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12 agosto 2012

Abrir as portas da universidade para o povo


A aprovação, pelo Senado, do Projeto de Lei da Câmara 180/2008, que reserva 50% das vagas das universidades públicas e escolas técnicas federais para alunos que tenham cursado todo o ensino médio na rede pública, parece ser exatamente o que demandavam em 1961 os estudantes da Universidade Federal de Minas Gerais, entre os quais Vinícius Caldeira Brant, Theotônio dos Santos Jr., Ivan Otero Ribeiro, Herbert José de Souza (o Betinho) , Guido Antônio de Almeida, Antônio Octávio Cintra e eu, em artigos publicados em Mosaico, a revista de nosso DCE. Dizíamos então que era necessário “abrir as portas da Universidade para o povo e, em toda parte, lutar por aquilo que é do povo. Democratizar o acesso ao ensino, mas reformular completamente sua estrutura, devotá-la à pesquisa criadora, instrumento de formação de uma cultura popular. Cultura popular que consistirá, para as classes exploradas, na consciência de sua destinação histórica. Até hoje a cultura tem consistido na contemplação do mundo. Posta a serviço do homem, erigida em consciência popular, ela constituirá um ponto de partida para a luta de transformação social”.

Levou cinquenta anos, mas parece que finalmente conseguimos! O tema da revista eram as diferentes alienações e como superá-las, e ela está disponível aqui. O texto sobre a Universidade, além da ilustração inicial de Amaury de Souza, está ao final da revista, na página 115.

Não se equivoca quem vê na idéia que tínhamos de Universidade a Tese 11 sobre Fueuerbach de Marx, que dizia que os filósofos (e, por extensão, os cientistas e intelectuais) até hoje interpretaram o mundo, mas o que se trata é de transformá-lo. Estava embutida também a idéia de que a separação entre cultura popular e cultura científica e técnica era uma forma entre outras de dominação, e que desapareceria quando, finalmente, as portas das universidades, pela ação revolucionária de nós estudantes, fossem finalmente abertas para o povo.

Alguns de nossos companheiros de Mosaico já não estão entre nós, e eu não poderia falar por ninguém, mas desde então entendi que não era bem assim. Entendi, por exemplo, que a diferença entre conhecimento especializado e conhecimento popular não é um simples artifício, mas o resultado de um processo complexo e difícil de formação, capacitação e especialização profissional que nem todos conseguem cumprir, e que não se pode resolver por um ato revolucionário como o que um dia Mao Tsé Tung tentou com sua famosa e trágica revolução cultural. Entendi também que a tentativa de Marx de romper a separação entre conhecimento e ação levaria, como levou na antiga União Soviética e seus defensores, à politização extrema do conhecimento e suas instituições, típica dos regimes políticos e das seitas totalitárias, com a degradação do trabalho intelectual. Entendi que sociedades modernas necessitam de universidades aonde deve predominar os valores do mérito e da qualidade do trabalho intelectual tanto de professores quanto dos alunos, e que o princípio de justiça da educação superior deve estar baseado na igualdade de oportunidades para o desenvolvimento da capacidade intelectual de cada um. Entendi que as universidades não deveriam ser um instrumento de militância revolucionária, e sim um componente central da sociedades democráticas e abertas.

Isto não significa, no entanto, que o caráter elitista das universidades de então não fosse verdadeiro, como continua sendo até hoje. Basta olhar os dados de renda familiar dos estudantes de nível superior para constatar que eles provêm, em sua grande maioria, de setores de renda média e alta. Em parte, isto tem a ver com os custos do setor privado, que hoje é responsável por 75% das matrículas do ensino superior brasileiro. Mas também com os processos seletivos tradicionais das universidades públicas, que tendem a selecionar, para os cursos mais procurados, os jovens que se beneficiaram de uma educação média de mais qualidade, graças aos recursos financeiros de suas famílias. Segundo os dados do Ministério da Educação, os investimentos diretos por estudante no ensino superior público e gratuito eram, em 2010, de 18 mil reais por estudante, em comparação com 3.580 gastos por estudante da educação básica. Este gasto tão elevado com a educação superior seria justificável se todo o ensino superior brasileiro fosse de alta qualidade, e se todos ou pelo menos a maior parte dos benefícios da formação de alto nível das universidades revertesse para a sociedade, e não para os alunos individualmente. Sabemos, no entanto, que a qualidade do ensino superior público brasileiro é muito variável, e que os diplomas servem muitas vezes para que as famílias consigam manter seus padrões de renda e acesso ao emprego, reproduzindo assim o círculo vicioso da desigualdade. Esta não é, seguramente, toda a história, mas é inegavelmente uma parte importante dela.

Diante desta situação, me parece perfeitamente razoável que o país decida, através de seus representantes no Congresso, que as universidades públicas passem a atender prioritariamente aos filhos das famílias de renda mais baixa, que estudam na rede pública de educação básica cuja qualidade é bastante precária, restringindo o espaço para os filhos de classe média e alta, que podem pagar por seus próprios estudos. O uso de critérios raciais na seleção dos alunos me parece absurdo, como já argumentei em outras partes, mas o critério de dar preferência aos oriundos de escola pública me parece bastante razoável, embora sujeito também a problemas. Aceita esta premissa, a questão que se coloca é como as universidades vão lidar com esta nova realidade de ter metade dos alunos admitidos por processos competitivos e metade admitidos sem maiores considerações de desempenho.

A maneira mais fácil de resolver o problema é postular que ele não existe. Nossas idéias de 1961 sobre a união da teoria com a prática, da pesquisa e da militância, e do desaparecimento da separação entre o conhecimento das elites e do povo, assim como da separação entre o trabalho manual e intelectual, não morreram de todo, e podem ser reconhecidas no conceito de “politecnia” que circula entre certos meios no Brasil e que tem sido utilizado para justificar a transformação dos antigos centros federais de formação profissionais, os CEFETs, em Institutos Nacionais de Tecnologia, equiparados para todos os efeitos às universidades federais.

O suposto é que todas diferenças de formação desapareceriam se os alunos fossem expostos a uma educação de qualidade. Infelizmente, não há evidência de que isto seja assim, da mesma maneira de que não há evidência de que cursos de nivelamento ou reciclagem consigam superar, com facilidade, déficits de formação no uso da linguagem, de conceitos básicos de ciências e de uso de aritmética e matemática acumulados ao longo dos anos. Ao contrário, a evidência é que este tipo de nivelamento, embora não impossível, é extremamente caro e de resultados incertos. A opção mais adequada é oferecer uma variedade de formações profissionais para pessoas com níveis distintos de formação prévia, proporcionando tanto competências cognitivas como não cognitivas (relacionadas por exemplo à capacidade de trabalho em grupo, liderança, responsabilidade e motivação), permitindo ao mesmo tempo que as pessoas avancem em suas carreiras e formação conforme as características de cada um.

Sem isto, cursos mais competitivos em áreas como medicina ou engenharia ou nas faculdades de direito mais disputadas, que hoje oferecem por exemplo 100 vagas para os estudantes mais qualificados, passarão a ter somente 50, tornando muito mais difícil o acesso por esta via, e estimulando os alunos mais qualificados a buscar outras instituições, provavelmente no setor privado. Com 50% de alunos selecionados por mérito de forma mais competitiva do que antes, e outros 50% por cotas, caberá às universidades decidir se ensinarão predominantemente para uns ou para outros (expulsando na prática a outra metade) se dividirão as turmas em duas, ou se seguirão apostando em que tudo será resolvido pelo conceito mágico de “politecnia”.

O encaminhamento correto desta questão seria criar instituições e carreiras diferentes para estudantes diferentes, tratando de atender com competência a cada setor, e criando mecanismos para permitir que os estudantes que queiram e possam circulem de um setor de formação tecnológica de curta duração, por exemplo, para outro mais acadêmico. A diferenciação é inevitável quando o ensino superior se massifica, e ela ocorre seja através de políticas deliberadas, seja por processos descontrolados em que cada um procura se salvar como puder, com prejuízo para todos.. Seria bom se fosse possível, no Brasil, combinar um número relativamente pequeno de instituições de alta qualidade e seletividade com um número muito maior de instituições voltadas para a educação de massas, com diferentes níveis de exigência e projetos pedagógicos, com políticas adequadas para tratar de forma diferentes as as questões de acesso e as questões de qualidade e excelência, tanto no setor público quanto no privado. Não é este, no entanto, o caminho que parece que temos pela frente.


Fonte: Simon Schwartzman, nascido em Belo Horizonte é pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade no Rio de Janeiro. Foi, entre 1994 e 1998, Presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, entre 1999 e 2002, diretor para o Brasil do American Institutes for Research.

Estudou sociologia, ciência política e administração pública na Universidade Federal de Minas Gerais (1961); tem um mestrado em sociologia pela Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), Santiago do Chile (1963); e Ph.D. em ciência política pela Universidade da Califórnia, Berkeley (1973). Foi professor da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo sido afastado pelo golpe militar de 1964 e reintegrado em 2000, quando se aposentou.

11 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Fato da Semana


Fato da Semana – Baixa da Petrobrás. A empresa estatal Petrobrás anunciou que 41 poços de petróleo estavam secos e o valor do investimento foi dado baixo neste trimestre.

Qual a importância disto? – Os especialistas concordam que é “estranho” a grande quantidade de poços secos que foram levados a resultado num único trimestre. Provavelmente estes poços já estavam “secos”, mas a empresa estava atrasando sua baixa contábil para melhorar o lucro passado. Como se trata de uma grande empresa, com um número considerável de investidores, uma situação como esta pode gerar movimentações nas ações da empresa. Além dos eventuais protestos dos minoritários, maltratados pelo acionista controlador ao longo dos anos, a questão deveria suscitar um questionamento pelos reguladores do mercado.

