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08 agosto 2022

Congresso da UnB: datas importantes

 


Livros, NFT e Blockchain




Notícia do Boing Boing

Em uma entrevista à Bloomberg, o CEO da Pearson plc, Andy Bird, discute os benefícios de mover as vendas de livros didáticos digitais para as tecnologias blockchain e Non-Fungible Token (NFT) como um mecanismo para capturar partes das vendas em segunda mão :

"No mundo analógico, um livro didático da Pearson é revendido até sete vezes e só participaríamos da primeira venda", disse ele a repórteres, após [a divulgação d] os resultados intermediários da empresa com sede em Londres na segunda-feira, falando sobre oportunidades tecnológicas para a empresa.

"A mudança para o digital ajuda a diminuir o mercado secundário, e tecnologia como blockchain e NFTs nos permite participar de todas as vendas desse item em particular (...)

Andy Bird também mencionou que outras tecnologias também estão sendo consideradas :

"Temos uma equipe inteira trabalhando nas implicações do metaverso e no que isso poderia significar para nós"

Amazon e iRobot

DEPOIS DE DÉCADAS DE criando máquinas de guerra e aparelhos de limpeza doméstica, o iRobot concordou em ser adquirido pela Amazon por US $ 1,7 bilhão, de acordo com a declaração conjunta das duas empresas. Se o acordo for concluído, daria à Amazon acesso a mais uma fonte de dados pessoais: mapas internos das casas dos proprietários de Roomba.

O iRobot começou construindo robôs para os militares dos EUA, mas há 20 anos adicionou aspiradores de consumo à mistura. (Ele desmembrou completamente o negócio de defesa em 2016.) Esses Roombas trabalham em parte usando sensores para mapear as casas em que operam. Em uma entrevista para Reuters, de 2017, o CEO da iRobot, Colin Angle, sugeriu que a empresa algum dia compartilharia esses dados com empresas de tecnologia que desenvolvem dispositivos domésticos inteligentes e assistentes de IA.

Combinada com outras metas recentes de aquisição, a Amazon pode acabar com uma visão abrangente do que está acontecendo dentro das casas das pessoas. A gigante do comércio eletrônico adquiriu a empresa de campainhas de vídeo Anel em 2018 e fabricante de roteadores Wi-Fi Eero um ano depois. Alto-falantes e outros dispositivos com assistente de IA Alexa agora pode controlar milhares de dispositivos domésticos inteligentes, incluindo aspiradores Roomba. E a Amazon planeja adquirir a cadeia de atenção primária One Medical, em um acordo de US $ 3,49 bilhões em dinheiro, que, se aprovado, colocaria os dados de saúde de milhões em seu poder.

“As pessoas tendem a pensar na Amazon como uma empresa de vendedores on-line, mas na verdade a Amazon é uma empresa de vigilância. Esse é o núcleo de seu modelo de negócios e é isso que impulsiona seu poder e lucro de monopólio ”, diz Evan Greer, diretor da organização sem fins lucrativos de direitos digitais Fight for the Future. "A Amazon quer ter as mãos em todos os lugares e adquirir uma empresa que se baseia essencialmente no mapeamento do interior das casas das pessoas parece uma extensão natural do alcance de vigilância que a Amazon já possui."

A Amazon se recusou a responder a perguntas sobre como usaria os dados do iRobot, mas a porta-voz da empresa, Alexandra Miller, forneceu uma declaração que alegava que a empresa era um bom administrador de informações do cliente. "A confiança do cliente é algo que trabalhamos duro para ganhar - e trabalhamos duro para manter - todos os dias", afirmou o comunicado.

(...) Fonte: Wired

E olhem o cartoon abaixo, que diz tudo sobre o tema:

Fasb e Impostos - atualização

O Senado dos EUA aprovou uma legislação que, entre outras itens, acrescentou 

15% minimum tax on corporations making $1 billion or more in income. The provision offers more than $300 billion in revenue.

Conforme postagem anterior, isto poderá aproximar as demonstrações obtidas pelo FASB das informações para fins fiscais. 

