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25 novembro 2019

Ainda a Aramco

Um, o Google estimou que seu sistema Lidar, que custou US $ 150.000 para construir, custaria US $ 70.000 em 2012. Analistas zombaram e zombaram da estimativa - mas o Google estava certo: isso é exatamente o que custou em 2012. Mas o mais impressionante é que em 2013, esse mesmo equipamento custou US $ 10.000 ... apenas um ano depois, meros US $ 1.000 ... e três anos depois, US $ 250!

E dois, em 2000, um computador de ponta usado para simulações de guerra nuclear tinha capacidade para 1 teraflop (1 trilhão de operações de ponto flutuante por segundo), custava US $ 46 milhões, usava 850 quilowatts de energia e ocupava 1.600 pés quadrados. Em 2017, a Nvidia havia desenvolvido um computador com 2,3 teraflop que custava US $ 59, usava 15 watts e era pequeno o suficiente para caber na sua mão.

A lição aqui é que os humanos pensam de maneira linear - ainda que certos sistemas, incluindo interrupções tecnológicas, não sejam lineares.



Segundo uma postagem do ValueInvesting isto também se aplica para Aramco. Há uma previsão de que o preço do barril de petróleo deve cair para 25 dólares. Atualmente está perto de 60 dólares. Como 70% do petróleo é usado para transporte, isto pode ter influencia sobre os custos da aviação (8% do uso do petróleo). Mas terá um grande impacto para as petrolíferas.

O governo da Arábia Saudita está vendendo a Aramco porque precisa de caixa. E o fato do governo estar vendendo pode ser um sinal de que o futuro do petróleo não seja tão interessante assim.

Além disto, a empresa está cara:

Em 2018, a Aramco gerou lucros de US $ 111 bilhões. Na avaliação alvo (conto de fadas) de US $ 2 trilhões, as ações seriam negociadas em uma relação preço / lucro (P / L) de 18.
Em comparação, a ExxonMobil (XOM), a maior empresa internacional de petróleo e gás de capital aberto, esta negocia a um P / E de cerca de 15 vezes o lucro de 2018. Os rivais BP (BP) e Royal Dutch Shell (RDS) foram negociadas em múltiplos ainda menores em 2018, de 14 e 11 vezes, respectivamente.

... e a um risco menor.

Uma comparação melhor para a Aramco pode ser a Gazprom, a maior empresa de gás do mundo, controlada majoritariamente pelo governo russo. É negociada a um P / L de 3,5 e produz cerca de 6%. Mesmo se dermos à Aramco o benefício da dúvida e a valorizarmos com o dobro do múltiplo da Gazprom ... isso apenas sugeriria uma avaliação total da empresa de cerca de US $ 800 bilhões - muito abaixo da meta dos sauditas.

Redução de homicídios 2

Anteriormente mostramos uma estatística que diz que o envelhecimento da população contribui para redução do crime no mundo. Os dois gráficos abaixo são melhores ainda (via Marginal Revolution). O primeiro gráfico mostra a taxa de criminalidade antes, durante e após a maternidade:


A redução é nítida. Parece que o fato de uma mulher ser mãe contribui para redução da chance de crime. As restrições físicas podem ser uma possível explicação. Mas o gráfico a seguir é muito parecido com o anterior, com uma importante diferença: o impacto no pai.
Também há uma redução na taxa. Existe uma mensagem nesta estatística:

Mais geralmente, no entanto, há implicações políticas se pensarmos além dos resultados imediatos. Primeiro, esses resultados mostram que o crime não é simplesmente um produto de antecedentes familiares, pobreza e negligência. O crime é uma escolha.

Marketing a custo Zero

Ao comentar a aquisição de 51% das ações da empresa de Kylie Jenner por parte da Coty, Powell (O Segredo do sucesso de Kylie Jenner, Financial Times, traduzido por Valor, 22 de novembro de 2019, b8) destaque para a elevada margem da empresa.

Com receita de 200 milhões de dólares, a empresa foi avaliada em 1,2 bilhão, já que o valor das ações comercializadas foi de 600 milhões. A margem elevada justificaria este valor.

Jenner também tem uma vantagem que qualquer promissor egresso da faculdade de administração de Wharton apenas poderia sonhar: custos de marketing quase nulos.

Graças à sua linhagem como integrante mais jovem da família Jenner-Kardashian, Jenner acumulou uma surpreendente legião de seguidores nas redes de relacionamento social. (...) esse tempo gratuito no ar vale muito.

A BBC noticiou em julho que Jenner atualmente cobra UIS$1,2 milhão por comentário promocional no Instagram. Portanto, digamos que, se ela tiver publicado 400 comentários sobre sua marca neste ano, isto equivale na prática a um marketing em tonro de 440 milhões a cum custo zero - mais do que o Snapchat e o Peloton gastaram no mesmo item marketing em 2018. E isso é só no Instagram.

Uma estimativa de Powell é que isto representaria alo em torno de 20 a 25 pontos de margem adicional.

Ao comprar 50% da empresa, a Coty mantêm o interesse de Jenner em continuar promovendo a marca. Isto provavelmente deve estar nos termos de negociação.

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Árvore Genealógica da sua família

24 novembro 2019

Emprego na contabilidade 3 - quem se salva?

No meio de tantos problemas, quem se salva? O gráfico mostra isto:
A linha vermelha já é conhecida. Refere-se ao setor contábil, de janeiro de 2014 até outubro de 2019. É um desastre, como já mostramos várias vezes no blog. Mas a linha azul mostra um tipo de profissional que desde o início da crise o volume de admissões está próximo ao de demissões. E nos últimos meses está até contratando. Trata-se do trabalhador com ensino superior completo. (Atenção: este profissional também está contado na linha vermelha, que representa o total)

Uma análise mais crítica poderia lembrar que todo ano as instituições de ensino colocam no mercado de trabalho milhares de novos potenciais trabalhadores. Entre 2014 a 2019, o mercado contábil, para pessoas com formação superior, aumentou 1.853 vagas, um número muito menor que a quantidade de novos profissionais. Mas, em defesa da análise anterior, é bom lembrar que o graduado em contabilidade pode achar uma vaga de emprego em outra ocupação, como gestor financeiro, que não está contemplado nesta estatística.

Emprego na contabilidade continua em baixa 2

A seguir, a tabela faz um comparativo entre outubro de 2019 e outubro de 2018
É possível notar que o mês de outubro de 2019 foi pior que o mesmo mês do ano passado.

Emprego em Contabilidade continua em baixa

Mensalmente atualizamos o gráfico acima. Ele compara a relação entre admissão e demissão na economia e no setor contábil, de forma acumulada. O gráfico começa em 2014 e depois disto tivemos a maior recessão de nossa história. Na metade do gráfico é possível perceber que o número de admissões na economia começa a aumentar, sendo maior que as demissões. A linha vermelha aponta para cima, indicando que o Brasil está gerando mais emprego a cada mês. Os números ainda são inferiores aos existentes antes da crise econômica, mas tudo indica que em alguns meses iremos recuperar o nível existente antes de abril de 2015, quando a linha indicou um acumulado negativo.

Agora observe a linha azul, do setor contábil. Consideramos aqui os contadores e auditores, escriturários e técnicos em contabilidade. A partir de 2016/2017, a linha azul continuou apontando para baixo, enquanto a economia revertia a tendência. E assim persiste até os dias atuais. Em outras palavras: a crise continua a afetar o emprego na área contábil.

Até 2017 o comportamento das duas curvas era próximos. A relação entre as duas, medidas pelo coeficiente de correlação, era de 0,90, sinal positivo. Ou seja, seguiam no mesmo rumo. Entre o final de 2017 (correlação igual 0,90) a outubro de 2018 (correlação igual a -0,21) tudo mudou. (Medimos esta correlação para os últimos vinte e quatro meses). Os últimos números, de outubro de 2019, a correlação foi de -0,65, a maior - em módulo - da série. Em outras palavras, nunca antes o comportamento entre as duas linha foi tão diferente.

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Quando o auditor chega...