Positivo ou negativo? – Negativo para a contabilidade da empresa, para a confiabilidade dos reguladores (leia-se CVM e CFC), para os minoritários e para a imagem da empresa.

Desdobramentos – Gosto muito da pizza Califórnia. 

China na África: mercados x democracia

Stephan Richter é editor chefe do "The Globalist".
Valor Econômico -09/08/2012

As formas e meios pelos quais os chineses estão penetrando no continente africano são tema de debates acalorados em todo o mundo - e em nenhum lugar mais do que nos EUA. A visita de 10 dias de Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, a toda a África colocou o debate em foco detalhado.

De um lado, os que afirmam que os chineses estão comportando-se como neocolonialists (ocidentais), ansiosos por explorar as vastas riquezas de matérias-primas e minerais do continente. Eles veem a China como interessada em ocupar cada espaço não coberto por empresas multinacionais ocidentais.

Do outro lado, principalmente fora dos EUA e predominantemente na África e nos mercados emergentes, estão os que aplaudem a ascensão da China e apontam para os seus sucessos como uma forma tardia de justiça econômica. Estes acreditam que finalmente é hora de uma potência não ocidental rica e mirando horizontes de tempo de longo prazo emergir como parceira viável para o continente.

Melhor ainda, argumentam essas vozes, os chineses - com a sua proposta de construção de infraestrutura em t roca da exploração de matérias-primas - estão apenas cumprindo o que acabaram revelando-se promessas vazias, feitas há um século pelas potências ocidentais.
Construção de ferrovias ligando áreas do interior à costa? A eventual perspectiva de formar uma rede cobrindo a África Subsaariana? Formação de redes de rodovias e autoestradas de quatro pistas a preços acessíveis em todo o continente? Disponibilizar moderníssimos complexos de escritórios, construídos dentro de orçamentos que as nações africanas têm condições de custear?

Essas são, certamente, metas que os líderes africanos vêm perseguindo há muito tempo. Mas, no passado, uma combinação tóxica de sua própria corruptibilidade, laços obscuros entre ex-países colonizadores (e suas elites empresariais) e os novos governantes, bem como estruturas de planejamento excessivamente complexas, muito frequentemente resultaram em projetos proibitivamente caros.


Considerando que o crescimento econômico da África tem sido retardado pela inexistência de infraestrutura de transportes confiável - nos países e entre eles - essa é uma oferta mais que tentadora. Ela representa uma oportunidade de proporções históricas.

Sim, o continente tem uma abundância de aeroportos e de telefones celulares, mas devido à infraestrutura totalmente insuficiente, o comércio continua sendo dificultado de uma maneira reminiscente da Europa pré-1820.

Nesse sentido, as iniciativas empreendidas pelos chineses na África são, agora, o equivalente histórico do que as guerras napoleônicas trouxeram para um país como a Alemanha. Representam um há muito tempo necessário brado de alerta para o abandono de tradições ultrapassadas, para um avanço à era de intercâmbio e comércio modernos.
Sem ignorar os problemas inerentes à maneira como os chineses operam, inclusive o fato de que empregam predominantemente mão de obra de suas próprias empresas de construção civil, mesmo para projetos no interior da África subsaariana, a visão chinesa é muito distinta da abordagem ocidental nos últimos 50 anos.


A fórmula do Ocidente aplicada à África pós-independência, pós-1960, é priorizar a construção da democracia em detrimento da construção de mercados. Os chineses, como se sabe, optam exatamente pelo oposto.

Em tese, é sempre preferível concentrar-se em estruturas democráticas. E a secretária Clinton certamente referiu-se enfaticamente a isso durante sua visita. Mas em países onde a pobreza continua excessiva, um contra-argumento desconfortável pode ser sustentado, apoiado no histórico dos últimos 50 anos.

E se uma democracia atrofiada constituiu-se em obstáculo ao surgimento de um verdadeiro mercado para as economias nacionais? Nessas circunstâncias, não será preferível privilegiar a construção de um mercado para produzir uma estrutura mercantil suficientemente distribuída?

Esse é, sem dúvida, um dilema bastante desconfortável para ser analisado pelos ocidentais. Mas, claramente, são os africanos que precisam optar por seguir ou não o conceito ocidental de "democracia primeiro".


Melhor ainda, os defensores da estratégia chinesa para a África podem apontar para o fato de que a África não é a China. A preservação do poder em um Estado de partido único não está em causa na maior parte da África.

Em outras palavras, concentrem-se primeiro em acabar com a fome; depois, disseminem-se os benefícios não tão materiais da democracia. Esse foco assegura a formação de um eleitorado com melhor formação educacional e autoconfiante, não suscetível à compra barata de votos.
Essa abordagem também implica que o desenvolvimento econômico produza desenvolvimento político. Coincidentemente, isso é bastante semelhante ao que ocorreu na história da Europa. Lá, a tomada das rédeas da economia catalisou a demanda por mais direitos políticos por parte das classes mercantis, que terminou por colocar a Europa no rumo de democracia plena.


Por enquanto, em grande parte da África, a evolução política permanece tão atrofiada quanto o desenvolvimento econômico. Dito de outro modo, mas em última análise no mesmo sentido, a maturidade política - no sentido de democracia suficientemente robusta para que as eleições resultem em mudança efetiva no poder - só funciona praticamente em países como Gana, onde o desenvolvimento econômico é suficientemente avançado e amplo.

Ponderar esse tipo de sequenciamento é certamente desconfortável para os ocidentais que têm uma preferência instintiva pela democracia. Apesar disso, essa preferência é também desconcertante - especialmente tendo em vista a forte ênfase dos americanos em economia de mercado em seu país. Os americanos, como sabemos, foram afortunados em seu caso histórico especial, onde os desenvolvimentos econômico e político caminharam de mãos dadas.
É muito desconcertante observar nesse debate sobre construção de mercado versus construção de democracia - que são os chineses, e não os americanos - que podem argumentar persuasivamente que seu foco na África é a criação de futuros clientes e parceiros comerciais.

Esse foco em clientes parece contrário à doutrina marxista. E, de fato, os chineses podem citar ninguém menos que o admirável Adam Smith como sua testemunha principal. Ao avaliar estratégias econômicas de grandes impérios, escreveu ele: "Fundar um grande império com o propósito único de criar um povo de clientes pode, à primeira vista, parecer um projeto capaz de servir a uma nação de lojistas. Trata-se, porém, de um projeto totalmente impróprio para uma nação de lojistas. Mas extremamente adequado a uma nação cujo governo é influenciado por lojistas".

Embora os direitos ao voto não possam ser considerados um luxo, na realidade africana, ao menos, o foco central na construção da democracia, em vez da construção de mercados, tem tido o efeito perverso de asfixiar, e não de promover, o crescimento econômico.


Fonte: © 2000 – 2012. Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A. . Verifique nossos Termos de Uso em http://www.valor.com.br/termos-de-uso. Este material não pode ser publicado, reescrito, redistribuído ou transmitido por broadcast sem autorização do Valor Econômico.

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10 agosto 2012

Teste da Semana

Para o leitor atento, um teste sobre algumas notícias que foram divulgadas no blog esta semana. As respostas está no comentário:


1 – Um trabalhador deste país precisa de um ano de labuta para comprar uma bolsa que apareceu, numa fotografia, junto com a primeira dama:
Coreia do Norte
Cuba
Venezuela

2 – Esta empresa possui uma contabilidade bastante elogiada pelos investidores. Entretanto esta semana reconheceu que um erro num algoritmo calculou a receita por região geográfica:
Facebook
Google
Microsoft

3 – A empresa de auditoria foi acusada, pelo estado de Nova Iorque, de ajudar um banco inglês a fazer lavagem de dinheiro para os terroristas iranianos:
Deloitte
KPMG
PwC

4 – O Brasil conquistou tantas medalhas de bronze que estava sendo chamado de “bronzil”. Mas além das medalhas, os atletas recebem um prêmio de cada confederação. Qual dos esportes abaixo paga o maior valor pelo ouro olímpico:
Atletismo
Judô
Natação

5 – O leão da Receita provou que é manso com uma categoria privilegiada existente no Brasil, que não estava pagando imposto sobre certos rendimentos. Esta categoria era:
Auditores da própria receita
Deputados e Senadores
Juízes classistas

6 – O Banco Panamericano apresentou prejuízo no trimestre decorrente, segundo sua administração, do comportamento da seguinte conta de resultado:
Despesa de Crédito de Liquidação Duvidosa
Impostos
Receita de intermediação financeira

7 – Esta área está revendo as normas de adequação de passivos:
Construtoras
Seguros
Setor Elétrico

8 – A Ernst & Young solicitou a CVM e Banco Central desconsiderar o parecer de auditoria sobre o balanço da seguinte empresa:
Carrefour
Cruzeiro do Sul
Panamericano

9 – O FASB propôs esta semana a discussão do seguinte item contábil
Demonstração dos Fluxos de Caixa
Notas Explicativas
Relatório de Auditoria

10 – As vitórias dos EUA nas olimpíadas lançaram a discussão sobre:
A quantidade de investimento em treinadores
A tributação dos prêmios pagos aos atletas olímpicos
O volume de despesa gasto por aquele país para preparar seus atletas 

Rir é o melhor remédio

Camelo e Dromedário

Números (não) mentem

Na década cinquenta Darrell Huff lançou um livro que fez muito sucesso: How to lie with Statistics. É um livro pequeno, mas muito interessante (tenho a edição de 1993). Mais recentemente, Paulos também discutiu a ignorância que as pessoas têm com os números (li o interessante A Mathematician Plays the Stock Market)

Seife, em “Os números (não) mentem”, trabalha com a mesma ideia: tenta mostrar como a matemática pode ser enganosa e manipulada. A quantidade de exemplos é bastante interessante. O autor mostra as “falácias matemáticas” em diversas áreas: na pesquisa de opinião, nas eleições, na justiça etc. É um livro muito interessante para o leitor que deseja conhecer melhor os erros que somos submetidos (ou que as pessoas cometem) quando lidam com os números. Algumas discussões são empolgantes. Fatos curiosos são narrados ao longo da obra, como o projeto de lei de um senador de Indiana em que o número PI seria arredonda para 3,2. Ou o discurso que o presidente dos Estados Unidos iria ler quando os astronautas da Apolo 11 estivessem mortos: existia um cálculo de probabilidade onde a chance de sobrevivência dos astronautas, ao tentarem pisar na lua, seria mínima.