A Herança de Santos

Hoje faz um mês da morte do ex-presidente de Angola, José Eduardo dos Santos. Durante 38 anos, Santos comandou a ex-colônia portuguesa e seu legado é muito bom ... para sua família.

Um longo texto da Forbes mostra como sua filha, Isabel dos Santos, tornou-se a mulher mais rica da África, com um patrimônio de 3,7 bilhões de dólares em 2014. Por coincidência, entre 2007 a 2010, cerca de 32 bilhões das receitas de petróleo do país sumiram, segundo o FMI.

Seu império [de Isabel dos Santos] começou a desmoronar depois que seu pai se aposentou do cargo. Seus bens foram congelados e ela foi acusada de peculato e lavagem de dinheiro. A Forbes a removeu do ranking de bilionários em 2021. Além disso, um tribunal de arbitragem internacional ordenou que ela devolvesse, em julho de 2021, suas ações da empresa portuguesa de energia Galp avaliadas em US$ 500 milhões. Isabel dos Santos negou qualquer irregularidade e se defendeu de todas as acusações dizendo que são politicamente motivadas. 

Parte dos negócios de Isabel transitaram por Portugal. Isto ocorreu com o apoio do governo português, obviamente.

Rir é o melhor remédio

 

Duração dos dias e a proporção áurea

07 agosto 2022

Pessoas Notáveis por região

 O mapa interativo traz as pessoas mais famosas que nasceram em um determinado local:

Através do mapa, você pode explorar as pessoas mais famosas em uma determinada região. Como é um blog de contabilidade, lá fomos verificar Sansepolcro, Itália. E eis que encontramos:

que a pessoa mais famosa que nasceu na pequena cidade da Toscana foi Pietro della Franscesca, o pintor, e não Luca Pacioli. 

Cancelamento do filme BatGirl


O anúncio do cancelamento do filme BatGirl segui de um texto da Forbes com o título: "Quem matou BatGirl? Provavelmente dos contadores" (o texto pode ser lido depois de ser assinante ou pagar uma pequena taxa). 

Em resumo é o seguinte: a Warner Bros cancelou Batgirl e o filme não será lançado, nem nos cinemas, nem na HBO Max. Até o momento, o filme teve um custo de 90 milhões de dólares e estava quase terminado. 


Nos últimos anos, a Warner começou a lançar seus filmes simultaneamente nos cinemas e no streaming. Se por um lado a estratégia trouxe assinantes, a decisão afetou a reputação da Warner:  alguns cineastas não gostaram e estão evitando trabalhar para o estúdio. 

Mas uma decisão tão radical como esta é feita após uma mudança gerencial. No caso da Warner, um novo CEO, que passou a priorizar o lançamento no cinema. Segundo um site:

O problema é que Batgirl não é um projeto grande o suficiente para ser lançado nos cinemas ou pequeno o suficiente para ser colocado de imediato no catálogo da HBO Max. 

E existia algumas despesas futuras, especialmente a publicidade, que consumiria muitos recursos. 

A razão do título da Forbes é que a decisão tem um reflexo em termos de tributação. O não lançamento do filme permite uma redução de impostos imediata, que permite recuperar parte do custo de produção. Como o filme tinha recebido reações ruins nos testes realizados até aqui, a chance de produzir receita era reduzida. 

Temos aqui dois conceitos importantes para ajudar a entender a situação. O primeiro é a falácia do custo perdido. Considero este o conceito mais difícil de ser entendido e ser aceito em finanças e custos. Em linhas gerais, a falácia do custo perdido diz que devemos considerar para fins de decisão de investimento, o que inclui continuar ou parar um projeto, somente as entradas e saídas de caixa que irão ocorrer. De forma ainda mais simples, só o futuro importa. Todo gasto que a Warner fez com o filme não é relevante para decisão. O executivo deve analisar quanto a empresa ainda irá gastar com o projeto e se este valor é superior as entradas de caixa. 

