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17 agosto 2009

"Ciência" Contábil

Adiós a la "ciencia" contable
Juan José Hierro - Cinco Días - 17/8/2009 - Nacional - 013

Algunos aprendimos en la universidad una "ciencia" contable, aquella del debe y el haber, que reflejaba poco más que operaciones y se basaba en ciertos dogmas preestablecidos e inmutables.

Para acercarnos un poco más al mundo real, aunque con algunas limitaciones, tuvimos la oportunidad de cursar asignaturas como "Análisis de balances" o "Economía de la Empresa". La contabilidad quedaba inmune a la evolución de la vida económica y empresarial, fiel a la "ciencia" basada en el sacrosanto principio del coste histórico. Ya se hablaba entonces del gap de expectativas en referencia a los auditores. Pero este gap no era más que una reivindicación contra la "ciencia" contable. Con el paso de los años, la historia siguió su curso e, irremediablemente, hubo que introducir algunos cambios, por supuesto primero en EE UU, que siempre ha sido la economía más dinámica y flexible, a la que siguieron normas internacionales, europeas, etc. El auditor de hoy se ha familiarizado con conceptos como fair value y se ha acostumbrado a diferenciar el método de valoración de un activo dependiendo de la finalidad y expectativas de la misma, sin tener en cuenta su forma jurídica, algo prácticamente impensable hace 20 años. En definitiva, la "ciencia" contable ha dejado de ser ciencia y se ha convertido en lo que es: un lenguaje, una convención para intentar representar lo que ocurre dentro de una empresa desde el punto de vista económico. Como tal lenguaje tiene una evolución y se somete a las necesidades de los usuarios. Visto con perspectiva, la contabilidad que nos enseñaron era realmente muy poco científica, porque prescindía de las evidencias de la naturaleza de las cosas. Pero el gran problema al que nos enfrentamos ahora, a pesar de la evolución que hemos experimentado, es que por muy buenas que sean las técnicas y modelos de cuantificación y valoración, por muy afinadas que sean las estimaciones, el futuro está lleno de incertidumbres e incluso de agujeros negros (tenemos un claro ejemplo en la crisis que actualmente nos afecta). Esto nos obliga a estar permanentemente actualizados y a corregir las estimaciones en función de la evolución de las expectativas. Sin duda seguirá habiendo un permanente gap, porque primero suceden los hechos y luego se les pone nombre. Eso sí, debemos sentirnos orgullosos: hemos salido del inmovilismo, aunque a muchos les pese.


Grifo do blog.

O homem mais rápido do mundo


Bolt é o homem mais rápido do mundo, correndo cem metros em 9,58 segundos. O feito é mais impressionante por dois motivos. Vimos que ele claramente diminuiu o ritmo no final. E, segundo, o tempo de reação na largada foi o terceiro pior entre os corredores, conforme tabela.

Fonte da Tabela, aqui.

16 agosto 2009

Rir é o melhor remédio

Teste de leitura veloz (da Universidade de Salamanca, Espanha) aplicado a quem ingressa no curso de Linguística). Tente ler sem errar:

O gato assim fez
O gato é fez
O gato que fez
O gato se fez
O gato mantém fez
O gato um fez
O gato bobo fez
O gato ocupado fez
O gato por fez
O gato dez fez
O gato segundos fez


Agora leia somente a terceira palavra de cada uma das frases.

Enviado por Mariana Ferreira

Link

Um teste genial: arte ou não. Veja se você consegue descobrir o que foi pintando por artistas famosos

História recente da ajuda do governo dos EUA para algumas empresas

Powerpoint faz a aula ficar mais chata

Como se gasta o tempo ao longo do dia

15 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Previsão do PIB


Uma forma de medir o tamanho e o crescimento de uma economia é verificar alguns sinais externos. Estas aproximações são importantes quando o tamanho do setor informal é grande que influencia nas formas tradicionais de cálculo.

Uma maneira interessante é comparar a luminosidade de uma região a partir de fotos de satelites. Segundo a revista New Scientist ( Night-time photos shed light on growing economies, 14/8/2009, Jim Giles, através do blog The Reformed Broker as imagens de satélites mostram a expansão de um país, através da construção de novas estradas e do aumento de áreas residenciais.

Através desta estimativa o crescimento do Congo entre 1992 e 2003 foi estimada em 2,4%, em lugar da estimativa do Banco Mundial de 2,6%.

