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07 outubro 2008

Será?

Nova lei contábil teria reduzido perdas
A possibilidade de perdas financeiras provocadas por operações envolvendo instrumentos financeiros, como ocorreu com a Aracruz, poderia ter sido detectada com antecedência. Especialistas em contabilidade e auditoria ouvidos pela Gazeta Mercantil afirmam que isso ocorreria caso as empresas brasileiras já divulgassem seus balanços pelo modelo International Financial Reporting Standards (IFRS), cujo conteúdo tem de trazer um nível muito mais detalhado de notas explicativas. Com sua adoção, até 2010, será possível saber quais os níveis de alavancagem a que as companhias estão expostas em operações que envolvem instrumentos financeiros.

A norma IFRS 7, uma das novas ferramentas que deverão ser reguladas para o mercado brasileiro, obriga, por exemplo, as companhias a divulgar a que riscos estão mais submetidas. "Essa norma poderia ter alertado o mercado caso as empresas já a tivessem incorporado. Se elas fizessem isso, o investidor poderia vislumbrar com que cenários a companhia trabalhava. É uma forma de alinhar as informações dos investidores com aquelas que a administração da empresa possui", define o sócio da PricewaterhouseCoopers , Tadeu Cendon. "Claro que as empresas trabalham com alguma margem e, certamente, não poderiam prever que a situação econômica mundial estaria péssima como a atual", afirma.

Desde 2002, os bancos brasileiros praticam a marcação de seus títulos e derivativos ao valor de mercado. Significa que, a cada fim de exercício, como um mês, é possível estimar a posição daqueles ativos dentro dos balanços.

A mesma ferramenta, prática das normas internacionais, será incorporada aos balanços das empresas, o que deve dar mais transparência aos números. "A chegada do IFRS também trará um nível muito maior de detalhamento às políticas de uso de instrumentos derivativos", diz o sócio da Ernst & Young, Flávio Peppe. "Os acionistas passarão a ter a percepção mais adequada de se a empresas utilizam esse recurso apenas para proteger sua operação ou se também estão praticando algum tipo de especulação com esses mecanismos. Investidores não gostam de surpresas e punem as ações das empresas", diz Peppe.

MELHOR GOVERNANÇA
Empresas cujas ações são listadas no mercado norte-americano fornecem à Securities and Exchange Commission (SEC) um relatório que contém uma análise de sensibilidade de cenários. "Pelo documento, as empresas fazem uma projeção qualitativa e quantitativa, que traz detalhes do gerenciamento de riscos das companhias", explica o sócio da Deloitte, Luciano Cunha.

As empresas listadas que não fizeram divulgações adequadas sobre sua política de uso de derivativos assumiram altos riscos por terceiros. "O problema é de postura, e não de lei", diz Clóvis Madeira, da Directa Auditores.
Fonte: Gazeta Mercantil
06/10/2008


Enviado por Marcos César (grato)

Causa ou efeito?


Propor a suspensão da marcação a mercado e as regras de valor justo deve ser apoiada, não porque as regras foram a causa do acidente, mas porque elas eram a causa da bolha que o precederam. (...) Sabemos que os preços dos mercados são muito variáveis e a norma contábil deve agora reconhecer que o papel do contador não é para imitar os preços do mercado, mas para fornecer uma alternativa mais confiável.


Michael Page, Professor of Accounting, University of Portsmouth,Enron was an omen of dangers of fair value rules, 6/10/2008, Financial Times, Asia Ed1, 10 (grifo do blog)

Pelo Fluxo de Caixa


Os membros da Corporate Reporting Users Forum encaminharam uma carta do Financial Times em defesa da evidenciação do fluxo de caixa das empresas. Em razão da crise financeira, observar o caixa (e a capacidade de honrar os compromissos) torna-se vital. Entre os membros deste Forum encontram-se analistas e investidores do JPMorgan, Deutsche Bank, UBS, Insight Investment, Barclays Capital, Hermes Investment Management e Citigroup. A reportagem do Financial Times afirma

Nick Anderson, head of equity research at Insight Investment, said: "Most numbers in the income statement are subjective, as is the balance sheet. But actual cash flows are absolutely solid and yet the cash flow statement is the worst of the three."


