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24 dezembro 2015

Mercado de Trabalho

Os dados do emprego formal, divulgado pelo Ministério do Trabalho e compilado por este blog, mostram que em novembro o mercado seguiu a mesma tendência dos últimos meses: mais demissões que contratações.

Em novembro foram admitidos 1912 contadores e auditores e demitidos 2245, indicando uma redução no mercado de trabalho de 333 postos (Gráfico 1). Desde janeiro de 2015 este número é negativo (gráfico 2), embora novembro tenha sido um pouco melhor que os últimos sete meses. Na base acumulada (gráfico 3) o número de demissões é de 5.765 empregados.

O gráfico 2 pode dar a impressão de que o mês de novembro não foi tão ruim, indicando uma reversão na queda. No entanto, em novembro de 2014 o número foi positivo (gráfico 4). Ou seja, tradicionalmente novembro é um mês de contratação, assim como ocorre em janeiro. Quando comparamos este ano com o anterior (gráfico 4) temos que, a exceção de janeiro, todos os outros meses o desempenho do mercado de trabalho foi pior em 2015. Este ano não deixará saudade no mercado de trabalho.

Toshiba

Recentemente a Toshiba divulgou que durante anos divulgou resultados manipulados. Isto derrubou seu presidente e ex-presidentes que faziam parte da administração da empresa.

Agora a empresa anunciou o corte de 7.800 empregos dentro de uma estratégia de reestruturação, principalmente na divisão de eletrônicos. E está pensando em desfazer de outras divisões. Os ajustes devem aparecer no resultado da empresa, que será divulgado após o término do exercício, talvez ainda no primeiro semestre de 2016.

23 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio

Música da Cyndi Lauper: Girls Just Want To Have Fun

Como anda o CPC?

A figura abaixo mostra o sítio do CPC no dia de ontem:
(1) Destaque para os dez anos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
(2) A última audiência pública, realizada em maio de 2015, sobre a revisão de um pronunciamento. A única do ano
(3) Documento emitido em novembro de 2015, referente a revisão 08. O único deste ano.
(4) Normas internacionais, com a última atualização em maio de 2014
(5) Contribuições enviadas ao Iasb, sendo listadas as duas últimas. Em 2015 foram 20 contribuições, disponíveis ao clicar “Ver Mais”
(6) Três destaques da Fundação. Ao longo de 2015 foram oito destaques.

Em resumo: uma audiência pública e um documento emitido. Diversos esforços para melhorar as normas do Iasb (contribuições) e vários destaques.

Se você não gosta de superprodução de normas (como eu), um bom ano do CPC.

22 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Prisma Fiscal

O Prisma Fiscal é um sistema de coleta de expectativas de mercado para acompanhar a evolução das principais variáveis fiscais brasileiras. Ele oferece uma oportunidade para o aprimoramento dos estudos fiscais no País, além de facilitar o controle social a partir de uma ancoragem das expectativas quanto ao desempenho de importantes variáveis fiscais brasileiras.

Ao disponibilizar estatísticas de expectativas ao público em geral o Prisma Fiscal possibilita a empresas e cidadãos conhecer o que os agentes de mercado estão projetando sobre os resultados da política fiscal, constituindo-se assim em importante instrumento para o planejamento de suas ações em diferentes horizontes de tempo.


Fonte: aqui

Links

O mundo dos ladrões de lojas profissionais (furto)

Movimento anti-Renoir

iPhone e postura

Apenas para fazer a câmara do iPhone a Apple usa 800 engenheiros e outros técnicos

Grant Thornton, empresa de tecnologia Globo e mais um problema

A emoção na fotografia

21 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio




Finanças Pessoais: Finanças é coisa de homem?

As mulheres tem um estereotipo de serem consumidoras implacáveis, de gastar todo o dinheiro da família com futilidades e não entenderem de finanças. Esta visão está errada por três bons motivos. Em primeiro lugar, pesquisas mostram que as mulheres tomam melhores decisões financeiras que os homens. Segundo, as mulheres são mais avessas ao risco que os homens e geralmente com o dinheiro nosso é muito mais interessante ser avesso ao risco do que propenso ao risco. Finalmente, as mulheres não tem medo de questionar e duvidar dos que os “consultores financeiros” dizem.

Por estas (e outras) razões, os principais programas de auxilio financeiro para as pessoas carentes focam nas mulheres. Geralmente os benefícios financeiros concedidos aos homens são alocados em gastos desnecessários para as famílias; já entregar dinheiro para as mulheres pobres resulta em melhor alocação desta riqueza. Se os filantropos espertos escolhem as mulheres para fazer sua boa ação, talvez seria esperado que os principais consultores financeiros deveriam ser mulheres. Infelizmente isto não é o que ocorre na prática, já que os bancos de investimentos, corretoras e outras entidades preferem empregar o homem. Uma razão para isto é que neste tipo de negócio é importante passar confiança, e isto o homem geralmente consegue fazer melhor.

Enquanto na filantropia o importante é o comportamento médio das famílias que recebem a ajuda do filantropo, nas corretoras destaca-se muito o comportamento do “melhor desempenho”. O fato de assumirem mais risco faz com que os homens tenham mais chance de terminar o ano como sendo o “melhor investidor”: maior o risco, maior o retorno.

Numa família, o papel do investidor muitas vezes é assumido pelo homem por ser as finanças coisa de homem. Mas as pesquisas geralmente comprovam: deixe as finanças por conta da mulher.

Correlação entre mais comércio e menos guerras

Um grupo de pesquisadores liderados por Matthew Jackson, da Universidade Stanford, tentou entender por que a quantidade de guerras no mundo diminuiu tanto nas últimas décadas. A incidência de conflitos entre 1820 e 1949 foi dez vezes maior do que entre 1950 e 2000.

Eles tentaram isolar diversas variáveis. Uma se destacou: o comércio internacional. A conclusões foram publicadas na revista científica americana "Proceedings of the National Academy of Sciences". Não é, claro, a primeira vez que se sugere que o comércio evita guerras, afirma Jackson, mas agora foi feita uma análise estatística dessa questão. Em 1850, os países tinham em média cinco parceiros comerciais relevantes. Hoje, são mais de 30. Além disso, existiam antes poucas alianças comerciais, bilaterais ou multilaterais. Hoje, são dezenas destas e centenas daquelas.