14 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Adaptado: aqui

Câmbio

Lucro cambial
Por Nelson Niero, de São Paulo
Valor Econômico - 14/8/2009

O câmbio tira, o câmbio devolve. Depois dos prejuízos alarmantes no ano passado, os números das empresas decapital aberto no segundo trimestre vieram recheados de ganhos não operacionais - cerca de R$ 8,8 bilhões, na soma de 124 demonstrações financeiras publicadas até ontem, comparado a uma perda de R$ 399 milhões no mesmo período do ano passado e a assustadores R$ 22,1 bilhões em dezembro, reflexo do ambiente de pânico no auge da crise. Mas a parte de cima dos resultados, antes do ganho financeiro, está mais magra: a receita de vendas foi menor, e, no cômputo geral, os custos aumentaram, o que significa menos dinheiro no caixa para tocar o dia a dia e, mais adiante, pagar os acionistas.

São literalmente os dois lados da moeda. Os executivos costumam desprezar os prejuízos com variação cambial: seriam apenas "contábeis", não têm "efeito caixa". Já há quem alerte seus acionistas que os lucros cambiais não vão se traduzir em dividendos reais.

A valorização do real em relação ao dólar entre o primeiro e os segundo trimestres do ano explica o "problema" Ao contrário das outras contas do balanço, que geralmente se comparam melhor com as do mesmo trimestre do ano anterior por conta da sazonalidade, a dívida é marcada a cada fim de período. Se for em moeda estrangeira (o dólar é a preferida), ela será transformada em reais pela cotação do último dia do trimestre.

Entre 31 de março e 30 de junho, o real se valorizou 18,63% em relação ao dólar e foi, em grande medida, essa variação que se transformou em bilhões de reais no resultado das companhias.

A briga das empresas com o câmbio não é nova. Em 1999, a maxidesvalorização desencadeou um lobby poderoso de endividados, que resultou num vergonhoso - para os contadores - parcelamento da conta cambial. Outros sobressaltos vieram e algumas empresas, notadamente do setor elétrico, cansaram de apanhar e reduziram a exposição em moeda estrangeira. Outras continuaram na gangorra.

Como os leitores de balanços não têm acesso à contabilidade gerencial das empresas, é preciso se contentar com os números publicados, meramente "contábeis" ou não. O fato é que, numa situação de turbulência cambial, os resultados ficam mais confusos, o que exige um olhar mais cuidadoso no lado operacional.

Nesse aspecto, os dados gerais do segundo trimestre são uma fotografia dos efeitos da crise mundial nas empresas brasileiras: vendas em queda e dificuldade de repassar custos. A receita de vendas, algo perto de R$ 123 bilhões, caiu pouco, 3,5%, mas os custos de produção cresceram 5,4%. Com o aperto, sobrou menos para as despesas operacionais - administrativas, com vendas etc. -, o que resultou num lucro operacional (antes do resultado financeiro) quase 40% menor em relação ao mesmo período do ano passado. A comparação com o segundo trimestre de 2008 não é tão ruim, levando-se em conta que se trata de um período pré-crise, quando a economia ainda vinha embalada. O problema é que o resultado é o pior de todos os períodos anteriores, primeiro trimestre deste ano incluso. Se os indicadores econômicos mais recentes estiverem apontando para o lado certo, há uma chance de que neste trimestre - o terceiro - os balanços já estejam em fase de convalescência.

É o que diz Luciano Coutinho, presidente do BNDES, para quem o fundo do poço foi no primeiro trimestre. A prova seria que o consumo das famílias voltou a crescer desde o primeiro trimestre. "Não temos ainda o segundo trimestre, mas acredito que ficará entre 1,0% e 1,2%." É o ciclo normal, afirma ele. Primeiro há uma recomposição do consumo e depois da produção, pois as empresas gastam seus estoques antes de voltar a produzir. "Estamos mostrando uma recuperação em V". Por coincidência, é a mesma curva que faz o resultado financeiro das empresas no período.

Ele admite, entretanto, que as empresas exportadoras que dependem da melhoria nas economias desenvolvidas sentirão a crise por um tempo maior As projeções de investimento de setores como mineração e papel e celulose apontam essa tendência. Para o triênio de 2009 a 2012, a expectativa é de investimentos de R$ 46 bilhões na mineração, queda de 21% frente o intervalo de 2005 a 2008. Já em papel e celulose, o recuo é ainda maior nessa comparação: 66%, para R$ 6 bilhões a serem aplicados entre 2009 e 2012.