A decisão da Warner pode ser estranha, mas indica que temos que considerar que a empresa irá ainda incorrer nos custos de pós-produção e de propaganda e a receita projeta com o filme talvez não seja suficiente para compensar. Na planilha do executivo é preciso constar todos os custos futuros do filme - que parecem ser elevados ainda, e a receita projetada, que deve ser desanimadora. E isto inclui o impacto tributário. Se os cálculos estiverem corretos, a planilha deve constar a potencial perda de reputação do estúdio em caso de fracasso. 

O custo perdido é difícil de ser aceito, pois estamos apegados ao que fizemos. Incomoda saber que algo poderia ser diferente e que não podemos mudar o passado. 

Comentamos de dois conceitos. O primeiro é a falácia do custo perdido e o segundo é o viés da confirmação. Este é um problema comportamental muito comum em empresas e muitas vezes o ciclo só é interrompido através de uma mudança na gestão. O que significa este viés? Basicamente somos seletivos com a informação que consideramos, enfatizando aquilo que confirma nossa crença e desprezando o que contraria. 

Durante a fase do primeiro rascunho, os primeiros testes, a aceitação do início da filmagem e seu término, o executivo que comandava a Warner deveria acreditar no projeto BatGirl. Foi preciso outra visão, do novo executivo, que percebeu que o projeto não era bom, para ter a coragem de cancelar o filme. Assim, a decisão do cancelamento resulta desta nova visão, da nova crença. 


Moeda Digital e Dinheiro Físico: duas grandes economias amam dinheiro

Duas grandes economias que representam o que se tem de mais moderno no mundo. Japão e Alemanha continuam com a crença que o dinheiro físico é o rei e isto está complicando a implantação das moedas digitais do Banco Central (CBDCs). 


Começamos pelo Japão. Em junho, o Banco Central Japonês anunciou que estava arquivando seus planos de criar uma moeda digital. Entre os vários fatores, quase 38% das transações ocorridas no varejo do país era em dinheiro. No país asiático, o dinheiro é algo seguro e líquido no pagamento. Com baixa taxa de juros, o 90% dos japoneses já responderam uma pesquisa indicando que dinheiro é seu meio de pagamento preferido. 

Na Alemanha, o dinheiro ainda é o meio de pagamento mais popular. Em 2016, o governo de Merkel chegou a propor a proibição de pagamento acima de cinco mil euros em dinheiro e recebeu uma crítica pública imensa. Uma pesquisa mostrou que somente 13% dos alemães apoiam o euro digital e 56% eram contra. 

E aonde o moeda digital do Banco Central está sendo considerada? A primeira experiência ocorreu no Equador, em 2014. Logo após, Bahamas, Nigéria e Índia desenvolveram seus projetos. É bom ressalvar que o Equador recuou na moeda digital dois anos depois do lançamento. Há comentários que Brasil, México e Indonésia devem lançar CBDC nos próximos anos. Compare o grupo de países que estão buscando a moeda digital do Banco Central com os países que possuem restrições. 


Um dos grandes problemas do dinheiro digital é a fragilidade. Provavelmente o grande beneficiário serão os bancos centrais, que terá um controle maior sobre a economia. Além de controlar o dinheiro, o governo poderá exercer uma vigilância enorme sobre as pessoas. Este medo existe. 

Leia mais Naked Capitalism. Foto: CardMapr.nl e Matthew Henry

Rir é o melhor remédio: Ciência Atrapalhada

Étienne Klein, um famoso físico e diretor da Comissão de Energias Alternativas e Energia Atômica da França, compartilhou a imagem da salsicha espanhola apimentada no Twitter na semana passada, elogiando o "nível de detalhe" que ela forneceu. "Foto de Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol, localizada a 4,2 anos-luz de distância de nós. Foi tirada pelo Telescópio Espacial James Webb. Esse nível de detalhe... Um novo mundo é revelado todos os dias ", disse ele a mais de 91.000 seguidores no domingo.
Depois de enfrentar uma reação dos membros da comunidade online para a brincadeira, ele escreveu: "Em vista de certos comentários, sinto-me obrigado a especificar que este tweet mostrando uma suposta foto de Proxima Centauri era uma piada. Vamos aprender a ter cuidado com os argumentos das posições de autoridade, tanto quanto com a eloquência espontânea de certas imagens."