Jackson cruzou os dados históricos e mostrou que a probabilidade de dois países entrarem em guerra decai conforme a sua relação comercial cresce. "Os números mostram forte correlação, embora seja mais complicado estabelecer ou explicar a causalidade", afirma.
Existe duas possíveis explicações para o fenômeno: 

- O aumento do comércio cria grupos de pressão política interessados na preservação do outra nação, porque compram ou vendem para ela. Ou seja, o país passa a perder dinheiro se atacar.
Tal hipótese parte da ideia clássica de que os países optam pela guerra por motivos um tanto racionais: se os custos são baixos e o ganho potencial é grande, quase que inevitavelmente haverá uma agressão. O que se pode fazer para reduzir o conflito é torná-lo mais caro. 

- A existência de alianças comerciais serve como estímulo para que um país pense duas vezes antes de atacar o outro. Ele pode, afinal, acabar cutucando os parceiros do atacado, que têm incentivos para entrar na briga.

MAIS COMÉRCIO

Exportação mundial de mercadorias como porcentagem do PIB

1870191319501973051015202530

Número de parceiros comerciais relevantes por país (%)

185019131950197319932012024681012141618202224
Fonte: “PNAS”

Os dados levam a crer, aponta Jackson, que foram bem-sucedidos os esforços americano para integrar o Japão à economia global no pós-guerra e dos países europeus em criar o bloco que veio a dar na União Europeia.

No Japão, é até surpreendente baixo grau de revanchismo de um país que foi atacado com bombas nucleares. No caso da Europa, Jackson aponta que hoje a principal parceira comercial da França é a Alemanha –e os dois países (se você considerar a Prússia) passaram o século 19 e a primeira metade do século 20 em guerra. 

Por outro lado, o isolamento, físico e comercial, entre Israel e territórios palestinos tenderia a eternizar o conflito. 

Os pesquisadores ressaltam que tais conclusões não se referem somente às grandes guerras. Eles analisaram todos os conflitos entre ao menos dois países com mais de mil mortes desde o século 19.
Ou seja, a conta inclui da guerra do Paraguai à do Pacífico (Bolívia contra Chile, no século 19), da guerra Greco-Turca de 1919 às Malvinas. 

A explicação para a redução dos conflitos armados, portanto, não se limita à posse de armas nucleares. Isso pode ajudar a explicar por que grandes potências passaram a se combater menos, mas não esclarece outros casos. 

"As armas nucleares, na mão de uns poucos, poderiam até estimular os mais fortes a atacar os pequenos mais indefesos", afirma Jackson.

Fonte: aqui

Resumo:

We investigate the role of networks of alliances in preventing (multilateral) interstate wars. We first show that, in the absence of international trade, no network of alliances is peaceful and stable. We then show that international trade induces peaceful and stable networks: Trade increases the density of alliances so that countries are less vulnerable to attack and also reduces countries’ incentives to attack an ally. We present historical data on wars and trade showing that the dramatic drop in interstate wars since 1950 is paralleled by a densification and stabilization of trading relationships and alliances. Based on the model we also examine some specific relationships, finding that countries with high levels of trade with their allies are less likely to be involved in wars with any other countries (including allies and nonallies), and that an increase in trade between two countries correlates with a lower chance that they will go to war with each other.

Matthew O. Jackson and
Stephen Nei Networks of military alliances, wars, and international tradePNAS 2015 112 (50) 15277-15284.

Ranking Google

Os termos mais pesquisados no Brasil:

1. BBB15
2. Cristiano Araújo
3. Resultado do Enem
4. Verdades Secretas
5. Tabela do Brasileirão
6. Sisu
7. Os Dez Mandamentos
8. Rock in Rio
9. Além do Tempo
10. Império

No mundo:

1. Lamar Odom
2. Charlie Hebdo
3. Agar.io
4. Jurassic World
5. Paris
6. Furious 7
7. Fallout 4
8. Ronda Rousey
9. Caitlyn Jenner
10. American Sniper

Pesquisa "o que é..." no Brasil

1. CPMF
2. circuncisão
3. Uber
4. microcefalia
5. impeachment
6. órgão expedidor
7. eclipse
8. esclerose múltipla
9. toxoplasmose
10. terceirização

Memes Brasil

1. Senhora
2. Me Solta
3. Dibre do Ronaldinho
4. Jéssica
5. Turn Down for What
6. Falsiane
7. Bela Gil
8. John Cena
9. Enem 2015
10. Calor

Fonte: Aqui

Links

A modelo Bar Rafaeli é acusada de evasão de impostos

Prêmio fotografia engraçada do mundo animal (primeiro lugar ao lado)

Beleza da matemática: do cafezinho ao avião

As pesquisas do ano

Nelson Carvalho é o presidente do conselho de administração da Petrobras

Redução nos lucros da KPMG

Estresse de fim de ano

Fonte: Aqui
O corpo da funcionária pública federal Josy de Oliveira começou a avisá-la sobre a aproximação do fim de 2015 na última segunda-feira. As tonteiras e dores de cabeça não deixaram dúvida: o estresse tão familiar a ela nessa época do ano batia à porta. [...]

E Josy não está sozinha. Quando começa dezembro e as luzes de Natal pipocam nas lojas, muitos brasileiros têm apenas uma certeza: eles vão se estressar. A carga de ansiedade e preocupação nessa época, dizem estudos, é maior do que em qualquer outro período do ano. Uma pesquisa realizada pela Isma-BR (Internacional Stress Management Association — Brasil) mostra que o nível de estresse do brasileiro sobe, em média, 75% em dezembro. Enquanto isso, um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) destaca que quase metade dos pacientes internados em UTI por doenças de fígado, coração, pulmão e estômago considera que o evento mais estressante do ano anterior ao problema de saúde foi, justamente, o Natal.

