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14 abril 2012

Dividendo por lucro

Definição – Este índice representa a taxa de distribuição do lucro para os acionistas.

Fórmula – Dividendo por lucro = [(Dividendos + Juros sobre o Capital Próprio)/Lucro Líquido] x 100

Sendo

Dividendos e Juros sobre Capital Próprio = representa o valor distribuído para o acionista sob a forma de dividendos e juros sobre o capital próprio
Lucro Líquido = corresponde ao lucro líquido da empresa, antes da distribuição do resultado

Unidade de Medida – em percentual.

Intervalo da medida – Este índice é obtido para valores positivos, variando entre zero a cem. Quanto mais próximo de 100% maior a distribuição do resultado por parte da empresa. Em razão das normas societárias brasileiras, o valor mínimo deveria ficar em geral acima de 25%.

Como calcular – Os valores podem ser obtidos na demonstração das mutações do patrimônio líquido. Ou então na demonstração dos fluxos de caixa do período seguinte e do resultado do atual exercício.

Veja o exemplo da holding Itau, conforme extrato apresentado na figura abaixo:

Durante o exercício (segundo semestre de 2011) a empresa teve um lucro acumulado de R$6,12 bilhões. Será destinado para os acionistas R$1,85 bilhão. Este índice pode ser calculado facilmente:

Dividendo por lucro = [1846 923 / 6 120571] x 100 = 30,2%

Ou seja, a empresa está distribuindo um pouco menos de um terço do lucro para seus acionistas.

Grau de utilidade – Elevado. Este índice mostra quanto está sendo distribuído do lucro por parte da empresa. Para o investidor é importante saber a possibilidade de ter um fluxo de dividendos ao longo dos anos.

Controvérsia de Medida – Alguma, referente ao uso da DMPL para fins de obtenção dos valores, conforme detalhado a seguir.

Observações Adicionais
a) Apesar de o índice referir-se aos dividendos, os aspectos contemplados também estão relacionados com os juros sobre o capital próprio.
b) Usamos a DMPL para o cálculo. É importante notar que o valor de dividendos apresentados na DMPL refere-se a uma proposta. O ideal seria usar o valor efetivamente distribuído. A alternativa para isto seria obter este valor na DFC no próximo exercício social. Entretanto, isto não garante que o cálculo esteja levando em consideração somente os dividendos gerados no exercício.
c) O inverso desta medida seria a taxa de retenção do lucro. No exemplo apresentado, a taxa de retenção seria 70% ou 1 – 30%.
d) Empresas em fase de expansão costumam reter lucros, resultando num índice reduzido. Entretanto é importante considerar que a existência da legislação societária sobre o assunto tende a elevar o valor distribuído mesmo nestas fases.
e) As empresas que não possuem alternativas de investimento geralmente apresentam um valor elevado para este índice.
f)Em geral as empresas apresentam um valor relativamente estável no tempo. Grandes variações neste índice pode ser um aspecto negativo para o investidor.
g) Para as empresas que distribuem dividendos adicionais após a assembleia dos acionistas deve-se tomar o cuidado de relacionar o valor distribuído pelo lucro do exercício correspondente. 

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:

14 de abril

Nascimentos:

Aluísio Azevedo - escritor e jornalista brasileiro, autor de "O Cortiço";
Alfredo Volpi - pintor ítalo-brasileiro, considerado pela crítica um dos artistas mais importantes do modernismo;
Renata Andrea Henriques Sales - minha irmã ;)

Robert Doisneau (fotos) - fotógrafo de rua, famoso pela fotografia "O Beijo do Hotel de Ville".




13 abril 2012

Ganhe mais: peça demissão


Se você acha que a única maneira de ganhar um aumento é procurando outro emprego, você pode estar certo. Hummm!!!

Para confirmar a revolta de muitos, uma nova pesquisa mostrou que funcionários de uma empresa geralmente são indevidamente passados para trás em uma promoção em favor de alguém de fora da organização, que muitas vezes ganha melhor. [Até negritei para aumentar a revolta!]

Para adicionar insulto à injúria, a mesma pesquisa notou que as contratações externas não realizam um trabalho tão bom quanto as pessoas que são promovidas a partir de dentro da organização.

Conclusão (a.k.a. dã!): as empresas poderiam se dar melhor se promovessem seus próprios funcionários, ao invés de caçar no quintal do vizinho.

“As empresas devem compreender que muitas vezes pode ser mais difícil do que parece trazer pessoas de fora, que parecem boas no papel”, disse Matthew Bidwell, professor de administração da Universidade da Pensilvânia, EUA, e autor do estudo.
“Além disso, há uma suspeita de que ‘a grama do vizinho é sempre mais verde’ que leva algumas empresas a contratar gente de fora com um currículo bom, sem entender que é difícil saber que fraquezas essas pessoas vão trazer com elas”, explica.

A pesquisa descobriu dois inconvenientes principais de contratar gente de fora para grandes posições. A principal delas é que geralmente leva cerca de dois anos para novas contratações se ajustarem a novas responsabilidades dentro de uma organização.

Além disso, gerentes de recursos humanos relatam que normalmente pagam mais a essas pessoas, entre 18 e 20% mais, para atraí-las e fazê-las deixar sua posição atual. No entanto, quem conseguiu passar os dois primeiros anos foi promovido mais rapidamente do que os candidatos internos.