Seu colega de governo, Guido Mantega, está mais otimista. "Em todos os setores está havendo recuperação, mesmo nos que dependem de exportações e estão sentindo a retração do mercado mundial por causa da crise."

O ministro da Fazenda considerou "excelente" o crescimento de 5,6% das vendas do varejo em junho, na comparação com um igual mês de 2008, "considerando que, no ano passado, a economia crescia fortemente". O cenário de recuperação foi apresentado ontem na reunião do Grupo de Acompanhamento da Crise, que reúne empresários das diversas áreas.(Colaboraram Graziella Valenti, de Mata de São João (BA), e Azelma Rodrigues, do Valor Online, de Brasília)

Boi Gordo 3

Boi Gordo pode ter leilão neste ano, prevê síndico
Por Angelo Pavini, de São Paulo - Valor Econômico, 14/8/2009

A decisão do Tribunal Superior de Justiça (TSJ), anulando o processo criminal contra o controlador da antiga Fazendas Reunidas Boi Gordo Paulo Roberto de Andrade, não vai interferir na falência da empresa e no pagamento de ao menos parte dos R$ 2,5 bilhões que cerca de 30 mil investidores têm a receber. Segundo o síndico da massa falida da Boi Gordo, Gustavo Sauer de Arruda Pinto, a decisão do TSJ, de 4 de agosto, que elimina a possibilidade de Andrade cumprir pena de prisão por crime falimentar, foi lamentável, mas não muda a falência. "Esperamos fazer um leilão de algumas fazendas ainda este ano", diz.

A decisão do TSJ surpreendeu a todos os envolvidos. "Eu estava em reunião com a juíza e com o promotor falando do processo quando chegou o telegrama avisando e ninguém acreditou", disse o síndico. Para ele, o pior impacto é para os investidores, que esperavam ao menos uma punição para o responsável pelo esquema de investimentos na engorda de bois que prometia rentabilidade altíssima e que acabou se revelando uma pirâmide financeira, em que os que entravam pagavam os que saíam. "As pessoas até se conformavam em não receber, mas faziam questão de ver o responsável punido", diz. "Agora, acabou tudo em pizza e levanta de novo o tema da impunidade no país." A Boi Gordo pediu concordata em 2001, mas a falência começou só em 2004.

A decisão do STJ foi dada em um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Andrade, que já havia sido condenado em primeira instância a quatro anos de prisão em 2008. Ele recorreu ao Tribunal de Justiça, que manteve a condenação, mas reduziu a pena para três anos. No STJ, os ministros consideraram que havia irregularidades no processo, e que Andrade não teve direito a defesa e anularam o caso.

Como o processo foi aberto ainda na antiga lei de falências, que previa a prescrição da pena em quatro anos, não há mais como reabrir o caso. "Se fosse pela nova lei, isso seria possível, pois a prescrição depende da pena do crime", explica o promotor Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, responsável pelo processo. "Como Andrade foi condenado a quatro anos em primeira instância, a prescrição seria em oito anos, mas isso não vale para este processo", diz.

Santos diz que lamenta o cancelamento da ação "porque era uma resposta que a sociedade esperava". "Há uma frustração pois 30 mil pessoas foram prejudicadas", diz. Para Santos, a culpa também não é do STJ. "É a legislação que é frouxa, com regras processuais que permitem adiar o processo indefinidamente e que causam esse tipo de coisa", diz.

Para Arruda Pinto, serve de consolo aos credores da Boi Gordo que eles ainda devem receber algo, diferentemente de outros casos como o da Gallus ou da Avestruz Master, que não tinham propriedades. "As empresas do grupo têm um ativo razoável, que deve dar para pagar uns 10%, 20% do passivo de R$ 2,5 bi", diz.

Segundo Arruda Pinto, os processos de avaliação das fazendas está adiantado. Das 14, uma foi desapropriada pelo Incra, mas a indenização deverá ser igual ao valor de avaliação. Das outras 13 fazendas, 11 poderiam ser colocadas à venda. "Neste primeiro leilão poderíamos ter um valor inicial de R$ 50 milhões", diz o síndico. "Com isso, eu pagaria os débitos trabalhistas, que têm prioridade", afirma. Os investidores são os últimos da fila. "Em meados do ano que vem, devo fechar o quadro geral de credores e, à medida que formos vendendo os bens, faremos rateios", diz Arruda Pinto, que estima que o processo todo de venda deve levar de dois a três anos.