23 novembro 2019

Redução dos homicídios no mundo


A taxa de homicídio no mundo está caindo, conforme a tabela acima. Exceto na América Latina, que aumentou entre 1990 a 2015. A razão? Não é uma política pública ou algo relacionado com a economia.

Um declínio global da violência sugere que as políticas de justiça criminal de cada país podem ter menos impacto no declínio do homicídio do que eventos ou tendências mundiais.

Em nosso novo estudo, publicado em 9 de outubro, defendemos outra explicação possível: A população de países ao redor do mundo está envelhecendo.

Homem paga para ficar casado

Este é um argumento de Steven Landsburg:

No ano seguinte ao divórcio, o padrão de vida das mulheres caiu 27%, enquanto o padrão de vida dos homens aumentou 10%. Se isto é verdade, o casamento é ruim para os homens. Então, qual o sentido de ficar casado?

A coluna clássica de Steven Landsburg sobre "Por que os homens pagam para se casar" argumenta que a diferença é um diferencial compensador, o "preço" que os homens pagam às mulheres para compensá-las pelo trabalho relativamente desagradável do casamento.

Se os homens permanecem em casamentos que lhes custam muito dinheiro, isso prova que eles realmente gostam de ficar casado. Eles estão recebendo algo que valorizam e estão pagando por isso.

Froeb completa:


Quando li isso pela primeira vez há 8 anos, achei engraçado. Agora, após 19 anos de casamento, me pergunto por que o preço é tão baixo.

Quanto receberão os Bancos que trabalham na IPO da Aramco?

Segundo a Forbes:

No início desta semana, fontes disseram à Reuters que os bancos que trabalham no IPO da Saudi Aramco dividirão taxas no valor de 0,35% do valor arrecadado, ou seja, no topo de sua faixa de preços, captando US$ 25,6 bilhões, as taxas chegariam a US$ 90 milhões.

Os números ficam ainda piores em comparação com os US$ 300 milhões que bancos ganharam com o IPO recorde da Alibaba de US$ 25 bilhões em 2014. O pagamento recorde foi de US$ 550 milhões que os bancos ganharam com o IPO de US$ 19,6 bilhões da Visa em Nova York em 2008.

A atividade dos mercados de capitais de ações normalmente responde por cerca de um quarto das taxas globais de bancos de investimento, mas a captação de capital em 2019 está em seu nível mais baixo desde 2012, uma vez que uma série de transações canceladas e listagens decepcionantes pesam sobre o sentimento geral do mercado, mesmo com muitos índices atingindo recordes

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Humano ou espantalho: celular

22 novembro 2019

Efeito da competição bancária sobre o custo do crédito e a atividade econômica

Resumo:

We estimate the effect of bank competition on financial and real variables. To do so, we use regional heterogeneous exposure to mergers and acquisitions (M&A) of large banks as an instrument for changes in competition of local banking markets in Brazil. We use detailed administrative data on loans and firms and a difference-in-differences empirical strategy that compares changes in outcomes for markets affected or not by the M&A episodes. We find that, following M&A episodes, spreads increase and lending decreases persistently in exposed markets relative to controls. We show that this is larger for more concentrated markets at the time of the M&A episode, and is unlikely to be driven by other factors, such as branch closures. We find that non-agricultural employment falls .2% for an increase of 1% in spreads. We develop a model of heterogeneous firms and concentration in the banking sector that is consistent with the micro evidence. In our model, the semi-elasticity of credit to lending rates is a sufficient statistic for the effect of concentration on output, which we estimate to be -3.17. Among other counterfactuals, we show that if Brazilian spreads fell to world levels, output would increase by approximately 5%.

Fonte: Bank Competition, Cost of Credit and EconomicActivity: evidence from BrazilGustavo Joaquim and Bernardus Van Doornik - BCB Working Paper

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Finanças obscuras do Vaticano

O Papa Francisco tenta resolver um problema mundano: tornar o Vaticano um lugar menos pecaminoso em termos financeiros. Mas o quadro traçado pela The Economist mostra que nem as autoridades europeias acreditam na santidade do Vaticano: o lugar parece favorecer a lavagem de dinheiro:


AFTER A WEEK of resignations and exclusions, the Vatican faces the very real risk of being reduced once more to the status of an international financial pariah. In the coming days its officials are due to answer a detailed questionnaire for Moneyval, Europe’s anti-money-laundering and anti-terrorist-financing watchdog. The picture they will have to paint could scarcely be less reassuring.

The Financial Information Authority (AIF)—the Vatican’s regulatory body and the cornerstone of a nine-year campaign to dispel the Holy See’s image as a refuge for hot money and shady dealings—is no longer eligible to receive intelligence on suspected financial crime from its counterparts in other states. The AIF’s president, René Brülhart, has left (the Vatican announced on November 19th that his contract would not be renewed). Half his board has since resigned. And the authority’s director is suspended from duty.

Information is Beautiful

Eu gosto de acompanhar o prêmio Information is Beautiful. No passado já tivemos demonstrações contábeis vencendo o prêmio.

Na versão anunciada agora, o jornal Estadão venceu o Non-English Language por um gráfico sobre adoção no Brasil .Veja o gráfico aqui

50 melhores livros de não ficção dos últimos 25 anos

A Slate selecionou um conjunto de 50 livros que representariam o que melhor foi produzido de não ficção nos últimos 25 anos.

Qualquer lista é controversa. Nesta, reconheci dois livros. O primeiro, Fun Home, de Alison Bechdel, a mesma que criou uma medida de descriminação de gênero em filmes, é um quadrinhos sobre a sua vida. Conta, em especial, o relacionamento com seu pai. Tem uma versão em língua portuguesa. É um livro triste, mas que vale uma lida.

O segundo é Informação, de James Gleick. Também tem tradução para o português e o autor tinha escrito anteriormente sobre a teoria do Caos. Confesso que já comecei a ler este livro duas vezes e não consegui passar das primeiras páginas. Talvez seja também um problema meu. É uma obra que impressiona pelo número de páginas.

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Quando você decide cortar custos

21 novembro 2019

Inteligência Artificial: não caia na propaganda exagerada


Expectations that computers are on the verge of matching or surpassing humans' abilities may be rampant, but they aren't new.


So began Melanie Mitchell's engaging and informative lecture, hosted by The Santa Fe Institute and delivered to a packed house at The Lensic Performing Arts Center on Tuesday.


Mitchell, a professor of computer science at Portland State University and external professor at SFI, introduced the audience to AI's history by noting that as far back as 1958 (and this was not even the beginning, she added), researcher and engineer Frank Rosenblatt debuted a device called The Perceptron, developed by the Office of Naval Research. The Perceptron had been taught to recognize hand-written letters and Rosenblatt's unveiling of it prompted The New York Times to declare that the Navy had "revealed the embryo of an electronic computer today that it expects will be able to walk, talk, see, write, reproduce itself and be conscious of its existence."


Many other predictions followed.


In 1961, Claude Shannon, pioneer of information theory, proclaimed, "I confidently expect that within a matter of 10 or 15 years, something will emerge from the laboratory which is not too far from the robot of science fiction fame."


Nobel Laureate Herbert Simon followed, in 1965, saying: "Machines will be capable, within 20 years, of doing any work that a man can do."


And MIT AI lab founder Marvin Minsky, in 1967, predicted that within a generation, the problem of creating artificial intelligence would be "substantially solved."


None of these predictions have actually come to pass yet. "We are still at a stage where machines are very much less intelligent than we are," Mitchell said. "but people still are making big predictions about them."


For example, Coursera co-founder, computer scientist Andrew Ng, an expert in machine learning, just two years ago compared AI to electricity circa 100 years ago, saying "I actually have a hard time thinking of an industry that I don't think AI will transform in the next several years." Elon Musk, more forebodingly, has described AI as "our biggest existential threat."