Os motivos para isso são variados. Entre eles, uma rotina intensa de preparativos para ceias e festas, a obrigação de comparecer a reuniões familiares, gastos excessivos com presentes, esforços para cumprir metas de trabalho e acadêmicas. E o “pior”: o temido balanço de fim de ano. É nessa época que as pessoas avaliam o que conquistaram e, não raro, dão mais destaque ao que não conquistaram.

— O estresse é uma resposta a mudanças, sejam elas negativas ou positivas. Uma gravidez ou uma promoção também podem desencadear essa resposta. E, no final do ano, é como se todos tivessem que, obrigatoriamente, encerrar um ciclo, o que é muito angustiante. Os sintomas mais comuns são irritabilidade, ansiedade e taquicardia, porque se percebe que o ano não foi como o esperado — afirma a psicóloga e coordenadora do Núcleo de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp, Denise Pará Diniz.

Atualmente, a pesquisadora trabalha em um estudo sobre como eventos estressantes de fim de ano estão associados a sintomas de ansiedade e até mesmo de depressão. Os resultados desta nova pesquisa só estarão disponíveis ano que vem, mas, pela experiência de Denise, esta época pode ser considerada uma das mais estressantes da vida. O estudo de pós-doutorado dela, concluído em 2012, revela que 47,8% das pessoas em terapias intensiva e semi-intensiva no Hospital São Paulo, ligado à Unifesp, e no Hospital dos Servidores do Estado destacaram o Natal como o evento que lhes trouxe mais estresse antes de serem internados.

— Por análise estatística, também consegui ver que, quanto mais velha a pessoa é, maior a chance de ela perceber o Natal como estressante. Isso também ocorre com quem pertence às classes econômicas A e B. Esses dois fatores, o da idade e da renda mais alta, fazem com que o risco de vivenciar esse tipo de estresse dobre — conclui Denise. — Acredito que as reuniões familiares tenham impacto grande nisso: além de trazerem, por si só, uma mudança na rotina das pessoas, oferecem mais possibilidade de surgirem questões afetivas a serem resolvidas, que talvez tivessem sido ignoradas ao longo do ano.

[...]

— O ideal é que as pessoas diminuam o nível de exigência e expectativa com elas mesmas e que, quando possível, não determinem prazos para bater metas. Muitas vezes, o prazo só faz aumentar a angústia — aconselha Alexandrina. — É importante perceber que, apesar das dificuldades, temos perspectivas. Não se muda o passado, mas o futuro está sempre em aberto.

[...]

Fonte: Aqui


20 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

História da Contabilidade: Maria do Carmo Honorata Duarte

Tropecei no nome de Maria do Carmo Honorata Duarte quando li uma solicitação dela para ensinar “leitura, escripturação, contabilidade e mais misteres domesticos” (1) na província do Pará.

Foi a primeira vez que obtive o nome de uma mulher associado à contabilidade. Não significa que Maria Duarte tenha sido a pioneira, mas até o momento foi a primeira referência que encontrei do sexo feminino. Depois de obter a autorização para ensinar, Maria Duarte anunciou cinco vezes no jornal A Epocha a sua escola (2):

Sobre a Maria Duarte temos poucas informações. Casada com o Capitão Manoel Maria Duarte (3), por sua vez contador da Tesouraria da fazenda (4) e também docente (5), com quem teve nove filhos, sendo sete mulheres e dois homens (6).

Aparentemente seu empreendimento não deu muito certo, já que em 1867 era professora no segundo distrito (7), chegando a ajudante de D. Joanna Candida de Carvalho, no ensino primário inferior na capital do Pará (8). Maria Duarte faleceu em 31 de março de 1875 (9), tendo sido a primeira professora que recebeu autorização para o ensino particular de contabilidade.

(1) Gazeta Official, 9 de outubro de 1859, n. 226, ano II, p. 1
(2) O primeiro anúncio foi publicado em A Epocha, ed 230, p 3, 13 de outubro de 1859, ano II.
(3) Treze de Maio, ed 9, p.4, 6 de março de 1861.
(4) Diário do Gram-Para, ed 257, p2, 1887.
(5) Almanak Paraense, 1883, p. 382.
(6) O Liberal do Pará, ed 73, p 2, 3 de abril de 1875, ano VII, n. 73
(7) Jornal do Pará 17 de março de 1867, ano v, n 64, p1.
(8) Jornal do Pará, 29 de abril de 1871, n 94, p 1, ano ix
(9) Jornal do Pará, ed 80 p 2, 10 de abril de 1875, ano xiii.

19 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio


Fato da Semana: PCAOB

Fato da Semana: A Reuters publicou um longo texto mostrando como está a briga de poder entre o contador-chefe da SEC e o PCAOB.

Qual a relevância disto?
O texto é uma leitura obrigatória para aqueles que desejam conhecer como se dá o processo de regulação contábil na prática. (Sugerimos a leitura do capítulo 1 do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, para uma abordagem introdutória). Criado com a finalidade de fiscalizar as empresas de auditoria, o PCAOB tem feito um trabalho de “revisão” das auditorias realizadas. E tem encontrado uma série de erros e problemas de qualidade. Obviamente que isto não tem despertado simpatia das grandes empresas.

Positivo ou Negativo?
Como estamos comentando o texto, é extremamente positivo uma investigação como esta.

Desdobramentos
– A questão que fica em aberto é se o atual presidente do PCAOB será reconduzido ao cargo ou não. Se não for teremos uma vitória do atual contador da SEC, que tem colocado diversos obstáculos no trabalho de Doty, do PCAOB.

(Cartoon = Fonte: aqui)

Leitura Obrigatória

A Reuters, num texto de Charles Levinson (Accounting industry and SEC hobble America´s audit watchdog ) publicou um texto fantástico sobre a regulamentação da auditoria contábil nos Estados Unidos. Leitura obrigatória para aqueles que desejam entender melhor como funciona o Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB), a entidade criada para supervisionar a profissão de auditor naquele país.

O texto questiona fortemente o trabalho do contador-chefe da Securities and Exchange Commission, James Schnurr. Schnurr tem questionado publicamente o trabalho do PCAOB, acusando-o de lento. O texto mostra claramente que James Doty, o responsável pelo PCAOB, tem sido sabotado no seu trabalho, provavelmente em razão as críticas da entidade as grandes empresas de auditoria.