Como aspecto negativo eu cito dois. Primeiro, o texto perde um pouco de fôlego no seu final, talvez em decorrência da longa discussão sobre o voto distrital – uma realidade dos EUA que não nos interessa muito. Segundo, é o fato de que outros aspectos onde a matemática tem sido usada de maneira ardilosa. Veja o capítulo 8, Propaganda baseada em Números, onde a discussão sobre o uso da matemática na publicidade e sim o uso de números na política.

Panamericano

Sobre o resultado trimestral do banco Panamericano, leia um trecho do texto sobre o desempenho do banco, segundo o Valor:

No período, o banco teve prejuízo líquido de R$ 262,5 milhões, mais de dez vezes superior ao prejuízo líquido do mesmo período do ano passado (R$ 25,5 milhões). "Não trabalhamos com perspectiva de aumento da despesa com provisão. A tendência é de estabilização", disse José Luiz Acar Pedro, presidente executivo do Panamericano. Ele acredita que o próximo trimestre pode mostrar uma "queda leve" nesse gasto.

As despesas com provisões PDD totalizaram R$ 441,4 milhões no segundo trimestre, 94,8% superiores aos R$ 226,6 milhões de um ano antes e 29,4% maiores que os R$ 341,1 milhões do primeiro trimestre. Jordan atribuiu a elevação nas despesas com provisão ao aumento da inadimplência em crédito, "especialmente nas safras de 2011".

Aparentemente o aumento da provisão provocou o prejuízo. Mas façamos as contas: a provisão aumentou de 226,6 milhões para 441,4 milhões ou 214,8 milhões. O prejuízo foi de 262,5 milhões. A provisão, por si só, não explica o desempenho do banco. (Além disto, a comparação deveria ser feita com a provisão do primeiro trimestre).

Qualidade do Lucro

Earnings Quality: Análise Empírica dos Accruals Contábeis Aplicada ao Mercado de Capitais Brasileiro

O lucro é utilizado como fonte principal dos usuários de informações contábeis. Assim, a qualidade do lucro tem relevância no cenário nacional, principalmente no auxílio ao processo decisório. Nesse sentido, o artigo busca verificar a relação entre os níveis de accruals (proxy para qualidade do lucro) e fluxos de caixa de empresas brasileiras, baseando-se na premissa de que maiores accruals acompanhados pormaiores lucros sugerem baixa qualidade dos mesmos. Para isso, foi utilizada estatística descritiva e regressão linear simples. Os resultados indicam que os aumentos nos lucros, acompanhados de aumentos nos accruals sugerem baixa earnings quality. Foi observado, ainda, que empresas com grandes accruals apresentam uma relação inversa com os fluxos de caixas e, também, lucros elevados. Esses resultados sugerem que os valores podem estar sendo influenciados por manipulação dos componentes discricionários dos accruals.

Isabel Cristina Henriques Sales
Pedro Henrique Duarte Oliveira
Luciana Miyuki Ikuno
Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda
Jomar Miranda Rodrigues

MCC UERJ, v. 17, n. 1

Receita

Eis uma notícia interessante:

Cobrados pela Receita Federal, os atuais e ex-senadores terão de prestar contas sobre o não pagamento do imposto devido pelos 14º e 15º salários. Todos eles foram intimados a apresentar, no prazo de 20 dias, contracheques mensais e comprovantes de rendimentos anuais do período de cinco anos, de 2007 a 2011, para os que exerciam o mandato na época, ou os do ano passado, para os que foram eleitos 2010. O pagamento só agora percebido pela Receita Federal é feito a deputados e senadores desde a década de 1940 como auxílio às mudanças dos parlamentares de seus Estados para o Distrito Federal.

Só agora o "leão", que parece ser manso com os poderosos, percebeu que os deputados e senadores recebiam 14o. e 15o. salários.

Estátua em Wall Street

A estátua do toura em Wall Street é bastante famosa. O vídeo abaixo mostra os turistas e esta estátua. Veja o vídeo e observe como as pessoas gostam de fotografar de um ângulo inusitado. O interessante é que a estátua é relativamente nova: 1989, pelo artista Arturo Di Modica. Depois de instalar a escultura em frente a bolsa, sem permissão, a polícia retirou a obra; mas a população conseguiu que a estátua fosse reinstalada.



Mais, clique aqui para ler o verbete da estátua em ingles.

Beleza

Pesquisadores da Universidade de Ben-Gurion e do Ariel University Center, em Israel, dizem que homens bonitões têm 50% mais chances de serem chamados para entrevistas de emprego do que os de aparência normal. Mas mulheres bonitonas são bem menos propensas a conseguirem um tempinho com o entrevistador.  A razão? De acordo com os cientistas, a maioria do pessoal dos departamentos de RH por aí, que é quem normalmente avalia os currículos, são mulheres jovens e solteiras. Presumidamente, elas não se animam em contratar “concorrentes em potencial”.

Fonte: Superinteressante, via aqui

Medalhas

Cannes é o grande festival da propaganda. A tabela a seguir mostra o número de "medalhas" (leões) que foram distribuídos por país:

Propaganda

Na porta de um elevador de uma clínica de cirurgia plástica o quadro de Michelângelo, A criação de Adão.

09 agosto 2012

Valor das medalhas

Os países costumam dar bônus aos seus medalhistas olímpicos. Alguns dão dinheiro a quem vencer qualquer medalha, outros só quando ela é dourada. Também há países que não dão dinheiro. Veja abaixo quanto vale o ouro para alguns países:

Cingapura – R$1,6 milhão
Azerbaijão – R$1,5 milhão por medalha de ouro
Coréia do Sul – R$600.000 por medalha de ouro
Itália – R$370.000 por medalha de ouro
Estônia – R$300.000 por medalha de ouro
Rússia – R$270.000 por medalha de ouro
França – R$130.000 por medalha de ouro
Japão – R$72.000 por medalha de ouro
China – R$63.000 por medalha de ouro
Canadá – R$40.000 por medalha de ouro
Alemanha – R$39.000 por medalha de ouro
Grã-Bretanha – Zero de incentivo aos seus atletas medalhistas
EUA – R$50.000 por medalha de ouro (no país do Tio Sam, quem desembolsa o prêmio dos atletas é o Comitê Olímpico dos EUA, que também paga pelas medalhas de prata (R$30.000) e de bronze (R$20.000)
Brasil – O pagamento não é feito pelo país, mas por cada Confederação. Na natação e saltos ornamentais, cada ouro vale R$100.000, e a prata dá ao vencedor R$50.000; no judô, o ouro vale R$50.000; para o atletismo, o ouro vale R$30.000, a prata R$20.000 e o bronze R$15.000.

Fonte: Yahoo, via Polyana

Rir é o melhor remédio



Pawel Kuczynski

Teste 575

Desconfia-se que este político dos EUA talvez não tenha pago nada de imposto de renda em 2008 e 2009. Este político é:

Mitt Romey
John McCain
Bill Clinton

Deloitte e o Irã 2

Sobre a notícia, divulgada neste blog, referente a investigação de lavagem de dinheiro do banco Standard Chartered e a participação da empresa de auditoria Deloitte, o dia de ontem foi de reação às notícias. A Deloitte rejeitou a acusação de ter ajudado o banco a descumprir a lei.

As acusações realizadas pelo estado de Nova Iorque pegaram de surpresa o banco central dos EUA (Fed) e o Departamento de Justiça. Acredita-se  que a quantia seja muito menor (em termos de milhões, não bilhões) do que o anunciado anteriormente. O banco central tem dúvidas sobre a extensão do problema e por este motivo não tinha tomado nenhuma decisão até então. O Fed estava investigando o Standard desde 2010. Mas a ação do estado de Nova Iorque pode estabelecer uma nova forma de tratar os bancos estrangeiros.

Ainda Petrobrás

Sobre a questão da baixa contábil dos poços na última Demonstração Contábil a notícia continua:

O acúmulo de 41 poços secos ou subcomerciais em apenas três meses, como reportado pela Petrobrás em relação ao segundo trimestre do ano, é raro e demonstra, caso a quantidade seja confirmada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), um erro estratégico [1], avalia o geólogo Carlos Jorge Abreu, da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com o balanço trimestral divulgado na sexta-feira passada, os gastos de R$ 2,7 bilhões que a Petrobrás teve de abril a junho deste ano com os poços improdutivos contribuiu para o prejuízo líquido de R$ 1,3 bilhão no período. Desde o primeiro trimestre de 1999 que a empresa não tinha prejuízo.