Os pesquisadores alertam que, mesmo que as contratações externas sejam qualificadas para o trabalho, o sucesso não é garantido. “Há um risco muito maior da pessoa não atender a expectativa e ser demitida durante esses primeiros anos, principalmente porque não desenvolve as habilidades necessárias e, portanto, não funciona tão bem como o esperado. Então, também, novas contratações poderiam decidir sair voluntariamente”, diz Bidwell.

Ser passado pra trás em uma posição dentro de uma organização, que foi oferecida para uma pessoa de fora da organização, pode (e com certeza vai) frustrar os funcionários, mas Bidwell não recomenda se demitir. Isso pode ser considerado uma forma de mostrar deslealdade para com sua organização por outros empregadores e, em última instância, não vai aumentar suas chances de ganhar bem.

Fontes: Aqui e Aqui

Rir é o melhor remédio

Esqueletos dos desenhos. Dica Ednilto (grato)









Links


Neurociência

Mercado Irracional

Desenvolvido?

Para Nerds

Lucro por ação


Definição – Corresponde ao lucro do período dividido pelo número de ações. Refere-se ao lucro que pode ser destinado aos acionistas.

Fórmula – Lucro por Ação = Lucro líquido do exercício / número de ações

sendo

Lucro Líquido = corresponde ao resultado líquido do exercício da empresa
Número de ações = refere-se ao número de ações emitidas pela empresa

Unidade de Medida – em reais.

Intervalo da medida – Este índice é calculado para valores positivos, variando entre zero a infinito. E possível também calcular o prejuízo por ação, mas em termos analíticos isto não faz muito sentido.

Como calcular – Para as empresas de capital fechado, basta dividir o lucro líquido, informação obtida na demonstração do resultado, pelo número de ações, que pode estar evidenciado nas notas explicativas. Em empresas com ações negociadas na bolsa de valores este valor está calculado nas demonstrações contábeis.

Veja o caso do Bradesco, que apresentamos um extrato das notas explicativas onde a empresa detalha o cálculo do lucro por ação:

A instituição financeira calculou o lucro separado dos acionistas ordinários e os preferenciais. O valor é obtido dividindo o lucro líquido pelo número médio de ações. Veja o seguinte exemplo:

LPA Acionistas Ordinários em 31 dez 2011 = 5221 168/1908 949 = R$2,74

Grau de utilidade – Moderado. Este índice pode ser útil quando usado em conjunto com outros índices e analisado em termos históricos. Entretanto sua utilidade é prejudicada por ser um valor específico para cada empresa. Assim, um LPA de 5,00 para uma empresa pode ser elevado, mas para outra pode ser reduzido.

Controvérsia de Medida – Alguma. A CVM possui norma específica sobre a forma de cálculo, o que reduz os problemas.

Observações Adicionais
a)  Em geral este índice não apresenta variação expressiva ao longo do tempo. As empresas evitam uma flutuação grande neste índice, já que isto pode indicar um risco mais elevado;
b)  Valores mais elevados do lucro por ação geralmente estão associados a distribuição de dividendos.
c)  Quando confrontado com o preço da ação, este índice pode revelar um parâmetro de retorno do investimento para o acionista. No dia que escrevemos este texto, no início de abril de 2012, o preço da ON do Bradesco estava em 25,57. Com um LPA de 2,74, isto indicaria que comprar a ação da empresa levaria a um retorno anual de 10,70 em termos de lucros (sem levar em consideração a valorização das ações).


Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Lucro por ação, Preço sobre vendasDividend yieldCapital Circulante LíquidoCusto da DívidaInvestimento sobre DepreciaçãoComposição do EndividamentoCobertura de dívida,. Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a Fornecedores,  Taxa de QueimaPrazo de EstocagemValor Adicionado sobre ReceitaMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRSPLEndividamento OnerosoEndividamentoFluxo de Caixa LivreEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Informações privilegiadas

Reguladores de valores mobiliários nos Estados Unidos afirmaram nesta quinta-feira que o Goldman Sachs pagará US$ 22 milhões para resolver acusações civis de que o banco de investimentos não dispõe de políticas adequadas para evitar que analistas da empresa compartilhem informações não-públicas que poderiam ser passadas aos clientes.

O acordo foi fechado em conjunto com a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Financial Industry Regulatory Authority (FINRA).

O caso deriva de uma prática do Goldman que veio a público há alguns anos, em que analistas da área de pesquisa de ações encontravam-se com os operadores das companhias para dividir sua melhores ideias de operações. Estas ideias eram, então, repassadas, para clientes preferenciais.


Fonte: Aqui.
Imagem daqui

Devolução

"Devolução ficta" é a devolução do produto, pelo comerciante, ao fabricante apenas por meio da emissão de documentos fiscais e registros contábeis, sem que o produto tenha que ser devolvido fisicamente. Já a "reintegração aos estoques" trata dos eletrodomésticos vendidos diretamente ao consumidor pelos fabricantes e não recebidos pelo comprador até a data da publicação do primeiro decreto.



Fonte: Aqui

12 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Tempo antes de terminar a instalação

Links

Curiosidade
55% dos médicos admitem usar celular durante cirurgia 
As religiões dos super-heróis 
O segredo dos Logotipos 

Narciso
Espelho, espelho meu: como evitar o viés da confirmação 
Os contadores vestem mal? Quais as razões? 