Business urged to improve cash reporting
Jennifer Hughes - 6/10/2008 - Financial Times - London Ed2 - 28

Prisão na Parmalat


Promotores pedem 13 anos de prisão para ex-presidente
Reuters - 7/10/2008
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Promotores italianos pediram pena de prisão por 13 anos para o antigo presidente da companhia de alimentos Parmalat ontem, depois do colapso da companhia em 2003, em um dos maiores escândalos financeiros da Europa.

O executivo Calisto Tanzi está entre oito antigos executivos e banqueiros envolvidos no processo em Milão. A promotoria afirmou que Tanzi era "o centro, que cobriu a todos" no caso.

Os promotores pedem penas que vão de três anos e seis meses a seis anos de detenção para os outros acusados, incluindo três antigos executivos do Bank of America. Eles pedem multa de 300 mil euros (408 mil dólares) e o confisco de 600 mil euros da auditoria Italaudit, cujo nome anterior era Grant Thornton. Esta é a primeira vez que os promotores desse processo recomendam a prisão de Tanzi. Veredito ao caso não é esperado em meses. A Parmalat sucumbiu em 2003 com rombo de 14 bilhões de euros em sua contabilidade.

A análise do executivo


(...) El director ejecutivo de Lehman Brothers, Richard Fuld, dijo que se preguntará “hasta el día de su muerte” por qué el gobierno de Estados Unidos no rescató a la firma de Wall Street, y aseguró que los reguladores conocían la extensión del problema mucho antes de su colapso.

(...) Fuld culpó a “una letanía de factores desestabilizadores” por el derrumbe de Lehman, incluyendo los mayores costos de los préstamos, reglas de contabilidad que obligan a escribir el valor de los activos a precios extremadamente bajos y la caída en la calificación de los créditos. (...)


Fuld culpa a rumores por la caída de Lehman Brothers
7/10/2008 - Diario Financiero

Aqui a questão do risco moral fica mais clara:

No obstante, Fuld afirmó que instituciones como el FMI o la propia Reserva Federal también habían errado en su diagnóstico sobre los riesgos de unos mercados que finalmente causaron la quiebra del banco y la actual situación de las Bolsas. El directivo aseguró que el banco, para el que ha trabajado durante 42 años, no fue solamente víctima de sus errores, sino también de los rumores, de una "tormenta de miedo que está envolviendo al área de banca de inversión y a otras instituciones financieras en general" y de una regulación sin actualizar. En este sentido, arremetió contra las normas de contabilidad de los activos a precio de mercado, y criticó la permisividad con la que han operado los invesores que han vendido a corto (short sellers). Fuld dijo que el fin de semana previo a su solicitud de quiebra ante el juez pensaba que su banco podría haber sido salvado, igual que lo fue Merrill Lynch. (...)


Fuld asume sus errores al frente de Lehman Brothers
Cinco Días - 7/10/2008

Observe como a contabilidade, que mostraria os problemas da entidade, entra como culpada. A estimativa do Cinco Dias é que Fuld embolsou 480 milhões de dólares desde 2000.

06 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

“Se você comprou uma ação da Delta Air Lines a 1.000 dólares há um ano, você terá hoje $49. Com a Fannie Mae um investimento neste valor resultaria em 2,50. Com AIG seria de 15 dólares. Mas comprando 1.000 em cerveja, bebendo tudo e reciclando as embalagens de aluminio você teria 214 em dinheiro. Ou seja, o melhor investimento é beber e reciclar." Aqui

Links

1. Deve-se usar o julgamento em mercado ilíquido

2. Comparando as manchetes dos jornais dos EUA sobre a crise

3. IFRS 04 – Contratos de seguros (ainda não regulamentado pelo cpc)

4. Falácia do custo perdido em finanças pessoais

5. Gráfico mostrando o tamanho da crise

6. Câmara avalia mudanças no período da licença-paternidade

7. A aquisição do Wachovia ainda não terminou. Citi x Wells Fargo lutam

8. Um endereço especializado na crise que começou em 2007

9. Chairman do Fasb escreve uma carta ao congresso

IFRS responde a Crise

O International Accounting Standards Board (IASB) anunciou hoje o estado atual sua resposta à crise de crédito e os seus próximos passos.
(...)A FSF identificou três áreas de ação no domínio das normas contábeis:
1. Elementos fora do balanço: o IASB deveria melhorar a contabilização e divulgação de normas sobre itens fora do balanço numa base acelerada e trabalhar com outros normatizadores na direção da convergência internacional.
2. Valor justo nos mercados ilíquidos: O IASB deve intensificar suas orientações em matéria de valorização dos instrumentos financeiros em mercados não estão mais ativos. Para este fim, o IASB criado um painel consultivo perito em 2008.
3. Evidenciação: O IASB vai reforçar as suas normas para atingir melhores evidenciações sobre valorizações, metodologias e as incertezas associadas com avaliações.