Para o especialista da UnB, os resultados negativos dos 41 poços devem ter sido acumulados nos últimos anos [2]. A Petrobrás nega que isso tenha acontecido [3].

Na explanação a analistas, investidores e jornalistas realizada anteontem, a presidente Graça Foster e o diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, relataram que os poços foram perfurados entre 2009 e 2012, mas só no trimestre houve a conclusão de que a busca por óleo e gás deveria ser encerrada [4]. "41 é uma quantidade muito grande. Os poços vão sendo furados aos poucos. É estranho tanto poço seco assim. Se for isso mesmo, é ruim, porque demonstra uma falha de estratégia", afirmou Abreu, ex-geólogo da Petrobrás.

Um outro geólogo ouvido pelo Estado, que pediu para não ser identificado por trabalhar para empresa terceirizada pela Petrobrás, também fala da incredulidade dos especialistas em relação a tantos poços secos. Nunca, segundo ele, registraram-se tantos poços sem condições de comercialização. [5]

A ANP informou ontem que a comunicação por parte da petroleira sobre o fracasso na exploração deve ser feita em até 60 dias, no relatório de conclusão do poço. Já a descoberta tem de ser informada imediatamente pelos concessionários, conforme as normas da agência reguladora.

Como os funcionários da ANP estão em greve por tempo indeterminado, não foi possível, segundo a assessoria de comunicação social, verificar se os 41 poços malsucedidos já haviam sido registrados.

O balanço do segundo trimestre mostrou que a Petrobrás teve uma "concentração atípica" de poços secos, disse o diretor Formigli. As ocorrências estão vinculadas ao crescimento das explorações no que ele chamou de "novas fronteiras".

De acordo com o diretor de Exploração e Produção, esse patamar não deverá ser mantido nos próximos trimestres. Ele afirmou que não existe como baixar todos os poços em um determinado período.


Acumulo de 41 poços secos em 3 meses causa polêmica - Estado de S Paulo - 8 de agosto de 2012

[1] Não acho que tenha sido um erro estratégico. Parece que os poços já estavam secos e que somente agora a empresa efetuou a baixa contábil. Se isto for verdade, o nome para isto é fraude contábil
[2] Esta é a hipótese mais provável
[3] A empresa irá negar, pois isto caracterizaria fraude contábil.
[4] É muito estranho que isto tenha ocorrido de maneira acumulada. Geralmente a mudança de gestão de uma empresa tende a conduzir a um aumento nas baixas contábeis. Mas a atual gestão já está na empresa há meses.
[5] Se isto for verdadeiro indicaria que a empresa manipulou os dados contábeis

Foto: Aqui

Competitividade da Indústria Brasileira

Marcelo de Paiva Abreu*
O Estado de São Paulo, segunda-feira, 6.8.2012


O governo brasileiro vem insistindo na importância de que desalinhamentos cambiais sejam discutidos na Organização Mundial de Comércio (OMC). E mais, que sejam criados mecanismos na OMC que permitam ajuste das tarifas para levar em conta flutuações cambiais que distorcem a competitividade da produção doméstica em relação às importações. O diagnóstico que conduziu a essa iniciativa é incompleto e a escolha de foro para encaminhar a questão é pouco realista.

A preocupação com o aumento da penetração das importações em consequência da apreciação cambial é legítima, mas é preciso abandonar o hábito de transferir a culpa ao estrangeiro. Como ocorre quase sempre, não há só culpados ou inocentes.
Importações são determinadas pelo nível de atividade no Brasil e pela competitividade dos produtos brasileiros em relação aos importados. O custo das importações é resultado da interação dos preços internacionais, da taxa de câmbio e da taxação das importações. O custo da produção doméstica competitiva é o que atende pela alcunha de custo Brasil, tem a ver com salários, carga tributária, logística, em suma, os elementos de custo relevantes no Brasil.
Em circunstâncias normais, os preços das importações brasileiras denominados em moeda estrangeira poderiam ser considerados como dados, em vista do tamanho do mercado brasileiro em relação ao mercado mundial. No mundo atual, esses preços podem estar deprimidos pelas políticas macroeconômicas dos EUA e da China que levam à desvalorização "artificial" das respectivas moedas.


Além disso, o custo das importações em reais é definido pela taxação das importações e pela taxa cambial brasileira. Até as recentes decisões do governo, ao arrepio da OMC, quanto ao tratamento fiscal discriminatório das importações na incidência do IPI, a taxação relevante consistia nas tarifas efetivamente praticadas. Agora, enquanto a OMC não reclamar, deve ser levado também em conta o diferencial de IPI entre produtos importados e produtos competitivos produzidos domesticamente.

O nível da taxa cambial brasileira depende de políticas adotadas no Brasil e pelos principais parceiros do Brasil. A manutenção da taxa de juros num nível extremamente baixo, especialmente pelos EUA, quando combinada a taxa de juros alta, como no Brasil, atrai capitais e resulta em apreciação cambial no Brasil. A variável relevante é o diferencial de juros: se o Brasil pudesse continuar a reduzir a taxa de referência que remunera os títulos públicos, as pressões provocadas pelas distorções geradas pelas políticas macroeconômicas de seus parceiros seriam minoradas.

Em vez de insistir em estratégia com parcas possibilidades de influir nos processos decisórios relevantes, o governo brasileiro poderia minorar os danos causados por tais políticas com o uso de instrumentos sobre os quais, em princípio, tem controle. A pressão dos gastos públicos gera obstáculos à redução da taxa de juros de referência. O governo deveria contrariar a sua natureza e encontrar apetite para tratar prioritariamente da explosiva questão de gastos públicos.
A outra frente relevante é a redução do custo Brasil. O governo, paralisado na sua capacidade de investir, tem tentado remendar essa situação por meio de desonerações fiscais discricionárias. Mas trata das reformas estruturais que poderiam contribuir para reduzir tais custos em bases permanentes como se fossem parte de agenda "neoliberal" a ser exorcizada.
Economistas do Antigo Regime, que agora se destacam como assessores proeminentes, têm contribuído para semear a confusão quanto aos possíveis remédios para os males que assolam a competitividade da indústria brasileira, ao atrelar indevidamente o diagnóstico das distorções cambiais à proposta de remédios na OMC.


Poucos discordariam de que a perda de competitividade da indústria brasileira se deve, em parte, às manipulações cambiais de concorrentes. Mas disso não decorre que o assunto deva ser tratado na OMC. É claro que os grandes manipuladores cambiais têm forte resistência em tratar do tema em qualquer foro, pois pretendem manter graus de liberdade que consideram necessários para tentar transferir o ônus de ajuste ao exterior, "empobrecer o vizinho". Mas será a OMC o foro adequado para tratar do assunto de forma eficaz? O corifeu do Antigo Regime acha que sim, embora há poucas semanas tenha sido irônico com os que "levam a OMC a sério".

Nem só "a mulher é volúvel e muda de tom e de julgamento como a pluma ao vento", como no Rigoletto de Verdi. De meu lado, creio que a OMC deve ser levada a sério e exatamente por isso, acreditando-se em especialização, a sua agenda não deve ser tumultuada com questões cambiais. Pressionar para que o FMI tenha postura mais eficaz quanto ao tema parece menos esdrúxulo, embora seja razoável manter também grande ceticismo quanto à possibilidade de progresso concreto. Pelo menos o assunto é compatível com a agenda da instituição. O governo brasileiro deveria fazer o dever de casa quanto ao custo Brasil e o controle do gasto público. E depender menos de desonerações discricionárias e jogadas de efeito nos foros multilaterais.


*Doutor em Econonomia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio.

Lavagem de Dinheiro

Sobre a lei 12.683/2012 sobre crimes de lavagem de dinheiro:

A regulação e supervisão das comunicações de operações financeiras ficarão a cargo do órgão regulador ou fiscalizador da atividade, segundo a lei. Assim, caberá ao CFC, órgão competente, formular a normatização do profissional contábil, que será o instrumento de orientação do contador no que tange as situações de comunicação obrigatória. Para isso, por meio da Comissão de Prerrogativas, será desenvolvido um trabalho para estabelecer os parâmetros da prestação das informações com eficácia e qualidade.“A lei vem para corroborar a nossa conduta. Afinal, atribui a nossa classe responsabilidades que já estão no código de ética do profissional contábil”, avalia Eduardo Pocetti, presidente do Ibracon e membro da Comissão de Prerrogativas.

Fonte: Fenacon, via aqui

Facebook

A contabilidade do Facebook sempre foi elogiada pelos analistas, pela clareza e por seguir rigidamente os princípios contábeis. A imagem de qualidade sofreu um arranhão quando a empresa comunicou que o algoritmo usado para calcular a receita por localidade cometia um erro de 3%, a mais, para os usuários dos EUA e Canadá.

Bolsa

A foto mostra a primeira dama da Coréia do Norte, Ri Sol Ju, juntamente com o seu marido. Em destaque uma bolsa Dior, que custa, em Seul (Coréia do Sul), o equivalente ao salário anual do trabalhador do país comandado por Kim Jong Un.

Falhas dos gestores públicos

Um levantamento realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), com base em 2,9 mil relatórios de auditorias, classifica as falhas administrativas mais comuns cometidas pelos gestores públicos municipais e estaduais. O período de análise compreende os anos de 2001 a 2010.