Números
RJ tem mais servidores públicos que Brasília 
Contando o número de mortos 

Listas
As 500 da Fortune em 1812: o poder dos bancos 
10 países com maior probabilidade de default: Portugal em segundo 
A origem dos principais harckers do mundo 

Educação
Concisão do texto científico 
Fipecafi agora tem curso de graduação (dica de A Alcantara) 

Tecnologia
40% dos sítios corporativos possuem vídeos 
Novo ponto eletrônico começa a valer 

Preço sobre Vendas


Definição – Este índice mostra a relação entre a capitalização da empresa e o valor da receita líquida de vendas.

Fórmula – Preço sobre Vendas = Preço da ação / Venda por ação

A expressão também pode ser obtida a partir da seguinte relação:

Preço sobre Vendas = Capitalização / Receita Líquida de Venda

Onde

Capitalização = corresponde ao valor de mercado da empresa
Receita Líquida de Venda = receita das vendas reduzida de abatimentos de vendas, devolução e impostos sobre vendas. Este valor da receita é anual.

Unidade de Medida – em números absolutos.

Intervalo da medida – Este índice pode variar entre zero a infinito. Valores muito elevados podem indicar uma valorização excessiva das ações da empresa. Valores reduzidos representa uma situação onde a valorização das ações está abaixo do esperado.

Como calcular – Para da informação pode ser obtida na demonstração do resultado da empresa. Parte pode ser obtida a partir da cotação das ações da empresa na bolsa de valores. Isto foi tratado no índice de capitalização.
A figura abaixo mostra um trecho da demonstração do resultado da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD)  referente aos dois últimos anos.

Durante o ano de 2011 a empresa teve uma receita de 17,7 bilhões de reais. A capitalização da empresa no final de 2011 é de 17,3 bilhões, conforme mostra a figura a seguir:

Com estas informações, o índice será dado por:

Preço sobre Vendas = 17,33 / 17,94 = 0,98

Ou seja, o valor de mercado corresponde a quase um ano de vendas da empresa. No ano anterior o índice era de:

Preço sobre Vendas = 19,98 / 16,965 = 1,18

Indicando uma desvalorização do valor de mercado da empresa no período.

Grau de utilidade – Moderado. O índice é usado somente para empresas com ações negociadas na bolsa de valores. Entretanto, este índice tem sido muito usado para fazer projeção de empresas inovadoras, que não geram lucro nos primeiros anos de vida útil e que são de capital fechado. Neste caso, usa uma média do setor para fazer a projeção.

Controvérsia de Medida – Alguma. Um dos aspectos críticos é seu uso para fazer estimativa de valor das empresas com baixo fluxo de caixa. Isto inclusive tem incentivado algumas empresas a “inflacionarem” suas receitas, sendo o caso mais famoso o da empresa dos EUA de venda de passagens Priceline.

Observações Adicionais
a)     Usamos no exemplo o valor de mercado do final do ano. Alternativas disponíveis incluem o valor de meados do ano ou o valor inicial. O importante é que o cálculo seja padronizado para outras empresas do mesmo setor.
b)     O índice é muito influenciado pelo comportamento do mercado acionário. Em períodos de alta na bolsa de valores o índice tende a aumentar. Nestes períodos é relevante a comparação com empresas do mesmo setor.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Dividend yield, Capital Circulante Líquido, Custo da Dívida, Investimento sobre DepreciaçãoComposição do endividamentoCobertura de Dívidas, Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a FornecedoresTaxa de QueimaFluxo sobre lucroPrazo de EstocagemMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRetorno sobre Patrimônio LíquidoEndividamento OnerosoEndividamentoEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Contabilidade pública

Uma das melhores coisas em ser governo é que ninguém audita suas contas. Os políticos têm uma margem enorme para a elaboração e apresentação de seus orçamentos. Hans Hoogervorst, o presidente do International Accounting Standards Board (IASB), referiu-se a contabilidade pública como "estado de anarquia primitiva". Um novo artigo do FMI oferece uma taxonomia útil dos truques da contabilidade pública*.

Alguns dos truques citados:

a) Empurrar gastos para o futuro;
b) Endividamento oculto
c) Antecipar receitas
d) passar por entidades não governamentais

Conforme afirma o texto, a "malandragem causa danos além de simplesmente ocultar a verdadeira situação fiscal"

Entre as medidas para resolver o problema existe a necessidade de "regras do setor privado de contabilidade. O IASB e da IFAC assinaram um acordo em novembro, para incentivar a harmonização entre o público e padrões de contabilidade do setor privado."

Um vídeo interessante

Numa pequena cidade da Bélgica, um botão convidativo: adicione drama na sua vida.



Fonte: Aqui

10 razões para fraude

1. Ganância

2. A falta de transparência

3. Má gestão da informação

4. Bônus excessivamente generosos

5. Departamento de auditoria interna sem independência

6. Falta de orientação moral clara da alta administração

7. Complexa estrutura organizacional

8. Controles contábeis pobres

9. Arrogância

10. Complacência

Fonte: aqui

11 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Periódicos

Saiu a classificação dos periódicos em Contabilidade pela Capes. A lista promoveu alguns periódicos, mas ainda persistem injustiças. A CGG (antiga UnB Contábil) que tinha sido erroneamente rebaixada para C numa destas listas recebeu a nota B2. O periódico mais bem avaliado da área, no entanto, possui um index, onde certos autores não podem publicar. (Os autores encaminham os trabalhos, que são automaticamente rejeitados). Isto parece que não foi levado em consideração pela comissão que fez a análise.