A figura a seguir mostra a origem do Chief of Accountant da SEC. Desde 1992 o cargo está sendo ocupado por pessoas originárias das grandes empresas de auditoria. Estas empresas “indicam” não somente este cargo como também a própria presidência da SEC: Mary Jo White tinha a Deloitte entre seus clientes quando era sócia de uma empresa de advocacia.
As grandes empresas de auditoria possuem 98% das contas das empresas com ações na bolsa dos EUA. Segundo o texto, o esforço de Doty, do PCAOB para melhorar a qualidade do setor tem encontrado resistência em Schnurr, que tem atrasado uma série de medidas. Além disto, Schnurr tem feito campanha para afastar Doty do cargo, segundo pessoas entrevistadas pela Reuters. Na realidade, o mandato de Doty no PCAOB já encerrou e ele conta com o apoio de diversos notáveis, como Paul Volcker (ex FED) para a recondução.

O trabalho recente do PCAOB inclui inspeções rigorosas nas empresas de contabilidade e longos relatórios, com críticas aos procedimentos de auditoria. O PCAOB já descobriu que uma das grandes empresas de auditoria tinha ignorado intencionalmente erros contábeis de um cliente. Esta empresa tinha, naquele momento, Schnurr como contato; posteriormente ele foi nomeado contador da SEC. A ex-empresa de Schnurr foi responsável pela auditoria da Bear Stearns (parecer limpo e falência logo após). Ou seja, o atual contador-chefe da SEC foi no passado “perseguido” pelo PCAOB.

O texto é bastante longo. Repito: leitura obrigatória para quem deseja conhecer melhor o processo de regulação e fiscalização nos EUA.

18 dezembro 2015


Fatos da Semana

De janeiro até dezembro tivemos 49 fatos da semana. O fim do ano é um momento interessante para fazer um apanhado sobre o que ocorreu através da coluna de postamos todo sábado neste blog.

Como o leitor já sabe, classificamos os fatos em positivo, neutro ou negativo. Foram 16 positivos, nove neutros e 23 negativos ou 47%. Não queremos destacar o lado ruim, tanto é assim que diariamente convidamos o leitor a rir; mas 2015 está sendo difícil. Dos fatos destacados aqui, 60% são nacionais, sendo que em sete semanas, ou 14%, o destaque foi a Petrobras. A estatal apareceu principalmente no início do ano, com a divulgação dos resultados do terceiro trimestre de 2014, onde mostrava, parcialmente segundo a opinião deste blog, o estrago da corrupção.

Os escândalos atingiram a Portugal Telecom, BVA, BNDES, Styam, FIFA, Volks e IBM. O maior deles foi a irresponsabilidade de uma auditoria que praticamente faliu a Moldávia. Fizemos até um placar das empresas de auditoria, cujo resultado foi o seguinte:

1º. Lugar – KPMG – 3 pontos: BVA, BNDES e FIFA
1º. Lugar – PwC – 3 pontos: Petrobras, Satyam e IBM
3º. Lugar – EY, Deloitte e GT – 1 pontos por Toshiba, CSN e Moldávia, nesta ordem

Os reguladores foram também destaque aqui. Incluindo o CFC, TCU, Iasb e CVM foram 14 fatos relacionados a este assunto ou 29% do total.

Queremos destacar o destaque especial para o comportamento do mercado de trabalho para o contador (três fatos), já que divulgamos dados inéditos aqui no blog. Para finalizar, o fato de 11 junho nos enche de orgulho: três milhões de leitores do blog.

A lista dos fatos encontra-se a seguir:

Feliz 2019

[...]

O ano de 2015 entrará para a história como um dos mais traumáticos da história econômica brasileira. O PIB deverá sofrer queda de cerca de 4%. O mercado de trabalho, que vinha resistindo até o início do ano, mergulhou em queda livre, com o desemprego atingindo 8,9% no 3º trimestre, de acordo com a Pnad Contínua. Em doze meses, foram destruídos 1,5 milhão de postos de trabalho e tudo indica que esse movimento está se acelerando. Na virada do ano, o desemprego deverá atingir 10%.

A produção industrial em outubro mostra um quadro de terra arrasada. Comparando-se a produção entre janeiro e outubro com igual período do ano anterior, a queda global foi de 8%, tendo sido de 17% no caso dos bens de consumo duráveis e de 24% no dos bens de capital. A provável queda dos investimentos no último trimestre será a nona queda trimestral seguida. Os indicadores da Sondagem da Construção do Ibre-FGV mostram que o nível de atividade do setor é hoje inferior à metade do observado há dois anos. Onde se olha, a situação é dramática.

[...]
Com impeachment ou sem impeachment, o ano de 2016 está perdido e 2017 provavelmente também. A esperança fica para 2018, ou quem sabe 2019.

Fonte: Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores da Escola de Pós-graduação em Economia (EPGE-FGV)

17 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Revolução Silenciosa

Uma mudança estrutural está ocorrendo no setor público. E por não ter tido a atenção da população, da imprensa e dos políticos, podemos chama-la de revolução silenciosa. Trata-se da digitalização dos documentos que são criados e entregues a alguns dos principais órgãos da administração. A base desta mudança ocorreu no TRF da quarta região, que construiu um sistema onde os documentos são construídos, repassados, analisados e despachados sem a presença do papel. Este sistema recebeu o sugestivo nome de SEI. Já aderiram a causa o STJ, o CADE, o Ministério das Comunicações e o MEC. Indiretamente devem passar a trabalhar com o SEI a Receita Federal, o Banco Central, a AGU e outras entidades que já possuem o processo eletrônico e que podem fazer parte através do Barreamento, ou seja, a construção de interface entre os sistemas eletrônicos existentes em cada entidade do setor público.

A minha universidade deve implantar o processo eletrônico até maio de 2016. Com isto, nenhum documento criado após esta data será em papel, exceto aqueles que são para entidades que ainda não trabalham com o processo eletrônico. Além da eliminação do papel, o burocrata não irá precisar mais de carimbo e assinatura, bastando a assinatura eletrônica.