Links

Celebridades, vida íntima e internet

Amante de Madoff irá publicar um livro

Madoff e seus restaurantes (curiosidades sobre a refeição de um executivo)

Receita Libera DIPJ para Lucro Real

A diferença entre a marca Coca-Cola e Pepsi: uma versão e a outra.

E aqui uma evolução da marca Palmeiras e São Paulo

Contabilidade Ambiental

Ativos ambientais terão novo cálculo
Lucas Frasão
O Estado de São Paulo - 14/8/2009

Pesquisadoras propõem criar contabilidade ‘verde’ nas empresas

De maneira inédita no País, uma iniciativa do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) deve normatizar o envolvimento de empresas com questões ambientais. Preparada por oito meses pelo Grupo de Estudos de Informações de Natureza Ambiental, uma norma de contabilidade socioambiental foi apresentada no fim de julho, no Rio, durante o 1º Congresso Internacional de Contabilidade Socioambiental. Agora, passa por audiência pública e deve entrar em vigor a partir de 2010.

O documento estabelece diretrizes para uma empresa adaptar sua área contábil. As principais indicações referem-se ao reconhecimento de ativos e passivos ambientais. Sugere a criação de contas para calcular, por exemplo, quanto se gasta com equipamentos que gerenciam impactos ao ambiente, como uma estação de tratamento de efluentes, ou multas e indenizações por dano ambiental.

Uma das pesquisadoras envoividas no projeto, Maísa Ribeiro defende que investimentos ambientais sejam separados. “Esperamos que sejam criadas linhas específicas de contabilidade ambiental”, diz ela, professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP em Ribeirão Preto. “Quando as empresas começam a publicar essas informações, podemos avaliar o nível de responsabilidade ambiental de cada uma.”

Segundo ela, a divulgação de balanços socioambientais pelas empresas é escassa. Mas, no meio acadêmico, o Brasil registra produções sobre o assunto desde o início dos anos 1990.

Como exemplo da forma com que a preocupação ambiental interage com a atividade econômica de uma empresa, Maísa cita o setor sucroalcooleiro. “O bagaço da cana era resíduo há pouco, mas hoje volta na cadeia produtiva para produzir combustível fóssil”, diz. “A suinocultura também tem ganhado muito com créditos de carbono.”

Imposto de Renda

Sai o formulário do IR das empresas
Andrea Vialli
O Estado de São Paulo - 14/8/2009

Declaração do Imposto de Renda estará no site do Fisco na 2.ª-feira

A Receita Federal vai pôr à disposição em seu site na internet (www.receita.fazenda.gov.br [http://www.receita.fazenda.gov.br]), na segunda-feira, o formulário da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) relativa ao ano-calendário 2008, para empresas que calculam seus impostos sob o regime de lucro real.

Também devem apresentar a declaração as empresas imunes ou isentas de tributação, como templos religiosos, partidos políticos e sindicatos. O prazo vai até 16 de outubro.

Este ano, o Fisco atrasou a formulação do programa da declaração, que habitualmente era disponibilizado até o fim de junho. “Houve insegurança das empresas quanto aos prazos”, conta Fábio Rodrigues, consultor tributário da Fiscosoft, empresa especializada em tributação. A multa para empresas que entregarem a DIPJ com atraso varia de R$ 500 até 20% do imposto informado na declaração.

O principal motivo para o atraso foi a necessidade de ajustes na parte técnica para atender às mudanças na contabilidade, em razão da Lei 11.638. A nova Lei das S.A., como é chamada, confere padrões internacionais à contabilidade das empresas.

A lei propôs, entre outros pontos, o Regime Tributário Transitório (RTT), que permite às empresas, até 2010, optar entre continuar no sistema de cálculo atual ou adotar o novo método. “O novo programa já trará a alternativa para a empresa que quiser optar pelo RTT”, informa Rodrigues.

O consultor lembra que as empresas que fizeram opção pelo RTT deverão enviar à Receita também outra declaração, o FCONT (Controle Fiscal Contábil de Transição), até dia 30 de novembro.

LUCRO PRESUMIDO

No ano passado 150 mil empresas enviaram declaração utilizando a apuração do imposto por lucro real, o que representa 20% das empresas. A maior parte, porém, faz apuração sob sistema de lucro presumido, onde os tributos são calculados com base em um porcentual sobre as vendas. Para essas empresas, o prazo de entrega da declaração terminou em julho.

