05 julho 2012
Cuba

Primavera em Cuba
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.
Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.
Luiz Eduardo Vasconcelos e Odemiro Fonseca
O Globo, 25/05/2012
Luiz Eduardo Vasconcelos é engenheiro e Odemiro Fonseca é empresário.
Visitar Havana é ver que o tempo pode parar. A arquitetura de casas e prédios parou no modernismo dos anos cinquenta. Os carros pararam nos rabos de peixe. Os bares pararam nos mojitos e daiquiris. Nas pessoas, há languidez na forma de agir. E os costumes à mesa, nas roupas, na linguagem, no conhecimento e na forma de argumentar mostram que o longo isolamento criou um fosso comportamental entre a ilha e o mundo.
Essa ilha linda, habitada por um povo alegre e musical, nunca foi independente em economia. Primeiro os colonizadores espanhóis, com seus portos fechados e legitimando a escravidão, que somente acabou em 1886. As lutas anticoloniais devastaram os barões de açúcar e tabaco e entraram os americanos comprando tudo. Já se manifestava então o espírito antiamericano na aristocracia rural e entre os intelectuais.
Depois da revolução de 1959, vieram os russos, construindo usinas a óleo diesel e grandes obras. E autoestradas, até hoje vazias. Infraestrutura ajuda se for usada. Como no comunismo não existe custo de capital, é em tais países onde se veem os melhores exemplos de desperdício de capital. Agora Cuba vive de ajuda chinesa, do petróleo de Chaves e dos turistas — que este ano vão ser três milhões. Os canadenses patrocinaram o horrendo aeroporto internacional de Havana e o mundo patrocinou a restauração da bela Havana Velha, patrimônio da Humanidade.
Não se vê atividade agrícola, industrial, transporte nas estradas. A principal fonte cambial são os turistas, pelo uso do peso conversível, comprável em moeda estrangeira, cuja cotação fixada pelo governo força todos a usar tal moeda para pagar por tudo. Os preços ficam perto dos internacionais (o governo já aprendeu), mas quase tudo é da pior qualidade. O charme de Cuba atrai estranhas tribos de turistas, todas muito complacentes.
Os cubanos recebem salários em pesos nacionais, que consomem em produtos muito racionados, em mercados pessimamente mantidos e supridos, que abrem poucas horas por dia. Como acontecia na Rússia, há roubo nas fábricas, que alimentam mercados informais. Educação superior é dada como alta, mas observa-se que muitos universitários não trabalham ou trabalham fora das profissões. E a qualidade da medicina é impossível de ser verificada por um estrangeiro. Sem liberdade, as pessoas não têm como usar educação.
A revolução cubana foi salva por um bônus populacional. Eram 7,1 milhões em 1960. Hoje são 11,1 milhões, com população declinante. A população em 1960 já crescia pouco e havia boa infraestrutura. Se a população cubana tivesse crescido como a mexicana ou a brasileira, Cuba seria hoje uma favela de 22 milhões de pessoas. Se a população cubana tivesse crescido como a do Equador ou da Venezuela, Cuba seria hoje uma favela de 30 milhões de pessoas. Mas mesmo com o bônus populacional, o resultado não é animador. As séries de Angus Maddison mostram que a renda per capita de Cuba em 1950 era a quinta entre os 22 maiores latino-americanos, depois de Venezuela, Argentina, Uruguai e Chile. Em 2001, Cuba estava entre os quatro piores, adiante de Honduras, Nicarágua e Haiti.
O importante porto de Havana definhou a partir de 1960. Mas agora Cuba tem um novo patrocinador — o Brasil. O BNDES financia (85% do investimento mais linhas de crédito para Cuba importar alimentos e máquinas agrícolas) e a Odebrecht constrói o porto de Mariel, para ser uma zona franca. Fomos detidos, longe do canteiro, por um guarda armado, por tirarmos fotos. Retiveram nossos documentos, e quando a novela terminou o nosso motorista, antes exaltando “o maior porto da América Latina”, estava muito silente e preocupado.
Vários destes episódios de controle social (paradas em postos policiais, ameaças aos guias dos turistas — “cuidado com o que falas”, lorotas incríveis), potencializados pela ridícula TV e imprensa estatal, ausência de livros e internet, impossibilidade de viajar e os ainda existentes CDRs (Comitês de Defesa da Revolução — que são por quarteirão e participação compulsória), mostram que a primavera cubana está longe de acontecer. Depois de 53 anos de ditadura, o povo cubano tem medo dele mesmo. A liderança cubana parece inerte e misteriosa. Ninguém sabe como e onde vivem e o que fazem. Mas fala-se à boca pequena sobre Chaves. Hospeda-se na antiga residência do embaixador brasileiro. Este palácio residencial foi expropriado quando as relações diplomáticas foram cortadas, e, depois de restabelecidas, o Brasil nunca solicitou a devolução.
China e a fraude
Um dos atritos entre os Estados Unidos e a China ocorre na área contábil. É isto mesmo. O assunto tem sido tratado discretamente, mas o problema pode ser explosivo.
Algumas empresas chinesas possuem ações cotadas nas bolsas dos EUA. Entretanto, a qualidade da informação contábil é ruim. As autoridades dos EUA estão tentando resolver este problema, seja através do fortalecimento das empresas de auditoria de renome (leia-se, especialmente, as big four) ou através de maior evidenciação contábil. A China não tem sido muito amistosa com estas empresas (vide aqui, uma postagem do blog sobre o assunto)
Contudo, algumas fraudes contábeis começaram a gera preocupação. Segundo Tindale, os problemas na area contábil encobre o enriquecimento de pessoas importantes ligadas ao poder central.