As vantagens do processo são inúmeras. Em alguns órgãos a economia já no primeiro ano de implantação foi suficiente para pagar o investimento realizado em máquinas (scanners) e treinamento. Além disto, por permitir que o processo possa ser analisado em mais de uma instância, o tempo de resposta de uma demanda deverá reduzir substancialmente. Com o SEI o gestor pode ler o processo de um tablete ou celular e despachar para a próxima instância. Também é possível verificar facilmente em que instância o processo encontra-se parado.

Para entidades descentralizadas fisicamente, como acontece com a Universidade de Brasília, o SEI reduz o leva e trás dos processos. Basta que o arquivo seja despachado de Planaltina para o prédio da reitoria, uma distância de dezenas de quilômetros que hoje é percorrida de automóvel. Isto significa menos gastos com combustível, automóvel e pessoal em atividade que não agrega valor.

Como gestor, o SEI irá eliminar um problema que preocupa: a possibilidade de substituição de página de um processo por outra. Além disto, alguns processos tomam mais de um volume. Para reduzir, geralmente o último volume é que transita entre as diversas unidades. Com o SEI todo o volume estará acessível para a análise do gestor.

Links

Fotografia de noivos nas alturas

Os maiores casos de corrupção (inclui Petrobras)

Como o direito de propriedade salvou os peregrinos (história)

Aquisição de domínio na internet: amortizar ou capitalizar? Para o fisco dos EUA...

As maiores falhas da TV em 2015 no Brasil

As maiores bilheterias recentes do futebol no Brasil

16 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio


Sucesso

Daniel S. Hamermesh (foto) é um dos grandes especialistas na pesquisa bibliográfica na área econômica. Aqui um extrato da sua pesquisa mais recente:

Os economistas acadêmicos, como qualquer outro grupo de profissionais, são extremamente competitivos e preocupados com medição de seu próprio sucesso. Este texto argumenta que não se pode classificar os resultados alcançados pelas medidas tradicionais, tais como onde a sua pesquisa é publicada ou a instituição a que estão filiados. O correto é julgar o sucesso nos resultados individuais, não os agregados, que são sinais pobres dos resultados.

Resenha: John Green e Stephanie Perkins

 Se você quiser um livro feliz e fofo, leia Stephanie Perkins. Para ler algo criativo e contemporâneo, procure John Green. Para um excelente fim de ano procure por livros organizados por eles...

Eu sempre fui aquela pessoa chata que espera o fim de ano e, cheia de entusiasmo, assiste séries e filmes natalinos. Então, no ano passado não pude deixar de ler “Deixe a Neve Cair”. A obra apresenta três contos, um por John Green, outro por Maureen Johnson e o terceiro por Lauren Myracle. Basicamente acontece uma nevasca histórica em uma cidadezinha e cada autor escreve sobre uma situação. De forma sincronizada e homogênea, as historias se entrelaçam e se completam, como se não fossem três autores distintos. Fiquei admirada com a organização e talento dos três. Eu achei que era um livro de contos distintos (eu não li a contracapa, só vi que era com o John Green e comprei), mas fiquei satisfeita com a continuidade. Foi um livro com gosto de frio, cobertor, chocolate quente e carinho.

Pouco depois, ganhei em um amigo-secreto “O Presente do Meu Grande Amor” e quase explodi de alegria: aqui você lê Stephanie Perkins, Gayle Forman, Rainbow Rowell e outros escritores fabulosos. Neste livro as histórias são independentes então, como em qualquer outro livro do gênero, você encontra diamantes e zircônias, mas acredito que exatamente por isso seja uma ótima pedida. São ao todo doze contos, não só de natal, mas de outras crenças e gostos também. Esse livro tem sabor de especial de fim de ano, daquele filme que passa todo ano e, comentando que passa todo ano, todo ano assistimos. É confiável e feliz.

Gostaria de ter encontrado similares este ano, não tive a felicidade, mas ainda há tempo!

Vale a pena: Sim, especialmente nesta época do ano. Eu li os dois no fim do ano passado e foi perfeito. E é um bom presente para quem gosta de natal e de livros. 

Valor

As equipes mais valiosas do mundo, segundo a Forbes

15 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio

Olhe para cima...

Muitos não conseguem escapar das mídias sociais. Em público ou privado, estamos colados a smartphones – geralmente ao preço de ter conversas com seres bem reais bem, à nossa frente.

O escritor e diretor Gary Turk nos instiga a largar as bugigangas no poema “Look Up”. O vídeo é uma bela montagem que conta a história de um rapaz que se perdeu e teve que pedir direções a uma moça, por quem se apaixona. E a vida deles segue, sem menção à internet.

O que ocorre não é a crucificação completa das mídias sociais, mas sim um encorajamento para que as pessoas deem um tempo em suas vidas online e experimentem conexões reais.

Ironicamente o vídeo é um viral, compartilhado e visto por mais de cinquenta milhões de pessoas.


Fifa e Fox


Uma empresa de comunicação entrou na mira das investigações do governo americano sobre a corrupção na Fifa. De acordo com documentos oficiais, a 21st Century Fox seria sócia da empresa T&T Sports Marketing -- indiciada pela obtenção de contratos com base no apoio de dirigentes corruptos -- em alguns acordos de direitos de transmissão feitos com a Torneos y Competencias (TyC), emissora argentina que detém os direitos de competições sul-americanas, como a Copa Libertadores.

Embora investigadas, os canais Fox e TyC não foram acusados de qualquer infração. O que desperta suspeitas no FBI é o fato de a T&T não ter um proprietário esclarecido. A empresa está registada nas Ilhas Cayman, mas não há informações sobre funcionários ou mesmo telefone.

Questionada, a emissora norte-americana apenas disse que não detém o controle operacional da empresa de marketing, mas não quis comentar a investigação, assim como a Procuradoria dos Estados Unidos e o FBI.

Segundo a agência Reuters, as negociações entre as empresas ocorrem desde 2002. A Fox seria responsável por 75% dos negócios, enquanto a TyC tomaria conta dos outros 25%. A T&T, como empresa de marketing, não tomaria parte da transmissões de eventos esportivos, e se limitaria a comprar e revender os direitos.