In fact, Mitchell's new book, Artificial Intelligence: A Guide for Thinking Humans, begins with a story of visiting Google for an AI meeting in 2014, along with her mentor, AI legend Douglas Hofstadter, author of the seminal computer science book and Pulitzer prize winner Gödel, Escher, Bach: An Eternal Golden Braid. At that meeting, Hofstadter expresses to the Google engineers his own fears about AI encroaching on those qualities he assumed to be distinctly human and un-replicable. Mitchell writes: "He fears that AI might show us that the human qualities we most value are disappointingly simple to mechanize."


The field, Mitchell soon discovered, was divided on this point. "What I found is that the field of AI is in turmoil," she writes, with one side confident of machines' limitations, and the other predicting it's just a matter of time before they wipe out humanity. She embarked on the book to "understand the true state of affairs" in AI, the basic tenets of which she presented in Santa Fe.


Her lecture first discussed what artificial intelligence actually is, given that the term, she said, is surprisingly difficult to define. Examples are easier to find: chess-playing machines, virtual assistants, GPS, self-driving cars. Mitchell said her favorite definition is "an anarchy of methods," as this helps characterize the way in which AI is an umbrella term for all types of ways machines perform actions people might describe as intelligent.


From there, Mitchell described how machine learning has become a more significant part of the field since the 1980s. Prior to then, so-called intelligent machines learned by having people manually program them with rules. In machine learning, which became more prevalent in the field between the 1990s and 2000s, machines actually learn by being given data rather than through human programming. By 10 years ago, machine learning had become prevalent in AI, and "deep learning," a type of machine learning design inspired by the way the human brain works, had taken over machine learning. Today, she noted "all of the things you use" that fall under AI—speech recognition, Google search, facial recognition—"are powered by deep learning."


All are far from flawless. Machines can be hacked, and she provided numerous examples of facial recognition software stymied by special glasses and self-driving cars led astray by so-called "adversarial machine learning," to name a few. Moreover, machines can't extrapolate larger concepts and meaning in the same way that humans can.


"I think what's going wrong is these systems are not capturing the meaning that is in the data they're processing," she said. "They don't understand in the way that we humans understand. It's hard to say exactly what it means to understand; it's one of the problems we have with this kind of language." Words such as intelligence, understanding and comprehension, she said "don't have very good definitions" in terms of how brains work. "I can't say whether a machine is understanding or not, but I know it's different than the way I understand. And if machines are going to work with us in our world, we need to make sure they understand the way we do."

Fonte: aqui

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Recursos para o Iasb

Uma reportagem no jornal Valor Econômico de ontem procurou fazer um balanço da participação de MAria Helena Santana na Fundação IFRS: Adoção de normas IFRS foi positiva no Brasil, diz curadora, por Raquel Brandão. No início do mês, o Iasb anunciou que dois novos curadores, a partir do início de 2020.

(Entretanto, ao contrário do que anuncia o jornal, Broedel não irá substituir Santana. Veja o texto: "Agora entregará o bastão a Alexsandro Broedel...". Na verdade, ao usar esta redação, ficou parecendo que a cadeira é cativa do Brasil, o que não é de todo verdadeiro)

Apesar do título, a maior parte do texto trata de um assunto mais palpável: a questão do financiamento da Fundação. Veja o trecho específico:

Para funcionar, o Iasb depende de doações de empresas e governos, e parte importante do trabalho dos curadores é manter esse fluxo de recursos. Nesse quesito, Maria Helena adota um tom mais crítico e chama de "fracasso" a queda observada nas contribuições brasileiras durante os seus seis anos como curadora. As contribuições caíram de 307,3 mil libras esterlinas em 2013, equivalentes a 1,44% do total de 21,4 milhões de libras esterlinas daquele ano, para 146,8 mil libras esterlinas no ano passado, correspondentes a 0,67% dos 22 milhões de libras esterlinas arrecadados. E o total de 2019 deve ser ainda menor, diz ela.

Os recursos enviados peloa Brasil sentiram, especialmente, o impacto da crise econômica enfretanda pelos país nos últimos anos e cujos efeitos ainda podem ser sentidos. Albumas companhias abertas, escritórios de advocacia, auditoria e corretoras contribuem voluntariamente valores anuais, conta Maria Helena. No entanto, houve importante redução de contribuições públicas e das empresas também. 

Neste ponto é importante fazer uma grande ressalva. O relatório de 2018 aponta um total de contribuição de 146,8 mil libras esterlinas - conforme o texto - da seguinte origem:

£100,000 +Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis
£25,000 +Central Bank of Brazil
Less than £25,000Petrobras SA

Somente três fontes, todas elas de origem pública. Não existiu doação de "Albumas companhias abertas, escritórios de advocacia, auditoria e corretoras" conforme o texto afirma. Em 2013 as contribuições foram de 307 mil libras e apresentada no relatório do ano da seguinte forma:

£307,258
£100,000+Comitê de Pronunciamentos Contábeis
£25,000+The Brazilian Development Bank (BNDES) Central Bank of Brazil

Veja que existe uma diferença entre o valor total e a soma da contribuição do CPC, BNDES e Banco Central, no total de 150 mil libras. Ou seja, não ocorreu uma redução da contribuição pública, como afirma o texto. Pelo contrário, o governo, mesmo com a crise, continua contribuindo. 

O texto continua:

A diminuição nas contribuições brasileiras e a menor representatividade do país entre os financiadores da fundação é vista com preocupação. Ter papel de destaque, explica ela, depende do envio da contribuição financeira, de qualificar as pessoas que elaboram as manifestações técnicas nas discussões de normas e de ter condições financeiras de tê-las atuando profissionalmente. 

O primeiro trecho parece bem claro: que doa dinheiro participa do Iasb. A nossa sorte é que os outros países da América Latina não colocam dinheiro na Fundação, então não temos concorrentes.

(Aproveitando, Santana participou de 1 das 3 reuniões da Fundação IFRS em 2018. Está no relatório do Iasb, página 19)

Além disso, acrescenta, a contribuição dos países, tanto financeira quanto do ponto de vista de atuação, é essencial para livrar o Iasb de "pressões indevidas". 

O trecho "pressões indevidas" está entre aspas, mas não existe uma clareza sobre o que seria isto. (Eu arriscaria um termo com três letras e um número...)

"Precisamos encontrar uma forma de institucionalizar essa contribuição, pois é no interesse público, portanto do Estado, que o Brasil se faça representar corretamente, com profissionais que possam viajar e ter suporte técnico, já que, por força de lei, dependemos dessas normas e queremos que elas continuem sendo elboradas com qualidade" diz Maria Helena (...)

Bom, aqui temos um caso de carona. Por parte de outros países, que não contribuem. Veja que apesar de ser adotado em 150 jurisdições, somente 33 delas fazem contribuição à Fundação. A grande maioria é carona. Qual o benefício? Para alguns países (não todos) o retorno é a possibilidade de nomear alguém para fazer parte da estrutura da Fundação. Será interesse público? Realmente não sei. 

Suborno, Montadora e Sindicatos

A empresa montadora General Motors divulgou que estaria processando a Fiat Chrysler. O motivo: a Fiat teria subornado dirigentes sindicais nas negociações trabalhistas. É interessante que recentemente a GM teve que fazer um acordo com o mesmo sindicato, para colocar fim a uma greve.

A Fiat Chrysler respondeu negando e acusando a GM de querer prejudicar a fusão do a PSA, montadora francesa.

O sindicato envolvido (UAW, na sigla em inglÊs) também divulgaram um comunicado sobre o fato do seu presidente ter feito despesas falsas, enganosas e imprecisas.

Custo de Formatação de um artigo - Parte 2

Anteriormente divulgamos uma pesquisa sobre o custo de formatação de um artigo:

Uma pesquisa realizada por cientistas canadenses encontrou o tempo que se gasta para fazer este trabalho. Usando mais de 300 respondentes, o pesquisadores descobriram o tempo por artigo submetido e a quantidade de artigos. Além disto, solicitaram o valor da renda anual. Considerando uma carga de trabalho anual de 1950 horas, a pesquisa obteve que o custo anual de formatação de artigos é de ...1.908 dólares. Por artigo, o custo seria perto de 500 dólares ou 477 dólares.