Algumas empresas chinesas possuem ações cotadas nas bolsas dos EUA. Entretanto, a qualidade da informação contábil é ruim. As autoridades dos EUA estão tentando resolver este problema, seja através do fortalecimento das empresas de auditoria de renome (leia-se, especialmente, as big four) ou através de maior evidenciação contábil. A China não tem sido muito amistosa com estas empresas (vide aqui, uma postagem do blog sobre o assunto)
Contudo, algumas fraudes contábeis começaram a gera preocupação. Segundo Tindale, os problemas na area contábil encobre o enriquecimento de pessoas importantes ligadas ao poder central.
"Você confia em mim?"
Essa foi a pergunta que o Aladin fez à princesa Jasmine antes dela subir no tapete mágico dele. Histtória ultrapassada. Mágico mesmo é tapetinho projeto por Shin Yamashita, um estudante de Design no Instituto de Tecnologia de Kyoto. Babemos:








Manipulação da Libor
Bob Diamond, de 60 anos, renunciou ao cargo nesta semana após o Barclays ter concordado em pagar quase um bilhão de dólares em multas por manipular as taxas de juros que são referência no sistema global financeiro.
Políticos britânicos consideram o caso como um símbolo de uma cultura de cobiça que tem manchado todo o sistema financeiro. Jornais destacaram os e-mails revelados no caso, que mostram operadores se parabenizando por manipular números.
Pensativo e mostrando humildade perante o comitê parlamentar, o homem que até terça-feira era um dos executivos financeiros mais bem pagos e poderosos e dono de uma reputação agressiva, reconheceu o comportamento "indesculpável" de seu grupo de operadores.
"Quando leio os e-mails desses operadores, fico fisicamente doente", disse Diamond. "Esse comportamento foi repreensível, foi errado. Peço desculpas, estou decepcionado e muito bravo".
Ele disse que os envolvidos na manipulação das taxas de juros estariam sujeitos a investigação criminal e devem ser tratados com severidade. A contravenção "não representou a companhia que eu amo tanto", disse o executivo norte-americano.
Mas ele também insistiu que o Barclays estava sendo usado como bode espiatório por ter cooperado com as autoridades a ajudar a revelar suas infrações.
"O foco desta semana tem estado sobre o Barclays porque foi o primeiro", disse Diamond, descrevendo anos de cooperação com agências regulatórias para revelar a prática.
A decisão do banco de cooperar com reguladores aparentou ter sido feita para limitar os danos causados pela polêmica, mas o tiro saiu pela culatra, prejudicando a reputação do banco e custando a Diamond seu emprego, disseram analistas do setor.
O Barclays reconheceu que seus operadores agiram conjuntamente com outros a fim de manipular a London Interbank Offered Rate, ou Libor, a taxa que grandes bancos dizem emprestar uns dos outros e que serve de referência para trilhões de dólares em contratos globais.
Além dessa manipulação, que aconteceu de 2005 a 2009, o banco britânico também admitiu que suas contribuições para as taxas Libor no alto da crise financeira de 2008 fizeram seu balanço parecer mais robusto.
Fonte: Reuters
Políticos britânicos consideram o caso como um símbolo de uma cultura de cobiça que tem manchado todo o sistema financeiro. Jornais destacaram os e-mails revelados no caso, que mostram operadores se parabenizando por manipular números.
Pensativo e mostrando humildade perante o comitê parlamentar, o homem que até terça-feira era um dos executivos financeiros mais bem pagos e poderosos e dono de uma reputação agressiva, reconheceu o comportamento "indesculpável" de seu grupo de operadores.
"Quando leio os e-mails desses operadores, fico fisicamente doente", disse Diamond. "Esse comportamento foi repreensível, foi errado. Peço desculpas, estou decepcionado e muito bravo".
Ele disse que os envolvidos na manipulação das taxas de juros estariam sujeitos a investigação criminal e devem ser tratados com severidade. A contravenção "não representou a companhia que eu amo tanto", disse o executivo norte-americano.
Mas ele também insistiu que o Barclays estava sendo usado como bode espiatório por ter cooperado com as autoridades a ajudar a revelar suas infrações.
"O foco desta semana tem estado sobre o Barclays porque foi o primeiro", disse Diamond, descrevendo anos de cooperação com agências regulatórias para revelar a prática.
A decisão do banco de cooperar com reguladores aparentou ter sido feita para limitar os danos causados pela polêmica, mas o tiro saiu pela culatra, prejudicando a reputação do banco e custando a Diamond seu emprego, disseram analistas do setor.
O Barclays reconheceu que seus operadores agiram conjuntamente com outros a fim de manipular a London Interbank Offered Rate, ou Libor, a taxa que grandes bancos dizem emprestar uns dos outros e que serve de referência para trilhões de dólares em contratos globais.
Além dessa manipulação, que aconteceu de 2005 a 2009, o banco britânico também admitiu que suas contribuições para as taxas Libor no alto da crise financeira de 2008 fizeram seu balanço parecer mais robusto.
Fonte: Reuters
Lucro em Filmes
A seguir, um texto muito interessante sobre os problemas da indústria do cinema:
Estou tentando compreender dois fatos aparentemente inconciliáveis. Primeiro, "Homens de Preto 3" já faturou mais de US$ 550 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Segundo, embora um representante da Columbia Pictures, a produtora do filme, tenha me dito recentemente que o filme "agora está no azul", parece que até recentemente o estúdio podia perder dinheiro com ele. Como isso é possível?