Os principais periódicos, segundo a pontuação:

B5 = Contabilidade e informação
B4 = ABC Custos, Interface, Race, Contabilidade da Bahia, Paulista de Contabilidade e RBC
B3 = Contexto, Pensar Contábil, Ambiente Contábil, RCC, RIC e Repec
B2 = Base, CGG, Contextus, Custos e agronegócio, Enfoque, Advances in Scientific and Applied Accounting
B1 = Vista e Revista, RBGN, Contabilidade e Organizações e Universo Contábil
A2 = Contabilidade & Finanças

Está faltando alguma?

Dividend yield = Dividendos / Valor de Mercado

Definição – Este índice mede a distribuição de resultados para os acionistas pelo valor de mercado do capital próprio. Corresponde ao grau de distribuição de resultado por cada unidade de valor de mercado.

Fórmula – Dividend Yield = Dividendos / Valor de Mercado

Ou então Dividend Yield = Dividendos por ação / Preço de Mercado da Ação

Dividendos = valor distribuído ao acionista. Em virtude das peculiaridades do nosso mercado, deve incluir tanto os dividendos quanto os juros sobre o capital próprio.
Valor de Mercado = corresponde ao valor de mercado do capital próprio ou capitalização. Representa o valor de mercado das ações da empresa.

Unidade de Medida – em números absolutos. Se multiplicar o valor por 100 o resultado será em percentual.

Intervalo da medida – Este índice pode variar entre zero e um. Em casos extremos e raros pode ser maior que a unidade. Nesta situação, a empresa distribuiu dividendos numa parcela maior que o valor de mercado.

Como calcular – Parte da informação é obtida nas demonstrações contábeis da empresa. A outra parte, o valor de mercado, em endereços da internet. Veja o exemplo da Souza Cruz. O valor dos dividendos distribuídos pode ser obtido na demonstração dos fluxos de caixa:

A empresa distribuiu R$1,583 bilhão em 2011. O valor de mercado da empresa pode ser obtido em endereços que já citamos na postagem sobre capitalização. O valor de mercado ao final de 2010 era de R$27,6 bilhões.

O índice pode então ser calculado da seguinte forma:

Dividend Yield = 1,583 / 27,6 = 0,057

Indicando que para cada R$ investido no final de 2010 o acionista teria um dividendo de R$0,057.

Grau de utilidade – Moderado. Pode ser usado para selecionar as empresas pagadoras de dividendos ao longo do tempo, daquelas onde o retorno decorre da valorização do preço das ações.  Em situações de perpetuidade (modelo Gordon de dividendos descontados), o índice somado a taxa de crescimento corresponde ao custo do capital próprio.

Controvérsia de Medida – Alguma. Observe que usamos o valor de mercado inicial para confrontar com os dividendos pagos em 2011. É possível usar o valor médio ou o valor no final do período. Quando as ações estão crescendo, como é o caso da Souza Cruz, o uso do valor inicial tende a apresentar um índice mais elevado. As escolhas diferentes podem conduzir a valores diferentes. No caso da Souza Cruz, a empresa informou  um índice de 0,059, um pouco acima do que calculamos aqui.

Observações Adicionais
a)     Em caso de ausência do fluxo de caixa, pode-se usar a informação da DMPL referente à distribuição proposta de dividendos como uma aproximação. E existindo a informação no balanço patrimonial dos dividendos a pagar, o valor dos dividendos pagos corresponde ao valor existente na DMPL mais a variação de dividendos a pagar do passivo da empresa;
b)     Em razão da obrigatoriedade de distribuição mínima de dividendos existente na nossa legislação, alguns analistas consideram que esta medida pode ser afetada por esta exigência;
c)     Este índice pode servir de parâmetro para verificar a evolução da política de dividendos da empresa ao longo do tempo. Empresas com maiores índices pagam mais dividendos. Além disto, pode ser um índice interessante para aqueles que procuram ações subavaliadas pelo mercado e que pagam bons dividendos.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram:


Ambiente Contábil

A Revista Ambiente Contábil (Ambiente), criada em 2008 (1ª edição em abril de 2009), é um periódico que tem como base o Departamento de Ciências Contábeis (DCC) da UFRN e constitui-se como um dos veículos de divulgação do Programa de Pós-graduação em Ciências Contábeis (PPGCC). Este periódico é dirigido à comunidade científica: professores, estudantes, pós-graduandos e profissionais da área de Contabilidade (http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente).

É com alegria que comunicamos a nova classificação da Capes para os periódicos. A nossa jovem Revista Ambiente Contábil foi avaliada com QUALIS "B-3", o que para nós, que fazemos parte do Departamento de Ciências Contábeis da UFRN, é motivo de muito orgulho e alegria.

Parabenizamos a todos que contribuíram com a Revista, seus idealizadores, os gestores que apoiaram a sua criação, os autores que enviaram trabalho, ao Comitê Executivo, ao Conselho Editorial, aos Avaliadores e aos Editores Profº José Dionísio Gomes da Silva e o Profº Maurício Corrêa da Silva (gostaríamos de citar o nome de todos, mas a lista e ampla e pode ser encontrado no site: http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/Ambiente).