Outra pesquisa (via aqui) mostra que o custo de reformatação de um artigo é de 1,1 bilhão de US$ por ano. Para isto, os autores usaram 203 autores e multiplicaram o número de horas pelo salário/hora e o número de submissões. Isto inclui alteração dos resumos, das figuras, contagem de palavras, inserção de dados, entre outros. Um outro problema é que a reformatação também atrasa a publicação do artigo - de três meses ou mais, em 1/5 dos artigos e um atraso de um a três meses em mais de 1/3 dos artigos.

E muitos artigos são rejeitados. Assim, a formatação não "agrega valor". E qual o benefício disto? Veja que isto também se aplica aos congressos.

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Contabilidade: realidade x Balanço

20 novembro 2019

Reforma da Previdência é insuficiente

Reforma cobre menos de 20% do rombo na Previdência, diz TCU

De 2020 a 2029, país precisará de R$ 5,1 trilhões para manter contas do setor no azul, mas PEC assegura economia de R$ 800,3 bilhões


Quero saber de onde vai sair todo esse dinheiro pra cobrir esse deficit: aumento de impostos, aumento de dívida ou inflação?

Fonte: aqui

Resultado de imagem para brasil vai quebrar


Apple e seu dinheiro

Duzentos bilhões de dólares. Esse é o tamanho do caixa e equivalentes reportados pela Apple no seu último relatório trimestral. Para relativizar, o maior hedge-fund americano, o famoso Bridgewater, tem US$ 160 bilhões em ativos sob gestão. O fundo benchmark de renda fixa da Vanguard, uma das maiores gestoras de fundos dos Estados Unidos, tem cerca de US$ 260 bilhões. E olha que eles só fazem isso. A Apple faz de tudo, menos isso.

Segundo a empresa, os investimentos estão concentrados em títulos públicos americanos, debêntures corporativas, commercial paper e CDB de bancos. Na minha visão, esse dinheiro deveria estar no bolso dos acionistas. E esse é um dos motivos pelos quais, apesar da estratosférica valorização do papel da Apple em 2019, acho que o investimento ainda vale a pena.

(Continue lendo aqui) Há uma outra razão de tanto dinheiro: a tributação. Veja aqui um texto de 2012 sobre o assunto.

Distração política

Já se desconfiava disto: os políticos fazem anúncios polêmicos de forma estratégica, para evitar o debate e questionamento público. Neste caso, os atos que podem gerar publicidade negativa são realizados - "coincidência" - juntos com outros eventos importantes que provocam a distração do público e da imprensa.

A pesquisa foi realizada nos Estados Unidos, com o presidente Trump. Um resumo pode ser encontrado aqui.

Dados sobre namoro

Os dados abaixo me fizeram lembrar o Dataclisma. O primeiro gráfico mostra como as mulheres avaliam os homens:



As notas não seguem uma distribuição normal, mas uma distribuição distorcida à esquerda. Assim como Rudder apresentou no seu livro, as mulheres são rigorosas com sua avaliação, enquanto a distribuição das notas dos homens segue um padrão da normal.

O gráfico seguinte mostra que os encontros deixaram de ser através de amigos (linha azul) e cada vez mais são programados por um algoritmo (linha vermelha)

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Expectativa do cliente x orçamento do cliente

19 novembro 2019

Eleições CRC

Lembre-se: hoje e amanhã (19 e 20/11) quem tem  cadastro no Conselho Regional de Contabilidade precisa votar. Acesse: www.eleicaocrc.org.br


Vale a pena criar municípios?

Estudo assinado por Enlinson Mattos e Vladimir Ponczek, da Fundação Getúlio Vargas, em 2013, aponta que "municípios menores, apesar de receberem mais recursos per capita de transferências governamentais, têm maior dificuldade em transformar tais recursos em bens públicos para suas populações".
Na pesquisa, eles identificaram quedas em indicadores como coleta de lixo, índice de desenvolvimento humano (IDH) e taxa de escolaridade.
Outro estudo publicado também em 2013, desta vez pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), também refuta a hipótese de eventuais benefícios com a criação de municípios. "As emancipações municipais, por si só, não foram capazes de ensejar o desenvolvimento econômico dos municípios envolvidos", conclui a pesquisa elaborada por quatro técnicos do órgão.
O trabalho defende mudanças nos critérios dos sistemas de transferências de recursos para os municípios, a fim de desestimular a criação de micromunicípios privilegiados por distorções nesses mecanismos.
Na contramão, um estudo de 2018 assinado por Ricardo Dahis, da Universidade Northwestern, e Christiane Szerman, da Universidade Princeton, aponta benefícios na política emancipatória.
A partir de uma metodologia diferente de comparação das novas localidades, a dupla de pesquisadores analisou a evolução de quatro categorias de indicadores socioeconômicos: educação, saúde, oferta de serviços públicos e renda.
"De modo geral, identificamos que a proliferação de unidades administrativas menores está associada a melhores níveis educacionais, menores taxas de mortalidade infantil, aumento da coleta de lixo e da rede de energia elétrica, menores taxas de pobreza e aumento da renda per capita", afirmam no artigo.

Fonte: Aqui. A promulgação da Constituição de 1988 incentivou a criação de mais de mil municípios. A lei aumentou os “incentivos” para a criação e reduziu as exigências.

Kylie Jenner vende parte de sua empresa

Afinal, para que serve uma celebridade? O que ela faz é relevante? Geralmente, nomeamos uma celebridade alguém que não é atriz, não canta, não “trabalha”, mas que cada postagem na rede provoca reação das pessoas. Há as celebridades que também são atrizes ou cantoras. Mas temos somente aquelas pessoas que só são celebridades.

A celebridade pode ter uma função econômica importante: vender produtos. E para isto, ela pode ganhar muito dinheiro. O seu principal ativo é o nome, um típico intangível.

Veja o caso de Kylie Jenner. Com 22 anos, esta americana é definida na Wikipedia como sendo “media personality, socialite, businesswoman, e model”. Por ter uma grande base de seguidores na internet, ela ganha muito dinheiro. Agora, a Coty, uma empresa multinacional, resolveu pagar 600 milhões de dólares pela empresa Kylie Cosmetics, de propriedade de Jenner. E com isto comprou 51% da empresa. A empresa foi fundada em 2015 e tem uma venda projetada de 200 milhões de dólares de receita por ano. É um valor bastante razoável.

Jenner lançou sua empresa em 2015. Como 151 milhões de seguidores no Instagram, a Kylie é um exemplo de sucesso empresarial. Outras celebridades, como Emily Weiss  e Pat McGrath  também fizeram sucesso na internet e com seus negócios. Esta lista conta ainda com Rihanna, Lady Gaga, Victoria Beckham, Gwyneth Paltrow e Jessica Alba. Novas celebridades estão chegando: Hailey Bieber, Cardi B, Millie Bobby Brown e Kendall Jenner, irmã mais velha de Kylie.

Mattel e falhas contábeis

A entidade que regula o trabalho dos auditores dos EUA, o PCAOB, está investigando o que ocorreu na Mattel e sua auditoria. A própria empresa disse que as demonstrações contábeis de 2017 possuem distorções materiais e que encontrou problemas nos controles internos da empresa. A auditoria foi feita pela PwC, que também está sendo verificada, já que o auditor parece ter quebrado a norma de independência, recomendando um executivo para um cargo.

The Public Company Accounting Oversight Board’s scrutiny comes after Mattel said last week that some financial statements from 2017 “should no longer be relied upon due to material misstatements.” The El Segundo, California-based company, which makes Barbie dolls and Matchbox cars, also said on Oct. 29 that it found “material weaknesses” in its internal controls for financial reporting.

And the PCAOB is probably looking into findings of an internal Mattel investigation that revealed Joshua Abrahams, the PwC partner who led the Mattel audit team, had violated independence rules by recommending candidates for Mattel’s senior finance positions, according to the WSJ. He has been placed on administrative leave and isn’t expected to work for PwC much longer.