A classificação foi dividida em nove áreas: despesas, receitas, concursos públicos, pessoal, obras, sistema de controle interno, administração de materiais e patrimônio, tesouraria e aposentadorias. De acordo com o presidente do TCE-RS, Cezar Miola, o objetivo é auxiliar as administrações a prevenir possíveis irregularidades. “O estudo é um panorama dos principais erros verificados. A intenção é dar transparência e estimular o agente público a melhorar e aperfeiçoar a gestão”, disse.

Entre as inconformidades detectadas com mais freqüência encontram-se a ausência de prestações de contas de diárias, irregularidades em licitações, problemas no cômputo das notas e falta de comprovação de desistências em concursos públicos e deficiências em projetos básicos de obras.


TCE-RS classifica falhas mais comuns na administração pública – boa iniciativa 05/08/2012 - Lino Martins

08 agosto 2012

E quem disse que a inflação morreu?

Análise das Demonstrações Contábeis de uma Empresa do Setor de Construção Civil sob o Enfoque do Custo Corrente Corrigido: Um Foco no Suporte à Tomada de Decisão

O objetivo da contabilidade é, principalmente, fornecer informações para embasar a tomada de decisão. A partir de 1995 o governo extinguiu a correção monetária das demonstrações contábeis tendo em vista a diminuição dos níveis inflacionários. Todavia, ressalta-se que diminuir não significa eliminar e, assim, Martins (2000) defende que na contabilidade os modelos utilizados não são mutuamente excludentes. Não corrigir as demonstrações para fins de publicação, então, não desconsidera seu uso como ferramenta gerencial. Nesse contexto, questiona-se: que informações são evidenciadas nas demonstrações contábeis ao se utilizar como base o custo corrente corrigido? Assim, o presente trabalho busca, por meio de uma análise das demonstrações contábeis sob o enfoque do custo corrente corrigido, evidenciar informações que não são possíveis de se visualizar sob o enfoque do custo histórico de forma a avaliar se há suporte adicional à tomada de decisão. Para tanto, foram simuladas operações contábeis com uma empresa fictícia do setor de construção civil com base no INCC real do período. Ao final foi elaborado um relatório gerencial de forma a ressaltar os resultados encontrados. Concluiu-se que existem ganhos de informação com a correção dos dados financeiros de forma que gerencialmente o custo corrente corrigido se mostrou uma técnica diferenciada.

Giovanni Pacelli Carvalho Lustosa Costa
Isabel Cristina Henriques Sales
Rodrigo Fontenelle de Araújo Miranda
José Dionísio Gomes Silva

Qualit@s, v. 13, n. 1, 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Teste 574

Eis um teste para saber se você conhece realmente contabilidade. Abaixo, na figura, estão pedaços de logos de dez entidades da área contábil. Tente descobrir quais são.
Total de Acertos = Mais de oito = Sabe tudo !!! Medalha de Ouro
7 e 8 acertos = você está quase lá. Medalha de Prata.
5 e 6 acertos = seu conhecimento é mediano. Medalha de Bronze
3 e 5 acertos = você não chegou ao pódio.
0 a 2 acertos = quem sabe no próximo.

As respostas estão no comentários.


Resposta do Anterior: 2300 x ⅓ x 691,6 + 2300 x ⅓ x 376,1 + 2300 x ⅓ x 41,8 = 850 mil, aproximadamente. Fonte Aqui

Deloitte e o Irã

Todos nós sabemos que os Estados Unidos não gostam do governo iraniano. Existe uma série de restrições às transações com aquele país, acusado de ajudar o terrorismo internacional.

Uma investigação conduzida pelo Departamento do Estado de Nova Iorque de Serviços Financeiros no Standard Chartered PLC, um banco britânico muito conhecido por ser o patrocinador do Liverpool encontrou algumas evidências de transações financeiras envolvendo o Irã. O banco foi ameaçado de perder a autorização para funcionamento no estado caso não se defenda das acusações de acobertar 250 bilhões de dólares que seriam usados para financiar grupos terroristas.

Anteriormente, em 2004, o banco tinha sido obrigado a contratar um consultor independente para ajudá-lo nos problemas relacionados com as práticas de lavagem de dinheiro. A Deloitte foi escolhida como consultor independente para ajudar a colocar a instituição no eixo.

Mas uma investigação do departamento mostrou que a Deloitte tornou-se um “service provider” (prestador de serviços). Segundo a investigação, a Deloitte ajudou com que o banco continuasse com as atividades ilegais. A Deloitte passou, de maneira ilegal, para o Standard Chartered Bank relatos que tinha preparado para outros dois grandes bancos estrangeiros e que estavam sendo investigados.

Um grande fator que impede que empresas de auditoria assumam risco de estarem envolvidos nestas atividades é a reputação (vide capítulo 1, Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva). Mas Francis McKena, da Forbes, acha que isto não é um impeditivo suficientemente forte para as grandes empresas de auditoria. Conforme declara a articulista da Forbes, as big four continuam se envolvendo com atividades que deveriam ser punidas pelas autoridades.

No mês passado a Reuters tinha divulgado que o HSBC estava sendo investigado por lavagem de dinheiro. A Deloitte também está envolvida.

Um aspecto irônico é que a Deloitte é também auditor do Federal Reserve Bank: supostamente a empresa de auditoria ajudou um cliente, o Standard, a mentir para outro cliente, o Fed, conforme destaca McKenna. A Deloitte vêm enfrentando problemas em diversos países, incluindo Afeganistão, China, entre outros.

A empresa nega que tenha ajudado o Standard a violar a lei dos EUA.

Baixa na Petrobrás

Ainda sobre o prejuízo da Petrobrás veja a seguinte notícia:

Os poços secos, assim chamados quando não há petróleo, foram a grande surpresa do decepcionante resultado do segundo trimestre da Petrobrás. Investimentos perdidos [1] com a perfuração malsucedida somaram R$ 2,7 bilhões e contribuíram para anular parte das vendas da empresa e levar ao prejuízo de R$ 1,3 bilhão sofrido pela companhia no trimestre.

A presidente Graça Foster e o diretor de Exploração e Produção, José Miranda Formigli, classificaram o impacto negativo de atípico [2]. Formigli atribuiu a uma coincidência [3] o número tão alto de baixas e assegurou que os resultados dos próximos trimestres virão melhores. "Tivemos uma concentração atípica e não consideramos que no quarto trimestre tenhamos um número maior, pelo contrário", afirmou o diretor.

Analistas passaram boa parte da teleconferência com a diretoria da companhia tentando entender por que a empresa deu baixa no balanço, neste trimestre, em 41 poços que vinham sendo explorados desde 2009.

Esqueletos. Para alguns, Graça decidiu retirar do armário um esqueleto da gestão José Sergio Gabrielli [4]. Procurado pela reportagem, o ex-presidente da Petrobrás informou por meio de sua assessoria que não comentaria a questão.

Apesar do prejuízo, analistas entenderam que o insucesso exploratório não deve se repetir na mesma intensidade nos próximos trimestres [5], e deram um voto de confiança para a administração. "Estamos convencidos de que a diretoria está totalmente empenhada em conseguir avançar com as mudanças necessárias para restaurar a rentabilidade", disseram Frank McGann e Conrado Vegner em relatório do Bank of America Merrill Lynch.

Alto risco. A atividade exploratória é de alto risco e mesmo com estudos sísmicos e geológicos há boas chances de centenas de milhões de reais serem perdidos em vão. Cinco dos poços lançados no balanço custaram R$ 300 milhões cada, sem apresentar nenhum resultado.

Dos 41 poços, 21 estavam secos e outros apresentaram exploração inviável por diferentes motivos. Dois deles ficam na área do pré-sal, que há três anos ostentava um impressionante índice de sucesso de 100%. [6]

Ou seja, os tempos em que se encontrava petróleo em qualquer perfuração do pré-sal ficaram para trás. [7]

Formigli e Graça repetiram por vezes terem seguido todas as regras regulatórias da Agência Nacional de Petróleo (ANP) e contábeis para o lançamento dos poços. [8]

O diretor explicou que quatro dos poços perfurados precisavam ser lançados imediatamente no balanço [9], de acordo com as regras. Em outros casos, a companhia pode administrar o lançamento no balanço com alguma flexibilidade e o fará nos próximos trimestres de forma a minimizar impactos no balanço.

"Planejar o insucesso se faz tão importante quanto planejar o sucesso na área de fronteira", disse Graça Foster. [10]


Estatal perdeu R$ 2,7 bi com poços secos - Sérgio Torres e Sabrina Valle - Estado de S Paulo - 7 de Agosto de 2012

[1] Este termo não é bom. Faz parte da atividade de exploração de petróleo ter insucesso em alguns poços. Talvez o melhor fosse "custo perdido"
[2] Não é atípico. O problema foi o lançamento de muitos insucessos de uma só vez.
[3] Não é uma coincidência. Os poços já estavam secos e a empresa sabia disto. Só decidiu lançar agora a baixa contábil.
[4] Fica claro que o lançamento da baixa já deveria ter sido feito na gestão anterior, que era muito mais política do que a atual. O desejo político do antigo presidente escondeu a baixa contábil.
[5] Isto confirma que a baixa é resultado de valores que já deveriam ser lançados anteriormente.
[6] Novamente isto mostra que a baixa indica que os resultados anteriores estavam superestimados.
[7] O texto foi infeliz: o índice de 100% só "ocorria" na contabilidade manipulada da empresa. Isto seria uma fraude contábil?
[8] Você acredita nisto?
[9] O termo "balanço" está inadequado. Os poços já estavam no balanço; agora, com a baixa, foram para a DRE.
[10] Fraude contábil, com atraso na baixa contábil, agora significa "planejar o insucesso".