Não é tão complicado. O custo de produção ficou perto dos US$ 250 milhões; as despesas mundiais de marketing devem ter sido parecidas; e uma grande proporção do dinheiro arrecadado com a venda de ingressos vai para as salas de cinema e as distribuidoras locais. (...)
Todos os negócios requerem certa dose de adivinhação, mas prever as futuras bilheterias de cinema é um ramo especialmente opaco. [1] (...)
O motivo pelo qual a maioria dos estúdios termina no azul quase todos os anos é que encontraram maneiras de, no jargão do setor, monetizar os fluxos auxiliares, vendendo direitos de TV e de distribuição no exterior, criando videogames, atrações de parque de diversões e outros produtos vinculados aos seus filmes. [2]
E os grandes sucessos, por raros que sejam, continuam a bancar o custo de muitos fracassos.[3] Mas os lucros não são enormes. (...)
Outro motivo para que os estúdios continuem no topo é que desafiá-los não vale o risco, para a maioria dos empresários (mesmo os maiores sucessos precisam de anos, às vezes uma década, para recuperar seus custos [4]). (...)
Fabrizio Perretti, professor de administração de empresas na Università Bocconi, na Itália, diz que Hollywood agora está mesmo se destruindo. Porque obter financiamento e audiências se tornou mais difícil, as empresas concorrem para produzir filmes maiores e mais caros enquanto eliminam os riscos, o que explica o motivo para que cada vez mais filmes dependam de propriedade intelectual existente.
Dos cem filmes de maior faturamento em todos os tempos (levando em conta a inflação), 18 são continuações, e mais de metade foi lançada depois de 2000. [5]
Lucro de estúdios de cinema é gerado por receitas auxiliares de filmes - ADAM DAVIDSON - DO "NEW YORK TIMES" - Folha de S Paulo
[1] Tenho dúvidas se difere muito de outro tipo de indústria, como moda ou eletrônicos.
[2] Será que a relação não é contrária? Os fluxos auxiliares permitem que a indústria possa produzir filmes mais caros.
[3] Isto é parecido com o que ocorre na indústria farmacêutica, onde os remédios de sucesso bancam os fracassos de pesquisa.
[4] Tenho dúvidas. Existe uma grande concentração de receita na primeira semana de exibição. Além disto, o lançamento de produtos auxiliares ocorre muito próximo ao lançamento do filme (um sucesso passa na TV em menos de um ano após sua exibição no cinema).
[5] O correto seria levar em consideração o poder de compra da população.
[6] Existe um sítio chamado Junk Chart. Este infográfico mereceria estar numa postagem de lá. Observe que o infográfico não diz nada. É horrível. De um lado, os custos (salários, distribuição, viagens, locação etc) e do outro "para onde vai a bilheteria" (estúdios, salas e distribuidores) e "como os estúdios cobrem a diferença". Não faz nenhum sentido isto. Deveria ter do lado direito as "receitas", mas não é isto que ocorre. Além disto, a figura não informa nada sobre valores. Mas aí já seria pedir de mais.
Estou tentando compreender dois fatos aparentemente inconciliáveis. Primeiro, "Homens de Preto 3" já faturou mais de US$ 550 milhões nas bilheterias de todo o mundo. Segundo, embora um representante da Columbia Pictures, a produtora do filme, tenha me dito recentemente que o filme "agora está no azul", parece que até recentemente o estúdio podia perder dinheiro com ele. Como isso é possível?
Não é tão complicado. O custo de produção ficou perto dos US$ 250 milhões; as despesas mundiais de marketing devem ter sido parecidas; e uma grande proporção do dinheiro arrecadado com a venda de ingressos vai para as salas de cinema e as distribuidoras locais. (...)
Todos os negócios requerem certa dose de adivinhação, mas prever as futuras bilheterias de cinema é um ramo especialmente opaco. [1] (...)
O motivo pelo qual a maioria dos estúdios termina no azul quase todos os anos é que encontraram maneiras de, no jargão do setor, monetizar os fluxos auxiliares, vendendo direitos de TV e de distribuição no exterior, criando videogames, atrações de parque de diversões e outros produtos vinculados aos seus filmes. [2]
E os grandes sucessos, por raros que sejam, continuam a bancar o custo de muitos fracassos.[3] Mas os lucros não são enormes. (...)
Outro motivo para que os estúdios continuem no topo é que desafiá-los não vale o risco, para a maioria dos empresários (mesmo os maiores sucessos precisam de anos, às vezes uma década, para recuperar seus custos [4]). (...)
Fabrizio Perretti, professor de administração de empresas na Università Bocconi, na Itália, diz que Hollywood agora está mesmo se destruindo. Porque obter financiamento e audiências se tornou mais difícil, as empresas concorrem para produzir filmes maiores e mais caros enquanto eliminam os riscos, o que explica o motivo para que cada vez mais filmes dependam de propriedade intelectual existente.
Dos cem filmes de maior faturamento em todos os tempos (levando em conta a inflação), 18 são continuações, e mais de metade foi lançada depois de 2000. [5]
Lucro de estúdios de cinema é gerado por receitas auxiliares de filmes - ADAM DAVIDSON - DO "NEW YORK TIMES" - Folha de S Paulo
[1] Tenho dúvidas se difere muito de outro tipo de indústria, como moda ou eletrônicos.
[2] Será que a relação não é contrária? Os fluxos auxiliares permitem que a indústria possa produzir filmes mais caros.
[3] Isto é parecido com o que ocorre na indústria farmacêutica, onde os remédios de sucesso bancam os fracassos de pesquisa.
[4] Tenho dúvidas. Existe uma grande concentração de receita na primeira semana de exibição. Além disto, o lançamento de produtos auxiliares ocorre muito próximo ao lançamento do filme (um sucesso passa na TV em menos de um ano após sua exibição no cinema).