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Usuário do Windows 10

18 novembro 2019

Calculadora é a culpada

Em um erro constrangedor, que sem dúvida será jocosamente lembrado por professores de matemática de todos os lugares, um juiz de Oklahoma reconheceu um equívoco de três casas decimais – confundindo milhares com milhões – quando calculou o valor que a Johnson & Johnson deveria pagar por sua responsabilidade na crise dos opioides (substância geralmente usada em remédios para dor) no Estado.

Como resultado, o juiz Thad Balkman anunciou sexta-feira uma nova multa, reduzida em cerca de US$ 107 milhões. O total agora é de US$ 465 milhões, ante os US$ 572 milhões que ele tinha estabelecido em agosto.

O erro de cálculo ocorreu quando o magistrado estava avaliando os vários custos para o Estado lidar com questões de saúde e segurança decorrentes dos opioides. Em seu pedido de agosto, Balkman estimou em US$ 107.683.000 o preço anual para preparar maternidades de Oklahoma para fazer testes em bebês com opioides em seus sistemas. Mas a quantia, na realidade, era de US$ 107.683.

Ele foi avisado sobre o erro pelos advogados da J&J, cujos contadores fizeram o que os estudantes sempre são instados a fazer: checaram as contas e contaram os zeros. “Vai ser a última vez que uso esta calculadora”, disse Balkman em uma audiência em outubro.

A decisão da sexta-feira pôs fim ao julgamento histórico do verão passado, o primeiro estadual para determinar se as empresas farmacêuticas podem ser responsabilizadas pelo desastre dos opioides.

A sentença lançou luz sobre dois desafios que os demandantes dos casos dos opioides enfrentam: como calcular o custo dos danos causados pelos opioides e como atribuir culpa.

Essas questões estão no centro de milhares de processos em torno dos opioides movidos por cidades, condados e estados de todo o país contra uma gama muito mais ampla de fabricantes de medicamentos, bem como de distribuidores e redes de farmácias.

A multa revisada da J&J, por sua vez, pode sinalizar que as expectativas para pagamentos colossais precisam ser gerenciadas com mais cuidado. Mesmo em agosto, quando Balkman chegou à quantia mais alta, as ações da empresa tiveram bom desempenho, sugerindo que os acionistas consideravam o valor relativamente baixo.(...)


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Atraso no Fasb

Na sexta, o Fasb comunicou o atraso nas datas dos novos padrões de leasing, hedge, perdas esperadas e contratos de seguros de longo prazo. As novas datas serão as seguintes. Nem todas entidades serão beneficiadas com a postergação das datas. A norma de Hedge somente será válida para exercícios após 15 de dezembro de 2020, mas somente para empresas de capital fechado. Leasing será também nesta data, um aumento de um ano no prazo. As perdas de crédito terá como data efetiva 15 de dezembro, mas de 2022, em lugar deste ano. Seguros terá como data efetiva para inicio o ano de 2021 e 2023, dependendo do tipo de entidade.

As mudanças são decorrentes da preocupação das empresas. Em maio foi feita a solicitação ao Fasb, agora acatada.

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Por que o Brasil está perdendo interesse em sua seleção?

Por que o Brasil está perdendo interesse em sua seleção?
Joshua Law - SportsMoney

Entre eles, Brasil e Argentina dividem sete Copas do Mundo e produziram sem dúvida os três maiores jogadores da história do futebol. Quando eles se encontram, é um dos jogos mais significativos do mundo. Ou, pelo menos, deveria ser.

Mas 48 horas antes das duas equipes se encontrarem na sexta-feira à tarde - uma vitória da Argentina de 1 a 0, decidida pelo gol de Lionel Messi -, uma rápida leitura dos sites de esportes mais populares do Brasil lhe daria pouca indicação de que houvesse até um jogo acontecendo.

Havia um artigo sobre a seleção potencial de equipes de Tite no Globo Esporte. Em outros lugares, o jogo foi deixado de lado para uma infinidade de relatos sobre a próxima final da Copa Libertadores, Lewis Hamilton e Rafael Nadal.

Em um país supostamente louco por futebol, a falta de atenção foi impressionante. Mas o descontentamento da população com a Seleção vem fervendo há algum tempo.

Jogar amistosos em terras longínquas tornou-se comum no Brasil. No último intervalo com jogos de seleções, eles viajaram para Cingapura para jogar contra o Senegal e a Nigéria. Em setembro, a equipe brasileira podia ser encontrada jogando nos EUA.

A Seleção joga amistosos fora do Brasil porque a CBF, federação brasileira de futebol, terceirizou a organização dos jogos para uma empresa britânica chamada Pitch International.

A Pitch detém o direito de organizar tudo, desde a localização da partida, os hotéis da equipe e as instalações de treinamento. Eles então vendem a oportunidade de receber o time de futebol mais negociável do mundo, pelo maior lance.

Este mês, isso significou viajar para a Arábia Saudita e Abu Dhabi, onde o Brasil joga com a Coréia do Sul na terça-feira.

O acordo foi firmado em 2012, no final do reinado do ex-presidente da CBF, Ricardo Teixera, que renunciou após uma série de alegações de corrupção e lavagem de dinheiro, e vai até 2022.

O efeito para os fãs é que os distancia, tanto física quanto emocionalmente, da equipe. Eles não podem ver o time jogando ao vivo no estádio e, com os jogos ocorrendo do outro lado do planeta, costumam ser difíceis de assistir na televisão. A partida contra o Senegal, em Cingapura, por exemplo, aconteceu às 9h, horário de Brasília, em um dia útil.

Após esse jogo, o técnico do Brasil, Tite, deixou claro seu descontentamento com Pitch. “O que mais me chateou foi a falta de respeito que a Pitch mostrou ao Brasil e ao Senegal”, reclamou ele, “não nos deixando treinar no campo [antes do jogo]. Jogadores de alto nível precisam de mais respeito. ”

Depois do jogo do Brasil contra o Peru, em setembro, disputado no Coliseu do Memorial de Los Angeles, ele fez uma observação semelhante: “A Pitch precisa cuidar disso. Deve haver um campo melhor para se jogar. Não podemos fazer um ótimo show em território como este. ”

Apesar dos problemas, não há como sair do contrato com a empresa britânica. Nenhuma cláusula de indenização foi inserida no acordo inicial e a recusa em atender às demandas da Pitch acarretaria uma batalha legal que poderia custar à CBF centenas de milhões de dólares.

Além dos jogos serem disputados em locais distantes e em momentos inconvenientes, o sentimento de desinteresse é acentuado pelo fato de a maioria da equipe não jogar em clubes brasileiros.

O dinheiro e, portanto, o nível mais alto de futebol, pode ser encontrado na Europa Ocidental, de modo que o continente atrai os melhores jogadores do maior país da América do Sul. Como os fãs brasileiros não os veem jogando regularmente, eles sentem pouco apego emocional.

E mesmo quando jogadores de clubes brasileiros são convocados, isso costuma ser visto como um inconveniente mais do que uma recompensa ou privilégio.

O calendário brasileiro de futebol é tão cheio de jogos que a competição doméstica continua durante as datas internacionais da FIFA, o que significa que os jogadores que jogam pelo Brasil estão fazendo isso às custas das instituições que pagam seus salários.

Finalmente, houve uma queda acentuada no desempenho do Brasil nos últimos meses. Desde que conquistou o troféu da Copa América no Rio de Janeiro em julho, o time de Tite disputou cinco jogos e não venceu nenhuma vez. É a primeira vez que a Seleção está em um período tão longo sem vitórias desde 1991.(...)

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Fonte: Aqui

17 novembro 2019

Detalhes da Aramco

O mais aguardado lançamento de ações está perto de acontecer. A Saudi Aramco, uma empresa estatal da Arábia Saudita, estabeleceu que na sua oferta pública inicial de ações um valor de 1,6 trilhão a 1,7 trilhão de US$. Anteriormente, o princípe herdeiro do trono saudita tinha falado em um valor de 2 trilhões, mas esta estimativa sempre foi considerada alta pela maioria dos analistas.