Fonte: Aqui

Aids: aumenta ou diminui a riqueza?

Alguns argumentam que uma epidemia como AIDS num país pobre pode aumentar a riqueza por reduzir a população. Aqui um estudo sobre o efeito da Aids na fertilidade da mulher africana.

Custo e benefício da adoção da IFRS pelos Estados Unidos


Fonte: Aqui

Análise da crise

A transparência é crucial para a conquista da confiança dos investidores nos mercados. (...) No entanto, os banqueiros estão mais uma vez pedindo uma suspensão das regras contábeis que os obrigam a informar o que vale os seus ativos, incluindo os declínios nos valores quando eles ocorrem. Isto surge num momento em que o Fundo Monetário Internacional e Bridgewater Associates relataram que as perdas relacionadas com hipotecas entre US $ 945 bilhões e US $ 1600 bilhões. Mas, com instituições relatando um pouco mais de U $ 500 bilhões em prejuízos até à data, mais perdas serão informadas se Bancos são confiáveis. (...)

A realidade é que os banqueiros estão tentando atirar ao mensageiro. Eles emprestaram mais dinheiro do que eles se estão a recebendo. Se você fizer um empréstimo no valor de US $ 100, mas só tiver de volta $ 60 é um problema. Mas quando você faz isso repetida vezes, usando dinheiro emprestado em primeiro lugar, tornam-se uma crise para bancos, esgotando o dinheiro. É a mesma coisa que acontece em casa quando mês após mês, você gasta mais do que você receber em seu salário.

(...) Só irá surgir compradores quando os bens são colocados à venda a um preço que irá gerar um retorno razoável, dado o risco envolvido. Infelizmente, isto significa os bancos terão de assumir as perdas adicionais (...)

A verdadeira crise é que os bancos tinham esgotado a seu caixa para permanecerem líquidos, saldar os depositantes e outros projetos. Mesmo se o valor justo for suspenso, a crise continuará. (...) Se o problema foi apenas o valor justo contábil - como os bancos alegam -, então eles não precisariam de $ 700 bilhões (...) No entanto, mesmo com a suspensão da contabilidade a valor justo, eles ainda estão pedindo todo o dinheiro - esperando que sua conversa irá desviar as atenções do verdadeiro problema.


Banks want to shoot the messenger over fair value rules - Lynn Turner - 02/10/2008
Financial Times - Asia Ed1 - 15

Extintor ou gasolina?

Norris, em Mistakes Of the Past Live Again, The New York Times, 3/10/2008, questiona uma das medidas adotadas pelo governo Bush:

O aumento da garantia de depósitos em 1980 para 100 mil dólares, de 40 mil, fez os depositantes menos preocupados com a saúde de suas instituições (...) Aumentar para 250 mil dólares agora pode ter o mesmo efeito.

05 outubro 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Profecia

Quando liquidez desempenha um papel importante como nos tempos de crise financeira, os preços dos ativos em alguns mercados podem refletir a quantidade de liquidez disponível no mercado, em vez do potencial de ganho futuro do ativo. Contabilidade com marcação a mercado não é uma desejável forma de avaliar a solvência de uma instituição financeira em tais circunstâncias. Mostramos que um choque no setor dos seguros pode fazer com que o valor atual dos ativos dos bancos ser menor que o valor atual dos seus passivos então os bancos serão insolventes. Em contrapartida, caso seja utilizada a contabilidade a custo histórico, os bancos estão autorizados e podem continuar a responder pelo passivo futuro. Contabilidade a marcação de mercado pode, assim, levar ao contágio que não iria ocorrer com a contabilidade a custo histórico.