Além da Euforia


O Brasil precisa depender menos do capital e mais da produtividade" – Armando Castelar

O governo federal anunciou na última quarta-feira mais um pacote com o intuito de tentar salvar a economia brasileira de um “pibinho”. A nova tentativa vem num momento em que o mercado - e o próprio Banco Central - rebaixa suas estimativas para 2012. Faltaram ousadia e visão à equipe da presidente Dilma, que apelou, uma vez mais, para a batida fórmula de tentar “salvar” o PIB com base na ampliação do consumo. A estratégia – que se mostrou bem-sucedida enquanto milhões de brasileiros ainda não tinham ascendido à classe média e não possuíam acesso ao crédito – dá hoje sinais de esgotamento. O país tampouco pode ser dar ao luxo de contar com o cenário externo. Por uma década, o Brasil foi favorecido pela crescente demanda por suas commodities e pelo amplo acesso ao financiamento barato no mercado internacional. A combinação desses fatores resultou em crescimento e, de 2006 a 2010, euforia. Contudo, a dificuldade de reverter o quadro negativo que se arrasta desde a metade do ano passado começa a lançar por terra esse entusiasmo.

No pacote da semana passada, o governo resolveu oferecer seu próprio poder comprador para tentar estimular o PIB. A opção deixa antever que está perdendo fôlego o apoio do consumo ao crescimento. De um lado, as famílias, limitadas por um endividamento recorde, não se sentem compelidas a comprar mais – mesmo com prorrogação do IPI reduzido de eletrodomésticos e móveis, automóveis mais baratos, estímulo ao crédito via bancos públicos, etc. De outro, o empresário, amedrontado pela deterioração da economia global, tem se arriscado pouco a investir. Para destravar o setor privado de nada têm adiantado a postura cada vez mais intervencionista do governo no campo microeconômico – regras que mudam a todo o momento, exigência cada vez maior de conteúdo nacional nas fábricas – e o fechamento “branco” do país à concorrência externa.

O problema apontado por analistas é que será pífio o impacto de tais compras governamentais na economia. O volume anunciado de 8,4 bilhões de reais em aquisições de caminhões, tratores, retroescavadeiras, equipamentos hospitalares, etc, representa só 0,2% do PIB. O comentário mais comum entre os economistas é que o governo criou um ‘pacote’ apenas para fazer propaganda e atender os interesses corporativistas de meia dúzia de indústrias – coincidentemente aquelas para as quais a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) vinha fazendo lobby escancarado.

O cenário que se coloca hoje diante dos brasileiros felizmente não é catastrófico, mas se distancia daquela visão do “Brasil maravilha” dos últimos anos. Para mudar a perspectiva de taxas baixas de crescimento nas próximas décadas, o governo federal tem de começar a atacar os problemas estruturais da nação. Políticas de longo prazo para melhoria da educação, da taxa de poupança e da infraestrutura precisam ser bem estruturadas e postas em prática ainda que seus resultados não se mostrem visíveis no curto prazo. Essas ações é que tornarão o Brasil uma nação mais produtiva, isto é, capaz de gerar riqueza com maior eficiência.

A discussão sobre o que ainda precisa ser feito – a chamada "metade vazia do copo" – é o ponto central do livro Além da Euforia - Riscos e Lacunas do Modelo Brasileiro de Desenvolvimento (Editora Elsevier-Campus, 312 páginas), de Armando Castelar e Fábio Giambiagi, que será lançado oficialmente em 11 de julho, mas já pode ser encontrado em algumas livrarias. Os economistas falaram ao site de VEJA.

Por que o livro se chama “Além da Euforia”?

Armando Castelar – É uma referência ao fato de o Brasil ter vivido um período de euforia entre 2004 e 2010. Mas esse momento não vai perdurar indefinidamente. No livro, discutimos as razões disso. É preciso que haja um debate sobre o que precisa ser feito para melhorar a situação que virá depois que essa euforia passar.
Por que essa euforia vai passar?

Giambiagi – O Brasil teve condições excepcionais e favoráveis ao crescimento neste período. Duas delas são associadas ao cenário externo. Primeiramente, temos o índice de preço das exportações. Para se ter ideia, entre 1997 e 2002, esse indicador teve queda acumulada de 23%. Entre 2002 e 2011, contudo, houve um aumento impressionante de 165%. A segunda condição é o baixo nível das taxas de juros internacionais. Essa configuração de preços “nas nuvens” com uma taxa de juros externa pequena tirou a possibilidade de aumentar a absorção doméstica sem que fosse gerada uma situação muito dramática no balanço de pagamentos – ao contrário do que ocorreu em outros ciclos de expansão históricos.
Castelar – Parte do cenário externo favorável ao Brasil deriva da China, cujo quadro doméstico complicou um pouco nos últimos tempos. Os preços das exportações pararam de aumentar do jeito que vinham subindo e decaíram um pouco neste início de ano. O país começa a ter um pouco de dificuldade de crescimento internamente. Ainda assim, a situação dos preços continua bastante favorável ao Brasil conforme os padrões históricos. É preciso lembrar, contudo, da importância do cenário externo. Toda a América Latina teve melhora de desempenho muito semelhante à de nossa economia. Os países da região estão vivendo níveis recordes de baixa de desemprego, segundo dados recentes da Cepal. O mérito não é exclusivamente brasileiro.
No capítulo sobre produtividade, o livro afirma que a parcela dos economistas que defende estímulos ao consumo para alavancar o crescimento tem resistência a acreditar que o país começa a enfrentar limitações de oferta. Por que há tanta resistência?

Castelar – Isso é um corte histórico que data dos anos 1950 para cá. Prevalece a ideia de que se for aumentada a demanda, a oferta vai se apresentar. No livro, defendemos que é preciso ter políticas explicitas para o lado da oferta. Melhorar a produtividade, melhorar o ambiente de negócios, cuidar de ciência e tecnologia, etc.
Giambiagi – Eu e Armando destacamos no livro que a filosofia econômica hoje dominante no Brasil é aquela inspirada nas ideias do economista John Maynard Keynes, que publicou em 1936 a Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. Essa grande obra foi escrita no contexto da crise dos anos 1930 – período em que a indústria estava com grande capacidade ociosa –, fornecendo o conteúdo teórico para o presidente americano Franklin Roosevelt adotar a política do New Deal, que ajudou a tirar os Estados Unidos da sua situação de penúria. A prescrição de políticas ditas keynesianas, calcada no estímulo à demanda, pode se justificar por essa situação de abundância de capacidade ociosa, como aconteceu no mundo em 2008 e hoje se vê na Europa, por exemplo. Mas uma vez que o Brasil está ‘batendo no teto’ de ocupação de recursos físicos, nosso entendimento é que é preciso ‘mudar o software’ para enfatizar a importância da expansão da oferta. Estamos vivendo uma situação inédita nos últimos 30 anos.

O que acontecerá se o Brasil não mudar esse ‘software’?

Castelar – Capacidade ociosa significa que existem fábricas e trabalhadores treinados que não estão sendo utilizados. É algo bem diferente de quando já se está usando todo o potencial e é necessário aumentá-lo para conseguir expandir a produção. Essa ampliação de capacidade não é um processo rápido. O investimento privado no Brasil é inibido pela falta de infraestrutura, pelo ambiente de negócios e pela escassez de mão de obra capacitada. Em outras palavras, temos energia elétrica insuficiente e cara; estradas, portos e aeroportos congestionados; entre outros problemas. Tudo isso limita o crescimento uma vez que o custo aumenta e o investimento fica menos interessante. A empresa cresce mais devagar. No tocante à demanda, existem outras restrições. Uma é a poupança, que é dificultada quando existe grande aumento de consumo. A segunda é confluência de expansão do consumo e do investimento, o que tende a gerar um déficit mais elevado nas transações correntes do Brasil com o exterior. Esse déficit só não estourou nos últimos anos por conta do cenário externo favorável. Além disso, com o aumento forte do consumo interno, a taxa de câmbio evolui de maneira a se apreciar – e o país torna-se menos interessante aos investimentos, como por exemplo, se dá hoje no setor industrial. É preciso trabalhar essas questões para continuar crescendo. Resolvê-las é fundamental para eliminar essa crise de produtividade do Brasil.

No livro, vocês analisam que o crescimento do produto potencial brasileiro nas últimas décadas foi possível justamente pela elevação da produtividade. O que causou esse aumento e por que ele não continuou?

Castelar – No período áureo de crescimento do Brasil, entre os anos 1950 a 1980, houve sim um aumento razoável da produtividade graças ao investimento. Nessa época, a infraestrutura se expandiu muito. Em segundo lugar, a indústria também contribuiu. Da década de 1980 até 1994, com a crise da dívida pública, a produtividade andou para trás e ficou negativa. A economia ficou mais fechada, a inflação era muito alta e havia uma intervenção estatal gigantesca. Começou então uma série de reformas estruturais, com abertura da economia, privatização e desregulamentação de uma série de atividades. Em 1994, com a estabilização proporcionada pelo Plano Real, a produtividade recuperou-se parcialmente. Desde então, nunca mais se conseguiu reproduzir esse investimento e o capital deixou de ter contribuição relevante para o crescimento do PIB. No período mais recente, o que contribuiu para melhorar a produtividade brasileira foi o emprego, isto é, há mais gente trabalhando. Atualmente, o desemprego está baixo e uma transição demográfica está em curso. Podemos prever, no entanto, que essa fonte de crescimento vai secar na frente. Então, as outras duas – capital e produtividade – passam a ser mais importantes.