Na quarta-feira, Klein pediu desculpas pela farsa, dizendo que sua intenção era "exortar cautela em relação às imagens que parecem falar por si."

Em uma tentativa de fazer as pazes, ele postou uma imagem da espetacular galáxia de Cartwheel, garantindo aos seguidores que desta vez a foto era genuína.

Fonte: aqui

(Será que ele fez de brincadeira, ou fez em um momento de não lucidez?)

06 agosto 2022

Fasb e Impostos


Stephen Gandel escreve para o New York Times sobre o Financial Accounting Standards Board, o Fasb. Geralmente uma entidade de emissão de normas não atrai muito interesse de um público mais amplo, mas o texto do jornal chama a atenção que o Senado está prestes a votar uma conta climática e tributária que poderá dar um grande "poder" a um grupo "obscuro" (o termo é do texto) de contadores em Norwalk. 

No caso, o legislativo está criando um conta, referente a um imposto mínimo de 15%, para ajudar a financiar as questões climáticas. Há tempos, as empresas apresentam um lucro para fins tributários e outro para fins de mercado. Isto está na legislação dos Estados Unidos, mas tem existido exageros, com empresas divulgando lucros enormes, mas pagando pouco imposto. 

Segundo o texto, há 50 anos a SEC deixou a cargo do Fasb a determinação dos "princípios contábeis geralmente aceitos" que determinam como os lucros são apurados. E este Fasb é administrado por um conselho de sete membros de contadores e investidores profissionais (nem sempre foi assim, mas o texto não entra neste detalhe). 

A questão legislativa passa por mandar o Fasb a ajudar como calcular o valor do tributo. E isto pode influenciar o problema e o valor a ser arrecadado. O texto chama a atenção para a "falta de diversidade":

o quadro é composto por quatro homens brancos e três mulheres brancas. Um porta-voz do Fasb disse ao DealBook que a entidade, fundada em 1973, nunca teve um membro do conselho de cor. Também está politicamente conectado: Kathleen Casey, chefe do comitê de indicação, é um ex-funcionário da SEC e ex-chefe do gabinete do senador republicano Richard Shelby, que há tempos pede impostos mais baixos para as empresas e para os ricos.

E seus membros são bem pagos: Richard Jones, um ex-executivo da empresa de contabilidade EY, que a deixou para ser presidente, recebeu um salário base de 1 milhão de US$ no ano passado (...)

Bom, o texto comenta que aparentemente a visão dos membros do Fasb é contrária ao imposto corporativo mínimo, o que poderia atrapalhar a formação destas regras. 

Foto: Towfiqu barbhuiya

50 anos do Limites do Crescimento

Em 1972 apareceu um livro chamado "Os limites do Crescimento".  Seus autores, Donella Meadows, Dennis Meadows, Jorgen Randers e William Baehrens III, modelaram as consequências do crescimento da população mundial e o fato de termos recursos limitados. O livro usou um sistema computacional para simular as consequências do crescimento. 


O livro considerava que um século seria o ponto de colapso da civilização. Ou seja, estamos na metade do percurso. O livro vendeu milhões de cópias, foi traduzido em diversos idiomas e trouxe muita controvérsia. Em 1992, 2004, 2012 e agora, em 2022, "edições" com novas previsões foram ou serão lançadas. 

Aqui você pode ler uma entrevista com um membro do Clube de Roma, responsável pela publicação do relatório original. Algumas das previsões do livro parecem confirmadas, inclusive recentemente. Aqui há uma discussão sobre o assunto. 

É interessante notar que a questão climática tornou-se, somente agora, um assunto também da contabilidade. 

Auditores consideram clima relevante?