Franklin Allen e Elena Carletti, Mark-to-Market Accounting and Liquidity Pricing, 20 de Julho de 2006. Haresh Sapra, aqui, faz uma discussão sobre o assunto. Dica do Marginal Revolution

04 outubro 2008

Atlas do mundo real

A seguir um Atlas que representa a proporção de cada país do mundo:

1. Consumo de Álcool


2. Destino de Turistas



3. HIV



4. Imigrantes




5. Morte com Guerras de 1945 a 2002



6. Poder nuclear




7. Preço da residência ajustado pelo poder de compra



8. Riqueza per capita em 1900



9. Riqueza per capita em 2015



10. Ferrovias

03 outubro 2008

Rir é o melhor remédio

O ator Russell Crowe (que fez o papel de Nash no cinema) teve uma idéia brilhante. Em lugar de gastar 700 bilhões de dólares, o governo dos Estados Unidos deveria dividir este valor entre os 300 milhões de habitantes. Isto daria para cada pessoa, segundo Crowe, 1 milhão de dólares.

“I was thinking,” Crowe said. Aqui Crowe has novel plan to cure financial crisis via NakedShorts

Rir é o melhor remédio

Observe a propaganda apelativa deste Fundo Hedge (via Bigpicture New Hedge Fund: Strategery Capital)

(Clique na figura para ver melhor)

SEC e Auditorias

Presidente da SEC reúne-se hoje com chefes de auditoria
Valor Econômico - 3/10/2008

O presidente da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais americano que vem sendo pressionado por bancos e legisladores para que afrouxe as normas contábeis tidas como responsáveis pelo agravamento da crise financeira, vai reunir-se com os presidentes das maiores firmas de auditoria. Duas pessoas a par do assunto disseram ontem que executivos da PricewaterhouseCoopers (PwC), KPMG, Deloitte & Touche e Ernst & Young vão reunir-se hoje com Christopher Cox. A discussão será concentrada numa exigência, apoiada pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Ben Bernanke, dos bancos reverem suas posições a cada trimestre e reportarem perdas se os valores caírem. A regra contábil do valor justo tornou-se um impasse enquanto o congresso americano avalia um plano de socorro de US$ 700 bilhões para as instituições financeiras americanas.

Uma carta enviada a Cox em 30 de setembro e assinada por 65 legisladores pede que ele suspenda a exigência "imediatamente", alegando que ela desencadeou remarcações para baixo que não refletem o valor dos ativos em estão nos balanços. "Em períodos de turbulência no mercado, as instituições financeiras são forçadas a reduzir o valor de ativos de longo prazo não negociados abaixo de seus verdadeiros valores econômicos", afirma a carta, assinada por 58 legisladores republicanos e sete democratas. As regras estão "enfraquecendo a capacidade dos bancos de fazer empréstimos aos consumidores e empresas", segundo a carta. O colapso do mercado hipotecário "subprime" levou a perdas e baixas contábeis de mais de US$ 587 bilhões para as instituições financeiras, segundo dados compilados pela Bloomberg. O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, está tentando conseguir junto ao congresso autoridade para aliviar a crise, comprando títulos lastreados em hipotecas e outros ativos problemáticos dos bancos. O senado americano aprovou ontem um plano de resgate que exigirá que a SEC analise se a regra contábil do valor justo desencadeou as falências bancárias. A medida por pouco não suspendeu as regras, reiterando que as autoridades reguladoras têm poder para fazer isso. A câmara dos representantes poderá votar a medida hoje. Os legisladores estão "tentando cobrir seus flancos sem destruir o sistema financeiro", disse ontem William Black, professor associado de economia e legislação da Universidade do Missouri em Kansas City, que apóia o uso da contabilidade do valor justo. "Eles estão tendo que adoçar algumas bocas para ampliar a coalizão e aprovar a lei." Bernanke disse no mês passado que conceder uma moratória à regra do valor justo tiraria do mercado a confiança de que as companhias estão confessando francamente suas dívidas. As firmas de contabilidade têm argumentos parecidos. Suspender as regras "vai apenas confundir o cenário econômico para os investidores e autoridades reguladoras, e poderá até mesmo plantar as sementes da próxima crise", diz Dennis Nally, presidente da PwC em uma carta que foi enviada na quarta-feira a todos os congressistas. A grande preocupação do setor de contabilidade "tem de ser a exposição ao litígio" , afirma Adam Pritchard, um ex-advogado da SEC que atualmente é professor da Faculdade de Direito da Universidade de Michigan em Ann Arbor. "Quando eles aprovarem as avaliações a preços que não os de mercado, nos casos em que eles estiverem errados, os contadores serão processados porque seus clientes vão quebrar", disse ele. " Porta-vozes da PwC, KPMG, Ernst & Young e Deloitte não quiseram comentar ontem a reunião com Cox. Os presidentes da Grant Thornton, BDO Seidman, Crowe Horwath e McGladrey & Pullen também participarão do encontro. "A SEC continua reunindo-se com outras autoridades reguladoras, emissores, auditores e investidores para discutir o valor justo diante das condições atuais do mercado", disse na quarta-feira John Nester, porta-voz da SEC, que no entanto não quis fazer mais comentários. A contabilidade do valor justo exige que as companhias determinem o quando valem seus ativos com base no valor que elas poderiam vendê-los no mercado aberto. A SEC emitiu "esclarecimentos" em 30 de setembro que conclamam bancos e auditores a usar estimativas, como os fluxos de caixa projetado, para determinar o valor dos ativos quando a negociação no mercado ficar muito difícil. A SEC agiu depois que a American Bankers Association, uma associação de classe de Washington, manteve encontros com funcionários da SEC e fez lobby junto à agência para que ela dê mais flexibilidade às instituições financeiras na maneira como elas avaliam seus ativos. Gayle Hansen, um auditor da Erhardt Keefe Steiner and Hottman, de Denver, diz que a diretriz da SEC não estimula os contadores a esconder as baixas contábeis dos bancos porque o setor ainda carrega cicatrizes dos escândalos da Enron e da WorldCom, no começo da década. Investidores e legisladores "bateram muito nas firmas de contabilidade depois da Enron", diz Hansen. "Eles não querem se ver nessa posição novamente."