Giambiagi – Este ponto do mercado de trabalho é muito importante. Nos últimos dez anos tivemos um crescimento anual do PIB da ordem de 4% e uma ampliação da população ocupada de cerca de 2,5%. A diferença está no conceito de produtividade por trabalhador. Naquele período, a população economicamente ativa (PEA) crescia mais ou menos 1,5% ao ano. Em suma, o emprego aumentava em ritmo mais intenso que o da própria PEA, o que diminuía o desemprego. No entanto, a partir do momento em que o país esbarra no limite do pleno emprego, que se estima que seja algo próximo a 5%, a população ocupada só poderá se expandir na mesma taxa de crescimento da PEA, que caminha para ficar em 1,1% daqui a uns anos, segundo dados do IBGE. No período de 2010-2050, o número de trabalhadores deve ficar estável, ou seja, todo o aumento da produção nesse período terá de vir de produtividade porque as pessoas que vão gerar o PIB serão “as mesmas”.

Além de melhorar a produtividade do trabalho, o livro aponta que há um longo trabalho para elevar a taxa de poupança interna. Por que este ponto também precisa ser atacado?

Castelar
– O Brasil tem sérios problemas em relação a isso. A poupança aqui é muito baixa – o último dado mostra que está em 15,7% do PIB – e o ambiente de negócios não ajuda o investimento. É muito comum as pessoas apontarem a Coreia do Sul como modelo, mas eles investem cerca de 30% do PIB, quase o dobro do Brasil. Isso só é possível porque possuem uma taxa de poupança muito alta. Nossa média dos últimos 20 anos foi 16,5%. Provavelmente, vamos precisar recorrer à poupança externa, mas isso tem certo limite, pois aumenta o déficit em conta corrente. O Brasil precisa depender menos do capital e mais da produtividade.
Se o Brasil tivesse conseguido manter os níveis de produtividade que foram observados até os anos 1980, como o país estaria?

Giambiagi – Seríamos uma Coreia. Tínhamos a mesma renda per capita que eles em 1980.
Em que medida a alta carga tributária agrava o problema de produtividade?

Giambiagi – As duas palavras-chave são escala e impostos. Quando se produz algo para o mercado mundial, distribuem-se os custos por um número muito maior de unidades, o que reduz o custo unitário. Lá fora, a carga de impostos é muito menor que a daqui.

Castelar – Ambos os pontos estão relacionados. O imposto aumenta muito o preço e a empresa vende menos. Consequentemente, tem menor escala. Então, parte do problema da escala tem a ver com o tamanho gigantesco da carga tributária no Brasil.
Diante de tantos desafios, que esperam para o país nos próximos anos?

Giambiagi – Nosso livro buscar servir de alerta. Os sinais estão se avolumando. De certa forma, estão corroborando nossa tese central de que a economia brasileira encontra-se num ciclo que dá manifestações crescentes de esgotamento. Vemos um 2012 fraco, com crescimento em torno de 2%. Desde que não aconteça nenhuma hecatombe na Europa, deve haver melhoria no segundo semestre. Mesmo assim, nada espetacular. Já 2013 começará com uma perspectiva mais razoável – que talvez se estique ao ano seguinte devido ao conjunto de obras que terá de ser tocado para a Copa do Mundo. Fechado esse ciclo, a partir de 2014, nossa impressão é de que o 'software' utilizado nos últimos anos, de estímulo à demanda, terá de ser trocado por estímulos à oferta com uma preocupação crescente com a produtividade e a competitividade. Associada a isso está a necessidade de colocar na agenda política do país a retomada das reformas que foram, de certa forma, abandonadas há dez anos.

Castelar - Não consigo me classificar numa escala de pessimista a otimista. Vejo que o país tem oportunidades importantes. Fizemos avanços nos últimos vinte anos, mas, por outro lado, olhando a história do Brasil e da América Latina, penso que o país já esteve nessa posição antes. Já houve muito otimismo com relação às nossas perspectivas, como nos anos 70 quando a economia crescia 10% ao ano. Não surpreendentemente a América Latina vive esse tipo de ciclo quando os preços de produtos exportados estão altos e o acesso ao crédito está fácil. Tenho esperança que nossa classe política consiga aproveitar essa oportunidade para fazer diferente do que fez no passado. Agora, há preocupação também porque nossos governantes não têm uma boa visão de quão importante o cenário externo é. Aquilo que, efetivamente, no passado fez a América Latina perder o bonde foi não perceber que existe um componente fora do controle do país que está dando uma ajuda muito grande.
Em que medida os líderes políticos podem contribuir para melhorar a produtividade brasileira?
Giambiagi – Na nossa visão, os avanços necessários não vão decorrer de propostas que emanem do Legislativo. Ele possui contradições internas e tende a não ter essa visão geral do conjunto, que é mais natural do Executivo, que tem dentro de si a restrição orçamentária e está sujeito a demandas políticas e sociais de todo o tipo. Destacamos no livro quatro elementos que nos parecem fundamentais. Primeiro, é preciso ter uma visão de longo prazo: tomar medidas não pensando apenas nos próximos dois ou três anos, mas saber onde se deseja levar o país dentro de 30 anos. Segundo, a essa visão de longo prazo tem de estar associada a certa capacidade de tolerância. Obviamente, estamos numa democracia e todo o partido político busca se eleger. Contudo, se todas as ações políticas forem guiadas única e exclusivamente pelo objetivo de vencer a próxima eleição, questões mais controversas nunca terão vez. Outro ponto importante é a capacidade de explicar as deficiências estruturais da nação à população. Nos últimos dois períodos de governo, tivemos dois comunicadores talentosíssimos. No caso de Fernando Henrique Cardoso, não tanto o presidente, mas sim o ministro da Fazenda que conseguiu explicar um plano maluco para as pessoas e assim garantir o êxito do Plano Real. No caso do ex-presidente Lula, nem se fala. O quarto elemento é a capacidade de articulação. No governo Dilma, por exemplo, houve o caso do salário mínimo em 2011, em que o governo conseguiu vencer no Congresso com sua proposta de reajuste real zero. Quando o governo fixa uma pauta e se empenha, tem boa chance de êxito.
Castelar – O brasileiro, às vezes, tem a sensação de que o planeta está parado e que nós estamos andando. Na verdade, o mundo também está caminhando e ele já está na nossa frente. Em outros lugares estão andando muito rápido. Por isso, o que talvez soe como avanço pode ser pouco. Acho notável como as expectativas relativas ao que a Copa do Mundo vai deixar estão sendo cada vez mais desinfladas. Tudo aponta que ficarão apenas estádios de futebol novos.
Podemos dizer que essa crise da produtividade que o Brasil começa a enfrentar é o que se vê hoje também na Europa, com os países menos eficientes com dificuldade para resolver seus problemas?

Giambiagi – O que acontece é a confluência de três crises: uma fiscal, em função de má administração em alguns países; outra financeira, devido à situação dos bancos; e outra associada à insuficiência de se ter uma mesma moeda para regiões muito díspares – problema que já era conhecido, mas que se revelou mais dramático do que se supunha no lançamento do euro.

Castelar – Há sim um elemento de crescimentos díspares de custos unitários do trabalho. Na Alemanha, a produtividade cresceu bastante e os salários subiram pouco, ao passo que em alguns países da periferia europeia (Grécia, Portugal e Espanha, em especial) ocorreu o oposto. Com isso, esses países têm dificuldade de crescer exportando, pois não são competitivos. A falta de crescimento complica o problema fiscal e de crédito.

Privatizem a Petrobrás

A Petrobras possui controle estatal, mas tem capital misto, com milhares de investidores brasileiros e estrangeiros. O uso político da estatal tem custado cada vez mais a esses investidores, cujos interesses são ignorados pelo governo. O prejuízo divulgado na sexta é mais uma prova disso.

O governo mantém o preço dos combustíveis defasado para segurar a inflação, afetando negativamente o lucro da empresa. Além disso, ele demanda grande participação de fornecedores nacionais nos bilionários investimentos da estatal, o que custa mais e atrasa o cronograma. É o uso da empresa para a política industrial de governo, que já arrecada bilhões em royalties e impostos.

Infelizmente, quando o assunto é Petrobras o debate fica tomado pela emoção, sem espaço para argumentos racionais. A esquerda estatizante e a direita nacionalista se unem ideologicamente, alimentadas por muitos interesses obscuros em jogo, e repetem em uníssono que o setor é "estratégico". A Embraer, a Telebrás e a Vale também eram "estratégicas".

Ora, justamente por ser estratégico o setor deveria ser retirado da gestão politizada, ineficiente e corrupta do governo. A exploração do petróleo começou pela iniciativa privada nos Estados Unidos. Desde a primeira prospecção de Edwin Drake em 1859, na Pensilvânia, o setor viu um crescimento incrível com base na competição de várias empresas privadas. O Canadá também conta com dezenas de empresas privadas atuando no setor.

Por outro lado, países como Venezuela, México, Irã, Arábia Saudita, Nigéria e Rússia possuem estatais controlando a exploração de petróleo. Ninguém ousaria dizer que isto fez bem para seus respectivos povos, vítimas de regimes autoritários.

O brasileiro paga uma das gasolinas mais caras do mundo, o país ainda precisa importar derivados de petróleo após décadas de sonho com a autossuficiência, a estatal é palco de diversos escândalos de corrupção, mas muitos ainda repetem, inflando o peito, que "o petróleo é nosso!" Nosso de quem, cara-pálida?