Fonte: Aqui

Empresas socialmente responsáveis fogem de tributos

A new academic study pours cold water on the notion that companies that promote their social responsibility efforts are any better at paying their taxes than regular corporations.

The researchers looked at companies like the pharmaceutical giant Pfizer, which scored high on ratings of corporate social responsibility, or CSR, but recently unveiled plans to acquire Allergan and move its corporate tax address to low-tax Ireland.

They found that a higher rating by the MSCI Index on corporate social responsibility—which encompasses areas as community commitment, diversity, employee relations, environment, and product safety and quality—is associated with lower taxes paid. In a large sample of U.S. companies in which the effective tax rate averaged 26 percent, those ranked in the top fifth in CSR paid an average of 1.7 percentage points below what the remainder paid, or approximately 6 percent less after controlling for other differences that have been found to affect tax rates.

The study, by David Guenther, Angela K. Davis and Linda K. Krull of the University of Oregon, and Brian M. Williams of Indiana University, appears in the January issue of the American Accounting Association’s journal “The Accounting Review.”

"Our findings are inconsistent with the notion that the U.S. corporate sector generally views paying the minimum in taxes as compromising integrity or good ethics,” Guenther said in a statement.
In addition, high-CSR firms were considerably more likely than others to engage in tax lobbying. According to the study, “firms in the highest quintile of CSR Index have approximately a 158 percent higher probability of lobbying for taxes than other firms.”

The researchers pointed to a recent incident in the United Kingdom where a prominent member of Parliament criticized Starbucks and other multinationals for, in her words, “using the letter of tax laws…to immorally minimize their tax obligations.” Starbucks then promised to pay approximately 10 million pounds in each of the following two years regardless of whether the company was profitable. The study's authors wondered whether “public pressure may mitigate the impact of tax rules on corporate investment decisions, at least for a subset of firms.”

The researchers drew no conclusion as to exactly what motivates the negative CSR-taxpaying relationship they uncovered. One possibility is simply that "socially responsible firms may not consider the payment of corporate taxes to be the best means by which to accomplish their social-responsibility goals" and even believe that "paying taxes detracts from social welfare." They cited economic research that has "demonstrated that corporate taxes tend to decrease investment" or which argues that "for-profit corporations are more efficient than governments in allocating resources." They noted that "negative statements about corporate taxes in firms' sustainability reports generally argue that high tax rates discourage innovation and investment and harm job creation, which limit firms' ability to contribute to social welfare."

A more cynical interpretation of the research's findings, the authors acknowledge, is that firms "engage in CSR to create 'moral capital' to reduce the consequences of their involvement in negative events or publicity." In other words, "firms strategically engage in CSR to create a more favorable reputation among various stakeholders and reduce the possibility of negative attention or regulatory action directed at aggressive tax practices."


Fonte: aqui

Era uma vez...

A colunista preferida do Valor Econômico, Lucy Kellaway, sobre a mania de contar histórias nas empresas:

Recentemente, o chefe da área de recursos humanos da KPMG descreveu orgulhosamente em um blog a "iniciativa de propósitos nobres" de sua firma - que resultou em 42 mil funcionários enviando suas histórias pessoais sobre como eles estão mudando o mundo. Você pode dizer que isso é encorajador.

No entanto, foi a KPMG que fez as auditorias do HBOS, Countrywide Financial e Quindell, o que nos leva a pensar que eles acabaram se distraindo do propósito menos nobre de fazer o seu trabalho com competência.

Rodízio

A CVM julgou recentemente um caso relacionado ao rodízio de auditores:

durante oito exercícios consecutivos, entre 2005 e 2012, a Anend Auditores Independentes S.A. realizou serviços de auditoria nas demonstrações da Dinâmica, em descumprimento ao art. 31 da Instrução CVM 308;

no exercício social de 2013, embora os serviços de auditoria foram realizados pela Azevedo e Lopes Auditores Independentes, essa empresa tem o mesmo endereço e sócio-representante do que a Anend, o Sr. A.A.L.;

nos pareceres e relatórios de auditoria dos exercícios sociais da Companhia de 2007 a 2012 (emitidos pela Anend), bem como no relatório de auditoria do exercício de 2013 (emitido pela Azevedo e Lopes), A.A.L. assina em conjunto com o respectivo responsável técnico, corroborando sua efetiva participação nos trabalhos executados por ambas as empresas.

Ao ser questionada pela GNA, a Anend alegou que entendia que o programa de rotatividade nas auditorias teria início a partir do exercício de 2006. Além disso, sustentou, com base na Deliberação 549, que somente não deveria mais prestar o serviço a partir do exercício findo em 31.12.2012. A Azevedo e Lopes, por sua vez, afirmou que entendia que o rodízio de auditores independentes havia acontecido, visto que os responsáveis técnicos das empresas eram pessoas diferentes.

Com base na análise dos fatos e nos argumentos apresentados, a SNC entendeu que o art. 31 da Instrução CVM 308 foi descumprido por ambas as empresas. Com isso, propôs que as empresas fossem responsabilizadas por realizarem trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis da Companhia sem observar a regra do rodízio nos exercícios sociais encerrados em:

Anend Auditores Independentes S.S.: 31/12/2012; e

Azevedo e Lopes Auditores Independentes: 31/12/2013. 


[As empresas apresentaram uma proposta de pena] 

Ao apreciar as propostas, a Procuradoria Federal Especializada junto à CVM (PFE-CVM) destacou, inicialmente, que o respeito à regra do rodízio obrigatório dos auditores independentes já é dever decorrente da legislação aplicável – razão pela qual não teria qualquer efeito jurídico. Isto posto, a PFE concluiu que o Termo de Compromisso poderia ser celebrado, condicionado à verificação, pela área técnica responsável, da cessação das práticas ilícitas, e à negociação de seus termos, pelo Comitê, conforme entendesse conveniente.

NEGOCIAÇÃO DA PROPOSTA E MANIFESTAÇÃO DO COMITÊ DE TERMO DE COMPROMISSO

Na negociação, o Comitê sugeriu o aumento da obrigação pecuniária para R$ 150.000,00 diante da gravidade e da natureza do caso, além de indicar que o compromisso de respeitar o rodízio dos auditores independentes deveria ser excluído do escopo do termo, conforme apontado pela PFE.