Do blog de Richard Murphy, que examinou se no relatório de auditoria a questão clima aparecia. A amostra é de 100 empresas britânicas com maiores volumes de negociação no mercado: 

Os resultados foram decepcionantes, para dizer o mínimo. Trinta e nove (39%) por cento dos auditores não se referia às mudanças relacionadas ao clima como uma questão preocupante ao declarar o escopo de seu trabalho de auditoria em 2021, enquanto apenas trinta e seis por cento (36%) dos auditores expressou uma opinião sobre o impacto das mudanças climáticas nas demonstrações financeiras das empresas que estavam auditando em 2021 e apenas duas opiniões de auditoria em 2021 consideraram as questões relacionadas ao clima importantes.


As duas empresas eram companhias de petróleo. Mais ainda:

O auditor que mais frequentemente tratava os riscos relacionados ao clima como fora do escopo de seu trabalho de auditoria era a KPMG: 50% (cinquenta por cento) de suas auditorias não fazem referência ao problema quando detalham o escopo do trabalho realizado. Por outro lado, a PWC incluiu questões relacionadas ao clima no escopo de seu trabalho com mais frequência do que qualquer outro auditor. Setenta e oito por cento (78%) de seus relatórios de auditoria referem-se ao clima ou ao meio ambiente como estando dentro do escopo do trabalho que realizaram.

Rir é o melhor remédio

 

Tempo para beber meu café

05 agosto 2022

Criptomoedas e a contabilidade

Enquanto os dois principais reguladores não trabalham em uma norma específica, as criptomoedas estão aparecendo de forma dúbia nos balanços das empresas. No momento da aquisição, a empresa deve usar o valor da transação e assim permanecer, independente da valorização do ativo. Mas caso ocorra uma desvalorização da moeda, a diferença entre o valor de compra e o valor de mercado deve ser considerada uma perda. Em outras palavras, as boas notícias não aparecem na contabilidade, mas as notícias ruins estarão no resultado. 

Tudo parecia ir bem com a valorização contínua por parte do mercado. Até a KPMG do Canadá anunciou, no início do ano, que teria adquirindo Bitcoin. Naquele momento, o preço era de 232.243 reais por 1 Bitcoin. Neste momento, em quatro de agosto, o preço é de 117.359 reais por 1 bitcoin. O preço caiu substancialmente desde a decisão da Big Four, do Canadá, em ser "moderna". 

Além da KPMG, seria importante comentar aqui três outras empresas. A primeira é a fabricante de automóveis Tesla, que em fevereiro de 2021 tinham anunciado a compra de criptografia, no total de 1,5 bilhão, e que aceitaria o Bitcoin como forma de pagamento. Logo a seguir, a empresa vende parte do seu estoque de criptomoeda e obteve um lucro de 100 milhões. 


A empresa de Musk anunciou, há dias, que teria vendido a maior parte das moedas. Pelo comunicado, a empresa informou que trocou a moeda para ter mais liquidez. Em outras palavras, caixa. O texto da empresa não era claro sobre o valor de venda e o resultado obtido com as transações, mas o ativo de 218 milhões em Bitcoin e o item de depreciação, amortização e redução ao valor recuperável de 922 milhões parece indicar um resultado negativo. 

O que aconteceu com a Tesla parece indicar a necessidade de que as normas contábeis sejam mais explícitas sobre a evidenciação de informação em notas explicativas. Atualmente há uma orientação do AICPA, mas alguns consideram que o Fasb deveria trabalhar no assunto. 


A segunda empresa é a Coinbase. É uma empresa com ações negociadas em bolsa, que opera a troca de criptomoedas. Os funcionários da empresa trabalham de maneira remota e a empresa sequer tem sede física. É a maior bolsa de criptomoedas em volume de negociação. Recentemente a SEC começou a investigar a questão da informação privilegiada em mercados de moedas digitais contra a empresa. 

Os gestores da Coinbase reagiram de divulgaram um comunicado em que afirmam que a empresa não negocia valores mobiliários. A SEC parece não entender assim e caso realmente prevaleça sua posição, a Coinbase estaria dentro das normas do regulador. Parece ser o início de uma guerra entre a Coinbase e os reguladores. 