[5] O correto seria levar em consideração o poder de compra da população.
[6] Existe um sítio chamado Junk Chart. Este infográfico mereceria estar numa postagem de lá. Observe que o infográfico não diz nada. É horrível. De um lado, os custos (salários, distribuição, viagens, locação etc) e do outro "para onde vai a bilheteria" (estúdios, salas e distribuidores) e "como os estúdios cobrem a diferença". Não faz nenhum sentido isto. Deveria ter do lado direito as "receitas", mas não é isto que ocorre. Além disto, a figura não informa nada sobre valores. Mas aí já seria pedir de mais.
IPO do Manchester United
O Manchester United é um dos clubes mais bem sucedidos do futebol mundial. Agora, o clube inglês fez o pedido de oferta pública inicial nos Estados Unidos.A finalidade é obter recursos. Apesar da oferta, a família Glazer, atual proprietária, irá manter o controle do clube. O esquema de venda será de um tipo de ação onde cada ação corresponderá a um voto; as ações da família Glazer corresponderão a 10 votos por cada ação. Este tipo de situação é comum no mercado dos Estados Unidos.
No passado orientei um aluno de mestrado, Renato Amador, que desejava avaliar os clubes de futebol do Brasil. Diante da qualidade das demonstrações contábeis existentes, o trabalho acabou sendo sobre o Manchester. Fiquei impressionado com a sua organização. Meu orientando solicitou as demonstrações contábeis do clube e as recebeu em sua casa.
Vestidos e recessão
Já comentamos diversas vezes no blog sobre índices econômicos alternativos, como o índice batom ou índice cueca. Estes índices apresentam, de maneira interessante, o que está ocorrendo no cenário econômico.A queda na venda de vestidos femininos é um alerta recente para os problemas da economia. Segundo este índice, se as mulheres deixam de comprar seus vestidos isto seria um sinal de que a economia estaria em recessão. A lógica é que as mulheres, numa situação de recessão, irão reduzir seu consumo pessoal; além disto, em muitas famílias, são as mulheres que cuidam do orçamento doméstico. O corte na compra de vestidos femininos é um sintoma de que a economia não está indo muito bem.
Fonte da figura: aqui
04 julho 2012
Truques da Mente
Talvez nós possamos dizer que os mágicos são os profissionais que se aproveitam da falta de racionalidade plena das pessoas. Mesmo com o desenvolvimento da tecnologia, dos truques revelados em programas de televisão e com a propagação da crença na ciência pela sociedade, os mágicos ainda são admirados e exercem uma grande atração em todos os públicos.
O livro Truques da Mente mostra como funciona a mágica. Ou seja, como os mágicos conseguem “enganar” as pessoas, seja através de ilusões de ótica, cognitivas, multissensoriais, mnêmicas, entre outras. O arsenal de truques usados pelos mágicos é revelado e explicado no livro. No capítulo dez, por exemplo, os autores explicam a correlação ilusória (que também chamamos de espúria), que está associada a superstição.
Para quem gosta de mágicas, este livro é altamente indicado. Em cada capítulo os autores aprofundam um tema, mostrando como os mágicos se aproveitam da inocência das pessoas. Ao longo do texto, através de alertas de Spoiler, os autores mostram como funcionam os principais truques. Veja o seguinte vídeo, disponível na internet (e no sítio do livro):
Neste truque o mágico utiliza a luz negra, ou a luz ultravioleta. O mágico cobre o palco de veludo negro; os objetos que “aparecem” também estão encobertos com veludo negro, assim como os ajudantes que transitam no fundo do palco. Os detalhes do truque o leitor poderá encontrar no livro (página 28 e 29).
A mágica é um assunto tão sério que os autores explicam como ela foi usada durante a guerra fria para passar mensagens aos espiões, sem que o inimigo desconfiasse (página 260 e seguintes).
Ao final da leitura percebemos como somos fáceis de sermos enganados.
Truques da Mente – Stephen Macknik, Susana Martinez-Conde & Sandra Blakeslee. Zahar, 2010.
O livro Truques da Mente mostra como funciona a mágica. Ou seja, como os mágicos conseguem “enganar” as pessoas, seja através de ilusões de ótica, cognitivas, multissensoriais, mnêmicas, entre outras. O arsenal de truques usados pelos mágicos é revelado e explicado no livro. No capítulo dez, por exemplo, os autores explicam a correlação ilusória (que também chamamos de espúria), que está associada a superstição.
Para quem gosta de mágicas, este livro é altamente indicado. Em cada capítulo os autores aprofundam um tema, mostrando como os mágicos se aproveitam da inocência das pessoas. Ao longo do texto, através de alertas de Spoiler, os autores mostram como funcionam os principais truques. Veja o seguinte vídeo, disponível na internet (e no sítio do livro):
Neste truque o mágico utiliza a luz negra, ou a luz ultravioleta. O mágico cobre o palco de veludo negro; os objetos que “aparecem” também estão encobertos com veludo negro, assim como os ajudantes que transitam no fundo do palco. Os detalhes do truque o leitor poderá encontrar no livro (página 28 e 29).
A mágica é um assunto tão sério que os autores explicam como ela foi usada durante a guerra fria para passar mensagens aos espiões, sem que o inimigo desconfiasse (página 260 e seguintes).
Ao final da leitura percebemos como somos fáceis de sermos enganados.
Truques da Mente – Stephen Macknik, Susana Martinez-Conde & Sandra Blakeslee. Zahar, 2010.