Os planos inclui a venda de 3 bilhões deações, o que corresponde a 1,5 % do patrimônio. Esta venda deverá ocorrer no mercado acionário local, a bolsa Tadawul. Se tudo ocorrer bem, a empresa deve obter 26 bilhões de dólares por estes 1,5% do patrimônio, o que seria, mesmo assim, a maior oferta pública inicial do mundo.

A primeira vez que a ideia apareceu foi há quatro anos. Com o dinheiro, o reino pretendia investir na economia saudita. Os planos iniciais, de fazer a oferta em um grande mercado mundial, de uma parcela que chegaria a 10% do capital, foram reduzindo até chegar aos 1,5% de agora. Além disto, a oferta deveria ter sido feita no ano passado.

Mesmo sendo a empresa mais lucrativa do mundo, com promessa de elevado pagamento de dividendo, a Aramco gera dúvida pelo risco envolvido. A razão inclui a volatilidade do preço do preço, que agora está em 60US$ e talvez reduza no médio prazo em razão das fontes alternativas de energia e das restrições ambientais. Mas também inclui os problemas políticos do reino; neste caso, a morte de um jornalista em uma embaixada Saudita e um ataque de drone ocorrido há alguns meses, aumentou a percepção de risco.

Mas o reino pode fazer com que a oferta seja um sucesso. Como a parcela de venda é relativamente reduzida, o reino pode “convidar” alguns bilionários a investir na empresa. O abandono do plano de fazer uma oferta em um mercado mais transparente, como o de Londres, pode ser um indicador deste fato.

Fonte: aqui

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Um jovem contador escreveu ao chefe pedindo um aumento no salário:

Caro Chefe

Eu $ei que você valoriza o trabalho dos $eus $ubordinados. E que e$tá atento as nece$$idades do $eu$ funcionário$, em e$pecial àqueles que $e dedicam tanto.

E$pero que você reflita $obre o a$$unto.

atencio$amente

Logo a seguir, ele recebeu a resposta

Prezad0,

Eu sei que v0cê está se esf0rçando muit0 n0 trabalh0. Mas v0cê deve ter n0tad0 que a c0nc0rrência c0ntinua agressiva. Além dist0, 0 mercad0 de trabalh0 NÃO se recuper0u. Pel0 contrári0, talvez v0ltem0s a ter 0utra recessã0. 

Sei que v0cê irá entender 0 que quer0 dizer

atenci0$amente

Adaptado daqui

16 novembro 2019

Nova Zelândia e como usar o dinheiro público

A Nova Zelândia é considerada um exemplo na gestão das finanças públicas. Serviu até de modelo para a nossa Lei de Responsabilidade Fiscal. O país possui realmente uma transparência e evidenciação nesta área que é invejada por outros. Será?

Eis um fato interessante. A Nova Zelândia tornou-se um local de atração de empresas cinematográficas, desde que alguns filmes de aventura foram realizados lá em um passado recente: Senhor dos Anéis, Nárnia entre outros. Parece razoável: promove o país e gera empregos. Depois de assistir um filme com belas paisagens, muitos turistas colocaram na sua lista o país.

Mas temos problemas. Segundo este site, recentemente o dinheiro do contribuinte foi usado para incentivar a produção do filme "Anyone who offends China, no matter how remote, must be exterminated" ("Qualquer pessoa que ofenda a China, por mais remota que seja, deve ser exterminada"). O filme é uma propaganda, produzido por empresas estatais chinesas. Mas como aceitar e incentivar a produção do Senhor dos Anéis e recusar a produzir "Qualquer pessoa..."?

Os dados indicam que os subsídios tem um valor: 172 milhões de dólares. Parece pouco, mas é algo como 100 dólares por família.

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Novo aeroporto do México

Este é um caso que mistura política, corrupção, custo perdido, custo planejado, controle social, lobby e outros aspectos. A história é a seguinte: no governo passado, o México decidiu construir um novo aeroporto para sua capital. O atual estava lotado, sem capacidade de expansão. Com um terço do projeto finalizado, o novo governo convocou um plebiscito. Já tinham sido gastos mais de 4 bilhões de dólares além do valor orçado para a obra. O projeto era bastante arrojado, com um formato de X:
Em lugar de tomar uma decisão, o governo convocou um plebiscito. Poucas pessoas votaram, mas a vitória foi para a opção de parar a obra. Denúncias de corrupção e problemas ambientais, além da impopularidade do ex-presidente, foram importantes para o resultado. O custo de interrupção seria de 9 bilhões, bem menor que o custo de terminar o aeroporto.

Mas a maioria dos contratos de exploração do aeroporto já tinha sido concedido, sem licitação. E o fato de Texcoco ser uma área com problemas no solo faria a alegria das empresas de manutenção.

Mesmo com este cenário, há mais de cem processos judiciais movidos por lobistas e empresas interessadas contra o cancelamento da obra e a possibilidade de construir uma obra alternativa, por um custo bem menor.

Outro aeroporto, situado a 55 quilômetros da cidade do México, foi iniciado e está previsto para ser concluído em 2022. O orçamento, mesmo depois de majorado, está perto de 5 bilhões de dólares, bem abaixo do aeroporto de Texcoco.

Há muito interesse envolvido, o que obviamente inclui o homem mais rico do México, Carlos Slim.

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Aprendizado e Transparência

Há uma investigação nos EUA se o cartão de crédito da Apple, lançado em agosto de 2019, é tendencioso contra as mulheres. As empresas de tecnologia resolveram entrar na área financeira e alguns problemas estão aparecendo. O caso mais noticiado, a moeda digital do Facebook, parece que deve encontrar mais resistências que o esperado. E agora o caso da Apple.

A empresa está oferecendo seu cartão de crédito para interessados. Mas parece que o limite para os homens é bastante superior ao das mulheres. É bem verdade que o cartão tem a chancela do Goldman Sachs, que é o responsável pela decisão. Um caso relatado no Quartz mostra um engenheiro de  software que recebeu um limite 20 vezes maior do que o da sua esposa.

O banco parece que usou um algoritmo para determinar estes limites. Mas este é um problema, pois geralmente algoritmos possuem um grave problema: a falta de transparência. Eis um trecho da Quartz

Por exemplo, em 2018, quando o Goldman quis mostrar sua capacidade quantitativa determinando o vencedor da Copa do Mundo de futebol, seus pesquisadores se voltaram para o aprendizado de máquina. Eles poderiam ter usado estatísticas básicas, mas isso não teria sido tão preciso. Os analistas quantitativos do Goldman disseram que um método de previsão que usava aprendizado de máquina era cinco vezes mais preciso do que usar uma regressão estatística mais simples.

O problema do uso de um método de aprendizado de máquina é que dificulta a explicação de como funciona uma previsão. As ferramentas de aprendizado de máquina são, na maioria das vezes, caixas pretas: prometem precisão, mas os cientistas de dados que utilizam perdem a capacidade de entender o quanto cada fator é importante para o resultado final de uma previsão (na estatística, isso é chamado de "inferência”). (...)

Como disse recentemente a matemática Cathy O'Neal à Slate, quando as empresas optam por usar algoritmos, “elas olham para o lado positivo (...) e ignoram o lado negativo, que é que eles são assumindo muitos riscos."

A ciência de dados, como um campo, tende a se concentrar em fazer previsões. Esse objetivo restrito pode levar as empresas a se distanciarem do viés ou de como elas podem explicar as metodologias de tomada de decisões para os reguladores e o público em geral. Também pode levar a uma menor consideração das deficiências de dados inseridas nos modelos algorítmicos - algumas pesquisas sugerem que a pontuação de crédito é discriminatória, e qualquer modelo que incorpore esses dados refletirá esse viés. Mas, em muitos casos, na moderna ciência de dados, se o modelo tornar uma previsão "melhor" em termos estatísticos, seus outros efeitos poderão ser negligenciados.

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Fonte: aqui

15 novembro 2019

Ainda sobre Libra e as empresas de tecnologia

Sobre a questão da moeda digital do Facebook, uma reportagem do WSJ (via aqui) chama a atenção para o interesse dos gigantes em tecnologia em entrar na área financeira. O Google deverá oferecer conta corrente para as pessoas, em parceria com o Citigroup e a Universidade de Stanford. A Apple possui um cartão de crédito. A Amazon também estaria interessada em conta corrente. E o Facebook que uma moeda digital.