Chegamos na terceira empresa, a Robinhood Markets. É uma empresa de serviços financeiros, com mais de 15 milhões de usuários e uma carteira de criptomoedas de 2 milhões de usuários. Em agosto de 2021 a empresa abriu seu capital, com um preço de 38 dólares por ação, o que significa um valor de mercado de 32 bilhões. A ação chegou a valer 80 dólares, mas desde então sofreu um grande queda, conforme o gráfico.

A contabilidade da empresa apontou uma receita de 1,8 bilhão e um prejuízo de 3,7 bilhões. 

Futebol e contabilidade: Barcelona


Aqueles que gostam de futebol e estudam contabilidade sabem que esta época do ano também é o momento em que os clubes fazem as grandes transações com seus atletas. Os clubes europeus estão voltando de férias e o anúncio de reforços mantém as colunas esportivas. Um caso chama a atenção neste momento: o clube Barcelona. 

No ano passado, o clube tinha anunciado que não conseguia cumprir o Fair Play Financeiro, com uma dívida de 1,35 bilhão e uma folha de pagamento que representava 103% da receita. Isto terminou por provocar a saída do seu maior ídolo, Lionel Messi. 

Mas eis que um ano depois o clube começa a fazer contratações de forma surpreendente. Como conseguiu superar isto em menos de um ano? O Barcelona está usando uma forma alternativa de financiamento. Para obter 540 milhões, o clube vendeu  25% dos direitos de televisão. Os direitos, para os próximos 25 anos, foram vendidos para fundos, CVC e Sixth Street. 

En concreto, Sixth Street se ha llevado el 10% de los derechos de televisión del Barça por 207,5 millones de euros durante 25 años. Un préstamo que se ha calculado sobre la base de ingresos actual en este concepto que es de 166 millones. Es decir, 16,6 millones anuales de pago de intereses, que en 25 años serán 414 millones. El doble del dinero del préstamo. Un acuerdo nefasto.

Laporta  [presidente do clube] ha fiado todo al mundo especulador, y ha vendido lo mejor que tiene un club de esta categoría: sus derechos. Eso es algo que crece siempre y siempre va a dar rentabilidad. Todo para poder pagar salarios, deudas y fichar estrellas.

KPMG faz 125 anos de história

A empresa de auditoria KPMG comemorou, na terça passada, o seu 125o. aniversário. Não é para qualquer um.  Em comunicado (via aqui), a empresa anunciou que irá investir 12 milhões nos próximos cinco anos para ajudar a grupos sub-representados. Talvez seja uma boa ideia, já que a empresa foi multada, pelo Departamento de Justiça, por discriminar, no processo seletivo de trabalho, pessoas fora dos Estados Unidos. Isto depois de pagar outra multa por discriminar idosos e mulheres

Os últimos dias estão sendo movimentados para a Big Four. Estas empresas de auditoria tiveram um aumento nas receitas globais, segundo alguns números parciais. Há um grande fluxo de trabalho, o que pode deixar o gestor feliz, mas que leva a um grande número de horas trabalhadas

No final de julho, mais uma marca na história da empresa: multa, pelo regulador britânico, de 14,3 milhões de libras, por conta do trabalho feito na empresa Carillion. A multa não foi maior por conta da cooperação com o regulador, mesmo após a empresa ter fornecido informações e documentos falsos. 

Em abril deste ano o PCAOB aplicou a maior multa em uma pessoa jurídica: Scott Marcello deve pagar 100 mil dólares por ter recrutado ex-funcionários do próprio PCAOB, que passaram informações relevantes sobre a inspeção que seria realizada na KPMG.  

Fim do Doutorado da Unisinos

 A Unisinos comunicou que estaria fechando diversos cursos de doutorado da entidade

Entre os 26 PPGs oferecidos pela Unisinos, foram extintos os de história, arquitetura, biologia, ciências contábeis, ciências sociais, comunicação, economia, enfermagem, engenharia mecânica, geologia, linguística aplicada e psicologia. Os alunos que já faziam esses cursos manterão as bolsas de estudos e continuarão com as atividades acadêmicas até defenderem suas teses ou dissertações. O Conselho Superior Universitário (Consun) ainda precisa ratificar os fechamentos, o que deve acontecer no final de agosto, quando o órgão deliberativo da Unisinos se reunirá.