O crescimento da produção de óleo e gás da Petrobras desde que o PT assumiu o governo foi medíocre: somente 2,4% ao ano. Trata-se de um resultado lamentável após tantos bilhões investidos, inclusive com financiamento do BNDES.

A Petrobras, que tinha R$ 26,7 bilhões de dívida líquida em 2007, terminou o primeiro semestre de 2012 devendo mais de R$ 130 bilhões. O endividamento sobe em ritmo acelerado por conta de seu gigantesco programa de investimentos, mas nem os investidores nem os consumidores se beneficiam disso.

A rentabilidade da Petrobras é uma das menores do setor. Seu retorno sobre patrimônio líquido não chega a 10%, metade da média de seus pares internacionais. Os investidores acusam o golpe, e as ações da Petrobras apresentam um dos piores desempenhos no mundo.

Desde 2009, suas ações caíram 5%, enquanto o Ibovespa subiu mais de 40%, e a Vale, mais de 50%. É o governo destruindo o valor da poupança de milhares de pessoas, incluindo todos que utilizaram o FGTS como instrumento para apostar na empresa.

Por que não há maior revolta? Por que não há mobilização pela privatização da Petrossauro, como a chamava Roberto Campos? Parte da resposta é o fator ideológico já citado. Outra parte diz respeito à enorme quantidade de grupos de interesse que mamam nas tetas da estatal.

Seus 80 mil funcionários custaram para a empresa mais de R$ 18 bilhões em 2011, ou quase R$ 20 mil mensais por empregado. Claro que muitos merecem o que ganham, mas como negar o uso da estatal como cabide de emprego para os "amigos do rei"?

Fornecedores nacionais ineficientes ou corruptos também agradecem, pois não precisam competir abertamente no livre mercado. O caminho até a estatal muitas vezes é outro, como comprova o caso do Silvinho "Land Rover", o ex-secretário do PT que ganhou um carro importado de uma empresa fornecedora da estatal.

Artistas e cineastas engajados da "esquerda caviar" também aplaudem a estatal, que destinou mais de R$ 650 milhões para patrocínios culturais de 2008 a 2011. Isso sem falar de blogueiros "chapa-branca", que recebem gordas verbas da estatal. A lista é longa.

Os políticos, então, nem se fala. Quem esqueceu Severino Cavalcanti negociando à luz do dia, em nome da "governabilidade", aquela diretoria que "fura poço"? O ex-presidente Lula era outro que adorava usar a Petrobras para seus fins políticos em parceria com Hugo Chávez.

Só há uma maneira eficaz de acabar com esta pouca vergonha que tem custado tão caro aos investidores da empresa: sua privatização!


Privatizem a Petrobras! - 7 de Agosto de 2012 - O Globo - Rodrigo Constantino

Filmes e Olimpíadas

São quatro vídeos de filmes famosos, transformados em "provas olímpicas". Você seria capaz de lembrar o nome destes filmes?







07 agosto 2012

Rir é o melhor remédio

Primeira fotografia de Phelps

Por que não devemos confiar nas pesquisas eleitorais?

Se o leitor é uma destas pessoas que não confiam nas pesquisas eleitorais saiba que você tem toda a razão. As pesquisas eleitoras estão cheias de erros e vícios que impedem de acreditar no seu resultado.

As pesquisas são realizadas num pequeno grupo da população, que os estatísticos denominam de amostra. Para escolher a amostra devem-se conhecer todas as características dos eleitores que possam influenciar no seu voto: gênero, idade, raça, classe social etc. O problema é o “etc”: qualquer variável que possa ser importante no processo de escolha deveria estar proporcionalmente representado na amostra.

Um dos problemas que o estatístico enfrenta é saber estas variáveis. E eles não sabem ou só desconfiam que saibam depois das eleições. Se eu escolho um candidato por ele ter sido um jogador de futebol do meu time, a preferência futebolística passa ser um fator relevante. Mas como é impossível considerar todos os fatores que afetam o voto no processo eleitoral, os institutos de pesquisa consideram aqueles aspectos que eles acham que são os mais relevantes ou mais fáceis de serem identificados.

Ainda dentro do processo que antecede a pesquisa, os institutos de pesquisa precisam saber como é a população em termos dos fatores relevantes para o voto: se metade da população é composta por mulheres, metade da minha amostra também deve ser de mulheres. Isto parece óbvio, mas aqui também temos mais uma chance de erro: muitas vezes não conhecemos as características da população, seja por que meus dados estão defasados ou por erro no censo.

O processo de coleta também apresenta potencial de erros estatísticos: os entrevistadores devem ser de confiança; a seleção dos entrevistados deveria ser aleatória; e a resposta idealmente honesta e próxima do voto que será depositado nas urnas. Tudo isto contribui para que a chance de problema na pesquisa seja razoavelmente grande.

Após a tabulação dos dados – que também está sujeita a erros – o resultado apresentado com uma margem de erro. Geralmente esta margem de erro é próxima de 3%, indicando que a percentagem de intenção de votos obtida por um candidato estaria num intervalo de mais ou menos 3% do valor divulgado pelo instituto de pesquisa.

O grande problema da margem de erro é que devemos acredita  que o instituto de pesquisa tenha levado em consideração todos os fatores relevantes que definem o voto do eleitor. Se for deixada de lado uma variável relevante, religião, por exemplo, isto pode afetar o resultado da pesquisa e a margem de erro.

Finalmente, e não menos importante, é necessário acreditar que o instituto de pesquisa seja sério e não esteja recebendo nenhum dinheiro de qualquer candidato para fazer a pesquisa.

Para ler mais: As falácias matemáticas nas pesquisas de opinião in SEIFE, Charles. Os números (não) mentem. Zahar, 2012. 

Seguros

A Superintendência de Seguros Privados (Susep) criou um grupo de trabalho com o objetivo de revisar os normativos que regulamentam o teste de adequação de passivos para os balanços das seguradoras. A informação foi publicada nesta segunda-feira no Diário Oficial da União (DOU). A conclusão dos trabalhos está prevista para daqui a 90 dias.

O grupo é formado por representantes da Susep e do mercado de seguros. Criado em dezembro de 2010, por meio da circular 410, o teste visa adequar as normas contábeis do setor de seguros brasileiro ao padrão internacional de contabilidade (IFRS).

Atualmente, todas as companhias que atuam no mercado de seguros têm de fazer o teste de passivos: seguradoras, entidades abertas de previdência complementar e resseguradores locais. As datas-base para a realização são 30 de junho e 31 de dezembro. O teste avalia as obrigações das empresas relativas aos contratos e certificados de seguro, previdência complementar aberta e de resseguro.


Susep vai revisar adequação de passivos em seguradoras - Por Aline Bronzati

Fasb propõe discussão das notas explicativas

As demonstrações contábeis são cada vez maiores, mas isto não significa que a qualidade esteja melhorando. O Fasb parece que resolveu voltar para a questão das notas explicativas. É interessante que o Fasb, órgão que regulamenta a contabilidade das grandes empresas dos Estados Unidos, tenha resolvido dedicar seu tempo sobre o assunto; em especial, é um projeto isolado, ao contrário de outros projetos conjuntos com o Iasb. (Isto talvez seja um sinal de que a convergência não está indo muito bem, mas isto é outro assunto)

Aqui o leitor do blog poderá ter acesso ao documento do Fasb. Neste link é possível ter acesso a uma contribuição de dois professores: particularmente gostei de duas sugestões: (1) colocar a política contábil de cada item junto com a nota explicativa de cada item; (2) fazer uma conciliação entre a DFC e DRE.

Belos contadores

Queridos leitores,

Bom dia! Antes de escrever postagens para hoje, uma observação para diminuir o susto quando as pessoas me conhecem:

Eu não sou uma senhora nerd, de óculos, na casa dos 40 anos.

Ainda sou uma senhorita nerd, de lente de contato, na casa dos 20.

Para ver a minha foto, basta clicar no meu nome que aparece no menu lateral (lá vocês terão acesso ao meu perfil, assim como ao dos outros autores).

Também já apareci em algumas postagens por aqui, inclusive na que sequestrei o blog e coloquei dois vídeos em homenagem à minha turma de mestrado.

Ah! Quem segue a Fan Page no Facebook (facebook.com/ContabilidadeFinanceira) e o nosso perfil no Instagram ou no Twitter (@Blog_CF) terá ainda mais acesso aos autores. Menos o Pedro Correia porque ele não gosta de fotos. Mas ele é um lindo (lindo mesmo) graduando em Ciências Contábeis.

Resumindo: três belos autores, concordam? ^.^

Talvez você aprecie as seguintes postagens (além das já sugeridas mais abaixo):

Contador Sexy e Poesia Contábil

Aparência

Por que os contadores são magros, fracos e usam óculos, nos filmes de Hollywood?

Conta do restaurante

A conta acima foi paga provavelmente num restaurante chinês, perto Hotel Dorchester, em Londres. Parece que  foram 15 pessoas de um comitê olímpico e incluía uma garrafa de 1853 por 19 mil libras esterlinas. A conta total ficou em quase 45 mil libras esterlinas ou mais de 142 mil reais. Por sinal mais de 50 comitês olímpicos de diferentes países estão envolvidos num escândalo de venda de ingressos no mercado negro. Os grandes vencedores dos jogos são sempre os cartolas: nunca o país sede ou os atletas.


Bolt

A biografia de Usain Bolt no twitter:

"O atleta mais talentoso que o mundo já viu". Isto que é autoestima.