Automóveis
Um texto do jornal Estado de S Paulo (2 de julho de 2012, Indústria Automobilística teve isenção de R$1 milhão por emprego criado):
Desde o início da crise financeira internacional, o governo brasileiro abriu mão de R$ 26 bilhões em impostos para a indústria automotiva [1]. Ao mesmo tempo, o setor criou 27.753 novas vagas de trabalho, o que equivale dizer que cada nova carteira de trabalho assinada pelas montadoras custou cerca de R$ 1 milhão em renúncia fiscal aos cofres públicos. [2]
As medidas de estímulo à venda de veículos nos últimos três anos e meio [3] também contribuíram para a remessa de US$ 14,6 bilhões ao exterior [4], na forma de lucros [5] e dividendos, para as matrizes que contavam prejuízos com a queda na receita nos Estados Unidos e na Europa. O lucro enviado para fora do País fica próximo do valor que as empresas deixaram de pagar em impostos [6].
[1] Esta informação foi obtida como? Lembro que uma das justificativas da criação da DVA era a possibilidade de verificar a contribuição que uma empresa estrangeira estaria trazendo para o país. Entretanto, o modelo de DVA não permite obter esta informação. O texto da reportagem não informa onde o autor do texto obteve o dado. Num gráfico afirma que a fonte foi o CAGED, a Receita Federal, o Banco Central e a Anfavea
[2] Considerando 35 anos de trabalho, isto corresponde a R$2300 por mês para cada empregado.
[3] Considerando 2008, seriam 4 anos e meio
[4] A comparação com a remessa de lucros é injusta. O autor da reportagem poderia comparar com qualquer item (despesa, receita etc), mas ao comparar com a distribuição de resultado cria um viés negativo no texto.
[5] Fiquei pensando como é remeter lucros para o exterior. Sendo entidades separadas, somente seria possível remeter dividendos.
[6] Mais adiante o texto ressalta que a indústria de automóveis tem uma cadeia produtiva longa e os benefícios devem incluir os aspectos positivos diretos. Mas também deve-se levar em consideração os custos da política, em especial o custo de oportunidade.
Desde o início da crise financeira internacional, o governo brasileiro abriu mão de R$ 26 bilhões em impostos para a indústria automotiva [1]. Ao mesmo tempo, o setor criou 27.753 novas vagas de trabalho, o que equivale dizer que cada nova carteira de trabalho assinada pelas montadoras custou cerca de R$ 1 milhão em renúncia fiscal aos cofres públicos. [2]
As medidas de estímulo à venda de veículos nos últimos três anos e meio [3] também contribuíram para a remessa de US$ 14,6 bilhões ao exterior [4], na forma de lucros [5] e dividendos, para as matrizes que contavam prejuízos com a queda na receita nos Estados Unidos e na Europa. O lucro enviado para fora do País fica próximo do valor que as empresas deixaram de pagar em impostos [6].
[1] Esta informação foi obtida como? Lembro que uma das justificativas da criação da DVA era a possibilidade de verificar a contribuição que uma empresa estrangeira estaria trazendo para o país. Entretanto, o modelo de DVA não permite obter esta informação. O texto da reportagem não informa onde o autor do texto obteve o dado. Num gráfico afirma que a fonte foi o CAGED, a Receita Federal, o Banco Central e a Anfavea
[2] Considerando 35 anos de trabalho, isto corresponde a R$2300 por mês para cada empregado.
[3] Considerando 2008, seriam 4 anos e meio
[4] A comparação com a remessa de lucros é injusta. O autor da reportagem poderia comparar com qualquer item (despesa, receita etc), mas ao comparar com a distribuição de resultado cria um viés negativo no texto.
[5] Fiquei pensando como é remeter lucros para o exterior. Sendo entidades separadas, somente seria possível remeter dividendos.
[6] Mais adiante o texto ressalta que a indústria de automóveis tem uma cadeia produtiva longa e os benefícios devem incluir os aspectos positivos diretos. Mas também deve-se levar em consideração os custos da política, em especial o custo de oportunidade.
Despreparo Comercial
Editorial, O Estado de S.Paulo, 27 de maio de 2012
Um levantamento do Fórum Econômico Mundial situa o Brasil em 84.º lugar em uma lista de 132 países classificados de acordo com sua capacitação comercial. Houve um avanço de três posições em relação à pesquisa anterior, de 2010, realizada com 125 países. Mas a melhora é quase insignificante, quando se considera a distância entre o Brasil e dezenas de competidores desenvolvidos e em desenvolvimento.
Vários dos principais obstáculos à competitividade das empresas brasileiras nem são mencionados no estudo. Há referencias a tarifas, por exemplo, mas não aparece, na pesquisa, uma comparação direta entre o sistema tributário brasileiro, complexo, pesado e incompatível com as necessidades de integração nos mercados globais, e os de outros países participantes do comércio internacional. Se esse e outros componentes importantes do custo Brasil fossem considerados, a classificação brasileira provavelmente seria ainda pior.
O relatório pode surpreender por causa da classificação nem sempre boa de algumas das maiores potencias econômicas e comerciais. Não há, no entanto, relação necessária entre a capacitação para o comércio e o tamanho da economia. Os Estados Unidos, maior potência do mundo, ocupam o 23.º posto.
Cingapura, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia surgem nos cinco primeiros lugares. O Canadá só aparece em 9.º e o Reino Unido, em 11.º. Em 13.º está outra grande potência, a Alemanha, seguida imediatamente pelo pequeno Chile, em excelente posição no quadro geral. O latino-americano seguinte é o Uruguai, 40.º colocado. O preparo para o comércio é determinado por atributos independentes do tamanho, como a qualidade da política econômica, a burocracia, o ambiente regulatório e a infraestrutura.