Crédito do IPI

STF dá vitória ao governo no crédito do IPI
Juliano Basile, Brasília
Valor, 14/08/2009

O Supremo Tribunal Federal decidiu que o crédito-prêmio de IPI foi extinto em 5 de outubro de 1990

As empresas exportadoras sofreram ontem uma dura derrota no Supremo Tribunal Federal, que decidiu, por unanimidade, que o crédito-prêmio de IPI foi extinto em 5 de outubro de 1990. O julgamento influenciará a decisão do presidente Lula, que analisa um possível veto à emenda aprovada pelo Congresso que amplia esse benefício até 31 de dezembro de 2002. O procurador-adjunto da Fazenda Nacional, Fabrício Da Soller, recomendou às empresas que ingressem em programas de parcelamento para devolver os créditos em até 180 meses, com dispensa de juros e mora.

Previsão na Crise

Crise torna mais difícil fazer previsões
Carl Bialik, The Wall Street Journal
Adivinhar o futuro ficou muito mais difícil nos últimos tempos.

Previsões para quase tudo, do preço da gasolina a gastos com publicidade, desmoronaram no ano passado diante do choque econômico causado pela recessão. A onda de opacidade nas bolas de cristal ressalta uma realidade inconveniente sobre o negócio de prever o futuro: quanto mais importante é o cenário, mais difícil antevê-lo.

"Assim que você colocar a previsão no papel, algo inesperado vai acontecer", diz Tancred Lidderdale, economista sênior da Administração de Informações sobre Energia, órgão do governo americano. "A melhor perspectiva de quem prevê algo é que as boas notícias imprevistas compensarão as más notícias imprevistas."

Essa estratégia não deu muito certo no ano passado para Lidderdale e outros profissionais do ramo de previsões. Em dezembro de 2007, a agência dizia que o petróleo referencial dos EUA oscilaria entre US$ 75 e US$ 85 por barril em 2008. Em vez disso, a commodity passou de US$ 130 no meio do ano e caiu para US$ 41 em dezembro.

Na mesma época, uma previsão importante da indústria hoteleira dizia que a taxa de ocupação dos hotéis no quarto trimestre do ano passado ficaria praticamente inalterada em relação ao mesmo período de um ano antes. A ocupação acabou caindo 8%.

E a Veronis Suhler Stevenson, firma que faz previsões sobre a receita publicitária bastante acompanhadas, tomou a medida sem precedentes de revisar sua estimativa no meio do ano, depois que a previsão de expansão anual de 2,4% que havia divulgado se mostrara totalmente errônea; no fim das contas a receita caiu 2,9%.

Os autores dessas previsões, que publicaram autocríticas, se destacam em relação aos colegas do ramo não por causa dos grandes erros, mas pelas tentativas de acompanhar o próprio histórico de precisão. Muitas previsões de receita não são ponderadas pelo reconhecimento do desempenho de previsões anteriores. "Há uma escassez generalizada de pensamento quantitativo entre os profissionais que estabelecem e avaliam essas previsões", diz Len Tashman, editor da revista setorial "Foresight".

Entre os que realmente acompanham o desempenho de suas previsões, fica claro que o desempenho geralmente não é melhor do que o de um simples algoritmo. Eles também têm que enfrentar uma dose dupla de incerteza, a primeira proveniente de sua própria incerteza em relação ao setor em que trabalham, e a segunda oriunda dos possíveis erros nos cálculos de outras previsões das quais dependem para tecer suas próprias conclusões - especialmente em relação a tendências econômicas mais amplas.

Às vezes a previsão nem mesmo trata do futuro, dizem alguns pesquisadores. O verdadeiro objetivo de algumas previsões, diz Kesten Green, que estuda essa área na Universidade Monash, em Melbourne, Austrália, às vezes é apavorar a equipe de vendas ou alarmar o suficiente a opinião pública para motivar alguma ação. [1]

Alguns autores entendem que a exatidão das previsões é algo relativo e que depende do método usado. [2] Jack Corgel, professor de ativos imobiliários da Universidade Cornell, de Ithaca, nos EUA, e consultor sênior da PKF Hospitality Research, avaliou o histórico da PKF em prever indicadores do setor hoteleiro em 2005. Ele usou a variação entre as previsões da firma e os números oficiais. Corgel diz que a empresa acertou entre 98% e 99,9% das várias previsões que fez sobre o mercado hoteleiro americano.