A abordagem do Google parece projetada para fazer aliados, e não inimigos, nos dois campos. As marcas das instituições financeiras, e não as do Google, estarão na frente das contas, disse um executivo ao The Wall Street Journal.

Problemas contábeis na Via Varejo

Dona de redes como Casas Bahia e Ponto Frio, a varejista apresentou seu quinto trimestre negativo seguido. O faturamento caiu 10,7% em relação ao mesmo trimestre do ano passado, e o prejuízo triplicou, para 244 milhões de reais, enquanto a margem operacional encolheu de 6,6% para 4,3%.

Enquanto isso, a Via Varejo disse à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que a primeira fase das investigações de fraude reportadas ontem não encontrou irregularidades, de modo que o caso não interfere nos números apresentados.

Segundo divulgado pelo site Suno Notícias, as denúncias, recebidas internamente, teriam a ver sobretudo com gastos operacionais (batizados de Opex na linguagem financeira) sendo apresentados na forma de investimentos (batizados de Capex). A inversão entre Capex e Opex pode colocar despesas como ativos no balanço e melhorar de forma errônea o resultado.


Fonte: Aqui. Aqui também.

Benford e a qualidade das demonstrações

Existem várias ferramentas e fórmulas matemáticas diferentes que podem ser utilizadas para determinar a força das demonstrações financeiras de uma empresa. Uma das ferramentas mais intrigantes e úteis para detectar irregularidades contábeis é a fórmula matemática Lei de Benford - um conceito desenvolvido pelo físico Frank Benford na década de 1930.

A lei de Benford afirma que, em muitos tipos de dados numéricos, sejam demonstrações financeiras, números populacionais, endereços de ruas, extensão de rios, etc., ocorre um padrão previsível. Mais números começam com o dígito 1 do que começam com o dígito 2, mais começam com 2 que 3 e assim por diante. Com base nesse padrão, a distribuição do primeiro dígito em um número não é aleatória, é logarítmica, como mostrado abaixo:


Pesquisas sugeriram que a Lei de Benford pode ser usada para detectar anomalias nos dados, seja de erros de escritório, chance aleatória ou manipulação definitiva. Quando um conjunto de números que se espera conformidade com a distribuição não o fizer, isso pode ser um sinal de que há algo errado com os dados. Essa análise simples do primeiro dígito de números em um conjunto de dados pode ser usada para ajudar a descobrir fraudes e outros problemas de dados em várias instâncias, incluindo casos contábeis, científicos e legais.

Além disso, a pesquisa descobriu que as demonstrações financeiras, como um todo, estão em conformidade com a distribuição e que as divergências individuais do padrão "podem refletir a qualidade informacional das divulgações financeiras".

Com base nessa teoria, se a distribuição de números nas demonstrações contábeis de uma empresa não estiver em conformidade com a distribuição esperada de acordo com a Lei de Benford, é uma indicação de que as demonstrações contábeis dessas empresas devem ser revisadas mais minuciosamente ao avaliar a qualidade das demonstrações contábeis.

Os dígitos nas demonstrações financeiras que não estão em conformidade com a distribuição da Benford não significam inequivocamente que a fraude ocorreu. No entanto, se um indivíduo fabricar números nas demonstrações financeiras, é altamente improvável que o indivíduo possa manipular os números de uma maneira que esteja em conformidade com a Lei de Benford.

Para demonstrar a utilidade dessa estatística, considere o exemplo da Synchronoss Technologies Inc. [SNCR]. Em 2017, a Companhia divulgou uma investigação do Comitê de Auditoria que atrasou o arquivamento de seu relatório anual, uma correção de não confiança relacionada ao reconhecimento de receita que reduziu o lucro líquido em US $ 112 milhões, um ajuste necessário nas finanças relacionadas ao custo das receitas e fraquezas materiais no controle interno sobre relatórios financeiros.

As demonstrações financeiras da Synchronoss Technologies falharam em conformidade com a Lei de Benford para o exercício fiscal encerrado em 31 de dezembro de 2015 e 2017:



O desvio acentuado que ocorre em torno dos primeiros dígitos de 5, 7 e 9, em particular, deve servir como um indicador de que essas demonstrações financeiras devem ser analisadas de perto para outras anomalias. Os indivíduos que avaliam as demonstrações financeiras podem usar um desvio da Lei de Benford como ponto de partida para determinar quais empresas podem justificar um exame adicional.

Existem vários métodos para medir a aderência de uma demonstração financeira à distribuição de Benford. O Audit Analytics sinaliza desvios da Lei de Benford de duas maneiras:

Estatística Kolmogorov-Smirnoff (KS) - Determina se as demonstrações financeiras da empresa divergem da lei de uma maneira estatisticamente significativa comparando o maior desvio único a um valor crítico
Estatística Mean Desvio Absoluto (MAD) - Encontra o desvio médio da distribuição real das demonstrações financeiras da empresa para a distribuição Benford ideal

Entre o Russell 3000, examinamos empresas que não cumpriram a Lei de Benford com base em informações financeiras em seu último relatório anual e sua correlação subsequente com outros eventos contábeis notáveis ​​que são indicadores da qualidade dos relatórios, incluindo controles ineficazes de divulgação (SOX 302) ou controles internos (SOX 404), atualizações financeiras e registros atrasados.

As empresas que não obedeceram à distribuição da Lei de Benford tinham maior probabilidade de ter opiniões adversas 302 e 404, atualizações financeiras e registros tardios.

Isso indica que as empresas com demonstrações financeiras que não estão em conformidade com a distribuição da Benford têm mais chances de ter controles internos e de divulgação ruins - e ter controles ruins pode levar a resultados financeiros de baixa qualidade, devido a meios intencionais ou não intencionais. Esse tipo de ambiente geralmente leva a resultados desfavoráveis, como registros e atualizações pontuais.

Embora a Lei de Benford não deva ser usada como uma ferramenta de tomada de decisão por si só, pode ser uma ferramenta de triagem útil para indicar que um conjunto de demonstrações financeiras merece uma análise mais profunda.

Fonte: Aqui

Adeus Libra?

A moeda digital Libra começou a ser criada em 2017. Em maio de 2019 tivemos a confirmação de que o Facebook planejava lançar um moeda digital. O anúncio ocorreu em junho, com previsão de lançamento em 2020.

O entusiasmo inicial recebeu uma ducha de água fria dos reguladores. Já em julho, o Facebook reconhecia que precisava da aprovação legal. Em setembro, o próprio Zuckerberg, fundador e executivo do Facebook, indicava que esperaria a aprovação dos reguladores dos Estados Unidos. E dias depois começou a debandada das empresas que apoiavam, inicialmente, o projeto. Inicialmente, o PayPal; depois, eBay, Mastercard, Stripe, Visa e Mercado Pago.

O Financial Times afirmou

Vários deles [parceiros] também disseram que, apesar de suas ambições de promover a libra como esforço conjunto, o projeto tinha sido ligado muito fortemente ao Facebook, numa época em que a empresa está às voltas com vários escândalos de violação de privacidade e com uma enxurrada de investigações antitruste nos EUA e na Europa. (...)

A participação inicial desses membros revestiu o projeto de credibilidade pública e de viabilidade regulatória. Sem eles, o âmbito das ambições da libra talvez teria de ser corrigido. 

O título do texto do FT diz muito: Facebook subestimou peso da regulação em moeda digital. E estas incertezas regulatórias afastam os parceiros

O futuro do projeto dependerá agora em grande medida da possibilidade de ele obter as necessárias aprovações regulatórias, o que poderá envolver a implementação no formato do projeto. 