O desafio é continuar melhorando no extrato de classificação.

Reforçamos o convite para submissão de trabalhos na Revista Ambiente Contábil, agora B-3.

Atenciosamente,

Profº Anailson Márcio Gomes
Chefe do Deptº C. Contábeis-UFRN



Parabéns ao pessoal da UFRN!

Alcoa

Eis uma notícia do Infomoney:

A Alcoa, produtora de alumínio norte-americana e componente do índice Dow Jones, revelou números que superaram as estimativas do mercado em sua divulgação, nesta terça-feira (10), dos resultados referentes ao primeiro trimestre de 2012



Qual o interesse? Estamos no dia 10 de abril e a empresa já está divulgando os resultados do primeiro trimestre!

Ben Bernanke


Um reportagem sobre Ben Shalom Bernanke, o atual preseidente do FED. Eis alguns trechos interessantes:

Ben Bernanke ainda tem quase dois anos pela frente no comando do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), mas o seu legado já começa a ser escrito, num momento em que a economia americana dá sinais de se recuperar de forma mais forte do que o esperado, alavancando a candidatura do presidente Barack Obama para um segundo mandato.

Muito mais à vontade no papel de professor do que de "czar monetário", Bernanke deu quatro aulas na Universidade George Washington nas últimas duas semanas, cobrindo a história do século XIX para cá, incluindo as medidas que ele mesmo tomou para evitar que o mundo mergulhasse numa nova Grande Depressão

(...)Menos confortável, o tímido e reservado Bernanke também concedeu entrevistas para alguns dos veículos de comunicação mais importantes do país, incluindo a revista "The Atlantic", que publicou um longo perfil. Na capa, uma foto de Bernanke, com a manchete "O Herói". Lá dentro, outra foto, sob o título "O Vilão".

(...)Bernanke procura acrescentar algumas linhas numa narrativa sobre seu trabalho à frente do Fed, que, num ano de eleições, está sendo escrita num ambiente de alta temperatura. Republicanos acusam Bernanke de empurrar perigosamente os Estados Unidos à beira de um abismo inflacionário. A esquerda diz que ele é fraco porque não foi mais ousado para baixar o desemprego.

(...)"É curioso que Bernanke tenha sido atacado pelos dois lados", diz Donald Kohn, vice-presidente do Fed até 2010, hoje pesquisador da Brookings Institution, centro de estudos de Washington. "Isso não significa que ter uma posição intermediária seja o correto, mas mostra que não há uma decisão clara ou óbvia para um lado ou para o outro."

Muitos acham que, dentro de 10 ou 20 anos, Bernanke será julgado de forma mais generosa. Ele já tem algo a mostrar. Os bancos americanos estão funcionando, enquanto na Europa o crédito segue obstruído. Os Estados Unidos poderão crescer mais de 3% neste ano nos cenários mais otimistas, nada extraordinário, mas melhor do que o risco de recessão da Europa. As empresas americanas estão criando cerca de 250 mil empregos por mês, contribuindo para uma queda do desemprego de 9,8% para 8,3% de novembro para cá, a mais intensa desde a década de 1980. Os preços dos imóveis parecem finalmente ter parado de cair.

Paul Volcker, com seu choque de juros, fez de Jimmy Carter um presidente de um só mandato, na virada dos anos 1970 para os anos 1980. Alan Greenspan derrubou Bush pai pouco mais de uma década depois. Agora, Bernanke ajuda a vitaminar Obama, cuja popularidade começa a encostar na casa de 50% pela primeira vez desde meados do ano passado, quando Osama bin Laden foi morto. "A economia está melhorando, e a aprovação do Obama melhora junto", diz Clifford Young, diretor da Ipsos Public Affairs, empresa de pesquisas de opinião pública. "Hoje, ele tem 85% de chance de ganhar as eleições.

(...)Ben Shalom Bernanke, 58 anos, foi criado em Dillon, pequena cidade na Carolina do Sul, na fase final da segregação racial. Era considerado gênio desde criança - aprendeu Cálculo sozinho e tirou nota 1.590 num total de 1.600 pontos possíveis no teste-padrão para admissão à universidade. Mas seus pais, um farmacêutico e uma professora primária, tinham planos modestos de enviá-lo a uma universidade local, onde ficaria sob vigilância próxima para evitar que se perdesse na vida. Só concordaram com sua ida para o Massachusetts Institute of Technology (MIT) depois de uma conversa com um cliente da farmácia do pai de Bernanke, Kenneth Manning, afroamericano que virou professor da universidade depois de ter estudado numa escola segregada. Manning prometeu ficar de olho no jovem e fazê-lo frequentar uma sinagoga de Boston, onde fica o MIT.

O MIT tem um dos melhores cursos de economia do mundo, com uma tradição que vai de Paul Samuelson, autor do primeiro grande manual de macroeconomia de cursos de graduação, passa por Rudiger Dornbusch, estudioso dos sistemas cambiais, e chega aos Prêmios Nobel Franco Modigliani e Robert Solow, este último ainda vivo e em atividade. Entre os brasileiros, dois pais do Plano Real estudaram por lá, Pérsio Arida e André Lara Resende. O MIT parece dominar as decisões econômicas atuais, com seus quadros em alguns dos cargos mais importantes do mundo. Bernanke comanda o Fed, Olivier Blanchard é o economista-chefe do FMI e Mário Draghi preside o Banco Central Europeu (BCE).