Alcançar essas metas é fácil, especialmente diante da metodologia empregada para identificar os acertos. Basicamente, Corgel disse que se as previsões errarem em 1%, significa que elas acertam 99% das vezes. Não há nenhum problema em adotar esse sistema; mas suponha que a receita do setor hoteleiro por quarto se alterne de US$ 100 a US$ 102 ao longo dos anos, e que as previsões indiquem receita média de US$ 101. Assim, a estimativa sempre terá um índice de acerto de ao menos 99%, mas nunca informará aos donos de hotéis quando os números caem ou sobem.

Um padrão melhor, dizem os responsáveis pelas previsões, seria comparar os dados com alternativas confiáveis, como um padrão contínuo de expansão. Se o padrão corrobora seus dados, então você está no caminho certo.

Corgel diz que o setor hoteleiro prefere o seu tipo de avaliação, que não envolve testes como esse. Ele acrescenta que planeja realizar uma nova avaliação das previsões mais recentes. "Toda vez que começamos a seguir esse padrão, acontece alguma coisa", diz ele, citando a recessão como o choque imprevisto mais recente. "Se pudéssemos prever os choques, seríamos um bando de gênios", disse Corgel.

A recessão também colaborou para o tropeço do governo americano na hora de prever o cenário de curto prazo da cotação do petróleo. Agora a agência decidiu que divulgar suas incertezas é "um projeto da maior prioridade", diz Lidderdale. A partir do mês que vem algumas previsões vão contar com probabilidades, para que os traders de commodities saibam qual é possibilidade de a previsão errar feio - isso se admitirmos que os autores sabem prever qual é a probabilidade de que suas próprias estimativas vão errar o alvo.

A Administração Federal da Aviação Civil dos EUA errou várias vezes nos últimos dez anos quando tentou prever com dez ou mais anos de antecedência qual seria a demanda por viagens aéreas, previsão importante para que aeroportos e fabricantes de aviões se preparem para o futuro. Nan Shellabarger, diretora do departamento de política e planejamento da agência, aponta os atentados de 11 de setembro de 2001 e a atual recessão como choques que não foram possíveis de prever.



Grifo meu.
[1] Este é um aspecto da previsao que geralmente passa desapercebido.
[2] Isto é muito dificil de ser comprovado.

Boi Gordo 2

"Andrade é o nosso Madoff", diz advogado de credores
Andrea Vialli
O Estado de São Paulo - 13/8/2009

A notícia da anulação da ação penal contra o ex-dono da Fazendas Reunidas Boi Gordo (FRBG), Paulo Roberto de Andrade, causou decepção nos credores, que desde 2004 brigam na Justiça para recuperar os investimentos perdidos. “Paulo Roberto de Andrade é o nosso Bernard Madoff. A diferença é que Madoff foi condenado a 150 anos de prisão”, afirmou o advogado José Luiz Silva Garcia, presidente da Associações dos Lesados pela Boi Gordo (ALBG), que reúne 6,2 mil credores.

A alusão ao escândalo Madoff, considerado a maior fraude financeira da história de Wall Street e que causou perdas de US$ 65 bilhões para os investidores, se justifica pelo mesmo esquema de pirâmide de Ponzi. O fundo de Madoff usava a captação do dinheiro de novos clientes para remunerar os antigos, dando a entender que a rentabilidade do fundo era alta. No caso das FRBG, os investidores aplicaram seus recursos em Contratos de Investimento Coletivo (CICs) para a engorda de bois nos quais a empresa garantia rendimento de 42% em 18 meses, o que não aconteceu.

“Não vamos perder o foco. Ele pode escapar da prisão, mas vamos continuar lutando para recuperar o dinheiro que as famílias investiram”, diz Garcia. Os credores aguardam a realização dos leilões das fazendas da FRBG, cujo valor de mercado é estimado em R$ 700 milhões. São 117 títulos de propriedade que já pertencem à massa falida da empresa, e correspondem a uma área de 245 mil hectares. Algumas já estão sendo desocupadas e cerca de R$ 10 milhões já foram arrendados pela massa falida, provenientes da produção das fazendas. Segundo Garcia, 70% dos credores são pequenos investidores, com até R$ 15 mil a receber.