Links

1) IFRS 03 – Concentrações de atividades empresariais (ainda não regulamentado pelo cpc)

2) Um gráfico fantástico lembra a cronologia da crise

3) Finanças Pessoais: Quanto dinheiro necessitamos para viver?

4) A revista Life está de volta

5) Para comparar salários

Crise e Contabilidade

O número de textos sobre a contabilidade e a crise financeira é enorme. A seguir, um breve resumo de alguns destes textos:

Em termos contábeis, a crise financeira colocou a discussão do valor justo no foco das atenções. Em Pressure mounts for easing of fair value accounting standards, Jennifer Hughes, Ben Hall in Paris e Joanna Chung (1 October 2008 - Financial Times - USA Ed2 – 17) lembram que o presidente francês, Nicolas Sarkozy, falou da possibilidade da Europa em flexibilizar as normas contábeis. David Cameron, lider da oposição conservadora da Inglaterra disse que as regras tornaram a crise pior. Robert Rubin, ex-secretário do tesouro dos Estados Unidos e atualmente do Citigroup diz que a contabilidade a valor justo piora os problemas do sistema financeiro e que não serve bem ao sistema.

Em outro texto, Sarkozy seeks more flexibility on accounting rules , Jennifer Hughes e Ben Hall (1 October 2008, Financial Times, London Ed1, 06) lembra que a posição de Sarkozy aparece depois da ajuda da França em evitar os problemas da Dexia, uma instituição belga-francesa. A França detém a liderança da comunidade européia até o final do ano. O texto cita Sam diPiazza, da PwC, empresa de auditoria, que afirmou que “os políticos estão acreditando numa resposta simples aqui e ela não existe”.

A posição de Sarkozy é detalhada em Sarkozy seeks EU-wide accounting rule change
(Ben Hall e Nikki Tait Brussels - 1 October 2008 - Financial Times - Asia Ed1 - 04)

Justin Fox, da revista Time (aqui também) , destaca que a marcação a mercado tem suas raízes na revolução da eficiência do mercado na teoria de finanças na década de 1960. Acredita-se que os preços do mercado refletem a realidade econômica. Este pensamento é prevalecente na academia.

Em Clarification of accounting rule sparks debate ; At issue: Write-downs of asset values, Matt Krantz (do jornal popular USA Today - 1 October 2008 – FINAL - B.2) lembra que o valor justo representa o foco da crise financeira atual.