Diferentemente da Universidade de Chicago, que tem uma linha ideológica inclinada à defesa do livre mercado, o MIT é uma escola muito mais pragmática, que transita sem preconceitos entre as várias linhas de pensamento econômico. "Talvez Bernanke tenha aprendido no MIT a ser essa pessoa ponderada, do meio-termo, que se preocupa com o desemprego, mas também com a inflação", diz o ex-aluno do MIT Laurence Ball, hoje professor da Universidade John Hopkins, de Washington.

A primeira grande produção acadêmica de Bernanke foi um trabalho sobre a Grande Depressão, publicado no começo da década de 1980 em parceria com Gertler, quando o hoje presidente do Fed já dava aulas na Universidade de Stanford. Os economistas Milton Friedman e Anna Schwartz haviam descrito, em 1963, como barbeiragens de política monetária do Fed haviam causado a Grande Depressão. Bernanke e Gertlher foram além, descrevendo os mecanismos de transmissão da crise pelo sistema financeiro, que se opera sobretudo pelo canal do crédito, jogando luz sobre um tema que era bastante obscuro para os economistas da época

(...)Preocupado com o risco de deflação durante a recessão causada pelo estouro da bolha acionária da internet, em 2001, Bernanke defendeu uma política monetária bastante relaxada e até o uso de instrumentos monetários não convencionais, caso a coisa ficasse mais grave. Ele ficou conhecido como "Helicóptero Ben", por ter se referido à proposta de Friedman de lançar dinheiro com helicóptero, num discurso feito em 2002 que delineou a chamada "Doutrina Bernanke", um roteiro agressivo para combater riscos deflacionários.

Hoje, ele minimiza a culpa dos juros ultrabaixos na criação da bolha que estourou a partir de 2007. "A política monetária não teve um papel importante no aumento dos preços de imóveis", disse Bernanke na semana passada, numa de suas aulas na universidade. Outros países, como a Inglaterra, tiveram bolhas imobiliárias na mesma época, apesar de ter juros mais altos. Os preços dos imóveis começaram a subir nos Estados Unidos em 1998, argumentou, antes de o Fed baixar os juros.

(...)"O Lehman Brothers era provavelmente grande demais para falir, no sentido de que sua falência teve enormes impactos para o sistema financeiro global", disse Bernanke nesta semana, em outra aula. "Mas estávamos impotentes, pois era essencialmente uma empresa insolvente." Não havia muito espaço legal, nem disposição política, para um resgate puro-sangue com dinheiro público. "Não acho que, no fim das contas, eles tinham outra opção senão deixar o Lehman Brothers falir", afirmou Olson.

Poucos, porém, fazem reparos à atuação de Bernanke a partir de então, quando a crise bancária ganhou contornos dramáticos e exigiu medidas muito mais agressivas. Dois dias depois da quebra do Lehman Brothers, a seguradora AIG recebeu um socorro de US$ 85 bilhões do Fed. Bernanke agiu para que a Merrill Lynch fosse adquirida pelo Bank of America. O governo americano anunciou, numa questão de dias, a criação de um fundo de US$ 700 bilhões para injetar capital e adquirir ativos problemáticos de instituições financeiras debilitadas. "Os Estados Unidos e o mundo foram muito felizes em ter Bernanke à frente das decisões, alguém que aprendeu as lições da história", afirma Olson.

Já a ação monetária de Bernanke, porém, é cercada de controvérsia. Os economistas mais ortodoxos dizem que a maciça emissão de dinheiro pelo Fed, em operações conhecidas como expansões quantitativas, são ineficazes para reanimar a economia e vão levar a uma inexorável aceleração inflacionária. O balanço do Fed atingiu proporções gigantescas, com um volume de US$ 2,9 trilhões. Alguns sustentam que há razões estruturais por trás dos altos índices de desemprego atuais. Trabalhadores estão fora do mercado de trabalho há muito tempo e, por isso, perderam qualificações profissionais. Num ambiente como esse, estímulos monetários só levam a mais inflação.

Uma outra corrente de economistas, menos ortodoxa, diz que Bernanke tinha obrigação de fazer ainda mais para estimular a economia. O Fed tem dois mandatos principais, controlar a inflação e manter o pleno emprego. A inflação anda bem-comportada, com projeções abaixo de 2%, a meta perseguida pelo Fed. Já o desemprego, em 8,3%, está muito acima do nível de longo prazo para a economia americana, que membros do Fed calculam entre 5% e 6%.

Em tese, há muitos outros instrumentos monetários não convencionais à disposição para estimular a economia, considerando o que escreveu o próprio professor Bernanke antes de virar banqueiro central. Na década de 1990, o Japão passou por uma experiência bastante semelhante à dos Estados Unidos. Depois de uma crise financeira, o Banco do Japão baixou agressivamente a taxa de juros até virtualmente zero, um limite para as políticas monetárias convencionais. Em 1999, Bernanke criticou o Banco Central do Japão por não fazer mais e propôs um agressivo roteiro aos japoneses num famoso texto, "Política monetária japonesa: um caso de paralisia autoinduzida".