Boi Gordo

Criador da Boi Gordo, que lesou mais de 30 mil, se livra da prisão
David Friedlander
O Estado de São Paulo - 13/8/2009

Dono da empresa que deixou dívidas de R$ 2,5 bilhões fica livre da acusação de crime falimentar

O empresário Paulo Roberto de Andrade, dono da Boi Gordo, uma firma de investimento em gado que lesou mais de 30 mil pessoas, não corre mais risco de ser punido criminalmente. O Superior Tribunal de Justiça (STJ)anulou a ação penal contra ele e reconheceu a prescrição do processo. A Boi Gordo quebrou em 2004, deixando uma dívida de R$ 2,5 bilhões na praça. Andrade, até então celebrado como um empresário moderno e inovador, passou a ser tratado como um golpista. Denunciado à Justiça por prática de crimes falimentares, agora está livre das acusações.

“É a pizza. Fazer o quê?”, afirma o promotor de Justiça Eronides Aparecido Rodrigues dos Santos, da Vara de Falências de São Paulo. “Lamento a anulação de um caso emblemático como esse. Houve um golpe, milhares de pessoas foram lesadas e não haverá responsabilização penal”. Procurado por meio da assessoria de imprensa, o ministro Nilson Naves, responsável pela decisão do STJ, estava ocupado e não tinha tempo para atender. Sua decisão ainda não foi publicada no diário oficial.

O investimento na Boi Gordo foi uma febre do final dos anos 90 até quebrar, em 2004. A maior parte de sua clientela era formada por poupadores de classe média, mas entre suas vítimas há lista enorme de pessoas conhecidas. Entre elas o técnico de futebol Luiz Felipe Scolari; os ex-jogadores Evair e César Sampaio; a atriz Marisa Orth; o designer Hans Donner, da Rede Globo; o economista Rogério Buratti, ex-assessor do deputado Antônio Palocci (PT) em Ribeirão Preto; e Paulo Okamoto, presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e amigo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A Fazendas Reunidas Boi Gordo popularizou no País as chamadas empresas de parcerias. O investidor aplicava em animais (bois, frangos, porcos) da empresa parceira, como a Boi Gordo e, no fim do contrato, recebia o lucro da venda do animal engordado. A Boi Gordo prometia rendimento de 42% depois de 18 meses. Eram ganhos que batiam de longe qualquer outro investimento da época.

Mais tarde descobriu-se que a empresa funcionava como uma pirâmide, pagando os contratos vencidos com o dinheiro da entrada de novos investidores. Quando os saques superaram os investimentos, a pirâmide desmoronou.

A Boi Gordo ficou conhecida no País inteiro por meio dos anúncios publicitários estrelados pelo ator Antonio Fagundes nos intervalos da novela o Rei do Gado, da Globo. Ela abriu caminho para outras empresas parecidas, como a Gallus Agropecuária, pertencente a um estelionatário chamado Gelson Camargo dos Santos. A Gallus também quebrou, deixando 3 mil pessoas no prejuízo.

LEILÕES

A decisão do STJ não interfere nos processos de indenização das vítimas da Boi Gordo. O síndico da massa falida, Gustavo Sauer, está terminando o processo de avaliação de 14 fazendas, donas de um total de 250 mil hectares de terra. Duas fazendas ficam em São Paulo, as outras em Mato Grosso.

“Estamos terminando a avaliação e as propriedades devem ser leiloadas ainda este ano”, afirma Sauer. “Mas já sabemos que não será possível indenizar integralmente as vítimas da Boi Gordo.”

Segundo o advogado de defesa de Andrade, José Carlos Dias, a decisão do STJ foi unânime. “O STJ reconheceu que houve prejuízo à defesa do Paulo Roberto de Andrade”, afirma Dias. “A antiga lei de falências previa uma série de prazos e procedimentos antes do início da ação penal que foram atropelados para que o pedido da ação não prescrevesse.”