As acusadas, argumentando não ter condições de assumir a obrigação pecuniária proposta, fizeram nova proposta de pagamento individual no valor de R$10.000,00.

Sendo assim, o Comitê sugeriu ao Colegiado a rejeição das propostas, considerando que, no seu entendimento, elas não seriam adequadas para surtir efeito paradigmático junto aos participantes do mercado de valores mobiliários tampouco para desestimular prática de condutas assemelhadas.

Diante de todo o exposto, o Colegiado deliberou pela rejeição das propostas do Termo de Compromisso.

Links

Contando o uso da "força" em Star Wars (gráfico)

Propaganda de Natal Scrabble 

Novo trabalho de Banksy: Jobs, num campo de refugiados sírios

A ressurreição de Augusto Ruschi

Os benefícios da diversidade

Brasil: Índice de Desenvolvimento Humano

Foi publicado na BBC:

A ONU divulgou globalmente nesta segunda-feira seu relatório de Desenvolvimento Humano. O documento é um calhamaço de 270 páginas de informação, mas “a grande estrela” da divulgação costuma ser o ranking dos países classificados a partir do seu Índice de Desenvolvimento Humano, o IDH, sigla que se tornou conhecida como um parâmetro de bem-estar da população.

O relatório deste ano traz informações sobre o Brasil que parecem, numa primeira leitura, contraditórias: o país melhorou sua nota no IDH em 2014, mas perdeu uma posição no ranking – da 74ª para a 75ª – ao ser ultrapassado pelo Sri Lanka, um país insular ao sul da Índia.

Afinal, qual dado é mais relevante? Nos dois aspectos - nota e ranking - as mudanças foram muito pequenas para tornar óbvia a resposta.

O IDH é medido a partir de quatro indicadores: esperança de vida ao nascer; expectativa de anos de estudo; média de anos de estudo (da população até o momento); e renda nacional bruta per capita (toda a renda do país dividida pelo número total da população).

Como os três primeiros indicadores continuaram melhorando, o IDH brasileiro passou de 0,752 em 2013 para 0,755 no ano passado. O avanço não foi maior por conta da queda na renda.

Vale destacar que quanto mais perto de 1, melhor. No topo do ranking de 188 países, está a Noruega (0,944), e na lanterna, o Níger (0,348).

[...]

As pequenas diferenças de ranking e nota, no entanto, indicam um nível de desenvolvimento humano muito semelhante entre os países, segundo a coordenadora da ONU.

“Se vocês olharem o relatório, há um bloco de países que estão todos nessa zona do 0,75 – 0,751; 0,752; 0,753… Então, pode ser que uns passem os outros, que (num ano) o Brasil suba no ranking, (no outro) o Brasil desça no ranking, mas significado profundo não há. Na verdade, é um bloco de países, está todo mundo muito perto”, explica.

A título de comparação, o IDH de alguns países da América Latina e das nações do Bric são: México (0,756), Uruguai (0,793), Rússia (0,798) e China (0,727), Índia (0,609). O Sri Lanka, que ultrapassou o Brasil, passou de 0,752 para 0,757 em 2014.

Desigualdade é entrave

O Brasil está na categoria de “alto desenvolvimento humano” e tenta chegar à mais elevada no ranking, o grupo com “muito alto desenvolvimento humano”.

[...]

Bolzon destacou que, ao olharmos a tendência de longo prazo, o Brasil acumula um desempenho positivo. O país teve o maior crescimento de IDH da América do Sul entre 1990 e 2014. No período, a taxa média anual de expansão do índice brasileiro foi de 0,91%.

Em 2014, a queda na renda reduziu o ritmo de crescimento do IDH. Após anos consecutivos de alta, a renda média do brasileiro teve uma queda de 0,74% na comparação com 2013, passando de US$ 15.288 para US$ 15.175.

[...]

Bolzon avalia que a crise ainda não teve impacto significativo no IDH do país, mas diz que é possível que isso aconteça caso a recessão econômica se agrave e perdure por mais anos.

Ela explica que o IDH é um índice estrutural, ou seja, capta mais mudanças de longo prazo. Isso ocorre principalmente por causa dos indicadores de expectativa de vida e educação. Já o indicador de renda é o que apresenta mais variação de um ano para outro, respondendo mais rápido a mudanças de curto prazo na economia.

“Quem sabe até onde vai essa crise? Ninguém sabe ainda. Pode afetar (o IDH), mas não se for uma crise de um ano ou dois (apenas). Nenhum país dorme numa posição e acorda na outra. É um processo mais lento”, explica Bolzon.

[...]

Bolsa Família

A coordenadora da ONU destacou a importância dos programas de transferência de renda para proteger os mais pobres do impacto da crise. O Brasil é um dos países mais citados no relatório, tendo recebido dez referências, sendo três sobre o Bolsa Família, todas positivas.

O documento assinala que programas como o Bolsa Família oferecem renda para famílias pobres e permitem melhorar também as condições de saúde e educação desse grupo. Diz ainda que, embora houvesse a preocupação de que o programa poderia reduzir o número de pessoas dispostas a trabalhar, isso não aconteceu no Brasil. Segundo a ONU, o Bolsa Família pode ser replicado em outros países pobres.

[...]




Cálculo da renda


A ONU não divulgou suas estimativas para renda dos países em todos os anos desde o início do cálculo do IDH, por isso não é possível saber desde quando não havia uma queda como a registrada em 2014.

Em todo caso, é possível dizer que o resultado acumulado nas últimas décadas é de crescimento.

A renda que a ONU estima em “paridade de poder de compra” para o ano passado, de US$ 15.175, é 5% maior que a de 2010 (US$ 14.420), 36% superior que a de 2000 (US$ 11.161) e 45% acima do primeiro dado disponível, de 1980 (US$ 10.457).