A classificação do Chile, em 14.º lugar, à frente de várias das maiores e mais desenvolvidas economias e muito longe da maior parte dos latino-americanos, ressalta a importância de um governo leve, pouco intervencionista, comprometido com a integração internacional e bastante eficiente para manter um importante fundo soberano, conhecido por seus investimentos em vários países da região. A posição da Argentina, em 96.º lugar, ressalta o peso do intervencionismo e de uma burocracia montada para emperrar o comércio tanto à custa dos parceiros, como o Brasil, quanto dos empresários nacionais, protegidos por barreiras, mas com enormes dificuldades de acesso aos mercados externos.
O Brasil vai mal na maior parte dos requisitos considerados na pesquisa. A classificação geral de 84.º lugar é dada pela média das classificações de vários atributos. Quando se trata de disponibilidade e uso de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, a economia brasileira aparece em 53.º lugar. Um dos componentes desse item é o uso da internet para atividades de negócios e nesse aspecto a posição é a de número 28. Mas a situação é desastrosa, quando se trata de várias condições dependentes de forma direta da intervenção governamental.
O País aparece em 104.º lugar no item "acesso aos mercados interno e externo", porque as tarifas são muito altas pelos padrões internacionais (114.º posto). As barreiras já eram muito altas e algumas ainda foram elevadas no ano passado. O cenário também é muito ruim quando se examinam a eficiência da administração aduaneira (99.º lugar) e os procedimentos de importação e exportação (101.º posto).
Em outros estudos comparativos, elaborados com objetivos mais amplos, o Brasil também aparece em classificação muito ruim, principalmente por causa da qualidade da administração pública. O setor empresarial privado normalmente recebe uma avaliação bem mais favorável do que o governamental. Pode haver deficiências nas empresas, mas o poder de competição da indústria e da agropecuária é geralmente razoável - e em alguns casos muito bom - quando se consideram as atividades apenas no interior das unidades produtivas. Esse contraste aparece apenas parcialmente nesse estudo sobre capacitação nacional para o comércio, mas, ainda assim, é bastante sensível.
Acesse o relatório do World Economic Forum na íntegra
Um levantamento do Fórum Econômico Mundial situa o Brasil em 84.º lugar em uma lista de 132 países classificados de acordo com sua capacitação comercial. Houve um avanço de três posições em relação à pesquisa anterior, de 2010, realizada com 125 países. Mas a melhora é quase insignificante, quando se considera a distância entre o Brasil e dezenas de competidores desenvolvidos e em desenvolvimento.
Vários dos principais obstáculos à competitividade das empresas brasileiras nem são mencionados no estudo. Há referencias a tarifas, por exemplo, mas não aparece, na pesquisa, uma comparação direta entre o sistema tributário brasileiro, complexo, pesado e incompatível com as necessidades de integração nos mercados globais, e os de outros países participantes do comércio internacional. Se esse e outros componentes importantes do custo Brasil fossem considerados, a classificação brasileira provavelmente seria ainda pior.
O relatório pode surpreender por causa da classificação nem sempre boa de algumas das maiores potencias econômicas e comerciais. Não há, no entanto, relação necessária entre a capacitação para o comércio e o tamanho da economia. Os Estados Unidos, maior potência do mundo, ocupam o 23.º posto.
Cingapura, Hong Kong, Dinamarca, Suécia e Nova Zelândia surgem nos cinco primeiros lugares. O Canadá só aparece em 9.º e o Reino Unido, em 11.º. Em 13.º está outra grande potência, a Alemanha, seguida imediatamente pelo pequeno Chile, em excelente posição no quadro geral. O latino-americano seguinte é o Uruguai, 40.º colocado. O preparo para o comércio é determinado por atributos independentes do tamanho, como a qualidade da política econômica, a burocracia, o ambiente regulatório e a infraestrutura.
A classificação do Chile, em 14.º lugar, à frente de várias das maiores e mais desenvolvidas economias e muito longe da maior parte dos latino-americanos, ressalta a importância de um governo leve, pouco intervencionista, comprometido com a integração internacional e bastante eficiente para manter um importante fundo soberano, conhecido por seus investimentos em vários países da região. A posição da Argentina, em 96.º lugar, ressalta o peso do intervencionismo e de uma burocracia montada para emperrar o comércio tanto à custa dos parceiros, como o Brasil, quanto dos empresários nacionais, protegidos por barreiras, mas com enormes dificuldades de acesso aos mercados externos.
O Brasil vai mal na maior parte dos requisitos considerados na pesquisa. A classificação geral de 84.º lugar é dada pela média das classificações de vários atributos. Quando se trata de disponibilidade e uso de tecnologias de informação e comunicação, por exemplo, a economia brasileira aparece em 53.º lugar. Um dos componentes desse item é o uso da internet para atividades de negócios e nesse aspecto a posição é a de número 28. Mas a situação é desastrosa, quando se trata de várias condições dependentes de forma direta da intervenção governamental.
O País aparece em 104.º lugar no item "acesso aos mercados interno e externo", porque as tarifas são muito altas pelos padrões internacionais (114.º posto). As barreiras já eram muito altas e algumas ainda foram elevadas no ano passado. O cenário também é muito ruim quando se examinam a eficiência da administração aduaneira (99.º lugar) e os procedimentos de importação e exportação (101.º posto).
Em outros estudos comparativos, elaborados com objetivos mais amplos, o Brasil também aparece em classificação muito ruim, principalmente por causa da qualidade da administração pública. O setor empresarial privado normalmente recebe uma avaliação bem mais favorável do que o governamental. Pode haver deficiências nas empresas, mas o poder de competição da indústria e da agropecuária é geralmente razoável - e em alguns casos muito bom - quando se consideram as atividades apenas no interior das unidades produtivas. Esse contraste aparece apenas parcialmente nesse estudo sobre capacitação nacional para o comércio, mas, ainda assim, é bastante sensível.