A caixa de ferramenta incluía deliberada desvalorização cambial, emissão de moeda para expandir gastos fiscais e uma meta de inflação mais alta, entre 3% e 4%, acima dos 2% que os bancos centrais de economias avançadas costumam perseguir. Em 2008, quando Bernanke se deparou com a "armadilha monetária" no mundo real, preferiu seguir um roteiro mais bem-comportado. "Tenho mais simpatia pelos banqueiros centrais agora do que há dez anos", brincou Bernanke no ano passado, respondendo a uma pergunta de um jornalista japonês sobre sua aparente mudança de posição. Ele sustentou que fez o necessário para enfrentar o risco deflacionário nos Estados Unidos.

"Ele ficou muito mais cauteloso", disse Ball, da Universidade John Hopkins, autor de um trabalho recente que comparou as visões do professor Bernanke com a do banqueiro central Bernanke. "Algumas pessoas dizem em tom de brincadeira que o real Bernanke foi sequestrado por extraterrestes e, no seu lugar, foi colocado alguém com exatamente a mesma aparência física, porém bem mais cauteloso."

(...)Hoje, a política monetária de Bernanke é criticada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, como uma das peças da chamada "guerra cambial". O dinheiro impresso pelo Fed estaria reforçando os fluxos internacionais de capitais e levando à depreciação do dólar ante moedas de países emergentes, como o real. O dólar fraco seria um motor adicional da recuperação americana, enquanto o real forte leva à desindustrialização no Brasil.

"Acho que os brasileiros não têm muita razão nesse argumento", afirma Edwin Truman, do Peterson Institute for Internacional Economics, que dedicou a carreira a temas de finanças internacionais e exerceu uma alta posição no assessoramento no Fed de Volcker. "Se Bernanke tivesse sido menos agressivo na política monetária, talvez o dólar fosse mais forte, mas a economia americana ficaria mais fraca e a demanda dos Estados Unidos por exportações brasileiras seria menor." Se o Fed de Volcker tivesse tolerado inflação maior, argumenta, o resto do mundo também acabaria prejudicado.

Decisões de Bernanke mexem com o mundo todo, mas uma década em Washington não o mudou muito. Seu principal passatempo nos fins de semana é resolver palavras cruzadas com a mulher. Ele volta para casa todas as noites para ler livros em formato eletrônico no Kindle. Quando sai, é para assistir a jogos do time local de beisebol, o Washington Nacionals. Sua maior satisfação, porém, parece ser dar aulas e responder a perguntas de estudantes da Universidade George Washington. "É o que fiz por 23 anos, antes de entrar nessa linha de trabalho", disse, ao começar o curso.

10 abril 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

CCL


Definição – Este índice mede a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante da empresa. Apresenta se existe folga nos ativos de curto prazo em relação aos passivos de curto prazo.  

Fórmula – CCL = Ativo Circulante – Passivo Circulante
Sendo
Ativo Circulante = ativo de curto prazo da empresa
Passivo Circulante = passivo de curto prazo

Unidade de Medida – Em unidades monetárias

Intervalo da medida – Este índice pode assumir valores positivos e negativos. Como sua unidade de medida é em valores absolutos, os resultados podem ser expressivos para empresas de grande porte.

Como calcular – O índice pode ser calculado a partir do balanço patrimonial da empresa.
A seguir encontra-se um pedaço do balanço patrimonial da CCR, uma empresa na área de concessões rodoviárias.

O ativo circulante da empresa, no final de 2011, foi de 1,4 bilhão.A próxima figura mostra o passivo circulante da empresa:

O passivo circulante é de R$2,9 bilhão. Com estas informações podemos obter o CCL da empresa:

CCL = 1380 739 – 2912 071 = - R$1 531 332

Indicando que a empresa possui um capital circulante líquido negativo em R$1,5 bilhão.

Grau de utilidade – Regular. A informação o CCL também pode ser obtida na liquidez corrente. O fato de ser um número absoluto dificulta a comparação entre as empresas.

Controvérsia de Medida – Não. É recomendável proceder a reclassificação das duplicatas descontadas para passivo circulante antes de efetuar o cálculo.

Observações Adicionais
      a) Este índice também é denominado de Capital de Giro Líquido, ou CGL.
      b)     Quando o CCL é negativo isto significa que a liquidez corrente é menor de a unidade. No caso da empresa CCR a liquidez para o final de 2011 foi de 0,47.
      c)     Um CCL negativo pode indicar um maior nível de risco. Neste caso, as dívidas de curto prazo da empresa são superiores aos ativos de curto prazo.
      d)     Entretanto, algumas empresas podem sobreviver mesmo com o CCL negativo. Muitas vezes este fato decorre do próprio processo operacional da empresa, mas outras é resultado de dívidas que irão vencer no próximo exercício e que serão trocadas por dívidas de curto prazo. O exemplo da CCR mostra uma empresa com elevada dívida de debêntures (R$1,75 bilhão).

        Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: Custo da Dívida, Investimento sobre DepreciaçãoComposição do endividamentoCobertura de Dívidas, Cobertura de investimentoPrazo de Pagamento a FornecedoresTaxa de QueimaFluxo sobre lucroPrazo de EstocagemMargem LíquidaGiro do AtivoP/LRetorno sobre Patrimônio LíquidoEndividamento OnerosoEndividamentoEbitdaMargem OperacionalNIG sobre VendasValor do EmpreendimentoCapitalizaçãoMargem BrutaROI e Liquidez Corrente

Millôr

O falecimento do humorista Millôr deixou o país mais triste. Minha principal lembrança dele como autor foi a "análise" que ele fez de um livro de Sarney. Vale a pena a leitura,  do Millôr obviamente, mas para aqueles que querem um resumo, o articulista Sérgio Augusto o fez no jornal de sábado:

"Não se pode confiar o destino de um povo, sobretudo neste momento especialmente difícil, a um homem que escreve isso [Brejal dos Guajás]", ponderou o humorista, acrescentando que em qualquer país civilizado Brejal seria motivo para impeachment. "Não tendo no cérebro os dois bits mínimos para orientá-lo na concordância entre sujeito e verbo, entre frase e frase, entre ideia e ideia, como exigir dele um programa de governo coerente pelo menos por 24 horas? [Sarney era presidente da república. Com "p" minúsculo]" Mais que uma indagação, uma presságio.

E teve início a implacável desconstrução, acompanhada com avidez e às gargalhadas pelos leitores do JB. Enredo inconsistente, tentativa poética lamentável, filosofia ridícula, personagens mais rasos que um pires, solecismos em penca, ideias que nunca se complementam e sempre se contradizem - não sobrou tijolo sobre tijolo na demolição executada por Millôr.

A cidade, nos cafundós do Maranhão, onde se desenrola a ação, não tem escola, mas tem professores e alunos; não tem telégrafo mas transmite e recebe telegramas; não tem edifícios públicos, mas tem prefeitura, câmara de vereadores, juizado de casamento, dois cartórios, afora mercado, lojas, igreja da matriz. Em suas duas únicas ruas, de apenas 120 casas, moram 12.683 pessoas (ou 105 pessoas por casa, pelas contas do Millôr), protegidas por uma força pública de 12 policiais (relativamente ao Rio teria que ter meio milhão de policiais). O realismo fantástico custou, mas chegou ao Maranhão.

"Errado da primeira à última frase", segundo o Saint-Beuve do Méier, nem o título de Brejal dos Guajás fazia sentido. Sir Ney confundiu as tribos dos Guajás com a dos Guajajaras.

Na antepenúltima exegese, o pândego crítico permitiu-se o luxo de copidescar toda a primeira página do relato respeitando o estilo do autor, mudando léxico e sintaxe só quando fundamental. Dá para conferir tudo no Millôr Online, hospedado no UOL, ou, parcialmente, no verbete Brejal dos Guajás de A Bíblia do Caos, editado pela L&PM. Foi inspirado na magnum opus ficcional de sir Sarney (Os Maribondos de Fogo era de poesia) que Millôr nos legou uma de suas tiradas mais geniais: "É um desses livros que quando você larga não consegue mais pegar."

Precaução

Existe uma constatação que as empresas nos dias de hoje estão com muito dinheiro em caixa. Já comentamos, anteriormente, o grande volume de ativos de elevada liquidez da Apple. Mas esta situação também ocorre no Brasil. A Petrobras, por exemplo, possui 52 bilhões de reais em caixa e equivalentes.

Existem várias razões para uma empresa manter dinheiro no caixa. No livro Administração do Capital de Giro, de Assaf Neto e Silva, existe uma lista com quinze potenciais razões. Na teoria, citam-se os três motivos de Keynes para manter liquidez: transação, especulação e precaução.

Um texto do Valor Econômico (Caixa Robusto será Mantido a Despeito da queda do juro, 14 de março de 2012) sobre o assunto mostra esta questão de maneira clara.

Eis o motivo precaução:

Um motivo para isso é o receio com o cenário externo, que ainda provoca cautela. O custo de manter dinheiro disponível mesmo com rentabilidade menor seria equivalente ao de um seguro para o clima de incerteza.



Mas a tributação também tem seu papel no processo. Num outro texto (Grendene vê ajuste de estoque, Valor Econômico, 14 de março de 2012) surge o seguinte texto:

Ele [Francisco Smidtt, da Grendene] reconhece que, por conta dos incentivos fiscais que a empresa possui, "não é economicamente viável" distribuir parte dos resultados aos acionistas, por causa da tributação que incidiria sobre os valores.

Mas ainda assim diz que a empresa mantém sua posição elevada de caixa líquido, de R$ 804 milhões em dezembro, por opção. "Essa posição serve como apoio estratégico ao negócio. Esse é um ponto que nos diferencia e nos dá grande flexibilidade", diz.

Redução do peso e economia de custos

A companhia de baixo custo europeia Ryanair tomou medidas radicais para tentar reduzir o gasto com combustível. A empresa vai diminuir o tamanho das revistas de bordo, reduzir o uso de gelo nas bebidas e passou a incentivar as comissárias a perder peso.

As informações são do jornal britânico "The Telegraph". As medidas tentam combater a alta recente do petróleo, que tem impactado o resultado das companhias aéreas.

"Chegamos a estudar a retirada dos braços das cadeiras, mas voltamos atrás. Estamos até incentivando os funcionários a ficar de olho no peso, com o motivador de que possam figurar o calendário anual da Ryanair", afirmou um porta-voz da Ryanair, Stephen McNamara.

A redução no tamanho da revista de bordo representará uma economia de pouco mais de 400 mil euros para a empresa.

Apesar da recente escalada no preço do petróleo, a companhia reforçou a sua promessa de não cobrar uma taxa extra de combustível, a exemplo de concorrentes.



Fonte: Aqui