egito, lembre-se). Assim, a terceira fase da história do sapiens caracteriza-se pela utilização da ciência. Mas não somente isto. Segundo Harari, o sapiens moderno difere das tradições anteriores em três aspectos: a disposição para admitir a ignorância (!!!), o centro na observação e na matemática (!!!) e a aquisição de novas capacidades (tecnologias, teorias etc).

Vale a pena? Sim. É um bom livro de história, com teses interessantes e leitura agradável (exceto talvez a parte final do mesmo).

HARARI, Sapiens – Uma breve história da Humanidade. LPM, 2016

Evidenciação: o exemplar lido foi adquirido com os recursos financeiros do autor da postagem.

19 dezembro 2016

História da Contabilidade: Relatório aos Acionistas da Cia União e Industria de 1861

Mariano Procópio foi um engenheiro e político brasileiro, nascido em Barbacena em 1821. Depois de estudar na Europa, com 33 anos ele recebeu uma concessão para construção de uma estrada partindo de Petrópolis até Minas Gerais. Ele constituiu uma empresa que recebeu o nome pouco criativo de Companhia União e Indústria, que iniciou os trabalhos em 1856. Dois anos depois, o primeiro trecho é inaugurado e em 1861 o trecho de 144 quilômetros era percorrido pelo imperador numa diligência, fazendo a viagem de Petrópolis a Juiz de Fora.

A estrada foi muito importante para o desenvolvimento da cidade mineira e representou a primeira rodovia que utilizou a técnica de pavimentação Macadame na América Latina. Para construir a estrada, Ferreira Lage contou com empréstimo externo (decreto 1.045 de 1859) e empréstimo externo (Decreto 2505. de 1859). Da estrada sobraram várias construções, incluindo pontes, viadutos e estações. A estrada faz parte dos sistemas rodoviários estaduais e federais: RJ 134, BR 393, RJ 131, RJ 151, MG 874, BR 267 e BR 040 (ex- BR3).

O projeto de financiamento do empreendimento incluía empréstimos externos, aportes do tesouro e obras executadas por fazendeiros beneficiários da rodovia. Mas talvez este não seja o principal ponto de interesse para a história da contabilidade. Antes de prosseguir é bom lembrar que a primeira evidenciação contábil ocorrida no Brasil foi no período anterior à independência, conforme já mostramos anteriormente neste blog. As informações contábeis eram publicadas principalmente pelas entidades do terceiro setor, mostrando a destinação dos recursos originários de doações e loterias. A evidenciação de empresas não era muito comum antes e depois da independência. Em 1861 a Companhia União e Indústria faz algo diferente, ao divulgar um extenso relatório para assembleia geral dos acionistas. São 66 páginas que incluía não somente o balanço da empresa, mas também uma análise das obras da estrada que estava em construção, uma apuração do custo da légua (medida de distância, ainda hoje usada em alguns lugares do país), um detalhamento dos dois empréstimos decorrentes dos decretos citados anteriormente, uma apuração do resultado por trecho da estrada, entre outras informações. Ferreira Lage faz uma dissertação sobre a situação da empresa e das dificuldades encontradas na execução da obra.

O relatório da Companhia União e Indústria não apresenta algumas informações corriqueiras para os dias atuais, como o parecer do auditor, mutações do patrimônio ou assinatura do contador. Mas talvez seja um dos mais completos relatórios publicados no Brasil da metade do século XIX. Para os interessados, o relatório pode ser obtido na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional.

18 dezembro 2016

Fato da Semana: Multa da Braskem

Fato: Braskem paga uma multa de 3 bilhões de reais

Data: 14 de dezembro de 2016


Histórico

2002 - A Braskem é formada através da junção das empresas Copene, OPP, Trikem, Nitrocarbono, Proppet e Polialden
2014 - Começa a operação Lava Jato, que investiga diversos esquemas de corrupção na empresa Petrobras, um dos acionistas da Braskem.
mar/15 - Numa das denúncias, um acordo de aquisição de produtos entre a Braskem e Petrobras foi colocado sob suspeita. A empresa divulga fato relevante negando as acusações.

Relevância

O acordo ficou bem abaixo do esperado pelo mercado. E uma estimativa do prejuízo provocado pela Braskem na Petrobras indicou que os benefícios da Braskem superaram substancialmente o valor da multa: 6 bilhões de vantagens obtidas versus uma multa de 3,1 bilhões.
Além disto, como a Petrobras possui parte das ações da Braskem.
A ação coletiva nos Estados Unidos continua e a empresa, nesta ação, não nega o pagamento de propina, que provavelmente ocorreu.

Notícia boa para contabilidade?

Novamente a questão de controles internos merece uma discussão nas grandes empresas brasileiras. A forma de fazer negócios no país, baseado em acordos "privados", precisa mudar e a contabilidade deveria ter um papel relevante na mudança.

Desdobramentos

O fato do acordo aparentemente ser vantajoso para Braskem pode colocar em questionamento o acordo no futuro. Mas as mudanças ocorridas nos últimos anos podem ser cruciais para a redução estrutural da corrupção no país.

Mas a semana só teve isto? Sim.

14 dezembro 2016

Punido por não ter escrituração

A CVM puniu a empresa Ativos Brasileiros S.A. (olha aí a ironia do nome) por "não manter escrituração contábil" o que levou a entrega incompleta do formulário de referência. E outra empresa, Cerâmicas Chiarelli, também foi punida por não ter feito as demonstrações contábeis. Finalmente, a Intercosmetic, também não tinha escrituração contábil.