Para comparar a renda média de todo os países, a ONU utiliza o dólar internacional em paridade de poder de compra. Esse dólar é estimado fazendo uma comparação entre preços de produtos e serviços em diferentes países e nos Estados Unidos. É uma outra moeda, diferente da cotação comercial do dólar.

“O objetivo é ter uma moeda que reflita melhor o bem-estar da sociedade, pois um dólar americano, em geral, compra mais coisas em países pobres do que nos países desenvolvidos, onde os serviços costumam ser mais caros”, explica o economista José Márcio Camargo, professor da PUC Rio.

14 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio

Mais um "Rir" com o meu clima de fim de ano. Não é para rir, mas para sorrir com a grandiosidade testemunhada. Ofereço o vídeo de hoje para a querida Flavia Carvalho.


História da Contabilidade: Ensino em meados do século XIX

Tendo sido colonizado por Portugal, um país que descobriu tardiamente o método das partidas dobradas, considerando uma grande dependência das commodities, como o ouro, e que somente uma pequena parcela da população tinha acesso ao ensino regular, seria de se esperar um grande atraso no ensino de contabilidade no Brasil em meados do século XIX. Entretanto, para a surpresa de quem começa a estudar a história da contabilidade, o aprendizado da contabilidade neste período esteve mais difundido do que o esperado.

Em 1853 Luis Dalle anunciava sua escola, Collegio Dalle, onde era ensinado doutrina cristã, caligrafia, línguas (portuguesa, latina, francesa e inglesa), aritmética, história, geografia, filosofia, retórica, geometria, música e contabilidade comercial (1). A escola funcionava na cidade de São João del Rei. A escola funcionava como internato. Em 1856 o Collegio Dalle transferiu de São João del Rei para São Gonçalo da Campanha (2).

Um ano depois o juiz de Paz Antonio José Pacheco Penna examinava 76 alunos de instrução primária. Entre os assuntos a “leitura firma, e caracter de letra, contabilidade e doutrina christãa” (3). O exame aconteceu na vila de Santa Maria de Baependy.

(1) O Bom Senso, 2 de maio de 1853, ed 124, ano 2, p. 6.
(2) O Bom Senso, 14 de agosto de 1856, ed 439, ano 5, p. 4.
(3) O Bom Senso, 18 de maio de 1854, ed 228, ano 3, p 4. Este local, provavelmente atual Baependi, fica no sul de Minas.

Links

Uber, motorista e assimetria da informação

Quatro razões para os executivos manipularem o resultado

Metodologia dos Trezentos: como alterar o elevado índice de reprovação (aqui)

As imagens de 2015


Woodland (EUA) rejeitou energia solar por matar as plantas e por sugar a luz solar

Os dias na Terra ficarão mais longos

Como as fotos são produzidas

13 dezembro 2015

Rir é o melhor remédio

Tecnologia: Fora da prisão após 44 anos

Otis Johnson saiu da prisão após 44 anos. Ele tinha 25 anos quando entrou e 69 quando saiu. Fora da prisão ele logo percebeu como o mundo mudou – totalmente futurístico quando comparado ao que ele deixou no final dos anos 1960.

Em uma entrevista e vídeo para Al Jazeera, Johnson recentemente visitou a Times Square em Nova Iorque onde ficou confuso e surpreso com toda a tecnologia que o cercava: pessoas com fones, ouvindo música, que mais pareciam com agentes da CIA, pedestres falando sozinhos, outdoors em neon, iluminando a frente das lojas.

Você pode assistir o vídeo completo aqui ou ler a entrevista aqui.


As mulheres e o calendário Pirelli 2016

O calendário Pirelli é famoso pela divulgação da mulher sensual. O almanaque não é vendido, mas sim presenteado a pessoas importantes, artistas, políticos, musicistas e realeza. Todo ano são convocadas beldades como modelos, além de fotógrafos renomados. No livro de mesa “The Calendar: 50 Years and More”, publicado pela Taschen, a norma é encontrar Kate Moss, Christy Turlington, Naomi Campbell, Nadja Auermann, completamente nuas. Há também fotos sensuais de Gisele Bündchen, Karen Elson e Carmen Kass.

Em 2013 o tema foi o Rio. Sônia Braga, Adriana Lima e Marisa Monte foram algumas das fotografadas. Essa edição já estava um pouco mais recatada. Todavia, em 2016 haverá uma guinada no tema. A fotógrafa contratada foi Annie Leibovitz e as fotografadas serão, dentre outras, a autora Fran Lebowitz, a presidente emérita do Museu de Arte Moderna (MoMA), Agnes Gund, a presidente da Ariel Investimentos, Mellody Hobson.

Shirin Neshat
No fim de novembro a ideia de um novo tipo de calendário foi revelada, apresentando 12 meses com mulheres completamente vestidas e escolhidas por suas conquistas. Apesar de ser possível encontrar fotos em edições passadas sem nudez (em especial a publicação de 2013 feita no Brasil por Steve McCurry) esta é a primeira vez que não serão apresentadas mulheres em poses provocativas e que o foco não é a aparência, mas sim os currículos.

Além da senhora Gund (Março) que foi fotografada com sua neta em idade escolar, a senhora Hobson (Junho) e a senhora Lebowitz (Maio), o calendário também traz Yoko Ono (Outubro); a diretora de “Shelma”, Ava DuVernay (Julho); a artista iraniana Shirin Neshat (Setembro); a produtora de “Lincoln”, Kathleen Kennedy )Fevereiro); Patti Smith (Novembro); e a atriz Tavi Gevinson (Agosto).

As exceções às completamente vestidas são Serena Williams (Abril) que foi fotografada topless, de costas para a câmera e com os músculos brilhando; Amy Schumer (Dezembro) em um lingerie (a piada sendo que ela não entendeu a mensagem intencionada pela nova edição); e a modelo e filantropa Natalia Vodianova (Janeiro) em um robe de cetim com uma perna exposta e seu filho mais novo nos braços.

Certamente a manobra será vista como uma declaração política, mas era apenas a exploração de uma tendência social, uma tentativa inteligente de lucrar com o espírito da idade ou um compromisso mais permanente com as mudanças?

O fato de a resposta ainda estar em debate mostra a sensibilidade do assunto.

Leia mais aqui.