Acesse o relatório do World Economic Forum na íntegra
Mestrado e Doutorado - USP
03 julho 2012
CVM
O cargo de diretor da CVM que era de Alexsandro Broedel Lopes, para área relacionada com as normas contábeis, já possui indicação da presidência da república: trata-se de Ana Dolores Moura Carneiro de Novaes.Ao saber que a indicada era doutora em economia, procurei seu nome da plataforma Lattes, onde estão a base de currículos dos acadêmicos. A resposta foi negativa (figura). Não que ter o currículo na plataforma Lattes seja relevante.
Mas encontrei o currículo da nova diretora no sítio da CPFL, onde era conselheira:
Nascida em 23/01/1962 na cidade de Recife – PE
Doutora em Economia pela Universidade da Califórnia, Berkeley em 1990 e advogada formada pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2008. Em 1999, adquiriu o direito de usar a designação CFA – Chartered Financial Analyst outorgada pela Association for Investment and Management Research (AIMR) dos Estados Unidos. Foi Analista de renda variável do Banco de Investimentos Garantia entre 1995 e 1997, e Diretora de Investimentos do Pictet Modal Asset Management entre 1998 e 2003. Trabalhou no Banco Mundial em Washington, D.C. entre 1991 e 1994, tendo ainda lecionado macroeconomia na Universidade Federal de Pernambuco no 1º semestre de 1991, e na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro em 2003. Entre 2008 e 2010, foi sócia da Galanto Consultoria, do Rio de Janeiro e desde 2010, é sócia da Oitis Consultoria, para serviços e aconselhamento na área de governança corporativa. Atualmente, é membro do Conselho de Administração da Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), da Metalfrio e da Condor, e participa do Comitê Financeiro e do Comitê de Auditoria da CCR. É membro do Conselho de Administração da CPFL Energia desde abril de 2007.
RIs
Primeiro texto
A pesquisa "Qualidade das informações - transparência e integração nas divulgações das companhias abertas" trouxe ainda como destaque, no que diz respeito à qualidade da informação fornecida, que 67% dos pesquisados acreditam que os resultados do exercício são as informações que consideram mais importantes, enquanto que 62% apontam o panorama estratégico da organização a informação mais relevante e 36% apontam a governança corporativa. [1]
"A pesquisa tem por intuito mostrar as tendências das discussões mundiais [2] e o que se tem visto é em direção aos relatórios integrados, mostrando, além das informações numéricas, as informações de governança corporativa, de sustentabilidade e de risco que estejam em linha com as melhores práticas internacionais, disse o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Ricardo Florence.
Segundo
A internet é considerado o meio mais utilizado e eficiente para a comunicação com o mercado pelas áreas de relações com investidores (...)
Segundo a Deloitte, 60% dos relatórios anuais das empresas já podem ser acessados digitalmente e pelos meios impressos, enquanto 37% são publicados unicamente no formato eletrônico, contra apenas 3% que os apresentam somente no formato impresso.
Das empresas que participaram da amostra, 52% indicaram que gastam mais de R$ 500 mil por ano na produção de seus relatórios; outras 26% investem até R$ 300 mil. [3]
[1] Epa! Não bate em 100%.
[2] A pesquisa não é no Brasil?
[3] gastam... investem ...
A pesquisa "Qualidade das informações - transparência e integração nas divulgações das companhias abertas" trouxe ainda como destaque, no que diz respeito à qualidade da informação fornecida, que 67% dos pesquisados acreditam que os resultados do exercício são as informações que consideram mais importantes, enquanto que 62% apontam o panorama estratégico da organização a informação mais relevante e 36% apontam a governança corporativa. [1]
"A pesquisa tem por intuito mostrar as tendências das discussões mundiais [2] e o que se tem visto é em direção aos relatórios integrados, mostrando, além das informações numéricas, as informações de governança corporativa, de sustentabilidade e de risco que estejam em linha com as melhores práticas internacionais, disse o diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), Ricardo Florence.
Segundo
A internet é considerado o meio mais utilizado e eficiente para a comunicação com o mercado pelas áreas de relações com investidores (...)
Segundo a Deloitte, 60% dos relatórios anuais das empresas já podem ser acessados digitalmente e pelos meios impressos, enquanto 37% são publicados unicamente no formato eletrônico, contra apenas 3% que os apresentam somente no formato impresso.
Das empresas que participaram da amostra, 52% indicaram que gastam mais de R$ 500 mil por ano na produção de seus relatórios; outras 26% investem até R$ 300 mil. [3]
[1] Epa! Não bate em 100%.
[2] A pesquisa não é no Brasil?
[3] gastam... investem ...
Ambev
A Ambev tornou-se a empresa mais valiosa do mercado acionário, ultrapassando a Vale do Rio Doce. A revista Exame explica isto:
Há duas explicações para a incrível valorização da empresa. A primeira é interna. A Ambev é a cervejaria mais eficiente do mundo. Para cada real que entra da venda, 48 centavos são lucro puro — margem um pouco menor que a de um iPhone, produto um tanto mais inovador que uma latinha de Skol.
O desempenho é resultado de uma cultura de alta pressão. Na Ambev, todos os funcionários têm metas e bônus anuais. Os altos executivos podem receber até 18 salários extras por ano. Por outro lado, um dia de trabalho pode chegar a 12, 14, 16 horas. (...)