Mesmo a meta inicial de lançamento em 2020 já é questionável. Há resistências claras dos reguladores, seja por conta dos efeitos sobre a estabilidade financeira, ou em razão da privacidade dos dados. Denúncias recentes de violação de dados pessoais e disseminação de desinformação na rede social realmente não ajuda muito. Além disto, há muitas dúvidas sobre o projeto (Rudegeair, Peter; Tracy, Ryan. Facebook mantém plano de criar moeda, Valor Econômico, 24 de outubro de 2019, C3).

dúvidas como a nova moeda lidaria com questões sensíveis, como lavagem de dinheiro. O ministro das finanças da França chegou a dizer que o país não permitirá o desenvolvimento da moeda na Europa. A Bloomberg tentou executar o código da moeda e os recursos que a nova moeda teria não existem ainda. ]

Diante deste cenário, há três dias o Facebook anunciou o lançamento do Facebook Pay. Este serviço facilitaria as transações entre usuários em uma situação de compra na rede. Mas a empresa parece que não desistiu da Libra:

No post, o Facebook também foi bem claro ao dizer que essa nova plataforma não têm nada a ver com a libra, sua futura criptomoeda, ou com a Calibra wallet, a carteira virtual que a apoiará. Esses serviços terão sua própria rede separadamente.

Mas o fato disto ocorrer duas semanas depois que os “sócios” da Libra terem abandonado a empresa não parece ser coincidência. É um sistema mais “tradicional”. Será realmente o enterro da moeda digital Libra?

Rir é o melhor remédio

Como os hospitais calculam sua conta

14 novembro 2019

Amigo Secreto 2019

O natal está chegando e, com ele, o nosso amigo secreto dos blogs de contabilidade e finanças. Este ano somos 12! Damos boas-vindas ao Roberto Ushisima, do Empresas e Mercados, que participará pela primeira vez. Vocês já conhecem o blog dele? Aproveitem para dar uma passadinha lá e prestigiar o nosso novato!

Nós aqui do Contabilidade Financeira estamos marcando uma presença forte, com a participação dos três coautores: César, Pedro e eu.

Para completar o time, temos o Alexandre, do Alcantara, a Cláudia, do Ideias Contábeis, o Felipe, do Contabilidade e Métodos Quantitativos, o Orleans, do Informação Contábil, a Polyana, do Histórias Contábeis, o Roberto Lima, do Panorama Público, o Sandro, do Acervo Contábil, e o Vladmir, do Vladmir F Almeida.

Esta é uma forma que encontramos de integrarmos os blogs, nos conhecermos melhor e nos divertimos um pouco. Um bocado, na verdade!!! Acho que todo ano eu falo isso, mas se torna mais verdade também a cada ano... Mas é uma brincadeira bem especial, que me dá a chance de me aproximar de pessoas queridas - algumas com as quais eu nem conversava muito antes dessa oportunidade. Esse grupo de blogueiros é fantástico! Fico feliz por fazer parte disso tudo.

Estamos às vésperas do sorteio para descobrirmos quem é o nosso amigo secreto e logo logo traremos mais postagens para que vocês possam acompanhar conosco. Mas não só isso! Falando em sorteio, este ano um dos nossos leitores será presentado com um exemplar do livro Curso Prático de Contabilidade, do professor César Augusto Tibúrcio Silva, aqui do blog, e da professora Fernanda Fernandes Rodrigues. Nada mais justo. Vocês já conhecem a obra? Temos diversas postagens aqui no blog. Outra opção é dar uma olhada nas informações do livro na Amazon.

Fiquem ligados nas próximas postagens!!

Linguagens populares

A plataforma GitHub é o destino final de muitos programadores e seus trabalhos. Usando a GitHub como base, estas são as linguagens mais populares atualmente:

10- Ruby - Criada nos anos 90, por Yukihiro Matsumoto. Linguagem aberta, com foco na Web.
9- C - de 1972, ainda muito popular. Usada pra sistemas operacionais e softwares de aplicação. Deu origem ao C++, Python, Java, JavaScript e PHP
8- Shell - muito usada para criar comandos e execução de programa
7- TypeScript - aberta, criada pela Microsoft.
6- C++ - usada em sistemas operacionais, navegadores e outras aplicações. Mesmo sendo antigo, é muito usado pelas suas qualidades de desempenho.
5- C# - desenvolvida pela Microsoft.
4- PHP - para web, mas muito criticada pelos programadores
3- Java - da Sun e muito popular, com muitas vantagens, inclusive aplicação de big data
2- Python - Crescimento rápido, pois usada em linguagem de máquina, pesquisa, inteligência artificial e outros. Muito suporte e fácil integração
1- JavaScript - Base da web moderna. Usada por Google, Facebook, YouTube e outros pela interatividade.

Sete Brasil e Petrobras

A empresa Sete Brasil foi criada em 2010. Sua função seria ajudar o país a explorar o petróleo do pré-sal. Por ser uma empresa com participação de investidores (fundos de pensão, bancos e outras empresas), não se pode dizer que seja uma empresa estatal. Entretanto, a participação da estatal Petrobras é o destaque. Afinal, ela foi criada para “vencer” as licitações para contratação de sondas de última geração para Petrobras. Inicialmente a ideia seria a contratação de 28 sondas. Muito dinheiro público foi colocado na empresa, incluindo do FGTS, via compra de debêntures.

A questão é que a Sete Brasil talvez tenha sido criada para dar prejuízo. Ou melhor: para dar lucro para algumas pessoas. Com a divulgação dos escândalos nos anos recentes, a Sete Brasil esteve diretamente envolvida em desvio de recursos. Em 2016, a empresa reconheceu um prejuízo de quase 6 bilhões de reais. A recuperação judicial aconteceu neste período, já que a empresa tinha dívidas de 19,3 bilhões, investigação de falcatruas acontecendo e dúvidas sobre a continuidade. Já nas demonstrações contábeis de 2015 a palavra continuidade foi usada 16 vezes. É um claro sinal de problemas. Logo nas notas explicativas a empresa entregava:

“não há como assegurar a continuidade operacional do grupo no atual cenário. Com isso, (...) contratou uma firma internacionalmente reconhecida para elaborar um laudo de avaliação do valor de mercado dos ativos e, consequentemente, suportar o valor de recuperabilidade de cada ativo”

Com a recuperabilidade, o ativo da empresa caiu de 10 bilhões de reais para 1,9 bilhão. A linha de “investimentos” saiu de 8,4 bilhões para zero, entre 31/12/2014 e o ano seguinte. Mas os empréstimos e financiamentos continuavam no balanço da empresa: 15 bilhões no final de 2015. O prejuízo da empresa foi um dos maiores de todos os tempos: mais de 30 bilhões de reais.

Um desempenho deste tipo vai sobrar para alguém. Os principais credores eram

FGTS, Caixa Econômica Federal e três operações de empréstimo-ponte onde estão envolvidas as grandes instituições financeiras que atuam no Brasil: Banco do Brasil, Itau, Santander e Bradesco. O BB ficaria com uma dívida de 3,5 bilhões, seguido pelo FGTS.

Um texto recente do Valor Econômico afirma que parte desta conta ficará com a Petrobras. Segundo Graziella Valenti, a Petrobras tem 3,8 bi em provisões para Sete Brasil (este é o título do texto, 30 de outubro de 2019, B2). E as cobranças das partes prejudicadas estão colocando a empresa, que seria a contratante das sondas. Valenti afirma que até inicio do ano não existiam provisões para este caso específico. Mas que agora, a Petrobras reclassificou o caso, de “possível” para “provável”.

[Na Central de Dowloads não aparece nada sobre isto]

Com efeito, nas demonstrações do terceiro trimestre, a empresa faz menção à Sete Brasil na nota 27.2. [Uma curiosidade. Nas demonstrações em dólar, aparece 995 milhões na nota 24 (da DRE) e 912 na nota 27.1 (do passivo). Nas demonstrações em reais, o valor é 3,8 bilhões, tanto na nota 24, quanto na nota 27.1. Qual a razão da diferença? Taxa de Câmbio?]

Na conferência, nenhuma pergunta sobre o assunto. A repórter entrou em contato com a empresa e não recebeu nenhuma informação: é um assunto que corre em sigilo.

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Refazendo a norma: algumas frase as pessoas podem entender...