Os professores poderão ser absorvidos nos programas que persistirem. No caso de contábeis, há a possibilidade de alguns deles continuarem suas atividades na pós de administração. 

É uma notícia triste, já que o curso de mestrado da entidade foi o sexto do país e seu doutorado também era bastante tradicional. Sem dúvida nenhuma, o programa da Unisinos, em Ciências Contábeis, é um dos mais tradicionais. Ernani Ott foi um dos fundadores da Anpcont. 

Mas há uma impressão generalizada de uma crise de demanda na pós de contabilidade. Vários programas postergaram novas entradas. Diversas são as explicações para esta crise: questão econômica, redução de bolsas, demanda reprimida já atendida, falta de perspectiva de contratação após o curso e surgimento de áreas emergentes mais atrativas. 

Rir é o melhor remédio

 

Infra-estrutura moderna digital e o Excel

04 agosto 2022

Valor do Coliseu


A empresa de auditoria Deloitte, através da sua filial italiana, atribuiu um valor para o Coliseu. Segundo um estudo (via aqui), divulgado no site da empresa de auditoria, o monumento icônico da cidade de Roma tem um valor de 77 bilhões de euros. Somente sua contribuição com a economia italiana é de 1,4 bilhão por ano, segundo a Deloitte. 

A contribuição para o PIB é o parâmetro mais fácil de ser calculado. Em 2019, mais de 7 milhões de pessoas visitaram o Coliseu. Mas além do valor material, representado pelos benefícios econômicos que traz, o Coliseu tem um valor hedônico, representado, segundo a Deloitte, pelo prazer da proximidade e da vista. 

Mas o principal é o valor do Coliseu como ativo social, que no relatório da Deloitte recebeu a denominação de Valor do Ativo Social. 

na avaliação de um ativo icônico tão importante do patrimônio cultural do mundo, não se pode limitar a considerar apenas os benefícios financeiros que isso pode produzir, mas também o valor relacionado à importância que a sociedade reconhece na existência do bem, por todos os benefícios emocionais gerados por suas características únicas de ativos "icônicos", com mais de 2000 anos de história, o chamado valor da existência. Este valor de existência foi estimado, conforme sugerido pela literatura, referindo-se a quanto a comunidade estaria disposta a pagar (o chamado "Desejo de pagar") para preservar o bem, através do uso de técnicas de avaliação reconhecidas para a avaliação de ativos culturais e com base em uma pesquisa dedicada. 

A partir da pesquisa realizada para estimar o valor social do Coliseu, surgiu claramente a importância reconhecida pela sociedade. 97% dos entrevistados acreditam que a existência do Coliseu é muito importante ou importante. 87% dos entrevistados acreditam que o Coliseu representa a atração cultural mais importante em nosso país; 92% concordam que o Coliseu deve ser preservado em todas as circunstâncias. Além disso, mais da metade (52%) considera o Coliseu o principal fator na decisão de visitar Roma, apesar da imensidão do patrimônio histórico e cultural de nossa cidade. Finalmente, cerca de 30% dos entrevistados acreditam que apenas os italianos devem pagar pela conservação do Coliseu, enquanto que pelos 70% restantes, visitantes e em todo o mundo devem contribuir para a preservação do Coliseu, confirmando o valor reconhecido globalmente em nosso icônico ativo. 

Através do método do Método de Avaliação Continente, que se baseia na Disposição a Pagar detectada pela pesquisa realizada, foi estimado um valor de existência de 75,7 bilhões de euros, que foi adicionado ao valor relacionado às receitas geradas por ele (o chamado. valor da transação econômica) de 1,1 bilhão de euros, leva a um valor geral do Coliseu como ativo social de 76,8 bilhões de euros.