A segunda explicação tem a ver com a natureza do mercado financeiro. Em períodos de incerteza na economia, os investidores procuram os papéis mais estáveis, como os de cervejarias. Suas vendas, afinal, são menos dependentes do vaivém da economia que outros mercados, como eletrodomésticos ou automóveis.
Existe outra explicação, que o texto da reportagem chega a comentar: o desempenho ruim no mercado da Vale e Petrobrás, as empresas mais valiosas do mercado até recentemente.
Há duas explicações para a incrível valorização da empresa. A primeira é interna. A Ambev é a cervejaria mais eficiente do mundo. Para cada real que entra da venda, 48 centavos são lucro puro — margem um pouco menor que a de um iPhone, produto um tanto mais inovador que uma latinha de Skol.
O desempenho é resultado de uma cultura de alta pressão. Na Ambev, todos os funcionários têm metas e bônus anuais. Os altos executivos podem receber até 18 salários extras por ano. Por outro lado, um dia de trabalho pode chegar a 12, 14, 16 horas. (...)
A segunda explicação tem a ver com a natureza do mercado financeiro. Em períodos de incerteza na economia, os investidores procuram os papéis mais estáveis, como os de cervejarias. Suas vendas, afinal, são menos dependentes do vaivém da economia que outros mercados, como eletrodomésticos ou automóveis.
Existe outra explicação, que o texto da reportagem chega a comentar: o desempenho ruim no mercado da Vale e Petrobrás, as empresas mais valiosas do mercado até recentemente.
Braskem
O governo atua na economia tem a tendência de proteger os produtores, mas não os consumidores. Veja o exemplo da Braskem:
(...) a união com a Quattor rendeu tudo o que se poderia esperar: de fato, nasceu ali um dos mercados mais concentrados do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 30 petroquímicas que produzem resinas plásticas e a maior, a Exxon, tem menos de 15% de participação de mercado. No Brasil, a Braskem tem 68% do mercado, e nos seus principais segmentos só concorre com empresas estrangeiras que exportam para o Brasil. Segundo a clientela da Braskem, a união com a Quattor, como era de esperar, distorceu os preços no setor. O preço médio das resinas subiu 18%no Brasil desde janeiro de 2010, enquanto caiu ou subiu de forma modesta no mercado internacional, segundo um recém-concluído relatório da Abiplast, entidade que reúne os fabricantes de plásticos, ao qual EXAME teve acesso. De novo, é algo até certo ponto natural num mercado tão concentrado.
À época da fusão com a Quattor, a Braskem chegou a dizer a clientes que os preços cairiam após a integração, porque seus custos diminuiriam com a sinergia gerada (que, segundo a empresa, foram de 400 milhões de reais). Para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a operação, o poder de fogo da Braskem seria regulado pelo mercado externo: se os valores subissem aqui, as fabricantes de plásticos poderiam comprar a resina no exterior. Mas, como o recente aumento de preços demonstra, não é bem isso que vem acontecendo: importar resinas como as produzidas pela Braskem não é tão simples quanto parecia.
Muito poder, pouco dinheiro - 27 de Junho de 2012 - Exame - Daniel Leb Sasaki
(...) a união com a Quattor rendeu tudo o que se poderia esperar: de fato, nasceu ali um dos mercados mais concentrados do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 30 petroquímicas que produzem resinas plásticas e a maior, a Exxon, tem menos de 15% de participação de mercado. No Brasil, a Braskem tem 68% do mercado, e nos seus principais segmentos só concorre com empresas estrangeiras que exportam para o Brasil. Segundo a clientela da Braskem, a união com a Quattor, como era de esperar, distorceu os preços no setor. O preço médio das resinas subiu 18%no Brasil desde janeiro de 2010, enquanto caiu ou subiu de forma modesta no mercado internacional, segundo um recém-concluído relatório da Abiplast, entidade que reúne os fabricantes de plásticos, ao qual EXAME teve acesso. De novo, é algo até certo ponto natural num mercado tão concentrado.
À época da fusão com a Quattor, a Braskem chegou a dizer a clientes que os preços cairiam após a integração, porque seus custos diminuiriam com a sinergia gerada (que, segundo a empresa, foram de 400 milhões de reais). Para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que aprovou a operação, o poder de fogo da Braskem seria regulado pelo mercado externo: se os valores subissem aqui, as fabricantes de plásticos poderiam comprar a resina no exterior. Mas, como o recente aumento de preços demonstra, não é bem isso que vem acontecendo: importar resinas como as produzidas pela Braskem não é tão simples quanto parecia.
Muito poder, pouco dinheiro - 27 de Junho de 2012 - Exame - Daniel Leb Sasaki
Astrologia
Em finanças o conceito de racionalidade está muito associado ao mercado acionário. Mas será que o mercado é realmente racional? Veja o seguinte trecho:(...) Mas não são apenas os números que ajudam na hora de investir. É possível fazer um mapa astrológico do investidor que vai determinar o perfil de empresa que mais se assemelha a ele e, assim, garantir maiores retornos. “Existe a análise mercadológica que olha o ciclo planetário em relação aos segmentos de atividade e a avaliação da pessoa ou da empresa”, explica Maurício Bernis, presidente da AstroBrasil. O especialista conta que os clientes dele se utilizam do mapa como uma ferramenta complementar às outras formas de análise. Quem se interessa por astrologia vai poder investir, talvez, ainda neste ano, em um clube de investimento que utilizará análises dos astros sobre os papéis. O clube, que tem como parceira a corretora Magliano, já está aprovado.
Consulte números, dados e até os astros para investir em ações - 25 de Junho de 2012 - Brasil Econômico - Natália Flach
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