Indústria Automobilística e Ativos Fixos

Esta pesquisa tem como objeto de estudo as práticas de contabilidade gerencial adotadas pelas grandes montadoras em atividade no Brasil no que diz respeito ao planejamento e controle de investimentos em ativos fixos. A industria automobilística representa um setor bastante expressivo da economia nacional, e esta atividade é marcada pelo alto grau de automação e utilização intensiva de capital em suas operações industriais. Em razão deste perfil, as empresas deste setor possuem um relevante patrimônio concentrado em Ativos Fixos, e este parque industrial requer constantes investimentos para manter ou expandir suas atividades. Considerando este arcabouço, é bastante pertinente buscar compreender quais são os instrumentos de contabilidade gerencial utilizados para planejar e controlar as etapas que fazem parte do processo de investimento destas organizações, bem como sua adequação a normas internacionais de contabilidade. Desse modo, análise dos dados coletados junto a várias empresas do setor busca contribuir para melhorar o entendimento da ciência contábil no campo da gestão empresarial em uma industria de especial relevância econômica.

INVESTIGAÇÃO SOBRE ASPECTOS DE PLANEJAMENTO E CONTROLE DE INVESTIMENTOS EM ATIVOS FIXOS NAS GRANDES MONTADORAS EM ATIVIDADE NO BRASIL - Diogo Moreira Carneiro (USP)


Este texto foi apresentado no Congresso USP de Iniciação Científica. O trabalho é interessante , mas existem algumas lacunas na metodologia (quantos respondentes, quando foi realizada a pesquisa, quem sao os respondentes).

13 agosto 2009

Rir é o melhor remédio


Ninja não pode usar iPod

Contabilidade e Política

Segundo notícia do Valor Econômico (Acordo de Lula salva a Celg e lança Meirelles, 13/8/2009), o governo federal resolveu ajudar a Celg para viabilizar a candidatura do atual presidente do Banco Central.

Este blog, sempre que possível, evita postar notícias políticas. Entretanto é inegável a influência da política sobre os negócios.

Este fato já foi constatado numa pesquisa de Mara Faccio, Ronald Masulis e John Mc Connell - Political Connections and Corporate Bailouts (Journal of Finance, dezembro de 2006, p. 2597-2635). Os autores analisaram empresas que possuiam ligações políticas em 35 países durante o período de 1997 e 2002. Estas empresas possuem muito mais possibilidade de serem socorridas do que empresas similares. Mesmo que o socorro seja do FMI ou do Banco Mundial. O contraditório é que as empresas com vínculos políticos têm desempenho financeiro pior.

O interessante na pesquisa dos autores: os 35 países são do primeiro mundo.

Valor justo e Imóveis

Mudança contábil eleva patrimônio de empresas - Silvia Rosa, de São Paulo
Valor 13/08/2009

Nova regra permitirá que empresas de exploração comercial registrem ganho com valorização das propriedades

A carteira de imóveis da empresa de shopping centers BR Malls, hoje registrada em R$ 2,5 bilhões no balanço, pode dobrar de tamanho em breve. Na Multiplan, do mesmo setor, a diferença é ainda mais expressiva. Um levantamento da consultoria Jones LaSalle realizado em 2008 mostra que o valor será de R$ 6,2 bilhão, quase quatro vezes superior ao patrimonial.

Essa inflação dos ativos é consequência de uma mudança contábil que entra em vigor no ano que vem para empresas de shopping centers e que atuam na exploração de imóveis visando geração de renda ou valorização comercial.

Como parte do processo da adequação às normas internacionais de contabilidade, iniciado em 2008, essas companhias terão a opção de avaliar as propriedades para investimento pelo valor de mercado. Atualmente, a avaliação é feita pelo valor de custo.

A contabilização pelo "valor justo" terá impacto no balanço patrimonial e no resultado das empresas, já que a diferença entre o que está hoje nos livros e a nova avaliação será registrada como ganho ou perda no período, com efeito direto no lucro ou prejuízo. "Em caso de valorização da propriedade, o saldo contábil gerado pela diferença entre o valor de custo e o valor de mercado pode ser contabilizado no resultado como ganho operacional", explica Fernando Próspero, da área de auditoria da Ernst & Young. "Fizemos uma avaliação interna no fim de 2008 do impacto que isso poderia gerar para nossos resultados", afirma Leandro Bousquet, diretor financeiro da BR Malls. "Estamos estudando a necessidade de adoção da medida".

A adaptação ao novo modelo deve gerar impacto positivo significativo nos resultados dessas empresas num primeiro momento, uma vez que o valor de mercado da maioria desses imóveis é muito superior ao valor patrimonial. A regra, que vale para o exercício encerrado em dezembro de 2010, traz o balanço para mais perto da realidade, o que também significa instabilidade maior. A desvalorização dos imóveis em um momento de desaquecimento resultará imediatamente em prejuízo.


Grifo meu.