Anatole Kaletsky, 'Punish greedy bankers' is not a rescue plan (The Times, 1 October 2008 – 26) faz um apanhado interessante sobre a questão do resgate dos bancos em dificuldades. Ele lembra que o valor justo funciona bem em situações de bonança, mas com o mercado em crise, com elevada volatilidade, a marcação a mercado pode contribuir para o aumento dos problemas.

Williamson e Scannell, num texto para o Wall Street Journal , afirmam que críticos da proposta de mudança das regras contábeis lembram que as alterações são ilusórias e podem atrasar a resolução dos problemas que genuinamente causaram a crise. A vitória dos opositores a regra culminou com um “esclarecimento” da SEC e do FAsb quanto a questão contábil. Em situações onde o mercado não existe ou quando o ativo só será vendido em liquidação torna-se difícil aplicar o FAS 157

Jennifer Hughes em Fighting fit for fair value fray (1 October 2008 - Financial Times - London Ed1 – 22) faz um resumo da experiência profissional de Sir David Tweedie, o chairman do Iasb, considerado por um jornal como “o mais odiado contador da Inglaterra”.

A mesma Hughes, num texto opinativo denominado Mark to market (1 October 2008 - Financial Times - London Ed1 – 20) afirma que “argumentar que este sistema é responsável pela crise de falencias nos bancos é absurda”. Mas Hughes reconhece que talvez o valor justo possa ter exacerbado o problema.

A The Economist, em Fair Cop (aqui) lembra que a situação do valor justo é mais complexa na Europa e em outros territórios governados pelo Iasb. A SEC responde ao Congresso dos Estados Unidos. Mas e os países que adotam o Iasb? A revista lembra a posição de Sarkozy, de defende a proposta de suspender o valor justo. Seria o capítulo final do valor justo? A revista acredita que não e cita o exemplo da Wachovia, instituição financeira dos Estados Unidos, cujos problemas dos empréstimos são refletidos mesmos quando avaliados ao custo histórico.

Em Loosening of “Mark-to-Market” Accounting Rules Debated, o Riskmetrics lembra que o Center for Audit Quality, o Council of Institutional Investors e o CFA Institute—que representa os auditors, os investidores institucionais e os analistas financeiros – dizem contrários a alteração das regras. “Suspender o valor justo durante estes tempos de mudanças economicas pode retirar dos investidores informações críticas necessárias. Investidores tem o direito de conhecer o valor corrente de um investimento (…)”

Este texto do Seeking Alpha (SFAS 157: Accounting Rules Do Not Affect Cash Flows) lembra que contabilidade não afeta o fluxo de caixa. Ou seja, a questão do SFAS 157 talvez não seja relevante como se parece.

O Iasb, em IASB staff position on SEC-FASB clarification on fair value accounting (2 de outubro de 2008) não considera que a “clarification” promovida pela SEC/FASB não presenta uma emenda ao SFAS 157, mas um guia para situações de mercados inativos. O Iasb considerou isto consistente com o IAS 39.

David Leonhardt, em The Battle Over Mark-to-Market, confronta a posição de Bob McTeer, ex-presidente do Fed de Dallas, que defendeu a suspensao da marcação a mercado, e Barry Ritholz, do Big Picture.

O mesmo Leonhardt, em Some Mark-to-Market for Your Morning, faz um rápido apanhado de posições favoráveis e contrárias.

Marie Leone, da publicação CFO (Coming Very Soon: Fair Value Illustrated
e aqui , 1/10/2008) destaca a mudança do SFAS 157 para ativos ilíquidos. Neste texto, um membro do FASB afirma que a alteração não poderia enfatizar demais que os objetivos da norma foram alterados.

A questão da alteração do SFAS 157 está bastante detalhada em Strange Bedfellows: Fair Value and the Bailout Plan (aqui o mesmo texto) de David Katz e Tim Reason, da CFO. O texto não acrescenta muito ao que já foi dito sobre a alteração.

Mas é interessante notar que a página de notícias da AICPA e IFRS não apresenta atualização desde 26 de setembro de 2008. Falta de notícias ou medo de comprometer sobre o assunto? Vide a figura abaixo.